Prévia do material em texto
Metodologia do Trabalho Acadêmico - Unidade 1 1 CONHECIMENTO COMUM, CONHECIMENTO TEOLÓGICO E CONHECIMENTO FILOSÓFICO Conhecimento comum: é elaborado a partir das nossas opiniões e daquilo que nossos sentidos captam, não estando sujeito a qualquer tipo de crítica ou verificação. O senso comum não é universal. Ele depende das condições sociais e históricas de cada grupo social. O senso comum não se preocupa em teorizar ou apresentar provas que o ratifiquem. Pode-se dizer que o senso comum não pretende ensinar nada; ele apenas quer persuadir. O conhecimento comum pode ser: Valorativo e sensível → baseado em crenças, valores, emoções e hábitos; Reflexivo, não conclusivo → Não pode ser feito como verdadeiro nem representa formulações gerais; Assistemático → Visa à repetição de experiências, mas não à sistematização de ideias que não interessa a validá-las; Verificável e qualitativo → Limita-se aos acontecimentos do cotidiano, ao que se percebe no dia a dia, codificando objetos como grandes ou pequenos, doces ou azedos, pesados ou leves, novos ou velhos, belos ou feios; Falível e inexato → Conforme-se com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Não permite formular hipóteses; Superficial → Conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas (“porque vi”, “porque senti”, “porque eles”, “porque todo mundo diz”). Conhecimento teológico: A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações entre o homem e o divino. A teologia não pretende ser uma ciência objetiva. Apresenta-se como um saber existencial. Os teólogos estudam as manifestações religiosas a partir da própria fé, ou seja, considerando a sua própria religião como parâmetro para entender as outras. Ao estudar a religião à qual pertence ou ao estudar outras religiões, ele deve, portanto, assumir-se como crente e como alguém que tem fé na criação do mundo por um ser superior, ser esse que possui atributos divinos. Conhecimento filosófico: a filosofia nascente buscou diferenciar-se dos mitos teogônicos e cosmogônicos que lhe forneceu dada origem por meio da racionalidade e da busca de respostas, provas e previsões. O estudo filosófico, pelo trabalho da lógica, tem por objetivo a ampliação dos limites de compreensão da realidade, bem como o estabelecimento de uma concepção geral do universo. Especulativo, utiliza-se de experiências, e não de experimentações. A filosofia é uma área de conhecimento que se ocupa em “não aceitar como óbvios e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido”. A distância entre o que se crê e o que efetivamente acontece é abre espaço para a crítica e para a descoberta, o que se define aqui como atitude filosófica. A filosofia oferece a possibilidade de nos distanciarmos da avaliação subjetiva dos objetos. Pensar sobre o pensamento significa não apenas estar disposto a conhecer o mundo, mas também a si mesmo. A atitude filosófica nos permite compreender melhor como pensamos e formulamos opiniões a respeito das coisas, como construímos o conhecimento, como agimos a partir desse conhecimento. Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos a respeito das formas pelas quais construímos nossa visão de mundo. O conhecimento filosófico pode ser: Valorativo → O ponto de partida são hipóteses que não podem ser aplicadas à observação. O conhecimento emerge da experiência, e não da experimentação; Não verificável → As hipóteses filosóficas anunciadas não podem ser confirmadas nem refutadas, mas são logicamente correlacionadas; Sistemático → Suas hipóteses e enunciadas visam à representação consistente da realidade científica, na tentativa de apreendê-la integralmente; Infalível e exato → Seus postulados e hipóteses não são submetidos ao teste da experimentação. Há um esforço da razão pura, com a finalidade de questionar os problemas humanos e discernir entre o certo e o errado. A filosofia emprega o método racional, em que prevalece a coerência lógica. 2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO, PESQUISA TEÓRICA E PESQUISA EMPÍRICA A ciência se desenvolveu a partir de perguntas feitas pelos homens em relação ao que os cercava.O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –, pode chegar às leis gerais que os regem.Os cientistas não julgam por valores nem os tomam por crença, mas os assumem simplesmente como fatos a serem fundamentados, explicados. O conhecimento científico requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. De acordo com Santos (2008, p. 17), o conhecimento científico que temos hoje é herdeiro da Revolução Científica dos séculos XVII e XVIII, a qual produziu uma racionalidade que defendeu ser “mais científicas” como ciências naturais, comparativamente às sociais e humanas , e que buscou distinguir-se do senso comum. O conhecimento científico resulta da observação e da experiência empírica, que ocorre posteriormente à seleção de fatos por meio da dedução e do esforço teórico. Tende-se a quantificar, pressupondo-se que a mensuração pode ser uma garantia de certeza. O rigor científico exige precisão e, portanto, “o que não é quantificável é cientificamente irrelevante”. O conhecimento científico pode ser: Real → Lida com fatos concretos, com ocorrências; Contingente → Proposições ou hipóteses são validadas ou falsas pela experiência, e não simplesmente pela razão; Sistemático → Segue uma ordem precedida por ideias concebidas em teorias; Verificável → Procure, a partir de uma situação-problema, de uma dúvida, trabalhar com hipóteses, as quais poderão se mostrar verdadeiras ou falsas; Falível → É um produto inacabado, não definitivo, absoluto ou final; Aproximadamente exato → Aceitam reformulações interpretativas e teóricas. As ciências formais são aquelas que lidam com dados não concretos, com abstrações particulares, teoremas e argumentos dispensam experimentos. Já as chamadas factuais buscam lidar com situações reais, baseadas em fatos. As ciências factuais naturais são aquelas relacionadas à astronomia, à biologia, à física, à geologia e à química. As ciências factuais humanas preocupam-se, em sentido mais amplo, com considerações e atividades relacionadas com o homem, como antropologia, direito, economia, história, política, psicologia social e sociologia. A pesquisa teórica, de forma simplificada, tem a intenção de enriquecer teoricamente a ciência; em contrapartida, a pesquisa empírica é aquela que busca um resultado prático. Por isso, as pesquisas teóricas são chamadas de puras, e as empíricas, de aplicadas. Não há pesquisa empírica que dispense uma base teórica. As perguntas que são feitas, e que serão respondidas pelas pesquisas práticas, supõem um referencial teórico que permita a sua formulação. 2.1 Algumas relações entre ciência, filosofia e religião De acordo com Brooke e Numbers (2011), a religião e a ciência não estabeleceram, necessariamente, uma relação excludente do ponto de vista histórico. Mesmo as ideias de Isaac Newton, símbolo da Revolução Científica, ainda traziam as marcas da intersecção da ciência com a religião. Brooke e Numbers (2011) assinalam os efeitos da teoria de Darwin (1809-1882) nos ambientes científicos e religiosos. Afinal, para alguns pensadores cristãos, o darwinismo não se opôs ao cristianismo de maneira radical, já que considerava a possibilidade de uma ancestralidade comum e de um processo de evolução como superação do sofrimento. Os filósofos cristãos também buscaram explicar a existência do mal: se tudo havia sido criado por Deus, puro, perfeito e bondoso, como era possível que o mal existisse? A elaboração de uma resposta a essa questão ficaria a carga de Santo Agostinho, responsávelpor explicar “a ideia de 'homem interior', isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo”. Não é função da ciência da religião determinar uma verdade existente em qualquer religião. Em vez disso, ela busca apenas compreender, a partir da epistemologia e das metodologias consagradas pelo fazer científico, as manifestações religiosas do ponto de vista histórico, social e cultural. A teologia, ao contrário, não tem a intenção de ser ciência. Ela pretende investigar a fé e a revelação, e a partir da perspectiva de quem crê. 3 O PAPEL DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE ATUAL A ciência procura ampliar cada vez mais o conhecimento humano posto a serviço da satisfação de necessidades concretas do homem, tornando-se, por vezes, objeto de desconfiança. Nos dias de hoje, em pleno século XXI, a ciência tem sido alvo de ataques constantes por parte da sociedade. Agora, trata-se de deslegitimar o discurso científico, atribuindo à comunidade científica uma ação predatória e motivada por interesses conspiratórios. Assim, as teorias da evolução natural (do século XIX), o heliocentrismo (construído a partir do século XVI), o aquecimento o global (estudado e acompanhado há décadas por numerosos centros de pesquisa) e as viagens ao espaço (frequentes desde uma década de 1960) vêm sendo negados pelas mídias sociais e por polemistas acompanhados por centenas de milhares de seguidores. Residirá o desafio da ciência de validar e invalidar proposições realmente aceitas, traçando uma linha divisória entre conhecimento e ignorância. 4 A LINGUAGEM E OS PROCEDIMENTOS DO FAZER CIENTÍFICO E ACADÊMICO: A QUESTÃO DA METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO Importância da linguagem e da metodologia no fazer científico e acadêmico. No contexto da ciência, há normas e procedimentos dos quais dependem da legitimidade do conhecimento. A metodologia científica é de fundamental importância na construção do conhecimento. Desenvolver a capacidade de observação e organização de fatos, mas de forma científica, distanciando-se do senso comum. Apresenta-se como condição rigorosa de aprendizado e consolidação do conhecimento. Ao fazer científico, importa não apenas o resultado, mas também o processo utilizado para alcançar esse resultado. Cientistas, pensadores e alunos devem ser capazes de pensar de forma científica e de produzir conhecimento de acordo com métodos científicos. Mais: no caso específico dos alunos, eles também devem estar aptos e habilitados a seguir as normas e os procedimentos do trabalho acadêmico. Evidentemente, como a universidade é o espaço onde se produz e reproduz conhecimento científico, o trabalho acadêmico costuma envolver elementos de investigação científica, ele também tem seus métodos e normas. A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a todas as universidades, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. A metodologia do trabalho acadêmico envolve, então, regras, normas e procedimentos em relação à linguagem – como o discurso científico deve ser produzido, ou seja, como devem ser revisados os textos e as comunicações referentes à ciência de forma geral – e em relação aos métodos. RESUMO Conhecer é ter noção de algo e começa pela informação sobre determinado assunto ou situação. Pode-se dizer também que o conhecimento se inicia pelo vivenciar, por ter curiosidade. O conhecimento começa a ser obtido a partir da leitura, da convivência com amigos, da escola e dos grupos sociais dos quais fazemos parte. A observação, os sentidos, o raciocínio, a tradição e a família também são fontes de conhecimento. O senso comum é feito a partir de nossas opiniões e daquilo que nossos sentidos captam, e não passa por qualquer tipo de crítica ou verificação. Assim, o senso comum é, essencialmente, um saber prático, que é gerado no fazer e que necessita ser pragmático. Ele serve para que possamos dar sentido e agir diante das situações que nos são apresentadas a todo momento. O senso comum não é universal. Ele depende das condições sociais e históricas de cada grupo social. O senso comum é superficial. É a consciência diante dos objetos da natureza que faz com que ele seja constituído. O senso comum não se preocupa em teorizar ou apresentar provas que o ratifiquem. O conhecimento vulgar – comum ou popular – é aquele que as pessoas adquirem no seu cotidiano, a partir de experiências vivenciadas ou pela simples observação de ocorrências do dia a dia. Por não ter preocupação com explicações científicas, ou ditas corretas, o senso comum é, na maioria das situações, limitado, incoerente e impreciso. Por sua vez, o conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem e, por instrumento exclusivo, o julgamento. O estudo filosófico, pelo trabalho da lógica, tem por objetivo a ampliação dos limites de compreensão da realidade, bem como o estabelecimento de uma concepção geral do universo. A filosofia é uma área de conhecimento que se ocupa em não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais os aceitará sem antes de tê-los investigado e compreendido. A reflexão filosófica ocorre a partir de dois momentos cruciais. No primeiro, por meio da atitude crítica, rejeitamos o conhecimento do senso comum, aquilo que pensamos saber. Rejeitamos o “eu acho”, “eu penso”, e nos colocamos na posição de quem nada sabe. Em segundo lugar, questionamos-nos a respeito do real significado das coisas e das preferências. Pensar sobre o pensamento significa não apenas estar disposto a conhecer o mundo, mas também a si mesmo. Em outras palavras, a atitude filosófica permite que compreendamos melhor como pensamentos e formulemos opiniões a respeito das coisas, como construímos o conhecimento, como agimos a partir desse conhecimento. Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos a respeito das formas pelas quais construímos nossa visão de mundo. A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações entre o homem e o divino. Em geral, está associado à cristandade, mas pode aplicar-se a qualquer religião. Resultado da fé humana na existência de forças sobrenaturais, considerando criadoras do universo, o conhecimento teológico, ou religioso, surge com as revelações do mistério, do oculto, por alguma manifestação divina, sagrada. Essas revelações são transmitidas por alguém, por uma tradição ou por escritos também tidos como sagrados. Os teólogos partem do pressuposto de que há um ser divino que pode ser treinado por meio das manifestações mentais, religiosas ou sociais que suas representações provocam. O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –, pode chegar às leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e objetos. O conhecimento científico é resultado de treino, e requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. Cada uma dessas atitudes não está dissociada da outra nem ocorre de forma independente, mas não no mesmo instante. Enquanto se observa e se investiga, há também julgamento. Enquanto se exerce o raciocínio, chega-se a conclusões e, a partir delas, à explicação. O conhecimento científico não se apresenta apenas como reprodução do já existente. Procure ir além do que existe. Nesse aspecto, o cientista dialoga com autores, “briga” com teorias, refuta ou aceita ideias tomadas como certas. Historicamente, temos evidências de numerosos contatos entre a filosofia, a teologia, a religião e a ciência. Afinal, aquilo que é caracterizado como pensamento teológico em determinado período histórico pode ser considerado científico em tempos posteriores,e vice-versa. Enquanto houver seres humanos buscando dar sentido ao mundo e às coisas, teremos áreas de convergência entre as diversas formas de compreender a realidade e compreender o significado ao que vemos e vivemos. Entendemos ser uma ciência fornecida por conhecimentos sobre um objeto passível de estudo e expressamente por linguagem própria, precisa. As conclusões a que chega, além de totalmente independentes de julgamento de valor, devem ser passíveis de verificação para posterior explicação ou teorização. Quanto ao cientista, este se utiliza de fatos para produzir conhecimento, cuja elaboração dá origem a teorias que devem ser novamente submetidas à realidade para conferir sua validade. A ciência ocupa-se de determinados ou objetos possíveis de serem investigados ou compreendidos por meio da razão ou da experiência. A pesquisa teórica, de forma simplificada, tem a intenção de enriquecer teoricamente a ciência; em contrapartida, a pesquisa empírica é aquela que busca um resultado prático. Por isso, as pesquisas teóricas são chamadas de puras, e as empíricas, de aplicadas. Há muita controvérsia a respeito da importância de cada uma dessas modalidades de pesquisa. Há quem defenda que, por serem escassas, as palavras para pesquisa devem priorizar estudos empíricos/práticos. Segundo esta corrente, as pesquisas teóricas, por não apresentarem resultados práticos imediatos, são de pouca serventia, especialmente no caso de economias em desenvolvimento que sofrem com problemas graves de miséria, fome e epidemias. No entanto, é importante lembrar que, muitas vezes, pesquisas teóricas acabaram por resultar em aplicações práticas extremamente úteis. Além disso, o desenvolvimento da ciência depende da reflexão teórica. Também há conflito entre os cientistas sociais que pretendem que as ciências sociais e humanas tenham como base os mesmos procedimentos e métodos das ciências naturais e os cientistas que defendem para as ciências sociais uma metodologia própria, que prescinda do empirismo e da evidência empírica. Há uma distância imensa entre o que a ciência se propõe a fazer e o que as pessoas entendem por ciência, tanto em termos de objetivos quanto em termos de resultados. No contexto da ciência, há normas e procedimentos dos quais dependem da legitimidade do conhecimento. Embora narrativas místicas e religiosas possam inspirar os cientistas (e talvez ainda sirvam para explicar características que não somos capazes de entender), o campo da ciência é, atualmente, o terreno da lógica e da comprovação. Isso não invalida o fato de, historicamente, identificarmos diferentes percepções do significado de conhecimento e dos procedimentos tomados como adequados para atingir esse conhecimento. Em outras palavras, se o significado de conhecimento se transformou ao longo do tempo, nada mais razoável que imaginar que os procedimentos para a produção desse conhecimento também tenham sido modificados no decorrer da história. É consensual na comunidade científica que a dedução e a indução são as principais formas de apreensão da realidade e do mundo que nos cerca. No entanto, ambos os processos, a dedução e a indução, têm as suas limitações. De maneira simples, o trabalho acadêmico é aquele que é realizado no âmbito da academia, ou seja, da universidade. O trabalho acadêmico costuma envolver elementos da investigação científica. Descrevendo, relacionando e analisando variáveis de sua área específica de conhecimento, o aluno está fazendo ciência no âmbito da academia. Por isso, em razão da ciência ser produzida a partir de determinados métodos e normas, o trabalho acadêmico também tem seus métodos e normas. A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a todas as universidades, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Há particularidades, evidentemente, mas elas não impedem que um trabalho acadêmico seja reconhecido como tal na Austrália ou no Brasil. Unidade 2 5 METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA 5.1 Algumas questões metodológicas e de procedimentos básicos do trabalho acadêmico É necessário que o aluno pesquisador seja curioso e faça perguntas para criar um diálogo com os autores consultados, concordando ou discordando do que se expõe. 5.2 Instrumento de trabalho acadêmico A letra na escrita- ABNT Resumo- texto que parte de outros textos, paráfrase. Relação autor-texto-leitor. Etapas de um resumo: Introdução; Objetivo; Articulação das ideias (fundamentos teóricos); Materiais e métodos (procedimentos); Resultados/discussão; Conclusão. Fichamento- sistematiza e resume, levantamento e arquivamento de informações. Apoio às atividades estudantis. Resenha- produção de textos críticos. Dados da Obra; Dados do autor da resenha; Conclusões e resumos. Seminário- Apresentação de um trabalho sob a forma verbal individual ou em grupo. Recursos audiovisuais- ajudam a reter, ordenar e esquematizar dados e informações. Ex: Tabelas, Gráficos, etc. 6 A INTERTEXTUALIDADE NO TEXTO ACADÊMICO E AS PRINCIPAIS NORMAS DA ABNT Intertextualidade pode acontecer de duas formas: Citações diretas; Citações indiretas - resumos a partir das ideias de um autor. ABNT- formatação da página (definição das margens esquerda, direita, superior e inferior); • tamanho e fonte da letra; • espaçamento entre linhas e entre parágrafos; • uso de papéis e negrito/itálico em títulos, subtítulos, frascos e subseções; • inserção de gráficos/tabelas/figuras (no caso, títulos e fontes); • identificação de referências visuais, audiovisuais e textuais; • inserção de citações diretas e indiretas, com ou sem autor(es) inserido(s) Citações Indiretas- feitas a partir do texto de outro autor. Resumem as principais ideias desse autor, ou sobre alguma ideia exposta pelo autor. Citações Diretas- seleção de trechos do texto dos autores que estamos lendo e analisando. Temos citações diretas até três linhas e com mais de três linhas. *As publicações utilizadas para compor nosso texto deverão ser referenciadas ano final. 7 REFERÊNCIAS É o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual. Auxiliam o entendimento do autor e do leitor tanto na elaboração quanto na decodificação das fontes e na qualidade do seu trabalho. Também devem estar nas normas da ABNT. A estrutura básica da entrada bibliográfica é (autor, dados). Há variação no uso de sublinhado/itálico/negrito e aspas em função do tipo de material que será referenciado (se um livro, um capítulo de livro, um documento disponível apenas em formato eletrônico etc.). *As normas Vancouver, em geral empregadas em trabalhos na área da saúde, fazem uso de outras regras, diferentes da ABNT. De maneira bastante simplificada, as maiores diferenças entre as normas Vancouver e as da ABNT dizem respeito ao modo de referenciar autores e fontes. 8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES 8.1 Sites de apoio para pesquisa bibliográfica Domínio Público; Memorial da América Latina; Universidade de São Paulo (USP); Banco Mundial; Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade); Fundo Monetário Internacional (FMI); Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE); Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); Organização Internacional do Trabalho (OIT); Museu de Arte de São Paulo (Masp); Pinacoteca do Estado de São Paulo; Portal Gov.br; Portal do Governo do Estado de São Paulo; Prefeitura de Palmas, Tocantins; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO); Google; Instagram; UOL. 8.2 A importância das normas de citação e de referência Um texto sem referências não é considerado acadêmico, dada sua necessidade de construção coletiva. Fazer uso de ideias ou de textos de outras pessoas sem referenciar o autor é uma prática ilícitano meio acadêmico. É considerado plágio: ● Utilizar ideias ou palavras de autores sem fazer uma referência obrigatória. ● Utilizar ideias de outros buscando disfarçar a cópia com a troca de algumas palavras. ● Reutilizar textos já escritos, “reciclando” trechos ou bibliografia já usada. Resumo Nesta unidade, apresentamos algumas questões fundamentais sobre normas e procedimentos usuais na pesquisa acadêmica. Assim, procuramos familiarizar o aluno com as normas em geral, e com as da ABNT em particular, apontando sua razão de ser e sua aplicabilidade. Também foram apresentadas algumas normas de Vancouver para referência. A intenção foi ressaltar que as normas não devem ser incluídas nas considerações de criatividade. Pelo contrário: com suas regras, podem contribuir para a construção do conhecimento pessoal e coletivo. Para auxiliar o aluno, demos alguns exemplos de citações diretas e indiretas, com e sem autor inserido. No caso de transferências diretas, exemplificamos como que têm menos de três linhas e como que têm mais de três linhas. Vimos, por fim, algumas restrições webgráficas de pesquisa, agrupadas em função da demanda