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serviços públicos por parte de entes federados municipais. Tal refutação tem desdobramentos 
que transcendem à personalidade do Instituto, uma vez que ele parece se encaixar na Forma de 
Estado Federal brasileira como parte integrante de uma estrutura mais dinâmica de nossa 
Federação, visto que tem como pressuposto as relações intergovernamentais. Dessa maneira, 
faz-se necessária uma breve demonstração do conceito de serviço público para que seja possível 
começar a compreender o caráter das relações entre tais entes. 
2.2 O CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO 
Desde logo, é necessário salientar que tal conceito não comporta uma definição unívoca. 
Para Hely Lopes Meirelles24, por exemplo, tal definição “é variável e flutua ao sabor das 
necessidades e contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada comunidade, em 
cada momento histórico”, sendo “todo aquele prestado pela Administração ou por seus 
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou 
secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”, conforme o artigo 175 da 
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988: 
Art. 175. Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo Único. A lei disporá sobre: 
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o 
caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de 
caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
II – os direitos dos usuários; 
III – política tarifária; 
IV – a obrigação de manter serviço adequado. 
Para Cretella25, serviço público é: 
toda atividade que as pessoas jurídicas públicas exercem, direta ou indiretamente, para 
a satisfação das necessidades gerais ou públicas, mediante procedimentos peculiares 
ao direito público, exceção feita à atividade judiciária, regida por outra disciplina. 
Dinorá Grotti26 concorda com Hely Lopes Meirelles ao afirmar que 
cada povo diz o que é serviço público em seu sistema jurídico. A qualificação de uma 
dada atividade como serviço público remete ao plano da concepção do Estado sobre 
 
24 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 417-
418. 
25 CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de Direito Administrativo, vol. IV: o pessoal da administração 
pública. 2ª ed. atual., ampl. e revista. Rio de Janeiro: Forense, 2005. p. 39. 
26 GROTTI, Dinorá. O Serviço Público e a Constituição Brasileira de 1988. São Paulo: Malheiros Editores, 
2003. p. 87. 
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seu papel. É o plano da escolha política, que pode estar fixada na Constituição do país, 
na lei, na jurisprudência e nos costumes vigentes em um dado tempo histórico. 
Nesse contexto, Duguit27 entende serviço público como: 
(...) toda atividade cuja realização é assegurada, regulada e controlada pelos 
governantes, porque tal atividade é indispensável à realização e ao desenvolvimento 
da interdependência social e é de natureza tal que não pode ser levada a termo a não 
ser pela intervenção da força governante. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello28, são aqueles29 “serviços prestados à 
coletividade pelo Estado, por serem indispensáveis à coexistência social à coletividade pelo 
Estado, por serem indispensáveis à coexistência social.”. Ainda, para o Autor30: 
Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material 
destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos 
administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si 
mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público — portanto, 
consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais —, instituído em 
favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo. 
Marçal Justen Filho31, por sua vez, entende que: 
serviço público é uma atividade pública administrativa de satisfação concreta de 
necessidades individuais ou transindividuais, materiais ou imateriais, vinculadas 
diretamente a um direito fundamental, insuscetíveis de satisfação adequada mediante 
os mecanismos da livre iniciativa privada, destinada a pessoas indeterminadas, 
qualificada legislativamente e executada sob regime de direito público. 
 
27 Texto original: “c'est toute activité dont l'accomplissement doit être assuré, réglé et contrôlé par les 
gouvernants, parce que l'accomplissement de cette activité est indispensable à la réalisation et au développement 
de l'interdépendance sociale, et qu'elle est de telle nature qu'elle ne peut être réalisée complètement que par 
l'intervention de la force gouvernante.” 
DUGUIT, Léon. Traitè de Droit Constitutionnel. 3ª ed. v. II. Paris: Librarie des Écoles Françaises, 1928. p. 61. 
(tradução livre) 
28 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros, 
2010. p. 44. 
29 “(,,,) para estar presente um objeto mencionável como serviço público, devem concorrer cumulativamente os 
seguintes requisitos: a) tratar-se de uma prestação de atividade singularmente fruível pelos usuários; b) consistir 
em atividade material; c) destinar-se à satisfação da coletividade em geral; d) ser reputada pelo Estado como 
particularmente importante para a satisfação dos interesses da Sociedade; e) ter sido havida como insuscetível de 
ser relegada tão só aos empreendimentos da livre-iniciativa, razão por que a assume como pertinente a si próprio 
(ainda que nem sempre com exclusividade); f) submetê-la a uma específica disciplina de direito público”. 
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Serviço público e sua feição constitucional no Brasil. Apud: 
CIENFUEGOS SALGADO, David. LÓPEZ OLVERA, Miguel Alejandro (Coord.). Estudios en homenaje a 
Don Jorge Fernández Ruiz: responsabilidad, contratos y servicios públicos. México: Universidad Autónoma 
de México, 2005. p. 6-7. 
30 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 27ª ed. ... p. 671. 
31 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 8ª ed. rev., ampl. e atualizada. Belo Horizonte: 
Fórum, 2012. p. 687.

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