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Metodologia do Trabalho Acadêmico - Unidade 1
1 CONHECIMENTO COMUM, CONHECIMENTO TEOLÓGICO E CONHECIMENTO
FILOSÓFICO
Conhecimento comum: é elaborado a partir das nossas opiniões e daquilo que
nossos sentidos captam, não estando sujeito a qualquer tipo de crítica ou
verificação. O senso comum não é universal. Ele depende das condições sociais e
históricas de cada grupo social. O senso comum não se preocupa em teorizar ou
apresentar provas que o ratifiquem. Pode-se dizer que o senso comum não pretende
ensinar nada; ele apenas quer persuadir. O conhecimento comum pode ser:
Valorativo e sensível → baseado em crenças, valores, emoções e hábitos; Reflexivo,
não conclusivo → Não pode ser feito como verdadeiro nem representa formulações
gerais; Assistemático → Visa à repetição de experiências, mas não à sistematização
de ideias que não interessa a validá-las; Verificável e qualitativo → Limita-se aos
acontecimentos do cotidiano, ao que se percebe no dia a dia, codificando objetos
como grandes ou pequenos, doces ou azedos, pesados ou leves, novos ou velhos,
belos ou feios; Falível e inexato → Conforme-se com a aparência e com o que se
ouviu dizer a respeito do objeto. Não permite formular hipóteses; Superficial →
Conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente
estando junto das coisas (“porque vi”, “porque senti”, “porque eles”, “porque todo
mundo diz”).
Conhecimento teológico: A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos
do divino e das relações entre o homem e o divino. A teologia não pretende ser uma
ciência objetiva. Apresenta-se como um saber existencial. Os teólogos estudam as
manifestações religiosas a partir da própria fé, ou seja, considerando a sua própria
religião como parâmetro para entender as outras. Ao estudar a religião à qual
pertence ou ao estudar outras religiões, ele deve, portanto, assumir-se como crente
e como alguém que tem fé na criação do mundo por um ser superior, ser esse que
possui atributos divinos.
Conhecimento filosófico: a filosofia nascente buscou diferenciar-se dos mitos
teogônicos e cosmogônicos que lhe forneceu dada origem por meio da racionalidade
e da busca de respostas, provas e previsões. O estudo filosófico, pelo trabalho da
lógica, tem por objetivo a ampliação dos limites de compreensão da realidade, bem
como o estabelecimento de uma concepção geral do universo. Especulativo,
utiliza-se de experiências, e não de experimentações. A filosofia é uma área de
conhecimento que se ocupa em “não aceitar como óbvios e evidentes as coisas, as
ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa existência
cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido”. A
distância entre o que se crê e o que efetivamente acontece é abre espaço para a
crítica e para a descoberta, o que se define aqui como atitude filosófica. A filosofia
oferece a possibilidade de nos distanciarmos da avaliação subjetiva dos objetos.
Pensar sobre o pensamento significa não apenas estar disposto a conhecer o
mundo, mas também a si mesmo. A atitude filosófica nos permite compreender
melhor como pensamos e formulamos opiniões a respeito das coisas, como
construímos o conhecimento, como agimos a partir desse conhecimento.
Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos a respeito das
formas pelas quais construímos nossa visão de mundo. O conhecimento filosófico
pode ser: Valorativo → O ponto de partida são hipóteses que não podem ser
aplicadas à observação. O conhecimento emerge da experiência, e não da
experimentação; Não verificável → As hipóteses filosóficas anunciadas não podem
ser confirmadas nem refutadas, mas são logicamente correlacionadas; Sistemático
→ Suas hipóteses e enunciadas visam à representação consistente da realidade
científica, na tentativa de apreendê-la integralmente; Infalível e exato → Seus
postulados e hipóteses não são submetidos ao teste da experimentação. Há um
esforço da razão pura, com a finalidade de questionar os problemas humanos e
discernir entre o certo e o errado. A filosofia emprega o método racional, em que
prevalece a coerência lógica.
2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO, PESQUISA TEÓRICA E PESQUISA EMPÍRICA
A ciência se desenvolveu a partir de perguntas feitas pelos homens em relação ao
que os cercava.O conhecimento científico resulta de investigação metódica e
sistemática da realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas
para as causas dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises –
enfim, de métodos –, pode chegar às leis gerais que os regem.Os cientistas não
julgam por valores nem os tomam por crença, mas os assumem simplesmente como
fatos a serem fundamentados, explicados. O conhecimento científico requer
abstração, observação, investigação, sistematização de ideias, interpretação,
raciocínio e explicação. De acordo com Santos (2008, p. 17), o conhecimento
científico que temos hoje é herdeiro da Revolução Científica dos séculos XVII e
XVIII, a qual produziu uma racionalidade que defendeu ser “mais científicas” como
ciências naturais, comparativamente às sociais e humanas , e que buscou
distinguir-se do senso comum. O conhecimento científico resulta da observação e da
experiência empírica, que ocorre posteriormente à seleção de fatos por meio da
dedução e do esforço teórico. Tende-se a quantificar, pressupondo-se que a
mensuração pode ser uma garantia de certeza. O rigor científico exige precisão e,
portanto, “o que não é quantificável é cientificamente irrelevante”.
O conhecimento científico pode ser: Real → Lida com fatos concretos, com
ocorrências; Contingente → Proposições ou hipóteses são validadas ou falsas pela
experiência, e não simplesmente pela razão; Sistemático → Segue uma ordem
precedida por ideias concebidas em teorias; Verificável → Procure, a partir de uma
situação-problema, de uma dúvida, trabalhar com hipóteses, as quais poderão se
mostrar verdadeiras ou falsas; Falível → É um produto inacabado, não definitivo,
absoluto ou final; Aproximadamente exato → Aceitam reformulações interpretativas
e teóricas.
As ciências formais são aquelas que lidam com dados não concretos, com
abstrações particulares, teoremas e argumentos dispensam experimentos. Já as
chamadas factuais buscam lidar com situações reais, baseadas em fatos. As
ciências factuais naturais são aquelas relacionadas à astronomia, à biologia, à física,
à geologia e à química. As ciências factuais humanas preocupam-se, em sentido
mais amplo, com considerações e atividades relacionadas com o homem, como
antropologia, direito, economia, história, política, psicologia social e sociologia.
A pesquisa teórica, de forma simplificada, tem a intenção de enriquecer
teoricamente a ciência; em contrapartida, a pesquisa empírica é aquela que busca
um resultado prático. Por isso, as pesquisas teóricas são chamadas de puras, e as
empíricas, de aplicadas. Não há pesquisa empírica que dispense uma base teórica.
As perguntas que são feitas, e que serão respondidas pelas pesquisas práticas,
supõem um referencial teórico que permita a sua formulação.
2.1 Algumas relações entre ciência, filosofia e religião
De acordo com Brooke e Numbers (2011), a religião e a ciência não estabeleceram,
necessariamente, uma relação excludente do ponto de vista histórico. Mesmo as
ideias de Isaac Newton, símbolo da Revolução Científica, ainda traziam as marcas
da intersecção da ciência com a religião. Brooke e Numbers (2011) assinalam os
efeitos da teoria de Darwin (1809-1882) nos ambientes científicos e religiosos.
Afinal, para alguns pensadores cristãos, o darwinismo não se opôs ao cristianismo
de maneira radical, já que considerava a possibilidade de uma ancestralidade
comum e de um processo de evolução como superação do sofrimento.
Os filósofos cristãos também buscaram explicar a existência do mal: se tudo havia
sido criado por Deus, puro, perfeito e bondoso, como era possível que o mal
existisse? A elaboração de uma resposta a essa questão ficaria a carga de Santo
Agostinho, responsávelpor explicar “a ideia de 'homem interior', isto é, da
consciência moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável pela
existência do mal no mundo”.
Não é função da ciência da religião determinar uma verdade existente em qualquer
religião. Em vez disso, ela busca apenas compreender, a partir da epistemologia e
das metodologias consagradas pelo fazer científico, as manifestações religiosas do
ponto de vista histórico, social e cultural. A teologia, ao contrário, não tem a intenção
de ser ciência. Ela pretende investigar a fé e a revelação, e a partir da perspectiva
de quem crê.
3 O PAPEL DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE ATUAL
A ciência procura ampliar cada vez mais o conhecimento humano posto a serviço da
satisfação de necessidades concretas do homem, tornando-se, por vezes, objeto de
desconfiança. Nos dias de hoje, em pleno século XXI, a ciência tem sido alvo de
ataques constantes por parte da sociedade. Agora, trata-se de deslegitimar o
discurso científico, atribuindo à comunidade científica uma ação predatória e
motivada por interesses conspiratórios. Assim, as teorias da evolução natural (do
século XIX), o heliocentrismo (construído a partir do século XVI), o aquecimento o
global (estudado e acompanhado há décadas por numerosos centros de pesquisa) e
as viagens ao espaço (frequentes desde uma década de 1960) vêm sendo negados
pelas mídias sociais e por polemistas acompanhados por centenas de milhares de
seguidores. Residirá o desafio da ciência de validar e invalidar proposições
realmente aceitas, traçando uma linha divisória entre conhecimento e ignorância.
4 A LINGUAGEM E OS PROCEDIMENTOS DO FAZER CIENTÍFICO E
ACADÊMICO: A QUESTÃO DA METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO
Importância da linguagem e da metodologia no fazer científico e acadêmico. No
contexto da ciência, há normas e procedimentos dos quais dependem da
legitimidade do conhecimento.
A metodologia científica é de fundamental importância na construção do
conhecimento. Desenvolver a capacidade de observação e organização de fatos,
mas de forma científica, distanciando-se do senso comum. Apresenta-se como
condição rigorosa de aprendizado e consolidação do conhecimento.
Ao fazer científico, importa não apenas o resultado, mas também o processo
utilizado para alcançar esse resultado.
Cientistas, pensadores e alunos devem ser capazes de pensar de forma científica e
de produzir conhecimento de acordo com métodos científicos. Mais: no caso
específico dos alunos, eles também devem estar aptos e habilitados a seguir as
normas e os procedimentos do trabalho acadêmico. Evidentemente, como a
universidade é o espaço onde se produz e reproduz conhecimento científico, o
trabalho acadêmico costuma envolver elementos de investigação científica, ele
também tem seus métodos e normas.
A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a
todas as universidades, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. A metodologia do
trabalho acadêmico envolve, então, regras, normas e procedimentos em relação à
linguagem – como o discurso científico deve ser produzido, ou seja, como devem ser
revisados os textos e as comunicações referentes à ciência de forma geral – e em
relação aos métodos.
RESUMO
Conhecer é ter noção de algo e começa pela informação sobre determinado assunto
ou situação. Pode-se dizer também que o conhecimento se inicia pelo vivenciar, por
ter curiosidade. O conhecimento começa a ser obtido a partir da leitura, da
convivência com amigos, da escola e dos grupos sociais dos quais fazemos parte. A
observação, os sentidos, o raciocínio, a tradição e a família também são fontes de
conhecimento.
O senso comum é feito a partir de nossas opiniões e daquilo que nossos sentidos
captam, e não passa por qualquer tipo de crítica ou verificação. Assim, o senso
comum é, essencialmente, um saber prático, que é gerado no fazer e que necessita
ser pragmático. Ele serve para que possamos dar sentido e agir diante das
situações que nos são apresentadas a todo momento. O senso comum não é
universal. Ele depende das condições sociais e históricas de cada grupo social. O
senso comum é superficial. É a consciência diante dos objetos da natureza que faz
com que ele seja constituído.
O senso comum não se preocupa em teorizar ou apresentar provas que o ratifiquem.
O conhecimento vulgar – comum ou popular – é aquele que as pessoas adquirem no
seu cotidiano, a partir de experiências vivenciadas ou pela simples observação de
ocorrências do dia a dia. Por não ter preocupação com explicações científicas, ou
ditas corretas, o senso comum é, na maioria das situações, limitado, incoerente e
impreciso.
Por sua vez, o conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do
homem e, por instrumento exclusivo, o julgamento. O estudo filosófico, pelo trabalho
da lógica, tem por objetivo a ampliação dos limites de compreensão da realidade,
bem como o estabelecimento de uma concepção geral do universo. A filosofia é uma
área de conhecimento que se ocupa em não aceitar como óbvias e evidentes as
coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos de nossa
existência cotidiana; jamais os aceitará sem antes de tê-los investigado e
compreendido. A reflexão filosófica ocorre a partir de dois momentos cruciais. No
primeiro, por meio da atitude crítica, rejeitamos o conhecimento do senso comum,
aquilo que pensamos saber. Rejeitamos o “eu acho”, “eu penso”, e nos colocamos
na posição de quem nada sabe. Em segundo lugar, questionamos-nos a respeito do
real significado das coisas e das preferências.
Pensar sobre o pensamento significa não apenas estar disposto a conhecer o
mundo, mas também a si mesmo. Em outras palavras, a atitude filosófica permite
que compreendamos melhor como pensamentos e formulemos opiniões a respeito
das coisas, como construímos o conhecimento, como agimos a partir desse
conhecimento. Tornamo-nos melhores porque nos interrogamos e nos questionamos
a respeito das formas pelas quais construímos nossa visão de mundo.
A teologia é o estudo da natureza do divino, dos atributos do divino e das relações
entre o homem e o divino. Em geral, está associado à cristandade, mas pode
aplicar-se a qualquer religião. Resultado da fé humana na existência de forças
sobrenaturais, considerando criadoras do universo, o conhecimento teológico, ou
religioso, surge com as revelações do mistério, do oculto, por alguma manifestação
divina, sagrada. Essas revelações são transmitidas por alguém, por uma tradição ou
por escritos também tidos como sagrados. Os teólogos partem do pressuposto de
que há um ser divino que pode ser treinado por meio das manifestações mentais,
religiosas ou sociais que suas representações provocam.
O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da
realidade. Utilizando-se do intelecto, o homem procura respostas para as causas
dos fatos; a partir de classificações, comparações e análises – enfim, de métodos –,
pode chegar às leis gerais que os regem. O processo de investigação, descoberta e
expansão do conhecimento faz do ser humano sujeito ativo em relação a fatos e
objetos.
O conhecimento científico é resultado de treino, e requer abstração, observação,
investigação, sistematização de ideias, interpretação, raciocínio e explicação. Cada
uma dessas atitudes não está dissociada da outra nem ocorre de forma
independente, mas não no mesmo instante. Enquanto se observa e se investiga, há
também julgamento. Enquanto se exerce o raciocínio, chega-se a conclusões e, a
partir delas, à explicação. O conhecimento científico não se apresenta apenas como
reprodução do já existente. Procure ir além do que existe. Nesse aspecto, o cientista
dialoga com autores, “briga” com teorias, refuta ou aceita ideias tomadas como
certas.
Historicamente, temos evidências de numerosos contatos entre a filosofia, a
teologia, a religião e a ciência. Afinal, aquilo que é caracterizado como pensamento
teológico em determinado período histórico pode ser considerado científico em
tempos posteriores,e vice-versa. Enquanto houver seres humanos buscando dar
sentido ao mundo e às coisas, teremos áreas de convergência entre as diversas
formas de compreender a realidade e compreender o significado ao que vemos e
vivemos.
Entendemos ser uma ciência fornecida por conhecimentos sobre um objeto passível
de estudo e expressamente por linguagem própria, precisa. As conclusões a que
chega, além de totalmente independentes de julgamento de valor, devem ser
passíveis de verificação para posterior explicação ou teorização. Quanto ao
cientista, este se utiliza de fatos para produzir conhecimento, cuja elaboração dá
origem a teorias que devem ser novamente submetidas à realidade para conferir sua
validade. A ciência ocupa-se de determinados ou objetos possíveis de serem
investigados ou compreendidos por meio da razão ou da experiência.
A pesquisa teórica, de forma simplificada, tem a intenção de enriquecer
teoricamente a ciência; em contrapartida, a pesquisa empírica é aquela que busca
um resultado prático. Por isso, as pesquisas teóricas são chamadas de puras, e as
empíricas, de aplicadas. Há muita controvérsia a respeito da importância de cada
uma dessas modalidades de pesquisa. Há quem defenda que, por serem escassas,
as palavras para pesquisa devem priorizar estudos empíricos/práticos. Segundo esta
corrente, as pesquisas teóricas, por não apresentarem resultados práticos imediatos,
são de pouca serventia, especialmente no caso de economias em desenvolvimento
que sofrem com problemas graves de miséria, fome e epidemias. No entanto, é
importante lembrar que, muitas vezes, pesquisas teóricas acabaram por resultar em
aplicações práticas extremamente úteis. Além disso, o desenvolvimento da ciência
depende da reflexão teórica.
Também há conflito entre os cientistas sociais que pretendem que as ciências
sociais e humanas tenham como base os mesmos procedimentos e métodos das
ciências naturais e os cientistas que defendem para as ciências sociais uma
metodologia própria, que prescinda do empirismo e da evidência empírica.
Há uma distância imensa entre o que a ciência se propõe a fazer e o que as
pessoas entendem por ciência, tanto em termos de objetivos quanto em termos de
resultados. No contexto da ciência, há normas e procedimentos dos quais
dependem da legitimidade do conhecimento. Embora narrativas místicas e religiosas
possam inspirar os cientistas (e talvez ainda sirvam para explicar características que
não somos capazes de entender), o campo da ciência é, atualmente, o terreno da
lógica e da comprovação. Isso não invalida o fato de, historicamente, identificarmos
diferentes percepções do significado de conhecimento e dos procedimentos
tomados como adequados para atingir esse conhecimento. Em outras palavras, se o
significado de conhecimento se transformou ao longo do tempo, nada mais razoável
que imaginar que os procedimentos para a produção desse conhecimento também
tenham sido modificados no decorrer da história.
É consensual na comunidade científica que a dedução e a indução são as principais
formas de apreensão da realidade e do mundo que nos cerca. No entanto, ambos os
processos, a dedução e a indução, têm as suas limitações.
De maneira simples, o trabalho acadêmico é aquele que é realizado no âmbito da
academia, ou seja, da universidade. O trabalho acadêmico costuma envolver
elementos da investigação científica. Descrevendo, relacionando e analisando
variáveis de sua área específica de conhecimento, o aluno está fazendo ciência no
âmbito da academia. Por isso, em razão da ciência ser produzida a partir de
determinados métodos e normas, o trabalho acadêmico também tem seus métodos
e normas.
A metodologia do trabalho acadêmico envolve regras e normas que são comuns a
todas as universidades, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Há
particularidades, evidentemente, mas elas não impedem que um trabalho acadêmico
seja reconhecido como tal na Austrália ou no Brasil.
Unidade 2
5 METODOLOGIA: A LINGUAGEM DA PESQUISA
5.1 Algumas questões metodológicas e de procedimentos básicos do trabalho
acadêmico
É necessário que o aluno pesquisador seja curioso e faça perguntas para criar um
diálogo com os autores consultados, concordando ou discordando do que se expõe.
5.2 Instrumento de trabalho acadêmico
A letra na escrita- ABNT
Resumo- texto que parte de outros textos, paráfrase. Relação autor-texto-leitor.
Etapas de um resumo: Introdução; Objetivo; Articulação das ideias (fundamentos
teóricos); Materiais e métodos (procedimentos); Resultados/discussão; Conclusão.
Fichamento- sistematiza e resume, levantamento e arquivamento de informações.
Apoio às atividades estudantis.
Resenha- produção de textos críticos. Dados da Obra; Dados do autor da resenha;
Conclusões e resumos.
Seminário- Apresentação de um trabalho sob a forma verbal individual ou em grupo.
Recursos audiovisuais- ajudam a reter, ordenar e esquematizar dados e
informações. Ex: Tabelas, Gráficos, etc.
6 A INTERTEXTUALIDADE NO TEXTO ACADÊMICO E AS PRINCIPAIS NORMAS
DA ABNT
Intertextualidade pode acontecer de duas formas: Citações diretas; Citações
indiretas - resumos a partir das ideias de um autor.
ABNT- formatação da página (definição das margens esquerda, direita, superior e
inferior);
• tamanho e fonte da letra;
• espaçamento entre linhas e entre parágrafos;
• uso de papéis e negrito/itálico em títulos, subtítulos, frascos e subseções;
• inserção de gráficos/tabelas/figuras (no caso, títulos e fontes);
• identificação de referências visuais, audiovisuais e textuais;
• inserção de citações diretas e indiretas, com ou sem autor(es) inserido(s)
Citações Indiretas- feitas a partir do texto de outro autor. Resumem as principais
ideias desse autor, ou sobre alguma ideia exposta pelo autor.
Citações Diretas- seleção de trechos do texto dos autores que estamos lendo e
analisando. Temos citações diretas até três linhas e com mais de três linhas.
*As publicações utilizadas para compor nosso texto deverão ser referenciadas ano
final.
7 REFERÊNCIAS
É o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que
permite sua identificação individual. Auxiliam o entendimento do autor e do leitor
tanto na elaboração quanto na decodificação das fontes e na qualidade do seu
trabalho. Também devem estar nas normas da ABNT.
A estrutura básica da entrada bibliográfica é (autor, dados). Há variação no uso de
sublinhado/itálico/negrito e aspas em função do tipo de material que será
referenciado (se um livro, um capítulo de livro, um documento disponível apenas em
formato eletrônico etc.).
*As normas Vancouver, em geral empregadas em trabalhos na área da saúde, fazem
uso de outras regras, diferentes da ABNT. De maneira bastante simplificada, as
maiores diferenças entre as normas Vancouver e as da ABNT dizem respeito ao
modo de referenciar autores e fontes.
8 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
8.1 Sites de apoio para pesquisa bibliográfica
Domínio Público; Memorial da América Latina; Universidade de São Paulo (USP);
Banco Mundial; Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade); Fundo
Monetário Internacional (FMI); Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE);
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO);
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco);
Organização Internacional do Trabalho (OIT); Museu de Arte de São Paulo (Masp);
Pinacoteca do Estado de São Paulo; Portal Gov.br; Portal do Governo do Estado de
São Paulo; Prefeitura de Palmas, Tocantins; Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES); Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea);
Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO); Google; Instagram; UOL.
8.2 A importância das normas de citação e de referência
Um texto sem referências não é considerado acadêmico, dada sua necessidade de
construção coletiva. Fazer uso de ideias ou de textos de outras pessoas sem
referenciar o autor é uma prática ilícitano meio acadêmico.
É considerado plágio:
● Utilizar ideias ou palavras de autores sem fazer uma referência obrigatória.
● Utilizar ideias de outros buscando disfarçar a cópia com a troca de algumas
palavras.
● Reutilizar textos já escritos, “reciclando” trechos ou bibliografia já usada.
Resumo
Nesta unidade, apresentamos algumas questões fundamentais sobre normas e
procedimentos usuais na pesquisa acadêmica. Assim, procuramos familiarizar o
aluno com as normas em geral, e com as da ABNT em particular, apontando sua
razão de ser e sua aplicabilidade. Também foram apresentadas algumas normas de
Vancouver para referência.
A intenção foi ressaltar que as normas não devem ser incluídas nas considerações
de criatividade. Pelo contrário: com suas regras, podem contribuir para a construção
do conhecimento pessoal e coletivo.
Para auxiliar o aluno, demos alguns exemplos de citações diretas e indiretas, com e
sem autor inserido. No caso de transferências diretas, exemplificamos como que têm
menos de três linhas e como que têm mais de três linhas.
Vimos, por fim, algumas restrições webgráficas de pesquisa, agrupadas em função
da demanda

Mais conteúdos dessa disciplina