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RESENHA Documentário – O Dilema das redes (The Social Dilemma) • Autor: David Tobias Nunes • Data: 1 nov. 2021. Segundo NUNES, David Tobias (2015), é notório que a sociedade moderna transcendeu para o mundo digital, do qual hodiernamente dependemos exclusivamente de sistema computacionais, que através de suas entradas de dados, transformamos as observações do mundo físico, comportamental e sensorial em dados digitais brutos. Pensando nessa cadeia de evolução, surgiram as redes sociais, devido a necessidade de ambientes digitais de integração e plataforma capaz de reter público, para objetivos de análises heurísticas de comportamento e o direcionamento específico de publicidade, nunca visto antes, por intermédio de tecnologias disruptivas como a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (Deep Machine), a qual segundo uma definição pública no Wikipédia, é uma “estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e objetivos comuns”. O documentário Dilema das Redes (The Social Dilemma), de direção de Jeff Orlowski, lançado em setembro de 2020 e disponível exclusivamente na plataforma de streaming digital Netflix, aborda uma visão sistêmica e grande preocupação de ex engenheiros e desenvolvedores de produtos em geral de plataformas como Google (e todos seus produtos e marcas), Twitter, Facebook (Instagram, Whatsapp, Facebook), SnapChat, Mozilla Foundation, Pinterest, dentre outras companhias de Tecnologia da Informação, e muitas vezes referenciadas como empresas do Vale do Silício. Alguns ex profissionais dessas companhias, relatam inclusive um certo medo, de apresentar o submundo das empresas de tecnologia, e praticamente todos saíram por discordarem da atual visão e rumo desenfreado do caminho colossal a uma vertente que talvez nem mais tenhamos controle. Por vezes ainda existem os benefícios, onde foi possível a integração social de pessoas distantes, apoio entre entes queridos, complemento social do ambiente de trabalho, e devido a pandemia de Covid-19, esse crescimento se alastrou ainda mais no uso da internet e suas redes. O mundo foi transformado como nunca, houve sim efeitos positivos, mas não foi mensurado os impactos negativos dessas transformações sistêmicas. Existe um problema! Qual é o problema? Bom o documentário nos mostra diversas relações sociais de problemas mentais e doenças psicossomáticas de uso excessivo e alta exposição a esse meio, causado pelas Big Tech, nome dado a essas empresas de tecnologias. Há ainda a abordagem de pesquisas científicas de milhões de pessoas no mundo todo “estão viciadas” em seus aparelhos, com uso frenético de suas funções e necessidade imediata de responder e/ou visualizar notificações, essas inclusive programadas para serem dessa forma, só que esse é um dos problemas, o impacto que elas nos causam, e em segunda estancia, é o submundo que trata de formas indevida o uso de nossos dados já mencionados anteriormente como forma de nos prender (reter) ao consumo de mídias e publicidade. Lembre-se se você não paga por algo diretamente, há alguém pagando por isso, e se ninguém paga, em moeda, pode ser e realmente é que o produto somos realmente nós, e usamos como base o velho dito “Não existe almoço grátis (No free lunch), expressão que significa que nada realmente não vem sem um “porém”, ou pagamento oculto, e esse preço pode nos custar muito caro, quanto vale a nossa privacidade? Quanto vale a nossa identidade? Alguns aspectos do documentário, são um tanto quanto dissociados quanto a ligação de guerras cibernéticas e propagação de informações falsas, um momento ilustrativo no documentário, tenta chocar com a dramatização de uma típica família, sofrendo influências nos hábitos comportamentais e trazendo a entropia para o lar, por uso abusivo de equipamentos interconectados a redes. É roborado os algoritmos atrelados a Inteligência Artificial como personificações, que tentam a todo momento, reter nossa atenção para os direcionamentos de publicidade, e até mesmo com quem e como nos conectamos, maneira essa de crescimento aparentemente orgânico, mas com o propósito subliminar de manter os produtos (nós), como prisioneiros deste sistema. Os algoritmos são uma sequência de passo finito, executada numa determinada ordem, com o propósito de executar uma lógica computacional, termo esse referenciado (Cardoso 2015), e esses algoritmos computacionais, que através da grande quantidade de dados gerados e armazenados em BIG DATAs em Cloud Computing, em muitos casos tornam essa gestão amplamente automatizada pelos algoritmos que analisam por tentativas e erros um enfoque no resultado, seja ele desde curtir uma página, ou responder mais rápido uma mensagem, ou clicar em um link patrocinado, ou até mesmo assistir um vídeo ou live de alguém, mas sempre focando em pequenos nichos, e cada vez mais especificando, até quando cessado, oferte outras direções para que volte a consumi-las. O documentário inicia com uma grande frase de impacto, “Nada grandioso entra nas vidas dos mortais sem uma maldição" (Sófocles), serve inclusive para adentrar os telespectadores ao ambiente hostil e perigoso para toda a humanidade, que é essa gestão tecnológica de previsão de comportamento, e o rumo ético que isso deixou de ser. O dilema final que nos deixa, diante das regras mundiais de gestão, tratamento e segurança dos dados, assim como no Brasil temos a LGPD (Lei Geral da Proteção de Dados), fica a pergunta, quem gerencia as falsas informações promulgadas por essas redes, que também, possuem em muitos casos robôs disseminadores de “Fake News”, como é a gestão contra cyberbulling? Por fim, "É impossível citar as novas economias, sem o prefácio de sua evolução, bem como a sua base que são as tecnologias disruptivas, como a filosofia que compõem a Indústria 4.0." (NUNES, David Tobias. 2021.), e nessa consideração, não sabemos o monstro que criamos, mas devemos acompanhar e limitar as ações como um todo, para transformas as variáveis de incertezas em constantes organizadas e com controle, talvez ainda tenhamos tempo por mérito e intermédio da gestão da Ciência de Dados, profissão essa que tem por objetivo tratar adequadamente os dados e auxiliar na correta mineração dos mesmos. REFERÊNCIAS CARDOSO, Dimas Ferreira. Informação verbal e matéria de aula. Algoritmos e Lógica de computacional. 2015. Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Faculdade de Tecnologia de Sorocaba/SP. NETFLIX. Documentário: O Dilema das Redes. (The Social Dilema). Direção: Jeff Orlowski. 2020. (1h34m). Disponível em: <https://www.netflix.com/watch/81254224>. Acesso em: 26 out. 2021. NUNES, David Tobias. Trabalho de conclusão de curso (TCC). 2015. Técnico em Redes de Computadores. Colégio Politécnico de Sorocaba/Fundação Ubaldino do Amaral (FUA). https://www.netflix.com/watch/81254224 RESENHA Documentário – O Dilema das redes (The Social Dilemma) REFERÊNCIAS