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Direito Constitucional 
 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site: www.mege.com.br 
E-mail: atendimento@mege.com.br 
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Face: /cursomege 
Instagram: @cursomege 
Material: ResuMege – Direito Constitucional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ResuMege 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
CONCEITO, OBJETO DE CONSTITUIÇÃO E NATUREZA ........................................................... 4 
PERSPECTIVAS DO DIREITO CONSTITUCIONAL ...................................................................... 4 
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................ 5 
ELEMENTOS ........................................................................................................................... 7 
CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES .................................................................................. 7 
PODER CONSTITUINTE ......................................................................................................... 11 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................................................ 14 
DIREITOS SOCIAIS................................................................................................................. 23 
DIREITOS DE NACIONALIDADE............................................................................................. 24 
SISTEMAS DE GOVERNO ...................................................................................................... 32 
FORMA DE ESTADO ............................................................................................................. 33 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO ............................... 35 
PODER LEGISLATIVO ............................................................................................................ 39 
CPI ........................................................................................................................................ 39 
PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................................... 47 
PODER EXECUTIVO............................................................................................................... 54 
PODER JUDICIÁRIO .............................................................................................................. 59 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ......................................................................................... 63 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .............................................................................. 68 
TEMAS FINAIS – APOSTA MEGE DELTA. .............................................................................. 80 
ORDEM SOCIAL – “PULO DO GATO NO EDITAL” ................................................................. 80 
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ................................................ 81 
SEGURANÇA PÚBLICA .......................................................................................................... 83 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
CONCEITO, OBJETO DE CONSTITUIÇÃO E NATUREZA 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público, destacado por ser 
fundamental à organização e funcionamento do Estado. 
• Em sentido material, pode-se conceituar um texto constitucional 
como um conjunto de princípios que expressam concepções 
decorrentes de valores morais, sociais, culturais e históricos, que 
asseguram os direitos dos cidadãos e condicionam o exercício do 
poder. 
• É uma Lei fundamental do Estado, que visa organizar os seus 
elementos constitutivos, como: a formação dos poderes; as formas 
de Estado e de governo; a separação de poderes; as limitações ao 
exercício do poder político. 
No que se refere à NATUREZA, a doutrina traz o sentido científico e o sentido 
normativo. 
 No sentido científico, o direito constitucional é ramo do direito público 
(interno), pois cuida de relações jurídicas que envolvem a figura do Estado. 
No Brasil, país que adota a constituição prolixa, o direito constitucional 
expande-se também às relações privadas. 
 No sentido normativo, os preceitos constitucionais (regras e princípios) 
apresentam características básicas, tais como supremacia constitucional, 
maior abertura semântica, caráter político e transversalidade. 
A transversalidade que traduz o entendimento de que o direito Constitucional que 
está no ápice do sistema jurídico, deve ter um caráter dialógico (dialogar com outras 
ciências) para poder estabelecer as opções dogmáticas para toda a sociedade nacional (tem 
que ter um intertexto aberto). 
 
PERSPECTIVAS DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
Perspectiva sociológica. 
Constituição e sociedade formam uma relação circular, de influência recíproca 
constantemente atualizada pelo constituinte. Desta maneira, tal como a evolução 
cotidiana é capaz de remoldar o Texto Constitucional, também impõe a Lei Maior padrões 
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de comportamento, seja para os particulares em geral, seja com maior razão para os 
agentes públicos e políticos. 
 
Perspectiva política. 
Toda Lei Fundamental é elaborada por um agente político democraticamente eleito 
para tal (tratando-se de Constituição promulgada). 
 
Perspectiva jurídica. 
Competirá ao Poder Judiciário garantir a manutenção da ordem constitucional 
contida nos preceitos da Lei Fundamental = SUPREMACIA CONSTITUCIONAL. 
 
FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
As fontes materiais são a origem e o manancial sociológico do direito 
constitucional, isto é, os elementos fáticos que conduzem à criação de uma Lei 
Fundamental; já as fontes formais são o manancial normativo. 
Para Dirley Cunha, as fontes podem ser imediatas ou mediatas. Imediatas são a 
própria Constituição e os costumes. As mediatas são a jurisprudência constitucional 
(entendimento dado pelos tribunais e a doutrina). 
 
SENTIDOS 
Sociológico (Ferdinand Lassalle) – “O que é uma Constituição” 
Considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto 
é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o 
ordenamento jurídico de determinada sociedade. 
 A constituição seria uma “mera folha de papel”, caso ela não representasse 
o somatório dos fatores reais de poder presentes numa sociedade. 
Faz distinção entre a Constituição: 
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 Real: fruto do reflexo social, bem como, corresponde à própria realidade 
social (prevalência); 
 Jurídica: fruto da racionalidade humana/dever-ser, destoa da realidade. 
Político (Carl Schmitt) – “Teoria da Constituição” 
 É conjunto de normas escritas ou não escritas, que sintetizam, exclusivamente, as 
decisões políticas fundamentais de um povo, tendo em vista que são as normas 
indispensáveis à construção de um modelo de Estado. Para este autor há divisão clara entre 
a constituição e a lei constitucional. 
 Constituição: encontraríamos, exclusivamente, as matérias 
constitucionais, ou seja, organização do Estado, dos Poderes e garantia dos 
Direitos Fundamentais, sempre com o objetivo de limitar a atuação do 
poder. 
 Leis Constitucionais: seriam aqueles assuntos tratados na Constituição, 
mas que materialmente não tinham natureza de norma constitucional. 
Jurídico (Hans Kelsen) – “Teoria Pura do Direito” 
A Constituição é o fundamento de validade de todo ordenamento jurídico estatal. 
Segundo este autor, o guardião da constituição deveria ser o poder judiciário. A 
constituição não retira seu fundamento da sociologia, política ou da história, mas sim do 
próprio Direito. 
A constituição não se situa no mundo do “ser” e sim do “dever ser” (o direito tem 
um caráter prescritivo e não descritivo). 
Para Kelsen, há dois sentidos para a fundamentação da Constituição: 
 Constituição em sentido “lógico-jurídico”: Norma Fundamental Hipotética 
• Fundamental: porque nela que está o fundamento da constituição. 
• Hipotética: porque não é uma norma posta, é apenas pressuposta, 
não é uma norma positivada, é apenas uma pressuposição, como 
se a sociedade fizesse uma pressuposição que essa norma existe 
para fundamentar a constituição. 
 Constituição em sentido “jurídico-positivo: Conjunto de normas jurídicas 
positivadas. Os diplomas normativos devem buscar fundamento de 
validade na Constituição. A Constituição busca fundamento de validade na 
norma hipotética fundamental. 
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ELEMENTOS 
José Afonso da Silva define cinco categorias de elementos das constituições: 
 Elementos orgânicos: são as normas que regulam a estrutura do Estado e 
do Poder. 
 Elementos limitativos: manifestam-se nas normas que compõem o elenco 
dos direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos poderes 
estatais. 
 Elementos socioideológicos: revelam o compromisso da Constituição entre 
o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. 
 Elementos de estabilização constitucional: consubstanciados nas normas 
constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos 
constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições 
democráticas. Constituem o elemento de defesa do Estado e buscam 
garantir a paz social. 
 Elementos formais de aplicabilidade: encontram-se nas normas que 
estabelecem regras de aplicação na Constituição: 
 
CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES 
QUANTO AO CONTEÚDO 
 Material: conjunto de normas escritas ou não, que se limitam a dispor 
sobre organização do Estado, organização dos poderes e direitos e 
garantias fundamentais. 
 Formal: É o conjunto de normas que estão escritas em um documento 
solene denominado de Constituição, independentemente da matéria 
tratada. CRFB/88: Formal. 
QUANTO À FORMA 
 Escrita ou Instrumental: aquelas sistematizadas num único texto, criadas 
por um órgão constituinte. 
 Não escrita ou Costumeira: são baseadas em textos esparsos, 
jurisprudências, costumes (normas consuetudinárias), convenções, atos de 
parlamento entre outros. Ex: Constituição Inglesa. CRFB/88: Escrita. 
QUANTO À ORIGEM 
 Promulgadas: É fruto de uma participação popular muito intensa. 
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 Outorgadas: Não contam com a participação popular no seu processo 
político de elaboração. 
 Cesaristas: imposta por um ditador ou junta militar e submetida a 
posterior aprovação popular. 
 Pactuadas: firmadas por acordo/pacto entre duas forças políticas 
oponentes. CRFB/88: Promulgada, popular, democrática ou votada. 
QUANTO À ESTABILIDADE/MUTABILIDADE/ALTERABILIDADE 
 Imutável, permanente, granítica ou intocável: Não prevê nenhum 
processo de alteração de suas normas. 
 Fixa ou silenciosa: a alteração está condicionada à convocação do próprio 
poder constituinte originário. Constituição Espanhola de 1876. 
 Rígida: admite alteração, porém, somente através de um processo 
legislativo mais solene, especial, e muito mais difícil que o processo 
legislativo de elaboração das leis. 
 Semirrígida ou semiflexível: separa, por categorias, as normas submetidas 
ao processo gravoso e aquelas submetidas ao processo simplificado. 
Constituição de 1824. 
 Flexível: admite alteração pelo mesmo processo legislativo de alteração 
das leis. Constituição Inglesa. 
 Transitoriamente flexíveis: para Bulos, são as suscetíveis de reforma, com 
base no rito das leis comuns, mas apenas por determinado período. 
Ultrapassado este, o documento constitucional passa a ser rígido. CRFB/88: 
Rígida. 
QUANTO À ELABORAÇÃO 
 Dogmáticas: É aquela que, sempre escrita, resulta de uma manifestação 
constituinte ocorrida num determinado e exato momento da história 
política de um país que acolhe. 
 Históricas ou Costumeiras: É aquela sempre não escrita e resulta de uma 
lenta e contínua evolução das tradições e costumes de um povo. CRFB/88: 
Dogmática. 
QUANTO À EXTENSÃO 
 Sintética (concisas, breves, sumárias, sucintas, básicas): somente traz o 
núcleo básico do texto constitucional (concisa). 
 Analítica (prolixa, amplas, extensas, largas, longas, desenvolvidas, 
volumosas, inchadas): Aquela que trata de vários temas de forma 
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minuciosa, definindo, largamente, os fins atribuídos ao Estado. CRFB/88: 
Analítica. 
QUANTO À IDEOLOGIA 
 Ortodoxa ou Simples: resulta da consagração de uma só ideologia. 
 Eclética, Complexa ou Compromissária: É aquela formada por várias ideologias. 
CRFB/88: Eclética. 
QUANTO À ESSÊNCIA/ONTOLOGIA/MODO DE SER – KARL LOENWENSTEIN 
 Normativa (com valor jurídico): Seria aquela perfeitamente adaptada ao 
fato social. 
 Nominalista, nominativas ou nominais (com valor jurídico): É aquela na 
qual o texto constitucional não domina a realidade político-social. Há uma 
boa vontade, desejando-se que o texto concretize-se, mas não há essa 
adequação. 
 Semântica (utilizada apenas para justificar juridicamente o exercício 
autoritário do poder): Não há adequação entre texto e realidade. 
QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO 
 Unitária, codificada, Unitextual ou reduzida: a sistematização das 
matérias apresenta-se num instrumento único e exaustivo de todo o seu 
conteúdo. 
 Variada, não codificadas, legais: encontram-se previstas em textos 
esparsos. CRFB/88: Unitária. 
QUANTO À FINALIDADE/MODELO1 
 Garantia: busca garantir a liberdade e limitar o poder. Volta-se para o 
passado. 
 Balanço: somente descreve e registra a organização política atual, 
estabelecida. A Constituição Soviética adotava este modelo, a cada novo 
estágio rumo a constituição do comunismo, uma nova Constituição era 
promulgada. Volta-se para o presente. 
 Dirigente, plano, diretiva, programática, ideológica-programática,positiva, doutrinal ou prospectiva: além de estruturar e delimitar o poder 
do Estado, tem por objetivo estabelecer um projeto de Estado para o 
futuro. Volta-se para o futuro. CRFB/88: Dirigente. 
 
1 Aqui pode estar uma questão da nossa prova. Diferença entre constituição garantia e dirigente. 
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QUANTO AO SISTEMA 
 Principiológica: Predominam os princípios considerados normas de alto 
grau de abstração e de generalidade para uma boa parte dos 
doutrinadores pátrios. 
 Preceitual: Prevalecem as regras, que para boa parte da doutrina nacional, 
possuem um baixo grau de abstração e um alto grau de determinabilidade. 
CRFB/88: Principiológica. 
 
CONTEÚDO IDEOLÓGICO DAS CONSTITUIÇÕES 
 Constituições Liberais (negativas): não intervenção do Estado → 
absenteísmo estatal, direitos de 1° geração. 
 Constituições Sociais (dirigentes): atuação estatal, consagrando a 
igualdade substancial → atuação positiva do Estado, direitos de 2° geração. 
CRFB/88: Constituição social ou dirigente. 
 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Aplicabilidade: 
• Imediata: Normas de aplicabilidade imediata são aquelas autoexecutáveis. 
São as normas que não dependem de outras para produzir efeitos. 
• Mediata: São normas não autoexecutáveis. Exigem um regramento 
posterior para que possam produzir efeitos sociais. Precisa desse 
arcabouço posterior. 
No nosso ordenamento não existe norma constitucional completamente 
destituída de eficácia. Uma norma pode até não possuir eficácia social, mas possivelmente 
possuirá a chamada eficácia jurídica, que é a aptidão para condicionar o ordenamento 
jurídico. 
 
JOSÉ AFONSO DA SILVA 
→ Eficácia plena (aplicabilidade imediata): desde a promulgação, está apta a 
produzir todos os seus efeitos, não necessitando de regulamentação 
infraconstitucional. 
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→ Eficácia Contida (aplicabilidade imediata): desde a promulgação, está apta 
a produzir todos os seus efeitos, mas poderá ter sua abrangência reduzida 
por norma infraconstitucional. Também chamada de norma de eficácia 
redutível, restringível ou prospectiva. Maria Helena Diniz utiliza a 
nomenclatura “norma com eficácia restringível”. 
→ Eficácia Limitada (aplicabilidade postergada, diferida ou mediata / eficácia 
mínima): desde a sua promulgação, não está apta a produzir todos os seus 
efeitos, tendo em vista que ela necessita de regulamentação 
infraconstitucional. É norma de aplicabilidade indireta, mediata, reduzida 
ou diferida. Maria Helena Diniz utiliza a nomenclatura “norma com eficácia 
relativa complementável”. 
 
As normas de eficácia limitada se dividem em dois grupos: 
• Princípio Institutivo/Organizativo – tem cunho meramente organizacional 
(estrutura). São aquelas que englobam a organização dos poderes e do 
Estado. 
• Princípio Programático – são programas a serem implementados pelo 
Estado, para a consecução de fins sociais (políticas públicas). Ex. art. 3º da 
CF (objetivos fundamentais), direito à saúde, educação... 
PODER CONSTITUINTE 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (PCO) 
O objetivo fundamental é criar um novo Estado, diverso do que vigorava em 
decorrência da manifestação do poder constituinte precedente. 
• Inicial – Inaugura a ordem jurídica e institui o Estado. 
• Poder juridicamente ilimitado - Não sofre limitação imposta por outra 
ordem jurídica. 
• Poder Autônomo – Cabe apenas a ele (PCO) escolher a ideia de direito que 
vai prevalecer dentro de um determinado Estado. 
• Incondicionado – Não está submetido a nenhuma norma formal ou material. 
Abade Sieyès, que era jusnaturalista, destacava outras características do poder 
constituinte originário, quais sejam: 
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• Incondicionado juridicamente pelo direito positivo – O poder constituinte 
originário é incondicionado pelo direito positivo, mas está condicionado 
por algumas normas de direito natural. 
• Poder Permanente – O poder constituinte originário não se esgota no seu 
exercício. Ou seja, mesmo que uma Constituição seja feita, ele não se 
esgota, continuando a existir; fica em estado latente, podendo atuar 
novamente a qualquer momento. 
• Inalienável – porque a titularidade deste poder não pode ser transferida. 
 
Formas de expressão do Poder Constituinte Originário 
→ Outorga: declaração unilateral do agente revolucionário. 
Constituição de 1824, 1937, 1967, EC 1/69. 
→Assembleia Nacional Constituinte ou Convenção: nasce da deliberação da 
representação popular 
Constituição de 1891, 1934, 1946, 1988. 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO, INSTITUÍDO, SECUNDÁRIO OU DE SEGUNDO GRAU 
DERIVADO DECORRENTE 
Responsável pela elaboração da constituição dos estados-membros. 
O poder constituinte decorrente é retirado do texto constitucional, do art.25, CF 
e do art. 11, da ADCT. Além de esses dois dispositivos conferirem aos Estados-membros os 
poderes para elaborar suas próprias Constituições, deles é abstraído o Princípio da 
Simetria. 
 Art. 25, CF - Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios 
desta Constituição. 
 Art. 11, ADCT - Cada Assembleia Legislativa, com poderes 
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo 
de um ano, contado da promulgação da Constituição 
Federal, obedecidos os princípios desta. Parágrafo único. 
Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara 
Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica 
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respectiva, em dois turnos de discussão e votação, 
respeitado o disposto na Constituição Federal e na 
Constituição Estadual. 
 
DERIVADO REFORMADOR 
Reforma da constituição, consagrado no art. 60. Reforma é a via ordinária de 
alteração da constituição. São quatro os tipos de limitações que podem ser impostas ao 
poder reformador: 
→ Limitações temporais – Impedem a alteração da CF durante um determinado 
período de tempo, com o objetivo de lhe assegurar maior estabilidade. 
 Essa limitação temporal ocorreu no Brasil na Constituição de 1824, em que 
seu art.174 proibia qualquer modificação na Constituição durante 4 anos. 
 Dentro dessa ideia de limitação temporal, com relação ao poder 
constituinte R EFORMADOR, não há qualquer limitação temporal na 
CF/88 (nem no art.60, nem em qualquer outro artigo). 
→Limitações Circunstanciais – São limitações que impedem a alteração da 
Constituição em situações especiais. Art. 60, §1º, CF - A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
→ Limitações Formais ou Procedimentais – Há quem chame estas de limitações 
implícitas. Estão relacionadas ao procedimento a ser utilizado para a alteração da 
constituição. 
a) Limitação formal subjetiva = Art. 60, CF - A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais 
da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se,cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
b) Limitação formal objetiva = Art. 60, §2º, CF - A proposta será discutida e 
votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos 
membros. 
→ Limitações Materiais ou substanciais – Cláusulas Pétreas. 
Teorias explicativas das cláusulas pétreas – CUIDADO AQUI DELTA! 
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14 
 Teoria do Pré-Comprometimento (Jon Elster): As Constituições democráticas são 
mecanismos de autovinculação (por isso “pré-comprometimento”) adotados pela 
soberania popular para proteger o povo de suas próprias paixões e fraquezas. 
 Teoria da Democracia Dualista (Bruce Ackerman): Bruce Akerman faz uma distinção 
entre dois tipos de política – política ordinária e extraordinária (por isso democracia 
“dualista”). A política ordinária compreende as deliberações tomadas pelos órgãos 
de representação popular (ex. leis ordinárias, leis complementares, medidas 
provisórias, etc. - medidas tomadas pelos representantes do povo). A política 
extraordinária, por sua vez, reflete as decisões tomadas pelo povo em momentos 
de grande mobilização cívica, em que há uma intensa manifestação da cidadania. 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR 
O art.3 ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após 5 anos, 
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. A revisão só poderia ser feita uma única vez. 
DIFUSO 
Pode ser caracterizado como um poder de fato e se manifesta através das 
mutações constitucionais. Trata-se de processo informal e espontâneo de mudança da 
Constituição. 
SUPRANACIONAL 
Busca sua fonte de validade na cidadania universal, no pluralismo de 
ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em um conceito remodelado de 
soberania. Reorganiza a estrutura de cada um dos estados ou adere ao direito comunitário 
de viés supranacional por excelência, com capacidade, inclusive, para submeter as diversas 
constituições nacionais ao seu poder supremo. 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
DIMENSÕES (OU GERAÇÕES) DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 1ª Geração ou dimensão de Direitos Fundamentais - Direitos relacionados 
ao valor “liberdade”. Esses direitos de liberdade são chamados de Direitos 
Civis (direitos ligados à liberdade religiosa, de manifestação do pensamento, 
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15 
propriedade, etc.) e Políticos (votar, ser votado etc.) = não intervenção do 
Estado. 
 2ª Geração ou Dimensão dos Direitos Fundamentais – Direitos relacionados 
à igualdade. O Estado liberal passa a ser social, dada a necessidade de 
intervenção nas relações particulares e sociais = direitos sociais, econômicos 
e culturais. Exigem uma ação do Estado, uma prestação positiva. São direitos 
essencialmente coletivos. Revolução Industrial, século XIX. 
 3ª Geração ou dimensão dos Direitos Fundamentais – Direitos relacionados 
à fraternidade ou solidariedade. São eles: direito ao desenvolvimento ou 
progresso do Estado e do indivíduo; direito ao meio ambiente, 
autodeterminação dos povos (art.4º, CF), direito de propriedade sobre o 
patrimônio comum da humanidade (ou direito de visita ao patrimônio 
histórico cultural, segundo Perez Luño), direito de comunicação. 
 4ª Geração ou dimensão dos Direitos Fundamentais = Paulo Bonavides fala 
nos seguintes direitos: direito à democracia (nas dimensões formal – 
vontade da maioria – e material – proteção dos direitos da minoria), direito 
à informação OBS: Direito à Paz → Para Paulo Bonavides, o direito à paz é 
considerado um direito de 5ª dimensão, que deve ser buscado pela 
sociedade. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
• Universalidade: Disposição dos direitos fundamentais a todo ser humano, 
com plena observância ao Princípio da Isonomia. 
• Historicidade: Diz respeito ao seu nascimento, modificação e 
desaparecimento no tempo, mercê dos acontecimentos históricos. 
• Irrenunciabilidade, imprescritibilidade e inalienabilidade: Os direitos 
fundamentais são irrenunciáveis, imprescritíveis e inalienáveis porque 
estão ligados a uma característica inata do indivíduo = JUSNATURALISMO. 
• Relatividade ou limitabilidade: Significa que não existem direitos 
fundamentais absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos 
também consagrados na CF. P 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 A eficácia vertical foi desenvolvida para proteger os particulares contra o 
arbítrio do Estado, de modo a dedicar direitos em favor das pessoas 
privadas, limitando os poderes estatais. 
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16 
 A eficácia horizontal trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os 
particulares, tendo na constitucionalização do direito privado a sua 
gênese. 
Teoria da eficácia horizontal indireta (Günter Durig) 
É a teoria adotada majoritariamente pelos alemães, e no Brasil por Gilmar 
Mendes. Expoente é Günter Durig. Os Direitos Fundamentais não entrariam na relação 
entre particulares como direitos subjetivos, para isso eles precisariam da intermediação 
legislativa. Ex. no caso do direito brasileiro; art.57, do CC2. 
Teoria da Eficácia Horizontal Direta 
Hoje, adotam essa teoria Itália, Espanha, Portugal e Brasil. Por ela, os direitos 
fundamentais podem ser aplicados diretamente às relações entre particulares, 
independentemente de artifícios interpretativos. No entanto, esta aplicação não deve 
ocorrer com a mesma intensidade que ocorre na eficácia vertical, em razão da autonomia 
da vontade. 
 
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; 
fundamentais, ou seja, esses direitos fundamentais, consagrados pelo 
ordenamento, têm como finalidade proteger e promover condições de vida digna. Alguns 
direitos fundamentais decorrem diretamente da dignidade da pessoa humana (derivações 
de 1º grau), como o direito de liberdade. Há aqueles que são derivações de 2º grau, como 
férias para os trabalhadores (direito social). 
 “Fórmula do Objeto”: Essa fórmula do objeto está relacionada à 
concepção filosófica de Kant, segundo a qual, a dignidade é violada 
quando o ser humano é tratado como um meio e não como um fim em si 
mesmo (há violação quando ocorre uma “coisificação do indivíduo”). Ex. 
ADPF 54 - Um dos argumentos levantados por aqueles que eram 
 
2 Art. 57, CC - A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada 
pela Lei nº 11.127, de 2005) 
 
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17 
contrários ao aborto no caso da anencefalia era a possibilidade de doação 
de órgãos do feto. Marco Aurélio disse que isso era uma “coisificação” da 
mãe, que estaria sendo obrigada a gerarum feto só para que, 
posteriormente, lhe fossem aproveitados os órgãos para doação. No 
Tribunal Alemão, em algumas decisões, eles acrescentam a essa fórmula 
do objeto uma outra expressão, chamada de “expressão de desprezo”, 
segundo a qual, a dignidade é violada quando o ser humano é tratado 
como um objeto, como um meio, e este tratamento é fruto de uma 
expressão de desprezo por aquele ser humano. 
 
 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE 
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes... 
 VIDA 
O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em 
pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. 
• A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada 
pela própria gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não 
é crime. É preciso conferir interpretação conforme a Constituição aos 
arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de aborto – para 
excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação 
efetivada no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola 
diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da 
proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/11/2016 (Info 
849). Essa decisão não possui efeito erga omnes, aplica-se unicamente 
para o caso em tela. 
 
 PRIVACIDADE 
O direito à privacidade (gênero) engloba quatro espécies fundamentais de 
direitos: direito à intimidade, direito à vida privada, direito à imagem e direito à honra, 
sendo assegurada a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação 
(art. 5º, X). 
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• Recentemente, o STF deu seu posicionamento sobre o tema, e, pelo 
julgamento da ADI 4275, reconheceu aos transgêneros a possibilidade de 
alteração de registro civil sem mudança de sexo. O Supremo Tribunal 
Federal (STF) entendeu ser possível a alteração de nome e gênero no 
assento de registro civil mesmo sem a realização de procedimento 
cirúrgico de redesignação de sexo. 
Restrições legítimas ao direito à imagem 
Câmeras de segurança, radares eletrônicos, acontecimentos de interesse público 
(passeata). Deve-se sempre analisar se há justa causa ou não para a exibição da imagem 
(proporcionalidade). Se há justa causa (interesse público, por exemplo), a restrição é 
legítima, não havendo, assim, violação ao direito à imagem. 
Alguns casos que o STF entendeu haver “justa causa”: GRAVAÇÃO CLANDESTINA 
= 
ATENÇÃO DELTA – SERVE PARA PENAL TAMBÉM! 
• Gravação feita pelo réu no processo penal para sua defesa: Prevalece o 
direito à liberdade e ampla defesa do réu sobre o direito à privacidade. 
• Gravação feita em legítima defesa: Gravação feita contra sequestrador, 
chantagista, estelionatário etc. 
• Gravação feita contra agente público: Fundamento nos princípios da 
Administração (publicidade e moralidade). 
• Gravação feita para documentar conversas e serem utilizadas 
futuramente como prova (direito de defesa): Para impedir de o sujeito 
negar o que tinha afirmado. 
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições 
financeiras? 
 POLÍCIA: NÃO. É necessária autorização judicial. 
 MP: NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011). 
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de 
contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o 
patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 
5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015). 
 TCU: NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012). 
Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias 
de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 
26/5/2015). 
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19 
 RECEITA FEDERAL: SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das 
informações dos bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de 
sigilo bancário". 
 FISCO ESTADUAL, DISTRITAL, MUNICIPAL: SIM, desde que regulamentem, no âmbito 
de suas esferas de competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao 
Decreto Federal 3.724/2001. 
 CPI: SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001). 
Prevalece que CPI municipal não pode. 
 
→ QUEBRA DE SIGILO DE COMUNICAÇÕES 
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses 
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal; 
Trata este inciso da quebra do sigilo de correspondência, da quebra de sigilo de 
dados e da interceptação de comunicações telefônicas. 
 Vale lembrar que a CF prevê, expressamente, a possibilidade de violação 
de correspondências quando da ocorrência de Estado de Defesa ou Estado 
de Sítio. Art. 136, §1º, I, b – estados de legalidade extraordinária. 
 Sigilo de dados: A inviolabilidade dos dados constantes de arquivos 
pessoais ou privados (“não transmitidos” ao contrário dos “transmitidos” 
– constantes no art. 5º XII), deverá ser assegurada apenas quando estiver 
em jogo uma invasão indevida na privacidade - art. 5º X. Dados que estão 
em um computador de uma empresa, por exemplo, estão sujeitos a serem 
‘violados’, isto porque não há direito à privacidade, não há intimidade aqui 
a ser protegida. 
Interceptação de comunicações telefônica: Também é passível de violação em 
estados de exceção, assim como correspondência e comunicação telegráfica. É o único que 
recebeu tratamento especial da CF no art. 5º, o qual estabeleceu três requisitos para ser 
violada em estados de normalidade: 
• 1 Ordem judicial 
• 2 Na forma da lei (Lei 9.296/96) 
• 3 Fim de investigação criminal ou instrução processual penal. 
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20 
A prova obtida com interceptação telefônica (para fins penais) pode ser usada em 
PAD contra os mesmos acusados no processo penal ou até mesmo contra outros servidores 
(prova emprestada) INQ (QO-QO) 2424/RJ. 
STF: Interceptação é uma matéria que obedece à chamada cláusula de reserva de 
jurisdição. Ou seja, cabe somente ao poder judiciário determinar a interceptação. Assim, é 
defeso ao MP e às CPI’s determinarem a interceptação em conversa telefônica. 
 Inviolabilidade do domicílio 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial. 
Domicílio é a projeção territorial da privacidade, abrangendo não só residência, 
como também consultórios, escritórios, quartos de hotel habitados, estabelecimentos 
comerciais e industriais, entre outros aposentos. Exceção das partes abertas ao público. 
Vale dizer que violar domicílio significa adentrar ou permanecerna casa sem o 
consentimento do dono. 
 A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo 
em período noturno, quando amparada em fundadas razoes, devidamente 
justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre 
situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil 
e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados. STF. 
Plenário. RE 603616/RO, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 
(repercussão geral). 
 Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza 
o ingresso sem mandado judicial ou consentimento do morador. O 
ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso 
de flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas 
razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da 
residência. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo 
agente, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via pública, para 
averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em 
seu domicílio, sem o seu consentimento e sem determinação judicial. STJ. 
6ª Turma. REsp 1.574.681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 
20/4/2017 (Info 606). 
Escritório vazio e busca e apreensão realizada à noite por ordem judicial, é possível? 
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21 
 No Inquérito 2.424/RJ, o STF considerou válida a instalação de escuta 
ambiental por policiais, no escritório de advocacia de um advogado 
suspeito da prática de crimes. A colocação das escutas ocorreu no período 
da noite por determinação judicial. O STF afirmou que a CF/88, no seu art. 
5º, X e XI, garante a inviolabilidade da intimidade e do domicílio dos 
cidadãos, sendo equiparados a domicílio, para fins dessa inviolabilidade, os 
escritórios de advocacia, locais não abertos ao público, e onde se exerce 
profissão (art. 150, § 4º, III, do CP). No entanto, apesar disso, entendeu-se 
que tal inviolabilidade pode ser afastada quando o próprio advogado seja 
suspeito da prática de crime concebido e consumado, sobretudo no 
âmbito do seu escritório, sob pretexto de exercício da profissão. Neste 
caso, os interesses e valores jurídicos, inviolabilidade do domicílio, que não 
tem caráter absoluto, deve ser ponderada e conciliada com o direito de 
puir, à luz da proporcionalidade. Assim, apesar de ser possível a 
equiparação legal da oficina de trabalho com o domicílio, julgou-se ser 
possível a instalação da escuta, por ordem judicial, no período da noite, 
principalmente porque durante esse período o escritório fica vazio, não 
sendo, portanto, possível sua equiparação neste caso a domicílio, que 
pressupõe a presença de pessoas que o habitem. Em suma, o STF decidiu 
que essa prova foi válida. STF. Plenário. Inq 2424, Rel. Min. Cezar Peluso, 
julgado em 26/11/2008. 
 
ISONOMIA OU IGUALDADE 
 Igualdade Formal, civil, jurídica ou “igualdade perante a lei”: consiste no 
tratamento isonômico conferido a todos os seres de uma mesma categoria 
essencial. Igualdade não é tratar a todos indistintamente. Mesmo no seu 
aspecto formal a igualdade requer um tratamento isonômico de todos que 
se encontrem numa mesma categoria essencial. 
 Igualdade Material, real, fática ou igualdade perante os bens da vida: é 
aquela que tem por fim a igualização dos desiguais por meio da concessão 
de direitos sociais substanciais. A redução das desigualdades no plano 
fático exige um tratamento jurídico desigual. 
 
Principais julgados sobre o tema 
• É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos 
públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no 
âmbito da administração pública direta e indireta. STF. Plenário. ADC 
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22 
41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) 
(Info 868). 
• É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de 
heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana 
e garantidos o contraditório e a ampla defesa. STF. Plenário. ADC 41/DF, 
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) (Info 
868). 
• É constitucional a vedação para que ocupantes da carreira policial 
exerçam advocacia. STF. Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 12/02/2014. 
LIBERDADE 
• Liberdade negativa/ liberdade civil/ liberdade de agir ou liberdade dos 
modernos: ausência de constrangimento/impedimento pelo Estado. Está 
dentro da esfera da liberdade de agir do indivíduo. 
• Liberdade positiva/ liberdade política/ liberdade de querer/ liberdade 
dos antigos: política no sentido de fazer escolhas, é a liberdade de querer 
ou liberdade dos antigos. É a situação na qual um sujeito tem a 
possibilidade de orientar o seu próprio querer no sentido de uma 
finalidade sem ser determinado pelo querer dos outros. 
Autodeterminação, autonomia da vontade. 
 
Principais julgados sobre o tema 
 Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização 
prévia do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de 
seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não 
sendo compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. 
STF. Plenário. ADI 4815, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/06/2015. 
 É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida 
no art. 254 do ECA. "Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, 
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua 
classificação. [...] O Estado não pode determinar que os programas 
somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma 
imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar 
censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários adequados. 
A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória). STF. 
Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 
837). 
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 [...] críticas de um líder religioso a outras religiões não configura o crime de 
racismo. Para haver o crime, é indispensável que fique demonstrado o 
especial fim de supressão ou redução da dignidade do diferente, 
elemento que confere sentido à discriminação que atua como verbo 
núcleo do tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 29/11/2016 (Info 849). 
 A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e 
seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que 
assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível, a depender do caso 
concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 
20, §2º, da Lei nº 7.716/81) por ter proferido discursos de ódio público 
contra outras denominações religiosas e seus seguidores. STF. 2ª Turma. 
RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 6/3/2018 (Info 893). Atenção. Compare com RHC 134682/BA, 
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849). 
 
DIREITOS SOCIAIS 
Documentos marcantes: Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de 
Weimar, na Alemanha, de 1919, e no Brasil a Constituição de 1934. 
 Os direitos sociais de 2° geração/dimensão, apresentam-se como 
prestaçõespositivas a serem implementadas pelo Estado Social de Direito 
e, tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e social 
na busca de melhores e adequadas condições de vida, estando, ainda, 
consagrados como fundamentos da República Federativa do Brasil – art.1, 
IV CF. 
 Enquanto direitos fundamentais, os direitos sociais têm aplicação imediata 
e podem ser implementados, no de omissão, pelas técnicas de controle, 
quais sejam, Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) e 
Mandando de Injunção (MI). 
 DICA DO CURSO MEGE – Ler Arts. 6º ao 11 da CF na íntegra. 
 Sigamos Delta!! 
 
MÍNIMO EXISTENCIAL X RESERVA DO POSSÍVEL 
• O mínimo existencial refere-se ao básico da vida humana e é um direito 
fundamental e essencial, previsto na Constituição Federal. Sendo assim, 
sua obtenção independe da existência de lei, pois é considerado inerente 
aos seres humanos. Sem o mínimo existencial, não é possível que um 
indivíduo possa ter uma vida digna, pois o princípio tem o objetivo de 
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garantir condições mínimas para isso. Tais direitos abrangem os direitos 
socioeconômicos e culturais, como o direito ao trabalho, ao salário 
mínimo, a educação, lazer, entre outros. 
• No entanto, com o crescimento expressivo dos direitos fundamentais, a 
escassez de recursos estatais também aumentou com a mesma 
velocidade. Assim, a reserva do possível tem origem: ele limita a efetivação 
dos direitos fundamentais prestacionais, como os direitos sociais. 
Portanto, nas ocasiões em que o Estado se defronta com um direito 
fundamental que possui respaldo do mínimo existencial, ele indica que os 
recursos que ele tem disponível deverão ser observados. Sendo assim, o 
Estado tem a obrigação de realizar somente aquilo que está dentro de seus 
limites orçamentários. É importante ressaltar que, mesmo na escassez ou 
até na inexistência de recursos, o Estado não se escusa do dever de garantir 
os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal com o objetivo 
de garantir o mínimo de dignidade para a vida humana. 
DIREITOS DE NACIONALIDADE 
É um vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado, ao 
passo que, integrando ao povo, adquirindo direito e obrigações. 
 
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE E CRITÉRIOS PARA A SUA AQUISIÇÃO 
Nacionalidade primária ou originária (involuntária): faz com que o indivíduo seja 
nato de um determinado país – brasileiros natos. É definida pelos seguintes critérios: 
 Critério territorial – art. 12, I, “a”, CF: São brasileiros: I - natos: a) os 
nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país. 
 O primeiro critério para atribuição da nacionalidade é o critério territorial, 
também conhecido como “jus soli”. 
 
• Critério sanguíneo + critério funcional – art. 12, I, “b”, CF: São brasileiros: I 
- natos: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil. 
• Um segundo critério leva em consideração a ascendência do indivíduo, ou 
seja, o critério sanguíneo, ou “jus sanguinis”. Este critério necessitará 
sempre de outro requisito além da ascendência. Esse outro requisito pode 
ser: “jus sanguinis” + critério funcional → é brasileiro nato o filho de pai ou 
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25 
mãe brasileira, quando estes tiverem no exterior a serviço da República 
Federativa do Brasil. 
 
♯ Critério sanguíneo + critério residencial + opção pela nacionalidade 
brasileira // E Critério sanguíneo + registro – art. 12, I, “c”, CF: São 
brasileiros: I - natos: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de 
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
54, de 2007) = “jus sanguinis” + critério residencial + opção pela 
nacionalidade brasileira. 
- “jus sanguinis” + registro na repartição competente (consulado). 
Se os pais não quiserem registrar o filho, a criança não terá a nacionalidade 
brasileira. Se a criança, depois de atingir a maioridade quiser se registrar na repartição 
competente, ou vier a morar no Brasil, poderá fazer a opção pela nacionalidade brasileira. 
Nacionalidade Secundária ou adquirida (voluntária): a pessoa que tem nacionalidade 
secundária é um brasileiro naturalizado. Os brasileiros naturalizados decorrem de: 
 Naturalização tácita ou Grande naturalização – O simples fato de a pessoa 
estar morando naquele país faz com que ela tenha a naturalização 
reconhecida, a não ser que ela, expressamente, declare que não quer 
aquela nacionalidade. Isso é mais comum quando do surgimento dos 
países. As duas primeiras Constituições brasileiras adotaram essa 
modalidade de naturalização. A CF/88 não adotou esse critério. 
 Naturalização expressa – art. 12, II, CF. 
b.1) Naturalização expressa ordinária (art.12, II, a, CF) → no caso de luso 
parlantes, isto é, pessoas originárias de países que falam língua portuguesa, é 
necessário 1 ano de residência ininterrupta no Brasil e idoneidade moral. 
Neste caso, por se tratar de um ato de soberania estatal, não há direito público 
subjetivo à aquisição da nacionalidade, mesmo que preenchidos os requisitos 
previstos na Constituição e na lei. Trata-se, portanto, de um ato discricionário 
do governo brasileiro. b.2) Naturalização expressa extraordinária ou 
quinzenária (art.12, II, b, CF): Nesta hipótese, a própria Constituição também 
estabelece os requisitos, quais sejam, 15 anos de residência ininterrupta no 
país, ausência de condenação penal e opção pela nacionalidade brasileira. 
São brasileiros: II - naturalizados: Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
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26 
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 
1994) = Há um direito subjetivo à aquisição da nacionalidade quando os 
requisitos são cumpridos. 
 
“QUASE-NACIONALIDADE” 
Art. 12, §1º, CF - Aos portugueses com residência permanente no 
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição.(Redação dada pela EC de Revisão nº 
3, de 1994). 
A lei não pode estabelecer diferenças de tratamento entre os brasileiros natos e 
naturalizados. Somente a própria Constituição pode fazer essas diferenças, conforme 
art.12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
O brasileiro nato não pode ser extraditado de forma alguma. O STF entende que é 
um direito absoluto. Já o brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas hipóteses: 
 Prática de crime comum antes da naturalização. 
 Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, na forma da lei, seja o crime anterior ou posterior à naturalização. 
PERDA DA NACIONALIDADE 
a) Pela ação de cancelamentoda naturalização: Art. 12, §4º, CF - Será declarada a 
perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, 
por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
b) Naturalização voluntária: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de 
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de 
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para 
o exercício de direitos civis. 
Tanto para brasileiros natos quanto para naturalizados, se a pessoa 
voluntariamente adquirir a nacionalidade de outro país, ela perde a nacionalidade 
brasileira. 
 
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PROCEDIMENTO DE PERDA DA NACIONALIDADE 
I – Praticar atividade nociva ao interesse nacional 
 A doutrina denomina de “perda-punição”. Se um brasileiro naturalizado 
praticar atividade nociva ao interesse nacional, terá cancelada a sua 
naturalização. Essa perda ocorre por meio de um processo judicial, 
assegurado o contraditório e ampla defesa, que tramita na Justiça Federal 
(art.109, X, CF). A lei não descreve o que seja atividade nociva. Após a 
tramitação do processo, a perda efetiva-se por meio de sentença que deve 
ser transitada em julgado. Os efeitos da sentença serão ex nunc. Essa 
hipótese de perda somente atinge o brasileiro naturalizado. Assim, o 
brasileiro nato não pode perder a sua nacionalidade mesmo que pratique 
atividade nociva ao interesse social. Havendo a perda da nacionalidade por 
este motivo, a sua reaquisição somente poderá ocorrer caso a sentença 
que a decretou seja rescindida por meio de ação rescisória. Desse modo, 
não é permitido que a pessoa que perdeu a nacionalidade por esta 
hipótese torne a obtê-la por meio de novo procedimento de naturalização. 
II – Adquirir outra nacionalidade 
 A doutrina denomina de “perda-mudança”. Se um brasileiro nato ou 
naturalizado, adquirir voluntariamente uma nacionalidade estrangeira 
perderá, então, a brasileira. Essa perda ocorre por meio de um processo 
administrativo, assegurado contraditório e ampla defesa, que tramita no 
Ministério da Justiça. Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se 
por meio de Decreto do Presidente da República. Os efeitos da sentença 
serão ex nunc. Essa hipótese de perda atinge tanto o brasileiro nato como 
o naturalizado. Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a sua 
reaquisição será possível por meio de pedido dirigido ao Presidente da 
República, sendo o processo instruído no Ministério da Justiça. Caso seja 
concedida a reaquisição, esta é feita por meio de Decreto. 
• Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir 
adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade 
brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na 
exceção prevista na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, 
como ele já tinha o green card, não havia necessidade de ter adquirido a 
nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para 
o exercício de direitos civis. O estrangeiro titular de green card já pode 
morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que a 
aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. 
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28 
Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e 
garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos 
EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure 
ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. Info 822STF. 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
POSITIVOS (DIREITO DE SUFRÁGIO) 
São aqueles que atribuem ao indivíduo o direito à participação na vida política do 
Estado. 
Existem três espécies de direitos políticos positivos previstos na CF: 
• Direito de sufrágio: o direito de sufrágio é a essência do direito político. O 
voto é o exercício desse direito e o escrutínio é o modo como esse direito 
se realiza. 
• Alistabilidade: trata-se uma capacidade eleitoral ativa: é o direito de votar. 
No Brasil, o voto possui algumas características, quais sejam: 
• Elegibilidade: a elegibilidade é a capacidade eleitoral passiva, o direito de 
ser votado. No Brasil, a chamada plena cidadania é adquirida aos 35 anos, 
pois é com esta idade mínima que a pessoa poderá concorrer aos cargos 
de Presidente da República, Vice Presidente e Senador. Com 30 anos, a 
pessoa pode ser eleita para Governador e Vice-Governador. Com 21 anos, 
a pessoa pode ser eleita Deputado (federal, estadual, distrital), Prefeito e 
Juiz de Paz. Com 18 anos, tem-se a idade mínima para Vereador. 
 
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
Os direitos políticos negativos são aqueles que impedem ou restringem a 
participação do indivíduo na vida política do Estado. São espécies de direitos políticos 
negativos: 
A) INELEGIBILIDADES: são as circunstâncias que impedem o cidadão do exercício 
total ou parcial da capacidade eleitoral passiva. As inelegibilidades estão previstas tanto na 
CF (art.14 §4 a 8), normas que independem de regulamentação infraconstitucional, já que 
são de eficácia plena e aplicabilidade imediata, como em LC, que poderá estabelecer outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação. As inelegibilidades podem ser 
absolutas ou relativas. 
Julgados sobre INELEGIBILIDADE = IMPORTANTE DELTA! 
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29 
 A causa de inelegibilidade prevista no art. 14, § 7º da CF/88 abrange o 
cunhado/cunhada do chefe do Poder Executivo. STF. Plenário. RE 171061, 
Rel. Min. Francisco Rezek, julgado em 02/03/1994. 
 A vedação ao exercício de três mandatos consecutivos de prefeito pelo 
mesmo núcleo familiar aplica-se também na hipótese em que tenha havido 
a convocação do segundo colocado nas eleições para o exercício de 
mandato-tampão. STF. 2ª Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgado em 23/10/2018 (Info 921). 
 As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da CF, inclusive 
quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares. 
STF. Plenário. RE 843455/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 
7/10/2015 (repercussão geral) (Info 802). 
 
Inelegibilidade relativa em razão de outras hipóteses: segundo o art. 14, §9º, da 
CF, lei complementar pode estabelecer, ainda, outras hipóteses de inelegibilidade, como 
no caso da LC 64/90, alterada recentemente pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10). 
§9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a 
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato 
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça 
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da DIPLOMAÇÃO, 
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, 
corrupção ou fraude. 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo dejustiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de 
manifesta má-fé. 
 O STF declarou a Lei da Ficha Limpa constitucional. 
 Com relação à aplicação da lei da ficha limpa às eleições de 2010, o STF, no 
RE 633.703 entendeu que a sua aplicação às eleições de 2010 violava o 
princípio da anterioridade. Então, a primeira vez que a lei da ficha limpa 
será aplicada é em 2012, conforme art. 16, da CF. 
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b) PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS: art. 15, CF: 
Art. 15, CF - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da 
naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade 
civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a 
todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
→ Cassação é a retirada arbitrária dos direitos políticos. Ela é vedada. 
 
 Nas hipóteses de perda dos direitos políticos, a pessoa tem retirado definitivamente 
os direitos políticos. São os casos de cancelamento de naturalização e recusa de 
cumprir obrigação a todos imposta (entendimento da maioria da doutrina). 
 Já nas hipóteses de suspensão, há uma supressão temporária dos direitos políticos. 
Ela ocorre nos seguintes casos: incapacidade civil absoluta (a pessoa pode deixar de 
ser incapaz), condenação criminal definitiva e improbidade administrativa. 
A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF, 
aplica-se tanto para condenados a penas privativas de liberdade 
como também a penas restritivas de direitos. A suspensão de 
direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal, 
aplica-se no caso de substituição da pena privativa de liberdade 
pela restritiva de direitos. Havendo condenação criminal transitada 
em julgado, a pessoa condenada fica com seus direitos políticos 
suspensos tanto no caso de pena privativa de liberdade como na 
hipótese de substituição por pena restritiva de direitos. STF. 
Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão geral) 
(Info 939). 
 
PARTIDOS POLÍTICOS 
Megeana e Megeano, dada a importância do dispositivo LEIA DUAS VEZES, na 
íntegra! 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos 
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime 
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter 
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31 
nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de 
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - 
prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento 
parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos 
políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer 
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos 
permanentes e provisórios e sobre sua organização e 
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de 
suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração 
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação 
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou 
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina 
e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 97, de 2017) § 2º Os partidos políticos, após adquirirem 
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus 
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Os partidos políticos 
têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao 
rádio e à televisão, na forma da lei. § 3º Somente terão direito a 
recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que 
alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
97, de 2017) I - obtiverem, nas eleições para a CÂMARA DOS 
DEPUTADOS, no mínimo, 3%3 (três por cento) dos votos válidos, 
distribuídos em pelo menos UM TERÇO DAS UNIDADES DA 
FEDERAÇÃO, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos 
válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 97, de 2017) II - tiverem elegido pelo menos 
quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos UM TERÇO 
das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 97, de 2017) § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos 
de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não 
preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado 
o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro 
partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada 
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de 
acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. §6º. Os 
Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados 
Distritais e os Vereados que se desligarem do partido pelo qual 
tenham sido eleitos perderão o mandato, SALVO nos casos de 
 
3 Se liga nessa previsão atual = CAIU DELEGADO SÃO PAULO – VUNESP 2018 / E estamos em ano de eleição. 
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32 
anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa 
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a 
migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo 
partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao 
rádio e à televisão. EMENDA CONSTITUCINOAL 111/2021. 
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no MÍNIMO 5% (cinco por 
cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na 
manutenção de programas de promoção e difusão da participação 
política das mulheres, de acordo com os interesses 
intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 
2022) § 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de 
Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas 
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na 
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, 
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao 
número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada 
conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e 
pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse 
partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022). 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DA REPÚBLICA 
 
FORMA DE GOVERNO 
República: A palavra república (res publica, coisa de todos) traz uma ideia de 
governo da maioria. Existem três características opostas entre a república e a monarquia. 
São elas: 
 1ª - Responsabilidade política dos governantes: O Chefe do Executivo 
responde politicamente, por crimes comuns e por crimes de 
responsabilidade. 
 2ª - Eletividade: Os que ocupam o poder são eleitos para isso. 
 3ª - Temporariedade: Essas pessoas são eleitas para ficar no poder por um 
determinado período. Há alternância de poder. 
 
SISTEMAS DE GOVERNO 
Presidencialismo 
Surgiu com a Constituição Americana de 1787. 
No Brasil, desde 1889, com a Proclamação da República, foi adotado o sistema 
presidencialista. Desde essadata até hoje, houve um único período em que houve uma 
interrupção desse sistema de governo, entre 1961-1963, no qual foi adotado o sistema 
parlamentarista de governo. 
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Características do presidencialismo: 
 
 1ª – A característica fundamental do Presidencialismo (que o diferencia 
dos demais sistemas de governo) é que as figuras do Chefe de Governo e 
do Chefe de Estado estão reunidas em uma só pessoa: o Presidente da 
República. 
 2ª – Outra característica do sistema presidencialista é que, em regra, o 
Presidente é eleito diretamente. Praticamente todas as democracias 
atuais adotam o voto direto para Presidente (lembrar da exceção de 
eleição indireta do §2º do art. 81/CF, que será vista adiante). 
 3ª – Uma terceira característica do presidencialismo é que o mandato tem 
prazo certo de duração. No presidencialismo, quando se elege um 
Presidente, ele é eleito para ficar no cargo durante um determinado 
período. 
 
O Presidente só não irá completar o seu mandato se praticar algum tipo de crime 
– ou comum ou de responsabilidade. Vale ressaltar que o Presidente goza da chamada 
“irresponsabilidade penal relativa”, ou seja, durante o mandato, só responde por crimes 
comuns relacionados ao exercício da função (art. 86, CF). 
 
FORMA DE ESTADO 
Estado Simples ou Unitário = Caracteriza-se pela existência de apenas um centro 
de poder sobre a mesma população e o mesmo território (monismo do poder e 
centralização política). O poder é centralizado, com um órgão central (que detém o poder) 
e que vai ser responsável, se for o caso, por distribuir o poder para outros órgãos. Não 
existe na história um caso de Estado unitário puro. O que existe é Estado Unitário com 
descentralização político-administrativa (modelo adotado na França, Espanha e Portugal). 
Esse Estado é parecido com o Estado federal, pois neles há mais de um centro de poder. 
Porém, no Estado Federal, quem descentraliza o poder é a Constituição, enquanto no 
Estado unitário com descentralização político-administrativa é o poder central que faz essa 
descentralização. Quando se fala em descentralização administrativa, fala-se da 
descentralização para a execução de políticas públicas. Quando se fala em descentralização 
política, fala-se de uma descentralização em relação ao governo (isto é, descentralização 
da responsabilidade pela escolha dos membros do executivo e do legislativo – não é o 
governo central, mas sim a população diretamente interessada de cada região que 
escolherá os seus representantes do povo). Mas a descente ralização política abrange, 
também, uma descentralização legislativa, em que as regiões territoriais (nas quais o 
Estado é dividido) têm capacidade para legislar. 
 
CPF: 860.542.154-18
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Estado Federal = A palavra Federação significa “foedus”, ou seja, aliança, pacto ou 
união. Quando surgiu a federação? Qual o modelo de federação que deu origem aos demais 
modelos? Na maioria dos livros fala-se que foram os EUA, na Constituição de 1787, os 
responsáveis pelo surgimento da Federação. Contudo, segundo Karl Loewenstein (o mesmo 
da classificação ontológica da Constituição), já nos séculos XIV e XV havia formas de Estado 
Federal, ainda que em países de pouca expressão (ex. cantões suíços e União de Utrecht – 
Países Baixos). 
 
As características da Federação a diferenciam da Confederação: 
Federação: 
 Os Estados são unidos por uma Constituição. 
 Os Estados-membros são dotados, apenas, de autonomia. 
 É vedado aos Estados membros o direito de secessão – eles não têm o 
direito de se separar. Se o Estado resolver se separar do restante do país, 
pode haver uma intervenção federal, conforme art. 34, I, CF (para manter 
a unidade nacional). 
 O Estado é voltado para a realização de atividades internas e externas. 
 Os cidadãos possuem uma única cidadania ou nacionalidade. 
 O Poder Central é dividido em Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
Confederação: 
 Os Estados são unidos, em regra, por um Tratado internacional (por serem 
Estados soberanos, eles se unem através de tratados). 
 Os Estados mantêm a sua soberania. Como consequência dessa diferença, 
há uma terceira característica, que é oposta em relação a essas duas 
formas de estado federal. 
 É permitido o direito de secessão. 
 O Estado Confederado, em regra, fica responsável por assuntos externos. 
O Estado Confederado é criado porque, geralmente, os Estados sozinhos 
são fracos. 
 Os cidadãos possuem as nacionalidades dos Estados aos quais pertencem. 
 O único órgão comum a todos os Estados é o Congresso Confederado 
(Parlamento). Mas, cada Estado tem o seu Executivo e o Judiciário. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO FEDERAL 
Características: 
 Descentralização político-administrativa consagrada na Constituição; 
 Participação das vontades parciais na formação da vontade nacional; 
 Capacidade de auto-organização; 
 Inexistência do direito de secessão; 
CPF: 860.542.154-18
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35 
 Soberania do Estado Federal; 
 STF como guardião da Constituição Federal; 
 Repartição de Receitas. 
 
REQUISITOS PARA A MANUTENÇÃO DA FEDERAÇÃO 
 Rigidez constitucional; 
 Imutabilidade da forma federativa de estado; 
 Controle de Constitucionalidade. 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO 
Art. 18, CF - A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios [NÃO ENTRA NA ORGANIZAÇÃO OS 
TERRITÓRIOS], todos autônomos [não há soberania, mas apenas 
autonomia, pois estes entes são todos limitados pela CF], nos 
termos desta Constituição. Art. 1º, CF - A República Federativa do 
Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito 
e tem como fundamentos: 
 
→ Federalismo quanto à origem ou o surgimento do Estado Federado: 
 
 AGREGAÇÃO: é aquele que surge quando Estados soberanos cedem uma 
parcela de sua soberania para formar um ente único. Há uma agregação 
de Estados que eram soberanos e independentes. Eles se reuniram para se 
formar um ente único, cedendo a soberania dos Estados anteriores para o 
novo Estado. Esses Estados antes soberanos passam a ter autonomia (e 
não mais soberania). Geralmente, um Estado Federado surge a partir de 
um Estado Confederado de uma Confederação. Então, a Confederação 
evolui, tornando-se uma Federação. Quando se tem esse surgimento de 
Estado, há um movimento centrípeto, pois os Estados transferem esse 
poder para um ente central. Então, as Federações por agregação surgem 
por um movimento centrípeto. Os Estados resultantes da extinção de 
Estados Soberanos costumam ser denominados de “Estados perfeitos” ou 
“Estados por associação”, ou “Estados por aglutinação”. Então, por 
exemplo, a Suíça é um Estado por associação, ou aglutinação ou um Estado 
perfeito. 
 SEGREGAÇÃO ou DESAGREGAÇÃO: é aquele que surge com a 
descentralização político-administrativa de um Estado unitário, fixada na 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.36 
Constituição. No Federalismo por segregação, há um movimento inverso 
do Federalismo por agregação. Nele, um Estado unitário descentraliza o 
poder para elaborar leis e para realizar os seus próprios negócios. Essa 
descentralização deve estar fixada na Constituição (pois, pode ser que o 
Estado seja unitário com descentralização político-administrativa – o ente 
central pode descentralizar e, dessa mesma forma, a qualquer momento, 
ele pode revogar aquela descentralização). Então para que haja um 
Federalismo por segregação, essa descentralização político-administrativa 
do Estado Unitário deve vir consagrada na própria Constituição. Nestas 
hipóteses, há um Estado Federado por segregação. Havia um ente único 
que foi dividido em várias esferas parcelares de poder. Há, aqui, então, um 
movimento centrífugo que dá origem ao federalismo. Nesse caso, os 
Estados que surgem através desse movimento centrífugo são chamados de 
“Estados imperfeitos” ou “Estados por dissociação”. Ex. Brasil, Bélgica, 
Áustria. 
 
 
→ FEDERALISMO QUANTO ÀS ESFERAS DE COMPETÊNCIA: 
 
Essa classificação não é abordada em todos os livros. 
Obs.: Existe uma outra classificação que utiliza a mesma denominação, apesar de 
adotar critérios distintos. 
 Federalismo de 2º grau ou típico ou bidimensional ou bipartite: 
caracteriza-se pela existência de duas esferas de competência: a esfera 
central (União) e a esfera regional (Estados-membros). Há duas esferas de 
competências: por isso se fala em bidimensional: o primeiro grau é a União 
e o segundo grau são os Estados. É o federalismo típico, clássico, adotado 
em quase todos os países. Ex. EUA, Alemanha. 
 Federalismo de 3º grau ou atípico ou tridimensional ou tripartite: 
caracteriza-se pela existência de três esferas de competência: a Central, a 
regional e a local. E o DF? O Brasil seria, em razão do DF, um federalismo 
de quarto grau? Não. O Brasil, a despeito de possuir 4 entes federativos, 
continua sendo um federalismo de 3º grau, pois o DF não possui uma 
esfera própria de competências. Ele apenas acumula as competências dos 
Estados e dos municípios, de modo que só existem 3 esferas de 
competências (União, Estados e Municípios). 
UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS – ASPECTOS IMPORTANTES 
a) União: a União Federal, mais os Estados, DF e Municípios compõem a RFB, vale 
dizer o Estado Federal, o Brasil. 
b) Estados: formação de novos Estados 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
 
37 
→ Requisitos gerais para efetivação: 
• Plebiscito: por meio de plebiscito, a população interessada deverá aprovar 
a formação do novo Estado. Não havendo aprovação, nem se passará para 
a próxima fase, na medida em que o plebiscito é condição prévia essencial e 
prejudicial à fase seguinte. 
• Propositura de LC: em sendo favorável o resultado da consulta, será 
proposto projeto de lei perante qualquer Casa do CN. 
• Audiência das Assembleias Legislativas: a Casa perante a qual tenha sido 
apresentado o projeto de LC compete proceder a audiência das respectivas 
assembleias legislativas. 
 
→ Fusão: o art. 18, §3º, da CF, estabelece que os Estados poderão incorporar-se 
entre si, trata-se do instituto da fusão, na medida em que dois ou mais Estados se unem, 
formando um terceiro e novo Estado ou território federal, distinto dos Estados anteriores, 
os quais, por sua vez, perderão a personalidade primitiva. 
Art. 18 § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se 
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar. 
 
→ Cisão: ocorre quando um Estado que já existe subdivide-se, formando dois ou 
mais Estados membros novos, com personalidades distintas ou territórios federais. O 
Estado originário que se subdividiu desaparece, deixando de existir politicamente. 
 
→ Desmembramento: como regra, o Estado originário não desaparece. Existem 
duas modalidades de desmembramento: 
 
 DESMEMBRAMENTO ANEXAÇÃO: a parte desmembrada vai de anexar 
a um Estado que já existe, ampliando o seu território geográfico. Não 
haverá criação de um novo Estado. Tanto o Estado primitivo permanece 
(só que com área e população menores) como o Estado que receberá a 
parte desmembrada continua a existir (só que área e população 
maiores). 
 DESMEMBRAMENTO FORMAÇÃO: a parte desmembrada se 
transformará em um ou mais de um Estado novo ou território federal, 
que não existia. 
 
c) Municípios: formação de novos Municípios, art. 18, §4º, CF: A criação, a 
incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por LEI 
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38 
ESTADUAL, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e 
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 
1996) 
 
Julgados sobre o tema 
 O STF entendeu que o art. 18, §4°, da CF é norma constitucional de eficácia 
limitada (precisa de regulamentação legal para surtir efeitos) e, por isso, 
toda lei estadual que criar Municípios sem a sua existência estará eivada 
de inconstitucionalidade. Trata-se de vicio formal por violação a 
pressupostos objetivos do ato. 
 Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º da CF/88 exige a edição 
de uma Lei Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o 
período no qual os Municípios poderão ser criados, incorporados, fundidos 
ou desmembrados. Como atualmente não existe essa LC, as leis estaduais 
que forem editadas criando novos Municípios serão inconstitucionais por 
violarem a exigência do § 4º do art. 18. STF. Plenário. ADI 4992/RO, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2014 (Info 758). 
 Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é 
necessária a realização de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da 
CF/88. STF. Plenário. ADI 2921/RJ, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2017 (Info 872). 
 A ação proposta com o objetivo de assegurar o pagamento de gratificação 
a policiais civis do Distrito Federal deverá ser proposta contra a União e o 
DF em litisconsórcio passivo, sendo, portanto, julgada pela Justiça Federal. 
Isso porque compete à União organizar e manter (custear) a polícia civil, a 
polícia militar e os bombeiros do DF, possuindo, assim, interesse na 
demanda (art. 21, XIV, da CF/88). STF. 1ª Turma. RE 275438/DF, rel. orig. 
Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 27/05/2014. 
 É inconstitucional lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal 
de celular em presídio, pois tal legislação invade a competência da União 
para legislar sobre telecomunicações, sendo inclusive matéria do 
informativo 833 do STF. 
 Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, 
manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos 
no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, 
§ 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, 
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou 
insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 
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39 
580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854). 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
Ler artigos 34, 35 e 36 da CF/88 – DUAS VEZES. 
 
Sigamos! 
PODER LEGISLATIVO 
Senado Federal: 
Art. 46, da CF - O Senado Federal compõe-se de representantes dos 
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio 
majoritário. §1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão TRÊS 
Senadores, com mandato de oito anos. §2º - A representação de 
cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em 
quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. §3º - Cada 
Senador será eleito com dois suplentes. 
Câmara dos Deputados: 
Art. 45, da CF - A Câmara dos Deputados compõe-se de 
representantes do povo [brasileiros natos e naturalizados], eleitos, 
pelo sistema PROPORCIONAL, em cada Estado, em cada Território 
e no Distrito Federal. § 1º - O número total de Deputados, bem 
como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será 
estabelecido por LEI COMPLEMENTAR, proporcionalmente à 
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior 
às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação 
tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados [8 – 70]. § 2º - 
Cada Território elegerá QUATRO DEPUTADOS. 
 
CPI 
ÂMBITO FEDERAL 
Os requisitos são normas de observância obrigatória pelos Estados e Municípios. 
Os requisitos para a criação de uma CPI estão no art. 58, §3º, da CF = VAI CAIR, QUASE 
CERTEZA! 
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40 
Art. 58, §3º, da CF - As comissões parlamentares de inquérito, que 
terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, 
além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, 
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, 
em CONJUNTO OU SEPARADAMENTE, mediante requerimento de 
UM TERÇO de seus membros, para a apuração de FATO 
DETERMINADO e por PRAZO CERTO, sendo suas conclusões, se for 
o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
Quais são os poderes mais importantes que a CPI possui? 
 Determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de 
dados (informáticos), salvo interceptação telefônica; 
 Convocar particulares e autoridades públicas para depor; 
 Utilizar a Polícia Judiciária para localizar e conduzir, 
coercitivamente testemunhas. 
 
O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual 
seria ouvido? 
SIM NÃO 
O comparecimento do investigado 
perante a CPI para ser ouvido é 
facultativo. Cabe a ele decidir se irá 
ou não comparecer. Se decidir 
comparecer, ele terá direito: a) ao 
silêncio; b) à assistência de 
advogado; c) de não prestar 
compromisso de dizer a verdade; 
d) de não sofrer constrangimentos. 
O comparecimento do 
investigado perante a CPI para ser 
ouvido é compulsório. Ele tem 
que comparecer. No entanto, 
chegando lá, o investigado tem 
direito: a) ao silêncio; b) à 
assistência de advogado; c) de 
não prestar compromisso de dizer 
a verdade; d) de não sofrer 
constrangimentos. 
Caso o investigado não 
compareça, a CPI não pode 
determinar a sua condução 
coercitiva. Aplica-se para as CPIs o 
mesmo entendimento da ADPF 
395/DF. 
Caso o investigado não 
compareça, a CPI poderia 
determinar a sua condução 
coercitiva. 
 
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41 
 Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não 
estava obrigado a comparecer à CPI e dois votos contrários. Em caso de 
empate, prevalece a decisão mais favorável ao paciente. Assim, a 2ª Turma 
do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a 
compulsoriedade de comparecimento em facultatividade e deixar a cargo 
do paciente a decisão de comparecer ou não à Câmara dos Deputados, 
perante a CPI, para ser ouvido na condição de investigado. STF. 2ª Turma. 
HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942). 
Proibições da CPI: 
 Determinar qualquer espécie de prisão, salvo em flagrante; 
 Determinar medidas cautelares de ordem penal ou civil; 
 Autorizar interceptação telefônica; 
 Anular atos do Poder Executivo; 
 Decretar a indisponibilidade de bens. 
De acordo com o STF, as CPIs não poderão conferir publicidade indevida a dados 
sigilosos obtidos no curso das investigações. 
 
ESTADUAL 
Na CF/88 não existe previsão de criação de CPI Estadual. Ela só fala em CPI no 
âmbito do Congresso Nacional. No entanto, a CPI Estadual é admitida sem qualquer dúvida 
ou divergência. Mas, a CPI estadual tem alguns aspectos que a diferenciam da CPI Federal. 
A diretriz geral dessa diferença é o princípio federativo. A CPI Estadual não pode investigar 
atos de interesse exclusivo dos Municípios, nem de interesse da União, nem mesmo de 
interesse de outros Estados. A CPI Estadual deve se ater aos interesses do próprio Estado. 
A jurisprudência faz algumas distinções entre a CPI Federal e a Estadual. As 
questões relacionadas à CPI estadual são decididas pelo STJ. 
 Investigado: Segundo o STJ, as CPIs Estaduais não têm competência para 
investigar autoridades submetidas a foro privilegiado federal. Como a CPI 
tem poder de investigação do parlamento, o parlamento estadual não 
pode investigar uma autoridade que tem prerrogativa de foro perante um 
órgão federal. 
 Requisitos: Os requisitos da CPI Federal são de observância obrigatória 
para a CPI estadual. 
 Poderes da CPI: Um dos poderes da CPI estadual que foi questionado foi a 
quebra de sigilo bancário. Na ação cível originária (STJ, ACO 730), julgada 
pelo STF, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro tinha 
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42 
determinado uma quebra de sigilo bancário. O STF entendeu que é possível 
sim a quebra de sigilo bancário pela CPI Estadual. Nesta decisão, o STF não 
tratou de questões como quebra de sigilo fiscal, telefônico, etc. Mas, esse 
entendimento de sigilo bancário pode ser adotado para os demais sigilos 
(não há razão para não se estender esse entendimento aos outros sigilos, 
lembrando que de deve ser feita a compatibilização com autoridade com 
foro Federal, conforme já visto). 
No julgamento da ACO 730/RS (STF), como questões obter dicta, foram discutidos 
certos pontos sobre a CPI municipal. Foram tiradas as seguintes conclusões: 
 Pode ser criada com base no princípio da simetria; 
 Terá poderes mais restritos do que as outras CPI’s; 
 Impossibilidade de condução coercitiva de testemunha. 
 HC e MS em CPI Municipal = Autoridade coatora é o presidente da CPI. A 
competência para analisar será do Juiz de 1º grau. 
 
ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL 
GARANTIAS DO PODER LEGISLATIVO 
São garantias do Parlamento enquanto instituição. A relevância disso é que essas 
garantias são irrenunciáveis, exatamente porque não são do indivíduo, mas do Poder 
Legislativo. 
 Quando começam essas garantias? Com a posse ou com a diplomação? 
A partir da diplomação. Essas garantias permanecem até o término do mandato. 
 O suplente de senador ou deputado tem estas garantias que o titular 
possui(enquanto não assume)? 
Não. As garantias (imunidades e prerrogativa de foro) não se estendem aos 
suplentes. O suplente não é um parlamentar. 
Art. 53, §8º, da CF - As imunidades de Deputados ou Senadores 
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas 
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, 
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, 
que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
Deputados Federais e Senadores 
CPF: 860.542.154-18
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43 
Foro por prerrogativa de função: de quem é a competência para processar e julgar 
Deputados e Senadores? STF. 
Em que casos há essa prerrogativa de foro? 
Apenas para crimes comuns. E esta competência, que se restringe a crimes 
comuns, inicia-se a partir da diplomação (que ocorre antes da posse) e vai até o fim do 
mandato. Esta é a regra geral. 
A prerrogativa de foro dos Deputados e Senadores está prevista no art. 53, §1º 
(fala da competência do STF), c/c art. 102, I, “b”, CF (fala que é para os casos de crimes 
comuns). 
O que são os crimes comuns? Segundo o STF, a expressão “crimes comuns” 
abrange inclusive os crimes dolosos contra a vida, os delitos eleitorais e as contravenções 
penais (ou seja, inclusive os delitos que possuem previsão expressa na CF). 
Como ficam os inquéritos policiais durante o período em que os investigados 
estão exercendo função de Deputados ou Senadores? CUIDADO AQUI DELTA! 
 STF passou a interpretar de maneira restritiva o foro por prerrogativa de 
função (art. 53, § 1º, CF). Com o novo entendimento, os dispositivos 
concernentes ao foro aplicam-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. (STF. 
Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
03/05/2018). 
 Válido ressaltar que nos casos em que o STF detém competência (durante 
o mandato e no exercício da função), é necessária a autorização do 
Ministro Relator para a instauração de inquérito. 
ASPECTOS IMPORTANTES: 
 Delito cometido antes do exercício da função: conforme o julgado 
indicado, o foro privilegiado aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas, 
o que leva os demais casos para o 1º grau. 
 Delito cometido após encerramento do mandato: será aplicada a sumula 
471 STF: a competência especial por prerrogativa de função não se estende 
ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. 
 Renúncia do Parlamentar para afastar prerrogativa de função: a renúncia 
às vésperas do julgamento constitui fraude processual. O STF determina 
como marco temporal o encerramento da instrução criminal (que se dá 
através do despacho de intimação para apresentação de alegações finais) 
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44 
Imunidade Material, real, substantiva, inviolabilidade ou “FREEDOM OF SPEECH”: essa 
imunidade está no art. 53, caput, da CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela EC nº 
35, de 2001) 
Qual é a natureza jurídica? 
Há divergência na doutrina penalista. Mas, o STF que entende que a natureza 
jurídica dessa imunidade é de causa excludente de tipicidade. 
 Inviolabilidade fora do Congresso: Para que haja inviolabilidade fora do 
Congresso, as palavras e opiniões devem guardar relação com exercício da 
função parlamentar. 
O parlamentar possui inviolabilidade. Ele pode fazer acusações e denúncias 
mesmo que não possua provas. No entanto, como ficam os órgãos de comunicação que 
divulgam essas informações? Como fica o órgão de imprensa? Ela pode ser processada e 
condenada a indenizar? 
O entendimento do STF é que a inviolabilidade se estende à divulgação do fato na 
imprensa (STF, AI 401.600). O órgão que divulga aquela informação acobertada pela 
inviolabilidade também não responde pelas informações. 
 Outra situação que merece atenção está relacionada à pessoa que vai 
prestar depoimento perante a CPI e é ofendida pelo parlamentar. Se a 
pessoa que está prestando depoimento responder ao parlamentar no 
mesmo tom, haverá responsabilidade dessa pessoa? O parlamentar, 
certamente não responde. Já com relação à pessoa que está depondo, O 
STF entende que a resposta (retorsão) imediata contra injúria perpetrada 
por parlamentar também deve ficar imune. No do calor do debate, a 
imunidade estende-se à pessoa. 
Imunidade Formal, processual, adjetiva ou “FREEDOM FROM ARREST”: a Súmula 245, STF 
está relacionada a essa imunidade. A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem 
essa prerrogativa. Desta forma, por exemplo, a prática de furto em concurso com 
parlamentar enseja a prisão em flagrante do coautor/partícipe, mas não do congressista. A 
maioria da doutrina aponta que a Súmula 245 aplica-se somente para a imunidade formal, 
não abarcando a imunidade material, que seria comunicável. 
A Constituição estabelece dois tipos diferentes de imunidade formal para o 
parlamentar: 
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45 
→ Imunidade formal com relação à Prisão (art. 53, §2º, CF): Porém, o STF vem 
admitindo a prisão em casos de condenação definitiva (ou seja, transitada em julgado, vide 
inform. 712), mesmo que não tenha havido a declaração da perda do cargo como efeito 
condenatório. A interpretação foi feita no sentido de considerar a “prisão” indicada no §2° 
do art. 53 como sendo apenas a cautelar (provisória e temporária): Desde a expedição do 
diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante 
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas 
à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001). 
• Segundo o STF, no Informativo 881, julgado em 11/10/2017, cabe ao 
judiciário impor medidas cautelares (art. 319, CPP) em substituição à prisão 
em flagrante por crime inafiançável. Contudo, caso essa medida gere por 
consequência a impossibilidade do Senador ou Deputado exercer seu 
mandato, cabe à respectiva casa deliberar sobre a manutenção ou não de 
tais medidas (caso Aécio Neves). 
 
Muito já foi discutido se bastava a manifestação do STF para a perda do mandato 
ou se cabia exclusivamente à casa decidir. Nesse sendo é necessário explicitar 3 correntes 
principais a respeito do tema já adotadas: 
• 1ª corrente: Independente se houver ou não condenação criminal a 
decisão sobre a perda do mandato cabe à respectiva casa, Câmara dos 
Deputados ou o Senado Federal. (AP 470/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 
julgado em 10 e 13/12/2012) (Info 692). 
• 2ª corrente: havendo condenação pelo STF, com base nos requisitos legais, 
pela perda do mandato, a Câmara ou o Senado deverão apenas cumprir a 
perda decretada. Somente se não houver na condenação a perda do cargo 
cabe às respectivas casas por MAIORIA ABSOLUTA deliberar sobre a 
perda.(AP 470/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 10 e 
13/12/2012) (Info 692). 
• 3ª corrente: Essa é a decisão mais recente, e aqui a condenação depende 
de dois fatores diferentes: 
• A perda do cargo deverá ocorrer se a Condenação foi por 
mais de 120 diasem regime fechado. Nesse caso seria uma 
consequência lógica. Não cabe à Mesa discordar, sua 
responsabilidade é apenas declarar. ( art. 55, III e § 3º da 
CF/88.) 
• Se a condenação for a uma pena em regime aberto ou 
semiaberto não há a condenação automática. Aqui o 
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46 
Plenário da Câmara ou Senado terá que deliberar sobre a 
perda ou não. (1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, 
julgado em 2/5/2017 (Info 863)). 
 
→ Imunidade formal em relação ao Processo: até 2001 vigorava o “princípio da 
improcessabilidade”, de modo que, para que um parlamentar pudesse responder um 
processo perante o STF, a Constituição exigia autorização da respectiva casa. Mas, a partir 
da EC 35/01 foi adotado o “princípio da processabilidade”, razão pela qual, hoje, não é 
necessária autorização do parlamento para que o STF processe e julgue um parlamentar. 
Assim, o PGR faz a denúncia perante o STF e, quando o STF recebe essa denúncia, ele dá 
ciência à respectiva casa do parlamentar sobre o processo. A Casa poderá, através de um 
partido político que tenha representação no Congresso, solicitar a sustação do processo 
perante os parlamentares da Casa. Se a maioria absoluta concordar, pode-se sustar o 
processo. Essa suspensão só pode ocorrer até antes da decisão final. Se for deliberado pela 
suspensão do processo, suspende-se também a prescrição. O objetivo é evitar 
perseguições políticas. 
Deputados Estaduais 
Art. 27, § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados 
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre 
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda 
de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças 
Armadas. 
Segundo entendimento do STF, os deputados estaduais só terão prerrogativa de foro se 
houver previsão na Constituição Estadual. 
 É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na 
imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), 
revoga a prisão preventiva e as medidas cautelares penais que haviam sido 
impostas pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o 
pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. O Poder Legislativo 
estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza 
criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou 
limitação da função parlamentar. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 
MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. 
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939). 
Vereadores 
Imunidade material 
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47 
Art.29 VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, 
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do 
Município; 
Imunidade Formal 
Vereadores não tem imunidade FORMAL. 
 STF: Constituições Estaduais não podem estabelecer imunidade formal 
para vereadores. ADI nº 558/RJ. 
PROCESSO LEGISLATIVO 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO OU COMUM 
FASE DA INICIATIVA 
Quem pode apresentar projeto de lei? Existem várias espécies de iniciativa. 
 Iniciativa Comum ou Geral: É aquela em que a CF não reserva a capacidade 
legislativa a nenhum dos legitimados (ela não reserva iniciativa exclusiva a 
ninguém) (art. 61, caput, da CF): 
 Iniciativa Privativa ou Reservada ou Exclusiva: A Constituição reserva a 
um dos legitimados a proposição legislativa (de leis ordinárias e 
complementares) a respeito de determinadas matérias. Se desrespeitada 
essa iniciativa, haverá inconstitucionalidade formal. 
Iniciativa popular – ATENÇÃO: CAIU DELEGADO PERNAMBUCO 2016 - CEBRASPE 
Art. 61, §2º, da CF – A iniciativa popular pode ser exercida pela 
apresentação à CÂMARA DOS DEPUTADOS de projeto de lei 
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por CINCO ESTADOS, com não menos de 
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
Atenção Delta! 
Em regra, todo projeto de lei inicia a sua tramitação na Câmara dos Deputados. 
Assim, em regra, a Câmara será a casa iniciadora. O Senado, como regra, é a casa revisora. 
Mas, existem duas exceções a essa regra, em que o Senado é a casa iniciadora. 
 São os projetos de Lei Ordinária (LO) ou Lei Complementar (LC) 
apresentados por Senador. 
 Quando alguma comissão do Senado apresentar projeto de lei. 
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48 
Iniciativa popular 
→ A iniciativa popular de PEC não foi prevista expressamente na CF. O que temos 
é sua admissão em razão da interpretação sistemática do art. 1º P.U e do art. 14, III, da CF, 
que não é a posição que prevalece. 
→ Não cabe iniciativa popular em: leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos, resoluções, EC. 
FASE CONSTITUTIVA 
Debate ou discussão: Esses debates ocorrem nos seguintes momentos: 
 1º: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) dá um parecer sobre a 
constitucionalidade do projeto de lei (controle preventivo de 
constitucionalidade sobre um projeto de lei). Analisa-se a regimentalidade, 
legalidade e constitucionalidade do projeto de lei. 
 2º: Após, é feito um debate na comissão temática ou material, relativa ao 
assunto versado no projeto de lei. As comissões temáticas são previstas no 
regimento interno da casa. 
 3º: Após, o projeto é debatido no Plenário da Casa. 
ATENÇÃO DELTA: No Brasil, as comissões temáticas ou materiais podem aprovar projeto 
de lei sem a manifestação do Plenário. Essa possibilidade recebe o nome de “delegação 
interna” ou “delegação imprópria” (é o poder que a Constituição confere às Comissões 
temáticas das Casas Legislativas para aprovar projeto de lei, independente da manifestação 
do Plenário). O Min. Gilmar Mendes dá a essa delegação imprópria o nome de “processo 
legislativo abreviado”. 
O projeto começa na Câmara ou no Senado? 
 Câmara dos Deputados - Casa iniciadora: projetos enviados pelo 
Presidente da República, STF, Tribunais Superiores, Deputados ou de 
Comissões da Câmara, PGR, iniciativa popular. Aqui a Casa Revisora será o 
SF. 
 Senado Federal – Casa Iniciadora: Senadores ou Comissões do Senado. 
Aqui a Casa revisora será a CD. 
3° Fase 
Votação ou aprovação 
 Se for projeto de LO = maioria simples = art. 47, da CF; 
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49 
 Se for projeto de LC = maioria absoluta = art. 69, da CF. 
Isso ocorre em ambas as Casas Legislativas. Essa fase é a essência da Democracia. 
4° Fase – Sanção ou veto. 
O Presidente apresenta projetos de lei e sanciona ou veta o projeto de lei. Isso 
acontece por causa do sistema de freios e contrapesos. Sanção é a concordância do Chefe 
do Executivo com os termos do projeto. O prazo do Presidente para sancionar o projeto de 
lei é de até 15 dias úteis. Existem duas espécies de sanção: 
• Sanção expressa – É aquela exarada em até 15 dias úteis: o Presidente, 
expressamente, concorda com o projeto de lei; 
• Sanção tácita – O Presidente deixa transcorrer o prazo de 15 dias úteis sem 
se manifestar. 
O veto é a discordância/contrariedade do Chefe do Executivo com os termos do 
projeto de lei. Se o Presidente discordado projeto, ele veta o projeto de lei. 
ATENÇÃO! NÃO EXISTE VETO TÁCITO. 
Todo veto deve ser expresso em até 15 dias úteis. 
Veto quanto ao conteúdo: 
 Veto Jurídico – Se o Presidente entende que o projeto de lei ofende a 
Constituição, ele veta o projeto em razão da inconstitucionalidade. Esse 
veto jurídico é uma forma de controle preventivo de constitucionalidade. 
 Veto Político – O projeto é constitucional, mas o Presidente entende que 
ele não é oportuno ou conveniente naquele momento histórico. O 
Presidente entende que não há interesse público no projeto. 
FASE COMPLEMENTAR 
 5° Fase - Promulgação: promulga-se “lei” (não é mais “projeto”, e sim “lei” 
– por isso alguns falam que essa fase é apenas complementar). Não existe 
promulgação de projeto. 
 É o ato do executivo que atesta a existência da lei. Com a promulgação, o 
Presidente diz à sociedade que a ordem jurídica foi inovada. 
6° Fase – Publicação 
É o ato que marca a obrigatoriedade da lei. Com ela, a lei passa a ser vigente e 
válida. Ninguém pode alegar o desconhecimento da lei após a publicação. 
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50 
 
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO 
É aquele em que o Presidente da República solicita urgência nos projetos de lei de 
sua iniciativa. Se o Presidente apresentou o pedido de urgência, esse projeto deve ser 
votado pela Câmara dos Deputados em até 45 dias. Se ele for rejeitado vai ao arquivo. Se 
for aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, que também tem 45 dias para deliberar. 
 
PROCESSOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS 
Resolução 
É uma espécie normativa que tem por objetivo regular matéria de competência 
privativa da Câmara dos Deputados (art. 51, da CF) ou do Senado Federal (art. 52, da CF). 
Decreto Legislativo 
É uma das espécies normativas do art. 59 e trata-se de um instrumento normativo 
através do qual são materializadas as competências EXCLUSIVAS do Congresso Nacional, 
previstas nos incisos I a XVII do art. 49 da CF. As regras do seu procedimento estão previstas 
nos Regimentos Internos das casas ou do Congresso. Deflagrado o processo legislativo, 
ocorrerá a discussão no CN, e havendo aprovação do projeto por maioria simples (art. 47 
CF), passa-se imediatamente à promulgação, realizada pelo Presidente do SF, que 
determinará a sua publicação. Não existe manifestação do Presidente da República, 
sancionando ou vetando, pela própria natureza do ato, pois, versa sobre matéria de 
competência do CN. 
Emenda à Constituição ou Votação da PEC 
Iniciativa ou Proposição/Capacidade Legislativa/Competência Legiferante 
Enquanto no processo legislativo ordinário apenas 1 Deputado ou 1 Senador, 
sozinho, pode apresentar projetos de lei, na emenda isso não é possível. Os legitimados 
para iniciar o processo legislativo especial são: 1/3 dos Deputados (171 Deputados, no 
mínimo, precisam subscrever uma PEC) ou 1/3 dos Senadores (27 Senadores, no mínimo). 
Daí nota-se que é muito mais difícil apresentar uma PEC. 
Se os deputados fazem a proposta, a votação da PEC começa na Câmara; se os 
Senadores apresentam a proposta, a votação começa no Senado. 
 Presidente da República. Se o PR apresenta a PEC, a votação começa 
na Câmara. 
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51 
 Mais da METADE DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS (14 Assembleias) 
das unidades da federação. Isso nunca ocorreu no Brasil. Se ocorrer 
esse caso, a tramitação começa no Senado, pois o Senado é a casa que 
representa dos Estados. 
Debate ou discussão/Votação ou aprovação 
O debate ou discussão se faz em dois turnos de votação na Câmara e depois em 
dois turnos de votação no Senado. Se a PEC começou no Senado (PEC de iniciativa dos 
Senadores ou de mais da metade das Assembleias legislativas), há dois turnos no Senado 
e, depois, dois turnos na Câmara. Em cada turno, o quórum de votação deve ser de 3/5 dos 
votos. Então, no total, são 4 turnos com quórum de 3/5. 
Promulgação = No processo legislativo da Emenda Constitucional não existe 
sanção ou veto. O Presidente da República não participa do Processo Legislativo da 
Emenda vetando ou sancionando, nem promulgando a Emenda. Assim, a Emenda será 
promulgada pelas mesas da Câmara E do Senado. 
Publicação = É o Congresso Nacional quem publica a Emenda Constitucional. 
Lei Delegada 
 Pelo sistema legislativo construído pela Constituição, há uma 
“compatibilidade” entre uma determinada espécie normativa e a urgência 
para que a norma seja produzida. Assim: A CF permite que o Presidente da 
República apresente projetos de lei. Se o PR entende que o projeto de lei 
merece uma tramitação mais rápida no Congresso, ele pode requerer 
urgência (até 45 dias na Câmara e até 45 dias no Senado). Se ele não puder 
aguardar até esses 45 dias na Câmara e 45 dias no Senado, ele pode 
solicitar autorização para fazer uma Lei Delegada. Mas, se ele não puder 
aguardar nem a autorização do Congresso para a Lei Delegada, ele pode se 
valer da Medida Provisória. 
Atenção! O Presidente pode solicitar a delegação, mas o Congresso não pode 
autorizar tudo (qualquer delegação). Existe o chamado “limite material à delegação”. 
A CF, no art. 68, §1º, fala desse limite material à delegação, que são algumas 
matérias que não podem ser objeto de delegação. O Congresso não pode delegar ao 
Presidente autorização para inovar na ordem jurídica a respeito dos seguintes temas: 
Art. 68, §1º, da CF - Não serão objeto de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, CF), os de 
competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51, CF) ou do 
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52 
Senado Federal (art. 52, CF), a matéria reservada à lei 
complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder 
Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, 
políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes 
orçamentárias e orçamentos. 
Medida Provisória 
Legitimado para a edição da MP: Presidente da República – competência 
exclusiva, marcada por sua indelegabilidade, art. 84, XXVI, da CF. 
 Pressupostos constitucionais da MP: relevância E urgência. Os requisitos 
conjugam-se. 
 Prazo para a duração da MP: uma vez adotada a MP pelo Presidente, ela 
vigorará pelo prazo de 60 dias, prorrogável por igual período. Contudo, o 
prazo ficará suspenso durante o período de recesso parlamentar (18 a 31 
de julho; 23 de dezembro a 1° de fevereiro). Em contrapartida, em eventual 
convocação extraordinária, havendo MP em vigor na data de sua 
convocação, serão elas automaticamente incluídas na pauta de 
convocação. 
 Prorrogação do prazo da MP por novos 60 dias: como visto, adotada a MP 
pelo Presidente, ela produzirá efeitos por 60 dias, devendo ser submetida 
ao CN. No entanto, findo esse prazo inicial, contado da data de sua 
publicação, e não tendo sido encerrada a votação nas duas Casas do CN, o 
prazo inicial de 60 dias será prorrogado por novos 60 dias, uma única vez, 
totalizando 120 dias, quando então, se não for convertida em lei, a MP 
perderá a eficácia desde sua edição. 
 Eficácia da MP: não sendo a MP apreciada no prazo de 60 dias prorrogáveis 
por 60 dias, ela perderá a sua eficácia desde a sua edição, operando efeito 
ex tunc, confirmando a sua precariedade. 
 
Em mutaçãoconstitucional a corte suprema deu nova interpretação ao §6º no 
sentido de entender que o trancamento de pauta provocado pelo regime de urgência 
automático se refere apenas aos projetos de lei ordinária, referentes a matéria que 
também podem ser disciplinadas por MP. O trancamento não ocorrerá em relação a 
outras espécies legislativas (ex: EC, LC, DL) ou mesmo leis ordinárias que não podem ser 
tratadas por MP. Tal entendimento evitou que a pauta do Legislativo fique 
demasiadamente presa/condicionada pelas iniciativas de MP do Executivo (MS 27.931/DF, 
julgado em 29/6/2017) 
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53 
Reedição de MP 
 De acordo com o STF, é inconstitucional medida provisória ou lei 
decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo normativo 
caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória 
anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda 
não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo 
estabelecido pela Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 
5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
27/03/2019 (Info 935). 
 
Quanto às MP, podem ocorrer duas situações. Vejamos Delta: 
 Aprovação sem altercação: aprovada a MP, sem alteração de mérito, será 
o seu texto promulgado pelo Presidente da mesa do CN para publicação 
no DOU. 
 Aprovação com alteração: havendo emendas (desde que sobre matérias 
correlatas ao conteúdo da MP), o projeto de lei de conversão apreciado 
por uma das Casas do CN, deverá ser apreciado pela outra, devendo ser, 
posteriormente, nos termos das regras para o processo legislativo comum, 
levado a apreciação do PR para sancionar ou vetar a lei de conversão, e em 
caso de sanção ou derrubada do veto, promulgação e publicação pelo 
próprio PR. 
 Não apreciação (rejeição tácita): após o período de 120 dias, não havendo 
apreciação pelo CN, a MP perderá a eficácia desde sua edição (rejeição 
tácita), operando efeito ex tunc, devendo o CN disciplinar as relações 
jurídicas dela decorrentes por DL (art. 62 §§3°, 4° e 7° CF). Não sendo 
editado o DL pelo CN, prevalecerão as regras da MP para regulamentar as 
relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante o 
período em que a MP produzia efeitos. 
 
• Limitação material à edição de MP: as limitações materiais à edição de 
MP, estão no art. 62, §1º e 2º da CF. Segundo o STF é possível o controle 
jurisdicional de MP que abre credito extraordinário. 
• Limitação implícita à edição de MP: o STF, no Informativo 896, afirmou 
que a proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição 
de medidas provisórias, somente sendo possível editar MP sobre o tema 
se através da veiculação de normas favoráveis ao meio ambiente. 
 
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54 
 
PODER EXECUTIVO 
No Brasil, a função executiva é exercida pelo Presidente da República, auxiliado 
pelos Ministros de Estado (art. 76 da CF). Como é apenas uma única autoridade que exerce 
o poder, dá-se o nome de executivo monocrático. Trata-se da forma de exercício do poder 
executivo comum aos países que adotam o sistema de governo presidencialista. Art. 76. O 
Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de 
Estado. 
 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Esses requisitos também se aplicam ao vice-Presidente da República. 
 Ser brasileiro nato (art. 12, §3º, da CF); 
 Idade mínima de 35 anos (art. 14, §2º, da CF); 
 Filiação partidária (art. 14, §3º, da CF); 
 Plenitude do exercício dos direitos políticos – Não incorrer em nenhuma 
causa de suspensão ou perda de direitos políticos, conforme art. 15, da 
CF. 
 
ELEIÇÃO E POSSE 
 O Presidente da República é eleito juntamente com o Vice. 
 Se nenhum dos candidatos atingirem a maioria absoluta dos votos, há 
segundo turno de votação. 
 Nos votos válidos não são contados os votos nulos e os brancos. 
Posse do Presidente e do Vice-Presidente da República 
O Presidente e o Vice tomam posse no dia 1º de janeiro do ano seguinte ao ano das 
eleições, em sessão conjunta do Congresso Nacional. 
 
LINHA SUCESSÓRIA 
Devido a situações imprevistas o Presidente pode ficar ausente. Nesse caso poderá 
ser SUBSTITUÍDO ou SUCEDIDO. 
→ Sucessão (vacância) = A ausência é PERMANENTE e cabe ao Vice suceder o 
Presidente até o fim do mandato. Exemplo: morte, renúncia ou perda do cargo. Aqui ocorre 
a VACÂNCIA do cargo. Segundo o art. 81, CF, Também pode acontecer de o Vice-presidente 
ficar ausente de forma definitiva, ocorrendo a DUPLA VACÂNCIA . Se isso acontecer: 
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55 
 Nos dois primeiros anos: eleição direta 90 dias depois de aberta a última 
vaga. 
 Nos dois últimos anos: eleição indireta, pelo Congresso Nacional, 30 dias 
depois da última vaga. 
→ Substituição (impedimento) = Ocorre nos casos de ausência TEMPORÁRIA, se 
for o Presidente ausente temporariamente o Vice irá substitui-lo, caso o Vice também fique 
impedido são substituídos necessariamente nessa ordem pelo: 
 Presidente da Câmara dos Deputados (pois a Câmara é representante do povo); 
 Presidente do Senado Federal; 
 Presidente do STF. 
 
ATRIBUIÇÕES 
• Delta! Ler o art. 84 na íntegra – IMPORTANTE. 
Destaques relevantes na leitura... 
 Função de Chefe de Estado: O Presidente representa a unidade nacional. 
Ex. Art. 84, VII e VIII, CF. 
 Função de Chefe de Governo: Orientar a política interna. Ex. Art. 84, I, III, 
IV e V, CF. 
 Função De Chefe Da Administração Federal: prestar serviços públicos 
úteis à população. Ex. Art. 84, inciso II, e V, a, b, CF. 
 
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 O Presidente da República, ao contrário dos membros do Poder Legislativo, não 
possui a imunidade material, aquela relativa a palavras e opiniões. Abrange, porém, a 
chamada imunidade formal, relativa à prisão e processo. 
• PRISÃO: veda que o PR se submeta a qualquer tipo de prisão, seja preventiva, 
provisória ou flagrante. Nas infrações penais comuns não pode ser preso sem 
sentença condenatória do STF. 
• PROCESSO: há uma condição para que o PR seja processado. Independente se der 
crime de responsabilidade ou crime comum é necessária a autorização de 2/3 da 
Câmara dos Deputados. 
 
 (IMPEACHMENT) 
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56 
A responsabilidade política também é denominada de “impedimento” ou 
“impeachment” do Presidente da República. De acordo com o STF, os Governadores, em 
caso de crime de responsabilidade, são julgados por Tribunal Especial (e não pela ALE), em 
nova exceção da simetria constitucional, por já existir regramento legal nesse sentido. (STF. 
Plenário. ADI 4791/PR, Rel. Min. Teori Zavascki; ADI 4800/RO e ADI 4792/ES, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgados em 12/2/2015 (Info 774). 
Art. 85, da CF - São crimes de responsabilidade os atos do 
Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal 
e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre 
exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério 
Públicoe dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a 
segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a 
lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das DECISÕES 
JUDICIAIS. 
 Esse rol é meramente exemplificativo. Essas condutas que configuram 
crime de responsabilidade estarão previstas na Lei 1.079/50. 
• Súmula vinculante 46 - STF: A definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
normas de processo e julgamento são da competência 
legislativa privativa da União. 
O julgamento do Presidente por crime de responsabilidade é bifásico. A primeira 
fase, fase de autorização, se dá na Câmara dos Deputados e a segunda fase se dá no Senado 
Federal. 
 
→ Resumindo os principais pontos do processo de admissibilidade na Câmara: 
Nos crimes de responsabilidade pelo Presidente da República deve haver anuência 
de 2/3 pela Câmara dos Deputados (também vale para crimes comuns, como será visto 
adiante). Resume-se o procedimento: 
 Denúncia na Câmara dos Deputados por qualquer cidadão (no exercício dos 
direitos políticos), que deve ser admitida pelo Presidente da Câmara dos 
Deputados. 
 Criação de uma comissão especial para avaliar a acusação feita e elaborar 
parecer existindo contraditório e ampla defesa para o Presidente. 
 Votação aberta sobre o parecer na câmara dos deputados e decisão sobre a 
denúncia. 
 Maioria de 2/3 para autorizar a seguir o procedimento. 
 Não sendo atingida a maioria de 2/3 a denúncia será arquivada. 
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57 
 Atingido o mínimo de 2/3 e autorizada a denúncia haverá um juízo de 
recebimento pelo Senado Federal, que não está vinculado ao que decidiu a 
câmara. Se for crime comum será julgado pelo STF e no caso de crimes de 
responsabilidade, pelo Senado, comandado pelo Presidente do STF. 
Qual a consequência do início do julgamento do Senado? 
 O Senado passará a ser presidido pelo Presidente do STF (art. 52, 
parágrafo único da CF); 
 O Presidente da República será notificado do início do julgamento. 
 Consequência Jurídica – A partir da sua notificação, o Presidente ficará 
afastado de suas funções por até 180 dias (art. 86, da CF). 
Diante deste afastamento do Presidente por até 180 dias, quem o sucederá? Essa 
substituição é sucessão ou substituição? Há o afastamento temporário, com substituição 
pelo vice-Presidente da República. É substituição porque não é definitiva. O Presidente da 
República será afastado por 180 dias e o vice-Presidente o substituirá. No Senado, o 
Presidente pode exercer novamente o contraditório e a ampla defesa. Se o Presidente do 
STF que preside o Senado se negar a conceder esses direitos ao Presidente, ele pode 
impetrar um Mandado de Segurança no STF. 
→ SEGUNDA FASE 
Após o exercício do contraditório e da ampla defesa, o Senado marca uma sessão 
para julgar o Presidente da República. O Senado pode: 
 Absolver o Presidente; 
 Condenar o Presidente. 
O quórum para condenar o Presidente por crime de responsabilidade é 2/3 dos 
Senadores (54 Senadores). O juízo aqui é novamente político (oportunidade e conveniência 
política). A votação se concretiza, também, por uma resolução do Senado. Essa resolução 
será votada. Se o Presidente da República for condenado por crime de responsabilidade, a 
ele serão impostas duas penas: 
• Perda do Cargo de Presidente; 
• Inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos. 
OBS: Durante os 180 dias que o Presidente estava afastado, ele ainda é Presidente. 
Com o impeachment, o vice passa a ser o novo Presidente da República, havendo sucessão 
– que é definitiva. Passa-se da substituição para sucessão. 
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58 
 O STF não pode se manifestar a respeito do mérito, nem modificar a 
decisão do Senado no que tange ao mérito. Se o Senado condenou, o STF 
não pode absolver. Se o Senado absolveu, o STF não pode condenar. Mas, 
o STF pode anular o julgamento se houver ilegalidade, se esse julgamento 
violar garantias constitucionais. O STF, nesse caso, pode anular o 
julgamento e determinar que outro seja feito. 
 
RESPONSABILIDADE PENAL DO PRESIDENTE (POR CRIME COMUM) 
Pela prática de infração comum, o Presidente será julgado pelo STF, conforme art. 
102, I, “b”, CF e art. 86, da CF, através do mesmo juízo de admissibilidade de 2/3 pela 
Câmara dos Deputados. A Infração penal comum é gênero, da qual, são espécies o crime 
comum em sentido restrito (previsto no CP), crime eleitoral, crime militar, crime doloso 
contra a vida e contravenção penal. 
 O STF não pode analisar questões jurídicas (matérias defensivas em geral, 
admissibilidade de provas) antes do juízo político exercido por 2/3 dos 
Deputados nas infrações penais comuns (STF. Plenário. Inq 4483 QO/DF, 
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20 e 21/9/2017 (Info 878)). 
Após o processo de admissibilidade na Câmara dos Deputados o inquérito segue 
para o STF. Será distribuído a um relator que tem como a primeira função analisar se o 
crime foi cometido no exercício da função ou não. Caso o relator conclua que não foi 
cometido no exercício da função, ou que foi praticado anteriormente ao mandato, haverá 
a irresponsabilidade penal temporária, nesse caso, a consequência é a suspensão da 
prescrição enquanto durar o mandato. Decidindo pelo andamento do trâmite, se o crime 
for de ação penal pública, cabe ao PGR em 15 dias decidir pela denúncia ou arquivamento, 
se for de ação penal privada, o STF aguardará a representação do ofendido. Ainda após a 
queixa ou denuncia, é necessário que antes de instaurado o processo o STF comunique a 
Câmara dos Deputados sobre o juízo de admissibilidade que irá realizar (não vinculado à 
decisão da Câmara). Se o STF receber a denúncia ou queixa o Presidente da República ficará 
SUSPENSO das funções por até 180 dias. Passado esse prazo, se não for finalizado o 
processo o PR retoma seu cargo. Caso a decisão do STF seja pela condenação, um 
desdobramento reflexo é a perda do mandato (art. 15, III, CF). 
 OBS: O Presidente da República não responde a inquérito Policial. Ele 
responderá a um INQUÉRITO JUDICIAL. Um dos Ministros do STF presidirá 
um inquérito judicial em face do Presidente da República. Alguns 
doutrinadores entendem que isso violaria o pacto de São José da Costa 
Rica, pois seria uma hipótese de juiz conduzindo investigação. Contudo, 
neste caso, não é propriamente um juiz investigando, mas sim 
coordenando as investigações. 
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CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL 
São órgãos superiores de consulta do Presidente em assuntos de alta relevância 
nacional. Para este tema, basta a leitura da Constituição = CF/88, art. 89 a 92 – DUAS VEZES! 
 
PODER JUDICIÁRIO 
O Poder Judiciário faz a defesa da Constituição Federal, garante sua força 
normativa através da jurisdição constitucional, do controle de constitucionalidade. O 
Judiciário defende e garante direitos fundamentais, buscando sua concretização (posições 
jurídicas necessárias a satisfação da dignidade da pessoa humana). 
 ATIVISMO JUDICIAL caracteriza-se pelas decisões judiciais que impõem 
obrigações ao administrador, sem, contudo, haver previsão legal expressa. 
Decorre danova hermenêutica constitucional na interpretação dos 
princípios e das cláusulas abertas. Por conta deste ativismo, há quem 
defenda a existência de outra função do judiciário, que é a legislação 
judicial. São exemplos, o Mandado de Injunção, Sentenças aditivas e 
Súmulas vinculantes. 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
É o órgão de cúpula do Poder Judiciário no Brasil, que possui competência originária, 
defende a Constituição Federal (controle de constitucionalidade), defende a Federação 
(ADI interventiva, julgamento de ações entre unidades federadas) e, é composto por 11 
ministros. Esse número é considerado cláusula pétrea, núcleo intangível da Constituição, 
pois do contrário seriam criadas maiorias eventuais. 
Leitura obrigatória = CF/88, arts. 101 e 102. 
 
SÚMULA VINCULANTE 
Leitura obrigatória = CF/88, art. 103-A. 
 A Súmula revela uma aproximação com a doutrina do “STARE DECISIS” da 
Common Law, segundo a qual deve ser dado o devido peso ao precedente 
judicial. 
Existem dois sistemas de controle de constitucionalidade: concentrado (típico 
europeu) e o difuso (típico americano). 
No Brasil, adotam-se os dois sistemas. No entanto, no controle difuso, não existe 
“STARE DECISIS”. Nos EUA é diferente, pois quando a Suprema Corte dá uma decisão no 
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60 
controle difuso (único controle lá existente), essa decisão vincula todos os demais órgãos 
do poder judiciário: é o chamado “BINDING EFFECT“ (efeito vinculante vertical). 
Natureza jurídica da SV: Três entendimentos doutrinários e uma decisão do STF. 
 Natureza legislativa (Lenio Streck): A SV produz normas gerais (para todos 
e não partes específicas) e abstratas (para casos genéricos e não casos 
concretos). 
 Natureza jurisdicional (Jorge Miranda): A SV necessita de provocação e do 
julgamento de diversos casos anteriores. No Brasil, ela pode ser feita de 
ofício (STF pode editar mesmo sem provocação), mas o julgamento dos 
casos é necessário. 
 “Tertio genus” (terceiro gênero) - Mauro Cappelletti: A Súmula está 
interposta entre o abstrato dos atos legislativos e o concreto dos atos 
jurisdicionais. 
 STF: Natureza constitucional específica. São normas de decisão. A súmula 
comum tem natureza processual (uniformização de entendimento do 
tribunal); a SV vai além: tem um poder normativo. 
Iniciativa: Legitimados para provocar o STF: É muito parecida com a iniciativa da 
ADI uma vez que TODOS os legitimados do art. 103 podem tomar a iniciativa de pedir 
elaboração de SV. Além desses, a Lei 11.417/06 prevê outros legitimados (art. 3º): 
AQUI RESIDE O INIMIGO, CARO DELTA! A banca pode exigir exatamente o plus 
exposto na Lei n. 11.417/06... 
 Defensor Público Geral da União; 
 Tribunais; 
 Municípios: apenas incidentalmente em processo em que seja parte, o que 
não autoriza a suspensão do processo. “EU COBRARIA ESTA EXCEÇÃO”. =) 
André Ramos Tavares ensina que a edição de lei contrária à SV é uma provocação 
indireta para o STF rever a Súmula. É uma espécie de “legitimidade ativa indireta”. 
Lembrando do controle de constitucionalidade: 
 Efeito erga omnes: Atinge apenas o DISPOSITIVO da decisão. 
 Efeito vinculante: Hoje em dia atinge somente o DISPOSITIVO da decisão. 
 E quanto à ratio decidendi (razões da decisão)? Se fosse vinculante, haveria 
a transcendência dos motivos. STF não adota a transcendência dos motivos 
determinantes. 
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 Efeito temporal: No controle, em regra efeitos ex tunc. A SV tem efeito ex 
nunc. 
 No controle, o STF pode modular os efeitos da decisão. 
 Na Súmula pode haver modulação? SIM (Art. 4º da Lei 11.417/06). Cabe 
efeito ex tunc ou pro futuro, por decisão de 2/3 dos membros, por razões 
de segurança jurídica ou excepcional interesse público. 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
Criou-se o CNJ pela EC 45/04. Trata-se de um órgão administrativo do judiciário que 
não exerce jurisdição. A prova de que não exerce jurisdição está no art. 92, §1º e §2º/ CF. 
O CNJ não exerce jurisdição nem é órgão de controle externo do judiciário, por estar dentro 
do Poder. Ademais, o Judiciário é independente, insuscetível de controle. O CNJ exerce 
atribuições administrativas: faz o controle da atuação administrativa e financeira do 
judiciário, controla o cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados. O CNJ faz essa 
atribuição de controle em nível nacional. 
 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 É criação jurisprudencial, não da lei ou Constituição. 
 Essa criação foi feita com base na Teoria Dos Poderes Implícitos (se a CF dá 
os fins a um órgão, ela também dá os meios de se fazer respeitados esses 
fins). 
 Natureza jurídica: Parece predominar o entendimento de Pontes de 
Miranda: A Reclamação é uma ação propriamente dita. Não há consenso. 
Pacífica é a natureza jurisdicional da reclamação. 
Atenção: Para o STF a natureza jurídica da reclamação surge do direito de petição. 
Objeto da Reclamação: Dupla função: político-jurídica. 
 1ª Função: Preservar a competência do STF/STJ. 
 2ª Função: Assegurar a autoridade das decisões do STF/STJ. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Decisão que contraria dispositivo da CF: A violação deve ser DIRETA, não reflexa: 
 SÚMULA Nº 280 - Por ofensa a direito local não cabe 
recurso extraordinário. 
 SÚMULA Nº 636 - Não cabe recurso extraordinário por 
contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, 
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quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação 
dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida. 
Decisão que declara a inconstitucionalidade de lei ou tratado: No caso de não 
recepção não cabe RE, mas sim ADPF. 
Requisitos: Os requisitos que veremos aqui suscintamente são os seguintes: 
→ Esgotamento das vias ordinárias: Se couber qualquer outro recurso, o RE não 
será admitido (Súmula 281 do STF). 
 STF (Informativo 788): O RE é inadmissível quando interposto após decisão 
monocrática proferida pelo relator, haja vista não esgotada a prestação 
jurisdicional pelo tribunal de origem. Aplica-se, no caso, o enunciado 281 
STF. 
 SÚMULA Nº 281 - É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber 
na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada. 
Não se admite RE de medida cautelar, nem de liminar (Súmula 735 do STF). 
STF SÚMULA Nº 735: Não cabe recurso extraordinário contra 
acórdão que defere medida liminar. 
Cabe recurso extraordinário contra acórdão da Turma Recursal? Sim. 
Súmula 640-STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão 
proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por 
turma recursal de juizado especial cível e criminal. 
→ A decisão recorrida deve tratar das situações previstas no art. 102 da CF 
(recurso de fundamentação vinculada). 
→ A matéria recorrida deve ter sido prequestionada. Prequestionamento é a 
demonstração que os dispositivos constitucionais apontados como violados foram 
enfrentados no acórdão ou sentença. Se a decisão não enfrentou a matéria, cabe à parte 
opor embargos de declaração. Súmula 282 e 356. 
 STF SÚMULA Nº 282 - É inadmissível o recurso 
extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, 
a questão federal suscitada. 
 STF SÚMULA 356 - O ponto omisso da decisão, sobre o qual 
não foram opostosembargos declaratórios, não pode ser 
objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do 
prequestionamento. 
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63 
→ Não cabe RE para reexame do conjunto fático-probatório. A moldura fática do 
caso deve vir pronta das instâncias ordinárias. 
→ Repercussão Geral: É um requisito intrínseco de admissibilidade recursal, 
antecedente e prejudicial a qualquer outro. 
Efeito suspensivo do RE 
Pergunta: O CPC só fala em efeito devolutivo, pode o RE ter efeito SUSPENSIVO? 
O STF, em hipóteses excepcionais, admite o efeito suspensivo, em dois casos: 
 1º Caso: Risco de ineficácia da decisão: Risco de que até decidir o RE, a 
decisão fique sem eficácia. 
 2º Caso: Quando a questão de fundo estiver sendo discutida pelo plenário. 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Leitura obrigatória = CF/88, art. 104 e 105. 
 Vamos direto às FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA – Tema 
forte para a prova. 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
A garantia dos direitos constitucionais não teria resultados práticos se não 
houvesse mecanismos que permitissem acionar o Poder Judiciário no caso de abusos. Os 
órgãos que a exercem são o Ministério Público, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública 
e a Advocacia Privada. 
Foco e atenção TOTAL = No Ministério Público e Defensoria Pública. APOSTA 
MEGE! 
 
 MINISTÉRIO PÚBLICO 
A Constituição dispensa ao MP tratamento especial: institui princípios, amplia suas 
funções e fixa garantias tanto para a instituição como para seus membros. Apenas com a 
CF/88 [ATENÇÃO COM ESTE DADO HISTÓRICO] que o Ministério Público passou a ocupar o 
status de função essencial à Justiça. 
Princípios, autonomia e garantias: 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
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64 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis. § 1º - São princípios institucionais do 
Ministério Público a UNIDADE, A INDIVISIBILIDADE E A 
INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL. § 2º - Ao Ministério Público é 
assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, 
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a 
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os 
por concurso público de provas e de provas e títulos; a lei disporá 
sobre sua organização e funcionamento. § 3º O Ministério Público 
elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o 
Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta 
orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes 
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de 
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores 
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os 
limites estipulados na forma do § 3º. § 5º Se a proposta 
orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em 
desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder 
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de 
consolidação da proposta orçamentária anual. § 6º Durante a 
execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização 
de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos 
suplementares ou especiais. 
As GARANTIAS asseguradas pela Constituição aos membros do MP são as 
seguintes: 
Por favor Megeano e Megeana, NUNCA EM SUA VIDA, confunda GARANTIAS 
com PRINCÍPIOS = COLA ISSO NA PAREDE... 
I - as seguintes garantias: 
 VITALICIEDADE, após dois anos de exercício, não podendo 
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em 
julgado; 
 INAMOVIBILIDADE, salvo por motivo de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado competente do 
Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros, assegurada ampla defesa; 
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65 
 IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, fixado na forma do art. 
39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37 X e XI, 150, II, 
153, III, 153, § 2º, I; 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, PRIVATIVAMENTE, 
a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos 
e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, 
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação 
civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos; IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou 
representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta 
Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, 
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar 
respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e 
a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas 
manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde 
que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedadas à representação judicial e a 
consultoria jurídica de entidades públicas. 
Temas importantes: 
 O Ministério Público não possui legitimidade ativa ad causam para, em 
ação civil pública, deduzir em juízo pretensão de natureza tributária em 
defesa dos contribuintes, que vise questionar a constitucionalidade ou 
legalidade de tributo (ex. taxa de iluminação pública). (ARE 694294/MG, 
Rel. Min. Luiz Fux, 26/04/2013) 
 É da atribuição do Ministério Público estadual analisar inquérito por crime 
contra a ordem econômica e emitir a respeito opinio delicti, promovendo, 
ou não, ação penal, se não há violação a bens, interesses ou serviços da 
União. (ACO 1058, Rel. Min. CEZAR PELUSO, julgado em 14/04/2008) 
 
Competências do Conselho Nacional do Ministério Público: 
Art. 130-A, §2º (...) 
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério 
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua 
competência, ou recomendar providências; II - zelar pela 
observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante 
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provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por 
membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, 
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se 
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, 
sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; III - receber 
e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do 
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus 
serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e 
correicional da instituição, podendo avocarprocessos disciplinares 
em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar 
outras sanções administrativas, assegurada ampla 
defesa; (Redação dada pela EC nº 103, de 2019) IV - rever, de ofício 
ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do 
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de 
um ano; V - elaborar relatório anual, propondo as providências que 
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e 
as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem 
prevista no art. 84, XI. § 3º O Conselho escolherá, em votação 
secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério 
Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, 
além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: 
I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, 
relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços 
auxiliares; II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção 
e correição geral; III - requisitar e designar membros do Ministério 
Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de 
órgãos do Ministério Público. § 4º O Presidente do Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. § 5º 
Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério 
Público, competentes para receber reclamações e denúncias de 
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério 
Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando 
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. 
DEFENSORIA PÚBLICA 
A Defensoria Pública presta assistência jurídica integral e gratuita àqueles que não 
podem pagar por serviços de advogado. A defesa dos financeiramente hipossuficientes é 
sua função típica, sendo o Defensor um agente político de transformação social. 
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Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial 
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão 
e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a 
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, 
em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e 
coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma 
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada 
pela EC nº 80, de 2014) 
Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR organizará a Defensoria 
Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e 
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em 
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso 
público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a 
garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora 
das atribuições institucionais. § 1º Lei complementar organizará a 
Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios 
e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em 
cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso 
público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia 
da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das 
atribuições institucionais. 
§ 2º Às DEFENSORIAS PÚBLICAS ESTADUAIS são asseguradas 
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta 
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. § 3º 
Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do 
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 
2013) 
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a 
indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, 
no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta 
Constituição Federal. (Incluído pela EC nº 80, de 2014) Art. 135. Os 
servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III 
deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. 
 Atenção às essas duas EC e suas respectivas previsões. Se o amigo examinador 
quiser sacanear, ele troca as previsões. 
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 Perceba Delta: A autonomia funcional e administrativa veio para as Defensorias 
ESTADUAIS com a EC 45/04. Somente em 2013, com a EC 74, foi que houve a 
extensão para as Defensorias da UNIÇÃO e do DISTRITO FEDERAL. “Pakas questão 
heim?!!!!” TE LIGA! Isso já caiu em Defensoria Pública – Olha o Gancho. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 Aqui ‘tá’ uma ou duas questões da tua PROVA. Sigamos! 
É a verificação da compatibilidade ou adequação entre a lei ou ato normativo e 
Constituição federal, no aspecto formal e material. O controle de constitucionalidade 
assegura a Supremacia da Constituição. Para fins de controle de constitucionalidade, a 
supremacia que realmente importa é a formal. 
 Supremacia material: As normas constitucionais são dotadas de 
supremacia material por tratarem de certos assuntos considerados 
fundamentais: direitos fundamentais, estrutura do Estado e organização 
dos poderes. 
 Supremacia formal: É uma característica exclusiva das Constituições cujo 
processo de elaboração é mais complexo que o das leis ordinárias, isto é, 
das Constituições rígidas. A supremacia formal, então, decorre da rigidez 
constitucional. 
 
PARÂMETRO DE CONTROLE 
 Parâmetro de controle é a norma da Constituição supostamente ofendida. 
 Já o objeto de controle é o ato do poder público impugnado. 
Segundo a doutrina majoritária podem servir de parâmetro os princípios implícitos e os 
Tratados internacionais de direitos humanos aprovados em rito especial (3/5 de cada 
Casa + 2 turnos, novidade da EC/45). O pacto de São José da Costa Rica, apesar de tratar 
de direitos humanos, não é parâmetro de controle de constitucionalidade (foi aprovado 
antes da EC/45). No entanto, reconhecendo a importância do tema, o STF conferiu a tais 
tratados e convenções internacionais o status de norma supralegal, permitindo assim o 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE das normas infraconstitucionais. 
 
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 É expressão que surgiu no direito francês, através de um autor chamado 
“Louis Favoreu” e foi utilizada para designar normas com status 
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constitucional. Este autor criou a expressão mencionada, pois na França o 
bloco de constitucionalidade compreende a Constituição Francesa de 
1958, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, o 
preâmbulo da Constituição Francesa de 1946, princípios formulados pelo 
Conselho Constitucional, dentre outras (ex. Na França, a dignidade humana 
é um princípio que o Conselho Constitucional criou, assim como princípio 
da continuidade do serviço público). 
No Brasil, os sentidos de “Bloco de Constitucionalidade” são: 
• Sentido estrito: a expressão é utilizada no mesmo sentido de parâmetro 
para o controle. Ou seja, ao invés de “parâmetro”, fala-se em “bloco de 
constitucionalidade”. 
• Sentido amplo: Abrange as normas constitucionais e as 
infraconstitucionais, se estas visarem desenvolver preceitos da 
Constituição (Ex. Pacto São José da Costa Rica). 
SISTEMA DE INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 
 Adotou-se no Brasil o Sistema Norte-Americano (Marshal) - Nulidade: a 
decisãode inconstitucionalidade da norma tem eficácia declaratória e 
afeta seu o plano de validade. A lei inconstitucional já nasce nula, ineficaz, 
invalidando todos os atos baseados nela. Em regra, a declaração de a 
inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc (retroativo). 
 No sistema austríaco (Kelsen) – Anulabilidade, a norma afeta o plano da 
eficácia, a decisão tem caráter constitutivo. A lei inconstitucional é ato 
anulável e, em regra, produz efeitos ex nunc (prospectivos) 
 
Flexibilização da Teoria da Nulidade no direito brasileiro → Mitigação do 
princípio da nulidade no controle concentrado – art. 27 da Lei nº 9.868/99: trata-se da 
modulação dos efeitos da decisão, que permite uma melhor adequação da declaração de 
inconstitucionalidade, assegurando valores constitucionais como a segurança jurídica, o 
interesse social e a boa-fé. → mitigação do princípio da nulidade no controle difuso: a 
regra do art. 27 tem sido aplicada por analogia ao controle difuso. Em relação ao tema, O 
STF ressaltou a possibilidade de se modularem os efeitos em sede de controle incidental 
(RE 522897/RN, julgado em 16/03/2017 – Info 857). 
 
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES 
Quanto ao tipo de conduta praticada pelo poder público: 
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 Inconstitucionalidade por AÇÃO: Ocorre conduta comissiva (um agir). 
 Inconstitucionalidade por OMISSÃO: O poder público se omite diante de 
um dever estabelecido diretamente para ele na CF. Os instrumentos contra 
a omissão inconstitucional são: Mandado de Injunção (ex. MI 708 e 712) e 
ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão). 
 
Quanto à norma Constitucional ofendida (quanto ao parâmetro de controle): 
• Inconstitucionalidade FORMAL ou NOMODINÂMICA: o vício formal 
decorre da afronta ao devido processo legislativo de formação do ato 
normativo. Divide-se ainda em três: 
 ORGÂNICA: Ocorre com a violação de norma constitucional que 
determina a competência de um órgão para legislar sobre 
determinada matéria (há a usurpação da competência por outro 
órgão). Ex. Competência p/ legislar sobre crime de 
responsabilidade: pertence à União (art. 22, I, CF). 
 PROPRIAMENTE DITA: Ocorre com violação de norma 
constitucional referente ao PROCESSO LEGISLATIVO. Pode ser vício 
formal subjetivo (se dá na fase de iniciativa) ou vício formal objetivo 
(se dá em fases posteriores). 
 VIOLAÇÃO DE PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: Ocorre com a violação 
de norma constitucional que estabelece pressupostos objetivos 
para a criação de ato infraconstitucional. Ex. Art. 62, da CF: traz os 
pressupostos da relevância e urgência da medida provisória. Se não 
forem observados, haverá uma inconstitucionalidade formal. 
• Inconstitucionalidade MATERIAL ou NOMOESTÁTICA: o vício material 
decorre da violação do conteúdo de norma constitucional. É 
“nomoestática” por passar a ideia de vício de substância, estático. 
Segundo o STF, diferentemente do que ocorre em relação ao veto presidencial, a 
declaração de inconstitucionalidade pode atingir apenas uma palavra ou expressão dentro 
do texto normativo, mas só é admitida quando não altera o sentido originário da norma. 
 
Quanto ao momento em que ocorre a inconstitucionalidade 
• Inconstitucionalidade Originária: Ocorre quando o surgimento do objeto 
é posterior ao surgimento do parâmetro constitucional. Ex. ADIn 4.451. No 
exemplo, o ato impugnado é a lei eleitoral (art. 45, II, Lei 9.504/97 – caso 
de vedação da montagem e trucagem com relação aos candidatos). A 
inconstitucionalidade é originária, pois a lei foi criada em 1997 e a CF é de 
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1988. Então a inconstitucionalidade da lei já existe desde o momento em 
que ela foi criada (a lei é inconstitucional desde a sua origem). 
• Inconstitucionalidade Superveniente (ou Não Recepção): Ocorre quando 
a criação da norma impugnada é anterior ao surgimento do parâmetro 
invocado. A norma surgiu constitucional, e com o tempo se tornou 
inconstitucional. No Brasil, é chamada de NÃO-RECEPÇÃO. Ex. ADPF 130 – 
Não recepção da Lei de Imprensa pela CF/88. OBS.: O STF não aceita a 
aplicação do termo “inconstitucionalidade superveniente”, falando apenas 
em compatibilidade e recepção. 
Quanto ao prisma de apuração: 
• Inconstitucionalidade direta/antecedente: Ocorre quando o ato 
impugnado viola diretamente a Constituição, sem nenhum outro ato 
intermediário. 
• Inconstitucionalidade indireta: Ocorre quando há algum ato interposto 
entre o objeto impugnado e a CF. Possui duas espécies: 
Inconstitucionalidade indireta CONSEQUENTE ou por ARRASTAMENTO: 
Ocorre quando há uma relação de dependência. A inconstitucionalidade 
de um ato é uma consequência da inconstitucionalidade de outro. 
Inconstitucionalidade indireta REFLEXA ou MEDIATA ou OBLÍQUA: Ocorre 
quando o vício do ato desrespeita diretamente um texto 
infraconstitucional. Nessa modalidade, a lei é constitucional. Mas o ato 
infralegal é ilegal. Controle de legalidade. 
FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Quanto ao momento em que o controle é feito: 
• Controle Preventivo/ “A PRIORI”: é aquele que ocorre durante o processo 
de elaboração do ato normativo. Ainda em fase de elaboração (sobre a 
emenda constitucional ou o projeto de lei). 
→ Controle exercido pelo Poder Legislativo: é feito pela Comissão de 
Constituição e Justiça. Essas comissões podem dar parecer terminativo. 
→ Controle exercido pelo Poder Executivo: é feito pelo Presidente da 
República através do veto presidencial (art. 66, §1º, CF). O veto através do 
qual o Presidente exerce o controle preventivo é chamado de veto jurídico. 
→ Controle exercido pelo Poder Judiciário: excepcional. A única hipótese 
se dá no caso de Mandado de Segurança (MS) impetrado por Parlamentar 
por inobservância do devido processo legislativo constitucional. 
 
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• Controle Repressivo/ “A POSTERIORI”: Realizado após a integração da 
norma ao ordenamento jurídico. Pode ser exercido pelo legislativo, 
executivo ou judiciário, podendo este último atuar de duas maneiras: via 
controle difuso e via controle concentrado. 
→ Controle repressivo pelo Poder Legislativo: O poder legislativo pode 
exercer esse controle repressivo em três situações: Art. 49, V, CF: O 
controle do legislativo pode sustar os seguintes atos exorbitantes do 
executivo: expedição de e decretos e regulamentos (art. 84, IV, CF); e 
expedição de leis delegadas (art. 68, CF). Art. 62, CF: O Congresso Nacional 
(CN) pode exercer um controle de constitucionalidade sobre MP editada 
pelo Presidente em dois aspectos, quais sejam: (1) Pressupostos objetivos 
– relevância e urgência (os quais, excepcionalmente, podem ser analisados 
pelo judiciário, havendo inconstitucionalidade flagrante) – Controle em 
relação ao aspecto formal da MP; (2) Conteúdo da MP – aspecto material 
(ex. MP não pode tratar de matéria reservada à lei complementar). Súmula 
347, STF → É um controle feito pelo Tribunal de Contas (órgão auxiliar do 
legislativo). Aprecia a constitucionalidade das leis e atos. Também pode ser 
considerado um controle político-repressivo. 
→ Controle repressivo pelo Poder Executivo: O Chefe do Poder Executivo 
(Presidente, Governador, Prefeito) pode negar cumprimento a uma lei que 
entendaser inconstitucional. Para isso, precisa expor claramente os 
motivos e dar publicidade ao seu ato (sob pena de crime de 
responsabilidade). 
→ Controle repressivo pelo Poder Judiciário: só pode ser exercido após a 
conclusão definitiva do processo legislativo (promulgação e publicação). 
 
Classificação quanto à finalidade principal do controle: 
• Controle CONCRETO (controle incidental/por via de defesa/por via de 
exceção/processo constitucional subjetivo): Surge a partir de um caso 
concreto, e tem como principal objetivo a proteção de direitos subjetivos. 
O controle concreto ou incidental também se chama controle POR VIA DE 
EXCEÇÃO, POR VIA DE DEFESA ou PROCESSO CONSTITUCIONAL SUBJETIVO. 
OBS: No controle concreto, a pretensão é deduzida em juízo através de um 
PROCESSO CONSTITUCIONAL SUBJETIVO (processo que visa a assegurar 
direitos subjetivos). 
• Controle ABSTRATO (ou por via principal/por via de ação/por via direta/ 
processo constitucional objetivo): Tem como principal finalidade a 
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proteção da supremacia constitucional. O objetivo primeiro não é 
proteger um direito individual, mas proteger a Constituição. 
 
Classificação quanto à competência jurisdicional: 
• Controle DIFUSO: É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou 
tribunal, dentro da sua competência. Também é chamado de controle 
ABERTO, já que não há reservas para exercê-lo, ou como SISTEMA 
AMERICANO. 
• Controle CONCENTRADO: É aquele cuja competência é reservada a 
determinado órgão do Poder Judiciário. O controle concentrado é 
chamado SISTEMA AUSTRÍACO ou EUROPEU. No Brasil, foi introduzido 
pela EC nº 16/65 à Constituição de 1946 e é reservado aos seguintes 
órgãos: 
Marbury x Madison – LEMBRA DE NOSSO SIMULADO DELTA? 
Neste caso o juiz trouxe a supremacia da Constituição como norma fundamental, 
e por consequência a obrigação dos órgãos do poder judiciário decidirem de acordo com 
ela. 
B) Aspectos gerais 
 Competência: Qualquer órgão do Judiciário pode realizar esse controle. 
 Legitimidade para suscitar esse controle: A legitimidade é de qualquer 
pessoa que tenha o direito subjetivo violado por um ato do poder público 
incompatível com a Constituição. Segundo a doutrina e a jurisprudência o 
MP e o próprio órgão jurisdicional de oficio também são partes legítimas. 
 Parâmetro: Qualquer norma formalmente constitucional, mesmo que já 
tenha sido revogada, pois a finalidade é o direito subjetivo. No controle 
difuso concreto, o que deve ser levado em consideração é a Constituição e 
a lei vigentes na época em que o fato ocorreu. 
 Objeto do controle difuso: Qualquer lei ou ato normativo. Não existe 
qualquer restrição em relação à natureza do ato, pode ser federal, estadual 
ou municipal e até mesmo normativo ou não. A preocupação é a violação 
do direito subjetivo; o ato em si é uma questão secundária. 
 Efeitos da Decisão (no que diz respeito ao controle difuso feito pelo STF): 
 Efeitos da decisão com relação ao aspecto subjetivo: A regra é o efeito inter 
partes, não atingindo terceiros, apenas as partes do processo. 
• Efeitos da decisão com relação ao aspecto objetivo: Aspecto objetivo é 
a parte da decisão na qual a inconstitucionalidade é apreciada. A 
decisão é composta por relatório, fundamentação e dispositivo. O 
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pedido que se faz é a proteção do direito subjetivo. O juiz julga o 
pedido procedente ou improcedente. A inconstitucionalidade da lei 
aqui só é discutida na parte da fundamentação, já que é uma questão 
incidental (incidenter tantum). 
• Efeitos da decisão quanto ao aspecto temporal: A lei inconstitucional 
é ato nulo (tem um vício de origem). Logo, declarada a 
inconstitucionalidade, seus efeitos temporais são, em regra, ex tunc 
(retroativos) e declaratórios. 
 
SENADO FEDERAL E A ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO 
No julgamento da ADI 3406/RJ e 3470/RJ o Egrégio Tribunal declarou, por maioria 
e incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 9.055/1995, com efeito 
vinculante e “erga omnes”. O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional, 
incidentalmente, no julgamento da ADI 3.937/SP em 24.8.2017. 
• Asseverou-se estar fazendo uma releitura do art. 52, X, da CF, no sentido 
de que agora a Corte comunica ao Senado a decisão de declaração de 
inconstitucionalidade, para que ele agora faça a publicação, intensifique a 
publicidade. Teria ocorrido aqui o que a corte chama de MUTAÇÃO 
CONSTITUCIONAL. (Informativo 886-STF). 
 
CONTROLE CONCENTRADO 
Com forte influência norte-americana, foi na primeira constituição republicana, 
em 1891, que se instituiu pela primeira vez o controle difuso constitucionalidade. Com o 
passar dos anos várias alterações foram feitas a respeito desse controle de representação 
de inconstitucionalidade e assim o Brasil aderiu um controle misto que combina o modelo 
difuso com o modelo concentrado. A partir da CF/88 houve a denominação de Ação Direta 
de Inconstitucionalidade (ADI) e a implementação da Arguição de descumprimento de 
preceito fundamental (ADPF) e Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO). 
A última ação instituída na CF 88 foi a Ação direta de constitucionalidade (ADC), em 1993, 
por meio da EC nº 3/93. 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) 
A ADI é reservada pela CF ao STF, quando o parâmetro é a própria Carta Maior, e 
ao Tribunal de Justiça (TJ) quando o parâmetro é a Constituição Estadual. Antes da CF/88 
apenas o Procurador-Geral da República podia provocar o judiciário para ajuizar uma ADI, 
com a nova Constituição ampliou-se o rol (ROL TAXATIVO): 
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 Presidente da República; 
 Mesa do Senado Federal; 
 Mesa da Câmara dos Deputados; 
 Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal = Legitimado especial. 
 Governador de Estado ou do Distrito Federal = Legitimado especial. 
 Procurador-Geral da República; 
 Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
 Partido político com representação no Congresso Nacional = Não possui 
capacidade postulatória. 
 Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional = Não 
possui capacidade postulatória = Legitimado especial. 
 
Competência na ADI 
• Lei ou ato normativo federal ou estadual que contrariar a CF → STF 
• Lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrariar a CE → TJ local 
 
Procedimento 
 Para melhor análise do procedimento, recomendamos a leitura da lei 9.868/99. 
 É importante lembrar o princípio da inércia, ou seja, o judiciário não pode agir 
de ofício. 
 Assim, a Inicial deve conter: dispositivo, fundamento e pedido (sob pena de 
inépcia). 
 Em relação ao dispositivo é importante lembrar que, em regra, o órgão fica 
adstrito ao que o legitimado apresentou (lei ato normativo supostamente 
inconstitucional). 
 A exceção encontra-se quando o STF declara a inconstitucionalidade por 
arrastamento. 
 
AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) E ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL (ADPF) 
 
Primeiramente, deve-se compreender que a ADI e ADC possuem um caráter 
dúplice ou ambivalente; são ações “com sinal trocado”. Isso significa que a natureza da ADI 
e da ADC é a mesma; o que muda nelas é apenaso sinal: em uma se pede a declaração de 
inconstitucionalidade e na outra a constitucionalidade. 
 Requisito específico da ADC – Existência de controvérsia judicial relevante. 
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 Requisito específico da ADPF – Caráter Subsidiário. Ou seja, só é cabível 
ADPF quando não existir outro meio igualmente eficaz para sanar a 
lesividade. 
Aspectos comuns à ADC, ADI e ADPF 
 Não se admite desistência, assistência, nem intervenção de terceiros. 
 A decisão de mérito é irrecorrível, salvo embargos declaratórios. 
 Não cabe ação rescisória de nenhuma dessas ações. 
 A causa de pedir é aberta, ou seja, abrange todos os dispositivos da CF, 
independentemente daqueles que foram invocados na inicial. 
 
Legitimidade = Mesmos da ADI para as duas ações. 
Atos normativos e ADPF: O STF não admite como objeto de ADPF: 
 Proposta de Emenda à CF. 
 Veto: O STF entendeu que o veto do Presidente é um ato de natureza política, não 
cabendo ao judiciário analisar. 
 Súmulas comuns e Vinculantes. 
 Atos tipicamente regulamentares. 
 
Procedimento 
• ADC: Diferencia da ADI em poucos aspectos, quais sejam: existência de 
relevante controvérsia judicial; ausência de prazos para informação; e 
ausência de ouvir o AGU. 
• ADPF: igual ADI. 
MANDADO DE INJUNÇÃO E ADI POR OMISSÃO 
As ações de controle das omissões inconstitucionais relacionam-se ao “fenômeno 
da erosão da consciência constitucional”, expressão cunhada por Karl Loewenstein. O 
fenômeno da erosão constitucional consiste no perigoso processo de desvalorização 
funcional da constituição escrita, decorrente da omissão dos poderes públicos na 
regulamentação das normas constitucionais. 
DISTINÇÕES ENTRE ADI POR OMISSÃO E O MANDADO DE INJUNÇÃO: 
Previsão Constitucional 
• ADI por Omissão: Art.103, §2º, CF. 
• Mandado de Injunção: Art.5º, LXXI, CF. 
Finalidade 
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• ADI por Omissão: Assegurar a supremacia da Constituição e a efetividade 
de suas normas. É uma ação de controle concentrado de 
constitucionalidade. 
• Mandado de Injunção: Assegurar o exercício de direitos subjetivos 
(permitir que a pessoa exerça direito previsto na CF). Trata-se de um 
instrumento de controle concreto de constitucionalidade. 
Competência para processar e julgar essas ações: 
• ADI por Omissão: 
→ Trata-se de controle concentrado de Constitucionalidade. 
→ Se há omissão com relação à norma da CF, competência do STF. 
→ Se há omissão com relação à norma da Constituição Estadual, 
competência do TJ. 
• Mandado de Injunção: O MI tem uma peculiaridade. Sua competência não 
é aberta a todos os juízes, mas também não é concentrada em um único 
órgão. Com relação à competência prevista nas Constituições Estaduais, 
cada Constituição regulamenta a competência do MI de alguma forma. 
Cabimento de liminar: 
• ADI por Omissão: Cabe liminar em caso de omissão parcial e de omissão 
total. Essa previsão veio em 2009, com a alteração do art. 12-F, da Lei 
9.868/99. 
• Mandado de Injunção: a Lei nº 13.300/2016 não prevê a possibilidade de 
concessão de medida liminar. Antes da regulamentação, o STF já possuía 
precedentes afirmando não ser cabível liminar. 
Decisão de Mérito em Mandado de Injunção = ATENÇÃO DELTA! 
É tema polêmico, existem as seguintes correntes: 
 CORRENTE NÃO-CONCRETISTA: segundo esta posição, o Poder Judiciário, 
ao julgar procedente o mandado de injunção, deverá apenas comunicar 
o Poder, órgão, entidade ou autoridade que está sendo omisso. É uma 
posição considerada mais conservadora e foi adotada pelo STF (MI 
107/DF) até por volta do ano de 2007. 
 CORRENTE CONCRETISTA: para esta corrente, o Poder Judiciário, ao 
julgar procedente o mandado de injunção e reconhecer que existe a 
omissão do Poder Público, deverá editar a norma que está faltando ou 
determinar que seja aplicada, ao caso concreto, uma já existente para 
outras situações análogas. 
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No que se refere à necessidade ou não de concessão de prazo para o impetrado, 
a posição concretista pode ser dividida em: 
 Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar 
uma solução para viabilizar o direito do autor e isso deverá 
ocorrer imediatamente (diretamente), não sendo necessária 
nenhuma outra providência, a não ser a publicação do 
dispositivo da decisão. 
 Corrente concretista intermediária: ao julgar procedente o 
mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o 
direito, deverá dar uma oportunidade ao órgão omisso para 
que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a 
decisão judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, 
entidade ou autoridade edite a norma faltante. 
 Quanto aos atingidos pela decisão, a corrente concretista se divide em: 
 Corrente concretista individual: a solução "criada" pelo Poder 
Judiciário para sanar a omissão estatal valerá apenas para o 
autor do MI. 
 Corrente concretista geral: a decisão que o Poder Judiciário 
der no mandado de injunção terá efeitos erga omnes e valerá 
para todas as demais pessoas que estiverem na mesma 
situação. Em outras palavras, o Judiciário irá "criar" uma saída 
que viabilize o direito, liberdade ou prerrogativa e esta 
solução valerá para todos. 
O STF de início adotou a corrente não-concretista. No entanto, em 2007 houve um 
overruling (superação do entendimento jurisprudencial anterior) e o STF adotou a corrente 
concretista direta geral (STF. MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/10/2007). A 
Lei nº 13.300/2016 determina, como regra, a aplicação da corrente concretista individual 
intermediária. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA 
A ADI interventiva surgiu na Constituição de 1934, chamada representação 
interventiva, confiada ao Procurador Geral da República e sujeita à competência do STF, 
nas hipóteses de ofensa aos “princípios constitucionais sensíveis” daquela Constituição. 
Apesar de suprimida pela Carta de 1937, foi restabelecida pela Constituição de 1946 e 
mantida nas Constituições que se seguiram. Hodiernamente, tem fundamento 
constitucional assentado no art. 36, inciso III, da Constituição de 1988, segundo o qual a 
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decretação da intervenção federal dependerá, na hipótese do art. 34, VII, de provimento, 
pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador- Geral da República. 
 A CF/88, no art. 34, VII, autoriza a União a intervir excepcionalmente nos 
Estados e DF, para assegurar a observância dos princípios constitucionais 
que elenca, denominados de princípios constitucionais sensíveis pela 
doutrina, em face de sua extrema relevância. Entretanto, para que a 
intervenção federal se efetive, é antes necessário que a ADI interventiva, 
proposta pelo PGR, seja julgada procedente pelo STF. 
 Desde a origem até a CF vigente, a legitimidade para propor a ADI 
interventiva é de monopólio do PGR, que decide sobre o ajuizamento da 
ação com discricionariedade. A ação interventiva é proposta contra o 
Estado ou o DF responsável pela violação a um dos princípios 
constitucionaissensíveis do art. 34, VII da Constituição, recaindo sobre ele 
a legitimidade passiva da ação. 
 Tratando-se de intervenção federal, ou seja, de intervenção da União no 
Estado ou no Distrito Federal, a competência para julgar a ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva é exclusiva do Supremo Tribunal 
Federal, nos termos do art. 36, III, da CF. 
 A ação direta interventiva é proposta em desfavor da unidade federada 
com o fim de assegurar a observância dos chamados princípios 
constitucionais sensíveis (eis o parâmetro), violados em face da ação ou 
omissão daquelas entidades políticas. 
 Tratando-se de ação direta destinada a viabilizar a intervenção federal, os 
princípios sensíveis estão previstos no art. 34, inciso VII da CF: a forma 
republicana, o sistema representativo e o regime democrático; a 
autonomia municipal; a prestação de contas da administração pública, 
direta e indireta; aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais. 
 
Julgada procedente a ação interventiva, o Presidente do STF comunica de imediato 
a decisão aos órgãos do Poder Público interessados e requisita a intervenção ao Presidente 
da República. Ciente da decisão do Supremo, o Presidente deverá, sob pena de crime de 
responsabilidade, decretar a intervenção federal no Estado ou no DF, exatamente para 
assegurar a observância, por parte dessas unidades federadas, do princípio sensível 
afrontado. Todavia, prevê a CF que o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato 
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (§3º do art. 36), 
não havendo, no caso, razão para a intervenção. 
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TEMAS FINAIS – APOSTA MEGE DELTA. 
 Teoria da transcendência dos motivos determinantes 
A Teoria da transcendência dos motivos determinantes aduz que não só o 
dispositivo do Acórdão, mas também, os fundamentos determinantes da decisão tem efeito 
vinculante. Desse modo, aquilo que serviu de fundamento para o julgado, passa a vincular 
a Administração e os demais órgãos do Poder Judiciário. Porém, o STF acolhe a Teoria 
Restritiva, de forma que somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. 
 Teoria da inconstitucionalidade por arrastamento 
Segundo Pedro Lenza, se em determinado processo de Controle concentrado for 
julgada inconstitucional a norma principal, em futuro processo, outra norma dependente 
daquela principal (tendo em vista a relação de instrumentalidade que entre elas existe), 
também será eivada pelo vício de inconstitucionalidade por arrastamento. 
 Lei “ainda constitucional”, inconstitucionalidade progressiva 
A questão do prazo em dobro para a Defensoria Pública no Processo Penal – 
rejeição de inconstitucionalidade “rebus sic standibus”: o STF, ao analisar o tema entendeu 
que a regra é constitucional até que a Defensoria efetivamente de instale no país. O prazo 
em dobro foi questionado porque o MP não tem essa prerrogativa no processo penal. 
 Inconstitucionalidade circunstancial 
De acordo com Pedro Lenza, é possível cogitar de situações nas quais um 
enunciado normativo, válido em tese e na maior parte de suas incidências, ao ser 
confrontado com determinadas situações concretas, produz uma norma inconstitucional. 
Ex.: ADI 223, discutia a constitucionalidade de normas que proibiam a concessão de tutela 
antecipada e liminares em face da Fazenda Pública. A análise feita pelo Judiciário seria 
diferente para duas situações: → reenquadramento de servidor público. → concessão de 
tutela antecipada para que o Estado custeasse cirurgia de vida ou morte – aqui a lei seria 
inconstitucional 
 Declaração de inconstitucionalidade sem pronuncia de nulidade 
É a possibilidade de o STF declarar a inconstitucionalidade, mas não afastar a 
norma do ordenamento, fazendo com que a mesma vincule condutas ainda que por um 
determinado período. Nesse caso ocorre uma ponderação entre um dogma de nulidade x 
razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, mediante o uso do princípio 
da proporcionalidade. 
 
ORDEM SOCIAL – “PULO DO GATO NO EDITAL” 
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BASE E OBJETIVOS DA ORDEM SOCIAL; SEGURIDADE SOCIAL; EDUCAÇÃO, CULTURA E 
DESPORTO; CIÊNCIA E TECNOLOGIA; COMUNICAÇÃO SOCIAL; MEIO AMBIENTE; FAMÍLIA, 
CRIANÇA, ADOLESCENTE E IDOSO. 
 
 Leitura obrigatória = CF/88, arts. 193 a 230 
 
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
 
 ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO 
Sistema constitucional das crises, consistente em um conjunto de normas 
constitucionais, que informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, têm 
por objeto as situações de crises e por finalidade a mantença ou o restabelecimento da 
normalidade constitucional. 
A gravidade de ambas as medidas, cuja finalidade será sempre a superação da 
crise e o retorno ao status quo ante (situação anterior), exige irrestrito cumprimento de 
todas as hipóteses e requisitos constitucionais, sob pena de responsabilização política, 
criminal e civil dos agentes políticos usurpadores. 
 O Estado de defesa é uma modalidade mais branda. Não exige autorização do 
Congresso para sua decretação por parte do Presidente da República. O decreto 
presidencial deverá determinar o prazo de sua duração, especificar as áreas 
abrangidas e indicar as medidas coercitivas, nos termos e limites constitucionais e 
legais. 
 O Estado de sítio corresponde a suspensão temporária e localizada de garantias 
constitucionais, apresentando maior gravidade do que o Estado de defesa. 
Obrigatoriamente o Presidente da República deverá solicitar autorização da 
maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
para decretá-lo. 
HIPÓTESES 
→ Estado de Defesa 
Nos seguintes casos poderá ser decretado o Estado de Defesa pelo Presidente da 
República, ouvidos os Conselhos da República e da Defesa Nacional: ordem pública ou paz 
social ameaçada; institucional; calamidade natural. 
→ Estado de Sítio 
O Estado de Sítio é decretado pelo Presidente, desde que ouça os Conselhos da 
República e da Defesa Nacional e que peça autorização ao Congresso Nacional, nos casos: 
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 1º caso: comoção nacional ou ineficácia do Estado de Defesa; ou 
 2º caso: declaração de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira. 
 
A duração do Estado de Defesa está prevista para, no máximo, 30 dias, podendo 
ser prorrogado uma única vez por mais 30 dias. Já no Estado de sítio, para o 1º caso, está 
previsto 30 dias, prorrogável por mais 30 dias de cada vez; para o 2º caso, é o tempo 
necessário da guerra ou para repelir a agressão armada estrangeira. 
 
RESTRIÇÕES A DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS 
→ Estado de Defesa 
Os direitos que poderão ser restringidos na decretação do Estado de Defesa são: 
sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas (art. 5º, inciso XII, 
da CF); direito de reunião (art. 5º, inciso XVI, da CF); exigibilidade de prisão somente em 
flagrante delito ou por ordem da autoridade - judicial competente (art. 5º, inciso LXI, da 
CF); ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade 
pública. 
→ Estado de Sítio 
O Estado de Sítio é uma situação mais grave que o Estado de Defesa, por isso 
permiteum maior número de restrições aos direitos do que no caso de Estado de Defesa. 
Assim, inclui as mesmas restrições previstas para o Estado de Defesa e outras, como: 
 inviolabilidade domiciliar, “busca e apreensão em domicílio” (art. 5º, XI, 
da CF); 
 direito de propriedade, “requisição de bens” (art. 5º, XXV, da CF); 
 liberdade de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação (art. 220); 
 intervenção nas empresas de serviços públicos. 
Já no 2º caso de Estado de Sítio, em caso de guerra e resposta a agressão armada 
estrangeira, em tese, todas as garantias constitucionais poderão ser restringidas, satisfeitos 
alguns requisitos como: deliberação do Congresso e previsão em Decreto presidencial. 
 
 Ambas as medidas, após a decretação e aprovação pelo Congresso, exigem 
que a mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, 
designem Comissão composta de 5 de seus membros para acompanhar e 
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao 
estado de sítio. 
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 Cessado o estado de defesa ou de sítio, cessam também seus efeitos, sem 
prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores 
ou agentes (CF, art. 141). 
 Cessada a situação excepcional, as medidas aplicadas em sua vigência 
serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso 
Nacional, com especificação e justificativa das providências adotadas, com 
relação nominal dos atingidos, e indicação das restrições aplicadas (CF, art. 
141, parágrafo único). 
 
FORÇAS ARMADAS 
As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, 
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e 
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República (CF, art. 84, XIII), e 
destinam-se à defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de 
qualquer deste, da lei e da ordem. 
Compete ao Presidente, ainda, a iniciativa de lei para a fixação ou modificação dos 
efetivos das Forças Armadas (CF, art. 61, §1º, I) e para as leis que disponham sobre militares 
das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoria (CF, art. 61, §1º, II, f). 
A Constituição Federal prevê que o Congresso Nacional deve editar lei 
complementar estabelecendo as normas gerais a serem adotadas na organização, no 
preparo e no emprego das Forças Armadas. Porém, desde logo, determina que o serviço 
militar é obrigatório nos termos da lei, salvo para as mulheres e os eclesiásticos, que estarão 
isentos em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. 
 
 
SEGURANÇA PÚBLICA 
A CF preceitua que a segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, sem reprimir abusiva e inconstitucionalmente 
a livre manifestação de pensamento, por meio dos seguintes órgãos: 
 
 Polícia Federal: instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido 
pela União e estruturado em carreira. Destina-se a: apurar infrações penais contra 
a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União 
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações 
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão 
uniforme, segundo se dispuser em lei; prevenir e reprimir o tráfico ilícito de 
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entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação 
fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; exercer, com 
exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
 Polícia Rodoviária Federal: é órgão permanente, organizado e mantido pela União 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das rodovias federais; 
 Polícia Ferroviária Federal: órgão permanente, organizado e mantido pela União 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo 
das ferrovias federais; 
 Polícias Civis: deverão ser dirigidas por delegados de polícia de carreira [VOCÊ =)], 
são incumbidas, ressalvada a competência da União, das funções de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto das infrações militares; 
 Polícias Militares: polícia ostensiva, de preservação da ordem pública; 
 Corpos de Bombeiros Militares: além das atribuições definidas em lei, são 
incumbidos da execução de atividades de defesa civil. 
 Polícia Penal [NOVIDADE]: são vinculadas ao órgão administrador do sistema penal 
da unidade federativa a que pertencem, e, cabe a segurança dos estabelecimentos 
penais. 
O STF julgou inconstitucional dispositivo de emenda à Constituição do Estado de 
Rondônia segundo a qual a Polícia Civil deve ser dirigida por delegado de polícia de carreira 
“da classe mais elevada”. No caso, julgado na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
5.075, foi adotado o entendimento de que a iniciativa para legislar sobre a escolha do 
diretor-geral da Polícia Civil é do governador do Estado, não da Assembleia Legislativa. 
 O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é 
vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem 
diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do 
poder público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das 
carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para 
vocalização dos interesses da categoria. [ARE 654.432, rel. min. Alexandre 
de Moraes, j. 5-4-2017, Info 860.] 
 
A Constituição Federal concedeu aos Municípios a faculdade, por meio do 
exercício de suas competências legislativas, de constituição de guardas municipais 
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei, sem, 
contudo, reconhecer-lhes a possibilidade de exercício de polícia ostensiva ou judiciária. 
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O art. 144, §7º, determina que a LEI ORDINÁRIA disciplinará a organização e o 
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a 
eficiência de suas atividades. 
Segurança viária é o termo utilizado para designar o conjunto de ações adotadas 
com o objetivo de resguardar a integridade física e patrimonial das pessoas que se utilizam 
das vias públicas. Exemplo: os agentes de trânsito, quando desempenham suas funções de 
orientação e fiscalização, estão atuando para a garantia da “segurança viária”.

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