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TCC priscilla e patrick-converted

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RESUMO
O brincar é natural para a criança e primordial para o desenvolvimento infantil. A partir dessa perspectiva, nosso trabalho tem o intuito de observar a importância dos brinquedos e do brincar como ferramenta do trabalho docente no cenário da Educação Infantil, os objetivos da nossa pesquisa foram compreender como os brinquedos podem potencializar o aprendizado dos discentes, identificar como o docente utiliza dos brinquedos em sua prática de ensino no contexto da Educação Infantil e analisar a importância dos brinquedos e dos momentos de brincadeira na prática, comparando-os com que o currículo da Educação Infantil propõe. Os resultados dessa pesquisa se darão através de uma pesquisa bibliográfica com autores que versam sobre o tema, bem como um estudo de caso com entrevistas semiestruturadas aos professores que atuam na área dentro do município de Marataízes ES. Dessa forma, a pesquisa evidencia como os docentes conseguem a partir da utilização correta dos brinquedos disponíveis, promover o desenvolvimento social, motor, intelectual de seus alunos, pois é a partir desse recurso que o professor consegue estreitar laços sociais e afetivos, concluindo portanto, como o brinquedo é um aliado indispensável no processo de ensino aprendizagem.
Palavras-chave: Brinquedo, desenvolvimento infantil, aprendizagem.
INTRODUÇÃO
O brinquedo é uma ferramenta imprescindível para a socialização no contexto da Educação Infantil, ele desenvolve a cognição e oportuniza a criança a criar situações e vivenciar emoções além de estimular desafios e produção de sentidos no dia a dia. Santos (1995, p.5), afirma que “o brinquedo é um objeto facilitador do desenvolvimento das atividades lúdicas, que desperta a curiosidade, permite a invenção e exercita a inteligência”.
Nessa perspectiva, objetiva-se responder aos questionamentos no que diz respeito as estratégias que o professor utiliza para o manuseio desses brinquedos, assim como esses brinquedos estão sendo utilizados pelos discentes
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no contexto da Educação Infantil. Logo, o objetivo da pesquisa é abordar a realidade do uso dos brinquedos nos momentos de brincadeira, tendo em vista que estes auxiliam no processo de desenvolvimento psicomotor, na autonomia de ação, na linguagem, na afetividade, entre outros. Dessa maneira teremos como base um estudo de caso com entrevista aos professores que atuam nessa etapa de ensino.
A ideia é investigar como e de que forma os brinquedos, fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação, estão sendo utilizados pelos docentes, dentro e fora da sala de aula, no processo de ensino e aprendizagem, buscando mostrar as diversas maneiras de utilização desses recursos pedagógicos.
Dessa forma, busca–se apresentar os benefícios que esses brinquedos e brincadeiras que quando bem utilizados agregam e fomentam o trabalho docente, assim como potencializam as atividades lúdicas e brincadeiras, tornando–as significativas.
JUSTIFICATIVA
A problemática proposta surgiu no decorrer do período do Estágio Supervisionado na Educação Infantil, onde observou-se que os brinquedos fornecidos pela Secretaria Municipal de Educação não eram aproveitados em sua totalidade pelas crianças, visto que a maioria deles não eram utilizados com a sua devida funcionalidade pelos discentes, a partir disso surgiu a necessidade de aprofundar-se sobre a utilização desses brinquedos, bem como os momentos de brincadeiras como a recreação e rotinas criadas em sala de aula.
Nessa perspectiva, a pesquisa tem a finalidade de contribuir para os profissionais da Educação sobre as diferentes utilidades e funcionalidades dos brinquedos fornecidos pela Secretaria de Educação do Município de Marataízes, bem como promover um aprendizado significativo aos discentes da Educação
Infantil de maneira lúdica e atrativa, utilizando de materiais que a escola já possui e muitas vezes não são deixados de lado pelos docentes.
Dessa forma, a pesquisa traz os múltiplos conhecimentos que a criança deixa de absorver e desenvolver quando os docentes não valorizam os momentos de brincadeira e de interação com os brinquedos no contexto da Educação Infantil, e não aproveitar desses momentos únicos é um prejuízo na vida social, no desenvolvimento cognitivo, no raciocínio lógico, na imaginação e na visão de mundo das crianças, pontos esses que são imprescindíveis na faixa etária em que se encontram.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Compreender a relevância do brincar na educação infantil;
Objetivos específicos
· Compreender como os brinquedos podem potencializar o aprendizado dos discentes.
· Identificar como o docente utiliza dos brinquedos em sua prática de ensino no contexto da Educação Infantil.
· Analisar a importância dos brinquedos e dos momentos de brincadeira na prática comparando-os com o que o Currículo da Educação Infantil propõe.
METODOLOGIA
A pesquisa iniciará a partir de um estudo de caso, onde descreveremos como se faz uso dos brinquedos em sala de aula, considerando os objetivos dos professores da Educação Infantil, os procedimentos que serão utilizados para a coleta de dados será uma entrevista com professores que atuam na área, com
questionário previamente montado a fim de responder aos objetivos e questionamentos por aqui apresentados.
A pesquisa será de base qualitativa, na qual de acordo com Horn e Diez (2005), é o estudo do fato em seu acontecer natural, defendendo uma visão holística, ou seja, que leve em consideração todos os componentes de uma situação em suas interações e influências recíprocas. Assim para atender aos objetivos da pesquisa faremos uma revisão de literatura embasada em materiais como livros e artigos científicos já publicados que versam sobre o tema “A importância do brincar na Educação Infantil.
De acordo com Gil (2002, p.52), a pesquisa de campo estuda o objeto de pesquisa em maior “profundidade”.
O estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias (p. 53)
A metodologia da pesquisa terá ainda observações dos envolvidos a fim de promover a relação entre teoria e prática do cotidiano da Educação Infantil, mostrando a importância do brincar e momentos de brincadeira bem como a utilização dos brinquedos na prática dos professores do município de Marataízes ES.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Kishimoto (2001) relata que os contextos da Educação Infantil têm dois usos com significações distintas, os educadores que valorizam a socialização adotam o brincar livre, e os que visão a escolarização ou aquisição dos
conteúdos, o brincar dirigido e os jogos educativos, a intenção da autora é compreender as razões que levam as escolas a ter poucos brinquedos simbólicos e de construção, e maior quantidade nas categorias vinculadas aos jogos educativos, tentando desvelar a imagem de criança e a concepção de Educação Infantil nos usos de tais recursos.
Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para o brincar, o educador está potencializando as situações de aprendizagem. (Kishimoto 2006,p.36),
De acordo com a autora (1994) o brinquedo é um "objeto suporte da brincadeira", ele auxilia no processo de ensino-aprendizagem, no desenvolvimento psicomotor e social, além de ser uma poderosa ferramenta de ensino de diversos conteúdos educativos
Considerando essa premissa, o embasamento teórico tem o objetivo de elucidar os objetivos aqui expostos, baseando-se no livro “O brincar esuas teorias” de Tizuko Morchida Kishimoto, bem como o Currículo da Educação Infantil.
Compreender como os brinquedos podem potencializar o aprendizado dos discentes.
O brinquedo é um objeto voltado para o lazer e a diversão das crianças, que vem sendo utilizado no contexto educacional, como recurso para fins pedagógicos, promovendo um aprendizado lúdico, divertido e prazeroso, que resulta na ampliação de conhecimento.
É através da brincadeira que a criança se apropria da significação, percebendo-a a partir da sua visão de mundo. No ato de brincar, com a devida intervenção do professor, e estabelecido uma comunicação com as crianças, de tal modo que ocorre ampliação do entendimento, onde os alunos podem se expressar, comunicar, e principalmente, se colocar na sociedade, a partir desse momento de interação, as áreas de conhecimento podem ser trabalhadas a saber: a expressão, a linguagem oral e escrita, conhecimento de mundo e o conhecimento lógico matemático.
O brincar está embutido no ‘ser criança’, é parte integrante da sua natureza, as crianças por si só criam situações imaginárias, segundo Vygotsky,
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. (1998, p. 130).
Logo o brincar e a brincadeira tem papel social e integrador. Sendo a instituição uma fonte de transmissora de cultura e educação que pode e deve utilizar o brinquedo como instrumento de aprendizagem e objeto de conhecimento. E assim entender a ludicidade como algo intrínseco e próprio do ser criança, e que favorece o aprendizado, tornando-o rico, sólido e com significação.
Essas experiências e incentivos às crianças podem ocorrer de inúmeros modos, o uso dos brinquedos didáticos na sala de aula, é o meio mais prático e acessível a ser utilizado nas salas de educação infantil para atender as propostas das Diretrizes, o que diferencia o desenvolvimento dessas experiências, é o modo como serão manipulados tanto no coletivo, quando de modo individual.
Kshimoto (2002, p.61) apud Froebel, ao retratar “o papel do jogo na educação” explica que o pensador não foi o primeiro a analisar o valor educativo dos jogos, mas foi o primeiro autor a colocá-lo como parte essencial do trabalho
pedagógico, ao criar o Jardim de Infância com o uso de jogos e brinquedos, levando sempre em consideração a importância do horário de recreação das crianças. Assim, “O jogo, visto como recreação, desde os tempos passados, aparece como relaxamento necessário às atividades que exigem esforço físico, intelectual e escolar” (Kshimoto, p. 61).
Kshimoto (2002) apud Bruner e o seu modo de perceber a brincadeira aponta a potencialidade da brincadeira para a descoberta das regras e a aquisição da linguagem. Ao brincar as crianças compreendem as regras que integram a sequência de ações e verbalizações. Um exemplo, se o brinquedo não tiver situações imaginárias restariam apenas as regras. Usemos o jogo Lego, com situações imaginárias que não se utilizam de regras impostas e sim de regras oriundas da própria imaginação que se criou para realização da brincadeira, como montar uma casa e um carro através das peças do brinquedo pedagógico. De acordo com Kshimoto, apud Bruner (1933, 1978), considera as brincadeiras relevantes para o desenvolvimento cognitivo, estimulando a aprendizagem da linguagem e a solução de problemas. Ao propor o lúdico para ensinar crianças de diferentes idades em situações estruturadas, com a mediação de adultos, Bruner (1968) concebe-o como forma de exploração, estratégia que leva ao pensamento divergente, por sua característica pouco opressora estimulando a criatividade.
Identificar como o docente utiliza dos brinquedos em sua prática de ensino no contexto da Educação Infantil;
O brinquedo pedagógico é um recurso importantíssimo na construção da subjetividade do aluno, e um recurso ímpar que o professor têm a sua disposição para auxiliar o seu trabalho.
A importância da brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento dos alunos, deve ser adotada como um instrumento de
aprendizagem de conteúdos escolares, nessa perspectiva o professor/pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos trabalhados na Educação Infantil.
Kshimoto apud Froebel, baseada no uso dos jogos infantis, diz que
a metodologia utilizada pelo autor delineia os “dons e ocupações”, dos brinquedos e jogos da Educação Infantil, propondo: 1) dons: materiais como bola, cubo, varetas, anéis, etc., que permitem a realização de atividades denominadas ocupações, sob a orientação da jardineira, e 2) brinquedos e jogos, atividades simbólicas livres acompanhadas de músicas e movimentos corporais,destinadas a liberar a criança para a expressão das relações que estabelece sobre objetos e situações do seu cotidiano. Segundo a autora “os brinquedos são atividades imitativas livres e os jogos atividades livres como emprego dos dons”.(1998)
Assim a concepção de brincadeira é: “brincar é a fase mais importante da infância – do desenvolvimento humano nesse período – por ser auto ativa representação do interno – a representação de necessidades e impulsos interior” (Kshimoto apud Frobel, 1912. p. 54-55).
A brincadeira é a atividade espiritual mais pura do homem nesse estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo – da vida natural interna do homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado,... Como sempre indicamos, o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (Froebel, 1912, p.55).
De acordo com Froebel in Kshimoto, verifica-se a importância no brincar na formação das crianças e no seu desenvolvimento, principalmente nos primeiros anos de vida
“Neste estágio de desenvolvimento, a criança vai crescendo como ser humano que sabe como usar seu corpo, seus sentidos, seus membros, meramente por motivo de seu uso ou prática, mas não por buscar de resultados em seu uso. Ela é totalmente indiferente a isso, ou melhor ela não tem ideia do significado disso. Por tal razão a criança nesse estágio começa a brincar com seus membros – mãos, dedos, lábios, língua, pés, bem como as expressões dos olhos e face. (Froebel, 1912, p.48).
Nessa perspectiva Kshimoto diz que:
“Pegar um brinquedo ao seu alcance representa a apreensão sobre controle visual e ilustra como um objeto pode induzir o olhar, criar uma intenção que se materializa na ação da boca, língua, maxilares, ou uma atividade dos braços e ombros, um fechamento das mãos e um gesto de agarrar. Por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração, ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção do saber e fazer” (1988, p. 145).
Podemos constatar a importância de se trabalhar as brincadeiras a fim de potencializar a prática dos professores da Educação Infantil quando a autora cita que:
A brincadeira livre contribui para liberar a criança de qualquer pressão. Entretanto é a orientação,a mediação com adultos, que fará forma aos conteúdos instrutivos, transformando-os em ideias lógica e cientificas, características dos processos educativos. Suas experiências demonstram que a sequências mais duradouras de brincadeiras se obtinham com materiais que conduzem a um fim (Frobel, 1998, p. 66).
Bruner in Kshimoto valoriza a brincadeira desde o nascimento da criança como um elemento construtivo de ações sensório-motoras, que respondem pela estruturação dos primeiros conhecimentos construídos a partir do que denomina
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saber-fazer. Pelo brinquedo, a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas.Brincadeiras com o auxílio do adulto em situações estruturadas, mas que permitam ação motivada e iniciada pelo aprendiz de qualquer idade parecem estratégias adequadas para os que acreditam do potencial do ser humano.
Analisar a importância dos brinquedos e dos momentos de brincadeira na prática comparando-os com o que o Currículo da Educação Infantil propõe.
É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. (Diretrizes p. 12)
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e deve ofertada em creches e pré escolas. A criança é um ser histórico e de direitos, além da necessidade e o dever de desenvolver – se socialmente e cognitivamente e é papel do professor mediar e estimular esse desenvolvimento na criança.
Destarte, o professor através do brinquedo pedagógico proporciona aos alunos esse desenvolvimento. Pois na Educação Infantil as interações e brincadeiras constituem o eixo norteador do trabalho desenvolvido. Esse desenvolvimento se dá através do brinquedo.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil afirmam a necessidade de diferenciação dos brinquedos conforme as faixas etárias, uma vez que cada faixa etária necessita de uma especificidade individual, baseando
– se na ideia que o brinquedo pedagógico que atende a faixa etária de 0 a 3 anos não atende a faixa do 3 aos 6 anos.
As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:
Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010, p. 16).
O professor como mediador da aprendizagem deve propiciar ao aluno desenvolver – se de forma ampla e em diferentes aspectos, estimulando o respeito às diferenças e particularidades, fazendo – o se reconhecer como cidadão participativo e ser integrante da sociedade no qual está inserido, levando a posicionar – se como sujeito autônomo nas tomadas de decisões, utilizando sua criatividade e manifestando sua identidade.
O brinquedo pedagógico é quem auxiliará o professor na mediação da teoria proposta no currículo com o cotidiano da sala de aula, assim através das situações lúdicas que o brinquedo pedagógico possibilitará, das mediações que ocorrerem, serão desenvolvidas as situações de aprendizagem.
O ato de brincar está intrinsicamente ligado a imaginação da criança, despertando seu potencial de modo amplo, desse modo faz-se necessário saber utilizar o potencial pedagógico do brinquedo,
Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem e forma pessoal e independente suas
emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (RCNEI, 1998, p. 29).
ANÁLISE DE DADOS
Iniciamos a entrevista com a professora ‘L’ que atua no berçário, sobre o questionamento de como os brinquedos são utilizados pelos professores em suas práticas docentes, a mesma respondeu que:
Os brinquedos são utilizados como recurso para melhorar a coordenação motora dos bebês, o pegar, o sentir das mãos, a melhorar a firmeza do toque e a desenvolver habilidades motoras. A maioria ainda está aprendendo a brincar, e é nessa fase que eles começam a ter percepção das brincadeiras e começam a mostrar preferência pelos brinquedos. (Professora ‘L).
A professora, de acordo com o estabelecido nas Diretrizes Curriculares, procura instaurar situações que ampliem diversas experiências e incentive a curiosidade, a exploração, e o encantamento (2009, p.28, adaptado).
A professora J, que atua na sala do maternal 1, onde recebem alunos de 2 a 3 anos de idade, disse que:
O brinquedo pedagógico é mais utilizado para melhorar a concentração dos alunos, utilizando desse recurso os alunos desenvolvem várias habilidades motoras, nessa fase a maioria já rompeu o medo dos brinquedos, e todos são aproveitados de todas as formas possíveis. (Professora ‘J’).
Sobre a relevância do uso dos brinquedos para a aprendizagem dos alunos, as professoras do Berçário I e maternal, compactuam da mesma ideia, explicando:
É nessa fase que as crianças têm o primeiro contato com os brinquedos, então nós professores começamos a ensiná-los a brincar, a segurar as peças maiores, estimular a sair do lugar em busca do brinquedo que chama mais a atenção, seja com
cores ou barulhos. Eles geralmente aprendem tudo brincando, é difícil ensinar cores ou fazer com que eles pronunciem palavras sem esse recurso, qualquer estímulo é produzido pelo brinquedo, palavras como: Dá, Meu, Carro, Bola, são geralmente nos momentos de brincadeira em que vemos a maior participação das crianças. (Professoras ‘L’ e ‘J’).
Perguntado se os brinquedos ofertados atendem os critérios de desenvolvimento que o currículo da E.I. estabelece que a criança desenvolva e quais as perspectivas alcançadas com o brinquedo pedagógico, as professoras responderam que não. Ambas levantaram o questionamento que:
Muitos deles não são utilizados, muitas dessas peças são pequenas e nessa idade eles colocam tudo na boca, os brinquedos que mais utilizamos e que vemos a diferença são os que nós professores compramos de acordo com a faixa etária para eles usarem. Os que são fornecidos que eles mais utilizam são os que ficam no pátio, que auxiliam muito no desenvolvimento e na autonomia dos alunos, mas não atendem a todos os critérios. (Professoras “L”, “J”.)
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (2013, p.98) afirmam que o “reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças” deve ser consideradas, além disso, é ressalta a necessidade de interação entre as crianças.
Finalizamos a entrevista perguntando às professoras como elas utilizam das potencialidades dos brinquedos pedagógicos com os alunos, partindo dessa premissa, a professora ‘L’ enfatizou que nessa faixa etária os alunos estão começando aprender a brincar, então geralmente utilizam os brinquedos para estimulá-los a ir e vir, engatinhar, levantar do lugar, etc
Já a professora ‘J’, evidenciou:
Tudo o que a criança reproduz em sala de aula, percebemos que é na hora da
brincadeira, tanto com as peças de lego em que eles brincam sozinhos, como nos brinquedos do pátio, ou os de madeira fornecidos pela Secretaria de Educação, então utilizamos esse conhecimento para estimulá-los nesses momentos de brincadeira, o que acaba resultando em um meio de também avaliá-los.·.
No momento de brincadeira avaliamos o aluno como um ser de direito, em todas as suas particularidades no emocional, social e afetivo, através dessa brincadeira pode-se observar as deficiências do aprendizado do aluno, despertar e inserir novos conhecimentos e realizar as devidas intervenções.
Bruner in Kishimoto (1998) valoriza a brincadeira desde o nascimento da criança como um elemento construtivo de ações sensório-motoras, que respondem pela estruturação dos primeiros conhecimentos construídos a partir do que denomina saber-fazer. Pelo brinquedo, a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas. Brincadeiras com o auxílio do adulto em situações estruturadas, mas que permitam ação motivada e iniciada pelo aprendiz de qualquer idade parecem estratégias adequadas para os que acreditam do potencial do ser humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O brinquedo é um recurso pedagógico que fomenta o aprendizado, ressaltando as habilidades e tornando–as significativas, sendo este uma ferramenta imprescindível para ser utilizada no contextoda Educação Infantil.
Através da entrevista com as referidas professoras, pode-se constatar o potencial dos brinquedos pedagógicos na construção do conhecimento, a necessidade da boa mediação do professor e o cumprimento das normativas dos direitos da criança pelos profissionais.
Todavia, algumas ponderações precisam ser feitas, como a capacitação dos profissionais para que se conscientizem sobre a percepção da importância das particularidades e limitações dos discentes, e que se atentem para as possíveis intervenções, verifica-se a necessidade de aquisição de mais brinquedos pedagógicos que atenda as diferentes faixas etárias e manutenção dos mesmos.
Finaliza evidenciando a importância da compreensão por parte do educador, do elo e entre o brincar, aprender e desenvolver, patenteando que as atividades lúdicas não são meras brincadeiras, mas sim um forte instrumento compacto no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
REFERÊNCIAS
HORN, Geraldo Balduino; DIEZ, Carmem Lúcia F. Metodologia de Pesquisa. Curitiba: IESDE, 2005. Disponível em http://fapam.web797.kinghost.net/admin/monografiasnupe/arquivos/18072016193403Marian a_Duarte.pdf.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida - Brinquedos e materiais pedagógicos nas escolas infantis. Educ. Pesqui. vol.27 no.2 São Paulo July/Dec. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 97022001000200003&lang=pt.
 	. Diretrizes Curriculares Nacionais Para Educação Infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Organizadora); CERISARA, Ana Beatriz; BROUGÈRE, Gilles; DANTAS, Heloísa; PERROT, Jean; MRECH, Leny Magalhães; AMARAL, Maria Nazaré Camargo de Pacheco, KISHIMOTO, Tizuko Morchida – O Brincar e suas teorias – Editora Pioneira. 1998.
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