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Doutrina 
de Deus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um Estudo Bíblico e Teológico do 
Ser de Deus. 
 
 
DOUTRINA DE DEUS 
 
Introdução 
 
O campo teológico é muito amplo e precisamos demarcar algumas áreas 
fundamentais para um estudo sério e legítimo. Para isso, usamos a Palavra de 
Deus, a Bíblia Sagrada, como fonte única e fundamental para conhecermos a 
Deus. Algumas perguntas devem ser formuladas, mas devemos ter o cuidado 
de não limitarmos Deus aos padrões referenciais que conhecemos. Portanto, o 
que precisamos saber sobre Deus nos é revelado em sua própria Palavra. 
Devemos, primeiramente, estudar sua natureza, depois, sim, seu 
relacionamento com sua criação. 
Deus é o nome da suprema divindade que os homens cultuam e adoram. Nos 
lábios cristãos, portanto, a palavra DEUS designa fundamentalmente o 
“Espírito Poderoso que é adorado e cujo auxílio invocamos. 
O estudo de Deus é da máxima importância, pois Ele é o bem maior do 
homem; Ele é a fonte da vida e sustento: “pois nele vivemos, e nos movemos, 
e existimos...” (Atos.17:28ª). O apóstolo Paulo, em seu sermão aos atenienses, 
afirmou: “... de um só fez toda raça humana para habitar sobre a face da terra... 
para buscarem a Deus se, porventura tateando o possam achar, bem que não 
está longe de cada um de nós.” (Atos. 17:26,27). João Calvino certa vez disse: 
<< Quase toda sabedoria que possuímos, ou seja, a sabedoria verdadeira e 
sadia, consiste em duas partes: o conhecimento de Deus e de nós mesmos.>> 
É muito duvidoso que possamos conhecer realmente a nós mesmos e ao 
nosso propósito na vida sem algum grau de conhecimento de Deus e de sua 
vontade. 
As noções que tivermos do Ser Divino e suas obras serão o fundamento para 
todas as doutrinas da fé cristã. Tudo o que estudarmos em teologia estará 
associado à nossa concepção de Deus. O que cremos sobre Deus determinará 
nossos padrões de moralidade, porque a Palavra de Deus é o padrão da 
moralidade. Tudo o que viermos a saber sobre Deus determinará todos os 
outros relacionamentos nos vários campos da teologia. 
 
 
A EXISTÊNCIA DE DEUS 
A existência de Deus é a base fundamental da Bíblia Sagrada, que não tece 
argumentos para firmá-la ou comprová-la, os textos bíblicos trabalham de 
forma que todos estejam certos de que Deus exista. Portanto, nossa fé se 
baseia, principalmente, que a realidade de Deus se encontra na Bíblia 
Sagrada. 
 
Alguns afirmam que Deus não existe e dizem: "é necessário que sua existência 
seja cientificamente comprovada, então poderemos crer". Esse argumento não 
é legítimo, pois falha em relação à capacidade do homem em possuir 
ferramentas apropriadas para conhecer Deus. Podemos exemplificar: enquanto 
a humanidade desconhecia o mecanismo da Lei da gravidade, isso jamais a 
invalidou na prática. A ignorância não anula a realidade. 
A Bíblia não apresenta argumentos ou evidências para a existência de Deus. 
Ela já parte do princípio de que Ele existe “No princípio criou Deus os céus e a 
terra” (Gen. 1:1). A Bíblia em si traz o registro da ação de Deus na vida de 
vários indivíduos e do seu povo, coletivamente. As Escrituras também afirmam 
que crer na existência de Deus é condição essencial para agradá-lo (Heb 11:6). 
O Salmo 19 nos diz que a natureza é uma prova da existência de Deus (Slms. 
19:1-4). O apóstolo Paulo, em Romanos 1:19-20, está de acordo com a mesma 
afirmação do Salmo 19 e diz ainda, a respeito dos incrédulos, que “tais homens 
são indesculpáveis”. 
Berckhof diz algo muito importante quanto a existência de Deus 
Há boas razões para começar com a Doutrina de Deus, se 
partirmos da admissão que a Teologia é o conhecimento 
sistematizado de Deus de quem, por meio de quem, e para 
quem são todas as coisas. Em vez de surpreender-nos de 
que a dogmática comece com a Doutrina de Deus, bem 
poderíamos esperar que seja completamente um estudo de 
Deus, em todas as suas ramificações, do começo ao fim. 
Como uma questão de fato, é isto exatamente o que se 
pretende que seja, embora somente o primeiro locus ou 
capítulo teológico trate diretamente de Deus, enquanto que 
as partes ou loci subsequentes tratam dele de maneira 
mais indireta. Iniciamos o estudo de teologia com duas 
pressuposições a saber: (1) Que Deus existe; (2) Que Ele 
se revelou em Sua Palavra divina. E por esta razão não 
nos é impossível começar com o estudo de Deus. 
Podemos dirigir-nos a Sua revelação para aprender o que 
Ele revelou a respeito de Si mesmo e a respeito de Sua 
relação para com as Suas criaturas. 
 
No desejo de se provar a existência de Deus, estudiosos elaboraram alguns 
argumentos. Embora saibamos que esses argumentos não provem 
definitivamente a existência de Deus, podem, apesar disso, ser considerados 
como provas cooperadoras. São eles 
 
1. A Prova Cosmológica 
O argumento cosmológico origina-se da lei da causa e efeito. Todas as coisas 
têm uma causa. Isso pode ser considerado uma lei universal. Portanto também 
o universo, o cosmos como conjunto orgânico, precisa ter uma causa. Essa 
causa do universo como um todo é a causa última ou final, Deus. 
2. Argumento Teleológico: 
Analogia do Relojoeiro, de William Paley. “Todo relógio tem um relojoeiro”. 
Todo projeto tem um projetista. No universo existe muita complexidade e 
organização para ter sido produzido pelo acaso. O acaso não produz nada 
organizado. Se há organização, há inteligência e vontade. 
 
 
3. Argumento Moral: 
Existe, no ser humano, uma idéia inata sobre o que é certo e errado. Há uma 
lei moral “gravada” no coração do homem (Rom. 2.12-15). Se há uma lei moral, 
logo, há um Legislador Moral (Deus). 
4. Argumento Ontológico 
Uma crença universal intuitiva entre os homens deve ser verdadeira. A crença 
que há um deus é intuitiva e universal entre os homens. A crença que há um 
deus deve ser verdadeira. 
Ao avaliar estes argumentos racionais, deve-se assinalar antes de tudo que os 
crentes não precisam deles. Sua convicção a respeito da existência de Deus 
não depende deles, mas, sim, da confiante aceitação da auto-revelação de 
Deus na Escritura. Eles são importantes como interpretações da revelação 
geral de Deus e como elementos que demonstram o caráter razoável da fé em 
um ser divino. Além disso. Podem prestar algum serviço na confrontação com 
os adversários. Embora não provem a existência de Deus além da 
possibilidade de dúvida e a ponto de obrigar o assentimento, podem ser 
elaborados de maneira que estabeleçam uma forte probabilidade e, por isso, 
poderão silenciar muitos incrédulos. 
Wayne Grudem diz muito acertadamente que: 
“Dependemos de Deus para remover a 
cegueira e a irracionalidade provocada 
pelo pecado, possibilitando assim que 
avaliemos corretamente as evidências, 
creiamos no que dizem as Escrituras e 
venhamos a ter a fé salvadora em 
Cristo.” 
 
 
O CONHECIMENTO DE DEUS 
Para conhecer a Deus é de algum modo necessário para ele se revelar a nós. 
Mesmo quando se fala sobre a revelação de Deus que vem através da 
natureza, Paulo diz que o que se pode conhecer de Deus é clara para o 
homem "para ele mesmo revelou "(Rm 1:19). A criação natural revela Deus 
porque ele escolheu para revelar isso. Em relação ao conhecimento pessoal de 
Deus vem a salvação, esta ideia é ainda mais explícito. Jesus diz: "Ninguém 
conhece o Filho senão o Pai, e ninguém sabe o Pai senão o Filho e aquele a 
quem o Filho o quiser revelar "(Mt 11, 27). Este tipo conhecimento de Deus não 
é por esforço ou sabedoria humana, e “Deus em Seu conselho sábio, decidiu 
que o mundo pela sua sabedoria conhecia humano " (1 Co 1:21, cf 1 Co 2:14; 2 
Co 4:3-4, Jo 1:18). 
A necessidade de Deus para revelar-se a nós é o fato de 
pecadores malha interpretar a revelação de Deus é na natureza. 
Aqueles que "por sua maldade suprimir a verdade" são aqueles que "se perdeu 
em suas especulações inúteis, eo seu coração insensato se obscureceu.... 
Mudouverdade de Deus pela mentira "(Rm 1, 18, 21, 25). Portanto, precisamos 
Bíblia para interpretar corretamente a revelação natural. Centenas de religiões 
falsa no mundo são evidências do caminho dos pecadores, sem 
direção da Bíblia, sempre entendem mal e distorcem a revelação de Deus 
que é encontrado na natureza. Mas somente a Bíblia nos diz como entender o 
testemunho de Deus na natureza. Portanto, contamos com uma comunicação 
ativa de Deus para nós na Bíblia a um verdadeiro conhecimento de Deus. 
 
1. Nós nunca podemos compreender plenamente Deus. 
Porque Deus é infinito e nós somos finitos ou limitados, não podemos nunca 
compreender plenamente Deus. Neste sentido, é dito que Deus é 
incompreensível onde o termo é usado no sentido mais antigo e menos 
comum, "não se pode entender completamente." Não é verdade dizer que pode 
entender a Deus, mas é verdade que você não pode compreender plenamente. 
O Salmo 145 diz: "Grande é o Senhor e mui digno de louvor, a sua grandeza é 
insondável "(Salmo 145:3). A grandeza de Deus está além de qualquer busca 
ou descoberta; é muito grande para ser totalmente conhecida. Respeito a 
compreensão de Deus, Salmo 147 diz: "Exaltado é o nosso Senhor e seu 
grande poder: seu entendimento é infinito "(Salmo 147:5). Nós nunca podemos 
medir ou sabendo plena compreensão de Deus é muito grande para 
pode igualar ou compreender. Da mesma forma, a pensar que Deus sabe 
todos os seus caminhos, David diz: "Tal conhecimento é maravilhoso demais 
para mim; tão sublime que não posso compreendê-la "(Sl 139:6, cf. v. 17). 
Paul implica essa incompreensibilidade de Deus diz que "o Espírito 
pesquisa em todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus "e, em seguida, 
continua a dizer que" nenhum conhece as “coisas de Deus senão o Espírito de 
Deus" (1 Co 2: 10-12, RVR 1960). No final um longo relato sobre a história do 
grande plano divino de redenção, Paulo explode em louvor: "profundidade Que 
da riqueza da sabedoria e conhecimento de Deus! O que impenetráveis 
inescrutáveis os seus juízos e os seus caminhos! "(Rm 11, 33). 
Não só é verdade que nunca podemos compreender plenamente a Deus, 
também é verdade que nunca podemos compreender uma única coisa sobre 
Deus. Sua grandeza (Salmos 145:3), o seu entendimento (Sl 147:5), o 
conhecimento (Salmo 139:6), a riqueza, a sabedoria, julgamentos e as 
estradas (Ro 11:33), tudo está além de nossa capacidade de compreender 
completamente. 
2. No entanto, podemos conhecer a Deus verdadeiramente. 
Embora nós não possamos conhecer a Deus exaustivamente, podemos 
conhecer as coisas certas de Deus. Na verdade, tudo o que a Bíblia nos diz 
que Deus é verdadeiro. Verdadeiro que Deus é amor (1 Jo 4:8), Deus é luz (1 
Jo 1:5), Deus é espírito (Jo 4:24), Deus é justo (Romanos 3:26), e assim por 
diante. a Bíblia não fala assim. Várias passagens 
falam que conhecemos a Deus. Lemos as palavras de Deus 
Jeremias "Não se glorie o sábio na sua sabedoria nem o forte na sua força ou a 
riqueza de sua riqueza. Se alguém tem que se gabar, se gabar de conhecer e 
compreender Eu sou o Senhor, que eu sou a terra com amor, justiça e justiça, 
é o que eu escolher, diz o Senhor” (Jer 9:23-24). 
Aqui, Deus diz que a fonte de nossa alegria e senso de importância deve vir 
não nossas habilidades ou posses, mas o fato de que nós sabemos. 
Da mesma forma, por meio da oração ao Pai, Jesus podia dizer: "E esta é a 
vida eterna, que te conheçam a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a 
quem enviaste "Jo 17:3). “A promessa da nova aliança é que todos venham a 
conhecer a Deus “, do menor até o maior "(Hb 8:11), e a Primeira Epístola de 
João diz que "o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que saibamos 
o verdadeiro Deus "(1 Jo 5:20; ver também Gálatas 4:9, Filipenses 3: 10, 1 Jo 
2:3; 4.8). John poderia dizer, "eu escrevo para vocês, queridos filhos, porque 
eles cumpriram o Pai "(1 Jo 2:13). O fato de que conhecemos a Deus, de fato, 
é ainda demonstrada a perceber que a riqueza da vida cristã inclui uma relação 
com Deus. Como está implícito por estas passagens, temos um privilégio 
muito mais do que conhecimentos factuais simples sobre Deus. Falar 
com Deus na oração, e ele nos fala através da sua palavra. Temos comunhão 
com ele em sua presença, cantam seus louvores, e percebemos que ele 
pessoalmente habita entre nós e nos abençoe Gn 14:23). 
De fato, este relacionamento pessoal com Deus Pai, Deus Filho e Deus, o 
Santo pode dizer é a maior de todas as bênçãos da vida 
Cristã. 
 
QUEM É DEUS? 
Antes de darmos diversas boas definições de Deus, queremos levantar a 
questão sobre se Deus pode ser definido. Alguns dizem que Ele não pode ser 
definido, pois ao fazê-lo, assumimos conhecer tudo a Seu respeito. Mas 
respondemos como Smith: 
“Se, por definição, queremos dizer uma visão completa, de 
maneira que o assunto possa ser apropriadamente 
apreendido, para que possamos compreender e, por assim 
dizer, cobrir todos os aspectos, temos todos que dizer que 
não podemos dar uma definição de divindade. Neste 
sentido, definir Deus seria restringi-Lo. Mas a palavra 
definição é usada em outros sentidos” 
Assim, podemos dizer que Deus é um Ser e então indicar as maneiras em que 
Ele difere dos outros seres. 
➢ O Breve Catecismo de Westminster diz: “Deus é espírito, infinito, eterno, 
imutável, em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade, 
verdade”. 
➢ Martensen declara os elementos de sua definição de Deus assim: Deus é 
um Espírito (João 4: 24). Sendo um Espírito, Ele Se revela em primeiro 
lugar como “o Senhor”, porém não apenas “o Senhor que Se mantém 
distinto e separado do mundo”, mas “Amor” eterno que reconcilia o mundo 
Consigo mesmo (1 João 4: 16). 
➢ Miley diz: “Deus é um Ser pessoal eterno, de conhecimento, poder e 
bondade absolutos”. 
➢ H.B. Smith diz: “Deus é um Espírito, absoluto, pessoal e santo, infinito e 
eterno em seu ser e atributos, a razão e causa do universo”. 
➢ Strong diz: “Deus é o Espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas 
têm a sua fonte, apoio e fim”. 
 
 
1. DEUS É UM SER TRANSCENDENTE E IMANENTE 
Um importante par de ênfases que devemos preservar com toda certeza é a 
doutrina da imanência de Deus em sua criação e de sua transcendência em 
relação ela. Ambas as verdades são ensinadas na Escritura. Jeremias 23.24, 
por exemplo, destaca a presença de Deus em todas as partes do universo: 
“Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? - diz o 
SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? - diz o SENHOR”. 
Nesse mesmo contexto, entretanto, tanto a imanência como a transcendência 
aparecem juntas: “Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o SENHOR, e não 
também de longe?” (v. 23). Paulo disse aos filósofos no Areópago em Atenas: 
“... embora não esteja longe de cada um de nós. Pois nele vivemos, nos 
movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também 
somos descendência dele” (At 17. 27b,28, NVI). 
Por outro lado, lemos em Isaías 55.8,9 que os pensamentos e os 
caminhos de Deus transcendem os nossos: “Porque os meus pensamentos 
não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus 
caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a 
terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e 
os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos”. Em Isaías 
6.1-5, Deus é descrito sentado num trono, elevado e exaltado, e os serafins 
clamam: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos”. Isaías está bem 
consciente de sua impureza e indignidade. Mesmo aqui existe um testemunho 
da imanência de Deus, pois os serafins cantam: “toda a terra está cheia da sua 
glória” (v. 3). 
O significado da imanência é que Deus está presente e ativo dentro de 
sua criação e dentro da raça humana, mesmo naqueles membros que não 
crêem nele ou não lhe obedecem. Sua influênciaestá em toda parte. Ele age 
nos processos naturais e por meio deles. 
O significado da transcendência é que Deus não é uma mera qualidade 
da natureza ou da humanidade; ele não é simplesmente o mais elevado dos 
seres humanos. Ele não é limitado à nossa capacidade de compreendê-lo. Sua 
santidade e bondade vão muito além, infinitamente além das nossas, e isso 
também é verdade em relação a seu conhecimento e poder. 
É importante manter juntas essas duas doutrinas, mas nem sempre é fácil 
fazê-lo, pois há problemas em saber como entendê-las. A maneira tradicional 
de pensar na transcendência de Deus tem sido espacial quanto à natureza: 
Deus está no céu, muito acima do mundo. Essa é a figura encontrada na Bíblia, 
mas agora reconhecemos que “em cima” e “embaixo” não se aplicam de fato a 
um espírito, que não se localiza em algum ponto específico do universo. Além 
disso, com nosso entendimento da terra como uma esfera, “em cima” e 
“embaixo” não são termos significativos. Haveria outras imagens que poderiam 
ser usadas para transmitir correta mente a verdade da transcendência e 
imanência de Deus? 
Deus está presente e ativo dentro de sua criação, ainda assim ele 
também a transcende, pois ele é um tipo de ser totalmente diferente. Ele é 
divino. 
Não podemos nunca cair no erro de supervalorizar uma doutrina em 
detrimento da outra, ou estaremos sujeitos a heresias, como as que veremos 
no próximo ponto da apostila. Desta feita duas vertentes podem existir: 
1. Aquele que despreza a Transcendência – acaba por tomar uma atitude 
Panteísta, enfatizando excessivamente a presença de Deus ativamente 
na criação, acabando por espiritualizar por demais os acontecimentos. 
Sendo todos os acontecimentos fruto da intervenção direta de Deus, 
tornando o sobrenatural, natural; banalizando assim o milagre. 
2. Aquele que despreza a Imanência – acaba por tomar uma atitude 
Deísta, afirmando que Deus está distante demais de sua criação, nos 
deixando ao nosso bel prazer, sendo todos os acontecimentos fruto da 
vontade humana, somente. 
 
 
 
 Implicações da Imanência 
A imanência divina de grau limitado ensinada nas Escrituras envolve 
várias implicações: 
1. Deus não se limita a agir somente por meios de milagres, para 
cumprir seus objetivos. Embora seja bem óbvio que Deus está agindo quando 
seu povo ora e acontece uma cura milagrosa, é também ação de Deus quando, 
pela aplicação de conhecimentos e práticas medicinais. 
2. Deus pode usar pessoas e organizações que não sejam 
declaradamente cristãs. Nos tempos bíblicos, Deus não se limitava a atuar 
por intermédio da nação da aliança, Israel, ou por intermédio da igreja. Ele 
chegou a usar a Assíria, uma nação pagã, a fim de punir Israel. Ele é capaz de 
usar organizações seculares ou nominalmente cristãs. Mesmo os não-cristãos 
fazem algumas coisas genuinamente boas e louváveis. 
3. Devemos ter apreço por todas as coisas criadas por Deus. O 
mundo é de Deus, e Deus está presente e ativo no mundo. Embora o mundo 
tenha sido dado à humanidade para ser usado na satisfação de suas legítimas 
necessidades, ela não pode explorá-lo a seu bel prazer ou por cobiça. A 
doutrina da imanência divina tem, por conseguinte, uma aplicação ecológica. 
Também possui implicações no que se refere às nossas atitudes para com 
outras pessoas. Deus está genuinamente presente em todos. Portanto, 
ninguém deve ser desprezado ou tratado com desrespeito. 
4. Podemos obter algum conhecimento acerca de Deus por meio de 
sua criação. Toda criação veio à existência por intermédio de Deus e, além 
disso, Deus nela habita de modo ativo. Podemos, então, detectar indícios da 
personalidade de Deus observando o comportamento do universo criado. Por 
exemplo, parece que um padrão definido de lógica se aplica à criação. Existe 
nela uma ordem, uma regularidade. 
5. A imanência de Deus significa que há pontos em que o evangelho 
pode fazer contato com o descrente. Se Deus está de alguma forma 
presente e ativo em todo o mundo criado, está presente e ativo dentro de seres 
humanos que não lhe entregaram pessoalmente a vida. Assim, há pontos em 
que estarão sensíveis à verdade da mensagem do evangelho, aspectos em 
que já estão em contato com a obra de Deus. A evangelização tem por alvo 
encontrar esses pontos e dirigir a mensagem a eles. 
 Implicações da transcendência 
A doutrina da transcendência possui várias implicações que afetam 
nossas outras crenças e nossas práticas. 
1. Existe algo mais elevado que os seres humanos. O bem, a verdade 
e o valor não são determinados pelo fluxo inconstante deste mundo e pela 
opinião humana. Existe algo que, de cima, confere valor à humanidade. 
2. Deus nunca pode ser completamente determinado pelos conceitos 
humanos. Isso significa que todas as nossas ideias doutrinárias, por mais que 
sejam úteis e corretas em sua base, não podem explicar plenamente a 
natureza de Deus. Ele não é limitado pela compreensão que temos dele. 
3. Nossa salvação não é conquista nossa. Não somos capazes de nos 
elevar ao nível de Deus, preenchendo os padrões dele para nós. Mesmo que 
fôssemos capazes de fazê-lo, ainda não seria conquista nossa. O próprio fato 
de sabermos o que ele espera de nós é um fruto de sua autorrevelação, não de 
descoberta nossa. Mesmo à parte do problema complementar do pecado, 
portanto a comunhão com Deus é estritamente unia questão de uma dádiva 
sua para nós. 
4. Sempre haverá uma diferença entre Deus e os seres humanos. O 
abismo entre nós não é apenas uma disparidade moral e espiritual que se 
originou com a queda. É metafísica, tendo raízes em nossa criação. Mesmo 
depois de redimidos e glorificados, ainda seremos criaturas humanas. Nunca 
nos tomaremos Deus. 
5. A reverência é adequada em nosso relacionamento com Deus. 
Algumas adorações, salientando legitimamente a alegria e a confiança que o 
crente tem no relacionamento com um Pai Celeste amoroso, passam desse 
ponto e chegam a uma familiaridade excessiva, tratando-o como igual ou, 
ainda pior, como um servo. Se compreendermos, no entanto, o fato da 
transcendência divina, isso não acontecerá. Embora a expressão de 
entusiasmo até, talvez, exuberante tenha seu lugar e seja necessária, ela 
nunca deve nos levar à perda do respeito. Nossas orações também serão 
caracterizadas pela reverência. Em vez de fazer exigências, oraremos como 
Jesus: “Não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”. 
6. Buscaremos a obra genuinamente transcendente de Deus. Desse 
modo, não esperaremos que aconteça apenas o que pode ser realizado por 
meios naturais. Mesmo usando todas as técnicas disponíveis da aprendizagem 
moderna para cumprir as metas divinas, nunca cessaremos de depender de 
sua obra. Nunca negligenciaremos a oração, pedindo sua orientação e 
intervenção especial. 
Assim como na questão da imanência de Deus, também no caso da 
transcendência precisamos cuidar contra os perigos da ênfase excessiva. Não 
buscaremos a Deus apenas no religioso ou devocional; também o buscaremos 
nos aspectos “seculares” da vida. Não buscaremos exclusivamente os 
milagres, mas também não os desconsideraremos. Alguns dos atributos 
divinos, tais como a santidade, a eternidade e a onipotência são expressões do 
caráter transcendente de Deus. Outros, como a onipresença, são expressões 
de imanência. Se todos esses aspectos da natureza de Deus receberem a 
ênfase e a atenção que a Bíblia lhes confere, o resultado será um 
entendimento plenamente harmonioso da pessoa de Deus. Embora Deus 
nunca seja totalmente compreendido por nós por estar muito além de nossas 
idéias e formas, ele está sempre ao nosso alcance quando nos voltamos para 
ele. 
 
2. DEUS É ESPIRITO 
A Bíblia não nos dá uma definição de Deus. O que mais se aproxima disso é a 
palavra dita por Jesus à mulher samaritana: “Deus é Espírito”, Jo 4.24. Trata-
se, ao menos, de uma declaração que visa a dizer-nos numa única palavrao 
que Deus é. O Senhor não diz meramente que Deus é um espírito, mas que 
Ele é Espírito. E devido a esta clara declaração, é simplesmente próprio discutir 
primeiro a espiritualidade de Deus. Pelo ensino da espiritualidade de Deus, a 
teologia salienta o fato de que Deus tem um Ser substancial exclusivamente 
Seu e distinto do mundo, e que este Ser substancial é imaterial, invisível, e sem 
composição nem extensão. A espiritualidade de Deus inclui o pensamento de 
que todas as qualidades que pertencem à perfeita ideia de Espírito se acham 
nele: que Ele é um Ser autoconsciente e autodeterminante. Desde que Ele é 
Espírito no sentido mais absoluto e mais puro da palavra, não há nele nenhuma 
composição de partes. A ideia de espiritualidade exclui necessariamente a 
atribuição de qualquer coisa semelhante a corporalidade a Deus e, assim, 
condena as fantasias de alguns antigos gnósticos e dos místicos que a Bíblia 
fala de mãos e pés, olhos e ouvidos, boca e narinas de Deus, mas, ao fazê-lo, 
está falando antropomórfica ou figuradamente daquele que, de longe, 
transcende o nosso conhecimento humano, e de quem só podemos falar aos 
gaguejos, à maneira dos homens. Atribuindo espiritualidade a Deus, podemos 
afirmar que Ele não tem nenhuma das propriedades pertencentes à matéria, e 
que os sentidos corporais não O podem discernir. Paulo fala dele como o “Rei 
eterno, imortal, invisível” (1 Tm 1.17), e como “o Rei dos reis e Senhor dos 
senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a 
quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder 
eterno. Amém”. (1 Tim 6. 15, 16). 
3. DEUS É UM SER PESSOAL 
Deus é vivo e pessoal (Js 3.10): O Deus que luta por Israel contra os seus 
inimigos é o Deus vivo e ativo. Sl 42.1-2: Somente o Deus vivo pode satisfazer 
a alma. A experiência de Deus não é uma experiência mística de um absoluto 
impessoal, mas é um relacionamento com o Deus vivo. João 6.57: A promessa 
da vida eterna só faz sentido no caso de Deus ser pessoal e vivo. A 
personalidade de Deus é vista nos demais atributos dEle: infinidade (Sl 90.2), 
santidade (1Pd 1.15-16), amor (1Jo 4.8,16), fidelidade (1Jo 1.9), justiça (Sl 
92.15),etc. 
A Escritura atesta a personalidade de Deus de diversas maneiras. A presença 
de Deus, como descrita pelos escritores do Velho e do Novo Testamentos, é 
uma, é uma presença claramente pessoal. E as representações 
antropomórficas (atribuição de formas humanas a Deus; pés, mãos, etc.) e 
antropopáticas (atribuição de sentimentos humanos a Deus; arrependimento, 
cólera etc.) de Deus na Escritura, embora devam ser interpretadas de modo 
que não militem contra a pura espiritualidade e santidade de Deus só pode 
justificar-se com o pressuposto de que o Ser a quem se aplicam é uma pessoa 
real, com atributos pessoais, muito embora sem limitações humanas. De capa 
a capa Deus é apresentado como um Deus pessoal, com quem os homens têm 
capacidade e permissão de conversar, em quem podem confiar, que os 
sustenta nas suas provações, e enche os seus corações da alegria da 
libertação e vitória. E finalmente, a mais alta revelação de Deus de que a Bíblia 
dá testemunho é uma revelação pessoal. Jesus Cristo revela o Pai de maneira 
tão perfeita que pôde dizer a Filipe: “Quem me vê a mim, vê o Pai”, Jo 14.9. 
4. DEUS É TRIUNO 
A doutrina da Trindade depende decisivamente da revelação. É verdade que a 
razão humana pode sugerir algumas ideias para consubstanciar a doutrina, e 
que os homens, fundada em bases puramente filosóficas, por vezes 
abandonaram a ideia de uma unidade nua e crua em Deus, e apresentaram a 
ideia do movimento vivo e de autodistinção. Também é verdade que a 
experiência cristã parece exigir algo parecido com esta construção da doutrina 
de Deus. Ao mesmo tempo, é uma doutrina que não teríamos conhecido, nem 
teríamos sido capazes de sustentar com algum grau de confiança, somente 
com base na experiência, e que foi trazida ao nosso conhecimento unicamente 
pela autorrevelação especial de Deus. Portanto, é de máxima importância 
reunir suas provas escriturística. 
a . Provas do Velho Testamento. Alguns dos primeiros pais da igreja, assim 
chamados, e mesmo alguns teólogos mais recentes, desconsiderando o 
caráter progressivo da revelação de Deus, opinaram que a doutrina da 
Trindade foi revelada completamente no Velho Testamento. Por outro lado, o 
socinianos e os arminianos eram de opinião que não há nada desta doutrina 
ali. Tanto aqueles como estes estavam enganados. O Velho Testamento não 
contém plena revelação da existência trinitária de Deus, mas contém várias 
indicações dela. É exatamente isto que se poderia esperar. A Bíblia nunca trata 
da doutrina da Trindade como uma verdade abstrata, mas revela a subsistência 
trinitária, em suas várias relações, como uma realidade viva, em certa medida 
em conexão com as obras da criação e da providência, mas particularmente 
em relação à obra de redenção. Sua revelação mais fundamental é revelação 
dada com fatos, antes que com palavras. E esta revelação vai tendo maior 
clareza, na medida em que a obra redentora de Deus é revelada mais 
claramente, como na encarnação do Filho e no derramamento do Espírito. E 
quanto mais a gloriosa realidade da Trindade é exposta nos fatos da história, 
mais claras vão sendo as afirmações da doutrina. Deve-se a mais completa 
revelação da Trindade no Novo Testamento ao fato de que o Verbo se fez 
carne, e que o Espírito Santo fez da igreja Sua habitação. 
Têm-se visto, por vezes, provas da Trindade na distinção entre Jeová e Elohim, 
e também no Plural Elohim, mas a primeira não tem nenhum fundamento, e a 
última é, para dizer o mínimo, duvidosa, embora ainda defendida por 
Rottenberg, em sua obra sobre De Triniteit in Israels Godsbegrip. É muito mais 
plausível entender que as passagens em que Deus fala de Si mesmo no plural, 
Gn 1.26; 11.7, contêm uma indicação de distinções pessoais em Deus, 
conquanto não surgiram uma triplicidade, mas apenas uma pluralidade de 
pessoas. Indicações mais claras dessas distinções pessoais acham-se nas 
passagens que se referem ao Anjo de Jeová que, por um lado, é identificado 
com Jeová e, por outro, distingue-se dele. Ver Gn 16.7-13; 18.1.21; 19.1-28; Ml 
3.1. E também nas passagens em que a Palavra e a Sabedoria de Deus são 
personificadas, Sl 33.4, 6; Pv 8.12-31. Em alguns casos mencionam-se mais de 
uma pessoa, Sl 33.6; 45.6, 7 (com. Hb 1.8,9), e noutros quem fala é Deus, que 
menciona o Messias e o Espírito, ou quem fala é o Messias, que menciona 
Deus e o Espírito, Is 48.16; 61.1; 63. 9,10. Assim, o Velho Testamento contém 
clara antecipação da revelação mais completa da Trindade no Novo 
Testamento. 
b. Provas do Novo Testamento. O Novo Testamento traz consigo uma 
revelação mais clara das distinções da Divindade. Se no Velho Testamento 
Jeová é apresentado como o Redentor e Salvador do Seu povo, Jó 19.25; Sl 
19.14; 78.35; 106.21; Is 41.14; 43.3, 11, 14; 47.4; 49.7, 26; 60.16; Jr 14.3; 
50.14; Os 13.3, no Novo Testamento e o Filho de Deus distingue-se nessa 
capacidade, Mt 1.21; Lc 1.76-79; 2.17; Jo 4,42; At 5.3; Gl 3.13; 4.5; Fl 3.30; Tt 
2.13, 14. E se no Velho Testamento é Jeová que habita em Israel e nos 
corações dos que O temem, Sl 74.2; 135.21; Is 8.18; 57.15; Ez 43.7-9; Jl 3.17, 
21; Zc 2.10, 11, no Novo testamento é o Espírito Santo que habita na igreja, At 
2.4; Rm 8.9, 11; 1 Co 3.16; Gl 4.6; Ef 2.22; Tg 4.5 O Novo Testamento oferece 
clara revelação de Deus enviando Seu filho ao mundo, Jo 3.16; Gl 4.4; Hb 1.6; 
1 Jo 4.9; e do pai e Filho enviando o Espírito, Jo 14.26; 15.26; 16.7; Gl 4.6. 
Vemos o pai dirigindo-se ao Filho, Mc 1.11; Lc 3.22, o Filho comunicando-se 
com o Pai, Mt 11.25, 26; 26.39; Jo 11.41; 12.27, 28, e o Espírito Santo orando 
a Deus nos corações dos crentes, Rm 8.26. Assim, as pessoas da Trindade, 
separadas, são expostas com clareza às nossas mentes.No batismo do Filho, 
o pai fala, ouvindo-se do céu a Sua voz, e o Espírito Santo desce na forma de 
pomba, Mt 3.16, 17. Na grande comissão Jesus menciona as três pessoas: 
“batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, Mt 28.19. 
Também são mencionadas juntamente em 1 Co 12. 4-6; 2 Co 13.13; e 1 Pe 
1.2. A única passagem que fala de tri-unidade é 1. Jo 5.7, mas sua genuinidade 
é duvidosa, razão pela qual foi eliminada das mais recentes edições críticas do 
Novo Testamento. 
 
TRÊS DECLARAÇÕES QUE RESUMEM O ENSINO BÍLICO 
 
Em certo sentido a doutrina da trindade é um mistério que jamais seremos 
capazes de entender plenamente. Podemos, todavia, compreender parte de 
sua verdade resumindo o ensinamento da Escrituras em três declarações: 
 
1. Deus é três pessoas. 
 
2. Cada pessoa é plenamente Deus. 
 
3. Há só um Deus 
 
A seção seguinte desenvolverá mais detalhadamente cada uma dessas 
declarações. 
 
 
1. Deus é três pessoas. 
 
O fato de ser Deus três pessoas significam que o Pai não é o Filho; são 
pessoas distintas. Significa também que o Pai não é o Espírito Santo, mas são 
pessoas distintas. E significa que o Filho não é o Espírito Santo. Essas 
distinções se mostram em várias das passagens citadas na seção anterior, 
bem como em muitas outras passagens do Novo Testamento. 
 
Jo 1.1-2 nos diz: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o 
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.". O fato de o "Verbo" (que 
se revela Cristo nos v. 9-18) estar "com" Deus prova que ele é distinto de Deus 
Pai. Em João17.24, Jesus fala a Deus Pai da "minha glória que me conferiste, 
porque me amaste antes da fundação do mundo", revelando assim distinção de 
pessoas, compartilhamento de glória e uma relação de amor entre o Pai e o 
Filho antes que o mundo fosse criado. 
 
Lemos que Jesus continua agindo como nosso Sumo Sacerdote e Advogado 
perante Deus Pai: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não 
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus 
Cristo, o justo." (1 Jo 2.1). Cristo é aquele que "pode também salvar 
perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para 
interceder por eles."(Hb 7.25). Porém, a fim de interceder por nós perante Deus 
Pai, é necessário que Cristo seja uma pessoa distinta do Pai. 
 
Além disso, o Pai não é o Espírito, tampouco o Filho é o Espírito Santo. 
Distinguem-se em vários versículos. Diz Jesus: "Mas aquele Consolador, o 
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as 
coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26). O Espírito 
Santo também ora ou "intercede" por nós (Rm 8.27), indicando uma distinção 
entre o Espírito Santo e Deus Pai, a quem se faz a intercessão. 
 
Finalmente, o fato de o Filho não ser o espírito Santo também está indicado em 
várias passagens trinitárias mencionadas anteriormente, como a Grande 
Comissão (Mt 28.19), e em passagens que indicam que Cristo voltou ao céu e 
então enviou o Espírito Santo à igreja. Disse Jesus: "Todavia digo-vos a 
verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não 
virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei." (Jo 16.7). 
 
Alguns já questionaram se o espírito Santo é de fato uma pessoa distinta, e 
não simplesmente o "poder" ou a "força" de Deus em ação no mundo. Mas as 
evidências do Novo Testamento são bem claras e fortes. Primeiro há os 
diversos versículos mencionados acima, em que o Espírito Santo é revelado 
em coordenada relação com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 12.4-6; 2 Co 
13.13ou14; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2): como o Pai e o Filho são ambas pessoas, a 
expressão coordenada indica fortemente que o Espírito Santo também é uma 
pessoa. Depois há trechos em que o pronome masculino ele (gr. ekeinos) se 
refere ao Espírito Santo (Jp 14.26; 15.26; 16.13-14), o que não seria de esperar 
em face das regras da gramática grega, pois a palavra "espírito"(gr. pneuma) é 
neutra, não masculina, e a ela normalmente se alude com o pronome neutro 
ekeino. Além do mais, o nome consolador ou confortador (gr. parakeltos) é um 
termo comumente usados para falar de uma pessoa que ajuda ou dá consolo 
ou conselho a outra pessoa ou pessoas, mas se refere ao Espírito Santo no 
evangelho de João (Jo 14.16, 26; 15.23; 16.7). 
 
Outras atividades pessoais são atribuídas ao Espírito Santo, como ensinar (Jo 
14.26), dar testemunho (Jo 15.26; Rm 8.16), interceder ou orar em nome de 
outros (Rm 8.26-27), sondar as profundezas de Deus (1 Co 2.10), conhecer os 
pensamentos de Deus (2 Co 2.11), decidir conceder dons para alguns, e outros 
para outros (1 Co 12.11), proibir ou não permitir determinadas atividades (At 
16.6-7), falar (At 8.29; 13.2; e muitas vezes no Antigo como no Novo 
Testamento), avaliar e aprovar um proceder sábio (At15.28) e se entristecer 
diante do pecado dos cristãos (Ef 4.30). 
 
Por fim, se o Espírito Santo é interpretado meramente como o poder de Deus, 
e não como pessoa distinta, então várias passagens simplesmente não fariam 
sentido, pois nelas se mencionam tanto o Espírito Santo quanto o seu poder, 
ou o poder de Deus. Por exemplo, Lucas 4.14 ("Então, Jesus, no poder, 
regressou para Galiléia") significaria então "Jesus, no poder do poder, 
regressou para a Galileia". E atos 10.38 ("Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o 
Espírito Santo e com poder") significaria "Deus ungiu a Jesus com o poder de 
Deus e com poder" (ver também Rm 15.13; 1 Co 2.4). 
 
Embora tantas passagens distingam claramente o Espírito Santo dos outros 
membros da Trindade, 2 Coríntios 3.17 se revela um versículo desconcertante: 
"Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.". 
Os interpretes muitas vezes supõem que "Senhor" aqui só pode ser Cristo, pois 
Paulo usa frequentemente "Senhor" para referir a Cristo. Mas provavelmente 
não é esse o caso aqui, pois a gramática e o contexto nos fornecem bons 
argumentos para dizer que esse versículo tem melhor tradução com o Espírito 
Santo o sujeito: "Ora, o Espírito é o Senhor ...". Nesse caso, Paulo estaria 
dizendo que o Espírito Santo é também "Jave" (ou "Jeová), o Senhor do Antigo 
Testamento (repare o claro pano de fundo do Antigo Testamento que se revela 
nesse contexto, a partir do v. 7). Teologicamente, isso seria aceitável, pois sem 
dúvida se pode dizer qua assem como Deus Pai é "Senhor" e Deus Filho é 
"Senhor" (no pleno sentido de "Senhor" no Antigo Testamento como nome de 
Deus), também o Espírito Santo é chamado "Senhor" no Antigo Testamento - e 
é o Espírito Santo que nos manifesta especialmente a presença do Senhor na 
era da nova aliança. 
 
2. Cada pessoa é plenamente Deus. 
 
Além do fato de serem as três pessoas distintas as Escrituras dão farto 
testemunho de cada pessoa é plenamente Deus. 
 
Primeiro, Deus Pai é claramente Deus. Isso se evidencia desde o primeiro 
versículo da Bíblia no qual Deus cria o céu e a terra. É evidente em todo o 
Antigo e Novo Testamento, no quais Deus Pai é retratado nitidamente como 
Senhor soberano de tudo e onde Jesus orar ao seu Pai Celeste. 
 
Também, o Filho é plenamente Deus. Embora esse ponto seja desenvolvido 
com mais por menores no capítulo 26 [da Teologia Sistemática deste autor, 
donde tiramos este estudo] ("A Pessoa de Cristo"), podemos aqui mencionar 
de passagem vários trechos explícitos. João 1.1-4 afirma claramente a plena 
divindade de Cristo: 
 
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele 
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele 
nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 
 
Aqui, Cristo é o "Verbo", e João diz que ele estava "com Deus" e também que 
ele "era Deus". O texto grego repete as palavras iniciais de Gênesis 1.1 ("No 
princípio...") e nos lembra de que João está falando de algo que já era verdadeantes que o mundo fosse criado. Deus Filho sempre foi plenamente Deus. 
 
A tradução "o Verbo era Deus" foi contestada pelas testemunhas-de-jeová, que 
vertem "o Verbo era um deus", implicando que o Verbo era simplesmente um 
ser celestial, mas não plenamente divino. Eles justificam essa tradução 
salientando que o artigo definido (gr. ho, "o") não aparece antes da palavra 
grega theos ("Deus). Dizendo que theos deve ser traduzido como "um deus". 
Porém, tal interpretação nunca foi acatada por nenhum estudioso grego de 
lugar algum, pois é sabido que a frase segue uma regra normal da gramática 
grega, e ausência do artigo definido indica meramente que "Deus" é o 
predicado, e não o sujeito da frase. (Uma publicação recente das testemunhas-
de-jeová reconhece hoje esse relevante gramatical, mas assim mesmo persiste 
na sua posição a respeito de João 1.1). 
 
A incoerência da posição das testemunhas-de-jeová pode ser vista na tradução 
que dão ao restante do capítulo. Por diversas outras razões gramaticais, a 
palavra theos também dispensa o artigo definido em outros pontos do capítulo, 
como no versículo 6 (Houve um homem enviado por Deus"), no versículo 12 
("poder de serem feitos filhos de Deus"), no versículo 13 ("mas de Deus") e no 
versículo 18 ("Ninguém jamais viu a Deus"). Se as testemunhas-de-jeová 
fossem coerentes no seu argumento sobre a ausências do artigo definido, 
teriam de traduzir todos esses versículos com a expressão "um deus”, mas 
usaram "Deus" em todos eles. 
 
João 20.28, no seu contexto, também é uma sólida prova em favor da 
divindade de Cristo. Tomé duvidava dos relatos dos outros discípulos, de que 
haviam visto Jesus ressuscitado, e disse que não acreditaria se não visse as 
marcas dos cravos nas mãos de Jesus e não lhe tocasse com a mão na ferida 
do lado (jo 20.25). Então Jesus apareceu novamente aos discípulos, estando 
agora Tomé com eles. Disse a Tomé: "Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; 
chega também a mão e põe no me lado; não seja incrédulo, mas crente"" (Jo 
20.28). Aqui Tomé chama Jesus de "Deus meu". A narrativa mostra que tanto 
João no modo com escreveu o seu evangelho quanto o próprio Jesus aprovam 
o que Tomé disse e incentivam todos os que ouvirem falar de Tomé a crer nas 
mesmas coisas em que Tomé creu. Jesus imediatamente disse a Tomé: 
"Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram" (Jo 
20.29). Quanto a João, esse é o momento dramático mais forte do evangelho, 
pois ele logo a seguir diz ao leitor - já no versículo seguinte - que esta é a razão 
pela qual ele o escreveu: 
 
"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros 
sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para 
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais 
vida em seu nome. "(Jo 20.30-31) 
Jesus fala daqueles que, mesmo sem o ver crerão, e João logo diz ao leitor 
que ele registrou os acontecimentos no evangelho para que todos também 
creiam assim, imitando Tomé na sua confissão de fé. Em outras palavras, todo 
o evangelho foi escrito para convencer as pessoas a imitar Tomé, que 
sinceramente chamou Jesus de "Senhor meu e Deus meu". Como esse é o 
motivo exposto por João como propósito do seu evangelho, a afirmação se 
reveste de autoridade. 
 
Outras passagens afirmam a plena divindade de Jesus, como Hebreus 1, onde 
diz que Cristo é a "expressão exata" (gr. charakter, "reprodução exata") da 
natureza ou ser (gr.hypostasis) de Deus - significando que Deus Filho 
reproduzia o ser ou a natureza de Deus Pai em todos os aspectos: todos os 
atributos ou poderes que Deus Pai tem, Deus Filho também os tem. O autor 
ainda se refere ao Filho como "Deus" no versículo 8 ("Mas acerca do Filho: O 
teu trono, ó Deus, é para todo o sempre") e atribui a criação dos céus a Cristo 
ao dizer dele: "No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os 
céus são obras das tuas mãos" (Hb 1.10; citando Sl 102.25). Tito 2.13 refere-se 
ao "nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" e 2 Pedro 1.1 fala da "justiça 
de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo". Romanos 9.5, falando do povo judeu, 
diz: "Deles são os patriarcas, e a partir deles se traça a linhagem humana de 
Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito para sempre! Amém" (NVI). 
 
No Antigo Testamento, Isaías 9.6 profetiza: 
 
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre 
os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus 
Forte ... 
 
Aplicando a Cristo, essa profecia refere-se a ele como "Deus Forte". Observe 
aplicação semelhante dos títulos "Senhor" e "Deus" nas profecias da vinda do 
Messias em Isaías 40.3: "Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo 
vereda a nosso Deus", citada por João Batista na preparação para vinda de 
Cristo em Mateus 3.3. 
 
Muitas outras passagens serão discutidas nos capítulos 26, [da Teologia 
Sistemática deste autor], abaixo, mas essas já devem ser suficientes para 
demonstrar que o Novo Testamento claramente se refere a Cristo como Deus 
pleno. Como diz Paulo em Colossenses 2.9, "Porquanto, nele, habita, 
corporalmente, toda a plenitude da Divindade." 
 
Além disso, O Espírito Santo é também plenamente Deus. Uma vez que 
entendemos que Deus Pai e Deus Filho são plenamente Deus, então as 
expressões trinitárias em versículos com Mateus 28.19 ("batizando-os em 
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo") se revestem de relevância para a 
doutrina do Espírito Santo, pois mostram que o Espírito Santo está classificado 
no mesmo nível do Pai e do Filho. Isso se verifica quando percebemos quão 
impensável seria que Jesus dissesse algo como "batizando-os em nome do 
Pai, e do Filho, e do arcanjo Miguel", dando a um ser criado uma posição 
totalmente descabida, mesmo para um arcanjo. Os crentes de todas as épocas 
sempre foram batizados em nome (assumindo, portanto, o caráter) do próprio 
Deus. (Note também as outras passagens trinitárias mencionadas acima: 1 Co 
12.4-6; 2 Co 13.14; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2; Jd 20-21.) 
 
Em atos 5.3-4, Pedro pergunta a Ananias: "Por que encheu Satanás teu 
coração, para que mentisses ao Espírito Santo [...]? Não mentiste aos homens, 
mas a Deus". Segundo as palavras de Pedro, mentir ao Espírito Santo é mentir 
a Deus. Paulo diz em 1 Coríntios 3.16: "Não sabeis que sois santuário de Deus 
e que o Espírito de Deus habita em vós?" O templo de Deus é o local onde o 
próprio Deus habita, o que Paulo explica pelo fato de que o "Espírito de Deus" 
ali habita, aparentemente igualando o Espírito de Deus ao próprio Deus. 
 
Davi pergunta em Salmos 139.7-8: "Para onde me irei do teu Espírito, ou para 
onde fugirei da tua presença? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a 
minha cama, eis que tu ali estás também." Essa passagem atribui a 
características divina da onipresença ao Espírito Santo, algo que não se aplica 
a nenhuma das criaturas de Deus. Parece que Davi faz equivaler o Espírito de 
Deus à presença de Deus. Ausentar-se do Espírito de Deus é ausentar-se da 
sua presença, mas se não há lugar para onde Davi pode fugir do Espírito de 
Deus, então ele sabe que aonde quer que vá terá de dizer: "Tu estás aí". 
 
Paulo atribui a característica divina da onisciência ao Espírito Santo em 1 
Coríntios 2.10-11: "Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o 
Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, 
qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem 
que nele está? assim também as coisas de Deus [ou os pensamentos de 
Deus], ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.". 
 
Além disso, o ato de dar novo nascimento a todo aquele que nasce de novo é 
obra do Espírito Santo. Disse Jesus:"... quem não nascer da água e do Espírito 
não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é 
nascido do Espírito é espírito. Não teadmires de eu te dizer: importa-vos 
nascer de novo" (Jo 3.5-7). Mas o ato de dar nova vida espiritual às pessoas 
quando se tornam cristãs é algo que só Deus pode fazer (cf. 1 Jo 3.9, "nascido 
de Deus"). Essa passagem, portanto, dá nova indicação de que o Espírito 
Santo é plenamente Deus. 
 
Até aqui temos duas conclusões, ambas fartamente ensinadas em toda a 
Bíblia: 
 
1. Deus é três pessoas. 
 
2. Cada pessoa é plenamente Deus. 
 
Se a Bíblia ensinasse somente esses dois fatos, não haveria nenhuma 
dificuldade lógica em emparelhá-los, pois a solução óbvia seria que existem 
três Deuses. O Pai é plenamente Deus, o Filho é plenamente Deus e o Espírito 
santo é também plenamente Deus. Teríamos um sistema com três seres 
igualmente divinos. Tal crença se chamaria politeísmo - ou, mais 
especificamente, "triteísmo", ou crença em três Deuses. Mas isso passa bem 
longe do que ensina a Bíblia. 
 
 
3. Só há um Deus. 
 
As Escrituras deixam bem claro que só existe um único Deus. As três 
diferentes pessoas da Trindade são um não apenas em propósito e em 
concordância no que pensam, mas um em essência, um na sua natureza 
essencial. Em outras palavras, Deus é um só ser. Não existem três Deuses. Só 
existe um Deus. 
 
Uma das passagens mais conhecidas do Antigo Testamento é Deuteronômio 
6.4-5: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o 
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as 
tuas forças." 
 
Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em 
santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas? (Ex 15.11), 
 
a resposta obviamente é: "ninguém. Deus é único, e não há ninguém como ele 
nem pode haver ninguém como ele. De fato, Salomão ora "para que todos os 
povos da terra saibam que o Senhor é Deus, e que não há outro." (1 Rs 8.60). 
 
Quando Deus fala, repetidamente deixa claro que ele é o único Deus 
verdadeiro; a idéia de que existem três Deuses a adorar, e não um só, seria 
impensável diante de declarações tão veementes. Só Deus é o únicos Deus 
verdadeiro, e não há nenhum outro como ele. Quando ele fala, só ele fala - não 
fala como um Deus dentre três que devem ser adorados. Mas diz: 
 
Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, 
ainda que tu não me conheças; Para que se saiba desde a nascente do sol, e 
desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há 
outro. (Is 45.5-6). Do mesmo modo, ele convoca toda a terra a olhar para ele: 
Não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim. 
Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou 
Deus, e não há outro (Is 45.21-22; cf. 44.6-8). 
 
O Novo Testamento também afirma que só há um Deus. Escreva Paulo: 
"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus 
Cristo homem." (1 Tm 2.5). Paulo afirma que "Deus é um só" (Rm 3.30) e que 
"há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos" (1 
Co 8.6). Por fim, Tiago admite que até os demônios reconhecem que só há um 
Deus, ainda que essa aceitação intelectual do fato não seja suficiente para 
salvá-los: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o 
crêem, e estremecem." (Tg 2.19). Mas nitidamente Tiago afirma que "faz bem" 
quem crê que "Deus é um só". 
 
4. As soluções simplistas necessariamente negam um dos ensinamentos 
bíblicos. 
 
 
 
 
Agora temos três proposições, todas elas ensinadas nas Escrituras. 
 
1. Deus é três pessoas. 
 
2. Cada pessoa é plenamente Deus. 
 
3. Só há um Deus. 
 
Ao longo de toda a história da igreja houve tentativas de encontrar uma solução 
simples para doutrina da Trindade pela negação de uma ou outra dessas 
proposições. Caso se negue a primeira proposição [1. Deus é três pessoas.], 
então resta-nos simplesmente o fato de que cada uma das pessoas 
mencionadas nas Escrituras (Pai, Filho e Espírito Santo) é Deus, e há um só 
Deus. Mas se não precisamos dizer que são pessoas distintas, então há uma 
solução fácil: não passam de nomes diferentes para uma pessoa que age de 
modos diversos em situações distintas. Às vezes essa pessoa se chama Pai, 
às vezes se chama Filho, às vezes se chama Espírito. Não temos dificuldade 
para compreender isso, pois sabemos por experiência própria que a mesma 
pessoa pode agir em dada situação como advogado (por exemplo), noutra 
como pai dos seus filhos e noutra como filho diante dos seus pais; a mesma 
pessoa é advogado, pai e filho. Mas tal solução negaria o fato de que as três 
pessoas sejam indivíduos distintos, de que Deus Pai envia Deus Filho ao 
mundo, de que o Filho ora ao Pai e de que o Espírito santo intercede junto ao 
Pai por nós. 
 
Outra solução simples surge pela negação da segunda proposição [2. Cada 
pessoa é plenamente Deus.], ou seja, negar que algumas das pessoas 
mencionadas nas Escrituras são de fato plenamente Deus. Se simplesmente 
sustentamos que Deus é três pessoas e que só há um Deus, então podemos 
ser tentados a dizer que algumas dessas "pessoas" desse Deus único não são 
plenamente Deus, mas apenas partes subordinadas ou criadas de Deus. Essa 
solução seria adorada, por exemplo, por aqueles que negam a plena divindade 
do Filho (e do Espírito Santo). Mas, como vimos acima, essa solução teria de 
negar toda uma classe de ensinamentos bíblicos. 
 
Por fim, como já observamos acima, uma solução simples poderia vir pela 
negação da existência de um só Deus. Mas isso resultaria na crença em três 
Deus, algo claramente contrário às Escrituras. 
 
Embora o terceiro erro não seja comum, como veremos abaixo, cada um dos 
dois primeiros erros já apareceu num momento ou noutro da história da igreja, 
e ainda persiste hoje dentro de alguns grupos. 
 
5. Todas as analogias têm falhas. 
 
Se não podemos adotar nenhuma dessas soluções simplistas, então como 
juntar as três verdades bíblicas para assim sustentar a doutrina da Trindade? 
As pessoas já usaram várias analogias retiradas da natureza ou da experiência 
humana para tentar explicar essa doutrina. Embora tais analogia sejam úteis 
num nível elementar de compreensão, todas elas se revelam inadequadas ou 
ilusórias numa reflexão mais aprofundada. Dizer, por exemplo, que Deus é 
como um trevo de três folhas, que mesmo tendo três partes é apenas um trevo, 
não é satisfatório, pois cada folha apenas faz parte do trevo, e não se pode 
dizer que nenhuma das folhas é todo o trevo. Mas na Trindade, cada uma das 
pessoas não é apenas uma parte separada de Deus, mas plenamente Deus. 
Além disso, a folha de um trevo é impessoal e não tem, portanto, personalidade 
distinta e complexa como cada pessoa da Trindade. 
 
Outros já usaram a analogia das três partes de uma árvore: raiz, tronco e 
ramos constituem uma só arvore. Mas surge um problema semelhante, pois 
trata-se somente de partes de uma árvore, e não se pode dizer que nenhuma 
dessas partes é a árvore inteira. Além do mais, nessa analogia as partes têm 
propriedades distintas, diferentemente das pessoas da Trindade, que possuem 
todos os atributos de Deus em igual medida. E a ausência de personalidade 
em cada uma das partes é outra deficiência. 
 
A analogia das três formas de água (vapor, água e gelo) é também 
inadequada, porque: (a) nenhuma quantidade de água jamais é ao mesmo 
tempo todas as três formas, (b) as três formas têm propriedades ou 
características diferentes, (c) a analogia nada tem que corresponda ao fato de 
existir somente um Deus (mas existe algo como "uma só água" ou "toda a água 
do universo") e (d) falta o elemento da personalidade inteligente. 
 
Outras analogias foram derivadas da experiência humana. Poder-se-ia dizer 
que a Trindade é como um homem que é ao mesmo tempo fazendeiro, prefeito 
da sua cidade e presbítero da sua igreja. Ele desempenha papéis diferentes 
em momentos distintos, mas é um só homem. Porém, essaanalogia é bastante 
falha, pois só uma pessoa executa essas três atividades em momento 
diferentes, e o modalismo não contempla a relação pessoal entre os membros 
da Trindade. (Na verdade, essa analogia simples ensina a heresia chamada 
modalismo, discutida abaixo.) 
 
Outras analogias retiradas da vida humana é a união entre intelecto, emoções 
e vontade numa pessoa. Embora sejam componentes de uma personalidade, 
nenhum desses fatores constitui a pessoa inteira. E as partes não são de 
características idênticas, mas têm capacidades distintas. 
 
Então que analogia usaremos para explicar a Trindade? Embora a Bíblia use 
muitas analogias derivadas da natureza e da vida para nos ensinar aspectos 
diversos do caráter de Deus (Deus é como uma rocha na sua fidelidade, como 
um pastor no seu cuidado, etc.), é interessante notar que nenhum trecho das 
Escrituras se acha alguma analogia que explique a doutrina da Trindade. O 
mais próximo que chegamos de uma analogia se encontra nos próprios títulos 
"Pai" e "Filho", títulos que nitidamente dizem respeito a pessoas distintas e à 
íntima relação que existe entre os dois numa família. Mas no plano humano, 
logicamente, temos dois seres totalmente distintos, nenhum deles formado de 
três pessoas distintas. É melhor concluir que nenhuma analogia explica 
adequadamente a Trindase, que todas são ilusórias em aspectos importantes. 
 
6. Deus existe eterna e necessariamente como Trindade. 
 
Quando o universo foi criado, Deus Pai proferiu as potentes palavras criadoras 
que o gerarem; Deus Filho foi o agente divino que executou essas palavras (Jo 
1.3; 1 Co 8.6; Cl 1.16; Hb 1.2) e o Espírito de Deus "pairava por sobre as 
águas" (Gn 1.2). Então é como seria de esperar: se os três membros da 
Trindade são iguais e plenamente divinos, então todos eles existiram desde a 
eternidade, e Deus sempre existiu eternamente como Trindade (cf. também Jo 
17.5,24). Além disso, Deus não pode ser diferente do que é, pois é imutável. 
Portanto, parece correto concluir que Deus existe necessariamente como 
Trindade - não pode ser diferente do que é. 
 
A importância da doutrina da Trindade 
Por que a igreja estava tão preocupada com a doutrina da Trindade? Será que 
ela é realmente essencial para sustentar a plena divindade do Filho e do 
Espírito Santo? Sim, pois seu ensino tem implicações para o coração da fé 
cristã. 
Primeira, a expiação está em jogo aqui. Se Jesus fosse meramente um ser 
criado, e não plenamente Deus, então é difícil ver como ele, uma criatura, 
poderia suportar plenamente a ira de Deus devida por todos os nossos 
pecados. Poderia qualquer criatura, não importa quão grande ela fosse 
realmente salvar-nos? 
Segunda, a justificação somente pela fé é ameaçada se negamos a plena 
divindade do Filho. (Isso é visto hoje no ensino das testemunhas de Jeová, que 
não crêem na justificação somente pela fé.) Se Jesus não fosse plenamente 
Deus, seria correto duvidarmos de sua capacidade de salvar-nos e não 
confiaríamos nele completamente. Poderíamos na verdade depender 
plenamente de qualquer criatura para nossa salvação? 
Terceira, se Jesus não fosse o Deus infinito, nós oraríamos a ele ou o 
adoraríamos? Quem senão o infinito e onisciente Deus poderia ouvir e 
responder a todas as orações de todo o povo de Deus? E quem, além do 
próprio Deus, é digno de adoração? 
De fato, se Jesus fosse meramente uma criatura, não importa quão grande, 
seria idolatria adorá-lo - todavia, o NT ordena que o adoremos (Fp 2.9-11; Ap 
5.12-14). 
Quarta, se alguém ensina que Cristo é um ser criado, mas, ainda assim, 
alguém que nos salvou, tal ensino começa erroneamente a atribuir crédito pela 
salvação à criatura e não ao próprio Deus. De forma errônea, esse ensino 
exalta à criatura em lugar do Criador, algo que a Escritura nunca nos permite 
fazer. 
Quinta, a independência e a natureza pessoal de Deus estão em jogo: Se não 
há Trindade, então não houve relacionamento pessoal dentro do ser de Deus 
antes da criação, e, sem relacionamento pessoal, é difícil ver como Deus 
poderia ser genuinamente pessoal ou existir sem a necessidade de uma 
criação com quem pudesse relacionar-se. 
Sexta, a unidade do universo está em jogo: Se não há perfeita pluralidade e 
perfeita unidade no próprio Deus, então também não temos base alguma para 
pensar que possa haver qualquer unidade suprema entre os diversos 
elementos do universo. Claramente, na doutrina da Trindade, o coração da fé 
crista está em jogo. 
 
OS ATRIBUTOS DE DEUS 
 O que são Atributos? 
 Os atributos são “qualidades”, “propriedades”, “virtudes” ou “perfeições” 
de uma pessoa particular ou um ser. Como Deus é um ser, ele possui 
qualidades ou características que fazem com ele seja o que é. Os atributos não 
são alguma coisa acrescida a Deus, mas são qualidades essenciais dele. 
Berkhof define atributos como “as perfeições atribuídas ao Ser Divino nas 
Escrituras, ou as que são visivelmente exercidas por Ele nas obras da Criação, 
Providência e Redenção”. 
 Classificações dos Atributos de Deus 
Várias classificações têm sido sugeridas na história da teologia 
sistemática: 
1. Atributos Naturais e Morais - os naturais são atributos como auto-
existência, simplicidade e infinidade, que não dependem da vontade de Deus. 
Os morais são atributos como bondade, verdade, misericórdia, justiça e 
santidade, que caracterizam Deus corno um ser moral. 
A objeção a essa classificação é que todos os atributos são naturais em 
Deus e fazem parte de sua constituição. 
2. Atributos Absolutos e Relativos - os primeiros correspondem à 
essência de Deus considerado em si mesmo (auto-existência, imensidão, 
eternidade, etc.). ao passo que os atributos relativos correspondem à essência 
divina em relação à criação (onipresença, onisciência). 
A objeção contra essa classificação é que todas as qualidades de Deus 
têm de algum modo a ver com o mundo que ele criou, embora já existissem em 
Deus antes de o mundo ser criado. Todas fazem parte do ser de Deus. 
3. Atributos Imanentes (intransitivos) e Emanentes (transitivos) — os 
primeiros são os atributos que não se projetam nem operam fora da essência 
divina (imensidão, simplicidade eternidade, etc.); os segundos são aqueles que 
se irradiam e produzem efeitos externos a Deus (onipotência, benevolência, 
justiça, etc). 
A objeção contra essa classificação é que se alguns atributos fossem 
estritamente imanentes, o conhecimento dos mesmos seria totalmente 
impossível. 
4. Atributos Comunicáveis e Incomunicáveis - os últimos são aqueles 
que não encontram nenhuma analogia no ser humano, e tem a ver com o Ser 
Absoluto de Deus (auto-existência, imensidão, simplicidade etc.), apontando 
para Deus como o Deus escondido; os primeiros são os que encontram alguma 
ressonância nos seres humanos. Eles são transmitidos, em algum grau aos 
seres humanos, e têm a ver com o Ser Pessoal de Deus (amor, bondade, 
justiça, etc.), apontando para o Deus revelado, que se nos dá a conhecer mais 
facilmente. 
1. OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS 
1.1 ONIPOTÊNCIA 
 Deus é onipotente. (Gn 1.1;17.1;18.14;Ex 15.7;Is 40.12;Dn 3.17;Mt 
19.26;Ap 15.3;19.6) A onipotência de Deus significa duas coisas: (1) Sua 
liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com a sua natureza. 
Isto não significa que ele possa ou queira fazer alguma coisa contraria a sua 
natureza - por exemplo, mentir ou roubar. Isso não quer dizer, jamais, que 
Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. Por 
exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por 
não fazer assim até o final da história humana (ver 1Jo 5.19 nota). Em muitos 
casos, Deus limita o seu poder, quando o emprega através do seu povo (2Co 
12.7-10); em casos assim, o seu poder depende do nosso grau de entrega e de 
submissão a Ele (Ef 3.20).(2) Seu controle e sabedoria sobre tudo que existe 
ou que possaexistir. Toda a vida é sustentada por Deus (Hb 1.3;At 
17.25,28;Dn 5.23). 
 
 
1.2 ONIPRESENÇA 
 Deus é onipresente, isto é, o espaço material não o limita em ponto 
algum.(Gn 28.15,16;Dt 4.39;Js 2.11;Is 66.1;At 7.48,49 e Ef 1.23). No Antigo 
Testamento, as nações serviam a deuses regionais, ou nacionais, cujo poder 
limitava-se à localidade ou ritual. Na maioria dos casos, os devotos achavam 
que tais deidades tinham poder somente nos domínios habitados pelos povos. 
 Embora Deus esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar somente 
ao entrar em relação pessoal com o grupo ou com um indivíduo se diz que Ele 
habita com eles. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus 
está ali (Sl 139.7-12; cf. Jr 23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto 
fazemos. 
 
1.3 ONISCIÊNCIA 
 Deus é onisciente, porque conhece todas as coisas. (Gn 18.18;II Rs 
8.10;Jr 1.4-5;Dn 2.22;At 15.8;Rm 8.27;II Tm 2.19;I Jo 3.20). O conhecimento de 
Deus é perfeito, ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem 
aprender gradualmente - seu conhecimento do passado, do presente e do 
futuro é instantâneo. 
 Sendo Deus conhecedor de todas as coisas, ele sabe quem se perdera, 
mas a presciência de Deus sobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não 
obriga a escolher este ou aquele destino. Deus prevê sem intervir. Ele sabe 
todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não somente nosso 
procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1Sm 16.7; 1 Rs 
8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da presciência de Deus (Is 
42.9; At 2.23; 1Pe 1.2), significa que Ele conhece com precisão a condição de 
todas as coisas e de todos os acontecimentos exeqüíveis, reais, possíveis, 
futuros, passados ou predestinados (1Sm 23.10-13; Jr 38.17-20). A presciência 
de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente soberano 
para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo 
sua própria vontade e sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua 
própria presciência (ver Nm 14.11-20; 2Rs 20.1-7) 
1.4 INFINITUDE 
 Deus é infinito, isto é, não esta sujeito as limitações naturais e humanas. A 
sua infinitude é vista de duas maneiras: (1) Em relação ao espaço. A natureza 
da Divindade esta presente de modo igual em todo o espaço infinito e em todas 
as suas partes. Nenhuma parte existente esta separada da sua presença ou de 
sua energia, e nenhum ponto do espaço escapa a sua influencia. Mas , ao 
mesmo tempo, não devemos esquecer que existe um lugar especial onde sua 
presença e glória são reveladas duma maneira extraordinária; esse lugar é o 
céu. (2) Em relação ao tempo, Deus é eterno (Ex. 15.18;Dt 33.27;Jr 10.10 e Ap 
4.8-10). Ele existe desde a eternidade e existira por toda a eternidade, o 
passado, o presente e o futuro são todos como o presente à sua compreensão. 
Sendo eterno, Ele é imutável. 
1.5 ESPIRITUALIDADE 
 Deus é espirito (Jo 4.24). Deus é espirito com personalidade; ele pensa, 
sente e fala. Sendo espírito Deus não esta sujeito as limitações as quais estão 
sujeitos os seres dotados de corpo físico. 
 Ele não possuiu partes corporais nem está sujeito as paixões; sua pessoa 
não se compõe se nenhum elemento material. Portanto não pode ser visto com 
os olhos naturais nem apreendido pelos sentidos naturais. Isto não implica que 
Deus leve uma existência sombria e irreal. Deus é uma pessoa real mas de 
natureza tão infinita que não se pode aprende-lo pelo conhecimento humano 
nem tampouco descreve-lo em linguagem humana. 
1.5 IMUTABILIDADE 
 Deus é imutável, isto é, Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas 
perfeições e nos seus propósitos para a raça humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; 
Is 41.4; Ml 3.6; Hb 1.11,12; Tg 1.17). Isso não significa, porém, que Deus 
nunca altere seus propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, 
por exemplo, alterar suas decisões de castigo por causa do arrependimento 
sincero dos pecadores (Jn 3.6-10). Além disso, Ele é livre para atender as 
necessidades do ser humano e às orações do seu povo. Em vários casos a 
Bíblia fala de Deus mudando uma decisão como resultado das orações 
perseverantes dos justos ( Nm 14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8;) 
1.6 SOBERANIA 
 Deus é soberano, isto é, Ele tem o direito absoluto de governar suas 
criaturas e delas dispor como lhe apraz (Dn 4.35;Mt 20.15;Rm 9.21). Ele possui 
esse direito em virtude de sua infinita superioridade em sua posse absoluta de 
todas as coisas, e da absoluta dependência delas perante ele para que 
continue existindo. Desta maneira, tanto é insensatez, como transgressão, 
censurar os seus caminhos. 
1.7 UNIDADE 
 Deus é o único Deus (Êx 20.3;Dt 4.35;Is 44.6-8;I Tm 1.17). "Houve, Israel 
o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Este era um do fundamento da 
religião do Antigo Testamento, Haverá contradição entre este ensino da 
unidade de Deus e o ensino da trindade no Novo Testamento? É necessário 
distinguir entre duas qualidades de unidade, existe a unidade absoluta e a 
unidade composta. A expressão "Um homem" traz a idéia de unidade absoluta, 
por que se refere a uma só pessoa. Mas quando lemos que homem e mulher 
serão "Uma só carne" (Gn 2.24) essa é uma unidade composta, visto que se 
refere a união de duas pessoas. 
A qual classe de unidade se refere Deuteronômio 6.4 ? Pelo fato de a palavra 
"Nosso Deus" estar no plural (ELOHIM no hebraico) concluímos que se refere a 
unidade composta. A doutrina da trindade ensina a unidade de Deus como 
unidade composta, inclusive de três pessoas divinas unidas na essencial 
unidade eterna. 
 
 
1.8 ETERNIDADE 
 Deus não esta limitado pelo tempo. Os termos eterno, perpetuo e para 
sempre, são freqüentemente empregados pelos tradutores da Bíblia na 
tentativa de capitar o sentido das expressões hebraicas e gregas que colocam 
a Deus dentro da nossa realidade temporal e finita. Ele existia antes da criação: 
"Antes que os montes nascessem ou que Tu formaste a Terra e o mundo, sim 
de eternidade a eternidade, Tu és Deus" (Sl 90.2). 
1.9 INDEPENDÊNCIA 
 Deus é transcendente — Ele é diferente e independente da sua criação 
(Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9). Seu ser e sua existência são 
infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 
8.27; Is 66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e 
puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte 
da criação (ver 1Tm 6.16 nota). A transcendência de Deus não significa, 
porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Lv 26.11,12; 
Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16). 
2. ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS 
2.1 FIDELIDADE 
 Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras não 
falharão. Os deuses das religiões do oriente próximo eram volúveis e 
caprichosos. A grande cessão era o Deus de Israel. Ele é fiel na sua natureza e 
nas suas ações. A palavra hebraica (AMEN), "verdadeiramente, é derivada de 
uma das mais notáveis descrições do caráter de Deus, que reflete a sua 
certeza e fidedignidade. 
O senhor comprova a sua fidelidade ao cumprir as suas promessas (Dt 7.9;Js 
23.14 e Sl 89.2) 
 
 
2.2 BONDADE 
 Deus é bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual ele 
concede a vida e outras bênçãos as suas criaturas (Sl 25.8;Mt 5.45). Tudo 
quanto Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria 
natureza (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31) . Ele continua sendo bom para sua 
criação, ao sustenta-la, para o bem de todas as suas criaturas. Deus cuida até 
dos ímpios (Mt 5.45). Deus é bom principalmente para os seus, que o invocam 
em verdade (Sl 145.18-20). 
2.3 SANTIDADE 
 Deus é santo (Êx 15.11;Js 24.19;Is 6.3;I Pe 1.15,16 e Ap 15.3). A 
santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; Elenão pode pecar 
nem tolerar o pecado. O sentido original da palavra santo é separado. Deus 
está separado do homem no espaço - Ele esta no céu , o homem na Terra ; 
separa do homem quanto a natureza e caráter - Ele é perfeito, o homem é 
imperfeito; Ele é divino, o homem é humano; Ele é moralmente perfeito, o 
homem é pecaminoso. Somente Deus é santo em si mesmo , o povo, os 
edifícios e os objetos são descritos como santos porque Deus os fez santos e 
os tem santificado. Os homens santificam a Deus quando o honram e o 
reverenciam como divino (Nm 20.12 e Lv 10.3) . Quando o desonram, pela 
violação de seus mandamentos se diz que profanam seu nome. (Mt 6.9) 
2.4 JUSTIÇA 
 Deus é justo. Justiça é santidade em ação, a santidade de Deus é 
manifestada no tratar retamente com suas criaturas. A justiça é obediência a 
uma norma reta. Deus manifesta este atributo quando livra o inocente, condena 
o ímpio, quando perdoa o penitente (Sl 51.14), quando julga e castiga seu povo 
(Is 8.17), quando da vitória a causa dos seus servos fieis (Is 50.4-9). Deus não 
somente trata justamente como também requer justiça. Quando o homem peca 
Deus graciosamente justifica o penitente (Rm 4.5). 
 
2.5 VERACIDADE 
 "Deus não é homem para que minta" (Nm 23.19). Deus é perfeitamente 
fiel as suas promessas e aos seus mandamentos (Sl 33.4). Sua integridade 
moral é sua característica pessoal permanente (Sl 119.160). A veracidade 
estável e permanente do senhor é o meio através do qual somos santificados, 
porque a verdade proclamada tornou-se a verdade encarnada (Jo 1.14). Tudo 
quanto Deus nos revelou é a mais absoluta verdade. Tudo quanto ele fez até 
agora, no que se fere ao cumprimento de suas promessas, é a garantia 
definitiva de que ele cumprira tudo o que prometeu (Jo 14.6;T1.1). 
2.6 AMOR 
 Deus é amor. O amor é o atributo de Deus em razão do qual ele deseja 
relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem e, mui 
especialmente, com aqueles que foram santificados em caráter, feitos 
semelhantes a ele. O amor de Deus é altruísta pois abraça ao mundo inteiro, 
composto de humanidade pecadora (Jo 3.16;Rm 5.8). A manifestação principal 
desse seu amor foi a de enviar seu único filho, Jesus para morrer em lugar dos 
pecadores (I Jo 4.9,10). Alem disso, Deus tem amor paternal especial a 
aqueles que estão reconciliados com ele por meio de Jesus (Jo 16.27). 
2.7 MISERICÓRDIA 
 Deus é misericordioso. "A misericórdia de Deus é a divina bondade em 
ação com respeito as misérias de suas criaturas, bondade que se comove a 
favor deles, provendo o seu alivio, e , no caso de pecadores impenitentes, 
demonstrando paciência longânima" (Tt 3.5;Lm 3.22;Is 49.13). Experimentar a 
misericórdia de Deus significa ser preservado do castigo a que se faz jus. Deus 
é o juíz supremo que detém o poder para determinar, em última analise, a 
punição a quem merece. Quando ele nos perdoa do pecado e a culpa, 
experimentamos a sua misericórdia. A misericórdia de Deus manifestou-se de 
maneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo (Lc 1.78). 
 
2.8 SABEDORIA 
 A sabedoria (Hb. Hochnah) reúne o conhecimento da verdade com a 
experiência do cotidiano. A sabedoria como conhecimento pode capacitar a 
pessoa a encher sua mente com uma enorme quantidade de fatos, mas sem 
qualquer entendimento do seu significado ou aplicação. A verdadeira sabedoria 
porém orienta. 
 O conhecimento que Deus possuí da-lhe o discernimento de tudo quanto 
existe e o que poderá a vir existir. Tendo em vista o fato que Deus existe por si 
mesmo seus conhecimentos estão além de nossa simples imaginação; são 
ilimitados (Sl 147.5). Ele aplica com sabedoria o seu conhecimento. Todas as 
obras das suas mãos são feitas pela sua grande sabedoria (Sl 104.24), e assim 
Ele tirar e colocar reis, mudar o tempo e as estações, conforme lhe parecer 
bem (Dn 2.21) 
 Muito se pode dizer de um ser tão grande como Deus. Compreender a 
Deus em sua plenitude seria tão difícil como colocar o Oceano num copo, mas 
Ele tem revelado a si mesmo o suficiente para esgotar a nossa capacidade. 
 Depois de estudarmos os atributos de Deus, entendemos que Ele existe 
por si mesmo, pois não depende de nenhuma fonte originária para existir. Seu 
próprio nome Yahweh, declara: "Ele é e continuará sendo". Deus não depende 
de ninguém para aconselhá-lo ou para ensiná-lo. Ele não necessitou de outro 
ser para ajudá-lo na criação e na providência. 
 Agora que sabemos um pouco mais sobre a grandeza de Deus, resta-nós 
louvá-lo, agradecê-lo e nos momentos difíceis acreditarmos que Ele está 
cuidando de nós. 
 
 
 
 
DECRETO DE DEUS 
Por “Decreto de Deus” entendemos a luz da Escritura Sagrada que Deus 
determinou soberanamente, desde toda a eternidade, tudo quanto há de 
suceder, e executa a Sua soberana vontade em Sua criação toda, natural e 
espiritual, de conformidade com o Seu plano predeterminado. Isso está em 
plena harmonia com Paulo, quando ele diz que Deus “faz todas as cousas 
conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). Por essa razão. É 
simplesmente natural que, ao passar da discussão do Ser de Deus para a das 
obras de Deus, deve-se começar com um estudo dos decretos divinos. Este é 
o único método teológico apropriado. Uma discussão teológica das obras de 
Deus deve ter seu ponto de partida em Deus, tanto na obra de criação como na 
de redenção ou de recriação. É somente como provenientes de Deus e com 
Ele relacionadas que as obras de Deus são submetidas a consideração como 
parte da teologia. 
Nomes Bíblicos para os Decretos Divinos. 
Das obras puramente divinas de Deus (opera ad intra) devemos distinguir 
as que redundam diretamente nas criaturas (opera ad extra). Para evitarem 
mal-entendidos, alguns teólogos preferem falar em opera immanentia e opera 
exeuntia, e subdividem a primeira categoria em duas classes, opera 
immanentia per se, que são as opera personalia (geração, filiação, espiração), 
e as opera immanentia donec exeunt, que são as opera essentialia, isto é, as 
obras do Deus triúno, em distinção das obras de qualquer das pessoas da 
Divindade, mas imanentes em Deus até se concretizarem nas obras da 
criação, da providencia e da redenção. Os decretos divinos constituem esta 
classe de obras divinas. Não são descritas abstratamente na Escritura, mas 
são colocadas diante de nós em sua concretização histórica. A Escritura 
emprega diversos termos para o eterno decreto de Deus. 
1. TERMOS DO VELHO TESTAMENTO. Há alguns termos que acentuam 
o elemento intelectual do decreto, como ’etsah, de ’ya’ats, aconselhar, dar 
aviso, Jó 38.2; Is 14.26; 46.11; sod, de yasad, sentar-se junto para deliberação 
(nifal), Jr 23.18, 22; e mezimmah, de zamam, meditar, ter em mente, propor-se 
a, Jr 4.28; 51.12; Pv 30.32. Além destes, há termos que salientam o elemento 
volitivo, como chaphets, inclinação, vontade, beneplácito, Is 53.10; e ratson, 
agradar, deleitar-se, e, assim, denotar deleite, beneplácito, ou vontade 
soberana, Sl 51.19; Is 49.8. 
2. TERMOS DO NOVO TESTAMENTO. O Novo Testamento também 
contem certo número de vocábulos significativos. A palavra mais geral é boule, 
que designa o decreto em geral, indicando também o fato de que o propósito 
de Deus se baseia num conselho e deliberação, At 2.23; 4.28; Hb 6.17. Outra 
palavra um tanto geral é thelema que, quando aplicada ao conselho de Deus, 
dá ênfase ao elemento volitivo, e não ao elemento deliberativo, Ef 1.11. O 
vocábulo eudokia acentua mais particularmente a liberdade do propósito de 
Deus, e o prazer de que vem acompanhada, embora nem sempre esta idéia 
esteja presente, Mt 11.26; Lc 2.14; Ef 1.5, 9. Outras palavras são empregadas 
mais especificamente para designar aquela parte do decreto divino que 
pertence num sentido muito especial às criaturas morais de Deus, e é 
conhecida como predestinação. Estes termos serão considerados em conexãocom a discussão desse assunto. 
 A Natureza dos Decretos Divinos. 
Pode-se definir o decreto de Deus, com o Breve Catecismo de 
Westminster, como “o Seu eterno propósito, segundo o conselho da Sua 
vontade, pelo qual, para a Sua própria glória, Ele predestinou tudo o que 
acontece”. 
1. O DECRETO DIVINO É SOMENTE UM. Apesar de muitas vezes 
falarmos dos decretos de Deus no plural, em sua própria natureza o decreto é 
somente um único ato de Deus. Já o segure o fato de que a Bíblia fala dele 
como prothesis, um propósito ou conselho. Isto se segue também da natureza 
mesma de Deus. O Seu conhecimento é de todo imediato e simultâneo, e não 
sucessivo como o nosso, e a Sua compreensão desse conhecimento é sempre 
completa. E o decreto que nele se funda é também um ato absolutamente 
compreensivo e simultâneo. Como decreto eterno e imutável não poderia ser 
doutro modo. Não existe, pois, uma série de decretos de Deus, mas somente 
um plano compreensivo, que abrange tudo o que se passa. Contudo, a nossa 
compreensão limitada força-nos a fazer distinções, e isto explica por que 
muitas vezes falamos dos decretos de Deus no plural. Esta maneira de falar é 
perfeitamente legítima, desde que não percamos de vista a unidade do decreto 
divino, e da inseparável ligação entre os vários decretos como os concebemos. 
2. A RELAÇÃO DO DECRETO COM O CONHECIMENTO DE DEUS. O 
decreto de Deus tem a mais estreita relação com o conhecimento divino.Há em 
Deus,como vimos, um conhecimento necessário, que inclui todas as causas e 
resultados possíveis. Este conhecimento fornece o material para o decreto; é a 
fonte perfeita da qual Deus extraiu os pensamentos que Ele desejava objetivar. 
Deste conhecimento de todas as coisas possíveis, Ele escolheu, por um ato da 
Sua vontade perfeita, levado por sábias considerações, o que desejava levar à 
realização, e assim formulou o Seu propósito eterno. O decreto de Deus é, por 
sua vez, o fundamento do Seu livre conhecimento, ou scientia libera. É o 
conhecimento das coisas conforme se realizam no curso da história. Enquanto 
que o conhecimento necessário de Deus precede logicamente ao decreto, o 
Seu conhecimento livre segue-se logicamente a ele. Deve-se sustentar isto 
contra todos os que crêem numa predestinação condicional (como os 
semipelagianos e os arminianos), desde que eles tornam as predeterminações 
de Deus dependentes da Sua presciência. Algumas das palavras utilizadas 
para denotar o decreto divino indicam um elemento de deliberação do propósito 
de Deus. Seria um erro inferir disto, porém, que o plano de Deus resulta de 
alguma deliberação que implica falta de perspicácia ou hesitação, pois é 
simplesmente uma indicação do fato de que não há decreto cego de Deus, mas 
somente propósito inteligente e deliberado. 
3. O DECRETO SE RELACIONA TANTO COM DEUS COMO COM O 
HOMEM. O decreto se refere primeiramente às obras de Deus. Limita-se, 
porém, às opera ad extra de Deus, ou a Seus atos transitivos, e não pertence 
ao Ser essencial de Deus, nem às atividades imanentes dentro do Ser Divino 
que resultam nas distinções trinitárias. Deus não decretou ser santo e justo, 
nem existir como três pessoas numa essência, nem gerar o Filho. Estas coisas 
são como são necessariamente, e não dependem da vontade optativa de 
Deus. Aquilo que é essencial ao Ser interno de Deus não pode fazer parte do 
conteúdo do decreto. Este inclui somente as opera ad extra ou exeuntia. Mas, 
conquanto o decreto pertença primariamente aos atos realizados pessoalmente 
por Deus, não se limita a estes, mas abrange também as ações das Suas 
criaturas livres. E o fato de estarem incluídas no decreto as torna 
absolutamente certas, conquanto não sejam efetuadas todas da mesma 
maneira. No caso de algumas coisas, Deus decidiu, não meramente que 
viessem a acontecer, mas que Ele as faria acontecer, quer imediatamente, 
como na obra da criação, quer por intermédio de causas secundárias, 
continuadamente vitalizadas e fortalecidas pelo Seu poder. Ele mesmo assume 
a responsabilidade da realização delas. Há, porém, outras coisas que Deus 
inclui no Seu decreto e pelo qual tornou certas, mas que não decidiu efetuar 
pessoalmente, como os atos pecaminosos das Suas criaturas racionais. O 
decreto, no que se refere a estes atos, é geralmente denominado decreto 
permissivo. Este nome não implica que a futurição destes atos não é certa para 
Deus, mas simplesmente que Ele permite que aconteçam pela livre ação das 
Suas criaturas racionais. Deus não assume a responsabilidade por estes atos, 
sejam quais forem. 
4. O DECRETO PARA AGIR NÃO É O ATO PROPRIAMENTE DITO. Os 
decretos são uma manifestação e um exercício internos dos atributos divinos 
que se tornam certa a futurição das coisas, mas não se deve confundir este 
exercício da inteligente volição de Deus com a realização dos seus objetivos na 
criação, na providência e na redenção. O decreto para criar não é a criação 
mesma, nem o decreto para justificar é a justificação propriamente dita. Deve-
se fazer uma distinção entre o decreto e a sua execução. Ordenar Deus de tal 
modo o universo, que o homem seguirá certo curso de ação, também,é uma 
coisa bem diferente de ordenar-lhe Ele que aja desse modo. Os decretos não 
são dirigidos ao homem, e não são da natureza de uma lei estatutária; 
tampouco impõem compulsão ou obrigação às vontades dos homens. 
 
 
 As Características do Decreto Divino. 
1. TEM SEU FUNDAMENTO NA SABEDORIA DIVINA. A palavra 
“conselho”, um dos termos com os quais é designado o decreto, sugere 
cuidadosa consulta e deliberação. Pode conter a sugestão de uma 
intercomunhão entre as três pessoas da Divindade. Falando da revelação que 
Deus fez do mistério anteriormente oculto nele, Paulo declara que foi assim 
“para que, pela igreja,a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida 
agora dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno 
propósito que estabeleceu em Cristo Jesus nosso Senhor”, Ef 3.10, 11. 
Também se depreende a sabedoria do decreto da sabedoria demonstrada na 
realização do propósito eterno de Deus. O poeta canta no Sl 104.24, “Que 
variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste”. A mesma 
idéia é expressa em Pv 3.19, “O Senhor com sabedoria fundou a terra, com 
inteligência estabeleceu os céus”. Cf. também Jr 10.12; 51.15. A sabedoria do 
conselho do Senhor também pode ser inferida do fato de que ele dura para 
sempre, Sl 33.11; Pv. 19.21. No decreto pode haver muita coisa que ultrapasse 
o entendimento e que seja inexplicável para a mente finita, mas não contem 
nada que seja irracional ou arbitrário. Deus compôs a Sua determinação com 
sábio discernimento e conhecimento. 
2. É ETERNO. O decreto divino é eterno no sentido de que esta 
internamente na eternidade. Num certo sentido, pode-se dizer que todos os 
atos de Deus são eternos, desde que não há sucessão de momentos no Ser 
divino. Mas alguns deles terminam no tempo, como, por exemplo, a criação e a 
justificação. Daí, não podemos chamar-lhes atos eternos de Deus, mas, sim, 
temporais. Contudo, embora o decreto se relacione com coisas externas a 
Deus, continua sendo em si mesmo um ato dentro do ser Divino e portanto, é 
eterno no sentido mais estrito da palavra. Daí, ele participa também da 
simultaneidade e da ausência de sucessão do eterno, At 15.18; Ef 1.4; 2 Tm 
1.9. A eternidade do decreto implica também que a ordem em que se acham os 
diferentes elementos, uns para com os outros, não pode ser considerada 
temporal, mas somente lógica. Há uma ordem realmente cronológica nos 
eventos quando efetuados, não porem no decreto concernente a eles. 
3. É EFICAZ. Não significa que Deus determinou fazer que acontecessem, 
por uma direta aplicação do Seu poder, todas as coisas incluídas em Seu 
decreto, mas somente que aquilo que Ele decretou certamente sucedera; que 
nada pode frustrar o Seu propósito. Diz o dr.A. A. Hodge: “O decreto 
providencia em cada caso que o evento será efetuado por causas que agirão 
de maneira perfeitamente coerente com a natureza do evento em questão. 
Assim, no caso de todo ato livre de um agente moral, o decreto provê ao 
mesmo tempo – (a) Que o agente seria um agente livre. (b) Que os seus 
antecedentes e todos os antecedentes do ato em questão seriam o que são. (c) 
Que todas as presentes condições do ato seriam o que são. (d) Que o ato seria 
perfeitamente espontâneo e livre, da parte do agente. (e) Que certamente seria 
um ato futuro. Sl 33.11; Pv 19.21; Is 46.10”.1 
4. É IMUTÁVEL. O homem pode alterar, e muitas vezes altera os seus 
planos, por varias razões. Pode acontecer que, ao fazer o seu plano, lhe tenha 
faltado seriedade quanto ao propósito, que não tenha realizado plenamente o 
que o plano envolvia, ou que lhe tenha faltado poder para levá-lo a cabo. Mas 
em Deus coisa nenhuma desse tipo é concebível. Ele não tem deficiência em 
conhecimento, veracidade e poder. Portanto, não tem necessidade de mudar o 
Seu decreto devido a algum engano ou à ignorância, nem por falta de 
capacidade de executa-lo. E não o mudará, porque Ele é o Deus imutável e 
porque é fiel e verdadeiro. Jó 23.13, 14; Sl 33.11; Is 46.10; Lc 22.22; At 2.23. 
5. É INCONDICIONAL OU ABSOLUTO. Quer dizer que o decreto não 
depende, em nenhuma das suas particularidades, de nada que não esteja nele. 
A execução do plano pode exigir meios ou depender de certas condições, mas, 
nesse caso, estes meios ou condições também foram determinados no 
decreto. Deus não decretou simplesmente salvar os pecadores sem determinar 
os meios para efetuar o decreto. Os meios conducentes ao fim predeterminado 
também foram decretados, At 2.23; Ef 2.8; 1 Pe 1.2. O caráter absoluto do 
decreto segue-se da sua eternidade, sua imutabilidade e sua exclusiva 
 
1 Outlines of Theology, p. 203. 
dependência do beneplácito de Deus. Isto é negado por todos os 
semipelagianos e arminianos. 
6. É UNIVERSAL OU TOTALMENTE ABRANGENTE. O decreto inclui tudo 
que se passa no mundo, quer na esfera do físico ou na do moral, quer seja 
bom ou mau, Ef 1.11. Ele inclui: (a) as boas ações dos homens, Ef 2.10; (b) 
seus atos iníquos, Pv 16.4; At 2.23; 4.27, 28; (c) eventos contingentes, Gn 
45.8; 50.20; Pv 16.33; (d) os meios bem como o respectivo fim, Sl 119.89-91; 2 
Ts 2.13; Ef 1.4; (e) a duração da vida do homem. Jó 14.5; Sl 39.4, e o lugar da 
sua habitação, At 17.26. 
7. COM REFERÊNCIA AO PECADO, O DECRETO É PERMISSIVO. É 
costume dizer que o decreto de Deus, no respeitante ao mal moral, é 
permissivo. Por Seu decreto, Deus tornou as ações pecaminosas do homem 
infalivelmente certas de acontecerem, sem decidir efetuá-las agindo 
imediatamente sobre a vontade finita e nela. Quer dizer que Deus não opera 
positivamente no homem “tanto o querer como o realizar”, quando o homem vai 
contra a Sua vontade revelada. Deve-se observar cuidadosamente, porem, que 
este decreto permissivo não implica uma permissão passiva de algo que não 
está sob o controle da vontade divina. É um decreto que garante com absoluta 
certeza a realização do ato pecaminoso futuro, em que Deus determina (a) não 
impedir a autodeterminação pecaminosa da vontade finita; e (b) regular e 
controlar o resultado dessa autodeterminação pecaminosa. Sl 78.29; 106.15; At 
14.16; 17.30. 
 Objeções à Doutrina dos Decretos. 
Como foi dito acima, somente a teologia reformada (calvinista) faz plena 
justiça à doutrina dos decretos. Em regra, os teólogos luteranos não a 
elaboram teologicamente, mas, sim, soteriologicamente, com o propósito de 
mostrar como os crentes podem auferir consolação dela. Os pelagianos e os 
socinianos a rejeitam, alegando que é antibíblica; os semipelagianos e os 
arminianos não mostram para com ela quase nenhum favor: uns a ignoram 
totalmente; outros a expõem somente para combatê-la; e ainda outros 
defendem apenas um decreto condicionado pela presciência de Deus. As 
objeções levantadas são, no essencial, sempre as mesmas. 
1. É INCOERENTE COM A LIBERDADE MORAL DO HOMEM. O homem é 
um agente livre, com capacidade de autodeterminação racional. Ele pode 
refletir sobre uma inteligente escolha de certos fins, e também pode determinar 
sua ação com respeito a eles.2 Contudo, o decreto leva necessidade consigo. 
Deus decretou realizar todas as coisas, ou, se não as decretou, ao menos 
determinou que isso viesse a acontecer. Ele decidiu qual o curso da vida do 
homem por meio disso. 
Em resposta a esta objeção, pode-se dizer que a Bíblia certamente não 
parte da suposição de que o decreto divino é incoerente com a livre ação de 
homem. Ela revela claramente que Deus decretou os atos livres do homem, 
mas também que os seus fatores não são menos livres e, portanto, 
responsáveis por seus atos, Gn 50.19, 20; At 2.23; 4.27, 28. Foi determinado 
que os judeus levassem a efeito a crucificação de Jesus; todavia, foram 
perfeitamente livres em seu procedimento, e foram responsabilizados por este 
crime. Não há nem uma só indicação na Escritura de que os escritores vêem 
alguma contradição quanto a esses pontos. Eles jamais procuram harmonizar 
ambos. Isto bem poderia levar-nos a conter-nos, não supondo uma contradição 
aqui, mesmo que não consigamos conciliar as duas verdades. 
Além disso, deve-se em mente que Deus não decretou realizar por Sua 
ação pessoal e direta o que quer que venha a acontecer. O decreto divino só 
dá certeza aos eventos, mas não implica que Deus os realizará ativamente, de 
modo que a questão se reduz a isto: se a certeza prévia se coaduna com a 
livre ação. Ora, a experiência nos ensina que podemos estar razoavelmente 
certos quanto ao curso de ação que alguém que conhecemos seguira, sem 
infringir em nada a sua liberdade. O profeta Jeremias predisse que os caldeus 
tomariam Jerusalém. Para ele, o evento por vir era uma certeza e, contudo, os 
caldeus seguiram livremente os seus desejos ao cumprirem a predição. Essa 
certeza é, na verdade, incoerente com a liberdade da indiferença, no conceito 
pelagiano, segundo o qual a vontade do homem não é determinada de modo 
 
2 Cf. Watson, Theological Institutes, Part II, Chap. XXVIII; Miley, Systematic Theology, II, p.271 s. 
algum, mas é inteiramente indeterminada, de sorte que, em cada volição, ela 
pode decidir, não somente face a toda indução externa, mas também a todos 
os desejos, inclinações, julgamentos e considerações internos, e mesmo a todo 
o caráter e estado interior do homem. Mas agora se reconhece em geral que tal 
liberdade da vontade é uma ficção psicológica. Todavia, o decreto não é 
necessariamente incoerente com a liberdade humana no sentido de 
autodeterminação racional, segundo a qual o homem age livremente em 
harmonia com os seus pensamentos e julgamentos anteriores, suas 
inclinações e desejos, e com todo o seu caráter. Esta liberdade também tem 
suas leis, e quanto mais familiarizados estivermos com elas, mais seguros 
poderemos estar do que um agente livre fará em certas circunstâncias. Foi 
Deus que estabeleceu essas leis. Naturalmente, devemos precaver-nos contra 
todo determinismo - materialista, panteísta e racionalista – em nossa 
concepção da liberdade no sentido de autodeterminação racional. 
O decreto não é mais incoerente com a livre ação que a presciência e, 
contudo, os seus oponentes, que geralmente são dos tipos semipelagiano e 
arminiano, professam a fé na presciência divina. Por Sua presciência Deus 
conhece desde toda a eternidade a futurição certa de todos os eventos. Ela 
está baseada em Sua predeterminação, pela qual Deus determinou a certeza 
futura deles. Naturalmente, o arminiano dirá que não acredita numa presciência 
baseada num decreto que torna certas todas as coisas, mas numa presciência 
de fatos e eventos contingentes, que dependem do livre arbítrio do homem e, 
portanto, são indeterminados. Pois bem, tal presciência das livresações do 
homem é possível, se o homem, mesmo com a sua liberdade, age em 
harmonia com as leis divinamente estabelecidas, o que de novo introduz o 
elemento de certeza; mas, ao que parece, é impossível conhecer 
antecipadamente eventos que dependem por completo da decisão casual de 
uma vontade alheia a principio que podem em qualquer ocasião, 
independentemente do estado de espírito, das condições existentes, e dos 
motivos que se apresentam à mente, seguir diferentes direções. Eventos dessa 
natureza só podem ser conhecidos previamente como puras possibilidades. 
 
2. O DECRETO ELIMINA TODOS OS MOTIVOS PARA ESFORÇO. Esta 
objeção tem que ver com aquelas pessoas que dizem com naturalidade que, se 
todas as coisas têm que acontecer como Deus as determinou, elas não 
necessitam preocupar-se com o futuro e não precisam fazer nenhum esforço 
para obter a salvação. Mas isso não está certo. No caso das pessoas que 
falam desse modo, geralmente a coisa não passa de mera desculpa para 
indolência e desobediência. Os decretos divinos não são dirigidos aos homens 
como uma regra de ação, e não podem constituir uma regra assim, visto que o 
conteúdo deles só se torna conhecido pela sua concretização, e depois desta. 
Há, porem, uma regra de ação incorporada na Lei e no Evangelho, e essa 
regra dá aos homens a obrigação de empregar os meios que Deus ordenou. 
Esta objeção também ignora a relação lógica, determinada pelo decreto de 
Deus, entre os meios e o fim a ser obtido. O decreto inclui não somente os 
diversos fatos da vida humana, mas também as livres ações humanas, 
logicamente anteriores aos resultados e destinadas a produzi-los. Era 
absolutamente certo que os que estavam no navio com Paulo (At 27) seriam 
salvos,mas era igualmente certo que, para assegurar este fim, os marinheiros 
tinham que permanecer a bordo. E desde que o decreto estabeleceu uma 
interrelação entre os meios e os fins, os fins são decretados somente como 
resultados dos meios, o decreto incentiva esforço, em vez de desestimula-lo. A 
firme crença no fato de que, segundo o decreto divino, o sucesso será a 
recompensa do labor, estimula esforços corajosos e perseverantes. Com base 
direta no decreto, a Escritura nos concita a utilizar diligentemente os meios 
designados, Fp 2.13; Ef 2.10. 
3. O DECRETO FAZ DE DEUS O AUTOR DO PECADO. Esta, se fosse 
verdadeira, seria naturalmente uma objeção insuperável, pois Deus não pode 
ser o autor do pecado. Isto se infere igualmente na Escritura, Sl 92.15; Ec 7.29; 
Tg 1.13; 1 Jo 1.5, da lei de Deus que proíbe todo pecado, e da santidade de 
Deus. Mas a acusação não é verdadeira; o decreto simplesmente faz de Deus 
o Autor de seres morais livres, eles próprios os autores do pecado. Deus 
decreta sustentar a livre agencia deles, regular as circunstâncias da sua vida, e 
permitir que a livre agencia seja exercida numa multidão de atos, dos quais 
alguns são pecaminosos. Por boas e santas razões, Ele dá certeza ao 
acontecimento desses atos, mas não decreta acionar efetivamente esses maus 
desejos ou más escolhas no homem. O decreto concernente ao pecado não é 
um decreto efetivo mas permissivo, ou seja, um decreto para permitir o pecado, 
em distinção de um decreto para produzir o pecado sendo Deus a sua causa 
eficiente. Não há dificuldade ligada ao decreto que não se ligue a uma simples 
permissão passiva daquilo que Ele poderia muito bem impedir, como os 
arminianos, que geralmente levantam essa objeção, supõem. O problema da 
relação de Deus com o pecado continua sendo um mistério para nos, mistério 
que não somos capazes de resolver. Pode-se dizer, porem, que o Seu decreto 
para permitir o pecado, embora as segure a entrada do pecado no mundo, não 
significa que Ele tem prazer nele; significa somente que Ele considerou sábio, 
com o propósito da Sua auto-revelação, permitir o mal moral, por mais 
detestável que seja à Sua natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA ORGANIZADA PELO PROF. ELCIAS MARTINS, A PARTIR 
DA COLEÇÀO DE TEXTOS DOS SEGUINTES AUTORES: 
 
1. GRUDEM, Wayne – Teologia Sistemática, Editora Vida Nova, 1999 
2. ERICKSON, Millard J. – Introdução a Teologia Sistemática, Editora 
Vida Nova, 1997 
3. CAMPOS, Heber Carlos de, - O Ser de Deus e s Seus Atributos, 
Editora Cultura Cristã, 1999 
4. MYATT, Alan; Franklin Ferreira, Teologia Sistemática, Editora Vida 
Nova, 2000 
5. BERKHOF, Lous. Teologia Sistemática, Luz Pra o Caminho. São 
Paulo. 1990. 
6. SANTOS, Maria José, Apostila de Doutrina de Deus, STPN Extensão 
Caruaru 
7. CAMARA, Tiago Arruda, Apostila de Doutrina de Deus, STPN 
Extensão Caruaru 
8. http://www.monergismo.com/textos/apologetica/o-ser-
Deus_hoeksema.pdf, Acessado em Agosto de 2011 
9. http://odiscipuloeomestre.sites.uol.com.br/atributosdedeus.htm, 
Acessado em Agosto de 2011-08-26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.monergismo.com/textos/apologetica/o-ser-Deus_hoeksema.pdf
http://www.monergismo.com/textos/apologetica/o-ser-Deus_hoeksema.pdf
http://odiscipuloeomestre.sites.uol.com.br/atributosdedeus.htm
 
DOUTRINA DE DEUS 
ANOTAÇOES 
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