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Nestes dias em que valores são subvertidos e conceitos são facilmente alterados, Cathy Núñez nos deixa uma obra bem
organizada e de muita relevância. Nela, ao nos narrar as experiências e os princípios que regem o trabalho feminino na igreja,
deixa-nos forte legado de equilíbrio em sua mais clara acepção, enquanto reconhece e estimula um forte e frutífero trabalho das
irmãs na comunidade local, ao passo que entende que há limitações claras por parte da Escritura. Então, temos as atividades
organizadas e executadas pelas mulheres em diversas áreas, preservando a ordem deixada por Deus sobre os diferentes papéis que
homens e mulheres devem ter na igreja local. E, por diferentes papéis, Cathy mantém a isonomia de importância e relevância de
cada um deles, sem que haja maiores ou melhores funções na igreja: apenas a diferença de chamado, com a natural exposição de
seus frutos. Ao lado de tudo isso, temos a parte central e mais importante, que é a intensa preocupação com a espiritualidade.
Rev. Joel Theodoro, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil
Esta obra, organizada por Cathy Núñez, traz relevantes reflexões sobre os múltiplos aspectos do ministério de mulheres na igreja
local em uma momento em que muito se tem dito a esse respeito, e nem sempre tão bem embasado biblicamente quanto vemos
em Ministério de Mulheres. A abrangência desse ministério é abordado pelas autora, de forma concordante, evitando-se fórmulas
pré-concebidas, mas colocando luz nos pressupostos que sustentam cada uma das áreas de atuação desse precioso ministério. Fica
evidente ao longo dos capítulos o compromisso em evidenciar os benefício do envolvimento das mulheres na seara do Senhor:
amadurecimento espiritual, o uso dos dons e talentos no serviço ao próximo, o discipulado e o aconselhamento bíblico, o avanço
do Evangelho, no servir a igreja local com alegria e afinco.
Roberta L. Fonseca, conselheira bíblica
Sumário
Prefácio à edição brasileira
Introdução
O que é o ministério de mulheres e por que ele é necessário?
A teologia por trás do ministério de mulheres
Como o ministério de mulheres pode ajudar o pastor e a igreja
E na prática? A gestão de um ministério de mulheres
A necessidade da oração
Identificando a liderança
A mentoria (Tito 2)
A importância dos pequenos grupos
Como ministrar às moças através de um ministério de jovens
O ministério de aconselhamento bíblico: Uma ferramenta que desafia ao
crescimento
Mulheres solteiras, divorciadas e o ministério de mulheres
Como incluir evangelização e discipulado no ministério de mulheres
Como usar as redes sociais
Prefácio à edição brasileira
A instrumentalidade do ministério de mulheres no transbordar da graça de Deus
Era verão de 2005. Eu tinha trinta anos. Nossa primeira filha, Julia, estava com cinco anos, e
Isabela, com apenas dezoito meses, já estava correndo para lá e para cá, encarando seu projeto de
exploração do mundo ao redor. Mas não era só isso; para completar o combo, indo atrás das
crianças onde quer que estivessem, estava a Fani (diminutivo de Faniquita — nome que caiu
muito bem para aquela beagle que, com pouco mais de um ano, valia por dez crianças agitadas). 
Foi nesse cenário que a terceira flor do nosso jardim, a pequena Sara, estava para chegar.
Mamãe não me havia criado para a maternidade. 
Fui filha única até os treze anos e só tive um irmão depois de insistir muito por ele. Creio que,
devido às suas experiências familiares, mamãe acabou por assumir uma postura um tanto à frente
do seu tempo. Nos anos 1970 e 1980, ela não era como a maioria das mães; não gostava de ser
considerada uma “mulher do lar”. Ela trabalhava fora de casa; fazia questão de ter seu próprio
dinheiro, e era sempre ela a responsável por tomar as decisões mais importantes no que dizia
respeito à nossa família — ainda hoje ela é uma mulher de garra, que não se submete facilmente
às circunstâncias. Quando meu irmão nasceu, embora eu já estivesse na adolescência, mamãe
não me incentivou a ajudar nos cuidados com ele. Ela queria que eu focasse nos estudos (o que
não estava errado; embora uma coisa não elimine a outra). O sonho de mamãe para sua filha não
era o de uma dona de casa com três crianças pequenas e um cachorro serelepe. Mas ali estava eu.
Então, agora, você consegue imaginar como estava meu coração? Eu, mãe de três “pititicas”?
Talvez elas não sobrevivessem a tamanha inabilidade. Talvez eu não conseguisse dar conta de
arrumar a Juju para a escolinha, preparar a lancheira do dia, fazer a mamadeira da Belinha,
amamentar a pequena Sara, dar banho nas três, varrer a casa, lavar e passar as roupas, preparar as
refeições, arrumar a cozinha. Definitivamente, eu acreditava não estar preparada para aquela
missão.
Quando Sarinha nasceu, fazia cerca de seis meses que estávamos congregando em uma nova
igreja. Eu já vinha participando dos encontros semanais das mulheres, com estudos bíblicos
centrados na Palavra e orações, mas ainda não conhecia profundamente aquelas irmãs com as
quais vinha tendo contato. Por isso, qual foi a minha surpresa quando um chá de bebê foi
organizado para a chegada de Sara. Como se isso não bastasse, ao voltarmos da maternidade com
nossa caçulinha em nossos braços, começamos a receber o apoio das irmãs do ministério de
senhoras. Dona Augusta esteve em casa por algumas vezes, lavando e passando as roupas das
meninas; Vanda — uma querida amiga e irmã que era minha vizinha na época e hoje é líder do
ministério de mulheres de nossa igreja — sempre que podia vinha lavar as louças que se
acumulavam sobre a minha pia. Giovana, outra vizinha cristã, de vez em quando, levava Juju e
Belinha para sua casa, para eu ter “fôlego” em meio à correria do dia a dia. Sopas, tortas, bolos:
nas primeiras semanas pós-parto, fomos muito agraciados com pratos quentinhos e saborosos
que, mais do que suprir nossas necessidades físicas, eram expressões do cuidado do Senhor para
conosco.
Passado o tempo, pudemos novamente experimentar o favor do Senhor quando meu esposo
ficou desempregado e algumas mulheres de nossa igreja se moveram em ação diaconal. Vimos o
amor de Deus por nossa família sendo manifesto em cada gesto de nossos irmãos, especialmente,
por meio das irmãs que preparavam a “cesta do amor”. Ainda hoje, como esposa de um dos
pastores de nossa igreja e como responsável por um grupo de estudos bíblicos voltado para
mulheres, em minha própria experiência de vida posso testemunhar das muitas bênçãos que
podem fluir de um ministério de mulheres, um ministério no qual podemos colocar em prática os
ensinamentos transmitidos do púlpito por nossos pastores, um ministério no qual as mulheres
podem servir umas às outras, à família e à comunidade, objetivando a edificação mútua e,
principalmente, a glória de Deus.
É por isso, querida irmã, que fui tomada de grande alegria e entusiasmo quando li as páginas
desta preciosa obra que você tem em suas mãos. Posso imaginar que, se você tomou este livro
para ler, é porque nutre um desejo de, cada vez mais, crescer no ministério, ou seja, no serviço à
igreja de Cristo. E, se essa é mesmo a sua intenção, você encontrou o material que procurava. Ao
longo dos próximos capítulos, você se deparará com ensinamentos e princípios valiosos que a
ajudarão a compreender não apenas o que é o ministério de mulheres firmado nas Escrituras, mas
a sua importância para o transbordar da graça de Deus sobre a vida dos membros da igreja local.
Você será guiada em uma jornada significativa, explorando os diferentes aspectos desse serviço
cristão, bem como receberá orientações e conselhos práticos para a sua implementação, sob uma
perspectiva que está em conformidade com a Palavra de Deus.
O ministério de mulheres pode ter uma atuação abrangente, pois há muitas formas com as
quais nós, mulheres cristãs, podemos servir não só a nossa família na fé, mas expandir essas
ações e alcançar outras mulheres em nosso país, sem que, para isso, tenhamos de nos engajar em
disputas por cargos e posições com aqueles que receberam da parte de Deus o chamado paraestarem à frente do rebanho, a saber, os presbíteros e diáconos. Antes, com uma atuação
aprofundada nos conhecimentos teológicos acerca do papel e das funções dos homens e das
mulheres na igreja, podemos ser vasos úteis nas mãos do Senhor e, ainda, usadas para aliviar as
cargas que os líderes do rebanho levam sobre seus ombros.
À luz de Colossenses, revestidas como eleitas de Deus e como membros do corpo de Cristo,
podemos expressar o amor do Senhor, atuando como braços e mãos estendidas para servir, para
acolher, para sustentar, para interceder. Podemos ser as pernas daquelas que estão enfraquecidas
ou cansadas. Podemos caminhar lado a lado e servir de apoio àquelas que se sentem sozinhas e
desamparadas (Cl 3.12-14). Mulheres jovens ou maduras, casadas, viúvas e divorciadas, cada
uma de nós, segundo a graça que nos foi concedida e tendo a Palavra habitando ricamente em
nossos corações, podemos e devemos nos instruir e nos aconselhar mutuamente em toda a
sabedoria (Cl 3.16). Podemos nos colocar sob a autoridade e a orientação de homens piedosos,
fazendo tudo como para o Senhor, cientes de que estamos servindo a Cristo (Cl 3.23,24).
Usufruindo dos meios de graça disponíveis a nós, podemos perseverar na oração não só para a
criação, mas também para a manutenção de um ministério de mulheres atuante, vigiando para
que esse serviço permaneça fiel aos princípios bíblicos, mantendo sempre corações gratos (Cl
4.2).
Pessoalmente e utilizando também as redes sociais, ao nos portarmos com sabedoria e
aproveitarmos as oportunidades (Cl 4.5,6), podemos ser testemunhas vivas da obra de Cristo. Por
meio de uma palavra temperada com sal, os ensinamentos que anunciam o evangelho podem ir
além e impactar tanto a vida das mulheres que estão perto, fortalecendo os vínculos relacionais,
quanto daquelas que estão em outros cantos do Brasil; desta forma, podemos ser instrumentos
para abençoar mulheres que já professam Jesus como Senhor tanto quanto para alcançar aquelas
que ainda estão fora da igreja.
Como isso tudo é possível? É isso que este livro pretende responder. Esta maravilhosa obra
não é um trabalho de uma só mão nem de um só coração. Em conformidade com o ponto
defendido por Catherine, de que um ministério de mulheres não deve estar centrado em uma só
pessoa, mas que deve ser formado por uma equipe levantada pelo Senhor, você perceberá a
instrumentalidade de Deus por meio da vida de diversas irmãs que, ao longo dos treze capítulos,
se revezam para trazer suas contribuições, cada qual de acordo com o talento que recebeu, e isso
é o que torna essa obra tão singular e muito enriquecedora. Obviamente, rogando a sabedoria do
alto, você poderá utilizar esse material como um norte que pode ser adaptado à realidade da sua
igreja, suprimindo algumas dicas e acrescentando outras.
Meu desejo é que, à medida que for recebendo dessa fonte, você possa jorrar dela, regando a
terra onde quer que você tenha sido plantada para servir. Que Deus use sua vida para encorajar e
estimular outras irmãs a participarem da implementação ou da revitalização de um ministério de
mulheres enraizado em Cristo e nutrido por ele, pois dessa maneira os frutos desta obra serão
agradáveis ao Senhor, visto que apontarão para aquele que é a imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação (Cl 1.15). Que sua vida possa revelar a glória de Cristo no serviço
à igreja do Senhor, para a edificação dos santos.
Que a graça e a paz estejam com você, minha querida irmã, enquanto lê as palavras que virão a
seguir e delas se apropria.
Laise H. Oliveira é casada com o Pr. Alexandre Oliveira, e mãe de Julia, Isabela e Sara.
Atualmente, ela contribui com o ministério de mulheres da Igreja Batista da Graça, em São José
dos Campos, como professora de Bíblia e na condução de um devocional matutino. Formada em
pedagogia, em teologia (intra-corpus) e pós-graduando em aconselhamento bíblico (FTBSP), há
mais de 12 anos, ela coordena os cursos de teologia on-line do Ministério Fiel. Além de ser uma
das professoras dos cursos “Mulheres da Palavra” e “Feminismo vs. Feminilidade Bíblica”, 
Laise ministra palestras em eventos, conferências e congressos voltados para mulheres cristãs.
Introdução
CATHERINE SCHERALDI DE NÚÑEZ
O que nos levou a escrever este livro sobre como começar um ministério de mulheres na igreja
foi por uma pergunta que ouvimos de muitas mulheres enquanto viajávamos pela América Latina
e Estados Unidos: Como iniciar um ministério de mulheres em nossa igreja?
O modelo
Na igreja anglo-americana há diferentes formas de começar um ministério de mulheres, mas,
embora sejamos uma família em Cristo e tenhamos algumas necessidades comuns, existem
diferenças culturais que exigem nossa atenção, quando pensamos em um ministério de mulheres
para mulheres da América Latina. O objetivo do ministério é ajudar as mulheres a crescer na fé e
santificar sua cosmovisão (Rm 12.2), por isso, antes de iniciarmos um ministério como este é
vital conhecer a cultura do grupo com o qual iremos trabalhar. Embora cada cultura tenha sua
própria cosmovisão, todas são governadas pelo príncipe deste mundo (Ef 2.2) e tamanha é sua
astúcia que ele apresenta o mesmo pecado de diferentes formas para impedir que o incrédulo veja
a glória de Cristo.
É isso que torna a elaboração deste livro ainda mais desafiadora, porque existem muitas
culturas na América Latina e não podemos falar apenas sobre um determinado modelo de
ministério, pois cada igreja precisa avaliar seus pontos fortes e fracos e, então, adaptar o
ministério à sua necessidade. Não podemos apenas “copiar e colar” um ministério que está dando
certo em outro lugar; o que cada igreja precisa fazer é estudar o que outras igrejas estão fazendo
e adequar às suas próprias necessidades.
Para dar um exemplo, nos Estados Unidos, quando uma mulher dá à luz, as mulheres da igreja
se organizam para levar comida para aquela mãe, para que ela não tenha que se preocupar com
esta tarefa logo nos primeiros dias do bebê em casa. Algumas até vão à sua casa para ajudar com
a limpeza. 
Na República Dominicana, onde moro, as famílias têm pessoas contratadas para estas tarefas,
então, a menos que a pessoa não tenha condições de contratar alguém, tais visitas não serão
feitas. No entanto, há outras necessidades, como levar as crianças para a escola, já que não há
serviço de ônibus escolar como nos Estados Unidos.
A ideia é avaliar e oferecer ajuda onde as necessidades são detectadas. Por isso, temos que ser
criativas e não devemos ter medo de errar, isso faz parte do processo de aprendizagem; se nossas
motivações forem santas e humildes, Deus as usará para o nosso bem e para o bem da igreja.
Jesus nos diz em Mateus 7.7-8: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”. E se isso não
bastasse, ele nos adverte em Tiago 4.2: “Nada tendes, porque não pedis”. Portanto, vamos ao
Senhor da seara buscar a sua vontade para tudo o que fizermos. Todavia, quando pedirmos, que o
façamos com motivações santificadas, porque Tiago 4.3 nos adverte: “Pedis e não recebeis,
porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.
A motivação
Nossa motivação nunca deve ser dar visibilidade para nossa igreja ou competir com outras
igrejas. Como família da fé, muitas vezes será possível trabalhar em conjunto com outras igrejas
para realizar um trabalho mais eficaz, mas nunca devemos competir com elas. Nosso objetivo
também não deve ser de atender às necessidades das mulheres em nossa igreja, mas glorificar a
Deus ao fazê-lo.
A finalidade
Jeremias 29.11-13 nos diz:
Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim
que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração.
Portanto, nosso dever é buscar o propósito de Deus para o ministério. Efésios 2.10 nos
assegura que Deus tem um planopara cada cristão, por isso, se trabalharmos em equipe, nos dirá
qual é o plano que ele tem para nossa igreja. Devemos entender qual é o seu plano. Cristo é o
cabeça da igreja 
(Ef 5.23), e como 1Coríntios 12.18 nos afirma, Deus coloca cada membro na igreja como ele
quer; ele mesmo orquestra sua obra em nossa igreja local. Ele traz quem ele quer, porque
conhece as necessidades deles e as nossas, e é fiel para enviar os obreiros que precisamos e as
pessoas com necessidades que podemos atender. Nosso Senhor é infinitamente sábio; ele é capaz
de fazer tudo o que quer, como Efésios 3.20-21 nos ensina: “Àquele que é poderoso para fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera
em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.
Amém!”
O mais importante
Devemos buscar a direção de Deus, e a única maneira de fazê-lo é em oração. O fundamento
de todo ministério é Cristo; então, antes de fazer qualquer coisa, devemos orar e deixar que ele
nos guie através do Seu Espírito. Ele está mais interessado em nos usar do que nós estamos em
fazer o que ele quer; portanto, não devemos parar de buscar sua face. Romanos 8.26-27 nos
assegura que:
O Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente
do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.
Confiemos, portanto, que ele responderá nossas orações no seu tempo e à sua maneira. Avaliar
o sim e o não de Deus nos ajuda a reconhecer seu caminho para nós.
E de que maneira nos conduz? Como eu disse antes, se queremos sabê-lo, a primeira e mais
importante coisa a ser feita é orar. O único que pode nos dar a sabedoria que precisamos, a
direção para onde devemos ir e o poder para fazê-lo, é o próprio Deus.
A forma de nos comunicarmos com ele é por meio da oração. Quando oramos, o Espírito Santo
nos orienta, como João 14.26 nos ensina: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos
tenho dito”. Podemos estar certas de que o Consolador está mais interessado nas mulheres de
nossa igreja do que nós, e ele é o único que conhece suas necessidades e o que o futuro nos trará.
O ministério feito em nossa própria força nunca terá o mesmo impacto daquele que Deus faz por
nosso intermédio.
A sujeição
Quando recebemos a confirmação de Deus em oração para iniciarmos um ministério de
mulheres, devemos procurar nosso pastor e pedir sua autorização. Uma das formas de entender o
que Deus quer é trabalhar com o pastor e com a visão que o Senhor lhe deu para sua igreja.
Todas as igrejas têm a mesma missão: glorificar a Cristo por meio da evangelização e do
discipulado, ajudando a santificar e encorajar os cristãos a “combater o bom combate” e serem
fiéis até o fim. No entanto, a forma como cada igreja implementa esta missão é determinado pela
visão que cada uma tem.
Devemos trabalhar sob a autoridade do pastor e junto com ele para completar essa missão de
acordo com a visão que sua igreja tem, pois Deus tem um plano não só para cada igreja, mas
para cada pessoa dentro dela, como dissemos antes ao citar Efésios 2. 10. Isso é muito
importante, porque o ministério de mulheres não é um ministério isolado, mas uma parte da
igreja, e cada ministério, inclusive o de mulheres, deve ajudar a cumprir a visão integral da
igreja.
Como formar uma equipe de liderança
Tendo a confirmação do Senhor e do pastor, você deve começar a avaliar os dons e habilidades
que percebe nas mulheres de sua igreja. Como 1Coríntios 12.18 nos ensina: “Deus dispôs os
membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve”. Portanto, se Deus coloca as
pessoas em nosso caminho, podemos confiar que essa é uma maneira de reconhecer o que ele
quer que façamos. Servimos a um Deus de propósitos. Se seguirmos esses passos, caminharemos
em direção ao alvo, “para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.10).
Obviamente, cada igreja tem uma missão diferente que dará um caráter diferente a cada
ministério. Além disso, há muitos fatores a serem considerados ao realizarmos esta obra. Por
exemplo, o tamanho da igreja pode determinar quantos líderes e quantos grupos serão
necessários para dar suporte ao ministério. Na minha opinião, se você precisa somente de uma
líder, ela deve ser alguém de fácil trato, que ouça e busque a opinião de outras mulheres.
Podemos encontrar na igreja dons e talentos em diferentes áreas, o que a levará a desenvolver
departamentos do ministério de mulheres nos quais elas possam trabalhar. 
Uma das maneiras que Deus usa para dirigi-la é pela forma como as necessidades que você
encontra dentro e fora de sua igreja se alinham com os dons, talentos, oportunidades e paixão que
você encontra nas mulheres do ministério. Efésios 4.12 afirma que os santos (homens e
mulheres) devem ser equipados para a obra do ministério e disso podemos inferir que as
mulheres de uma igreja local, desde que aprovadas pelo corpo pastoral, estão encarregadas de
equipar outras mulheres, conforme está instruído em Tito 2.3-4: “Quanto às mulheres idosas,
semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito
vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e
a seus filhos”.
Em relação à liderança do ministério, há fatores que devem ser levados em consideração na
escolha, como o número de mulheres com o dom de liderança, com sólidos conhecimentos
bíblicos e com maturidade espiritual e sabedoria bíblica, pois isso determinará o tamanho e o
caráter do ministério.
Adapte o ministério às necessidades da igreja
Se a igreja for de primeira geração de convertidos, talvez seja necessário treinar as líderes
antes de iniciar o ministério. É importante procurar pessoas com o dom de liderança para
capacitá-las na doutrina bíblica, na visão da igreja e, em liderança feminina bíblica, pois a
eficácia do ministério diminui consideravelmente quando as líderes não estão alinhadas nessas
três áreas. Em nossa igreja, temos um pacto que as líderes precisam ler e assinar de tempos em
tempos. Se uma liderança não consegue caminhar em concordância com as demais, não importa
quantas habilidades, dons ou talentos ela tenha, isso é sinal que Deus não a está chamando
naquele momento. Quando cada uma delas é humilde o suficiente para aceitar que as sugestões
das demais podem ser melhores do que as suas e é capaz de admitir suas fraquezas e erros, o
Espírito Santo pode derramar suas bênçãos sobre a equipe e trazer paz (veja 1Co 1.10).
Para um ministério que já está atuando, se alguém apresenta ideias para novos projetos, mas
você não encontra as pessoas certas para liderar, isso pode ser um sinal que essa ideia ainda não
é para sua igreja ou não é para o momento atual. Só Deus é onisciente e como ele tem um
propósito em tudo, devemos confiar que ele fará sempre o melhor.
Existem outros fatores que podem afetar o rumo do ministério e merecem nossa atenção. Por
exemplo, qual é o orçamento disponível e quanto os membros podem pagar pelos eventos do
ministério. Se a igreja for composta de pessoas com poucos recursos financeiros, será difícil
trazer uma pregadora conhecida para um retiro, enquanto igrejas com pessoas com mais
recursos, podem. Nesse sentido, é necessário que a liderança das igrejas grandes e abastadas não
esqueça das igrejas menores e com menos recursos e as inclua em seus eventos para a edificação
de todo o corpo de Cristo.
Outro fator importante é a faixa etária das mulheres da igreja. Os tipos de eventos para as
jovens podem ser diferentes daqueles realizados para as mulheres da melhor idade, embora
devamos incluir todas no ministério. Também devemos levar em conta que nos eventos as
mulheres de diferentes idades devem interagir,porque cada uma pode aprender com a outra,
edificar e encorajar a outra e enriquecer não apenas a si mesmas, mas a toda a igreja.
Ademais, é necessário compreender as diferentes situações que existem na igreja, que podem
ter relação com sua história. Por exemplo, igrejas que tiveram divisões, muitas vezes têm feridas
que precisam ser curadas. Nesses casos é vital direcionar o ministério para ministrar
especificamente a essas feridas para trazer cura, para depois começar a ministrar outras áreas. A
realidade é que todos esses fatores são oportunidades para ouvir a voz de nosso Senhor e só
depois edificar sua igreja.
Um pouco da história do ministério de nossa igreja
No caso de nossa congregação, a Iglesia Bautista Internacional (IBI), a visão do pastor titular
é de ter uma igreja sem muros, que impacte a vida de seus membros para que eles impactem a
cultura na qual estão inseridos. Diante disso, pudemos notar que as pessoas que o Senhor enviava
à igreja eram precisamente aquelas de que precisávamos para concretizar esta visão. Mesmo
antes de chegar à República Dominicana, o Senhor fez o pastor entender que o ministério para o
qual ele o estava chamando era para toda a América Latina e não apenas para uma região da
República Dominicana. Anos depois, isso se confirmou pelas pessoas que Deus colocou na
igreja.
O Senhor tem abençoado nossa igreja com pessoas que têm não apenas dons e talentos, mas
também a capacidade e o chamado para realizar essa visão. A igreja começou a desenvolver
gradualmente seus diferentes ministérios, incluindo o ministério de mulheres. Deus enviou
muitas mulheres de diferentes idades, com dom da liderança, com sabedoria, com habilidades e
talentos dados pelo Senhor, com amor a Deus e ao seu povo, dispostas a glorificar a Cristo em
suas vidas e passar este legado para outras mulheres. Entendemos que devíamos dar-lhes a
oportunidade de servir, pois não usar esses dons e talentos seria agir como o servo mau e
negligente, que escondeu seu talento na terra em vez de investi-lo no reino de Deus (Mt 25.14-
30). Filipenses 2.13 nos ensina que “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade”, então, nosso dever é agradar ao Senhor reconhecendo a liderança
das mulheres que ele nos enviou.
Nosso ministério de mulheres mudou ao longo dos anos. Começamos comigo como
encarregada, mas sempre buscando a participação de outras mulheres. Após alguns anos,
passamos a alternar a pessoa responsável pelo ministério de tempos em tempos, mas percebemos
que isso não estava funcionando como desejávamos. Então, formamos um comitê de mulheres
que se reuniam para discutir os assuntos e chegávamos a acordos e depois passávamos as
decisões para os pastores. Isso funcionou muito bem por um bom tempo, mas, como era um
trabalho voluntário, achamos que poderia sobrecarregar as mulheres do comitê de liderança e
ainda nos faltava incluir todas as mulheres que serviam como líderes nos pequenos grupos.
Como pertencemos a uma grande igreja com muitos grupos, o pastor decidiu que precisávamos
de uma mulher que fosse funcionária da igreja, encarregada de acompanhar e aplicar as ideias
que tínhamos.
Atualmente temos uma equipe feminina com diferentes níveis de participação. No primeiro
nível estão duas de nós, ambas esposas de pastores, com a coordenadora do ministério. Reunimo-
nos e definimos ideias, metas etc. O segundo nível é composto por várias mulheres com dons,
talentos e habilidades em diferentes áreas para nos ajudar a decidir para onde queremos ir
durante o ano. Levamos as ideias para este segundo nível e elas nos ajudam a refinar e melhorar
as ideias. No terceiro nível estão as mulheres que trabalham como líderes de grupos de estudo
bíblico para mulheres, líderes de grupos de casais juntamente com seus maridos,
aconselhamento, intercessão, ministério de misericórdia, diaconia, entre outros, com quem
compartilhamos as informações para que possam nos dar sua perspectiva sobre as questões que
precisamos melhorar no ministério.
Como você pode ver, nosso ministério de mulheres está em constante transformação porque os
tempos, as necessidades e a curva de aprendizado mudam. Deus não muda, como lemos em
Hebreus 13.8, mas nós mudamos; então, à medida que continuamos a buscar seu propósito,
vemos nossos erros e acertos e continuamos a crescer nele.
Nosso desejo com este livro é compartilhar o que aprendemos e contribuir “com um grão de
areia” para ajudar a equipar nossas irmãs no trabalho que nosso Senhor lhes confiou. Não
estamos interessadas em ser vistas como especialistas, porque realmente não somos, mas como
mulheres que querem honrar a Cristo e usar nossos dons para que ele seja glorificado em toda a
Terra.
Nos próximos capítulos, cada um escrito por diferentes mulheres, entraremos em mais detalhes
sobre os diferentes aspectos do ministério de mulheres. Oramos para que Deus use nossas
palavras para sua glória e para a edificação de sua igreja.
Prostra-se toda a terra perante ti, canta salmos a ti; salmodia o teu nome. Vinde e vede as obras de Deus: tremendos feitos
para com os filhos dos homens! (Salmos 66.4-5)
O que é o ministério 
de mulheres e por que 
ele é necessário?
CATHERINE SCHERALDI DE NÚÑEZ
Engrandecei o Senhor comigo, e todos, à uma, lhe exaltemos o nome.
(Salmos 34.3)
Deus criou Adão e Eva à sua imagem (conforme lemos Gênesis 1.27) e, embora lhes tenha
dado papéis diferentes, o propósito de cada um era de representar a Deus na terra. Nosso Deus é
infinito, mas nós não somos. Ele tem as virtudes de ambos os sexos (masculino e feminino), mas
criou o homem e a mulher com diferentes características. Por isso, individualmente, não somos
capazes de refletir tudo o que Deus é, mas, quando nos complementamos, o mundo tem uma
imagem mais completa dele.
Com a entrada do pecado no mundo, algo que era natural antes disso — representá-lo —
tornou-se não apenas difícil, mas impossível, porque o coração humano se tornou enganoso e sua
mente foi obscurecida. Isso distorce sua maneira de pensar e impede que ele reflita a Deus em
sua natureza. Desde então, temos a necessidade de aprender a glorificá-lo, porque é impossível
para nós fazê-lo naturalmente. 
Por isso, Deus nos deu seu Espírito Santo para habitar em nós 
(1Co 3.16) nos dar a mente de Cristo (1Co 2.16).
Embora os princípios bíblicos sejam os mesmos para cada sexo, o fato de sermos tão diferentes
torna a maneira de alcançar o coração das mulheres diferente dos homens, por essa razão, o
ministério das mulheres pode ajudá-las em seu processo de santificação de maneira mais eficaz
do que somente as reuniões mistas. Isso complementará o que aprendemos nos cultos de
adoração dominicais. Não quero dessa forma diminuir a relevância do culto dominical, apenas
desejo mostrar que o ministério de mulheres pode ajudar as mulheres a colocar em prática
corretamente o que se prega a cada domingo.
A essência da mulher é a conexão. O Salmo 144.12 nos ensina: “Que nossos filhos sejam, na
sua mocidade, como plantas viçosas, e nossas filhas, como pedras angulares, lavradas como
colunas de palácio”. A palavra hebraica para colunas é zaviyth,1 que significa “pedra angular,
canto” e carrega o sentido de sermos “conectoras”. Deus nos criou como ezer;2 que significa
“auxiliadora” e obviamente isso é algo que não pode ser feito isoladamente. Portanto, se
limitarmos nossa participação ao culto dominical, privaremos a nós mesmas e à igreja das
bênçãos que Deus pretende conceder por meio dos dons que ele colocou em nós e pelo fruto do
Espírito que ele desenvolve em cada um de seus filhos.
Entendemos que o nível de participação de cada mulher na vida da igreja dependerá muito do
estágio em que ela se encontra e do desenvolvimento de sua família. Mulheres com filhos
pequenos ou doentes, com familiares dependendo de sua ajuda, por exemplo, têm menos tempo
para participar das atividades da igreja. Tais mulheres não devem se sentir culpadas por isso,
nem se afastar completamente, porque elas precisam manter sua comunhão comos membros de
sua igreja e receber a ajuda que suas irmãs em Cristo podem lhes oferecer. Isso certamente
tornará sua vida mais produtiva e agradável. Homens e mulheres precisam aprender a sã doutrina
e ao mesmo tempo saber como aplicá-la em suas vidas (veja Tito 2.3-5), pois somos “raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9); e para vivermos
esta realidade precisamos aprender a viver “de modo digno da vocação” a que fomos chamados
(Ef 4.1). Embora Deus seja onipresente, uma das formas de ele se manifestar é através do seu
povo, e o contato com nossas irmãs enriquece nossa vida cristã (veja Hb 10.23-25).
Qual seria a melhor maneira de aprender umas com as outras à medida que vivemos para
Cristo? A resposta é: em um ministério de mulheres! Nele temos a oportunidade de partilhar as
experiências do nosso relacionamento comum com Cristo com o propósito de fortalecer o
relacionamento com Deus e de umas com as outras, enquanto passamos nosso legado para a
geração seguinte (Tt 2.3-5).
Se a missão da igreja é glorificar a Cristo pela evangelização e discipulado, ajudando a
santificar e encorajar os cristãos a combater o bom combate e serem fiéis até o fim, então
precisamos de oportunidades de fazê-lo. É óbvio que o homem e a mulher podem realizar as
mesmas tarefas, porém as fazem de maneiras diferentes; portanto, fornecer oportunidades
distintas para cada grupo fortalecerá a igreja. As mulheres precisam de oportunidades para
aprender as Escrituras, nas quais possam fazer perguntas, compartilhar dúvidas, confessar e pedir
ajuda e depois aplicar o que aprenderam. Como cristãs que creem na complementaridade,
entendemos que as mulheres não apenas podem, mas devem contribuir para o cumprimento da
visão da igreja de certas maneiras que os homens não fariam. Mulheres com doutrina cristã sã e
sólida podem ajudar os líderes trazendo uma perspectiva feminina para as diferentes situações
nas quais se encontram.
Nas Escrituras, a expressão do grego para ministério é diakonéo,3 que significa “ser servo,
servir”. Assim, o ministério de mulheres é um ambiente no qual as líderes servem às mulheres e,
ao mesmo tempo, ensinam outras a servir segundo o que a Bíblia ensina. Embora tenhamos
momentos de descontração, o ministério não é um clube, mas um espaço no qual aprendemos a
fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). Cada uma de nós aprende estudando a Palavra,
ouvindo as Escrituras na pregação e conversando umas com as outras, mas quando vemos tudo o
que lemos e ouvimos em ação, o aprendizado se solidifica em nossas mentes e corações. Mas
também é verdade que, em muitos casos, as ações falam mais alto que as palavras.
O ministério das mulheres deve criar ambientes seguros para as mulheres feridas encontrarem
cura, aceitação e conselho. Ambientes onde mulheres confusas ou perturbadas precisam
encontrar auxílio, correção, aconselhamento, fortalecimento, oração (Tg 5.16) e alguém que
caminhe com elas nas tribulações da vida (Gl 6.2); ambientes onde amizades profundas possam
crescer e florescer para glorificar a Deus (Pv 18.24); onde as mulheres podem identificar seus
dons e habilidades e ser equipadas e encorajadas a usá-los 
(1Co 12.7); e, finalmente, o ministério de mulheres deve criar ambientes para o aprendizado das
Escrituras. O ministério não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta para ajudar as mulheres
a cumprirem o chamado que Cristo tem para cada uma delas (1Co 12.12).
Como dissemos na introdução, cada igreja é diferente, por isso, o ministério terá características
próprias em cada uma delas. Eles podem trabalhar com pequenos grupos, retiros, estudos
bíblicos, grandes ou pequenos grupos de oração e diferentes equipes de trabalho, como de escola
dominical, evangelismo, missões, aconselhamento, prisões, creches, ministério de adolescentes,
idosos, doentes, misericórdia, casais com filhos pequenos, recém-casadas ou mulheres grávidas,
artesanato etc. A lista é interminável e dependerá das oportunidades de serviço que o Senhor
apresenta para cada igreja.
Em resumo, um ministério de mulheres deve incluir todas as idades, independentemente da
nacionalidade ou situação econômica; deve oportunizar o aprendizado da Palavra de Deus (2Tm
2.15) e a aplicação do que é aprendido (1Pe 4.10); deve oferecer apoio mútuo (Ec 4.10), tempo
para socialização e cultivo de amizades piedosas com outras irmãs (Hb 10.25); tempo para passar
o legado bíblico para a próxima geração (Tt 2.3-5) e evangelização (Mt 28.19-20).
Nosso objetivo pessoal e para todo o ministério de mulheres deve ser a glória de Deus em tudo,
ministrando e equipando as pessoas para que elas o exaltem, e, ao fazê-lo, cumprirmos o que
lemos no Salmo 86.12: “Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei
para sempre o teu nome”.
1 Dicionário Bíblico Strong, palavra #h2106.
2 Strong, palavra #h5828.
3 Strong, palavra #g1247.
A teologia por trás do ministério de mulheres
AILEEN PAGÁN DE SALCEDO
A teologia
Começaremos este capítulo estabelecendo o que queremos dizer quando usamos o termo
teologia. Teologia é o estudo da natureza de Deus, portanto, quando o relacionamos ao
ministério de mulheres, referimo-nos especificamente aos diferentes textos bíblicos que nos dão
a base para desenvolver um ministério de mulheres na igreja. Para isso, precisamos entender o
que a Bíblia nos ensina sobre o papel da mulher na igreja e em sua comunidade.
Atualmente, até mesmos os cristãos deturpam o papel da mulher. Há igrejas que incumbem as
mulheres de responsabilidades que Deus não lhes atribuiu, como o pastoreio de uma igreja,
enquanto outras congregações as relegam a um papel passivo, sem nenhuma participação.
O chamado para fazer parte da igreja e viver como igreja é tanto para o homem quanto para a
mulher. E, embora não haja um capítulo ou versículo na Bíblia que fale especificamente sobre a
formação de um ministério de mulheres (assim como não há nenhum que fale sobre escola
dominical, aconselhamento, casamentos etc.), encontramos vários mandatos de Deus para todos
os cristãos — homens e mulheres — para discipular, ministrar e compartilhar o evangelho.
Portanto, nosso serviço ao corpo de Cristo se converte em adoração ao nosso Deus!
A igreja é o corpo unido de Cristo, composto por todos os cristãos nascidos de novo, que
possuem diferentes dons e talentos para dar à igreja a diversidade que ela necessita para a
execução de sua obra na terra, como lemos em Romanos 12.6-8 e 1Coríntios 12.12-31. Também
lemos em Efésios 4.11-12: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”. E Romanos 12.6
afirma que “tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada” devemos usá-los
“segundo a proporção da fé” que temos.
Com esses versículos buscamos reforçar que o chamado para evangelizar, discipular e executar
a obra de Deus na Terra é dado tanto a homens quanto a mulheres, mas isso não significa que as
mulheres devam substituir a liderança masculina. Estamos apenas reforçando algo que
encontramos na igreja primitiva, como no exemplo de Filipenses 4.3, onde Paulo se refere a duas
mulheres que trabalharam ao lado dele na proclamação do evangelho. Há, ainda, outras
passagens do Novo Testamento que reforçam esse entendimento.
Defendemos o chamado de liderança que Deus deu ao homem no lar e na igreja e o chamado
da mulher para se submeter a tal liderança (Gn 3; Ef. 5; 1Co 11). O que estamos apontando é os
mandamentos de Deus que falam sobre o envolvimento de seus filhos em sua obra que
respaldam a formação de um ministério de mulheres e seus benefícios.
O texto bíblico que melhor respalda a criação de um ministério de mulheres seja Tito 2.4-5,
onde Paulo exorta especificamente as mulheres mais velhas a ensinarem às mulheres mais jovens
a viver sua feminilidade de acordo com o projeto de Deus. Ele encoraja asmulheres que
possuíam convicções cristãs maduras a ajudarem as mais novas na fé a se desenvolverem na
importante tarefa de serem esposas, mães e administradoras do lar de acordo com os padrões
bíblicos.
Há diferentes papéis e níveis de liderança em que as mulheres podem e devem estar
envolvidas, tanto em casa e na igreja sem desrespeitar a autoridade dos homens ou desobedecer
às orientações dadas por Deus para o funcionamento da igreja (1Tm 2.11-12). Isso pode ser feito
nas áreas de ensino, organização, administração, serviço e oração, entre outras. A liderança
bíblica do homem dá espaço para que a mulher se envolva na execução das diferentes funções,
principalmente no que diz respeito ao discipulado e ao ensino das mulheres.
Em Provérbios 31.10-31 — onde encontramos a descrição da mulher virtuosa —, vemos que
aquela mulher tinha muitas responsabilidades além do trabalho doméstico. Ela realizava tarefas
no campo, preparava tecidos, confeccionava roupas e tinha um papel muito importante como
professora e guia de seus filhos (Pv 1.8). Também podemos citar o protagonismo de outras
mulheres da Bíblia, como a rainha Ester e a profetisa Débora, no Antigo Testamento, assim
como a discípula Dorcas (At 9.36) e a diaconisa Febe, no Novo Testamento (Rm 16.1-2).
Ou seja, na igreja há um espaço adequado para serviço e ensino a ser preenchido por mulheres,
especialmente instruindo outras mulheres na sã doutrina, para que aprendam sobre a feminilidade
bíblica e sobre seu papel, de acordo com o projeto de Deus. — sempre promovendo a submissão
à liderança masculina, começando pelo marido até os pastores (Cl 3.18; Hb 13.17).
O homem e a mulher manifestam parcialmente diferentes aspectos do caráter de Deus, cada um
à sua maneira, cooperando para dar vida a uma nova criatura e para enfrentarem as dificuldades
da vida. O homem e a mulher são iguais em valor para Deus e foram criados para serem ligados
por um relacionamento complementar, cada um manifestando uma parte da totalidade do caráter
divino.
Nossa proposta para o desenvolvimento de um ministério de mulheres na igreja não busca
apoiar a posição de alguns cristãos que buscam a igualdade de gênero, nem promover ideias
feministas que têm influenciado a igreja. Defendemos que tudo o que Deus criou é correto (Is
45.18-19), e Deus criou o homem e a mulher para se complementarem. O espaço que
promovemos dentro do ministério de mulheres é em parte orientado para ajudar a liderança
masculina da igreja a promover a formação de uma mentalidade bíblica nas mulheres da
congregação.
O ministério de mulheres no contexto prático da igreja
Uma igreja saudável é aquela que cumpre o requisito bíblico de instruir as ovelhas do Senhor
na verdade imutável do evangelho, promovendo entre elas um modo de pensar bíblico, que
resulte em vidas transformadas pelo poder da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo (At
11.26). A igreja também é um espaço para adoração a Deus e comunhão entre os irmãos, onde
todos os membros — homens e mulheres — sentem-se igualmente valorizados e ministrados
(1Co 14.26).
Além dessas condições básicas e comuns a toda igreja cristã saudável, há igrejas que Deus
abençoou com diferentes ministérios que lhe permitem um alcance maior, tanto internamente
(como, por exemplo, ministério de aconselhamento, de jovens, de adoração, como para a
comunidade (como ministério de misericórdia, evangelismo etc.).
O ministério de mulheres proporciona um espaço que se concentra em tudo isso; acima de tudo
ele deve cultivar a feminilidade bíblica entre as mulheres da igreja. O objetivo de um ministério
saudável de mulheres deve ser glorificar a Cristo, promover a vida cristã ao instruir as mulheres
na verdade da Palavra de Deus e fornecer um espaço para comunhão entre irmãs de todas as
idades e condições sociais (At 2.47; 
2Tm 2.2, 15, 3.16-17).
Um ministério de mulheres focado em promover o projeto de Deus para a mulher ajudará as
mais maduras e experientes na vida de fé (Tt 2.3) a testemunhar às mais jovens sobre o tipo de
conduta que Pedro se refere em 1Pedro 3.1, ao chamar as mulheres a serem submissas a seus
maridos e ganhá-los para o reino de Deus por seu exemplo. Tal ministério será um ambiente
onde mulheres de diferentes gerações, todas alinhadas com um evangelho puro, possam edificar-
se mutuamente (1Co 14.26).
Acredito que seja importante dizer que uma igreja saudável não precisa ter, necessariamente,
um ministério de mulheres para suprir as necessidades de suas ovelhas, pois ela pode
desenvolver outros ministérios que atendam à necessidade desse grupo. No entanto,
reconhecemos que o ministério de mulheres (assim como outros ministérios) ajudam a igreja a
atender as necessidades dos diferentes grupos de pessoas da igreja de forma mais específica.
A exposição à Palavra de Deus é suficiente para nos transformar e nos equipar para a vida que
Deus projetou para seus filhos. Porém, entendemos que o próprio Deus permitiu aos seres
humanos alcançar certos conhecimentos científicos que podem potencializar a boa aplicação de
sua verdade na vida de seus filhos. Um dos pontos que a ciência comprovou e confirmou é que a
forma como homens e mulheres pensam, sentem e interagem são significativamente diferentes. 
Até mesmo a fisiologia cerebral e o comportamento hormonal das mulheres são diferentes dos
homens; e essas descobertas e avanços são bênçãos próprias da graça comum de Deus.
Um ministério liderado por mulheres com o dom de liderança e ensino, que pensam e sentem
como suas companheiras, pode se tornar um grande apoio para a igreja. As mulheres podem ser
um exemplo para as demais sobre as instruções bíblicas sobre seu papel de filha, esposa, mãe,
irmã… enfim, sobre como ser mulher. Como aprendemos em Gálatas 6.6, que as mulheres mais
equipadas na Palavra a compartilhem junto com todas as coisas boas com quem ensina.
Devemos ressaltar que o ministério de mulheres não é um espaço que se limita a organizar
chás da tarde ou piqueniques. Sua razão de ser é promover a unidade, o crescimento e a
formação bíblica das mulheres mais novas na fé pelas mais maduras (Tt 2:3-5). Ou seja, este
ministério busca responder — sempre de um ponto de vista bíblico e, ao mesmo tempo, prático
— às diferentes questões e desafios que as mulheres enfrentam em diferentes momentos.
No Novo Testamento vemos que em diferentes lugares e de várias maneiras as mulheres são
exortadas a se comportarem de maneira piedosa. Isso implica a necessidade de as mulheres se
unirem e se encorajarem mutuamente, principalmente por meio da instrução, da oração e da
aplicação da Palavra de Deus às suas vidas (1Pe 3.3-4).
Um ministério de mulheres eficaz encoraja suas participantes a estudar a Palavra de Deus e
transmiti-la à geração seguinte. E, embora essas interações entre as irmãs possam ocorrer em
uma sala de aula de escola dominical, em um café da tarde ou em uma reunião de oração, é muito
proveitoso quando a iniciativa de instruir as mulheres da igreja a pensar e orientar suas vidas de
forma bíblica ocorre dentro de um contexto com maior estrutura e organização, com uma mesma
missão, visão e objetivos (Cl 3.16).
Por outro lado, como apontamos no capítulo anterior, devido ao projeto divino, a mulher é
mais relacional, portanto, ter um ambiente como o que o ministério de mulheres pode
proporcionar é de grande ajuda e favorece a integração das mulheres, seja em uma igreja
pequena ou grande. Toda a igreja se beneficia quando pode oferecer atividades que promovem a
unidade das mulheres, porque “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl
133.1).
A influência real da mulher dentro da igreja
Como já mencionamos, mulheres e homens exibem diferentes traços do caráter de Deus, sendo
o homem mais forte em um aspecto e a mulher em outro. A mulher é mais amorosa, compassiva
e terna; e, de forma geral, muito mais expressiva emocionalmente. A mulher também é mais
relacional e por isso busca constantemente promover conexões interpessoais. E, quando estas
qualidades são colocadas a serviço docorpo de Cristo, podem ser de grande proveito para a
igreja.
Por todo o texto bíblico podemos ver como a mulher, mesmo que apenas exercendo seu papel
de esposa sob a liderança do homem, pode atrapalhar ou colaborar com os planos do homem.
Como auxiliadora idônea, a mulher pode ser peça chave para a liderança masculina na igreja,
atuando como agente de influência negativa ou positiva na construção do caráter de Cristo, no lar
e na igreja.
Desde o primeiro livro da Bíblia podemos perceber a preponderância do papel da mulher no
desenvolvimento do plano redentor de Cristo. Em Gênesis, vemos como Eva trabalhou
negativamente ao induzir Adão a desobedecer ao mandamento de Deus. Mas também
encontramos na Bíblia a rainha Ester que, atuando como esposa submissa, foi capaz de
influenciar seu marido, o rei, para beneficiar os israelitas. Temos ainda muitos outros exemplos
de mulheres que usaram seus dons e talentos a favor ou contra a causa de Cristo, como Dalila,
Rute, Priscila, Ana, Lídia e Maria, entre outras.
Com o que vimos neste capítulo sobre a importância do papel da mulher na história, o que
queremos é chamar a atenção para como a própria Bíblia nos deixa vislumbrar como é
proveitoso ter um ministério dedicado a evangelizar, equipar e discipular mulheres para que
muitas se unam vivendo para defender e promover o evangelho de Jesus Cristo.
A feminilidade bíblica
A geração atual tem um acesso nunca visto à informação. Temas como machismo, feminismo
e diferença de gênero são amplamente discutidos na internet, em livros e outros meios de
comunicação. Porém, esta geração padece de grande ignorância em relação a questões tão
básicas como o que significa ser homem e ser mulher segundo o projeto de seu Criador.
O ministério de mulheres deve ajudar a difundir o projeto de Deus para as cada mulher, em
seus diferentes papéis e fases, por meio de reflexões, testemunhos e outras atividades. Cada fase
da vida da mulher possui demandas especificas. 
Por exemplo, as necessidades de uma jovem adolescente não são as mesmas de uma mulher
madura que enfrenta a síndrome do ninho vazio; e as exigências de uma mãe que teve de criar os
filhos sozinha não são as mesmas de uma jovem que está iniciando a vida matrimonial.
Uma menina precisa ser exposta ao conhecimento de quem é Deus, quais são seus dons e
atributos de sua divindade. Uma jovem solteira precisa ser instruída à luz da Palavra sobre o que
significa ser uma mulher para Deus, sobre seu valor e suas responsabilidades segundo o projeto
de Deus. Meninas precisam entender o quanto antes que, para Deus, somos diferentes segundo
nosso gênero (masculino e feminino), mas ambos temos igual valor, porque Deus nos criou à sua
imagem.
Muitas mulheres se levantaram ativamente para promover e defender o movimento feminista, a
ponto de influenciar a igreja e muitas famílias. Quão benéfico pode ser um contra-ataque a essa
corrente perversa! Ansiamos que esta geração ouça sobre o projeto de Deus para as mulheres da
boca de mulheres que, com seu testemunho de vida, anunciem que o projeto de Deus funciona e
que toda mulher pode ter uma vida plena aplicando os princípios divinos em sua vida!
Nossa aparência, estágio de vida e chamado podem ser diferentes; porém, como filhas de Deus,
temos o mesmo propósito e ordem de vida. Um bom ministério de mulheres deve pregar a
Palavra, deve instar, quer seja oportuno, quer não, corrigir, repreender, exortar com toda a
longanimidade e doutrina. (2Tm 4.2). Estamos todas unidas no Senhor, em quem temos um
objetivo comum de vida, que é levar toda glória a ele!
O princípio por trás do ministério de mulheres — e para qualquer ministério da igreja — deve
ser o que Efésios 4.15-16 nos ensina:
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado
e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a
edificação de si mesmo em amor.
Há, contudo, uma ressalva muito importante: o ministério de mulheres, assim como qualquer
outro ministério que a igreja tenha, deve trabalhar em sinergia com os demais, respeitando a
missão e a visão da igreja e deve estar sujeito à liderança dos pastores.
Em resumo, o ministério de mulheres deve servir para evangelizar, mentorear e capacitar
mulheres de todas as idades na igreja para manejarem bem a Palavra de Deus e viverem de
acordo com ela. Quando o ministério de mulheres da igreja cumpre esse papel, as famílias da
igreja são beneficiadas e toda a comunidade ao redor da igreja é impactada. O ministério de
mulheres pode exercer um contra-ataque eficaz contra o feminismo e todas as correntes que
atacam o projeto de Deus para suas filhas e veremos se levantar um batalhão de mulheres que
podem se apresentar perante Deus como obreiras aprovadas, que não têm do que se envergonhar,
que manejam bem a palavra da verdade (2Tm 2.15).
Referências
J. Ligon Duncan; Susan Hunt., Ministério Feminino na igreja local (São Paulo: Cultura Cristã,
2009).
Mary Kassian, The Feminist Mistake (Wheaton, 
Il: Crossway, 2005).
John Piper; Wayne Grudem, 50 Crucial Questions and overview of central concerns about
Manhood and Womanhood (Wheaton, Il: Crossway, 2016).
¿Qué espera Dios de una mujer? Serie Tiempo de Buscar. Ministerios Nuestro Pan Diario.
Como o ministério de mulheres pode ajudar 
o pastor e a igreja
PATRICIA GARCÍA DE NAMNÚN
Não sei se você já teve a oportunidade de acompanhar de perto o dia a dia do seu pastor. Pela
graça de Deus tive este privilégio e isso me deu o benefício de ser instruída por ele, mas também
me ajudou a perceber suas muitas responsabilidades e o grande fardo que o pastor carrega por
suas ovelhas. Conversas por telefone, aconselhamentos, reuniões, planejamentos ministeriais,
visitas, sermões para preparar, entre tantas outras tarefas que eu vi meu pastor fazer com alegria. 
O trabalho pastoral não é fácil, o chamado é exigente e merece ser realizado até a exaustão,
porque aquele que chama é digno dessa dedicação, pois nos deu muito mais.
Nas Escrituras, a igreja é chamada de corpo de Cristo, a quem Deus equipou com diferentes
dons e talentos para a glória de seu nome e para nosso benefício: “Mas Deus dispôs os membros,
colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro,
onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo” (1Co 12.18-20).
O trabalho da igreja não pode ser feito por uma única pessoa. Precisamos uns dos outros e
nossos pastores precisam da ajuda dos dons, talentos e chamados que Deus, em sua grande
sabedoria, capacitou sua igreja. O Senhor deu diferentes dons e talentos para sua igreja, mas,
como o texto bíblico acima nos diz, há muitos membros, mas um só corpo. Isso implica em que o
exercício dos nossos dons e talentos deve ocorrer no contexto da unidade da igreja.
Uma das áreas mais úteis para aliviar a carga dos nossos pastores e beneficiar o corpo de Cristo
é o ministério de mulheres. Por exemplo, na igreja a que eu pertenço 62,5% dos membros são
mulheres; isto é, a maioria dos membros. Por isso, um ministério de mulheres fundamentado nas
verdades das Escrituras pode se tornar um instrumento poderoso pelo qual os nossos pastores
podem alcançar esse importante grupo da congregação, sem que isso as separe do restante da
congregação. Pelo contrário. Ao se envolverem com o ministério de mulheres elas são
capacitadas a servir ao restante da igreja com seus diferentes dons e capacidades em outras áreas
do ministério.
Como o ministério de mulheres pode ajudar a igreja?
O ministério de mulheres pode ajudar os pastores e líderes servindo a igreja em várias áreas:
1. No ensino das Escrituras por meio do discipulado
Um ministério de mulheres oferece oportunidade para que as mulheres recebam discipulado e
ensino de outras mulheres maduras. Podemos encontrar nas Escrituras diferentes passagens
dirigidas especificamente às mulheres, chamando-as a viver de maneira piedosa. Um desses
textos é Tito 2.3-5,que exorta as mulheres a se instruírem mutuamente:
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a
muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a
serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
Esse chamado específico requer que as mulheres tenham tempo para ficar juntas e ensinar
umas às outras e, embora isso possa acontecer informalmente, o ministério de mulheres oferece
um ambiente adequado para que esse objetivo seja alcançado e oferece oportunidade para que as
mulheres possam se relacionar e ter mulheres mais maduras instruindo-as nas verdades da
Palavra de Deus.
Sobre ensinar e discipular outras mulheres, há algo mais a considerar. A passagem de Tito 2,
que exorta as mulheres a serem mestras do bem, foi escrita para Tito, que teve a incumbência de
transmitir essa instrução às mulheres. Isso nos leva ao importante princípio de que o ensino do
ministério de mulheres deve estar sob a liderança de nossos pastores. 
O ministério de mulheres não pode funcionar separado daqueles a quem Deus confiou
humanamente a liderança da congregação — os pastores — e não pode funcionar isolado da
visão da igreja.
Embora devamos receber principalmente o ensino da Palavra da igreja por meio de nossos
pastores, o ministério de mulheres oferece a possibilidade de cumprir o chamado que as
mulheres receberam para ensinar outras mulheres. E, para que esse ministério seja útil ao pastor e
à igreja, é essencial que as mulheres conheçam todo o conselho de Deus, pois não podemos dar
aos outros o que nós mesmos não sabemos; não podemos discipular outras mulheres nas
Escrituras se tudo o que sabemos são aquelas passagens que falam apenas diretamente às
mulheres, ignorando o restante dela.
A própria Palavra de Deus nos mostra que toda a Escritura foi escrita para o nosso ensino,
como lemos em Romanos 15.4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi
escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
Devemos nos lembrar que, como cristãos, precisamos de todo conselho de Deus e as mulheres
que discipulamos também precisam.
Dessa maneira, o ministério de mulheres pode ajudar o pastor e a igreja a ensinar e discipular
outras mulheres, uma vez que suas líderes conheçam a Palavra de Deus e ensinem e trabalhem
sob a autoridade de seus pastores.
2. No aconselhamento
Igrejas são lugares de restauração, cheias de pecadores que precisam que suas feridas sejam
curadas. Além disso, a sabedoria de Deus é essencial para diversas situações da vida que
requerem ajuda para que possamos conhecer a Palavra de Deus e aprender a aplicá-la em nossa
vida diária em diferentes circunstâncias.
Imagine se nossos pastores tivessem que dar conselhos e servir como guias para cada membro
de sua igreja? Provavelmente eles não conseguiriam fazer mais nada além disso e, mesmo assim,
provavelmente não dariam conta! 
Em Êxodo 18, Jetro, sogro de Moisés, disse que ele não poderia cuidar de cada pessoa de seu
povo que precisava de orientação, porque aquilo era demasiado trabalho para ele. Então, Jetro o
aconselhou a buscar a ajuda de homens piedosos para levar essas cargas, e que só casos difíceis
fossem levados a ele:
Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles
por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo tempo. Toda
causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena eles mesmos julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga
contigo. Se isto fizeres, e assim Deus to mandar, poderás, então, suportar; e assim também todo este povo tornará em paz
ao seu lugar. Moisés atendeu às palavras de seu sogro e fez tudo quanto este lhe dissera. (Êx 18.21-24)
Embora esta passagem claramente não tenha relação direta com o ministério de mulheres,
podemos tomá-la como uma visão sábia da realidade e da necessidade de nossos pastores, que
precisam ser auxiliados no atendimento das necessidades de orientação e aconselhamento dentro
da congregação e sobre como o ministério de mulheres pode ajudar a aliviar esses fardos. O
discipulado e as várias reuniões e atividades do ministério de mulheres promovem proximidade
com outras mulheres piedosas, o que abre portas para a criação de vínculos relacionais e a
oportunidade para que essas mulheres possam buscar conselho e direção. Com isso, elas podem
ajudar a aliviar a carga que os pastores carregam.
As mulheres podem ser muito úteis no aconselhamento porque existem muitas situações de
uma mulher que são mais bem compreendidas por outra mulher. Embora os princípios da Palavra
de Deus sejam os mesmos, as aplicações podem ser diferentes, o que as ajuda a entender melhor
certas circunstâncias; por exemplo, na maternidade, em casos de mudanças emocionais causadas
por questões hormonais e em questões relacionais, nas quais o ponto de vista feminino pode
ajudar.
Outra maneira de aliviar a carga de nossos pastores no aconselhamento é por meio da mentoria
feminina, um processo em que uma mulher caminha de perto com outra para ajudá-la a crescer
no Senhor em diferentes áreas de sua vida. Nesse processo, a mulher mais madura instrui e guia
sua colega no caminhar cristão e isso evita que esta intervenção se torne um aconselhamento
formal porque, na mentoria, a sabedoria pode ser aplicada a diversas situações ao longo desse
relacionamento e dessa caminhada.
A Palavra de Deus nos ensina em Gálatas 6.2: “Levai as cargas uns dos outros e, assim,
cumprireis a lei de Cristo”. O ministério de mulheres ajuda a igreja a cumprir esse chamado de
carregar os fardos de outras pessoas por meio do aconselhamento e da caminhada ao lado de
outras mulheres na mentoria.
3. No atendimento às necessidades
Novamente quero dizer que é impossível para os pastores atenderem às necessidades de todos
os membros da congregação e o ministério de mulheres pode promover a proximidade entre as
mulheres e dar a oportunidade de que essas mulheres possam ver, conhecer e ajudar cada mulher
em suas necessidades.
Deus projetou a nós, mulheres, para sermos auxiliadoras idôneas e isso nos permite ver e
perceber certas necessidades que um homem pode não perceber com a mesma facilidade.
Há muitas mulheres na igreja que têm o desejo e o tempo necessário para estender suas mãos e
seus recursos para ajudar os necessitados. O ministério de mulheres pode oferecer organização e
espaço para que as mulheres da igreja alcancem e contribuam com as necessidades as pessoas em
diferentes áreas, como visitas, ajuda financeira, consolo, ajuda a uma mãe que acaba de dar à luz,
ajuda às famílias lutando com enfermidades. Nestas e em outras áreas as mulheres podem ajudar
e cumprir seu chamado, como as Escrituras ensinam a cada cristão: “compartilhai as
necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Rm 12.13).
4. Na oração
Uma das grandes necessidades de todo cristão é a oração e não apenas no sentido de que cada
um de nós ore por suas próprias necessidades, mas também que possamos orar uns pelos outros.
A Palavra de Deus nos ensina sobre esse tema em muitas passagens. Veja alguns exemplos:
Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os
homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa,
com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador. (1Tm 2.1-3)
Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente
faço menção de vós. (Rm 1.9)
Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós. (Cl 1.3)
Fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as minhas orações. (Fl 1.4)
Damos, sempre, graçasa Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar. (1Ts 1.2)
A igreja é um lugar com pessoas cheias de necessidades em diversas áreas e cada uma delas
precisa de oração. Podemos servir à nossa igreja orando pelas necessidades das pessoas e, ao
fazê-lo, cumpriremos a ordem das Escrituras, serviremos aos nossos irmãos, nossos corações
serão transformados e cultivaremos a unidade com os crentes.
Embora o chamado para orar por outras pessoas seja para todos os crentes, o ministério de
mulheres pode servir para estimular as mulheres a levar as necessidades de seus irmãos ao
Senhor em oração. Isso pode ser feito por meio de reuniões de oração ou aprendendo sobre as
necessidades de outras mulheres enquanto se relacionam com elas.
Para além do ministério de mulheres
Um ministério de mulheres não deve buscar apenas o benefício das mulheres, mas de toda a
igreja, pois lemos em Filipenses 2.4: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu,
senão também cada qual o que é dos outros”.
Quando servimos às mulheres de maneira bíblica por meio do ensino, de aconselhamento, de
atenção às suas necessidades e com oração, toda a igreja é abençoada. Enquanto as mulheres
encorajam umas às outras em Cristo por meio de sua Palavra, elas se tornam mais piedosas,
conectadas a outros membros da igreja e familiares com necessidades espirituais ou físicas por
meio da oração.
Embora tudo o que o ministério de mulheres possa fazer seja de benefício e ajuda para os
pastores e para toda a igreja, não devemos perder de vista a floresta por causa das árvores.
O propósito desse ministério deve ser honrar a Cristo, servindo e amando aqueles por quem ele
pagou o preço de seu próprio sangue. Não se trata de ministério de mulheres nem do ministério
dos pastores; trata-se de Jesus, de sua obra e seu chamado; trata-se de honrá-lo e servi-lo, dando
glória ao seu nome por meio daquilo que fazemos.
Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com
poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós,
nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. (2Ts 1.11-12)
Então, que o nosso ministério de mulheres agrade o Senhor, honrando sua Palavra e servindo
aos outros por meio de discipulado, mentoria e aconselhamento, cuidando e orando pelas
necessidades dos outros para a glória de nosso Senhor e para o benefício de sua igreja.
E na prática? A gestão de um ministério de
mulheres
CHARBELA EL HAGE DE SALCEDO
Depois de vermos a base teológica para a edificação de um ministério de mulheres e como ele
pode auxiliar os pastores e a igreja, se seu coração continua ardendo para servir neste ministério
e Deus lhe abriu as portas, pois você conta com o apoio pastoral, é hora de colocar as mãos à
obra.
Por onde começar? Quais são os primeiros passos? O que é preciso fazer? Estas são perguntas
importantes que vêm à mente quando se trata de iniciar um novo projeto, que, neste caso, será
criar um ministério de mulheres. O primeiro passo será identificar a liderança para este
ministério, ou seja, quem irá definir e expressar a visão; depois, será preciso encontrar as pessoas
que abraçarão esta visão e as tarefas envolvidas.
Por que uma líder ou diretora é necessária? Por que buscar a ajuda de outras mulheres? Porque
é o próprio Deus quem oferece o modelo de trabalho com liderança e trabalho em equipe.
Guardadas as devidas diferenças (pois a Trindade não é composta por pessoas diferentes, mas é o
mesmo Deus em três pessoas), vemos claramente a partir daí o exemplo de chefia, submissão e
distribuição de trabalho. Deus Pai é o cabeça da Trindade, e o Filho e o Espírito Santo se
submetem a ele para realizar a obra da redenção, santificação e glorificação. Cada pessoa da
Trindade tem uma tarefa específica.
Um exemplo dessa realidade no propósito de salvação do homem: Deus Pai enviou o Filho (Jo
3.16-17); o Filho é quem a executa (Mt 1.21; Jo 4.42; 2Co 5.19); e o Espírito Santo produz a
obra da regeneração em nós e é o selo da nossa salvação (Ef 1.13-14). Este relacionamento entre
as pessoas da Trindade nos serve de exemplo para a necessidade de uma estruturação no
ministério: um líder e aqueles que ajudam.
Assim, o primeiro passo na formação de um ministério de mulheres é identificar a diretora e,
em seguida, identificar na igreja local as mulheres que Deus tem dotado de dons específicos que
a ajudarão a realizar as tarefas do ministério.
Como selecionar a equipe?
Na hora de selecionar uma equipe de trabalho, tendemos a convidar nossas amigas, pessoas do
nosso grupo de convívio ou pessoas com quem temos afinidades. Mas, embora isso possa
garantir um ambiente de trabalho confortável, com menos atritos e diversidade de opiniões, o
perfil a ser identificado não é esse. Precisamos de mulheres cujos dons e talentos dados por Deus
(conforme Tiago 1.17) sejam úteis no cumprimento das tarefas do ministério.
Em Romanos 12, o apóstolo Paulo fala da igreja como o corpo de Cristo e nos diz que há
pessoas nela que Deus dotou com diferentes dons. Romanos 12.4-8 declara:
Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim
também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério;
ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que
preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.
Enfatizando o que lemos nessa passagem, na família que Deus constituiu na igreja, ele
graciosamente dotou as pessoas com diferentes dons, para que realizem suas obras conforme
cada dom recebido.
O apóstolo Paulo compara a igreja e seus membros ao corpo humano, no sentido de que, assim
como o corpo tem membros distintos para realizarem diferentes tarefas, a igreja também.
Dependendo do tamanho da congregação e da quantidade de iniciativas que o ministério de
mulheres queira ter, será preciso buscar mulheres com os dons e talentos certos para abraçar
junto com a líder a visão que ela desenvolveu e depois servir como suas “mãos” para a
implementação de cada tarefa.
A estrutura do ministério das mulheres
Dentro da equipe de trabalho do ministério local de mulheres (Ezer), integramos mulheres que
foram escolhidas na congregação por terem os dons necessários para o atendimento das
necessidades ou tarefas de cada área do ministério. Portanto, se você olhar para nossa equipe,
encontrará mulheres com a capacidade de concretizar uma visão e mulheres com a capacidade de
realizar nossa missão. Mulheres com habilidades de escrita, de organização, outras que sabem
nos levar aos pés de Deus em oração, outras que são nossas “Barnabés”, pois motivam e
encorajam as demais. Também vai encontrar vários tipos de personalidade e faixas etárias — o
que enriquece muito a todas do ministério. Os dons de cada uma delas possibilita a realização de
diferentes tarefas; as distintas personalidades nos ajudaram a praticar o amor incondicional; e as
diferentes idades nos ajudaram a entender como cada geração pensa a respeito dos problemas e
desafios.
A logística do ministério de mulheres
Uma vez formada a equipe de trabalho, uma delas deve ser encarregada da logística. Mas o que
é logística? É o conjunto de meios e métodos necessários para a organização do ministério; neste
caso, de um ministério de mulheres. A logística é a área que trata da coordenação, planejamento
e atribuição de tarefas dentro de uma equipe. É a área em que se coordena a execução das ideias.
Embora possa parecer um conceito muito gerencial e administrativo, a igreja precisa de quem
entenda de logística, por isso, quero me estender um pouco naquilo que eu chamaria de
“abordagem bíblica da logística”. Mesmo quando falamos em logística, não pode faltar teologia.
Em1Coríntios 14.26-40, vemos o apóstolo Paulo dando instruções para o tempo de adoração na
igreja. (Este trecho de 1Coríntios 14 faz parte de toda uma explicação que o apóstolo oferece
sobre o uso do dom de línguas na igreja.)
Na igreja de Corinto aparentemente havia muitos dons e muito desejo dos crentes de servir, por
isso Paulo dá instruções para organizar algo que aparentemente estava um pouco bagunçado.
Para resumir e tentar tirar dessa passagem o que se aplica a nós quando falamos de logística em
um ministério de mulheres, podemos apontar dois princípios básicos:
1) Edificação: “Seja tudo feito para edificação” (v. 26b). Tudo o que se faz é para edificação
do corpo; isto é, para o crescimento espiritual.
2) Ordem: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (v. 40). Tudo o que é feito deve
estar sob uma estrutura, uma metodologia, um sistema. Tudo é coreografado, equilibrado,
refletindo disciplina e inspirando paz.
Esses dois princípios são para evitar a desordem e mostram claramente o caminho que deve ser
seguido, como lemos no versículo 33: “porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em
todas as igrejas dos santos”. Eles são o eixo em torno do qual deve orbitar a logística do
ministério de mulheres. Portanto, ter em mente essas duas instruções servirá de parâmetro para
todo o trabalho que será feito nele.
Vamos falar mais sobre cada um deles.
“Seja tudo feito para edificação”
O que é “edificar”? O emprego mais comum dessa expressão é no sentido de “construir” e seu
sentido bíblico é de poder contribuir para o crescimento espiritual de alguém. A igreja é
“edificada” pelo ensino sadio das doutrinas da Palavra de Deus, realizado por pessoas dotadas
por Deus com o dom de ensino, que estão nos diferentes ministérios da igreja, inclusive no
ministério de mulheres, cuja tarefa é edificar as mulheres com apoio e encorajamento para que
possam desempenhar o papel que Deus lhes deu, além de oferecer ajuda pastoral para comunicar
as verdades de Deus de mulher para mulher.
Vemos esse chamado para edificar por meio dos dons em 1 Coríntios 14.3-5,12, 17,26, e
encontramos esse conceito extensivamente explicado em 1Tessalonicenses 5.11: “Consolai-vos,
pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”. E no mesmo
sentido lemos em Efésios 4.29: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim
unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos
que ouvem”. Portanto, podemos afirmar que a Bíblia ensina consistentemente o princípio da
edificação, que é tanto uma ordem quanto um estímulo para um esforço ministerial nesse sentido.
O perigo da perda de foco
Colocamos muita ênfase na questão da edificação porque temos testemunhado quantos
ministérios buscam entreter suas participantes ao invés de edificá-las. Na verdade, é bem mais
fácil fazer uma atividade de entretenimento do que de edificação, porque a primeira não requer
reflexão profunda ou esforço para que a mensagem ou ideia em questão produza crescimento
espiritual nas ouvintes. Por isso, minha irmã, mais uma vez a encorajo a que cada atividade,
reunião, vídeo, artigo e música, seja pensado para edificação da igreja.
Iniciativas do ministério Ezer
Estas são algumas das iniciativas do ministério Ezer para edificar as mulheres de nossa igreja
local:
Pequenos grupos. Ao longo do ano temos dois ciclos de ensino em pequenos grupos que são realizados nas casas de irmãs
que cedem seu lar para hospedar esses encontros. Cada pequeno grupo tem uma líder encarregada de coordenar as reuniões
e ensinar ou moderar a discussão do material de estudo. Esse material normalmente é um livro, mas pode ser qualquer
outro que possibilite à líder conduzir uma aula com conteúdo sistematizado.
Seminários de verão. Uma vez por ano oferecemos pelo menos cinco palestras para mulheres sobre temas relevantes, por
exemplo: “como lidar com um marido não convertido”, “a relação entre sogra e nora, mulheres e trabalho”, “como orar a
Bíblia” , entre outros. O objetivo desses encontros é proporcionar para as mulheres um ambiente de instrução sobre temas
específicos.
Reuniões de oração. Na medida em que o calendário de atividades da igreja nos permite, procuramos realizar pelo menos
cinco reuniões de oração por ano. Estas reuniões consistem em um tempo de oração em grupo, oração pessoal ou em
duplas, acompanhado por uma breve reflexão a respeito de um versículo da Bíblia e por um período de adoração. Este é
um espaço que nossas mulheres têm para orar juntas e ao mesmo tempo poderem adorar e serem ministradas pela pregação
da Palavra de Deus.
Publicação de artigos no site do ministério. Deus abençoou nossa igreja com mulheres capazes de exortar outras pessoas
por meio das Escrituras. Na reunião anual de planejamento a equipe de trabalho busca por um tema central para tratar
durante o ano. Por exemplo, “a sabedoria”. A partir dele, surgem vários subtemas sobre os quais iremos trabalhar. A
equipe de logística elabora um calendário de temas e datas de entrega dos textos e o repassa às mulheres escolhidas para
esta tarefa. Então, os artigos são publicados regularmente em nossas redes sociais. O objetivo é servir na edificação das
mulheres de nossa igreja, mas, graças ao auxílio da tecnologia, os beneficiados dessa iniciativa podem alcançar mulheres
de outras congregações.
Programa de podcast. Semanalmente, a diretora do ministério e outras irmãs preparam este recurso para servir de
edificação sobre temas retirados da Bíblia.
Retiros e atividades especiais. Uma vez por ano, o ministério prepara um retiro ou um encontro especial para as mulheres.
Além de instrução na Palavra de Deus, o espírito desses encontros é de poder unir as irmãs em comunhão umas com as
outras. Também proporcionamos eventos especiais como o Dia Internacional da Mulher ou o Dia das Mães para poder
trazer a verdade da Palavra de Deus sobre esses assuntos a elas.
O objetivo de listar esses esforços é motivar você a buscar os dons e talentos que estão em sua
igreja para poder realizar essas tarefas ou outras semelhantes para edificar sua igreja.
Porém, 1Coríntios 14.40 também nos adverte sobre a necessidade de que tudo deve ser feito
“com ordem”.
“Com decência e ordem”
O segundo princípio de que nos fala 1Coríntios 14 é sobre a ordem e, portanto, cabe-nos
perguntar: Como a responsável pela logística pode garantir que tudo seja feito com ordem? Veja,
fazer algo “com ordem” implica que tudo esteja de acordo com um plano ou critério. Na logística
isso começa com reuniões de trabalho que organizam o ministério e termina na realização das
atividades de edificação que foram programadas.
Exemplos do ministério Ezer
Antes de dizer o que fazemos, gostaria de explicar como é a composição do nosso ministério.
Devido ao número de colaboradoras de nossa equipe de trabalho, vimos a necessidade de formar
o que chamamos de “comissão de orientação”, que nada mais é do que um pequeno grupo de três
mulheres da equipe geral. A comissão lista todas as iniciativas que pretendemos realizar no ano e
as leva para a aprovação dos pastores. Após o deferimento, essa lista é repassada à equipe de
trabalho para que cada uma das responsáveis possa executá-la.
Na equipe geral de trabalho temos uma diretora, a quem se reportam as outras irmãs da equipe,
que também tem uma responsável pela logística, outra para o programa de podcast; outra pela
coordenação de pequenos grupos; outra pela coordenação dos encontros de oração; outra para
trazer ideias para a mesa para as jovens; e várias irmãs que ajudam com ideias para o ensino e
demais atividades.
Tome cuidado com o caos
Esse alerta pode parecer óbvio, mas é preciso dizer que só sabemos que alcançamos a ordem
quando não houver caos. Quando os papéis e tarefas estão bem definidos, as atividades fluem
bem. Nosso Deus é um Deus de ordem e devemos imitá-lo.
A diretora de um ministério de mulheres deve ficar atenta para que o caos não se instale no
ministério. Listo abaixo dois motivos pelos quais o caos podeacontecer:
A equipe de trabalho ser formada por pessoas que não possuem vocação, que não possuem os dons necessários, ou tempo
para se dedicar às tarefas que lhes foram atribuídas. Quando isso ocorrer, a diretora deve falar com a irmã e fazê-la ver
que talvez não seja aquela a tarefa para a qual o Senhor a chamou naquele momento.
A equipe ou a pessoa recebeu mais tarefas do que poderia realizar. Sobre esta questão, devemos desenvolver um pouco
mais nosso comentário.
A tentação de agregarmos tarefas, que são fruto das novas e boas ideias que se apresentam, é
uma constante no ministério. É por isso que a diretora deve discernir quando dizer não e quando
dizer sim para uma nova ideia. Mas quando sabemos que estamos prontos para aceitar mais uma
tarefa? Um critério que nosso pastor transmitiu a toda a liderança de nossa igreja é que abrimos
novas frentes quando o Senhor da seara traz o trabalhador que tem o chamado e o tempo para
realizar aquela tarefa.
Por exemplo, no ministério Ezer, detectamos a necessidade de fazer um estudo bíblico para
ensinar irmãs que vinham de outra tradição teológica e sabíamos que era o momento de fazê-lo
porque, ao buscarmos uma colaboradora, pudemos encontrar, e assim abrimos espaço para este
novo trabalho.
Em nosso trabalho ministerial, aprendemos a orar pela provisão de Deus, esperar que as coisas
aconteçam no tempo dele e a agradecer quando vemos que sua provisão chegou, quando ele quis.
Seria um grande erro e uma irresponsabilidade começar a apresentar tarefas para a equipe sem ter
o suporte necessário, pois isso geraria esgotamento emocional e físico da equipe e, com o tempo,
esse desgaste teria impacto diante de Deus em relação às suas prioridades, como seu
relacionamento com Deus, com seu marido, seus filhos e sua comunhão com a igreja.
Dito isso, gostaria de explicar como trabalhamos com a programação e logística no ministério
Ezer.
Quando precisamos convocar uma reunião, a diretora marca a data e a equipe de logística fica
responsável por avisar a todas e preparar a pauta. Nossas reuniões com toda a equipe ocorrem a
cada quatro meses em um local adequado, que permita nossa plena atenção. A encarregada pela
logística prepara a pauta com os pontos que a diretora queira discutir e acrescenta outros que as
integrantes da equipe tenham, relativas à sua respectiva área de trabalho. Antes da reunião, a
equipe de logística se encarrega de ordenar a pauta por prioridades, para que os assuntos mais
relevantes sejam tratados primeiro, caso o tempo não seja suficiente.
Na reunião, a encarregada pela logística atua como moderadora nas discussões de cada ponto e
no controle do tempo de participação das participantes, para garantir que todos os pontos sejam
discutidos de forma produtiva. Quando um determinado trabalho é atribuído, a logística se
encarrega de acompanhar e auxiliar os responsáveis de cada atividade, caso seja necessário.
Estes são princípios que definimos e conhecimentos que adquirimos ao caminharmos nesta
obra que o Senhor colocou em nossas mãos. Cabe a cada ministério de mulheres tomá-los e
aplicá-los da forma que melhor se adequarem à sua realidade.
Em conclusão, o ministério de mulheres requer liderança diretiva, que seja supervisionada por
um pastor. A partir dos dons e talentos que Deus em sua graça deu à igreja, a diretora do
ministério convida as mulheres a abraçarem a visão junto com ela e trabalharem para que se
concretize.
Todo esforço ministerial — e o do ministério de mulheres não é exceção — deve servir para a
edificação do corpo de Cristo, deve se alinhar com a visão de sua igreja e deve trabalhar para que
tudo seja feito com ordem, servindo com excelência ao nosso Deus, que é excelente.
Oro para que Deus capacite o ministério de mulheres de sua igreja com servas que
mantenham seus olhos fixos no que é realmente importante, para que possam glorificar a Deus
com tudo o que ele colocou em suas mãos. Na maioria das vezes, é um trabalho mecânico, mas o
privilégio de testemunhar os resultados em primeira mão compensa todo o esforço.
A necessidade da oração
INGRID PEÑA DE PIMENTEL
MAGDALENA ENEZ DE NÚÑEZ
O propósito de todo ministério na igreja local é ajudar cada crente a crescer na graça e no
conhecimento de Deus, para que possam dar glória a ele (Ef 4.11-16): vidas cheias de Deus,
andando no Espírito. Isso não é exceção para o ministério de mulheres; precisamos ver Deus
operar essa transformação em cada irmã e isso não pode ser alcançado sem oração.
O objetivo geral da oração
Em 1662, quando estava na prisão de Bedford, John Bunyan escreveu:
Orar é abrir o coração ou a alma a Deus de forma sincera, sensível e afetuosa. Por meio de Cristo, com a ajuda e poder do
Espírito Santo, para coisas como as que Deus prometeu, ou que estão de acordo com a Palavra de Deus, para o bem da
igreja, submetendo-nos com fé à vontade de Deus.
Devemos nos lembrar que orar é realizar um diálogo, uma interação com Deus, e não apenas
falar e falar, ou dizer-lhe uma lista de pedidos e preces. Orar é muito mais do que isso; é abrir o
coração ao Senhor com simplicidade e sinceridade e expressar a ele nossos sentimentos,
necessidades, o que nos incomoda ou preocupa, o que somos ou não somos nele, e o que
gostaríamos de ser; é contar-lhe o que nos embaraça e nos aflige, confessar as nossas fraquezas e
fracassos, nossos pecados e dificuldades; também é apresentar nossos planos e propósitos,
desejos, sonhos, nosso louvor, adoração e gratidão.
Acima de tudo, orar também é ouvir com atenção o que Deus nos diz em sua Palavra porque
necessitamos saber para onde ele quer que caminhemos; assim, poderemos prosseguir em
obediência aos seus mandamentos com submissão e alegria, pois ele é o único que sabe tudo o
que precisamos; ele sabe quais são nossos dons e talentos e sabe o que acontecerá no futuro.
Deus usa a oração para nos alinhar com sua vontade e com seus propósitos. Recentemente,
nosso pastor, Miguel Núñez, disse em um sermão: “Deus usa a oração para me ajudar a entregar
minha vontade aos seus propósitos e, assim, deixar o Espírito assumir o controle de minhas
ações”. 
Isso é ser guiado pelo Espírito Santo! Quando alguém é cheio do Espírito (Ef 5.18) e caminha em
obediência, Deus governa seus pensamentos para que suas orações estejam em harmonia com a
sua vontade.
Martin Lloyd-Jones disse:
A oração é a atividade mais sublime da alma humana e, portanto, é também a prova máxima da verdadeira condição
espiritual do homem. Não há nada que seja mais verdadeiro sobre nós como cristãos do que nossa vida de oração.
Em uma de suas obras clássicas sobre oração, Propósito na oração, o pastor E. M. Bounds diz
o seguinte:
“O objetivo da oração é o ouvido de Deus”, um objetivo que só pode ser alcançado quando se espera paciente, constante e
incessantemente por ele, em que derramamos nosso coração perante ele e permitimos que ele fale conosco. Somente
agindo assim podemos esperar conhecê-lo e, à medida que o conhecemos melhor, passaremos mais tempo em sua
presença, e essa presença será um deleite constante e crescente.4
O papel da oração no ministério de mulheres
É uma bênção ter uma igreja rendida aos propósitos de Deus e glorificando seu nome e isso é
possível quando a liderança assume o desafio e a responsabilidade de encorajar e oferecer os
recursos para que cada crente se envolva seriamente na tarefa de crescer espiritualmente.
A comunhão com Deus por meio da oração é um caminho seguro para todo cristão ir em
direção a esse objetivo. Ela é vital para que nossas vidas estejam no caminho da salvação (como
líderes ou como mulheres que atuam no ministério), para que possamos obter um conhecimento
correto da Bíblia, para termos uma vida cheia do Espírito Santo e para que possamos manifestar
maturidade e crescimento espiritual, cooperando para que vidas sejam modeladas conforme a
vontade de Deus. Se desejamos que as mulheres estejam comprometidas com o serviço cristão
em diferentes áreas da igreja e apliquem os princípios e valores cristãos aprendidos em seu diaa
dia, a oração é fundamental.
Em nosso ministério de mulheres, damos prioridade à oração porque queremos que toda
mulher seja madura na fé, cresça no conhecimento de Deus e demonstre o fruto do Espírito em
sua vida diária.
A teologia da oração: Como devemos orar?
Somos filhas de Deus e, diante do seu trono, recebemos socorro oportuno:
Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa
confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em
todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a
fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hb 4.14-16)
Então, com esta certeza, podemos nos aproximar do trono da graça e orar:
1. Em nome de Jesus, permanecendo nele e em suas palavras (Jo 15.7; 1Jo 3.22): “E tudo quanto pedirdes em meu nome,
isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).
2. Com fé (Mc 11.24): “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).
3. Acreditando que nossa oração será respondida 
(Mt 7.7-8): “E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt 21.22).
4. Invocando-o e temendo-o verdadeiramente: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam
em verdade. Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva” (Sl 145.18-19).
5. Crendo no descanso que ele prometeu a todos que estão sobrecarregados e cansados: “Vinde a mim, todos os que estais
cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
6. De acordo com a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).
7. Com todo o coração: “Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis
quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.12-13).
8. Com o coração limpo do pecado, tendo confessado nossos pecados (Sl. 51.1-4; 139.23-24; Is 59.1-2; Jo 9.31; 1Jo 1.8-
10): “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Sl 66.18).
9. Com um coração perdoador, tendo perdoado aos outros as suas dívidas (Mt 6.12,14-15; Mc 11.25-26): “[…] assim como
nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6.12).
10. Adorando ao Senhor para sermos transformados à sua imagem pelo Espírito Santo: “E todos nós, com o rosto
desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3.18).
a) Por quem ele é (Sl 5.7; 22.27-28; 29.1-2; 95.6; 96.9; Lc 4.8; Jo 4.23-24; Ap. 14.7).
b) Rendendo louvor a ele por suas obras (Sl 66.1-20; 100.4-5; 145.1-21; Mt 6.9b; Hb 13.15).
c) Cantando a ele em adoração (Sl 5.11-12; 100.2; 144.9a; Ef 5.19-20).
Esperando em silêncio até que ele fale conosco (Sl 5.1-4; 25.1-3-5,21; 40.1-3; 130.5-6).
a) Como cicio tranquilo e suave no qual ele se manifestou a Elias (1Rs 19.11-13).
b) Examinando a Palavra de Deus, que nos fala e nos ministra (Sl 19.7-14; 119:1.8,9-11,17-18; Mt 4.4; 7.24-25; Jo 5.24;
14.23; 2Tm 3.16-17).
11. Intercedendo por todas as circunstâncias da vida do nosso próximo, da igreja, das nações etc. (Mt 9.37-38; Rm 15.30-
32; 2Co 13.7,9; 1Tm 2.1-3).
Por que oramos?
1. Porque Deus nos ordena: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17).
2. Porque ele não quer que fiquemos ansiosos (Fp 4.6-7).
3. Porque ele quer que sejamos fortes e firmes moral e espiritualmente, vigiando para não cedermos às ciladas que virão
(Mt. 24.42; Mc 13.33-37; Lc 21.36; 
1Ts 5.6-8; 1Pe 4.7).
4. Para não cairmos em tentação (Mc 14:38; Lc 22:40,45-46).
O exemplo de Cristo
Nosso maior exemplo de vida de oração está em nosso Senhor Jesus Cristo. Apesar de ser o
Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade, e de viver dias agitados e grandes pressões nesta
Terra, ele não deixou de orar e interceder junto ao Pai. Pelo contrário, ele:
Frequentemente se retirava para lugares solitários e orava. (Lc 5.16)
Levantando-se de madrugada, ainda escuro, retirava-se para um lugar deserto, e ali orava. (Mc 1.35)
Depois de despedir a multidão, subiu ao monte para orar; e, ao cair da noite, ele ficou lá sozinho. (Mt 14.23)
A oração era o elemento mais importante para Jesus cumprir do ministério de ministrar sua
palavra a tantas pessoas (especialmente aos seus discípulos), curar os enfermos, libertar os
oprimidos, ir a vários lugares, realizar tantos milagres e muito mais. Antes de tomar qualquer
decisão, Jesus passava muito tempo orando ao Pai. Por exemplo:
a) Quando ele escolheu seus doze apóstolos. (Lc 6.12-16)
b) No Getsêmani, antes de ir para o Calvário, ele derramou sua alma com grande agonia e oração fervorosa, e entregou sua
vontade à do Pai para que pudesse seguir como um cordeiro ao matadouro e dar sua vida para nos salvar. (Lc 22.39, 41-44)
Mesmo sendo Deus, Jesus andou em total dependência e comunhão com o Pai. Assim como
ele orou, também nos deixou diretrizes para nossa vida de oração e um modelo, mais conhecido
como “oração do Pai Nosso” (Mt 6.5-15).
E quanto a nós?
Ora, se essa foi a conduta de Jesus, não deveríamos viver também em constante oração,
entregando nossa vontade ao Senhor para não mais tomarmos decisões por nossas próprias forças
e habilidades? Por isso, precisamos entender que:
1. Deus deseja ter comunhão conosco e, por isso, precisamos andar em retidão (Pv 15.8b).
2. É imprescindível que tenhamos comunicação com Deus, pois sem ele nada podemos fazer no ministério, absolutamente
nada (Jo 15.4-6).
3. Em Jeremias 33.3, Deus nos ordena a clamar a ele, pois ele nos responderá e nos ensinará aquilo que não sabemos.
4. Devemos buscá-lo de todo o coração e alma quando estivermos angustiadas com as decisões do ministério. 
Ele se deixará encontrar, e ouviremos a sua voz em sua Palavra, pois ele é um Deus compassivo e não nos abandonará (Sl
9.10; 34.4-6; 69.32-33; Is 55.6-7; Jr 29.13-14; Am 5.4).
Precisamos orar para crescer, receber poder do alto, sermos fortalecidas, alinhar nossos
pedidos com a vontade do Senhor, ser dirigidas e transformadas pelo seu Espírito Santo, e nos
tornarmos verdadeiras testemunhas do Senhor Jesus Cristo, para liderar mulheres no ministério.
Todos esses ensinamentos precisam ser conhecidos e colocados em prática no ministério de
mulheres. São muitas as situações e necessidades que surgem entre as mulheres, por isso
devemos levá-las à presença do Senhor e orientá-las sobre o que devem fazer, usando a oração
como recurso fundamental para enfrentarem seus problemas e dificuldades.
Muitas vezes, elas estão caminhando na direção oposta à indicada na Palavra de Deus e é
necessário recorrer novamente à oração para que seus passos sejam ordenados. “Os passos do
homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?” (Pv
20.24). Nestas situações precisamos estar atentas, porque: “Há caminho que ao homem parece
direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14.12).
Devemos ensiná-las que a nova vida em Cristo nos chama a não mais andarmos “como
também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de
entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu
coração” (Ef 4.17-18); mas, como nos achegamos a Deus, precisamos transformar e renovar
nossa mente (Rm 12.2) por meio da verdade (Jo 17.17), para que possamos ser santificados nela
(Jo 17.19).
Portanto, devemos lembrar estas mulheres sobre quão importante é a oração; que no capítulo
17 do evangelho de João, Jesus Cristo está orando ao Pai não apenas pela santificação de seus
discípulos, mas também por aqueles que creriam nele por meio de sua Palavra (v. 20), e todas
estamos incluídas nesse grupo.
Como aplicar essa teologia da oração ao ministério de mulheres?
Mantenha a oração constantepela equipe do ministério e pelas mulheres que estão sob seus
cuidados. Precisamos da direção de Deus em todas as decisões, porque nosso coração é
enganosos e somente ele o conhece (Jr 17.9).
A única maneira de ter sucesso é andar no Espírito 
(Gl 5.16) e não satisfazer a concupiscência da carne; tendo a consciência de que “se alguém está
em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17).
Nossas vidas devem estar submetidas à vontade de Deus e alinhadas aos seus planos, que foram
preparados para o nosso bem. Precisamos orar para que esses planos nos sejam revelados e que
os aceitemos como bons e válidos para nós (Jr 29.11-13).
Para concluir, devemos depender do Senhor e de seus planos em oração; precisamos conhecê-
lo, buscar sua orientação, seu ensino e sua direção. Como suas ovelhas, precisamos ouvir sua voz
e o seguir em obediência. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me
seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo
10.27-28).
Como crescer em oração no ministério das mulheres?
Para isso, em nosso ministério de mulheres oferecemos ambientes que estimulam e
desenvolvem a vida de oração de cada mulher. Eis alguns exemplos:
1. Equipe de intercessão. Desde o início de nossa igreja 
(20 anos atrás) temos uma equipe de intercessão formada por mulheres piedosas intercessoras comprometidas em orar por
nossos pastores e líderes, bem como pelo trabalho do ministério. É um grupo restrito e para ingressar nele é preciso atender
a certos requisitos. As irmãs são selecionadas principalmente por sua vocação, dons e confirmação de Deus.
2. Temos uma reunião às terças-feiras por umas três horas, com o único objetivo de orar pela vida da igreja, pelos pastores
e líderes de cada ministério, pelas atividades da agenda, pelos membros e por situações particulares, bem como pela
expansão do reino de Deus.
3. Temos pequenos grupos mais abertos à participação, mas que exigem o mesmo grau de compromisso e fidelidade. Estes
grupos se reúnem em horários específicos no templo.
4. Quando temos alguma atividade planejada, temos momentos extras de oração, nos quais a congregação participa e, às
vezes, usamos as redes sociais para como instrumento.
5. Equipe de coordenação do ministério de mulheres. Cada proposta ou ideia é apresentada em oração nesta equipe, para
que possamos buscar a direção de Deus (aprovação ou reprovação).
6. Oramos para discernir as necessidades mais importantes das mulheres da igreja e como equipá-las e supri-las; oramos
pela escolha do tema do ano para o ministério; oramos para sabermos como enfrentar os novos desafios; oramos para
escolher novos líderes; oramos por direção para abrir pequenos grupos; oramos antes de responder a convites; oramos para
desenvolver nossas atividades na igreja; oramos antes de participar ou colaborar com outros ministérios (de nossa própria
igreja ou de outras). Oramos porque não queremos que nada seja feito por causa do nosso coração enganoso!
7. Reuniões de pequenos grupos. Sempre separamos um tempo para oração nesses grupos, e oramos especialmente pelo
nosso crescimento espiritual e por nossas demandas diárias, bem como por outras pessoas e pela igreja.
8. Reuniões de oração bimestrais no templo. Para estas reuniões reservamos um sábado, das 8 às 10 horas da manhã.
Chamamos esse período de oração de “Aos seus pés”. Nele, focamos em um tema previamente escolhido com base no
tema do ano da igreja. Refletimos sobre as Escrituras e oramos juntas ao Senhor. Em algumas ocasiões, damos testemunho
da obra que Deus está realizando em nossas vidas.
A comunhão com Deus por meio da oração deve ser moldada pelas Escrituras, pois esta é a
maneira mais segura de conhecer sua vontade e orar de maneira bíblica. O pastor Miguel Núñez
diz: “O impulso inicial da nossa oração não deve ser o que está em nosso coração, mas o que está
no coração de Deus. Se não orarmos segundo a sua vontade, ele não nos ouvirá” (1Jo 5.14).
Quando eu oro a Palavra, mantenho comunhão íntima com Deus e minha mente é renovada
(Rm 12.2), para pensar seus pensamentos em vez dos meus. Isso por si só é uma bênção, porque
é um ato de obediência ao Senhor (Fp 4.8). Por isso, procuramos instruir nossas irmãs a usar este
“método” na oração, colocando-o em prática sempre que possível. 
Se orarmos pelas coisas certas, focaremos nossos pedidos no reino de Deus e em nosso próprio
crescimento espiritual.
Se há algo de que temos certeza é que, como dissemos antes, sem ele nada podemos fazer (Jo
15.5) e precisamos do Senhor em tudo e para tudo no ministério. É por isso que oramos e nos
aproximamos dele como nosso Pai bondoso. 
Deus quer que nos aproximemos dele em oração com humildade e sinceridade, sem orgulho e
sem hipocrisia.
Por isso oramos para que os ministérios de mulheres apresentem mulheres cheias do Espírito
Santo, em íntima comunhão com Deus e com seus irmãos; mulheres que possam dar bom
testemunho em seus círculos de influência, para a glória de Deus e para a expansão de seu reino.
Amém!
4 Edward M. Bounds, Propósito na oração (São Paulo: Editora vida, 2016), p. 82.
Identificando a liderança
ODETTE ARMAZA
Dizer que a liderança deve formar um ministério de mulheres e para mulheres, pode ser
intimidador para a pessoa responsável ou para quem tiver que encontrar a pessoa certa para
assumir esse trabalho. Mas devemos entender, antes de tudo, que não estamos nos referindo
apenas à diretora, mas a um grupo que trabalhe para atender às diferentes necessidades das
mulheres em sua congregação e para identificar entre elas uma ou mais líderes para as tarefas
correspondentes. Devem ser irmãs que demonstrem estar comprometidas com sua igreja e que já
realizem algum tipo de serviço.
Mesmo que a igreja seja pequena, deve-se tentar formar uma equipe, embora, por praticidade,
sejamos tentadas a seguir um formato mais tradicional, no qual uma pessoa se encarrega de todas
as responsabilidades. No entanto, o trabalho em equipe não só nos ajuda a ter mais comunhão
com nossas irmãs, como também permite que compartilhemos os fardos e as responsabilidades
que vão surgindo, e que possamos ter conosco pessoas com diferentes dons, habilidades,
personalidades (algumas mais introvertidas e outras mais extrovertidas) e que estão
experimentando fases particulares da vida. 
A experiência de cada uma dessas mulheres é enriquecedora, pois suas características são
necessárias para o trabalho do ministério de mulheres, porque essa mesma variedade reflete o
que encontramos no restante da congregação.
Este grupo de líderes poderá ter alguma mobilidade devido às circunstâncias específicas de
cada uma, como, por exemplo, um período com maiores compromissos familiares, devido ao
nascimento de um bebê, às responsabilidades de um novo emprego ou a um problema de saúde
que requer mais atenção. Há muitas situações que podem requerer um afastamento temporário ou
até definitivo do ministério, mas também há mudanças que podem ser decorrentes do
crescimento natural da igreja, quando há mais mulheres para serem ministradas e isso requer
mais irmãs envolvidas no trabalho. Independente do motivo para a integração de uma nova líder,
devemos sempre manter os requisitos que a Palavra de Deus exige, pois esse padrão não é
negociável.
Cada vez que um ministério é iniciado em uma congregação para abençoar vidas, surge
também a oposição, ou seja, junto com as bênçãos virão também situações difíceis a serem
enfrentadas. A liderança deve ter maturidade em todos os aspectos para agir corretamente e
honrar a Deus, pois não podemos nos esquecer de que tudo o que fazemos deve ser para ele e
para a sua glória:
Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do
Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo (Cl 3.23-24). Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. (1Co 10.31)
A seguir, apresentamosalgumas características que devemos procurar nas líderes que têm
chamado para atuar no ministério de mulheres. Essas características ajudam a identificar um
caráter piedoso antes de olharmos para as habilidades que elas têm.
Um andar digno
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. (Ef 4.1-3)
O pedido que Paulo faz na carta aos irmãos de Éfeso serve para todo cristão; é um chamado a
comportar-se de acordo com a nova natureza que recebemos de Cristo, dando testemunho do
fruto do Espírito e refletindo amor, paciência, mansidão e humildade.
Encontramos muitas instruções específicas para as mulheres nas Escrituras, que ensinam sobre
o que esse “andar” significa em nossa vida diária. Há um chamado para sermos sábias, termos
domínio sobre nossa língua (considerando os danos que podemos causar ao sermos levianas no
falar) e para sermos prudentes e discretas no vestir. Temos instruções sobre como devemos agir
nos diferentes papéis que desempenhamos como esposa, mãe, filha, membra em nossa igreja e
como cidadã. Também nos é dito sobre o cuidado que as irmãs mais velhas devem ter em relação
às mais novas, a fim de instruí-las e afirmar o projeto divino para suas vidas e, ao mesmo tempo,
de serem um exemplo para elas.
Todos esses aspectos representam o modo pelo qual somos chamadas a viver, tanto na
comunidade dos crentes quanto com os não crentes, para os quais somos instruídas a manter um
modo de vida irrepreensível, para que eles não murmurem, mas deem glória a Deus (1Pe 2.12).
Não podemos atingir esse padrão com nossas próprias forças ou com nossa própria vontade, mas,
com a graça do Espírito de Deus em nós certamente evidenciaremos um viver digno do
evangelho.
Atitudes de humildade e serviço
“[…] sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” 
(Gl 5.13)
Na igreja, todo líder é, antes de tudo, um servo de Deus, independentemente do que faz em sua
comunidade. E como tal, seu principal objetivo é honrar a Deus por meio do serviço prestado aos
seus irmãos, como vemos na vida do Senhor Jesus ao lavar os pés de seus discípulos (Jo 13.5).
No caso específico do ministério de mulheres estamos falando sobre um grupo de irmãs que têm
uma disposição e um chamado para servir às mulheres de sua congregação, que têm um amor e
um cuidado especial com elas, que estão atentas para as necessidades espirituais e emocionais
que elas têm, que compreendem a as diferentes situações vividas pelas mulheres que fazem parte
da congregação, cada uma com uma história pessoal, diferentes origens socioeconômicas e
diferentes fases da vida. Portanto, é um grande desafio para este ministério atender a todas essas
necessidades.
O serviço está intimamente relacionado a uma atitude humilde, não só pela necessidade de
reconhecer que é pela graça de Deus que se está na posição de servir, mas também pelo que nos
exorta Filipenses 2.3: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade,
considerando cada um os outros superiores a si mesmo”. Este versículo não é apenas um aviso
para se agir com humildade, mas para considerar as motivações que podemos ter em nossos
corações ao servir. Não devemos fazer as coisas por rivalidade ou vaidade, mas com humildade.
Podemos ser humanamente tentadas a pensar que somos líderes porque merecemos ou porque
ninguém poderia fazer o que fazemos; quando, na verdade, precisamos reconhecer que temos
dons diferentes por causa da graça que nos é dada (Rm 12.6) e com o único propósito de sermos
bênção para a vida da igreja (Ef 4.12).
A liderança não deve ser uma plataforma na qual os holofotes apontem para as pessoas, mas
para a Deus.
Como já dissemos, cada irmã é dotada de certas habilidades e capacidades necessárias para
servir no ministério; algumas podem ser mais visíveis do que outras, mas todas são importantes.
Por exemplo, há irmãs que terão um dom evidente em termos de organização e logística, o que
será muito necessário para realizar de forma eficiente as diversas atividades planejadas. Outras
serão mais fortes na oração e no ensino, ou terão a capacidade de visualizar metas de longo prazo
e manter todas focadas nessa direção. Nestes tempos em que o conhecimento e a habilidade no
uso de diferentes redes sociais são importantes para a divulgação do evangelho, também é
necessário que tenhamos irmãs que tenham habilidade para gerenciar essas ferramentas. Cada um
desses dons exercidos com mansidão e humildade será para a bênção para o ministério e para o
fortalecimento da igreja. É uma grande bênção fazer o que Deus nos chamou e equipou para
fazer.
Manter a unidade
“Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.” (Ef 4.3)
Ao fazer parte desta equipe, cada irmã deve ter a disposição de manter a unidade. Não
devemos atuar na promoção de divisão ou de conflitos, mas sermos instrumentos de paz e
reconciliação. Devemos ser intencionais no propósito de administrar nossos relacionamentos
dentro de um padrão de respeito, harmonia e consideração umas pelas outras 
(Fp 2.4b) e isso implica em sabermos ouvir opiniões diferentes das nossas, entre outras coisas.
Nem todas avaliamos as situações da mesma forma, nem vemos os mesmos aspectos que outra
pessoa vê, por isso, é importante valorizar o que cada irmã diz, mesmo que pareça diferente do
nosso modo de pensar. Tais diferenças, se forem bem administradas, podem enriquecer o
trabalho do ministério.
Manter a unidade também requer de nós aceitar e reconhecer quando uma falha é apontada e
concordar em corrigi-la, pois essa atitude revela um coração manso e ensinável. 
Em algum momento, todas podemos nos deparar com atitudes ou decisões que tomamos que não
foram as mais adequadas, porque estamos constantemente sendo moldadas para refletir cada vez
mais a imagem de Cristo e menos nossa própria natureza pecaminosa.
Também deve haver no ministério a liberdade e a confiança para expressarmos nossas
fraquezas ou necessidades particulares. Tiago nos convida a confessarmos nossos pecados uns
aos outros e orar uns pelos outros (Tg 5.16). Poder ser sincera e autêntica no grupo fortalece os
laços de irmandade em Cristo e revela a necessidade de que todas recebamos apoio,
solidariedade e amizade, ao mesmo tempo que nos permite orar pelas necessidades específicas
que são expostas no grupo.
Manter a unidade ainda implica concordar com a visão que o ministério definiu para si. Como
grupo, estabelecemos a visão e missão do ministério e os objetivos de curto, médio e longo prazo
que queremos alcançar; mas, para isso, é necessário que todas se esforcem na mesma direção,
pois se não estivermos de acordo, não conseguiremos caminhar juntas (Am 3.3).
Essas características revelam uma disposição para cuidar do bem comum e não dos interesses
pessoais: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que
é dos outros” (Fp 2.4). Pois, na medida em que mantemos em mente que somos parte do mesmo
corpo e que a principal vocação que temos é de glorificar a Deus, podemos deixar de lado
qualquer desejo egoísta ou atitude orgulhosa.
Um testemunho provado
“[…] sejam santos vocês também em tudo o que fizerem.” 
(1Pe 1.15b)
O elemento seguinte que devemos ter em mente é que um chamado exige uma vida de
santidade, tanto diante de Deus quanto diante de nossos irmãos. Quando falamos de “uma vida
íntegra”, não queremos dizer “uma vida perfeita”, porque sabemos que vamos pecar, mas 1João
1.9 nos diz o que fazer quando pecamos: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Portanto, não podemos deixar que
nossos pecados parem de nos entristecer, porque isso nos deixará espiritualmente entorpecidos.
A confissão diante do Senhor deve ser algo normal em nossa caminhada cristã.
Integridade pode ser definida portermos como “inteiro”, “completo” ou “perfeito”. A única
pessoa que viveu de forma completamente íntegra foi Jesus, o que pode nos fazer sentir
intimidados por não sermos capazes de atingir esse padrão. Na vida do cristão, essa integridade
diz respeito a uma vida congruente entre o que ele diz e o que ele faz. Essa integridade é algo que
todas devemos buscar em nossa vida. Estamos nos referindo a mulheres que buscam viver
fazendo o que é certo segundo a Bíblia, que têm o desejo sincero de obedecer aos mandamentos
do Senhor nos diferentes aspectos de sua vida, exercendo uma boa mordomia no uso de seus
recursos, de seu tempo, com sua família, no trabalho, na igreja, em como lidam com suas lutas e
fraquezas, em tempos de bênção ou de dificuldade — uma mulher que procura viver
genuinamente apegada à Palavra de Deus.
Para nós, não deve haver separação entre assuntos religiosos e seculares; devemos agir da
mesma forma quando estamos na igreja e quando estamos fora dela; devemos ter o mesmo
comportamento, independentemente de onde estamos ou de quais atividades estamos executando
no dia a dia. Nossos parâmetros de tomada de decisão devem ser os mesmos, quer se trate de
trabalho, compra de uma casa ou férias com a família — tudo deve ser tratado como se fosse um
assunto ministerial. Fazer o contrário seria viver de acordo com um padrão duplo, e isso é
hipocrisia, que devemos rejeitar completamente, porque não é apenas contrária às Escrituras, mas
também prejudica tanto o grupo de irmãs quanto o trabalho do ministério.
A integridade está intimamente ligada à obediência à Palavra de Deus. Quanto mais sabemos
sobre ela, maior o compromisso de cumprir suas ordenanças e, ao fazê-lo, demonstramos nosso
amor a Deus (Jo 14.21). A liderança não deve se esquecer de que as ações falam sobre nosso
caráter e que elas são o testemunho visível dado às irmãs. É extremamente desagradável quando
o que é ensinado em público não é praticado em particular, ou quando a liderança não cumpre o
que é exigido das outras irmãs.
De fato, todas temos lutas e fraquezas, mas aquelas que estão servindo têm um compromisso
maior de refletir um caráter cristão genuíno.
Maturidade
Embora seja verdade que, como cristãos, todos estamos em processo de crescimento espiritual,
sendo conformados à imagem de Cristo, como Paulo diz em Filipenses 3.12-14: “Não que eu o
tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição [maturidade]; mas […] prossigo para o alvo”;
entendemos que quem serve no ministério de mulheres deve possuir maturidade espiritual nas
seguintes áreas:
Em sua forma de pensar. Romanos 12.2 nos diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. E 1Coríntios
14.20 nos exorta: “Quanto ao juízo, sede amadurecidos”. Como saber qual é a vontade de Deus? Sendo diligentes no
estudo do que Deus diz as Escrituras e na aplicação de suas ordenanças em nossas vidas. Tudo o que precisamos saber para
nossa vida presente e futura, Deus revelou na Bíblia. Não podemos servir dignamente se primeiro não buscarmos conhecer
a Deus e sua Palavra. O estudo da Palavra de Deus e a oração são disciplinas que não devem ser negligenciadas. Como
parte do exercício do ministério, lidaremos com mulheres que têm ideias seculares, algumas abertamente opostas à
cosmovisão cristã que professamos; outras talvez com ideias mais sutis, que elas abraçaram por toda a vida e agora devem
mudar à luz da verdade de Deus, que deve ser ensinada com graça e com entendimento.
Em sua maneira de falar. Como líder, a mulher não deve ser leviana ou impulsiva ao falar, mas exercer autocontrole para
estar mais disposta a ouvir que responder, a acalmar uma situação em vez de criar conflito, a curar em vez de ferir. Tiago
1.19 nos exorta: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar,
tardio para se irar”. A líder também deve mostrar sabedoria em suas palavras. Provérbios 15.2 nos diz: “A língua dos
sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia”. Essa qualidade pode ser um grande desafio
para muitas mulheres devido à inclinação natural que temos para falar, o que muitas vezes pode nos levar a falar demais e
cair no que diz Provérbios 10.19: “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente”.
Na maneira de se vestir. 1Timóteo 2.9 nos ensina: 
“Que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso”. Embora esta seja uma instrução para toda
mulher cristã, deve ser considerada com muito mais cuidado pela liderança feminina. Infelizmente, ainda há muita
resistência e falta de compreensão entre os cristãos sobre o que significam essas qualidades de decência, pudor e modéstia
nestes tempos, mas não devemos nos cansar de ensinar e testemunhar o padrão de Deus, buscar mais sua aprovação do que
a aprovação das pessoas ou mesmo a nossa própria satisfação.
A questão das roupas e da maneira de falar são, sem dúvida, muito relevantes, porque
testemunham a vida transformada que somos chamadas a ter e, por isso, é muito importante para
nós, mulheres cristãs. Não se trata de regras, mas de termos um coração que busca agradar a
Deus nestas coisas. Temos o Espírito Santo habitando em nós e nos convencendo a fazer o certo
nessas áreas. Vivemos em uma sociedade que se veste e fala de forma que desonra e se opõe
abertamente a Deus, sua Palavra e seu projeto. Portanto, como mulheres que lideram, temos um
chamado muito importante para agirmos corretamente todas as áreas da vida.
A mentoria (Tito 2)
VILMA MATA DE MÉNDEZ
“Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.” (Is 48.17b)
— Você sabe onde posso me inscrever para o curso de Cuidados com a Alma? — perguntei a
um grupo de mulheres maduras e sorridentes que estavam sentadas à mesa dando aulas de
estudos bíblicos e outras atividades.
Entre elas estava a responsável pelo ministério de mulheres da igreja, que eu não conhecia,
pois meu marido havia acabado de entrar para o seminário naquele ano.
— Você está procurando um lugar no grupo de mulheres Recebendo mentoria de Tito 2? —
Perguntaram-me de volta e eu sorri, porque não entendi a pergunta.
Foi incrível! Aos 43 anos, foi a primeira vez que ouvi falar de mulheres mais velhas ensinando
as mais jovens em uma perspectiva bíblica e, embora não entendesse totalmente o conceito de
Tito 2, fiz minha inscrição com um grupo de mulheres mais jovens do que eu para ser
mentoreada por Lloyd May, ao mesmo tempo em que entrei no treinamento para servir como
mentora de mulheres hispânicas da Igreja Batista Bethlehem, em Minneapolis, no ano de 2006.
Era uma situação em que eu estava dando e recebendo ao mesmo tempo! Aquilo foi útil para
mim, pois eu estava aprendendo com uma mulher madura e mais sábia que eu e poderia
compartilhar meu aprendizado com as mulheres sob minha responsabilidade.
O que é a mentoria?
É quando uma pessoa com mais experiência ajuda, orienta ou aconselha alguém mais jovem ou
menos experiente por um período. É um tipo de discipulado semelhante ao aconselhamento, cujo
objetivo é que a pessoa que recebe ajuda se desenvolva e avance.
Servir outra pessoa como mentora implica reunir-se em torno das Escrituras com mulheres que
estão em diferentes estágios da vida (solteiras, recém-casadas, mães jovens, mulheres
divorciadas, mães experimentando a síndrome do ninho vazio, profissionais etc.). Uma mentora é
uma pessoa que treina e orienta de acordo com o princípio estabelecido em Tito 2.3.
Já participei de encontros de mentoria com mulheres solteiras em cafeterias, onde oramos e
estudamos a Palavra de Deus em relação a alguma área importante para o nosso crescimento
espiritual. Algumas mulheres mais jovens foram convidadas pessoalmente por mulheres
maduras, enquanto outras me convidaram pessoalmente, pois queriam aprender sobre a
necessidade de respeitarem seus maridos e para que eu compartilhassecomo aprendi a sujeitar-
me ao meu marido. Outras buscavam orientação sobre suas finanças ou em seus planos de
carreira, metas e propósitos em sua profissão. E havia também quem buscava que eu
compartilhasse minha experiência na maternidade e no relacionamento com meus filhos em suas
diferentes fases da vida. Tudo isso feito em torno da Palavra de Deus.
Devemos buscar uma mentora quando ela tem algo que nos faz admirá-la e nos identificamos
com ela a partir de nossa situação. O trabalho de mentoria permite que não fiquemos isoladas e
nos identifiquemos com outras mulheres com problemas e fase da vida similar à nossa. Assim,
apoiamos umas às outras em oração e conselho, independentemente do momento que estamos
vivendo.
A origem da mentoria
As raízes da prática de mentoria vêm dos tempos antigos, pois encontramos a expressão grega
traduzida por mentor (mέντωρ) na Odisseia, de Homero. Desde 1970, o mentoring se espalhou
pelos Estados Unidos, principalmente para treinamento na área de negócios. Na América Latina
esta prática ainda não é tão difundida, embora esta situação esteja mudando nas últimas décadas.
O termo mentor está “na moda”, especialmente no mundo dos negócios e do
empreendedorismo, embora possa estar presente em outros contextos, como vamos ver quando
aplicado ao ministério de mulheres. Nosso modelo é o Senhor Jesus Cristo, que é nosso Mestre e
Mentor por excelência.
Muitos nomes são dados àqueles que são mentoreados; eles podem ser chamados de
discípulos, pupilos etc. Temos numerosos exemplos de mentoria nas Escrituras, como Maria e
Isabel, Noemi e Rute (que a guiou em uma estratégia piedosa para lidar com Boaz); Priscila e
Áquila com Apolo (que o instruíram, pois ele só conhecia o batismo de João); Moisés e Jetro;
Moisés e Josué; Paulo e Timóteo, entre outros.
Há uma ordem estabelecida na igreja local: “[…] para que, se eu tardar, fiques ciente de como
se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo” (1Tm 3.15; veja também Tt 1.5).
a) Apesar de a mentoria formal não aparecer explicitamente na Bíblia, encontramos o conceito, razão pela qual a
supervisão e aprovação de pastores, presbíteros e líderes é crucial para realizá-la (1Tm 5.2; Tt 2.1-2). “E o que de minha
parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros”
(2Tm 2.2b). “Quanto às mulheres idosas […] sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens […] (Tt 2.3-4).
b) Embora não seja obrigatório que a igreja pratique mentoria de forma organizada, é importante pedir autorização aos
líderes para que este trabalho esteja alinhado com a visão que o Senhor lhes deu à igreja e poder criar um ministério de
mentoria, pelo qual algumas mulheres mais experientes e maduras acompanhem as demais.
c) O modelo bíblico nos diz que os pastores e presbíteros devem ser os que treinam e equipam as mulheres mais maduras
para que elas, por sua vez, ensinem as mais jovens (Tt 2.1-3).
d) As diretoras ou responsáveis pelo ministério devem estar de acordo com a visão e com a declaração da fé de sua igreja e
comprometidas com a preservação dos matrimônios; em outras palavras, essas mulheres devem estar sob a orientação e
direção dos anciãos da igreja.
Quem é a mentora?
Há diferentes perfis de mentora. Algumas delas, como Elizabeth Elliot, Susanna Wesley (mãe
de John Wesley), Sarah Edwards (esposa de Jonathan Edwards), Catarina von Bora (esposa de
Martinho Lutero), entre outras, não estão mais conosco, mas nos deixaram seus escritos, pelos
quais podemos continuar aprendendo com elas. Também tive mentoras pessoais, com quem
aprendi a organizar a casa, instruir meus filhos, servir no ministério, servir às mulheres etc. Uma
de minhas mentoras favoritas, Lloyd May — que mencionei no início desse capítulo — também
já partiu para estar com o Senhor, mas seu exemplo e aquilo que aprendi com ela estão sempre
presentes em minha mente.
Uma mentora é alguém que ensina a obediência ao Senhor, que encoraja e fortalece os mais
fracos e ajuda os famintos e necessitados (Is 35.3-4). Ela faz isso em conformidade com o que
ensina Tito 2.3-5, onde lemos que mulheres maduras devem ensinar as mais jovens.
Na mentoria há alegrias e tristezas. Muitas vezes experimentamos despedidas, algumas filhas
espirituais se distanciam do Senhor, outras falham e desobedecem ao Senhor, entre outras
angústias. Em minha vida, mentoreei mulheres por quem meu coração sofreu e derramei
lágrimas; inclusive, houve até momentos em que me perguntei: “Em que estou falhando? O que
não fiz por elas?” E, quando isso ocorre, devemos ir à cruz de Cristo e lembrar que ele é quem
sustenta nossa vida e a daquelas a quem servimos como mentoras. Mas devemos nos lembrar que
sentiremos alegria quando pudermos repartir de graça com outras mulheres o que recebemos de
graça.
A mentora realiza um tipo de discipulado; ela é uma pessoa com quem você caminha junto,
que permite que a outra pessoa lhe faça perguntas. A mentora quer saber como a mentoreada está
amadurecendo espiritualmente, como ela lida com a maternidade, como ela soube que o marido
era a pessoa preparada por Deus para ela, como ela lida com a solidão e com seus conflitos. Ou
seja, mentorear envolve cumprir a Grande Comissão, de ensinar outras a guardar todas as coisas
que o Senhor tem ordenado (Mt 28.20).
Entre as tarefas que podem ser incluídas na mentoria está a prestação de contas, que envolve
áreas como a vida de oração, o estudo da Palavra de Deus, caráter, luta contra o pecado,
propósitos e objetivos de vida etc. A mentoria também oferece a oportunidade de expandir nosso
relacionamento com outras mulheres da igreja que estejam firmadas na Palavra de Deus. Sentar-
se ao redor das Escrituras é um grande presente de Deus, que poucas mulheres desfrutam. Ser
mentora é uma honra e um privilégio que não deve ser subestimado, mas também é uma grande
responsabilidade.
Tipos de mentoria
O discipulado pode ser feito de diversas formas, e tanto a mentoria quanto o aconselhamento
são tipos específicos de discipulado. Há discipulado de novos crentes, discipulado de
treinamento, discipulado de missões etc. O aconselhamento é um tipo de discipulado intensivo e
sobre um tema ou necessidade específica. A mentoria de Tito 2 é o discipulado em uma área e
etapa específica, como amar os filhos, amar o marido e cuidar da casa. Seu objetivo é o
crescimento para alcançar a maturidade espiritual e se tornar mais semelhante a Cristo, o que não
pode ser alcançado automaticamente, mas é um processo que exige determinação e disciplina,
tanto da mentora-discipuladora, quanto da discípula.
Abaixo, elencamos alguns tipos de mentoria:
a) Mentoria de longo prazo: uma observação muito importante é que não é aconselhável permanecer com ela mentoreada
por muito tempo, pois o propósito de uma mentora é ensinar outras cristãs a viver uma vida agradável a Deus e treinar
outros para que façam o mesmo com outras pessoas.
b) Mentoria de curto prazo: muitas vezes, a mentoria entra como um discipulado de tempo específico e sobre um aspecto
específico da vida da pessoa. A responsabilidade continua até que a discípula se torne uma cristã espiritualmente madura
naquela área.
c) Mentoria ocasional: essa mentora atua como uma espécie de consultora, uma conselheira ou guia que, devido à
distância ou ao tempo disponível, não realiza encontros regulares.
O caráter da mentora
Segundo a Palavra de Deus, a mentora deve ser uma mulher sóbria, não dada ao vinho, que
exercite a hospitalidade, que sirva aos santos, que se ocupe na oração e boas obras (1Tm 3.11;
5.3-10; Tt 2.3). Além disso, ela deve ter pelo menos as seguintes qualidades:
a) Deve ser autêntica.
b) Não superficial.
c) Empática.
d) Não dar conselhos precipitadamente.
e) Ser solidária à dor das pessoas, ter misericórdia e lugar para a graça; ser acessível.
f) Ser paciente e capaz de ouvir também são características essenciais para esperar que a
mulher cresça em santidade e maturidade.
Erros a serem evitados pela mentora
a) Viver afastadada Palavra de Deus e da oração.
b) Ter medo de ensinar.
c) Dar ordens e esperar que sejam cumpridas.
d) Querer impor o seu ponto de vista ou convicção.
e) Ter falta de compromisso.
f) Não ser vulnerável ou transparente, querendo se mostrar perfeita.
Um sentimento de inadequação é esperado e compreensível, pois dependemos completamente
da graça de Deus. O temor de não saber como realizar as tarefas e de não se ter um modelo para
seguir pode ser resolvido com oração e treinamento, a partir da iniciativa de buscar pelo
conhecimento. Eu mesma muitas vezes recorri a alguma ajuda, como um livro, para sanar uma
dúvida ou aumentar minha compreensão sobre algum tema.
O caráter de quem recebe a mentoria
Normalmente, quem recebe mentoria é uma pessoa inexperiente, e é natural que faça
perguntas, pois não sabe como agir em determinadas situações. Mas, para ser uma mentoreada,
essa pessoa precisa ter certas características, tais como:
a) Um espírito humilde e ensinável.
b) Querer ajuda.
c) Ter interesse em se desenvolver.
d) Querer ser levada para mais perto de Deus.
e) Ser sincera e transparente.
Atenção com as mulheres jovens
A mulher jovem pode servir como mentora para aquelas que são mais jovens que ela.
Pessoalmente, aprendi muitas coisas com mulheres mais jovens do que eu e, por isso, procuro me
cercar regularmente delas, porque me motivam a pesquisar, conhecer e aprender mais. Agradeço
a Deus por aquelas jovens mulheres que me permitem participar de suas vidas e me motivam a
continuar crescendo. Todas damos e recebemos de alguém ao mesmo tempo, mas o caráter e o
testemunho de vida da jovem mentora devem ser de quem venceu pecados e padrões
pecaminosos do passado (1Tm 5.6,7,11-15).
Erros a evitar com a mulher que recebe a mentoria
Em nosso contexto latino-americano, onde a mentoria é algo novo e estamos aprendendo como
fazer, encontramos pessoas com certa relutância ou resistência em serem discipuladas, por não
entenderem a necessidade desse trabalho. Eu mesma acreditava que podia aprender tudo sozinha
desde a minha juventude, sem entender o grande benefício que há em receber orientação.
Acreditamos que com livros, blogs, podcasts, vídeos e outras fontes teremos o suficiente, mas há
uma necessidade de caminhar junto com outras pessoas em experiências que nos enriquecem
nessa comunhão.
Outra dificuldade que encontramos é que, muitas vezes, as mulheres não gostam de agendar
seus encontros e reuniões, mas existe um princípio benéfico na organização e programação para
o corpo de Cristo, onde Deus nos colocou. Um desses benefícios na distribuição de mentoras é o
agendamento e o compromisso.
Algumas outras dificuldades que podemos enfrentar são:
a) Falta de humildade.
b) Falta de espírito ensinável perante a Palavra de Deus.
c) Falta de compromisso em que, muitas vezes, elas só querem mentoria quando acreditam
que precisam.
d) Falta de transparência ou honestidade, em que a mulher se fecha e não compartilha tudo o
que a situação exige para que se possa ajudá-la.
e) Falta de resultado. Nem todas crescemos da mesma maneira ou no mesmo ritmo, mas,
muitas vezes, percebemos que a pessoa que servimos como mentora não cresce ou avança.
Nesse caso, devemos conversar e ver se ela iria mais longe com outra pessoa que possa
ajudá-la melhor.
f) Relações pouco saudáveis com outras mulheres, codependência. Muitas vezes a pessoa
quer entrar em contato com a mentora para falar sobre assuntos sem relevância, ou que ela
poderia resolver recorrendo à Palavra de Deus e buscando a face do Senhor em oração.
Jesus Cristo é indispensável e a mentora não é o Deus onipresente e onisciente. Como lemos
nos cinco solas: Somente Deus, somente Cristo, somente as Escrituras, somente a fé,
somente a graça.
Há quatro situações que devem ser evitadas a todo custo na mentoria:
1. Inveja: ficar feliz quando a outra pessoa está indo mal, ou ficar com raiva quando ela está
indo bem.
2. Ciúme: onde há ciúme, acumulam-se coisas ruins.
3. Fofoca: se a pessoa sobre quem se está falando não estiver presente, não devemos ouvir ou
participar da conversa. Só devemos falar sobre as situações com quem faz parte da solução.
4. Preconceito: rotular uma pessoa, quando ela não consegue mudar e crescer.
O que a mentoria bíblica não é
Na mentoria é preciso ter cuidado com o medo de rejeição, que pode levar a mentora a agir
buscando aprovação de suas mentoreadas e, com isso, encobrir o pecado que por ventura ela
venha a cometer (tornando-se cúmplice). O medo das pessoas nos leva a não questionar ou pedir
prestação de contas.
Embora devamos ser acessíveis, nosso tempo é limitado e haverá momentos em que não
poderemos ajudar a pessoa. Por isso, ela deve ser ensinada a buscar primeiro a Cristo e não
depender de sua mentora; a mentoreada precisa aprender a depender de Cristo e não de sua
mentora, já que não somos onipresentes, não somos Jesus Cristo. Só ele pode salvar.
Para onde estamos apontando?
a) Se uma mentoria se resumir a informação e ensino, ela será meramente teórica; e se
enfatizarmos apenas relacionamento e atividades, conversas e troca de opiniões, será um
encontro social, espiritualmente sem relevância.
b) As mulheres devem ser incentivadas a participar, congregar e servir na igreja; devem usar
os dons que Deus lhes deu e colocá-los a serviço de seus líderes. Assim poderão ajudar seus
pastores.
c) Compreender, aplicar e abraçar os princípios bíblicos que tratam sobre a feminilidade em
todos os aspectos da vida. Existem diferenças entre homens e mulheres na Bíblia. Quando a
mulher é ensinada por outra mulher sobre questões femininas, muitas vezes de natureza
delicada e discreta, o atendimento pode ser feito de forma mais apropriada.
d) Discipular por meio de orientação piedosa, individualmente ou em pequenos grupos,
sempre cuidando para que haja equilíbrio entre doutrina e prática, e que o ensino seja
realizado em um contexto de comprometimento entre o mentor e o mentoreado.
e) Ensinar prudência e modéstia, de maneira que as pessoas aprendam a buscar conselho e
serem ensináveis.
f) Ensinar a busca de pureza e distanciamento da imoralidade, que as mulheres aprendam a ter
limites e saibam se relacionar com o sexo oposto.
g) Não ensinar minhas ideias ou pensamentos, mas a Palavra de Deus.
h) Explicar e aplicar os textos bíblicos.
i) Ensinar “o que é bom” (Tt 2.3): Devemos ensinar as mulheres a conhecer e compreender a
Deus, seus nomes e seus atributos; a amar seu esposo; a amar seus filhos; a serem prudentes,
honestas e respeitosas; a cuidar de sua casa; pois, como mulher, devemos nos submeter ao
nosso esposo e abandonar nossa segurança em:
I. Nossas palavras (aprenda a ficar em silêncio 
— 1Pe 3.2)
II. Nossa beleza (que seu adorno não seja o que é exterior — 1Pe 3.3)
Em vez disso, precisamos seguir o exemplo de fé de Sara, que se submeteu destemidamente
ao marido (1Pe 3.6).
j) Ensinar o conteúdo de Tito 2: A graça de Deus nos move às boas obras. A mulher deve
aprender a:
I. Amar (do grego filéo) seu marido: pensar bem deles; ser gentil, compassiva, perdoadora.
II. Amar seus filhos: mostrar-lhes ternura, ser afetuosa, alimentá-los, instrui-los, discipliná-
los com amor.
III. Ser sensata, prudente, sábia e ter autocontrole (do grego sófron). Temos que ensinar as
mulheres a estabelecer prioridades segundo a orientação bíblica, a serem sábias no uso do
tempo e do dinheiro.
IV. Ser pura: devemos ensiná-la a pensar de acordo com Filipenses 4.8; a não alimentar sua
carne; a fugir da tentação; a vestir-se decentemente.
V. Ser dedicada nas tarefas de sua casa: devemos ensinar a trabalhar muito em casa, a não
ser preguiçosa, aprender a organizar e antecipar-se às necessidades de sua família.
VI. Ser exemplo de boas obras: devemos ensiná-la a praticar boas obras, misericórdia, a usar
palavras edificantes e falar gentilmente com as pessoas.
VII. Submeter-se a seu marido: devemos ensiná-la a reconhecer o marido como cabeça do
lar, a menos que ele queira induzi-la a pecar.
Devemos ensinar esses princípios porque se a mulher cristãnão vive dessa maneira, ela está
blasfemando da Palavra de Deus. Uma mulher honra a Deus quando ela:
1. Ama o marido e seus filhos.
2. Entende que obedecer a Deus é mais importante do que fazer as coisas do jeito dela.
3. Teme a Deus e quer fazer a sua vontade.
4. Permite que a Palavra de Deus a dirija.
5. Vive conforme o padrão bíblico para o casamento.
6. É submissa, gentil e pura, mesmo quando não 
tem vontade.
A mentora deve estar preparada e não se surpreender, pois as mulheres poderão fazer perguntas
teológicas sobre saúde, aconselhamento, senso comum e muitos outros assuntos.
Um modelo prático e organizado de mentoria
Como estabelecer esse relacionamento de mentoria na igreja, sob a supervisão dos presbíteros
ou pastores?
a) Recrute voluntárias; conscientize-as sobre seu chamado e seu dever; estabeleça filtros e procure a recomendação de
pessoas que as conheçam.
b) Identifique os dons de cada uma delas (Rm 12.6; 
1Co 12.6-8).
c) Organize uma comissão para coordenar e supervisionar o progresso.
d) Faça um levantamento das áreas de trabalho que há em sua igreja local. Cada caso é diferente e não há duas coisas
iguais: o que é regra para uma, pode não ser para outra.
e) Faça uma pesquisa sobre a necessidade da igreja. Quantas mentoras são necessárias em sua igreja? Se houver mais
demanda do que oferta, o modelo de pequenos grupos pode ajudar como uma solução temporária, até que seja possível
estabelecer o modelo de mentoria individual, quando houver mentoras suficientes ou tiver pessoas que necessitam de
mentoria individual.
f) Estabeleça a logística. Defina quais serão os procedimentos praticados pela mentoria: atendimento domiciliar em
pequenos grupos, estudo da Palavra de Deus em pequenos grupos, estudo de algum livro em pequenos grupos etc.
g) Estabeleça o registro da participação, da continuidade e do acompanhamento da mentoria. Como será feito? Onde? Em
que horário?
h) Identifique quem receberá mentoria. Explique os benefícios da mentoria; incentive as mulheres a buscar ajuda da igreja.
i) Faça atividades nas quais inclua mulheres mais maduras e jovens. Certifique-se de incluir as adolescentes, jovens,
adultas solteiras e mães jovens.
Sugestão de organização de reunião
a) Tempo aproximado: duas horas.
b) Frequência: duas vezes por mês (o desafio é manter essa periodicidade).
c) Boas-vindas.
d) Fala introdutória.
e) Lanche.
f) Oração e estudo da Palavra.
g) Reflexão sobre um livro, sobre um tema relacionado à vida familiar, casa ou cozinha (de
acordo com a natureza de cada grupo).
h) Atividade em grupo.
i) Recomende recursos: livros, estudos bíblicos, artigos, ou qualquer outro material de ensino
bíblico e cristocêntrico.
A mentoria se resume em amar e cuidar da alma da mentoreada, para que ela siga os passos do
Senhor Jesus Cristo e honre o nome de Deus. Isso as ajudará a chegarem à estatura de santidade
a que foram chamadas a viver, para que juntas continuemos a crescer na graça e no
conhecimento do nosso grande Deus e Salvador.
A importância 
dos pequenos grupos
ODETTE ARMAZA
Os pequenos grupos são uma ferramenta muito útil e eficaz para promover o crescimento
espiritual e a integração das mulheres na igreja local, especialmente para aquelas que têm uma
personalidade mais introvertida, mas também para quem faz parte de uma congregação com
muitos membros. A razão é simples: as mulheres, por natureza, procuram formar
relacionamentos próximos e significativos, para além do tempo que dispõem na reunião
congregacional.
Elas precisam de um espaço que lhes permita compartilhar, crescer e se relacionar; ter
encontros nos quais possam ser encorajadas em sua caminhada cristã; precisam de um ambiente
de liberdade e confiança para expor os seus fardos, suas necessidades, suas dúvidas e suas
vitórias. Como cristãs, somos parte de uma família de fé, e parte dessa vida familiar pode ser
experimentada nos pequenos grupos.
Esses grupos também são um instrumento de evangelismo, pois dentro do nosso círculo de
relacionamentos temos parentes, amigos e vizinhos que, talvez, não estariam dispostos a ir à
igreja para ouvir uma pregação em um domingo, mas podem aceitar um convite para ir a uma
reunião menor, na qual abordamos temas que lhes interessam, porque essas pessoas têm
necessidades espirituais e emocionais.
Em uma reunião menor, mulheres que não praticam a fé podem ser expostas ao ensino bíblico,
a bons conselhos e a verdades que talvez nunca tenham ouvido. Essa pode ser a porta de entrada
para que elas não apenas se filiem à igreja, mas também para que a verdade do evangelho
transforme suas vidas.
Quando Jesus estava em seus anos de ministério na Terra, ele ensinava e compartilhava seus
ensinos com a multidão, mas seus relacionamentos íntimos e ensinamentos mais pessoais eram
reservados para momentos em que ele estava com seus discípulos e amigos próximos. Ele até
tinha uma casa em que gostava de estar: a de Marta, Maria e Lázaro.
Ao longo dos anos nossa igreja passou por diferentes etapas no desenvolvimento do ministério
de mulheres e, independente das necessidades de cada um desses momentos e das mudanças que
fizemos, vimos como este ministério tem sido de grande bênção não só para as mulheres que
participam dele, mas também para as que carregam o fardo da responsabilidade. Poder ver
pessoas se desenvolvendo como cristãos é o sinal que Deus está trabalhando, porque não importa
onde estejamos, temos um chamado para que nossas vidas reflitam a Cristo e para que ele seja
visto em nosso falar, em nossas decisões e em nossas ações.
Os momentos de culto congregacional nos permitem adorar a Deus e receber a bênção da
Palavra de Deus pela pregação, mas quando estamos em pequenos grupos, podemos perceber o
que a Palavra de Deus está realmente fazendo em nossas vidas. Além disso, nossas irmãs podem
testemunhar não apenas o nosso crescimento, mas as lutas que estamos enfrentando. Assim,
todas podemos receber palavras de encorajamento para nossa caminhada cristã.
Um pequeno grupo é o lugar onde cada irmã que frequenta pode colocar em prática as
disciplinas espirituais que somos chamadas a viver, muitas das quais podem estar ausentes em
suas vidas. Há um chamado muito claro para todo crente em 1Timóteo 4.7-8: “Mas rejeita as
fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade. Pois o exercício
físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da
vida que agora é e da que há de ser”.
Parte desse exercício de piedade é a prática da oração — um aspecto vital da vida de um
cristão, que evidencia o crescimento na fé. Nas reuniões do pequeno grupo é comum encontrar
irmãs que não têm coragem de orar em voz alta por medo, insegurança ou ignorância; mas, com
o tempo, vemos a graça do Senhor trabalhando em suas vidas e, pouco a pouco, elas começam a
ser ativadas na oração. Há outras que não têm intimidade com a Bíblia porque não sabem como
usá-la, mas vão se tornando mais hábeis e passam a entender melhor as Escrituras. Esse é o
crescimento que devemos buscar quando formamos esses grupos em nossa igreja.
Pequenos grupos também são uma oportunidade para o crescimento em amor e paciência (Cl
3.12). O amor entre os crentes é uma marca de que somos discípulos de Deus: “Nisto conhecerão
todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). Além disso, os
grupos nos permitem levar as cargas uns dos outros, porque cada motivo de oração pessoal torna-
se uma responsabilidade para todo o grupo, cada batalha e cada vitória já não se vive
individualmente, mas como parte daquela família.
Outro aspecto que se exercita vivendo em comunhão com um pequeno grupo formado por
pessoas tão diferentes umas das outras é aprender a perdoar e ser perdoado. “Suportai-vos uns
aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13). Dificuldades e
desentendimentos podem surgir eventualmente; pode haver diferenças de opinião e choquesde
personalidade, porque cada um ainda está sendo formado à imagem de Cristo, mas a maneira
como lidamos com esses problemas revelará o que realmente há em nós e o quanto estamos
deixando Cristo crescer em nós.
Por onde começar?
Como em tudo que fazemos na igreja, devemos sempre ter em mente que a obra é do Senhor e
que cada decisão deve ser apresentada primeiro a ele. Se Deus não abençoar nossos planos,
nosso trabalho e nossas boas intenções, todo o nosso trabalho será em vão, como explica o
salmista: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não
guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” 
(Sl 127.1). Portanto, além de termos vontade de fazer um trabalho, primeiro precisamos orar
pedindo a Deus que confirme se é o momento e que, por sua graça, ele providencie o que é
necessário (o local, as pessoas que vão comparecer, os responsáveis por grupo). Ter apenas boas
intenções, mas não ter a direção e a bênção do Senhor, só será sustentável enquanto tivermos
forças. Além disso, precisamos ter a aprovação e o apoio dos pastores da igreja.
Uma vez que a etapa acima estiver resolvida — recordando-nos sempre que a realidade e a
necessidade de cada igreja é muito particular — devemos atentar para o fato de que é muito
comum que a maioria das igrejas já tenha alguma atividade regular para mulheres voltada apenas
para senhoras; portanto, quando essa dinâmica já existe na igreja, pode-se dar o próximo passo,
que é a formação dos pequenos grupos.
A formação desses grupos deve atender à demanda que o crescimento saudável da igreja pode
gerar. Os grupos podem ser uma resposta a necessidades específicas, como recurso para
acolhimento de novas convertidas, a mulheres recém-casadas, mulheres com filhos pequenos,
mas tudo dependerá da situação de cada igreja. Assim como as igrejas crescem e mudam, os
grupos também passam por estágios de crescimento e transformação.
Quem deve liderar os grupos?
Assumir este tipo de responsabilidade implica reconhecer que dependemos da graça de Deus e
que a nossa capacidade vem dele: “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma
coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2Co 3.5).
Como seres humanos — e, ainda mais, como mulheres — é natural que nos sintamos inseguras e
hesitantes em assumir esta responsabilidade, principalmente por olharmos para nossas fraquezas
como uma desculpa diante do Senhor. Sentimo-nos como Moisés que, ao questionar seu
chamado (Êx 3.11), expôs sua falta de capacidade de falar e pediu a Deus que enviasse outra
pessoa (Êx 3.13). Todavia, devemos nos lembrar que, o Senhor que nos chama para servir ao seu
povo é quem nos respalda. Vemos nas Escrituras que, quando alguém recebia uma grande
missão, também ouvia do Senhor: “Eu o envio…”.
Além disso, devemos nos lembrar que não devemos esperar que a irmã que irá liderar um
pequeno grupo tenha todo o conhecimento ou todas as respostas, pois ela mesma crescerá à
medida que servir. A preparação para as reuniões e a dependência do Senhor que essa
responsabilidade requer nos conduzem à maturidade, pois esses ensinamentos também serão um
instrumento para o nosso crescimento.
O que se espera da líder — e devemos ter cuidado para não subestimar isso — é que ela ensine
a sã doutrina, que esteja alinhada com o que a igreja acredita e ensina e que ela mesma seja uma
pessoa ensinável e sujeita à autoridade de seus líderes. Devemos prestar atenção à advertência
que Paulo fez a Timóteo: “É necessário, portanto, que o bispo […] não seja neófito, para não
suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.1,6). A razão para
escolher uma determinada irmã para ser responsável por um grupo nunca deve ser baseada em
suas habilidades de liderança, sua eloquência de falar ou quão sociável ela pode ser. Em si,
nenhuma dessas qualidades é negativa, mas não é o fundamental. O que deve vir em primeiro
lugar é seu caráter, seu testemunho comprovado por sua igreja e a disposição de servir que ela
demonstra. Em qualquer nível, a liderança imatura traz prejuízo, não só para o ministério, mas
também as pessoas sob sua responsabilidade.
Além da responsabilidade de ensinar, a líder de pequeno grupo deve saber que terá que lidar
com os questões práticas que surgirão durante uma reunião; alguns podem ser delicados,
enquanto outros serão apenas relacionados ao bom andamento da reunião. Será inevitável lidar
com situações como daquela irmã que sempre interrompe o ensino com perguntas ou
comentários, ou aquela que usa todo o tempo de oração do grupo e não permite que as demais
também orem.
A líder também deve ter a capacidade de manter as participantes focadas no assunto
compartilhado e, quando os comentários começarem a provocar divagações — o que será normal
quando um grupo estiver começando ou quando novas participantes entrarem para o grupo.
Essas e outras situações fazem parte da dinâmica de todo pequeno grupo, mas com a prática e a
graça do Senhor, tanto as irmãs do grupo quanto a responsável aprenderão a melhorar o
funcionamento.
Apesar de todos os benefícios que podem ser alcançados com este trabalho, há erros sutis que
podemos cometer e que devemos ter em mente ao iniciarmos este projeto na igreja. Alguns
desses erros estão relacionados com:
1. A sujeição. Este é um dos primeiros princípios que devemos levar em conta. Os pequenos
grupos e suas líderes não devem agir de forma independente da liderança da igreja ou da
liderança do ministério de mulheres. O princípio da sujeição à autoridade deve estar
presente neste nível do ministério. Embora o surgimento desses grupos possa ocorrer de
forma espontânea, o objetivo é que eles não funcionem isoladamente, mas sejam vistos
como parte do todo, que é a igreja. Mesmo que a congregação seja pequena, os pastores
devem ser informados das reuniões que porventura venham ocorrer.
2. O propósito. Devemos ter muito cuidado com a possibilidade de esses grupos serem
formados apenas para satisfazer a necessidade de contato social das mulheres da igreja. A
maioria das igrejas tem grande presença de mulheres entre seus membros, muitas com
necessidades não só espirituais, mas também emocionais e sociais. Há muitas mulheres
solitárias, para as quais fazer parte de um pequeno grupo é muito importante, embora
saibamos que o motivo mais importante é poder crescer no conhecimento e prática das
verdades da Bíblia em nossa vida diária.
A forma de evitar que esses grupos sejam apenas um meio de contato social é ter um
planejamento que permita a todas as mulheres saberem o que se espera delas. Para isso, será útil
deixar claro aspectos como: Qual será o ensino apresentado? Qual será a frequência? (Semanal,
quinzenal, mensal). Quanto tempo deve durar as reuniões? (Uma hora, duas horas). O que se
espera de cada participante? (Comprometimento e discrição, pois serão expostos assuntos e
aspectos muito pessoais). Se não tivermos tudo isso definido, correremos o risco de que cada
encontro dependa do assunto e do quanto as irmãs querem conversar.
Em relação ao ensino, uma boa forma de definir o que será estudado é olhar as características
do grupo, o nível de maturidade das irmãs, a fase da vida em que se encontram etc. Outro
aspecto que devemos considerar é o tempo de oração, pois é importante orar pelas necessidades
do grupo. Então, quanto tempo será preciso dedicar a isso?
Há quem pense que as reuniões de um grupo pequeno devem fluir sem nenhuma estratégia pré-
definida, sem horário estabelecido para começar ou terminar, sem material preparado, pois assim
serão mais abençoadas. Mas, embora alguma flexibilidade possa ser tolerada devido a situações
inusitadas, a improvisação não deve ser a norma, porque a longo prazo isso não permite que o
grupo seja estável.
Outros aspectos a considerar
O lugar: Onde os pequenos grupos devem se reunir, na igreja ou nas casas? Essa é uma
variável que cada ministério deve considerar e resolver. Muitas vezes, a igreja pode ser o
lugar onde começam e, com o tempo, asirmãs vão arrumando suas casas para essas
reuniões, pois em um lar temos aquela sensação de intimidade tão gostosa. Graças à bênção
de Deus e ao desejo de alcançar um maior número de lugares e pessoas, ao longo dos anos
nosso ministério tem conseguido abrir grupos em diferentes zonas da cidade e em diferentes
horários; assim, podermos oferecer oportunidade tanto para mulheres que trabalham fora de
casa, como para as que trabalham em casa e têm horários mais flexíveis para se integrar a
um grupo.
O material de estudo: Atualmente temos muito mais ministérios e autores que fornecem
material de estudo para pequenos grupos do que tínhamos anos atrás. Com isso, podemos
abordar diversos temas que podem não ser bem compreendidos pelos cristãos, pois as ideias
de nossa cultura continuam atuando sobre o nosso modo de pensar e agir. Assuntos como o
projeto de Deus para a mulher, seu papel, seu propósito, sua família e seu casamento são
alguns desses temas importantes. Existem também materiais de estudo bíblico sobre os
livros da Bíblia e outros assuntos mais específicos relacionados ao crescimento pessoal e
espiritual. Podemos utilizar materiais que permitem o estudo individual, pois eles
proporcionam o aprofundamento no assunto que está sendo estudado, com tarefas e uma
reflexão para cada encontro. Antes de iniciar um ciclo de pequenos grupos é interessante
identificar as características ou necessidades do grupo e escolher o material mais adequado
que está disponível.
A dinâmica: Sem perder de vista que os objetivos da reunião são a oração e o estudo da
Palavra, a líder pode definir quanto tempo dedicar a cada um e tentar alcançar um ensino
interativo abrindo espaço para perguntas e contribuições. Devemos lembrar que, para muitas
mulheres, o pequeno grupo é o lugar em que elas expressam suas dúvidas sobre temas
bíblicos. As mulheres recém-convertidas podem ter muitas dúvidas sobre a Bíblia, sobre a
vida cristã e, à medida que são expostas aos ensinamentos, surgem dúvidas que podem ser
respondidas. Além disso, elas podem ter dúvidas sobre como a igreja funciona e é no grupo
que elas podem saber como a igreja é administrada, quais são seus princípios e até mesmo
saber quais são as atividades e horários de reuniões.
À medida que os grupos vão crescendo — e é o que se espera que aconteça de forma normal e
saudável, não só em termos de crescimento espiritual, mas também de crescimento numérico —,
entramos na fase seguinte, que pode ser muito dolorosa para as participantes, podendo mesmo
haver alguma resistência em executar esta fase, que é a da divisão do grupo. Isso pode ser difícil
porque cada mulher se acostuma com a forma como o grupo está estruturado e com o
relacionamento que se formou nele, mas, à medida que o grupo vai crescendo, um novo grupo
deve ser formado não apenas para incluir novas participantes, mas também para que seja possível
manter a dinâmica de um pequeno grupo. Quando se chega a esse ponto é preciso preparar com
antecedência quem serão as novas líderes que assumirão o grupo que será formado. Precisam ser
irmãs que demonstraram comprometimento, maturidade e crescimento espiritual durante o tempo
que passaram no grupo de origem.
Para resumir tudo o que foi exposto até aqui neste capítulo, podemos nos perguntar: Qual é o
impacto que queremos que os pequenos grupos tenham na vida das mulheres da igreja? 
E a resposta é que eles sejam espaços onde mulheres cristãs e não cristãs possam desfrutar da
comunhão enquanto são instruídas de forma regular, intencional e sistemática. Queremos
também que as verdades ensinadas sejam uma realidade que possa ser aplicada em cada
circunstância de suas vidas; também, que elas possam crescer em comunhão, amor, paciência e
perdão, e que sejam encorajadas pelo testemunho da obra de Deus na vida de cada uma, vendo
como o Senhor trabalha nas suas fraquezas e como responde suas orações. Ao mesmo tempo,
queremos que este seja um meio que lhes permita aproximar-se e integrar-se à vida da igreja.
Como ministrar às moças através de um
ministério 
de jovens
ANGÉLICA RIVERA DE PEÑA
Você está servindo no ministério de jovens de sua igreja local ou deseja servir lá porque deseja
discipular mulheres jovens? Como você pode fazer um trabalho de ensino e discipulado de uma
forma que glorifique a Deus? Como você pode ministrar a essas mulheres?
Neste capítulo, queremos compartilhar com você dez conselhos práticos que aprendemos ao
longo dos anos servindo ao Senhor no ministério com as jovens mulheres de nossa igreja.
Oramos para que nosso Deus possa usar você neste precioso trabalho de influenciar as jovens
com a poderosa mensagem do evangelho de Cristo.
1. Faça-o principalmente para Deus
Normalmente, quando começamos a trabalhar em um ministério, levamos em conta o quão
“necessário” aquilo será para o corpo de Cristo. Mas, embora o fator necessidade seja muito
importante, ele não deve ser a motivação principal. Sempre haverá demandas em nossa igreja,
mas devemos sempre nos lembrar de que não fomos chamadas a atender a todas elas. O que deve
dar impulso inicial para realizarmos um serviço a Deus é quando a necessidade da igreja
encontra em nós uma direção clara de Deus. Dessa forma, nossa meta será honrar a Deus e não
apenas ajudar as jovens.
Se você se concentrar em servir ao seu Deus antes de pensar em servir às jovens, não esperará
retribuição ou aprovação delas ou das pessoas ao seu redor. Se fizermos este serviço esperando
ser reconhecidas, nos sentiremos muito desapontados. O apóstolo Paulo afirma que uma das
qualidades distintivas de um servo de Cristo é que ele não busca o favor dos homens, mas o de
Deus: “Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo” (Gl
1.10b).
O serviço focado na aprovação humana nos esgota, pois alguns vão aprovar você, mas outros
não. Na verdade, muitas jovens a quem servimos não aprovarão nosso trabalho até que muitos
anos se passem; somente quando já estiverem em outra fase de sua vida e olharem para trás, elas
se lembrarão do nosso esforço e serviço para Deus e para elas. No entanto, não fazemos o que
fazemos para que se lembrem de nós, mas para que admirem e creiam em nosso Deus. Ele deve
ser nosso único alvo.
Provérbios 29.25 diz: “Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no Senhor está
seguro”. Por isso, é muito importante nos perguntarmos, para quem estamos trabalhando? Você
está buscando significado, reconhecimento e fama quando serve as pessoas? Você está servindo
por uma necessidade de sua igreja ou por um chamado de Deus? Servir as pessoas com os olhos
postos em nosso Deus fará com que o trabalho deixe de ser um fardo pesado para se tornar
glorioso, honroso e uma verdadeira alegria. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em
ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Cl 3.17)
2. Seu relacionamento com Deus é vital para o trabalho que você irá realizar
É essencial que as pessoas que Deus chamou para ministrar às jovens tenham um
relacionamento vivo e íntimo com ele e cresçam a cada dia nas disciplinas espirituais da oração e
do estudo da Palavra. É essencial entender que não podemos dar o que não temos. Se estivermos
longe de Deus e a palavra de Cristo não habitar ricamente em nós (Cl 3.16), não teremos
absolutamente nada para oferecer para o crescimento espiritual das jovens. O serviço a Deus
sempre exigirá que ele mesmo nos ajude sobrenaturalmente. Nossa força e sabedoria humana não
serão suficientes para aconselhar, orientar, amar, confrontar e exortar nossas jovens. Elas
precisam ser constantemente encaminhadas a Deus, por meio de seu poder. “Habite, ricamente,
em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,
louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.”
(Cl 3.16).
O combustível que nos permite fazer este trabalho é o nosso relacionamento com Deus. Nossa
paixão por servir deve estar fundamentada no Deus que conhecemos através da Bíblia e não em
nossasemoções, pois elas mudam dependendo das circunstâncias, mas Deus é o mesmo e suas
promessas são fiéis e reais. Devemos estar com ele todos os dias; nossa alma deve ter fome por
ele. Permanecer em Deus significa viver em relacionamento íntimo com ele:
Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na
videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em
mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15.4-5)
Como é triste ver líderes de jovens querendo levar outras pessoas a Deus quando elas mesmas
estão longe dele. Como ensinar alguém a amar a Deus se não o amamos? Como ensinar a
conhecer a Deus se não o conhecemos? Se você está servindo a um grupo de jovens, mas não
tem um bom relacionamento com Deus, seria bom parar. Talvez você possa pedir um
afastamento e consertar primeiro seu relacionamento com ele. Lembre-se de que sempre será
mais importante ser do que fazer; somente com um relacionamento íntimo e crescente com Deus
seremos capazes de ministrar e impactar a vida das jovens que queremos servir.
Devemos conhecer a Bíblia, pois é por meio dela que iremos ensinar, repreender, corrigir e
instruir as pessoas. Conselhos baseados em nossa opinião nunca podem substituir o poderoso
fundamento da Palavra de Deus. A Bíblia deve ser o seu alicerce, o ar que você respira e seu
instrumento para ministrar. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2Tm 3.16-17)
3. Seu exemplo é mais importante que suas palavras
Temos visto, com muita tristeza, muitas líderes jovens que vivem sem santidade caírem em
pecados de imoralidade, vestirem-se e falarem como as mulheres do mundo. Sabemos que Cristo
é o nosso padrão e fomos chamadas a imitá-lo. Somos um modelo para as jovens a quem
ministramos, por isso, não podemos dizer que elas devem se vestir com modéstia e decência, se
não o fazermos. E assim como podemos ser uma influência para as jovens conhecerem a Deus,
também podemos ser uma pedra de tropeço para elas, manchando o evangelho e seu poder.
Se formos medíocres em nossa caminhada com Deus, privaremos as jovens de um exemplo de
vida que as desafie a viver para sua glória. Nosso bom pastor tem ciúmes de suas ovelhas porque
ele as comprou pelo preço de seu sangue e nos pedirá contas daqueles pequeninos a quem
fizemos tropeçar. “E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se
lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.” (Mc 9.42)
Servir como pedra de tropeço na vida de alguém envolve fazer algo que pode impedir que essa
pessoa tenha um relacionamento íntimo com Deus. Que Deus tenha misericórdia de nós, pois
isso é algo sério!
Precisamos ser um exemplo do que é viver o cristianismo, de como fazer de Deus o centro da
nossa vida e, para isso, precisamos viver de forma íntegra. Isto é, precisa haver coerência entre o
que cremos, o que dizemos e o que fazemos. A pessoa íntegra é confiável e quem é confiável
atrai as pessoas a Cristo. Nossa pureza permite que conheçamos a Deus e que outros cheguem a
Cristo através de nós. Como diz o pastor Miguel Núñez: “A integridade desenvolve o caráter, o
caráter desenvolve a credibilidade e a credibilidade atrai seguidores”. “Sede meus imitadores,
como também eu sou de Cristo.” (1Co 11.1)
4. Ame as jovens como Cristo as ama
Amar as pessoas como Cristo ama não é uma tarefa fácil. Não é algo simplesmente emocional,
mas um compromisso ligado ao amor que recebemos dele. Este amor se manifesta através de um
interesse genuíno pelas pessoas, estando dispostas a sacrificar nosso tempo e comodidade em
favor das ovelhas que Deus colocou em nossas mãos para cuidar. Amar como Cristo ama
significa estar atento àquelas jovens que percebemos estar sozinhas, pensativas, tristes e carentes,
e abordá-las para conhecer suas necessidades, orar por elas e acompanhá-las no dia a dia. Um
detalhe muito importante de ser destacado é que você não demonstrará amor por essas moças se
não souber seus nomes. Portanto, esforce-se para aprender seus nomes, para que elas sintam que
você está interessada nelas. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim
como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” (Jo 13.34)
Nosso amor deve ser baseado no amor de Deus e não no nosso, que é limitado e vacilante. O
amor de Deus é um amor puro e sacrificial. Ele se dispôs a dar sua vida para que nós
recebêssemos vida, e ele nos amou com amor incondicional, mesmo não sendo merecedores. É
assim que devemos amar as jovens que ele coloca em nossa igreja sob nossos cuidados. Haverá
casos de jovens difíceis de amar, rebeldes e orgulhosas, mas quanto menos merecem, mais elas
precisam. Lembre-se que foi exatamente isso que Deus fez conosco — quando estávamos
completamente sujos pelo pecado e ninguém nos amava, ele nos amou.
Então, devemos ser maduras e sábias o suficiente para mostrar a elas esse amor incondicional
que vem de Deus através de nossas vidas. Algumas jovens vão querer aproveitar disso e não
saberão respeitar limites que cada uma de nós merecemos. Devemos ensiná-las que as amamos,
mas que devem respeitar o espaço e o tempo das outras pessoas. Por exemplo, uma jovem não
deve nos ligar dez vezes ao dia ou em horários inoportunos para contar tudo o que está
acontecendo com ela, porque ela precisa depender mais de Deus do que de nós. Além disso, elas
devem entender que também temos que dedicar tempo à nossa família e ao nosso trabalho.
Portanto, seja sábia e estabeleça limites claros para ajudá-las a amadurecer e depender mais de
Deus.
5. Não se restrinja a reuniões ministeriais
Planeje atividades fora da igreja para desenvolver amizade entre as jovens. Alguns exemplos
de atividades que podem ajudar a conversar e se divertir ao mesmo tempo são: aprender novas
receitas culinárias, fazer uma peça de roupa, aprender a bordar, assistir a um filme. Esses
momentos que podemos desfrutar em comunhão ajudam a diminuir a distância e permitem que
você crie uma conexão que pode ser aproveitada para alcançar o coração das jovens e construir
confiança. Isso irá ajudá-las e orientá-las a Cristo.
A Bíblia nos manda ensinar as mais novas a amarem seus maridos e filhos, a serem prudentes,
puras, trabalhadoras e gentis, e tudo isso é impossível de ensinar em um único dia da semana.
Precisamos investir em suas vidas, exortando-as a tempo e fora de tempo, mostrando-lhes através
de nossa vida como o evangelho deve ser vivido de forma prática nas atividades cotidianas.
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a
muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a
serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.
Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos. Torna-te, pessoalmente,
padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência. (Tt 2.3-7)
Todas precisamos de alguém que seja como um Paulo para nós, que nos ensine sobre Deus,
que nos corrija, instrua e repreenda. Da mesma forma, todas precisamos de um Barnabé, uma
pessoa que acredite em nós, que veja em nós o que nós mesmas não vemos — e às vezes, o que
os outros também não veem —, que nos apresente o caminho para nos tornarmos o que Deus
quer que nos tornemos, uma pessoa que nos console e motive. Por fim, todas precisamos de um
Timóteo, alguém a quem possamos discipular e ensinar a andar próximo a Deus em todos os
desafios da vida diária, alguém a quem possamos transmitir nosso legado.
“Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo.” (1Ts 5.11)
6. Identificarnovos crentes
É necessário discipular as jovens que são novas na fé, ensinar-lhes a orar e estudar as
Escrituras, responder a cada uma de suas preocupações e dar-lhes oportunidade de servir e
evangelizar. Sua caminhada como mentora dessas jovens pode ser usada por Deus para que elas
possam vir a orientar outras pessoas conforme amadurecerem. Uma boa ideia é envolver nesse
discipulado mulheres jovens que já são maduras na fé, para que possam ensinar à recém-
convertidas as questões relacionadas à nossa caminhada com Cristo. Isso dará a oportunidade
para as novas crentes de se sentirem conectadas com o grupo e fazerem amigas; também abrirá
espaço para que já amadureceram possam colocar o que receberam de Deus pela graça a serviço
das demais.
7. Inclua as jovens em outros ministérios de sua igreja
Se sua igreja tem atividades para mulheres, incentive as jovens a se envolverem nesses
eventos, como retiros, palestras e reuniões de oração. Isso as ajudará a não se sentirem isoladas
dentro da igreja. Elas poderão compartilhar suas experiências e conhecer mulheres piedosas, que
respeitam seus maridos e amam seus filhos, proporcionando-lhes uma oportunidade para
estabelecerem amizades e receberem orientação.
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder […] a fim de instruírem as jovens recém-
casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido,
para que a palavra de Deus não seja difamada. (Tt 2.3-5)
Em nossas igrejas existem ministérios de ajuda aos necessitados, de visitas a prisões e aos
enfermos, de assistência aos que têm limitações físicas etc. Envolva as jovens nesses ministérios
também. Será uma grande bênção para elas deixar de se concentrar tanto em seus próprios
problemas e poderem abençoar o próximo.
8. Envolva as mães na oração e no discipulado de 
suas filhas
O chamado para instruir os filhos no temor de Deus pertence aos pais. Por esta razão, sua
participação em nosso trabalho de discipulado é de vital importância. É de grande ajuda e
encorajamento poder contar com um grupo de mães que oram por suas filhas, já que o trabalho
com as jovens é uma responsabilidade da igreja e das famílias. Por isso, incluir as mães nos
proporciona um recurso extremamente importante, pois elas são as que melhor conhecem suas
filhas. “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e
delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” (Dt
6.6-7)
9. Reconheça suas próprias fraquezas e prioridades
Não tente demonstrar para as jovens um ar de espiritualidade que você não possui. Ao se
apresentar como alguém que supostamente não comete erros, você as fará pensar que só elas
lutam contra o pecado e isso as impedirá de se identificarem com suas lutas e fraquezas e verem
como o poder de Deus que opera em você também pode operar nelas. Mas a glória deve ser dada
a Deus e não a nós.
Devemos ser transparentes e humildes, para que nossas vidas sejam como livros abertos que
elas podem ler. 
Um espírito terno e sereno tem grande valor para o nosso Deus. “Não seja o adorno da esposa o
que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o
homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é
de grande valor diante de Deus.” (1Pe 3.3-4)
Se formos humildes, teremos liberdade de dizer “não sei” quando realmente não tivermos uma
resposta, ou diremos “não posso agora” quando nossos compromissos pessoais nos impedirem de
dedicar tempo a elas.
Devemos ter nossas prioridades bem definidas. Deus deve estar em primeiro lugar em nossas
vidas, depois, nossa família e, só depois, o ministério. Não podemos negligenciar nosso lar para
servir à igreja, já que nossa família é nosso principal ministério. Da mesma forma, devemos
reservar um tempo para cuidar de nós mesmas emocional, física e espiritualmente, criando
hábitos saudáveis para o nosso dia a dia. Nossa saúde integral é fundamental para podermos
ajudar as pessoas a serem curadas. Então, procure dar os passos necessários para perdoar quem
você tem que perdoar e liberte sua alma da culpa e dos pecados não confessados.
Mantenha sua perspectiva e esperança em Deus. 
Ame profundamente, faça exercícios físicos e atividades recreativas, alimente-se de forma
saudável e viva plenamente a vida que Deus lhe deu. Só assim você poderá mostrar aos outros a
alegria de viver em Cristo em meio às provações e aflições da vida. As jovens precisam ver a fé
sendo encarnada e vivida de forma que lhes dê esperança.
10. Apegue-se à cruz de Cristo
Por fim, não desanime se você não conseguir cumprir cada uma dessas recomendações.
Arrependa-se diante de Deus e aceite o perdão que lhe é concedido pela obra de Cristo na cruz. A
verdade é que estas recomendações me confrontam também, porque não posso dizer que as
cumpro integralmente. Por isso, apego-me sempre ao sacrifício de Cristo na cruz, que me
purifica de todo pecado; levo a ele minhas faltas e sigo em frente, sustentada por sua força e por
sua graça que me capacitam a realizar sua obra. Não espere ser perfeita para servir a Jesus;
somos mulheres comuns, mas servimos a um Deus extraordinário. Somente Deus pode ministrar
ao coração das jovens de nossas igrejas. Nosso papel é ficar perto de Deus e sermos um
instrumento para abençoá-las.
Bendizemos a Deus por nos dar o privilégio imerecido de servi-lo por meio das jovens de
nossas igrejas, reconhecendo que toda a glória pertence a ele.
Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade. (Sl 115.1)
Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas
o que devíamos fazer. (Lc 17.10)
O ministério de aconselhamento bíblico: Uma
ferramenta que 
desafia ao crescimento
CORNELIA HERNÁNDEZ DE MATOS
Uma das tarefas da igreja é ajudar as pessoas a crescer espiritualmente. A igreja é uma
comunidade de fé na qual seus membros devem se apoiar mutuamente, compartilhando tristezas
e alegrias. Em 1Coríntios 12.24-26, lemos que:
Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo
contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos
sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.
A tarefa de aconselhar pertence a todo o corpo de Cristo; em 1Tessalonicenses 5.11,14 somos
desafiados a edificar uns aos outros, admoestar os insubmissos, consolar os desanimados,
amparar os fracos e a sermos longânimos com todos. Nosso aconselhamento bíblico se baseia na
expressão paraklesis do Novo Testamento, que significa “encorajamento, consolação, conforto”.5
Ela deriva do verbo parakaleo, que significa “chamar alguém para o meu lado, admoestar,
exortar, encorajar, instruir, ensinar”.6 Os seres humanos sempre precisaram receber conselho
para encontrar propósito em sua vida. Fomos criados à imagem de Deus para depender dele e de
sua Palavra, embora muitos não saibam disso.
O pecado distancia o ser humano de Deus e o leva a rejeitar sua vontade. Assim, ele fica
perdido, confuso, insatisfeito e precisa de conselhos para encontrar o sentido de sua vida. A
exortação é uma das características do aconselhamento. Em Romanos 12.8 Paulo a menciona
como parte de um dos ministérios do corpo de Cristo: “O que exorta faça-o com dedicação; o
que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com
alegria”.
O aconselhamento bíblico deve ser parte do ministério 
de mulheres
A necessidade de encorajamento e acompanhamento também está presente nas mulheres. Há
congregações em que o ministério de mulheres está apenas começando a se organizar e pode
ainda não ser capaz de realizar trabalhos de maior envergadura, como retiros e conferências.
Nesses casos, o aconselhamentooferece a oportunidade de ajudar muitas mulheres a crescer em
seu conhecimento de Deus.
Independentemente da fase da vida, toda mulher enfrenta situações que exigem decisões
sábias. Hoje, mais do que nunca, o mundo molda a mente feminina e é nosso papel expor as
mulheres à sabedoria de Deus, pois somente assim suas mentes serão renovadas de todo
entendimento corrompido pelo pecado. O aconselhamento é uma ferramenta útil para esse fim,
pois possibilita conversas particulares sobre assuntos específicos e até delicados, que podem ser
tratados à luz do evangelho.
Além disso, o aconselhamento bíblico é uma excelente ferramenta evangelística. Quando as
pessoas têm problemas, elas não se abrem para ouvir a mensagem do evangelho. Deus usa as
dificuldades para chamar nossa atenção para ele. 
Em tempos de dor, sofrimento, desespero e solidão, as pessoas precisam de ajuda, encorajamento
e esperança, mas acabam procurando nos lugares errados. Essa foi a história de muitas de nós,
até que Deus nos levou à sua luz. Nas comunidades vizinhas próximas à igreja há pessoas
sofrendo, que precisam receber esperança em Deus. Por meio do aconselhamento bíblico
podemos alcançar mulheres com o evangelho e depois ajudá-las a crescer no conhecimento de
Deus.
O propósito deste capítulo não é oferecer todos os detalhes sobre o funcionamento de um
ministério de aconselhamento, mas encorajar as mulheres que estão servindo na igreja sobre esta
necessidade e orar para que o Senhor as oriente sobre como oferecer aconselhamento para as
pessoas que Deus permite que elas acessem.
O fundamento do aconselhamento
O aconselhamento deve ser bíblico. Isso parece óbvio, mas, quando vamos praticá-lo, podemos
nos esquecer. A Palavra de Deus não é apenas o livro de referência para o aconselhamento — ela
é o seu fundamento. Por isso, devemos nos certificar de que estamos aconselhando de acordo
com as Escrituras e não baseadas em nossa própria experiência e conhecimento.
Aconselhamento bíblico é mais do que dar conselho, é acompanhar uma pessoa em seu
desenvolvimento uma mentalidade bíblica, de modo que sua visão de mundo seja modificada e
isso produza mudanças em seu modo de viver, independentemente das circunstâncias. Isso deve
se refletir na dinâmica das sessões.
O objetivo do aconselhamento
Quando temos uma mulher nos procurando para receber conselho, devemos entender que o
aconselhamento bíblico tem o objetivo de ajudá-la a crescer e ser madura em Cristo. Paulo diz
isso de uma forma melhor em Colossenses 1.28: “O qual nós anunciamos, advertindo a todo
homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem
perfeito em Cristo”. Portanto, o objetivo de uma conselheira cristã é que a mulher sob seus
cuidados amadureça, não que ela seja mais feliz ou mais autossuficiente.
A maturidade cristã é um processo e o aconselhamento é um acompanhamento para certos
momentos dessa caminhada. A seguir, definiremos algumas áreas a serem consideradas no
processo de aconselhamento para que ele atinja seu objetivo:
A conversão: Sim, você leu certo! Em muitas ocasiões, damos por certo que a pessoa à nossa
frente entendeu o evangelho, o novo nascimento, o senhorio de Cristo em sua vida. Nós,
cristãs, precisamos nos lembrar com frequência do milagre que aconteceu em nós por causa
do sacrifício de Cristo e da esperança eterna que a salvação nos traz. Além disso,
precisamos do evangelho todos os dias. Lembrar de sua graça e misericórdia em meio a esta
vida terrena nos dá um foco eterno.
Podemos encontrar mulheres que participam da congregação, frequentam as atividades, mas
ainda não entregaram suas vidas a Cristo. O aconselhamento é um lugar de encontro com
Deus e tanto a conselheira quanto a aconselhada devem estar alinhadas com o evangelho,
pois ele é a base de todo o processo de crescimento da vida cristã.
Mais um detalhe: se o ministério de mulheres no qual você serve pretende oferecer
aconselhamento para a comunidade, certamente pessoas não convertidas pedirão ajuda. A
primeira necessidade dessas pessoas é que elas possam ter um relacionamento com nosso
Pai celestial, por isso, devemos pregar o evangelho e levá-las a Jesus.
A vida devocional: Refiro-me a algo mais do que apenas um período de meditação. Devemos
ajudar a aconselhada a reservar um tempo de silêncio diário, ensinar-lhe as disciplinas
espirituais, mas também ensinar-lhe sobre como essas verdades se aplicam à vida diária,
para que o tempo devocional afete sua vida. Isso acontece por meio do estudo e meditação
nas Escrituras, para que a forma como vemos a vida e respondemos às diversas situações
que Deus orquestra para nós a cada dia seja alterada, pois isso é algo que Deus espera de
todo crente. Em Romanos 12.2 lemos: “E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus”.
As prioridades: No mundo moderno as mulheres costumam ter muitos papéis e estão exaustas
e desorientadas. Avaliar e opinar sobre a forma como elas organizam esses papéis as ajudará
muito a encontrar o propósito de Deus em suas vidas. Ao ouvir sobre sua vida e história,
considere onde Deus está na escala de prioridades, assim como sua família (marido, filhos,
pais, irmãos), seu trabalho etc. Essas escolhas ficam evidentes pela maneira como ela lida
com o tempo, dinheiro e recursos emocionais (preocupações, ansiedades, esforços). Em
Mateus 11.29, lemos: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”. Que mulher não quer encontrar
descanso? Qual é o jugo de Jesus para minha vida? Como esse jugo pode me dar descanso?
Precisamos aceitar humildemente que estamos carregando jugos que não são de Jesus, que
possivelmente alteramos as prioridades que Deus estabeleceu para nós e isso prejudica
nossa caminhada de fé, limitando nosso crescimento espiritual.
As conexões: As mulheres são relacionais por causa do projeto original de Deus. O
aconselhamento é limitado, individual, mas a vida fora da sala de aconselhamento não é
assim e as mulheres precisam se relacionar e se conectar com as outras para crescerem.
Então, você pode orientá-las em grupos de estudo com outras mulheres e pode ajudá-las a
encontrarem uma mentora. A mentoria e os grupos de estudos ajudarão muito no
crescimento espiritual da aconselhada, pois é no contato com o próximo que Deus refina
nosso caráter. É muito difícil crescer isolado das pessoas e essas conexões ajudam a
aconselhada a ser menos dependente do conselheiro.
A seguir, mencionaremos alguns dos elementos que devem ser levados em conta ao organizar
um ministério de aconselhamento.
O perfil de uma conselheira
Embora seja verdade que toda mulher cristã que conhece a Palavra de Deus é uma conselheira,
devemos ser prudentes na escolha de mulheres que aconselharão outras pessoas no ministério. A
seguir, mencionarei algumas características que devem ser consideradas. Não é uma lista
exaustiva e outras questões poderiam ser adicionadas.
Devem ser maduras na fé, que estudam e sabem aplicar fielmente os mandamentos de Deus.
Devem ser mulheres de bom testemunho; não precisam ser perfeitas, mas devem mostrar
uma caminhada de fé em integridade e humildade. Elas não devem ser novas na fé ou
imaturas.
Devem ter uma vida de oração. Embora se possa intuir que a maturidade espiritual inclui
necessariamente a prática constante da oração, não é demais enfatizar a importância disso
para uma conselheira. Orar é um ato que expressa nossa dependência de Deus e, como
conselheiras, sempre precisamos da direção e do discernimento de Deus para servir às
pessoas. Não importa quantos anos de experiência em aconselhamento alguém tenha, a vida
de oração é insubstituível. Embora o conselho deva ser bíblico, não devemos tentar aplicar
exatamente a mesma regra para todos os casos; e, para termos discernimento em cada
ocasião, devemos ouvir a Deus em oração. As conselheiras devem orar pela aconselhadae
por si mesma antes, durante e depois das sessões de aconselhamento.
Devem ser mulheres que têm vocação para a exortação e paciência para ouvir as pessoas. As
mulheres costumam falar muito, mas quando estão ansiosas ou preocupadas, falam mais do
que deveriam. Alguém pode pensar que, como as mulheres falam muito, elas são
naturalmente boas conselheiras; no entanto, aconselhar não é falar muito, mas ouvir, fazer
boas perguntas e ser capaz de transmitir esperança. E nem todas as mulheres têm essa
vocação. É preciso ter muita paciência para ouvir uma pessoa repetir a mesma coisa em
mais de uma sessão, argumentar sobre o mesmo ponto e levar tempo para avançar no
processo, pois isso é algo que só o Espírito de Deus pode fazer.
Elas devem ser dignas de confiança. As sessões de aconselhamento não são espaços de
conversa entre amigas. Embora o ambiente deva ser leve, também deve ser marcado pela
seriedade, pois nele os assuntos podem ser delicados e íntimos. As conselheiras lidam com
informações confidenciais das mulheres da igreja, que não devem ser divulgadas, a menos
que envolvam risco à vida da aconselhada ou de outra pessoa. Por exemplo, plano ou
tentativa de suicídio, abuso emocional ou físico, atos criminosos, ou alguma situação de
pecado grave ou recorrente. É importante levar em conta que essa confiança não é apenas
para o benefício do aconselhado, mas também para as autoridades da igreja local; ou seja, os
pastores confiam que o conselheiro, se necessário, os informará sobre qualquer situação de
risco ou se o caso exigir atenção de uma autoridade eclesiástica por requerer providências
ou auxílio no caso. A confiança deve ser bilateral; a conselheira deve ter confiança em seus
líderes, para que possa abordar com segurança, contando com seu sigilo, para tratar de
qualquer caso que entenda necessitar de assistência pastoral. A conselheira deve sempre
pedir permissão a aconselhada para comunicar seu caso para um ou mais líderes. Vemos,
portanto, como a confiança e a confidencialidade são essenciais no processo de
aconselhamento.
Devem ter aprovação pastoral prévia. Como já dissemos em capítulos anteriores, o
ministério de mulheres deve estar sob supervisão pastoral; da mesma forma, a seleção de
mulheres para servir no aconselhamento deve ser aprovada pelas autoridades da igreja.
O processo de aconselhamento
O acesso ao serviço de aconselhamento
O aconselhamento deve ser um ministério da igreja local supervisionado pelos pastores, visto
que o ministério das mulheres está sob a autoridade pastoral. O acesso ao serviço de
aconselhamento deve ser feito por um processo organizado, que facilite o acompanhamento de
cada participante. O ideal é que as mulheres se inscrevam por meio do líder de pequeno grupo,
líder do grupo de oração ou de qualquer outro ministério. Se não houver esses grupos, as líderes
do ministério de mulheres podem servir como elo de contato para a solicitação.
Devido ao serviço que as líderes de pequenos grupos realizam, seria inestimável para elas ter
algum treinamento básico em aconselhamento bíblico, pois isso lhes permitiria oferecer um nível
primário de assistência às participantes de seu grupo, ajudando-as a se conectarem melhor com
outras mulheres. No entanto, elas devem ter discernimento e treinamento para saber quando um
caso deve ser encaminhado a uma conselheira mais experiente. Por exemplo, casos em que o
pecado é recorrente, quando existem vícios, conflitos conjugais, adultério, abuso ou violência
doméstica, entre outros.
O ministério de mulheres deve estimular e apoiar o treinamento de conselheiras para que elas
possam atender casos mais complexos sob supervisão pastoral. Nós, mulheres, nos entendemos
melhor e podemos progredir muito no processo de acompanhamento quando caminhamos juntas
com uma conselheira experiente, que entende melhor nossas demandas emocionais.
A dinâmica das sessões
A atmosfera das sessões deve ser relaxada. Embora sejam discutidos temas de grande
relevância e seriedade, isso não deve nos levar a criar um clima tenso, intolerante ou crítico.
Devemos ser como o Senhor, que, ao nos confrontar, também nos mostra seu amor e
misericórdia. Isso não significa ser indulgente, tornando-nos cúmplices do pecado da
aconselhada, mas podemos mostrar amor e compaixão durante o processo de disciplina. Se
pedirmos ao Senhor, ele nos ajudará a encontrar esse equilíbrio.
Faça uma oração no início e no final de cada sessão: Lembre-se que o aconselhamento não é
uma simples conversa entre amigas, mas é uma ministração do Senhor para ambas.
Enquanto oramos, lembramos que dependemos de Deus para que tenhamos discernimento e
sabedoria no que estamos prestes a conversar. Também ajuda a aconselhada a aprender a se
voltar primeiro para Deus, como fonte de solução para sua necessidade e serve ensina as
novas na fé sobre como orar.
O aconselhamento é mais um diálogo do que um sermão: As sessões de aconselhamento
devem ser um diálogo fluido. Faça perguntas, ouça, ajude a pessoa a pensar, a refletir sobre
suas próprias respostas, faça pausas e provoque silêncio. Verifique as motivações do
coração e dos pensamentos da aconselhada. Ao invés de supor, pergunte; e você se
surpreenderá com o que Deus pode ajudá-la a ver.
Exponha a pessoa à Palavra de Deus. Reiteramos que, no aconselhamento bíblico, é a
Palavra de Deus que tem o poder de penetrar onde nossa capacidade não pode. Leia a Bíblia
durante as sessões, atribua tarefas de leitura da Bíblia, de livros cristãos e de participação
em estudos e sermões na igreja à participante. Você pode pedir à pessoa que lhe traga as
anotações dos sermões e dos estudos bíblicos que ela participou.
O local do aconselhamento
O aconselhamento pode ser feito nos escritórios da igreja, fora do horário de culto, em salas
destinadas especificamente ao aconselhamento, ou na sala das casas das irmãs aconselhadas. Não
recomendamos totalmente um local público, como uma cafeteria, pois esses espaços não
oferecem a privacidade necessária para que a aconselhada se sinta à vontade para falar sobre
determinados assuntos e para expressar suas emoções livremente.
Outros pontos a considerar
Duração das sessões: Em geral, uma sessão de aconselhamento deve durar entre 50 minutos e
1 hora. A aconselhada deve saber disso com antecedência, pois a ajudará a se expressar de
maneira mais focada e a fazer melhor uso do seu tempo. Lembre-se também de que não é
necessário atender todas as demandas da aconselhada em uma sessão. Também é importante
dizer que sabemos que há situações que demandarão mais tempo, mas essa abertura deve ser
reservada para casos excepcionais; caso contrário, o aconselhamento não será eficiente,
principalmente se houver outras pessoas esperando para serem atendidas no horário
seguinte.
Pontualidade: Ser pontual é uma virtude rara em nossas culturas, mas é muito valiosa! Por
isso, devemos ser exemplo de pontualidade, pois ela revela maturidade e respeito pelo
tempo das pessoas. Conselheira e aconselhada devem ser pontuais no horário inicial e no
horário final das sessões de aconselhamento.
Material de apoio: Na sala de aconselhamento devemos ter Bíblia, lápis e papel, tanto para a
conselheira quanto para a aconselhada. Não se esqueça de lenços de papel, pois não é
incomum que lágrimas surjam durante a sessão. A aconselhada deve sentir que suas
lágrimas fazem parte da expressão das emoções com as quais Deus a criou.
Os riscos do aconselhamento
Não podemos encerrar este capítulo sem alertar sobre um dos riscos do aconselhamento.
Devemos orientar as mulheres aconselhadas a, primeiramente, buscar o conselho de Deus por
meio da oração e do estudo de sua Palavra, e não dependerem de sua conselheira para todas as
decisões que precisam tomar. O aconselhamento de hoje deve ser útil para o futuro e não apenas
para uma situação particular. Caso contrário, faremos discípulas dependentes de nós e não de
Deus.
Como podemos alcançar esse objetivo? Em primeiro lugar, não tomando decisões no lugar da
pessoa aconselhada. Se você entender que elaestá pensando errado, faça perguntas que a ajudem
a avaliar sua decisão; guie-a pela Palavra de Deus e lembre-se que o objetivo do aconselhamento
é que a crente desenvolva uma mentalidade bíblica e não simplesmente se livre do desconforto
que a aflige.
Outra atitude que não devemos ter como conselheira é de supervisionar cada passo que a
aconselhada dá. As conselheiras não são policiais espirituais das irmãs da igreja, muito menos
substituem a função do Espírito. Isso não quer dizer que, ao observar algo que chame a atenção,
a conselheira não leve aquilo em consideração para orar.
Finalmente, sugiro às conselheiras que sempre celebrem as vitórias que as aconselhadas
alcançam, por mais que simples que possam parecer. Incentive-as a seguirem firmes quando
situações difíceis surgirem. À medida que a conselheira percebe que a aconselhada está
superando as questões levadas ao aconselhamento, deve ir espaçando os atendimentos, para que
ela aprenda a tomar decisões por si mesma e a se responsabilizar pelo seu crescimento espiritual.
O aconselhamento não deve ser permanente. Podemos fazer uma sessão de fechamento,
agradecendo a Deus e comunicando que estamos à disposição caso haja nova necessidade.
É nossa oração que, ao ler este capítulo, você reserve um tempo para orar sobre a necessidade
desse serviço no ministério de mulheres da igreja onde você serve, principalmente se sua igreja
não tem este ministério. Caso a igreja já possua, que Deus possa encorajá-la a participar dele.
5 Strong, palavra #g3870.
6 Strong, palavra #g3844.
Mulheres solteiras, divorciadas e o ministério 
de mulheres
KARLA FERNÁNDEZ
O Senhor deu a palavra, grande é a falange das mensageiras das boas-novas. (Sl 68.11)
Imagine você entrando em um salão onde há uma grande multidão. De um lado há casais
conversando e rindo, e do lado oposto, um grupo de mulheres maduras com uma atitude
descontraída, falando sobre o gol incrível sofrido pelo time de futebol de seu neto no último jogo
do campeonato. 
À medida que você avança pelo salão, vê um grupo de mães com bebês nos braços, conversando
sobre como é bom que seus filhinhos já estejam dormindo a noite toda. Em outra parte, há uma
mesa com mulheres jovens falando sobre moda, selfies no Instagram, sobre o último vestido de
Kim Kardashian e a última fragrância lançada pela Chanel.
Você se detém por um momento e vê, ao fundo, um grupo mais ou menos semelhante no
comportamento ao grupo anterior, mas percebe que elas possuem uma expressão facial diferente.
Elas conversam sobre quanto tempo estão sem companheiro, como é difícil encarar os
comentários das outras mulheres e as perguntas que são feitas em cada reunião familiar, do tipo:
“Quando você vai nos dar a notícia de que finalmente tem um namorado?”; ou “Já faz muito
tempo que você se divorciou, não acha que é hora de acreditar de novo no amor?”
Parece exagero, mas o que descrevemos acima é a realidade tanto de mulheres cristãs quanto
de não cristãs. É fácil identificar quem é solteiro, casado, quem gosta de futebol, finanças etc. em
um ambiente, porque todos se aproximam daqueles com certas afinidades, e isso, em si, não é
ruim, porque nos sentimos mais à vontade com essas pessoas. Porém, no ministério essas
distinções não são saudáveis, porque fazemos parte de um corpo, chamados para viver em
comunidade. Somos membros da família que Deus constituiu e ele deu dons e talentos a cada
uma de nós para que os usemos na edificação mútua, para a extensão de seu reino na Terra.
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a
mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros
uns dos outros.” (Rm 12.4-5)
Nosso Deus soberano colocou em cada igreja pessoas com características distintas, para
cumprirem os propósitos e planos eternos que ele tem para cada uma delas. Toda mulher cristã é
uma influência para as que estão fora da igreja; seja no seu local de trabalho, para suas vizinhas,
para suas amigas, para suas colegas de faculdade, para as mães dos amiguinhos de seus filhos,
para sua família e principalmente em sua casa, se ela é casada e tem filhos.
Cada uma de nós recebeu o mandato de ir e fazer discípulos de todas as nações, conforme
Mateus 28.19 e, muitas vezes, sonhamos em poder ir a algum país da África ou da Ásia para
pregar as boas novas de Cristo. Se Deus assim o quiser, nós iremos, mas talvez esteja nos planos
de Deus que façamos discípulos da nossa vizinhança, daqueles que encontramos em nossa rua,
ou das nossas amigas jovens e solteiras que estão cada dia mais obcecadas por sua aparência e
acreditam que suas vidas não têm sentido porque ainda não se encaixam nos moldes que a
cultura atual lhes impõe tão intensamente.
Ter um ministério de mulheres na igreja local é uma bênção, porque não sabemos todas as
respostas, não somos iguais umas às outras, não temos as mesmas necessidades ou os mesmos
talentos, mas, estando em comunidade, podemos avançar, encorajar-nos mutuamente, exortarmos
umas às outras, orar umas pelas outras, suportar umas as outras e, assim, refletirmos mais da
imagem de Cristo, que nos chamou para amar o próximo (Mt 22.36-40).
Não estou segura de que isso acontece em todas as congregações, mas percebo que, como
ministério, podemos nos concentrar em certos tipos de personalidade. Sabemos que nem todas
nós seremos mestras da Palavra de Deus, nem todas seremos oradoras. Algumas de nós têm
dificuldade de sair e evangelizar nas ruas, por exemplo; outras são boas em discipular e ensinar
jovens adolescentes, enquanto outras são boas para lidar com crianças. Há irmãs que são
guerreiras na oração, outras não são tão confiantes quando oram em público. 
Por isso, insisto que todas somos diferentes e precisamos umas das outras. Nessa diversidade de
talentos, tendemos a dar mais atenção às mulheres casadas, às que têm filhos ou às jovens que
estão entrando na adolescência, quando, a verdade é que Deus nos deu uma família em que as
mulheres podem aprender umas com as outras, uma família multigeracional.
Uma igreja multigeracional
Baseamo-nos no ensinamento do apóstolo Paulo a Tito no capítulo 2, quando lhe diz:
Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos,
sadios na fé, no amor e na constância. Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não
caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a
amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a
palavra de Deus não seja difamada. Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam
criteriosos. Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, 8linguagem sadia e
irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito. (Tt
2.1-8)
Em suas palavras inspiradas pelo Espírito Santo, o apóstolo Paulo não deixa ninguém de fora
quando o assunto é o ensino e a capacitação para ser discípulo de Jesus. Todos os membros da
igreja precisam receber ensino da sã doutrina do evangelho, para que possam ensinar outros a
viver de maneira que honre e glorifique a Deus e o evangelho de Cristo. É uma bênção ter
diversas gerações, idades, estados civis, talentos e habilidades na congregação.
O que seria de uma igreja sem presbíteros, sem jovens, sem mulheres solteiras maduras, sem
mulheres divorciadas, viúvas, casadas e com filhos, casadas e sem filhos e mães solteiras? A
resposta é que a geração seguinte sofreria com a falta de ensino. Por quê? Porque se pensarmos
um pouco nas meninas que estão sendo discipuladas hoje na escola dominical, perceberemos que
são elas que ensinarão os filhos de nossos filhos. Por isso, devemos nos perguntar: O que
estamos ensinando às nossas crianças hoje?
Se pensarmos nas mulheres maduras que são solteiras, perceberemos que elas tambémestão
ensinando nossos filhos e também estão lutando contra a cultura atual que grita aos quatro ventos
que ser solteira é a melhor opção para se viver sem preocupações, que é melhor ter animais de
estimação do que se casar e ter filhos com seu marido, que é melhor viajar e conhecer o mundo
do que se casar — ou seja, que é melhor ter uma vida centrada em si mesma e respeitando as
ideias dos outros, porque não existem verdades absolutas.
Necessitamos das mulheres maduras e solteiras que enxergam a vida por outra perspectiva, que
aprenderam a não se focar em si mesmas e depender de Deus em circunstâncias que as mulheres
casadas não vivenciam. Elas têm muito a ensinar às mulheres casadas e solteiras que estão
apenas começando a pensar em ter um homem como marido, pois é muito provável que elas
idealizem esse homem e o coloquem acima de tudo, inclusive de Deus.
Com o passar do tempo, e conforme desenvolve sua dependência de Deus, a mulher madura e
solteira aprende que um homem não lhe dá identidade, não a torna uma pessoa melhor, nem lhe
dá um sobrenome. Tudo isso recebemos pela graça de Deus. Temos identidade graças a Cristo,
estamos crescendo a cada dia e nos tornando mais parecidas com Cristo graças ao Espírito Santo
que habita em nós e somos suas filhas, formadas por ele, projetadas, separadas para que
realizarmos as boas obras que ele já determinou, para o louvor de seu nome e por causa da
salvação que recebemos em Jesus Cristo.
Como ministério, precisamos dessas mulheres; precisamos umas das outras. É uma bênção
quando uma mulher madura e solteira mostra paciência para cuidar de nossos filhos pequenos,
mostra sua paciência e dedicação em ajudar as jovens a lidar com as redes sociais com cautela e
de uma forma que glorifique a Deus. Elas tiveram tempo para se preparar e se concentrar em
aprender mais sobre Deus e sobre sua Palavra, por isso podem se deleitar em Deus com devoção
e dar aos outros o que receberam ao estarem em sua presença.
É uma realidade quando a Palavra nos diz: “Também a mulher, tanto a viúva como a virgem,
cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou,
porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido”. (1Co 7.34). Além
disso, creio fielmente que, em sua soberania, Deus coloca cada mulher solteira na igreja, seja
jovem ou madura, para que ela se deleite nele e compartilhe com outras mulheres sua entrega
absoluta ao Senhor, sua dependência e dedicação a ele, sem distrações.
Precisamos de todas as irmãs
Todas as mulheres precisam se lembrar que nosso principal propósito é estar aos pés do
Senhor! Quer sejamos solteiras, casadas ou viúvas, jovens ou maduras, ele é nosso deleite e
grande amor. Porém, devemos reconhecer que, quando somos casadas e temos filhos e netos,
quase imperceptivelmente podemos nos concentrar mais neles do que em nosso amoroso Deus, e
precisamos de uma mulher ao nosso lado que nos advirta quando estamos colocando as pessoas
que amamos no lugar que só pertence a Deus.
Por isso é tão importante caminhar juntas na fé e estarmos dispostas a caminhar lado a lado
com outras mulheres do corpo de Cristo. No ministério podemos ver as necessidades que existem
em termos gerais, no entanto, é necessário que nos aproximemos de cada mulher e as
conheçamos melhor, que saibamos quais são suas lutas, seus anseios, seu desejo de servir e as
áreas nas quais elas podem desenvolver seus dons e talentos.
Não devemos focar apenas as mulheres que têm uma família, porque as mulheres solteiras,
divorciadas e viúvas têm muito a ensinar e muito a aprender sobre a mensagem de Cristo e
devemos fazer isso a mais e mais pessoas.
Um dos desafios que temos como ministério é despertar o interesse de mulheres solteiras em
ingressar no ministério de mulheres e começar a servir nele. Isso porque — repito — temos dado
tanta ênfase às mulheres casadas, que as solteiras podem sentir que não estão qualificada para
servir, o que, como temos visto, não é verdade.
Cada mulher carrega a imagem de Deus. Toda mulher que está na igreja e mostra o caráter de
Cristo e uma vida que reflete a transformação operada por Deus em sua vida tem a oportunidade
de servir. A igreja precisa de mulheres que reflitam o caráter cristão expresso na Bíblia, que
possuam as características que estão descritas nas Escrituras e que estejam dispostas a servir a
outras mulheres para crescer no conhecimento de Deus e viver uma vida que o honre e
glorifique.
Como mulheres maduras, podemos ensinar as mais novas a se renderem à presença de Deus e
viverem como nos ensina Tito 2.3-5. Mas também acredito que nosso trabalho é ensinar as
mulheres jovens e solteiras a se relacionarem com outras jovens solteiras que estão chegando aos
pés de Cristo e compartilharem com elas sua fé, sua experiência em sua caminhada com Cristo e
incentivá-las a buscar o Senhor.
É fácil para nós abrir o coração e compartilhar nossas lutas com irmãs maduras na fé (mesmo
que sejam mais jovens do que nós), mas as jovens podem se sentir mais à vontade com suas
colegas da mesma faixa etária. Por isso, se o ministério de mulheres preparar bem as jovens
solteiras, podem ser elas que primeiro abordem as jovens novas na fé e lhes apresente os
fundamentos da fé e as disciplinas espirituais, mesmo que as mais maduras estejam guiando e
orientando também.
Divórcio e ministério de mulheres
Quanto às mulheres que passaram pelo divórcio, estão sozinhas e são dedicadas ao Senhor,
elas são uma bênção para o corpo de Cristo. Elas podem ensinar as mulheres mais jovens a orar
por seus maridos, dar conselhos sobre o que fazer e o que não fazer no casamento (sempre com
base na Palavra de Deus e não em sua experiência pessoal) e dar conselhos sobre como crescer
em piedade, conforme 1Pedro 3.1-2 nos instrui: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a
vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra
alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento
cheio de temor”.
Por que menciono isso? Porque precisamos lembrar que Deus restaura corações e transforma o
caráter das pessoas. Quando aprendermos a ser, estaremos preparadas para fazer o que Deus nos
ordenou. Se o caráter de uma mulher que passou por um divórcio foi moldado em
arrependimento, perdão e restauração para ser mais parecida com Cristo, ela pode ensinar outras
mulheres a seguir o modelo bíblico para as mulheres. Essa mulher pode dar testemunho para
outras mulheres sobre o poder que há em Deus para transformação, perdão e, sobretudo, sobre a
graça que Deus tem para com o pecador que se arrependeu e o busca.
Precisamos conhecer os corações
Quanto mais nos acercamos às mulheres de nossa igreja, orarmos por elas e com elas, mais as
conheceremos. Seremos capazes de perceber que grande presente é para a igreja mulheres de
diferentes idades, estados civis, com diferentes gostos, dons e talentos, crescendo e
compartilhando juntas o evangelho da graça de Cristo.
Quando Cristo nos diz em Mateus 28.19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século”, ele nos enviou a todos que necessitam do evangelho tanto quanto nós. Isso inclui as
mulheres que se sentem incapacitadas para realizar as obras que Deus pede, as que que estão sem
esperança, as que acham que não terão oportunidade para que sirvam na igreja por causa do seu
pecado, as que perderam sua fé e as que estão enfermas.
Seu estado civil não as define, não as incapacita de servir. Se Deus nos usa é apesar de nós,
somente por sua graça e para a glória de seu nome. Cada mulher transformada pode servir no
lugar que Deus a colocar, porque ele a capacitará para isso, e é uma bênção que nós, como igreja,
estejamos por perto, vendo-as crescer, encorajando, exortando e apoiando-as em sua caminhada,
como seguramente alguém feze continua a fazer conosco.
Por isso, devemos acompanhar nossas irmãs, devemos ser a mulher que caminha junto com
elas, que chora com os que choram, que ri com as que riem. Devemos acompanhá-las na criação
e educação de seus filhos, na oração por seus esposos, por seus filhos não convertidos e afastados
da igreja. Devemos acompanhar aquelas cujos pais não são convertidos e se recusam a ouvi-las
quando falam sobre o evangelho com eles. Devemos acompanhar as mais novas para que vivam
em santidade e se guardem, quer esteja nos planos de Deus que se casem ou que continuem a
servi-lo solteiras durante toda a sua vida.
Precisamos investir em ensinar outras mulheres. Precisamos encorajá-las a servirem a Deus
independentemente de seu estado civil, lembrando-as da bondade de nosso Senhor e que somente
nele está nosso contentamento. Façamos do Salmo 16.11 nossa oração e a compartilhemos com
nossas irmãs: “Tu me farás conhecer o caminho da vida; na tua presença há plenitude de alegria;
à tua direita deleita-te para sempre. Então, assim seja amém!”
Como incluir evangelização e discipulado no
ministério de mulheres
WENDY BELLO
Quando pensamos em um ministério de mulheres, muitas vezes consideramos apenas as irmãs
que já fazem parte do grupo. É fácil focar em questões relacionadas aos diversos papéis que
desempenhamos, como esposa, mãe, avó, filha, amiga, profissional etc. E isso é realmente
necessário se queremos aprender a viver segundo o projeto de Deus para nós; no entanto, não
podemos perder de vista que todo ministério da igreja tem uma missão comum, que é pregar o
evangelho e fazer discípulos. Tudo deve girar em torno desse objetivo.
Então, como podemos incluir o evangelismo como parte da visão e missão de nosso ministério
de mulheres na igreja local? Creio que devemos começar abordando alguns mitos ou ideias
errôneas que temos sobre evangelização.
Mito n.º 1: Não sirvo para evangelizar!
Se você nunca disse esta frase, é muito provável que pelo menos a tenha ouvido alguma vez,
pois ela é muito comum na igreja. De alguma forma, temos acreditado que para pregar o
evangelho é preciso reunir uma série de qualidades que nem todos temos. Mas, se fosse assim,
então o mandamento do Senhor teria sido exclusivo e não inclusivo — ou seja, para todos os
crentes.
Mateus 28.19 diz “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” — estas foram as
palavras de Jesus aos discípulos em sua despedida, mas estendidas a todos os discípulos que
viriam depois deles. Esta convocação é o que chamamos de “grande comissão”, que inclui a
todos. O cumprimento dessa missão não exige qualidades especiais, pois somos apenas enviados
como portadores de uma mensagem, não como responsáveis pelo resultado, pois isso está nas
mãos de Deus! Acho que aí reside o problema de não se sentir capaz — pelo menos em parte —,
pois pensamos que o resultado depende da nossa eloquência ou do nosso conhecimento, quando,
na realidade, não foi solicitado que falássemos diante de milhares de pessoas em um estádio, mas
simplesmente que compartilhássemos o evangelho com aqueles com quem nos relacionamos.
É verdade que algumas pessoas têm um chamado e um dom especial para fazer o trabalho
evangelístico. 
É impossível não pensar em alguém como Paulo, nos tempos bíblicos, ou Billy Graham nos
tempos modernos. É sobre pessoas assim que nos fala Efésios 4.11; no entanto, isso não nos
dispensa de falarmos sobre Cristo às pessoas. 
Se Jesus deu o mandato para todos é porque podemos e ele espera que o façamos!
Mito n.º 2: Tenho que aprender um método de evangelismo.
Sou da geração que usava métodos para evangelizar. A característica comum era que tínhamos
que aprender os passos do método, como perguntas, ilustrações, cores, afirmações, e depois
encontrar alguém disposto a ouvir e interagir com a apresentação. Confesso que isso sempre me
intimidou e acho que de certa forma me fez evitar tudo que tivesse a ver com a evangelização em
minha igreja local. Honestamente, nunca fui a favor de que o evangelismo fosse algo formatado,
porque nem tudo dá certo da mesma forma para todos.
Acreditar que precisamos de um método para evangelizar nos faz encaixotar a mensagem de
Cristo e, em muitos casos, afasta as pessoas que ouvem, porque elas rapidamente percebem que
estamos falando de algo que simplesmente memorizamos e não de uma mensagem que
acreditamos e praticamos.
Por isso considero um mito pensar em a evangelização necessite precisa ser feita por um
processo estruturado. 
Não quero dizer com isso que as pessoas não devem se preparar, conhecer o ambiente, a cultura
etc.; de jeito nenhum! 
Na verdade, se você fosse enviada como missionária para outro continente, como a Ásia, parte de
seu treinamento para pregar o evangelho seria conhecer a cultura, os costumes e como pregar as
boas novas naquele ambiente, porque a maneira que iniciamos um diálogo ou um relacionamento
em nossos países é muito diferente de como isso é feito em outras partes do mundo. Mas, para
conversar com seu vizinho ou colega de trabalho você não precisa aprender quatro passos ou
repetir certas frases feitas. O evangelho é orgânico! Falaremos sobre isso depois.
Se considerarmos o exemplo de Jesus, veremos que, embora a mensagem fosse a mesma, ele
nem sempre a transmitia da mesma maneira. Ele falou com pessoas tão diferentes quanto
Nicodemos, o jovem rico e a mulher samaritana. 
Todos precisavam do evangelho, mas seus mundos eram diferentes, assim como suas
necessidades. É por isso que as fórmulas não funcionam para todos os lugares e para todas as
pessoas. A mensagem nunca mudará, mas o contexto sim; e, com isso, a forma como a
partilhamos deve ser específica também.
Mito n.º 3: Meu exemplo é suficiente; não preciso falar.
Essa afirmação soa familiar para você? Acho que muitas vezes usamos isso como uma rota de
fuga, seja por medo ou comodismo. De fato, muitas vezes a nossa vida é a isca que atrai as
pessoas para conversarmos com elas, pois fazem perguntas sobre o que acreditamos, por que
agimos de determinada forma e assim por diante. Na verdade, o próprio Jesus nos exorta a viver
uma vida que testemunhe sobre ele. Veja o que João 17.20-21 diz:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de
que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu
me enviaste (ênfase minha).
Sem dúvida, nossa vida deve refletir nossa fé; no entanto, o plano de Deus é que proclamemos
sua mensagem. O ministério terreno de Jesus estava centrado na pregação do evangelho, onde
quer que ele estivesse. A igreja primitiva recebeu a tarefa de propagar a mensagem do evangelho
o tempo todo e, por isso, a palavra “pregar” estava associada à vida diária dos cristãos. Na
verdade, a Bíblia nos diz que, se nos calarmos, as pedras clamarão (Lc 19.40)!
O mais importante sobre isso é que não queremos que as pessoas se confundam nem por um
segundo e coloquem seus olhos em nós. É preciso ficar claro que a pregação é sobre Cristo e sua
obra salvadora e transformadora; para que isso ocorra precisamos pregar, falar a mensagem da
Palavra de Deus.
Vimos que esses três mitos nos limitam na tarefa de evangelização. Então, como podemos
incorporar o evangelismo em nosso ministério de mulheres? Vejamos algumas ideias.
Fomentar uma cultura de evangelização
Pense por um momento em alguma reunião do ministério de mulheres que você costuma
participar. Novas pessoas comparecem nessas reuniões? Se a resposta for não, você tem um
ponto de partida. Um dos perigos do ministério de mulheres é que ele se torne um grupo fechado
de mulheres da igreja. Por natureza isso é mais fácil, porque nos sentimos mais confortáveis com
as pessoas que já conhecemos. Afinal, nossas amigas estão ali e podemos conversar sobre
assuntos de interesse comum. Mas essa prática leva ao risco de perda de foco e afastamento da
missão para a qual fomos chamadas, que é pregar o evangelho.
O que podemos fazer para que isso não ocorra?Podemos começar ensinando esta verdade
elementar ao grupo de mulheres. Se isso ainda não foi feito, pode ser uma boa ideia dedicar uma
reunião exclusivamente para falar sobre o que é e o que não é o evangelismo. Uma vez lançado o
alicerce, podemos encorajar as mulheres a convidar suas amigas para participarem dessas
reuniões — o que funciona muito bem é criar algo como “um dia com as amigas”.
A ideia é que cada participante leve uma convidada, de preferência alguém que não conhece a
Cristo ou não está frequentando uma igreja. Embora o convite boca a boca seja rápido e fácil,
temos visto por experiência que um cartão de convite tem um impacto maior. Por quê? Primeiro,
porque serve como um lembrete; em segundo lugar, porque ele transmite para a outra pessoa que
você realmente quer que ela participe, especialmente se o cartão tiver um toque pessoal. Em uma
ocasião, em nosso grupo, decidimos fazer algo assim. Cada uma das líderes fez seu próprio
cartão, nada complicado ou caro, mas bem pessoal. Foi um sucesso absoluto com as convidadas!
Decidir convidar outras mulheres que não fazem parte de nossa congregação é uma maneira
simples de abrir uma porta para que o evangelho entre em suas vidas. Elas podem não ter
motivação para ir a um culto da igreja, mas quando lhes falamos sobre uma atividade voltada
para as mulheres, as chances de comparecimento aumentam.
Agora, se a resposta para a primeira pergunta for sim — ou seja, novas mulheres comparecem
às reuniões do ministério de mulheres — então precisamos pensar em outra estratégia. Devemos
perguntar: O que fazemos quando elas chegam à reunião? Que estratégia usamos para
evangelizá-las?
Para nos ajudar a identificar as visitantes em uma reunião — especialmente se for um grupo
grande de mulheres — é bom usar quebra-gelos que oferecem essa oportunidade. Dependendo da
forma como os encontros são realizados, atividades podem ser elaboradas para ajudar nesse
objetivo, seja por mesa, por pequenos grupos ou com todas as participantes. Saber quem está
visitando a reunião é o primeiro passo para sermos intencionais em abordá-las, conversar com
ela e, se elas permitirem, anotarmos suas informações fazermos contato e iniciarmos um
relacionamento.
Há algo importante a considerar nesse sentido: Nunca podemos assumir que toda mulher
presente em uma reunião de mulheres é cristã! A programação da reunião deve incluir alguma
forma de apresentação do evangelho. É importante que deixemos isso claro para a responsável
pelo ensino. 
Na verdade, não importa qual seja o assunto, sempre podemos falar sobre as boas novas de
Cristo.
Aos poucos, essa prática vai se tornando mais natural para as integrantes do grupo, de forma
que, aquilo que no início era algo “especial” passa a ser natural. Claro que a criatividade
feminina pode contribuir muito para que nossa evangelização tenha êxito.
Evangelizar não apenas nas reuniões
Como parte do processo de tornar o ministério de mulheres mais do que apenas uma reunião
mensal, quinzenal etc., devemos pensar em expandir as atividades. Quero dizer que as mulheres
fazem visitas a lares de idosos ou crianças, por exemplo, mas, na maioria das vezes, essas visitas
têm intenção social e de assistência material. Não há nada de errado nisso, pelo contrário, é
muito importante e necessário; porém, poderíamos pensar em aproveitar todas as oportunidades
como uma “missão evangelística”. E mesmo que não seja possível organizar uma reunião
específica para evangelização, sempre há oportunidades individuais, especialmente quando as
mulheres cristãs se dedicam a estabelecer novos relacionamentos com outras mulheres.
Como mencionei antes, o evangelismo é orgânico, ou seja, ocorre naturalmente. À medida que
vamos visitando lugares e conhecendo as pessoas, fica mais fácil dialogar, compartilhar
experiências e falar de Cristo como aquele que nos motiva a fazer o que fazemos.
Você se lembra que eu recomendei há pouco a coleta de dados das mulheres que visitam
nossas reuniões? Pois bem, essa iniciativa é muito importante se queremos levar a evangelização
para além das reuniões formais. Com estas informações podemos pedir às mulheres do nosso
grupo que já são maduras na fé, que entrem em contato com uma dessas mulheres que visitaram
uma de nossas reuniões. Talvez você possa convidá-la para um café e assim começar a se
relacionar com ela.
Não é necessário pregar o evangelho para ela na primeira vez que a encontra, nem mesmo na
segunda ou terceira vez. Temos que vê-la como ela é: uma pessoa com suas lutas, dúvidas e
problemas, não como um projeto pessoal. Muitas oportunidades de falar sobre Cristo são
perdidas por não agirmos com sabedoria e prudência. Mais uma vez, o evangelismo é algo
orgânico, natural e, à medida que nosso relacionamento com a pessoa cresce, aumentam as
oportunidades.
Algo importante: não devemos deixar de orar por cada uma dessas mulheres com quem nos
relacionamos, pedindo para que o Senhor opere em seu coração e abra seus olhos para a luz de
Cristo.
Se fizermos isso, já teremos dado o primeiro passo para termos uma mente evangelizadora.
Mas não podemos ficar só nisso. Se nos lembrarmos do versículo citado no início desse capítulo,
ele aponta que não somos ordenadas apenas a pregar; há um passo seguinte, que é o discipulado.
O discipulado como parte do ministério de mulheres
A passagem de Mateus que citamos no início desse capítulo diz na sequência:
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-
os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
(Mt 28.19-20)
O que significa ser uma discípula? Entender isso nos ajudará a ter a estratégia certa para
incorporar o discipulado ao nosso ministério de mulheres. Simplificando, uma discípula é
alguém que segue outra pessoa para aprender com ela. 
Nos tempos antigos, um discípulo não apenas aprendia formalmente, em um ambiente
acadêmico, mas seguia, literalmente, seu mestre a todo lugar para aprender com ele.
Se trouxermos essa ideia para a realidade do ministério de mulheres, podemos considerar o
discipulado não apenas como um programa ou uma aula, mas como parte da vida do grupo. É
importante lembrar que as mulheres que foram atraídas pela estratégia de evangelização
precisam começar a aprender sobre Cristo, estudar a Bíblia, e, sozinhas, será muito difícil
conseguirem isso!
Uma maneira prática de realizar essa tarefa é convidar as mulheres para participar de um
estudo bíblico. Pode ser um grupo para novos crentes, no qual todas estarão em seus primeiros
passos na vida cristã e não se sentirão intimidadas por aquilo que desconhecem. Devemos
lembrar que elas podem nunca ter participado de uma atividade desse tipo, por isso é crucial criar
um ambiente onde elas saibam que podem fazer perguntas, caso elas não tenham entendido
alguma coisa ou não souberem como encontrar um texto na Bíblia. Quem ensina deve ajudá-las
com disposição amorosa e paciente.
O discipulado também pode ser feito de pessoa para pessoa. É bom ter um grupo de mulheres
preparadas para assumir esta tarefa; mulheres que já foram treinadas para ajudar outras pessoas a
estudar a Bíblia e agora podem ensinar essas mulheres recém-convertidas. Não é necessário que
seja todos os dias, nem por muitas horas. O encontro pode ser agendado de forma que seja bom
para ambas e que seja um encontro produtivo.
É importante não darmos nada por garantido nesse processo e nos lembrarmos que estamos
partindo do zero com essas mulheres. Não devemos nos sentir intimidadas pela ideia de termos
que explicar doutrinas bíblicas ou questões teológicas a elas. Se não colocarmos um alicerce
firme, quando vierem os ventos, a casa cairá.
Essas são estratégias formais de realizar o discipulado, porém, como eu disse no início, um
verdadeiro discípulo é construído pelo relacionamento com o a discipuladora no dia a dia.
Quando alguém começa a caminhar com Cristo é normal que ela faça muitas perguntas eprecisamos estar dispostas e disponíveis para convidar esta nova discípula para conversar, ouvir
suas perguntas e compartilhar nossa vida com ela. Mais uma vez, quero reforçar que passar
tempo juntas fará toda a diferença no processo de discipulado.
O que Tito 2.3-4 nos ensina? “Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias
em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim
de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos” (grifo nosso).
As instruções desse texto bíblico são dirigidas a mulheres mais velhas e devemos nos lembrar
que sempre seremos mais velhas que alguém; então, a ideia é que nos disponibilizemos para
servir como mentoras. O melhor discipulado ocorre quando temos uma mentalidade de mentora,
quando entendemos que estamos ensinando, ajudando alguém que depois fará o mesmo com
outra pessoa. Sempre agradeço a Deus pelas mentoras que ele colocou em minha vida, pessoas
que, quando eu era muito jovem, assumiram a responsabilidade de conversar comigo, ouvir
minhas preocupações, responder minhas perguntas, orar comigo e por mim. Ao mesmo tempo eu
as observei, aprendi com elas e, no secreto do meu coração, ansiei poder fazer o que elas faziam
algum dia. Foi um discipulado pessoal, diário.
É um pouco difícil para nós, mulheres, abrirmos a porta de casa para as pessoas, porque nos
preocupamos se tudo está em ordem, se temos uma comida gostosa ou uma decoração de revista.
Confie em mim, eu entendo tudo isso, mas, sabe, a maioria das pessoas não está procurando
perfeição, mas relacionamento. Uma maneira de fazer discípulas de Jesus é convidar mulheres
para estarem em nossa casa e ter um tempo com elas. Não precisa ser nada formal, nem implica
necessariamente que falemos sobre a Bíblia no primeiro encontro. Só o fato de deixá-las fazer
parte da nossa vida e verem como Cristo pode transformar um lar pode motivá-las a querer saber
mais sobre nossa fé.
Se considerarmos o exemplo de Jesus, veremos que foi assim que ocorreu grande parte da
formação de seus discípulos. Eles o seguiram por toda parte, o observaram, ouviram suas
conversas, sua maneira de ensinar, viram seu caráter, suas reações às situações. Fizeram isso por
três anos e, quando esse período terminou, eles estavam prontos. Os discípulos se tornaram
mestres.
É disso que estamos falando, uma conexão entre pessoas que sucedem umas às outras. Embora,
na realidade sempre estejamos aprendendo, e deste lado da eternidade nunca seremos capazes de
nos formar na escola do discipulado, devemos ter essa mentalidade. E isso se aplica à vida
pessoal como no ministério. Se quisermos ser fiéis à Grande Comissão, a evangelização e o
discipulado devem fazer parte da nossa essência como ministério de mulheres. E se desejamos
que esse ministério tenha vida, não podemos ignorar o chamado do Senhor para que façamos
discípulos.
Como usar as redes sociais
YSABEL ANDRICKSON
Se este livro tivesse sido escrito em janeiro de 2004, certamente não teria este capítulo. Por
quê? Porque não existia Facebook, lançado em fevereiro do mesmo ano, seguido pelo Twitter,
dois anos e um mês depois (2006), e o Instagram surgiu quatro anos mais tarde, em 2010. Para
avaliar a magnitude do fenômeno das redes sociais, vejamos alguns dados que encontramos em
diversos sites da internet:
a) Todos os dias, mais de 3 bilhões de pessoas se conectam às redes sociais.
b) Entre elas, em 2018, cerca de 2 bilhões eram usuários ativos do Facebook, enquanto o
Twitter tinha mais de 300 milhões (dos quais, cerca de 100 milhões o usavam diariamente);
e 800 milhões do Instagram, com cerca de 500 milhões de usuários diários.
c) Cerca de 70% dos usuários ativos no Facebook são mulheres; no Twitter, mais de 20%, e
no Instagram, mais de 60%.
d) Entre as mulheres, a maioria tem idade entre 18 e 29 anos; em segundo lugar, entre 30 e
49. Em terceiro lugar está a geração baby boomer.7
e) Estima-se que a média de artigos publicados em blogs ultrapasse sete milhões por mês,
enquanto, diariamente, são compartilhadas mais de 3 bilhões 
de imagens.
f) O tempo médio diário de utilização das redes sociais é de cerca de duas horas e meia — se
você acha esse número moderado, multiplique pelo número de usuários mencionados antes.
Não é impressionante?
Antes de nos perdermos em meio a tantos números, vamos fazer uma pausa para olhar para as
coisas do alto, para ver que não se trata apenas de números, mas de vidas — corações e almas
que podemos alcançar com a bendita, poderosa e eterna mensagem do evangelho. Sob estes
números temos:
a) Meninas desorientadas.
b) Estudantes universitárias bombardeadas pelas ideologias da cultura em aberta contradição
com a Palavra de Deus.
c) Mulheres recém-casadas que precisam saber o que o evangelho diz sobre seu casamento.
d) Jovens mães que precisam de direção para moldar o coração de seus filhos com a Palavra
de Deus e que podem estar enfrentando sozinhas esta árdua tarefa.
e) Mulheres que ficaram viúvas e não sabem como lidar com essa perda.
f) Mulheres na “melhor idade” passando pela síndrome do ninho vazio. Elas estão sozinhas,
cansadas, enfermas, exaustas… com medo de que “aquele dia” esteja próximo.
Cada uma está imersa em seu celular, tablet ou notebook, procurando nas buscas da internet
uma saída para suas inquietações, incertezas, vazios. Muitas não conhecem a Palavra de Deus e,
mesmo que um bom número delas conheça, infelizmente não sabem como aplicá-la em sua vida.
Infelizmente, as respostas que estas mulheres obtêm apenas as confunde; elas são expostas a
tantas mentiras e não percebem que estão sendo vítimas do engano. Eles precisam conhecer a
história de Cristo — aquela que todos podemos (e devemos!) contar.
Esse cenário não faz você pensar que faria Jesus chorar, como aconteceu na cidade de
Jerusalém? “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti
mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos.” (Lc 19.41-
42)
As redes sociais constituem um grande campo missionário no qual somos chamadas a espalhar
a semente da Palavra de Deus, embora isso seja um grande desafio. Pelo fato de termos que
competir com inúmeras publicações diárias, se não tivermos um plano e estratégias bem
definidas, podemos ter boas intenções, mas não ter êxito. Nossa principal estratégia deve ser a
oração, sempre pedindo sabedoria e orientação de Deus para que nossas “redes” não fiquem
vazias como a de Pedro. Após passar a noite sem pescar nada, ele recebeu orientação do Senhor
e sua rede transbordou de peixes, como lemos em Lucas 5.4-7:
Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu-lhe Simão:
Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo,
apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se lhes as redes. Então, fizeram sinais aos companheiros do outro
barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
Além disso, para fazer uso sábio das redes sociais, de forma que resulte em glória para Deus e
bênção para suas filhas, precisamos ser como os filhos de Issacar (1Cr 12.32) que eram
“conhecedores da época”, para que saibamos como agir e não dediquemos horas e esforço sem
um propósito ou meta clara sobre o que fazer, como fazer e, principalmente, por que fazer. Isso
pode nos impedir de ficar desferindo golpes no ar, sem conseguirmos alcançar frutos para a
glória de Deus, além de ficarmos exaustas e esgotadas.
Catherine Scheraldi de Núñez — diretora de nosso ministério de mulheres — disse-me que, ao
ler as estatísticas do artigo da série que gerou este livro, as palavras de Jesus em João 14.12
vieram à sua mente: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também
as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”. Ao pensar que, ao
Jesus falar com seus doze discípulos ou a 500 pessoas, o mundo foi transformado,isso a levou a
refletir sobre tudo aquilo que o Senhor pode fazer com esse número incrível de pessoas que
acessam as redes sociais e que, dolorosamente, são afetadas diariamente pelas distorções da
verdade propagadas pelo mundo (Tg 3.15). No entanto, os cristãos podem reformar as redes
sociais com a Palavra de Deus.
Você pode imaginar os apóstolos usando esta ferramenta? Muitas vezes me pergunto o que
Paulo faria com uma página no Facebook ou uma conta no Twitter, pois, se com a precariedade
da comunicação de seu tempo, ele nos deixou grande parte do Novo Testamento, o que ele não
faria com essas ferramentas?
Sem dúvida, as redes sociais transformaram não só a comunicação, mas também a forma de
exercer um ministério. Lembro-me dos meus primeiros tempos de serviço no ministério de
mulheres, quando nossa grande “rede social” para anunciar eventos na igreja eram pequenos
teatros que eram apresentados no horário de lembretes no meio do culto, ou alguns murais que
decorávamos com alguma imagem atraente ou cartazes impressos e colocávamos na entrada da
igreja, muitas vezes seguido por telefonemas de lembrete ou mensagens de texto. Só mais tarde
chegou o e-mail!
Assim seguimos avançando até que, nos dias atuais, temos diante de nós esta oportunidade
incrível, que são as redes sociais! Devemos definir como as usaremos, como fazemos com
qualquer trabalho no ministério de mulheres, ou seja, na dependência do Senhor, na oração,
buscando conselho e lembrando o que nos diz Provérbios 15.22: “Onde não há conselho
fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito”; e Provérbios 19.21:
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá”.
A seguir, veremos algumas questões que podem ajudar a avaliar o uso das redes sociais com
sabedoria:
a) O uso das redes sociais é consistente com a visão e missão de nossa igreja?
b) Se a resposta for afirmativa, então, nosso foco será as mulheres que não são da igreja, ou
apenas como meio de comunicação do ministério para a igreja?
c) Qual (ou quais) redes usaremos?
d) Com que frequência vamos postar?
e) Temos o apoio da equipe de mídia da igreja, ou precisaremos montar uma equipe de mídia
específica para o ministério? Com quem contamos para isso? Será um corpo de voluntárias,
ou contratadas?
f) Quem será o responsável pela coordenação das estratégias digitais? Serão voluntárias ou
contratadas? 
Em tempo parcial ou integral?
g) Quem produzirá o conteúdo para as publicações? 
As irmãs da igreja? Quais serão os requisitos para que sirvam nesse ministério? Que grau de
conhecimento teológico será necessário? E em que fase da vida familiar elas devem estar?
h) Temos autorização para traduzir recursos de algum ministério que tenha sólida doutrina e
sirva de complemento para os momentos em que, por qualquer motivo, os textos a serem
publicados atrasarem? (sim, isso costuma acontecer!).
i) Poderíamos usar o material de sermões ou estudos 
bíblicos ensinados na igreja para trabalhar 
com mulheres?
j) Nossas redes serão complementares ou dependentes das redes sociais da igreja? Teremos
redes independentes?
k) Os eventos do ministério serão transmitidos ao vivo por alguma plataforma?
l) Temos recursos para que esses eventos possam ser carregados no YouTube para que
possam alcançar e edificar mais pessoas?
m) Quais serão as estratégias em relação às respostas colocadas pelas seguidoras do
ministério nas redes sociais, que não pertencem à igreja (regional, nacional e até global)?
n) Como definimos a arte gráfica de nossas redes sociais?
o) Temos acesso a imagens que possam ser utilizadas, respeitando os direitos autorais?
A seguir, apresentamos respostas para algumas dessas questões:
1. O uso das redes sociais pela igreja local: Em praticamente todos os capítulos deste livro, as
autoras mencionaram que o ministério de mulheres feito à maneira de Deus deve estar sob a
autoridade dos pastores da igreja local e o uso das redes sociais não é exceção.
Portanto, as redes sociais devem ser parte de sua igreja local; isto é, elas devem estar sob sua
redoma. Então, caso a igreja ainda não tenha incorporado um trabalho nas redes sociais, talvez
não seja o momento do ministério de mulheres o fazer.
Embora a boa utilização dessas redes possa ser uma bênção para as mulheres, elas não são
essenciais para um ministério de mulheres frutífero. Colossenses 1.5-6 nos lembra da semente
que não pode faltar em nosso ministério, pois nos ajudará a dar frutos:
Por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que
chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em
que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade.
O ministério de mulheres pode não ter redes sociais, mas as mulheres devem se alimentar da
Palavra de Deus e aprender a viver o evangelho segundo o projeto de Deus para suas vidas, de
forma prática.
2. Determinar a necessidade de criar uma equipe de mídia para o ministério de mulheres:
Uma vez obtida a autorização pastoral para criar as redes sociais do ministério, deve-se definir se
será necessário criar uma equipe exclusiva do ministério ou se serão realizadas estratégias
conjuntas com a equipe de mídia da igreja, para saber se será necessário um grupo de voluntárias
ou de pessoal contratado.
Em todo o caso, as tarefas devem ser definidas e atribuídas, tanto para o conteúdo gráfico
como para o escrito, lembrando que será necessário ter quem prepare o design e, por outro lado,
quem revise e edite os artigos, só do ponto de vista estilístico, mas, sobretudo, teológico). E
claro, é preciso definir quem serão as autoras.
Dependendo da abrangência e periodicidade das publicações, a equipe pode ser composta por
uma coordenadora geral, que se encarrega, entre outras coisas, de:
a) Definir os temas sobre os quais escrever num determinado período.
b) Fixar as datas de publicação dos referidos artigos.
c) Atribuir os artigos às irmãs que colaboram escrevendo; acompanhar a entrega nos prazos
programados.
d) Revisar e editar os artigos do ponto de vista gramatical, ortográfico e teológico.
e) Fornecer aos designers os textos que utilizarão 
para as artes.
f) Revisar as artes antes da sua publicação.
Essas funções da coordenadora podem ser distribuídas para auxiliares, dependendo da
composição da equipe. 
Por exemplo, em nosso ministério, por um tempo tivemos várias gestoras de conteúdo
encarregadas de formar grupos de redatoras de acordo com o tema de seus artigos (paternidade,
casamento etc.). Essas gestoras acompanhavam as autoras e entregavam o artigo à coordenadora
geral (ou editora) para que ela procedesse a revisão e preparação, a fim de publicá-lo na página e
nas redes do ministério. Além disso, qualquer assunto relacionado ao design pode ser
responsabilidade de outra pessoa com experiência em publicidade ou marketing (se houver
alguém com essa qualificação).
É fundamental que tanto as autoras quanto os designers tenham orientações sobre o que fazer,
como fazer, quando fazer, por qual razão e para o que será feito cada trabalho. Isso serve como
guia, tanto para autores quanto para designers, para alcançar um certo grau de homogeneidade
entre imagens e textos, garantindo que uma única linha editorial seja comunicada através do uso
de tons e tipografia, ou que os artigos usem uma determinada versão bíblica, por exemplo.
Desde o lançamento das redes sociais do nosso ministério, Deus nos deu a graça de ter várias
colaboradoras que se uniram como voluntárias em diversas áreas. Na época, tínhamos um grau
menor de integração com a equipe de mídia da igreja, mas depois fomos orientadas a centralizar
as tarefas em funcionários contratados em tempo integral e unir esforços com essa equipe da
igreja. Assim, evitamos a duplicação de esforços e desenvolvemos estratégias conjuntas.
Embora essas tarefas exijam certos talentos, não devemos nos esquecer que os mesmos
princípios delineados no capítulosobre quem deve compor a equipe e o caráter da líder se
aplicam mutatis mutandis8 àqueles que fazem parte da equipe de mídia, porque, no fim, não se
trata de estratégias, projetos gráficos ou estilo literário, mas de um trabalho para a obra de Deus.
É muito importante que a pessoa que atua como coordenadora (ou editora) tenha um
conhecimento profundo das Escrituras e da sã doutrina, e compartilhe dos valores e da filosofia
da igreja, pois as redes sociais passam a ser face visível do ministério e da igreja.
Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, 5assim
também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé. (Rm 12.4-6)
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. (1Pe
4.10)
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. (Ec 4.9)
3. A criação de perfis: Uma vez resolvidas as descrições e atribuições de tarefas, resta definir
quais redes serão utilizadas, já que a faixa etária das seguidoras varia em cada rede. As mais
novas estão no Instagram; as mais velhas, no Facebook; daí a importância de usar várias redes
para atingir um público mais amplo (não pelo simples fato de ter mais seguidoras, mas para o
avanço do reino de Deus). Além disso, é aconselhável ter um blog na página da igreja, onde as
mulheres possam acessar os artigos publicados periodicamente.
Em igrejas novas ou pequenas, pode ser suficiente começar com grupos privados no Facebook
ou grupos de mensagens no WhatsApp, nos quais é possível compartilhar atividades ministeriais
e pedidos de oração, entre outros assuntos. Isso permite que que o grupo se conheça, além de
identificar os dons que serão úteis na criação das redes. Aos poucos, diferentes redes poderão ser
abertas, conforme a forma que o Senhor estiver direcionando o crescimento do ministério e as
mudanças que possam surgir na missão e visão da igreja. “Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.” (Ec 3.2)
4. A periodicidade das publicações: Isso dependerá do número de colaboradoras, que deve
aumentar proporcionalmente ao número de redes sociais e à demanda das seguidoras. 
É prudente começar com uma frequência menor de publicações, ao invés de assumir
compromissos diários que não poderão ser honrados, pois isso mina a credibilidade e reflete falta
de organização, o que não glorifica a Deus.
No início do nosso ministério, cometemos o erro de começar com postagens diárias, algo para
o que realmente não estávamos preparadas, tanto em termos de número de autoras, quanto de
designers e editoras. Além disso, exceto por alguém que nos ajudou a lançar, mas não pôde ir
além disso, nenhuma de nós era profissional em publicidade, marketing ou qualquer área afim,
então, não tínhamos experiência ou recursos para realizar o que foi planejado. Por isso, muitas
vezes as datas chegavam e não tínhamos artigos para publicar, ou chegavam de última hora e
tínhamos que acelerar o processo para não ficar sem publicações. Como era de se esperar, houve
erros tanto no conteúdo quanto no design, além de confusão e caos “nos bastidores”.
Junto com a união de esforços com a equipe de mídia da igreja e a possibilidade de ter uma
equipe em tempo integral dedicada a essas tarefas, a frequência das publicações foi reduzida, o
que permitiu um melhor planejamento em todas as áreas.
Apesar de não sermos profissionais, muito menos as coordenadoras serem perfeitas,
conseguimos ver a graça do Senhor nos levando além dos nossos limites, fazendo com que sua
mensagem se espalhasse praticamente por toda a América Latina e, mesmo com cada atraso ou
erro, ele continuou a fazer sua obra em cada uma de nós. Portanto, se você tiver a aprovação de
seus pastores e um grupo de irmãs dispostas a colaborar, com o devido planejamento, não tenha
medo de “sob sua palavra, lançar as suas redes”.
5. Não promova a cultura do “cliquestianismo”: As redes sociais não substituem o tempo
devocional, o estudo bíblico pessoal, o culto, o ministério de mulheres ou a igreja local, tanto
para nós que servimos nesse ministério, quanto para as seguidoras das redes sociais. Portanto,
tenhamos cuidado para não promover o vício em redes sociais, ou o “cristianismo virtual” ou
“cliquestianismo”, pois a tendência crescente (especialmente entre os jovens) é de pensar que
clicando para ler alguns artigos na internet já estamos crescendo em fé.
Pelo contrário, sempre incentivamos nossas seguidoras a fazerem parte de uma igreja local
para seu crescimento. 
Na verdade, mesmo que tenhamos irmãs que se dedicam a atender pedidos de conselho de
seguidoras é sempre bom incentivá-las a buscar ajuda em sua igreja local, com seus pastores,
líderes e irmãs piedosas que podem mentoreá-las em sua igreja. Como lemos em Hebreus 10.25:
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e
tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.
6. O conteúdo: Embora pareça óbvio, devemos fazer com que as publicações contribuam para
o amadurecimento das seguidoras, conduzindo-as à Palavra de Deus e centrando-as em Cristo,
ensinando-as a viver o evangelho e ajudando-as a entender qual é o seu propósito em Deus como
mulher. 
Da mesma forma, devemos nos concentrar em fazer com que as mulheres de nossa igreja sintam
que fazem parte das redes sociais, que o material que está lá pertence a elas, para que se sintam
motivadas a compartilhá-lo com outras pessoas.
Quero terminar com as palavras de 1Coríntios 10.31: “Portanto, quer comais, quer bebais ou
façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.
7 A expressão baby boomers é usada no Ocidente, principalmente nos países anglo-saxões para se referir a pessoas nascidas entre
1945 e 1964, também chamado de período pós-guerra. [Nota do Tradutor]
8 Mutatis mutandis é uma expressão do latim que significa “mudando o que deve ser mudado” e pode ser entendida no sentido de
“alterando o que precisa ser mudado” e geralmente é empregada para se referir a uma sentença ou a uma ideia já citada. [N.T.]
	Prefácio à edição brasileira
	Introdução
	O que é o ministério de mulheres e por que ele é necessário?
	A teologia por trás do ministério de mulheres
	Como o ministério de mulheres pode ajudar o pastor e a igreja
	E na prática? A gestão de um ministério de mulheres
	A necessidade da oração
	Identificando a liderança
	A mentoria (Tito 2)
	A importância dos pequenos grupos
	Como ministrar às moças através de um ministério de jovens
	O ministério de aconselhamento bíblico: Uma ferramenta que desafia ao crescimento
	Mulheres solteiras, divorciadas e o ministério de mulheres
	Como incluir evangelização e discipulado no ministério de mulheres
	Como usar as redes sociais

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