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2) Relate sobre os principais mecanismos geradores de temperatura durante a usinagem e cite as principais medidas adotadas para reduzir o efeito da temperatura nos processos de usinagem. Principais Mecanismos Geradores de Temperatura durante a Usinagem 1. Deformação Plástica: • Durante a usinagem, o material da peça sofre deformação plástica à medida que a ferra- menta de corte penetra. Essa deformação gera calor devido à fricção interna do material. 2. Atrito entre Ferramenta e Peça: • O atrito na interface entre a ferramenta de corte e a peça de trabalho gera calor. Quanto maior o atrito, maior a geração de calor. 3. Atrito entre Ferramenta e Cavaco: • O cavaco, ao ser removido, desliza pela face da ferramenta de corte, gerando calor devi- do ao atrito. 4. Corte e Remoção de Cavaco: • A ação de cortar e remover material em forma de cavacos envolve a conversão de ener- gia mecânica em calor. Isso ocorre principalmente na zona de cisalhamento onde o ma- terial é plastificado e separado. Principais Medidas para Reduzir o Efeito da Temperatura nos Processos de Usinagem 1. Uso de Fluídos de Corte: • Função: Resfriamento e lubrificação. • Benefícios: Redução do atrito, diminuição da temperatura na zona de corte e prolonga- mento da vida útil da ferramenta. • Aplicação: Pode ser aplicado como líquido, vapor ou névoa, dependendo do processo. 2. Escolha de Materiais Adequados para Ferramentas: • Materiais: Utilização de ferramentas de corte feitas de materiais como carboneto de tungstênio, cerâmicas, diamante policristalino (PCD) ou nitreto cúbico de boro (CBN). • Benefícios: Esses materiais têm alta resistência ao desgaste e à deformação térmica, re- duzindo a geração de calor e suportando melhor as altas temperaturas. 3. Geometria da Ferramenta: • Design: Ferramentas com geometria otimizada, como ângulos de saída e inclinação ade- quados. • Benefícios: Redução da área de contato e do atrito, melhor controle do cavaco e dissipa- ção eficiente do calor. 4. Parâmetros de Corte Otimizados: • Velocidade de Corte, Avanço e Profundidade de Corte: Ajuste dos parâmetros de corte para minimizar a geração de calor. • Benefícios: Redução do calor gerado e melhora da qualidade da superfície usinada. 5. Técnicas de Refrigeração Avançada: • Refrigeração Interna: Ferramentas com canais internos de refrigeração para direcionar fluído de corte diretamente na zona de corte. • Crio-Usinagem: Uso de gases criogênicos como nitrogênio líquido para resfriar a zona de corte. • Usinagem a Seco: Em certos casos, a usinagem a seco com ferramentas de alta resistên- cia térmica pode ser vantajosa para evitar os problemas associados aos fluidos de corte. 6. Revestimentos para Ferramentas: • Revestimentos: Aplicação de revestimentos como nitreto de titânio (TiN), carboneto de titânio (TiC) e nitreto de alumínio e titânio (TiAlN). • Benefícios: Aumentam a resistência ao desgaste e reduzem o coeficiente de atrito, dimi- nuindo a geração de calor. Usinagem 3) Na usinagem em uma fresadora horizontal, existe a possibilidade de utilizar fresas (ferramentas de corte) com valores diferentes ângulo de saída (s), ângulo de cunha (c) e ângulo de folga (f). Informe qual é a função de cada ângulo desse e qual a relação entre o número de dentes da fre- sa e o tipo de material a ser usinado. Função dos Ângulos na Fresa 1. Ângulo de Saída (s): • Função: Facilita a formação e evacuação do cavaco. O ângulo de saída determina a direção e a eficácia com que o cavaco é removido da peça de trabalho. • Características: • Grande: Promove uma remoção de material mais eficiente, útil para materiais mais ma- cios. • Pequeno ou Negativo: Aumenta a força de corte e é mais adequado para materiais mais duros e quebradiços. 2. Ângulo de Cunha (c): • Função: Proporciona a robustez necessária à aresta de corte da ferramenta. Este ângulo é a me- dida da espessura da aresta de corte e afeta diretamente a durabilidade e a resistência ao desgas- te da ferramenta. • Características: • Grande: Maior resistência da ferramenta, adequado para materiais duros. • Pequeno: Menor resistência, mas maior capacidade de penetração, adequado para mate- riais macios. 3. Ângulo de Folga (f): • Função: Evita que a face de corte traseira da ferramenta entre em contato com a peça de traba- lho. Este ângulo permite que a ferramenta corte eficientemente sem arrastar ou friccionar exces- sivamente contra a superfície da peça. • Características: • Grande: Reduz o atrito e o desgaste, mas pode comprometer a resistência da aresta de corte. • Pequeno: Aumenta a resistência da aresta de corte, mas pode aumentar o atrito e o calor gerado durante a usinagem. Relação entre o Número de Dentes da Fresa e o Tipo de Material a Ser Usinado 1. Número de Dentes: • Função: Determina a quantidade de cortes por rotação da fresa, influenciando a suavidade do corte, a remoção de material e a geração de calor. 2. Materiais Macios: • Recomendação: Fresadoras com menos dentes. • Motivo: Menor número de dentes permite maiores espaços entre os dentes, facilitando a remo- ção de cavacos volumosos e evitando o entupimento. Isso é crucial para materiais como alumí- nio e cobre, que geram cavacos mais longos e contínuos. 3. Materiais Duros: • Recomendação: Fresadoras com mais dentes. • Motivo: Maior número de dentes permite uma distribuição mais uniforme das forças de corte, resultando em um acabamento de superfície mais suave e uma usinagem mais controlada. Para materiais como aço inoxidável e titânio, a geração de cavacos pequenos e fragmentados requer uma abordagem mais precisa e controlada. 4. Impacto na Eficiência: • Materiais Macios: Fresas de poucos dentes promovem uma remoção rápida de material, porém, com menos controle sobre o acabamento superficial. • Materiais Duros: Fresas de muitos dentes permitem uma usinagem mais precisa e um acaba- mento de melhor qualidade, mas podem exigir maior potência e resultar em maior desgaste da ferramenta devido ao aumento do atrito. Usinagem