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Autor: Prof. Ricardo Sussumu Takatori
Colaboradores: Profa. Cristiane Nagai
 Prof. Paulo Rogério de Lemos
Análise das 
Demonstrações Financeiras
Professor conteudista: Ricardo Sussumu Takatori
Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Fecap – SP.
Economista pela PUC-SP – Técnico de Contabilidade pelo Instituto Monitor –SP.
Atuou profissionalmente em empresas privadas, do setor de fabricação de canetas, telecomunicação e informática, 
construção civil (como especialista na elaboração de projetos econômicos e financeiros) e na área de controladoria 
(orçamento e custos), ocupando cargo gerencial.
Atuou em empresas do governo do estado, de pesquisa e controle ambiental, e em gerenciamento de obras e junto 
à prefeitura, ocupando cargos de gerente e assessor.
Atua como perito judicial na justiça civil e do trabalho e como assistente técnico junto aos escritórios de advocacias. 
É especialista nos cálculos judiciais, principalmente da área civil.
Ministra aula de contabilidade, economia e administração financeira, com grau de especialização em disciplinas 
especificas, tais como contabilidade pública, perícia contábil, contabilidade aplicada a construção civil, saúde, esporte, 
seguros e hotelaria e turismo, métodos quantitativos e matemática financeira e outras disciplinas nos cursos de 
graduação e pós-graduação, em instituições como Fecap, Mackenzie, Uninove, UNIP, Unifai, Unifei e outras instituições 
de renome.
É autor de livros para cursos EAD de disciplinas relacionadas à contabilidade.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T136a Takatori, Ricardo Sussumu
Análise das Demonstrações Financeiras / Ricardo Sussumu 
Takatori. - São Paulo: Editora Sol, 2020.
116 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Demonstrações contábeis 2. Contabilidade 3. Balanço 
patrimonial. I.Título.
CDU 658.15
U507.04 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Amanda Casale
Sumário
Análise das Demonstrações Financeiras
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................11
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................................................... 15
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS...................................................................................... 43
3.1 Processo de análise das demonstrações contábeis ................................................................ 45
3.2 Objetivo da análise das demonstrações contábeis ................................................................. 56
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES ................................................................................................................................ 59
4.1 Quocientes ou Índices de balanço ................................................................................................. 60
Unidade II
5 ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL ........................................................................................ 78
6 ÍNDICES DE ATIVIDADES ............................................................................................................................... 85
Unidade III
7 ANÁLISE AVANÇADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................. 94
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE ................................................................................................................................ 99
7
APRESENTAÇÃO
Esta é uma das disciplinas de maior importância no mundo empresarial, pois fornece informações e 
dados para as decisões empresariais.
O mais leigo dos profissionais da área tem conhecimento das informações decorrentes desta 
disciplina, como: índices de balanços, seu significado e aplicação. As relações entre os índices interno e 
externo definem as estratégias e o direcionamento da empresa.
Entender e elaborar a análise das demonstrações requer um conhecimento básico dos 
demonstrativos contábeis e suas relações.
A elaboração e análise dos índices ou quocientes é outro tópico que complementa os estudos.
Objetivos gerais
Desenvolver com os alunos conhecimentos necessários para as seguintes competências:
• evidenciar a utilidade da análise da situação econômico-financeira das empresas como instrumento 
de tomada de decisões;
• focalizar a análise das demonstrações contábeis considerando as diversas hipóteses, para que o 
analista financeiro forme juízo sobre o controle de gestão, os financiamentos, a valorização da 
empresa e o saneamento financeiro;
• desenvolver e analisar, com o aluno, instrumental teórico e prático em análise dos demonstrativos 
contábeis, visando gerar informações para a tomada de decisões empresariais e comparação com 
os mesmos segmentos dos vários agentes econômicos;
• capacitar os estudantes a elaborar e interpretar as demonstrações contábeis com rigor técnico e 
imprimir um sentido gerencial à análise, extraindo informações úteis e relevantes para o processo 
decisório das organizações.
INTRODUÇÃO
O balanço patrimonial e a demonstração de resultado constituem as principais “matérias-primas” 
para que o analista identifique e vislumbre problemas e potencialidades empresariais.
Cumpre ressaltar, no entanto, que a análise não deve – e nem pode – restringir-se à mera observação 
das variações numéricas de série histórica.
É preciso identificar, tanto quanto possível, as causas dos números presentes, que são consequências 
de alguns fatos. Por detrás dos números de uma empresa existem pessoas, talentos e capacidades que 
devem ser conhecidas.
8
Existe um sistema que produz bens e serviços e interage com o ambiente externo. Nesse particular 
tem-se destaque o bom senso, a argúcia e a sensibilidade do analista.
A expressão análise de balanços é tecnicamente perfeita, e também a mais utilizada, embora a 
expressão mais adequada seja análise das demonstrações contábeis, uma vez que todas as demonstrações 
contábeis são objeto de análise, não somente o balanço patrimonial.
De acordo com Matarazzo:
A análise de balanços objetiva extrair informações das demonstrações para 
a tomadas de decisões. As demonstrações financeiras fornecem uma série 
de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de 
balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente 
quanto melhores informações produzir (MATARAZZO, 2003, p. 15).
Quem são os usuários das informações contábeis?
USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS
Administração
Coleta de dados Registro de dados Relatórios
InvestidoresBancos
Governo
Outros
Figura 1: Usuários da análise de balanços
De acordo com Lopes, ao citar o professor Eliseu Martins:
“A contabilidade é fantástica para medir o lucro que aconteceu”, diz o 
professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA). “Mas é extremamente 
pobre para medir o lucro futuro.
O que os contadores de outrora não sabiam nem podiam imaginar é que a 
discrepância entre o valor acionário da empresa e o valor de seus ativos se 
tornaria muito maior nas empresas da Nova Economia.
9
[...]
A discrepância maior nas empresas da Nova Economia ocorre por um 
motivo simples: os ativos mais importantes delas não são fábricas ou 
máquinas, declaradas como patrimônio no balanço. São marcas, clientes ou 
tecnologias que desenvolvem. Eles são ativos conhecidos como intangíveis. 
Eis o grande problema da contabilidade: como registrar no balanço o que o 
mercado mais valoriza? (MARTINS apud LOPES, 2000).
O texto anterior demonstra a dificuldade em classificar contas e identificar pontos fundamentais 
para se chegar ao resultado da empresa. Conhecer as demonstrações contábeis, suas relações, as 
necessidades dos usuários, os objetivos específicos, os elementos que levam a efetuar a análise é o 
objetivo do presente capítulo.
Figura 2
11
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Iudícibus, Marion e Lopes (2000) argumentam inicialmente que, desde o momento em acordamos e 
nos levantamos, até o fim do dia, tomamos decisões. Porém, as decisões mais importantes ou relevantes 
requerem um cuidado maior, uma profunda análise dotada de critérios racionais e métodos específicos.
No âmbito interno da empresa, a situação citada anteriormente não pode ser diferente. Os 
profissionais responsáveis pela administração frequentemente se deparam com situações em que lhes 
são impostas tomadas de decisões. Nesse sentido, são necessários, nesse caso, os dados e informações 
para a fundamentação de tais decisões.
Dessa forma, o norte para que essas decisões sejam tomadas são, justamente, a padronização e o 
armazenamento adequados dos dados e das informações que irão fornecer ao gestor a coerência e o 
fundamento para suas escolhas.
A contabilidade se configura, nesse contexto, como o instrumento proeminente à administração 
e gestão de empresas, na coleta de todos os seus dados econômicos e sua subsequente mensuração 
monetária que, por sua vez, será registrada e sumarizada em relatórios que contribuem sobremaneira 
para a tomada de decisões.
O objetivo da avaliação das demonstrações contábeis envolve a indicação de informações numéricas, 
preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou instrumentalizar gestores, 
acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas 
interessadas em conhecer a situação da empresa ou em tomar decisão.
O processo decisório, mencionado aqui, não se restringe somente aos limites da empresa, mas 
também a outros segmentos da economia, como os principais destacados por Iudícibus, Marion e Lopes 
(2000):
• os investidores identificam, por meio dos relatórios contábeis, a situação econômico-financeira da 
empresa e decidem sobre as melhores alternativas de investimento;
• os fornecedores de bens e serviços a crédito, que utilizam os relatórios contábeis para analisar a 
capacidade de pagamento da empresa compradora;
• os bancos (instituições financeiras) que usam os relatórios para aprovar empréstimos, 
financiamentos, limite de crédito etc.;
12
Unidade I
• o governo, que não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como 
também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, 
por exemplo);
• os sindicatos, que utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários;
• outros interessados, como funcionários, órgãos de classes, pessoas e diversas instituições, 
como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), 
concorrentes etc.
Nesse contexto, a função do contador é, basicamente, produzir informações úteis aos usuários da 
contabilidade para a tomada de decisões.
Entretanto, Iudícibus, Marion e Lopes (2000) ressaltam ainda que, em nosso país, em alguns 
segmentos da nossa economia e principalmente nas pequenas empresas, a função do contador foi 
distorcida (infelizmente), satisfazendo somente as exigências do fisco.
Diversas razões ou objetivos específicos também levam os usuários das demonstrações 
contábeis a se debruçarem sobre eles para avaliar a situação da empresa. Veja a seguir uma série 
de razões:
• liberação de crédito;
• investimento de capital;
• fusão de empresas;
• incorporação de empresas;
• rentabilidade ou retorno;
• saneamento financeiro;
• perspectiva da empresa;
• fiscalização ou controle;
• relatórios administrativos.
A finalidade da análise está na tomada de decisão daquele usuário que a interpreta; logo, o analista 
financeiro precisa elaborar o relatório de análise sabendo a priori quem é esse usuário e, acima de tudo, 
ser isento na interpretação dos dados extraídos dos indicadores.
13
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
De acordo com Matarazzo (2003), historicamente, a análise de balanço (termo comum utilizado 
pelos analistas financeiros) foi desenvolvida pelos bancos devido à determinação, em 1915, 
do Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) de que só poderiam ser redescontados 
os títulos das empresas a partir da apresentação de seu balanço ao banco, por tratar de uma 
concessão de crédito.
Os bancos, por sua vez, precisavam saber (ou pelos menos terem uma projeção) sobre a potencialidade 
das empresas em quitar esses possíveis débitos, e, para tanto, foram criados os indicadores financeiros, 
as técnicas para análises que, com o passar do tempo, foram adaptadas para os outros usuários das 
informações contábeis.
Segundo Matarazzo (2003), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a 
empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de balanço transforma esses dados em informações 
e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. E o autor continua com distinção 
entre dados e informações:
• dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam 
nenhuma reação no leitor;
• informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou 
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa.
Podemos entender, assim, que a coleta de dados é importante para a análise, porém, por si só 
não leva o usuário das informações às decisões. Após os cálculos, é necessário que sejam descobertas 
as causas que influenciaram a formação de tais números; caso contrário, não será possível chegar a 
qualquer tomada de decisão.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a isenção do analista financeiro é imprescindível para uma 
análise, pois serão os resultados e as causas dos indicadores que darão ao usuário das informações a 
segurança para uma tomada e decisão, e não a opinião pessoal do analista.
Podemos, mais uma vez, afirmar que o trabalho do analista de balanço se inicia com o término do 
processo contábil, ou seja, a partir das demonstrações contábeis. Para fins de ilustração, seguem dois 
esquemas:
1. processo contábil;
2. análise de balanço.
14
Unidade I
Processo contábil
Fatos
Compras
vendas
Pagamentos
recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Figura 3: Processo contábil
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Análise vertical / horizontal
Cálculo AnálisesApuração dos indicadores
Liquidez, endividamento
atividade e rentabilidade
Índices padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para determinado usuário
Figura 4: Análise de balanço
15
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Saiba mais
Vale a pena conferir o trabalho Análise das demonstrações 
financeiras, do prof. Adriano Gomes, disponível em: <http://www.
biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/9D85FA7647F6844A03256D520
059C2EC/$File/104_1_arquivo_demofinanc.pdf>. Acesso em: 30 jan. 
2012.
 Lembrete
O usuário é o elemento que determina a formatação e a forma da 
análise das demonstrações contábeis, de acordo seus objetivos.
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Esta disciplina tem como objetivo principal, a partir da apuração dos diversos indicadores, transmitir 
aos usuários desde as informações contábeis à saúde financeira de determinada empresa.
Diversos são os usuários das informações contábeis; dentre eles, destacamos: os proprietários da 
empresa, seus fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os investidores, os empregados, o 
Poder Público, enfim, a sociedade como um todo, por ter a empresa como principal fonte de geração 
de empregos e tributos. E assim, cada um desses usuários terá uma finalidade específica em conhecer o 
desempenho da empresa em determinado momento. Por exemplo: os proprietários precisam saber se o 
capital investido por eles nesse empreendimento chamado empresa está gerando o retorno esperado; 
já os fornecedores preocupam-se em receber pelos bens vendidos; por sua vez, a preocupação do Poder 
Público está na arrecadação de tributos.
Tomando-se como pressuposto, podemos afirmar que a análise financeira torna-se imprescindível 
à tomada de decisões, independentemente de seu usuário, pois ocorre a partir da elaboração das 
demonstrações contábeis, ou seja, após o registro de todos os fatos financeiros ocorridos na empresa 
em determinado período.
 Observação
As demonstrações contábeis compreendem temporalmente um período 
denominado de exercício social, normalmente de janeiro a dezembro.
16
Unidade I
Em outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia-se ao término do trabalho do contador. 
É importante ressaltar que o relatório de análise, peça final do trabalho do analista financeiro, somente 
será útil a partir dos conhecimentos que esse tenha não só nos registros das operações contábeis, mas 
também na dimensão que essas provocam na situação patrimonial da entidade; caso contrário, apenas 
estará apurando resultados matemáticos.
Entre as demonstrações contábeis exigidas pela atual Lei Contábil – Lei nº 11.638/07 – o 
balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração da mutação 
do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, a demonstração do valor adicionado 
e as notas explicativas elencaram as duas primeiras leis, ou seja, o balanço patrimonial e a 
demonstração de resultado do exercício, além de se completarem, são a base para elaboração 
das demais.
As demonstrações contábeis são um conjunto de relatórios ou demonstrativos que fornece aos 
usuários informações contábeis de uma entidade econômica.
Conforme a Lei 6.404 de 1976 – atualizada, a escrituração contábil obedecerá:
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação 
de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la 
em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, 
sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações 
reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial 
sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou 
incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou 
determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras 
demonstrações financeiras.
I – (revogado);
II – (revogado).
§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, 
ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão 
obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela 
registrados.
17
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e 
por contabilistas legalmente habilitados.
§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se 
refere o § 3odeste artigo deverão ser elaboradas em consonância com os 
padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados 
de valores mobiliários.
§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as normas 
sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários para as companhias abertas (BRASIL, Art. 177, Lei 6.404, 
1976).
Portanto, as demonstrações contábeis são legalmente exigidas, como registro das operações 
contábeis das entidades econômicas, art. 176 da Lei 6404/76:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com 
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I – balanço patrimonial;
II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III – demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a 
indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício 
anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os 
pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza 
e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; 
mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas contas” 
ou “contas-correntes”.
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros 
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua 
aprovação pela assembleia-geral.
18
Unidade I
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e 
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
§ 5o As notas explicativas devem:
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas 
para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas 
no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes 
para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas 
a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
em longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opçõesde compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1oi) os eventos 
subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou 
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os 
resultados futuros da companhia.
19
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, 
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à 
elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.
§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma 
diversa o registro de que trata o § 3odeste artigo (BRASIL, Art. 176, Lei 6.404, 1976).
Figura 5
A legislação vigente, Lei nº 6.404/76 devidamente complementada com as Leis nº 11.638/07 e nº 
11.941/09, e com os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, portarias dos órgãos 
fiscalizadores, Comissão de Valores Mobiliários CVM, Banco Central – BACEN, Conselho Federal de 
Contabilidade – CFC e outras entidades que definiram essa estrutura, definem os seguintes relatórios ou 
demonstrativos para as empresas sociedades anônimas:
• relatório da administração;
• Balanço Patrimonial – BP;
• Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;
• Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL;
• Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC;
• Demonstração do Valor Agregado – DVA;
• notas explicativas;
• parecer da auditoria independente;
• parecer do conselho fiscal.
20
Unidade I
 Observação
Esses demonstrativos são elaborados somente por sociedades anônimas 
e empresas de grande porte.
Para todos os relatórios e demonstrativos são obrigatórios a publicação no Diário Oficial ou em dois jornais 
de grande circulação do país e o devido registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, anualmente.
 Saiba mais
Veja o texto de Júlio César Zanluca sobre análise das demonstrações contábeis 
em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracoes 
contabeis.htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Parecer de Orientação CVM nº 18, de 18 de janeiro de 1990.
EMENTA: procedimentos a serem observados pelas companhias abertas e auditores 
independentes na elaboração e publicação das demonstrações financeiras do relatório da 
administração e do parecer de auditoria, relativos aos exercícios sociais encerrados a partir 
de dezembro de 1989.
Introdução
O presente parecer tem por objetivo orientar todas as companhias abertas e respectivos 
auditores independentes sobre a elaboração e publicação das demonstrações financeiras, 
notas explicativas, relatório da administração e parecer de auditoria.
O trabalho de acompanhamento das demonstrações financeiras de exercícios anteriores 
tem revelado uma melhoria na qualidade e na quantidade das informações fornecidas 
atestando a eficácia das orientações anteriores: ofícios circulares CVM/PTE 578/85 e 309/86 
e Pareceres de Orientação nº 15/87 e 17/89.
Com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade das informações levadas ao mercado 
e continuar reduzindo as republicações, emite-se a presente orientação.
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de forma padronizadas, conforme 
a legislação vigente, obedecendo à estrutura modelada, para as sociedades anônimas e 
empresa de grande porte.
Extraído de: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/Atos/pare/pare018.doc>. Acesso em: 30 jan. 2012.
21
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Lembrete
A padronização dos demonstrativos contábeis é requerida para que 
haja uma comparabilidade entre empresas do mesmo segmento e de um 
período para outro.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, devem ser observadas as Normas Brasileira de 
Contabilidade – NBC T 3 – conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis:
NBC T 3
3.1 – Das disposições gerais
3.2 – Do balanço patrimonial
3.3 – Da demonstração do resultado
3.4 – Da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
3.5 – Da demonstração das mutações do patrimônio líquido
3.7 – Da demonstração do valor adicionado
3.8 – Da demonstração do fluxo de caixa
Demonstrações contábeis
Relatório da administração
DFC Balanço patrimonial DRE
Saldo de caixa
Ativo Passivo
Lucro ou prejuízo
Bens Obrigações
DVA e DMPL
Geração da riqueza
Patrimônio
Patrimônio
líquidodireitos líquido
Notas explicativas
Parecer da auditoria independente
Figura 6: As demonstrações contábeis
22
Unidade I
As empresas limitadas – Ltda., principalmente as EPP – Empresas de Pequeno Porte – e ME – 
Microempresas, devem elaborar somente as seguintes demonstrações contábeis – balanço patrimonial, 
demonstração de resultados dos exercícios e demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
As demonstrações contábeis devem obedecer aos pronunciamentos contábeis estipulados pelo 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Os CPC 00 e CPC 26 abordam acerca do assunto.
 Observação
O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) veio esclarecer dúvidas 
existentes entre os contadores e profissionais da contabilidade para se ter 
um único entendimento.
 Saiba mais
Saiba mais sobre a estrutura conceitual para a elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis em: <http://www.cpc.org.br/
pdf/pronunciamento_conceitual. pdf?ie=UTF-8&oe=UTF-8&q=LightWind
ow&iframe=true&width=100%&height=100%>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Conheça a CPC 26 – Apresentação das demonstrações contábeis – em: 
<http://www.cpc.org.br/mostraOrientacao.php?id=44>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja também um exemplo de demonstrações contábeis em: <http://
www.coamo.com.br/contabeis/2010/>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Figura 7
23
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Saiba mais
Conheça o Portal Balanço Patrimonial, disponível em: <http://www.
balancopatrimonial.org/>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Relatório da administração
De acordo com a Lei 6404/76 – Art. 22, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários deve estabelecer 
regulamento para a emissão do relatório da administração.
Estão vigentes, para elaboração do relatório de administração, os seguintes pareceres da CVM:
• Parecer de Orientação 15/87;
• Parecer de Orientação 17/89;
• Parecer de Orientação 18/90.
O relatório da administração deve evidenciar os negócios sociais e principais fatos administrativos 
ocorridos no exercício, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e 
de reinvestimento de lucros e outras informações relevantes.
Representa um necessário e importante complemento às demonstrações contábeis, ao permitir o 
fornecimento de dados e informações adicionais que sejam úteis aos usuários em seu julgamento e 
processo de tomada de decisões.
 Lembrete
As informações constantes do relatório de administração fornecem a 
diretriz que a empresa segue e o rumo que deverá ter no futuro.
 Saiba mais
Acerca do assunto relatório da administração, visite: <http://www.cosif.
com.br/mostra.asp?arquivo=po-reladministracao>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja também alguns exemplos de relatório da administração em: 
<http://mrm.comunique-se.com.br/arq/134/arq_134_22205.pdf>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
24
Unidade I
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é o principal demonstrativo das demonstrações contábeis, representa a 
posição do patrimônio líquido da entidade econômica, na data da publicação.
Todos os bens, direitos e obrigações estão devidamente representados no balanço patrimonial.
O balanço patrimonial é subdividido em três grandes grupos:
1. ativo (bens e direitos);
2. passivo (obrigações para com terceiros em geral);
3. patrimônio líquido (obrigações para com os proprietários).
No ativo, encontramos as contas agrupadas nos seguintes subgrupos e são classificadas de acordo 
com o grau de liquidez. No passivo, encontramos as contas agrupadas em subgrupos, de acordo o grau 
de exigibilidade.
Conforme a Lei 6.404/76 e alterações:
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modoa facilitar o conhecimento 
e a análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – ativo circulante; e
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável em longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível.
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I – passivo circulante;
II – passivo não circulante; e
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados.
25
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente.
Ativo
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte;
II – no ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término 
do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, 
e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da 
empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle 
desses bens;
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido.
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo 
prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Passivo exigível
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para 
aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo 
circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não 
circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179 desta Lei.
26
Unidade I
Resultados de exercícios futuros
Patrimônio líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor 
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal 
que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, 
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes 
beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
c) (revogada);
d) (revogada).
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto 
não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor 
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação 
a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 
3o do art. 177 desta Lei.
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos 
recursos aplicados na sua aquisição (BRASIL. Art. 178, 179, 180, 182; Lei 
6.404, 1976).
27
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Lembrete
O balanço patrimonial divide-se em grupos de contas, de características semelhantes, facilitando, 
dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise.
Figura 8
Ativo Passivo
Circulante
Compreende contas que estão constantemente 
em giro, sua conversão em dinheiro, ocorrerá no 
máximo, até o próximo exercício social
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Bens e Direitos que se transformarão em dinheiro 
a partir do exercício social seguinte – Longo Prazo
Permanente
Bens e Direitos que não se destinam a venda e 
tem vida útil longa, caso dos bens utilizados na 
geração produtiva
Circulante
Compreende obrigações que serão liquidadas no 
máximo, até o próximo exercício social
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Obrigações que serão liquidadas a partir dos 
próximos exercícios sociais – Longo prazo
Patrimônio Líquido
São os recursos dos proprietários, acionistas, 
compõe do Capital e Reservas
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Figura 9: Balanço patrimonial – composição grupo de contas
28
Unidade I
Quadro 1: Balanço patrimonial – exemplo
Companhia das belezas 
Balanço patrimonial
31.12.20X8 em mil R$
Ativo Passivo
Circulante
Disponível
Aplicações Financeiras
Contas a Receber
-Provisão Devedores Duvidosos
Estoques
Outras Contas Receber
Total Circulante
Não Circulante
Realizável em Longo Prazo
Depósitos Judiciais
Empréstimos Compulsórios
Total Não Circulante
Permanente
Investimento
Imobilizado
Diferido
Total Permanente
Circulante
Fornecedores
Empréstimos a Pagar
Contas a Pagar
Impostos a Recolher
Provisões dos Encargos
Dividendos a Pagar
Salários a Pagar
Total Circulante
Não Circulante
Exigível em Longo Prazo
Financiamento e Empréstimos
Total Não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Realizado
Reservas de Capital
Reservas de Lucros
Prejuízos Acumulados
Total Patrimônio Líquido
Total ativo Total passivo
 Saiba mais
Veja os demonstrativos contábeis de algumas empresas:
Petrobras
Disponível em: <http://petrobrasri.infoinvest.com.br/modulos/ITR-3.as
p?codcvm=009512&arquivo=00951103.WTL&topic=8&language=ptb>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
Bancos
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/inffina/be201012/dezembro2010.
pdf>. Acesso em 30 jan. 2012.
29
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
E em: <http://br.advfn.com/p.php?pid=financials&symbol=BOV:SANB4>. 
Acesso em 30 jan. 2012.
Utilização dos balanços patrimoniais para análise
Disponível em: <http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=2010
0604024829AAu8MON>. Acesso em 30 jan. 2012.
E em: <http://www.espbr.com/busca/BALAN%C3%87O%20PATRIMONIAL%20
clubes?o=d>. Acesso em 30 jan. 2012.
Notas explicativas das demonstrações contábeis
As notas explicativas são obrigatórias de acordo com a legislação vigente, pois complementam as 
demonstrações contábeis por meio de esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do 
exercício.
As notas explicativas são complementos às demonstrações contábeis, em conjunto com outros 
quadros analíticos. Esse complemento deve abordar os assuntos relevantes merecedores de um 
esclarecimento aos usuários das informações contábeis.
A publicação de notas explicativas está determinada no § 4º do Art. 176 da Lei 6.404/76. 
Concomitantemente, a CVM apresenta recomendação acerca dos assuntos relevantes que devem ser 
abordados para melhor entendimento das demonstrações contábeis:
Art. 176. § 4º As demonstrações serão complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis 
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados 
do exercício.
§ 5o As notas explicativas devem:
I – apresentar informações sobrea base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas 
para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas 
no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada; e
30
Unidade I
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e 
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes 
para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas 
avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou 
contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações 
em longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação 
financeira e os resultados futuros da companhia (BRASIL, Art. 176, Lei 
6.404, 1976).
Parecer de orientação CVM nº 18, de 18 de janeiro de 1990.
3 Notas explicativas
Nas orientações anteriores foram mencionadas as diversas situações que deveriam ser 
objeto de notas explicativas, e que,no que couberem, devem continuar a ser observadas. 
Alguns itens, entretanto, devem merecer tratamento mais cuidadoso no presente exercício, 
quais sejam:
a) Transações entre partes relacionadas (Deliberação CVM nº 26/86).
— a nota explicativa sobre transações entre partes relacionadas deve caracterizar as 
transações ocorridas, as condições em que se deram essas transações (especialmente 
31
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
preços, prazos, encargos, qualidade etc., e se a transação foi efetuada em condições 
semelhantes às que seriam aplicadas entre partes não relacionadas) e os efeitos 
presentes e futuros na situação financeira e/ou nos resultados da companhia;
b) Destinação do resultado do exercício:
— deve ser apresentada nota explicativa sobre a proposta dos órgãos da 
administração para destinação do resultado do exercício. Nesse particular, 
quatro pontos se destacam:
 I – retenção de lucros – devem ser explicitadas as justificativas e as linhas 
principais do respectivo orçamento de capital. Lucros não destinados, mesmo 
que mantidos em Lucros Acumulados, caracterizam-se como Retenção de Lucros 
(Artigo 196 da LEI Nº 6.404/76).
 II – reservas de lucros a realizar – Esta reserva foi introduzida na lei societária 
a fim de que o dividendo obrigatório possa ser fixado como porcentagem do 
lucro do exercício sem risco de criar problemas financeiros para a companhia, 
conforme seção II do capítulo XVI da Exposição de Motivos nº 196, de 24.06.76, 
do Sr. Ministro da Fazenda, encaminhando o Projeto de Lei das S.A. Portanto, se 
não houver tal risco, a reserva não deve ser constituída.
Deve ser demonstrado o cálculo da reserva constituída, cabendo lembrar que a 
Reserva de Lucros a Realizar que poderá ser constituída é o excedente dos lucros a 
realizar sobre as reservas (Legal, Estatutária, para Contingências e de Retenção de 
Lucros) constituídas.
As reservas constituídas em exercícios anteriores e já realizadas devem ser revertidas 
e incluídas na base de cálculo ao dividendo mínimo obrigatório. As reversões deverão 
ser feitas na proporção da realização do saldo de correção monetária, dos dividendos 
ou lucros recebidos de coligadas e controladas, dos lucros sobre vendas em longo prazo 
realizadas no período. Deverá ser considerada, para efeito do dividendo obrigatório sobre 
os valores realizados no período, a parcela que deveria ser paga a título de dividendo à 
época da formação da reserva, caso ela não fosse constituída, acrescida da respectiva 
correção monetária.
 III – dividendo – deve ser apresentada a demonstração do cálculo do dividendo 
proposto, sendo recomendado o seu pagamento com correção monetária, conforme 
Instrução CVM Nº 72, de 30.11.87.
 IV – destinação integral – é entendimento da CVM que a legislação societária 
determina a destinação integral do resultado do exercício (Art. 192 da LEI Nº 
6.404/76). Vide Instrução CVM Nº 59, de 22.12.86.
32
Unidade I
Ativos diferidos – Informar sua composição e critérios de amortização.
As empresas do mercado de incentivos fiscais e que estão em fase pré-operacional 
devem prestar as informações sobre esta conta no maior grau de detalhamento possível e 
com informações gerais sobre o andamento do projeto, da fase em que se encontra e o que 
falta para entrar em operação.
Tais empresas devem envidar todos os esforços para enquadrarem sua contabilidade 
às normas.
Extraído de: <www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/Atos/pare/pare018.doc>. Acesso em: 30 jan. 2012.
 Lembrete
As notas explicativas esclarecem muitas dúvidas dos usuários que não 
têm acesso à contabilidade da empresa.
 Saiba mais
Saiba mais sobre notas explicativas em: <http://www.
portaldecontabilidade.com.br/guia/notasexplicativas.htm>. Acesso em: 30 
jan. 2012.
Conheça também alguns exemplos de notas explicativas em: <http://
www.cvale.com.br/demonstracoes/2010/notas_explicativas.html>. Acesso 
em: 30 jan. 2012.
Demonstração de Resultado do Exercício – DRE
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a apresentação, em forma resumida, das 
operações realizadas pela sociedade durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o 
resultado líquido do período.
Na determinação do resultado do exercício serão computados: receitas – as receitas 
e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda –, 
custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas 
e rendimentos.
33
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Receita bruta
 (-) Deduções Vendas (Tributos/Devoluções)
= Receita Líquida
 (-) Custo Mercadorias ou Custo Produtos Vendidos
= Lucro Bruto
Despesas Operacionais
 (-) Despesas de Comerciais e de Vendas
 (-) Despesas Administrativas
 (+/-) Receitas / Despesas financeiras
= Resultado antes de Imposto de Renda
 (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
 (-) Participações nos Lucros 
= Resultado Líquido do exercício
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Figura 10: Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Consoante à legislação vigente, temos que a Demonstração do Resultado do Exercício:
Art. 187 – A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas 
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e 
partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de 
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que 
não se caracterizem como despesa;
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
34
Unidade I
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhosno período, independentemente 
da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos.
§ 2o (Revogado) (BRASIL, Art. 176, Lei 6.404, 1976).
 Saiba mais
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – conceito disponível em: 
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.
htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Exemplos de Demonstração de Resultado do Exercício disponíveis em: 
<http://www.casadamoeda.gov.br/portal/images/DemonstracoesFinanceiras/
DRE/DRE_2010.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2012.
 Observação
A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) demonstra o resultado 
da empresa no exercício social.
Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL
Demonstra a movimentação ocorrida, durante o exercício social, nas diversas contas componentes 
do patrimônio líquido.
Indica o fluxo de uma conta para outra e a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no 
patrimônio líquido durante o exercício.
A demonstração indica claramente a formação de todas as reservas e o cálculo dos dividendos obrigatórios.
Lei 6.404/76:
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a 
correção monetária do saldo inicial;
35
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros 
incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os 
decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação 
de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser 
atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o 
montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada 
pela companhia (BRASIL, Art. 186, Lei 6.404, 1976).
Quadro 2: Modelo da demonstração da mutação do patrimônio líquido
Movimentação 
 Reserva capital Reservas de lucros 
Lucros 
acumul Total Capital 
realizado Agio Outras 
reservas Le
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Es
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Saldo 31/12/X0 
(+/-) Ajustes 
exercícios 
anteriores 
 
Aumento de 
capital 
Reversões de 
reservas 
Lucro líquido do 
exercício 
Proposta adm 
destino lucro 
 Reserva legal 
 Reserva 
estatutária 
 Reserva 
orçamentária 
 Reserva 
contingencial 
 Reserva lucros 
a realizar 
Dividendos 
Saldo 31/12/X1 
36
Unidade I
 Saiba mais
Saiba mais sobre o conceito de demonstração da mutação do 
patrimônio líquido em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/
demonstmutapl.htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Veja exemplos de demonstração da mutação do patrimônio líquido em: 
<http://www.bbsegurosaude.com.br/main.asp?Team={DD0AC75E-2619 
-4792-9643-842408441328}>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC
O objetivo da DFC é prover informações relevantes sobre o fluxo financeiro de uma empresa, ocorridos 
durante um determinado período, que avaliam:
• a capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa;
• a capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos;
• a liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa;
• a taxa de conversão de lucro em caixa;
• a performance operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos 
contábeis para as mesmas transações e eventos;
• o grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros de caixa;
• os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimentos e de financiamentos.
Esse demonstrativo tem obrigatoriedade a partir de 1º de janeiro de 2008, por força daLei 11.638/2007 
que inclui esse relatório na Lei 6.404/76, e dessa forma torna-se mais um importante relatório para a 
tomada de decisões gerenciais.
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV – demonstração dos 
fluxos de caixa e V- demonstração do valor adicionado. docaputdo art. 176 
desta Lei indicarão, no mínimo:
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o 
exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas 
alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos:
a) das operações;
b) dos financiamentos; e
c) dos investimentos (BRASIL, Art. 188, Lei 11.638, 2007).
37
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Quadro 3: Modelos de demonstrações de fluxo de caixa 
(método direto), sugestão CRC‑SP
Método direto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes xx
Dividendos recebidos xx
Juros recebidos xx
Recebimentos por reembolso de seguros xx
Recebimentos de lucros de subsidiárias xx
Pagamentos a fornecedores (xx)
Pagamentos de salários e encargos (xx)
Imposto de renda pago (xx)
Juros pagos (xx)
Outros recebimentos ou pagamentos líquidos xx
Caixa líquido das atividades operacionais xx
Alienação de imobilizado xx
Alienação de investimentos xx
Aquisição de imobilizado (xx)
Aquisição de investimentos (xx)
Caixa líquido das atividades de investimentos xx
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Juros recebidos de empréstimos xx
Empréstimos tomados xx
Aumento do capital social xx
Pagamento de leasing (principal) (xx)
Pagamentos de lucros e dividendos (xx)
Juros pagos por empréstimos (xx)
Pagamentos de empréstimos/debêntures (xx)
Caixa líquido das atividades de financiamentos xx
Aumento ou redução de caixa líquido xx
Saldo de caixa – inicial xx
Saldo de caixa – final xx
38
Unidade I
Quadro 4: Modelos de demonstrações de fluxo de caixa 
(método indireto), sugestão CRC‑SP
Método Indireto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Resultado líquido xx 
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa xx 
(+) Depreciação e amortização xx 
(+) Provisão para devedores duvidosos xx 
(±) Resultado na venda do imobilizado xx 
(±) Aumento ou diminuição de contas a receber xx 
(±) Aumento ou diminuição de estoques xx 
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas xx 
(±) Aumento ou diminuição de passivos xx 
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes xx 
(=) Caixa líquido das atividades operacionais xx 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
Fluxo de caixa das atividades de investimentos 
(+) Alienação de imobilizado xx 
(+) Alienação de investimentos xx 
(-) Aquisição de imobilizado xx 
(-) Aquisição de investimentos xx 
(=) Caixa líquido das atividades de investimentos xx 
Integralização de capital xx 
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos 
(+) Integralização de capital xx 
(+) Juros recebidos de empréstimos xx 
(+) Empréstimos tomados xx 
(+) Aumento do capital social xx 
(-) Pagamento de leasing (principal) xx 
(-) Pagamentos de lucros e dividendos xx 
(-) Juros pagos por empréstimos xx 
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures xx 
(=) Caixa líquido das atividades de financiamentos xx 
(=) Aumento ou redução de caixa líquido xx 
 Saiba mais
Entenda o conceito de demonstração de fluxo de caixa em: <http://
web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/2%20 
Edi%C3%A7%C3%A3o/Aplicadas/PDF/13-Ed2_CS-Demonst.pdf>. Acesso: 
31 jan. 2012.
39
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Veja também um ótimo exemplo de demonstração do fluxo de caixa em: 
<http://www.serpro.gov.br/instituicao/processos_de_contas_anuais/2008/
secoes/06%20-%20Demonstracao%20do%20Fluxo%20de%20Caixa%20
2008.pdf>. Acesso: 31 jan. 2012.
 Lembrete
A demonstração do fluxo de caixa demonstra a movimentação dos 
recursos financeiros.
Demonstração do Valor Agregado – DVA
Tem como objetivo informaro valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) evidencia para quem a empresa está canalizando a renda 
obtida, ou ainda qual valor a empresa adiciona por meio de sua atividade.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) é elaborada a partir dos dados contidos na Demonstração 
do Resultado do Exercício (DRE). Nessa demonstração, é destacado o valor agregado pela empresa e a sua 
distribuição, indicando a contribuição da empresa para a formação do lucro e para outros itens, tais como 
impostos, taxas e contribuições, pessoal e encargos, juros e aluguéis, juros sem capital próprio e dividendos.
O balanço social evidencia o perfil social das empresas em relações de trabalho dentro da empresa.
Quadro 5: Itens que compõem a DVA
Empregados: Meio ambiente
Investimentos para a comunidade:
 quantidade;
 sexo;
 escolaridade;
 encargos sociais;
 gastos com alimentação;
 educação;
 saúde do trabalhador.
Tributos pagos
 cultura;
 esportes;
 habitação;
 saúde pública;
 saneamento;
 assistência social.
De acordo com a legislação societária, recentemente atualizada, temos:
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV – demonstração dos 
fluxos de caixa e V- demonstração do valor adicionado. do caput do art. 176 
desta Lei indicarão, no mínimo:
40
Unidade I
[...]
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela 
companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para 
a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, 
governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída (BRASIL, 
Art. 188, Lei 11.638, 2007).
 Saiba mais
Conheça o pronunciamento técnico CPC 09 em: <http://www.cpc.org.
br/pdf/CPC_09.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja também exemplos de Demonstração do Valor Agregado (DVA) 
em: <http://www.vale.com/pt-br/investidores/resultados-e-informacoes- 
financeiras/demonstracoes-contabeis-anuais-controladas-e-coligadas/
paginas/default.aspx>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) demonstra a movimentação 
dos recursos utilizados pela empresa na produção dos bens e serviços.
Parecer da auditoria independente
As empresas de capital aberto, instituições financeiras e alguns outros casos específicos são obrigados 
a publicar as demonstrações financeiras com o parecer da auditoria externa.
O auditor emite sua opinião, informando se as demonstrações financeiras representam 
adequadamente a situação patrimonial e a posição financeira na data do exame. Também informa se as 
demonstrações financeiras foram levantadas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade 
e se há uniformidade em relação ao exercício anterior.
Os principais motivos que levam uma empresa a contratar o auditor externo ou independente são:
• obrigação legal – as companhias abertas são obrigadas por lei;
• imposição de bancos para ceder empréstimo;
• imposição estatutária;
41
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• imposição dos acionistas minoritários;
• para efeito de fusão, incorporação, cisão ou consolidação.
Observe que o parecer deve ser emitido por um profissional que seja o mais independente possível 
da empresa auditada.
 Saiba mais
Conheça o conceito dos pareceres dos auditores em: <http://www.
portaldeauditoria.com.br/legislacao/normas/parecerdosauditores.htm>. 
Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja também um exemplo de parecer da auditoria independente em: 
<http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/caixa/caixa_demfinanc/PARECER_
AUDIT_INDEPEN_3TRIMESTRE_2007.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
As demonstrações contábeis são certificadas por meio da auditoria 
independente, cujo parecer demonstra o grau de idoneidade da empresa.
Parecer do Conselho Fiscal
Compete ao Conselho Fiscal:
I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento 
dos seus deveres legais e estatutários;
II. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações 
complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral;
III. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração a serem submetidas à assembleia geral, 
relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de 
investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, 
fusão ou cisão;
IV. denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se esses não tomarem 
as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia geral, os 
erros, fraudes ou crimes que descobrirem e sugerirem providências úteis à companhia;
42
Unidade I
V. convocar a assembleia geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 
(um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, 
incluindo na agenda das assembleias as matérias que considerarem necessárias;
VI. analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas 
periodicamente pela companhia.
A legislação das sociedades anônimas regulamenta o item relativo ao Conselho Fiscal por meio 
dos artigos 161 ao 165. A constituição do e a responsabilidade do Conselho Fiscal é definida no 
artigo 161:
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu 
funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for 
instalado a pedido de acionistas.
§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 
5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos 
pela assembleia-geral.
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, 
será instalado pela assembleia-geral a pedido de acionistas que 
representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito a voto, 
ou 5% (cinco por cento) das ações sem direito a voto, e cada período de 
seu funcionamento terminará na primeira assembleia-geral ordinária 
após a sua instalação.
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria 
não conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer 
assembleia-geral, que elegerá os seus membros.
§ 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes 
normas:
a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto 
restrito, terão direito de eleger, em votação em separado, 1 (um) 
membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas 
minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% (dez por 
cento) ou mais das ações com direito a voto;
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os demais acionistas com 
direito a voto poderão eleger os membros efetivos e suplentes que, 
em qualquer caso, serão em número igual ao dos eleitos nos termos 
da alínea a, mais um.
43
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos 
até a primeira assembleia-geral ordinária que se realizar após a sua eleição, 
e poderão ser reeleitos.
§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos 
até a primeira assembleia-geral ordinária que se realizar após a sua eleição, 
e poderão ser reeleitos.
§ 7o A função de membro do conselho fiscal é indelegável (BRASIL, Art. 161, 
Lei 11.638, 2007).
 Saiba mais
Saiba mais sobre contabilidade avançada em: <http://www.cosif.com.
br/mostra.asp?arquivo=contabilavancada>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Veja um exemplo de parecer do Conselho Fiscal em: <http://www.cvale.
com.br/demonstracoes/2010/conselho_fiscal.html>. Acesso em: 31 jan. 2012.
 Lembrete
O parecer do Conselho Fiscal não é obrigatório, mas, na concepção 
dos empresários e usuários das demonstrações contábeis, tem-se como 
governança corporativa.
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O objetivo da análise das demonstrações contábeis envolve a indicação de informações numéricas,preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, de modo a auxiliar ou instrumentalizar gestores, 
acionistas, clientes, fornecedores, instituições financeiras, governo, investidores e outras pessoas 
interessadas em conhecer a situação da empresa ou em tomar decisão.
A análise das demonstrações contábeis é uma forma de verificar a evolução ou o crescimento da 
empresa de um período para outro e quais os indicadores que demonstram tal crescimento ou decréscimos.
Nessas análises, causas são identificadas e medidas corretivas podem ser tomadas, ou formas de 
medidas preventivas para evitar desvios futuros.
Diversas razões ou objetivos específicos também levam muitos usuários das demonstrações contábeis 
a se debruçarem sobre elas para analisar a situação da empresa. Veja a seguir algumas razões:
44
Unidade I
• liberação de crédito;
• investimento de capital;
• fusão de empresas;
• incorporação de empresas;
• rentabilidade ou retorno;
• saneamento financeiro;
• perspectiva da empresa;
• fiscalização ou controle;
• relatórios administrativos.
 Observação
A análise das demonstrações contábeis resulta em conhecer a saúde 
econômico-financeira da empresa.
Figura 11
45
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Caracterização da análise 
econômico-financeira
Exame de dados
Indicadores da análise 
econômico-financeira
Conhecimento da situação 
Julgamento da realidade
Verificar a capacidade 
de solvência
Situação 
financeira
Finalidade da análise 
econômico-financeira
Conhecer a estrutura 
patrimonial
Estado 
patrimonial
Descobrir a potencialidade 
de gerar resultado
Situação 
econômica
Figura 12: Fluxo dos objetivos da avaliação das demonstrações contábeis
 Saiba mais
Saiba mais sobre análise de balanços em: <http://www.cosif.com.
br/mostra.asp?arquivo=analisebalanco-verdadeira>. Acesso em: 31 
jan. 2012.
Também leia mais sobre análise das demonstrações financeiras em: <http://
www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/analisedemonstracoesfinanceiras.
htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
3.1 Processo de análise das demonstrações contábeis
A mercearia São José
Ao conversarmos com o dono da mercearia próximo de casa, Sr. José, percebemos a 
preocupação que ele tem com a situação do comércio.
Todas as vezes que alguém compra algum produto, ele escreve em um caderno o produto 
e o valor do recebimento.
Ao lado da caixa registradora há uma prancheta pendurada com diversas notas fiscais e 
outros documentos de bancos.
46
Unidade I
Ao adentrar, uma criança pede massa de tomate e, ao pagá-lo, entrega ao Sr. José uma 
caderneta, onde ele escreve algo. Ao sair, a criança fala: “amanhã, minha mãe recebe, ela 
virá acertar as contas com o senhor”.
Fonte: do autor.
A cena anteriormente descrita, é mais comum do que muitos imaginam: é o dia a dia do pequeno 
comércio dos bairros.
As atividades descritas do Sr. José (escrever no caderno, a prancheta com os documentos fiscais, a 
criança trazendo a caderneta e avisando do pagamento) são típicas atividades que servem de controle 
e fornecem informações e dados para a análise da situação do negócio do Sr. José.
Existe diferença entre o comércio do Sr. José e uma empresa de maior porte, em termos de fluxo de 
informações e dados e, consequentemente, nos controles e registros contábeis, para análise e avaliação 
do desempenho da empresa?
Essa pergunta é fundamental para as decisões que são tomadas com base nos dados e informações 
contábeis, muitas delas constantes das demonstrações contábeis.
Para melhor entendimento do exemplo do comércio São José, devemos entender o comércio, 
traduzindo as tarefas do Sr. José em “contabilês”:
• escrita no caderno = escrituração da movimentação contábil das vendas;
• escrita no caderno = escrituração contábil do caixa – recebimento;
• escrita no caderno = escrituração da baixa no estoque das mercadorias;
• prancheta = contas a pagar – passivo circulante;
• prancheta = estoques – notas fiscais de entradas de mercadorias;
• caderneta = contas a receber – ativo circulante;
• caderneta = fluxo de caixa – contas a receber;
• mercadorias expostas = estoque – ativo circulante;
• local do comércio = intangível – ponto comercial;
• balcão e equipamentos existentes = ativo permanente imobilizado;
• Sr. José = recurso humano;
• energia elétrica, água, IPTU = despesas fixas – mensais.
47
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
No final do dia, o Sr. José deve elaborar um relatório simples para verificar o resultado da 
atividade operacional:
Recebimento – pagamentos = resultado (lucro ou prejuízo).
Para ele, isso é o resultado, para a contabilidade isso é o saldo do fluxo de caixa, ou seja, a forma de 
se chegar ao resultado depende do regime contábil utilizado. Para o Sr. José, utilizar o regime de caixa é 
chegar ao resultado, para os contabilistas, o correto é utilizar o regime de competência.
No quadro demonstrado, o Sr. José e milhares de outros comerciantes e pequenos empresários 
devem ter em mente essa composição e controle e a análise das suas atividades, sem medo de errar. 
Utilizam-se de técnicas rudimentares aos olhos das ciências contábeis.
Eles não têm o entendimento técnico contábil para que possam gerenciar seu negócio de forma 
mais eficiente tecnicamente, porém, o fazem para a manutenção do seu negócio.
Figura 13
Alguns obtêm sucesso por meio do grau de empreendedorismo e visão mercadológica, com o apoio 
de parcos conhecimentos econômico-financeiros.
No presente exemplo, fica evidente o grau de conhecimento do gerenciamento do capital de giro – a 
administração do ativo circulante e do passivo circulante ou, tecnicamente, o Capital Circulante Líquido – 
CCL, sem profundidade.
Se tivermos que elaborar um balanço patrimonial e a demonstração de resultados com os dados 
anteriormente descritos, teríamos algo dessa forma:
48
Unidade I
Quadro 6: Balanço patrimonial para EPP/ME
Ativo Passivo
Circulante
Caixa – cx registradora
Contas a receber – cadernetas
Estoques – mercadorias a mostra
Não circulante
Permanente
Imobilizado
 Equipamentos
 Instalações
 Imóveis (caso próprio)
 Intangível (pto. comercial)
Circulante
Fornecedores – prancheta
Tributos – prancheta
Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
Iptu – prancheta
Outras contas – prancheta
Patrimônio líquido
Capital social
Resultado do exercício
Total ativo Total passivo
Quadro 7: Demonstração de resultado
Receita (recebimentos + cadernetas)
Custos das Mercadorias Vendidas (CMV = EI + Compras – Ef)
Lucro bruto
Despesas operacionais
Tributos – prancheta (inclusive Simples +lucro presumido)
Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
IPTU – prancheta
Pro labore – retirada pessoal
Outras contas – prancheta
Resultado Final
No quadro 5, o “recebimentos” considera os recebimentos, e o “contas a receber” considera as 
cadernetas. O custo das mercadorias vendidas é obtido por meio da equação:
CMV = estoque inicial + compras do período – estoque final.
Os tributos considerados como despesa operacional, referem-se aos tributos existentes nos casos 
do Super Simples e do Lucro Presumido, recolhidos no decorrer do exercício social. As retiradas para 
pagamento e uso pessoal foram classificadas como pró-labore.
49
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Essas demonstrações não são elaboradas pelos empresários e comerciantes, porém, de acordo com 
as informações e dados demonstrados anteriormente, pode-se elaborar o modelo citado.
As análises das informações são feitas de acordo com o grau de conhecimento e objetivo de cada 
comerciante.
O mais importante nessa história é que os comerciantes como o Sr. José fazem uma análise contábil 
das suas atividades e das demonstrações contábeis de forma simplista, porém, eficiente de acordo com 
as necessidades de cada um.
Quanto maior o porte da empresa e o grau de complexidade de suas atividades operacionais, é mais 
sofisticado e complexo é o processo de análise.
 Observação
O planejamento da análise das demonstrações contábeisé importante 
para atingir o objetivo do usuário.
Conforme Marion (2005), a análise das demonstrações contábeis pode ser dividida em três níveis:
• Nível introdutório
Apenas alguns indicadores básicos são abordados:
– situação financeira – grupo dos índices de liquidez;
– situação econômica – grupo dos índices de rentabilidade;
– situação de endividamento – grupo dos índices de endividamento ou estrutura de capital.
• Nível intermediário
Nesse nível, o aprofundamento da análise exige um maior grau de conhecimento do analista, maiores 
ferramentas e melhores técnicas, pois a quantidades de demonstrações contábeis e os objetivos a serem 
alcançados são maiores e mais profundos e envolvem profundos conhecimentos da demonstração do 
fluxo de caixa – método indireto, conjugado com todos os índices do nível introdutórios.
Para que possamos melhor aplicar as técnicas de análise, é necessário conhecermos a estrutura 
desses dois demonstrativos contábeis.
• Nível avançado
É a geração de relatórios do porte EVA, MVA. Balanced Scorecards oriundos das demonstrações 
da mutação do patrimônio líquido, conjugados com a demonstração do valor agregado e outras 
50
Unidade I
informações contábeis, que fornecerão relatórios estratégicos para planejamentos de longo prazo 
somente para a alta direção.
 Observação
A combinação da técnica e dos demonstrativos contábeis leva o analista 
a fixar o objetivo a ser alcançado.
Somente estarão preparados para elaborar análises no terceiro nível, os profissionais com grau de 
conhecimento e experiência muito profunda, pois esse grau exige conhecimentos contábeis além 
da graduação. Nessa estrutura, abordaremos o nível avançado.
Os usuários das demonstrações contábeis e alguns dos objetivos das análises são:
• Sócios e gestores:
– aumentar ou reduzir investimentos;
– aumentar o aporte de capital ou emprestar recursos;
– expandir ou reduzir as operações;
– comprar/vender à vista ou a prazo.
• Instituições financeiras:
– conceder ou não empréstimos;
– estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e garantias).
• Fornecedores em geral:
– conceder ou não crédito, em que valor e a que prazo.
• Investidores:
– adquirir ou não o controle acionário;
– investir ou não em ações na bolsa de valores.
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM):
– observar se as demonstrações contábeis de uma empresa de capital aberto respondem aos 
requisitos legais do mercado de valores mobiliários, como periodicidade de apresentação, 
padronização e transparência.
51
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• Poder judiciário e concorrência:
– situação creditícia e econômica da empresa.
• Governo:
– buscar indícios de sonegação de impostos;
– acompanhar a atividade econômico-social.
• Sindicato dos empregados:
– avaliar o vulto dos equipamentos e instalações do capital de giro próprio e da solidez 
econômico-financeira, buscando identificar se há garantia acessória negociações salariais.
 Saiba mais
Saiba mais sobre análises de balanços em: <http://www.cosif.com.br/
busca.asp?cx=partner-pub-3557342833734953%3A5mmnyl-ze78&cof 
=FORID%3A10&ie=ISO-8859-1&q=usuarios+de+analises+de+balan%E7os
&sa=Pesquisar>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Conforme Padoveze e Benedicto (2004), o processo de análise de balanço:
[...] tem por objetivo extrair informações das demonstrações contábeis para 
ser utilizada no processo de tomada de decisões na empresa.
[...]
O processo de análise começa com a separação dos dados, combinando-os 
adequadamente a fim de viabilizar sua interpretação, de acordo com o 
objetivo previamente estabelecido [...].
Para o gerenciamento empresarial, é necessária a informação contábil 
no processo de planejamento, controle e tomada de decisão dentro 
da empresa. Por essa razão, a comparabilidade em vários aspectos é 
importante:
• comparação com períodos passados;
• comparação com padrão setorial;
52
Unidade I
• comparação com períodos orçados;
• comparação com padrões internacionais;
• comparações com empresas concorrentes (PADOVESE e BENEDICTO, 
2004, p. 75).
Qual é a melhor técnica para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa?
Não há uma resposta para essa pergunta, uma vez que diversos são os ramos de atividades 
e os mercados em que as empresas atuam, inclusive há n formas de lideranças empresariais, e 
todas essas formas influenciam a tomada de decisão quer seja o resultado obtido na análise 
financeira.
No entanto, alguns indicadores são imprescindíveis para conhecer a situação econômico-financeira 
de qualquer empresa. Por serem aqueles que mostram a evolução (ou não) das contas patrimoniais e 
de resultado num determinado período serão medidos pela análise vertical e horizontal em conjunto 
com os seguintes indicadores financeiros e econômicos:
• Indicadores financeiros:
– índices de liquidez: medem a capacidade de pagamento da empresa;
– índice de endividamento: estabelece o montante de dívidas assumidas pela empresa e se tem 
condições de assumir mais dívidas;
– índice de atividade: mostra em número de dias os prazos para recebimento das vendas a prazo, 
os pagamentos das compras a prazo para o estoque, bem como o número de dias necessários 
para a renovação dos estoques.
• Indicadores econômicos:
– índices de rentabilidade: contém os diversos índices de rentabilidade, como taxa de retorno 
sobre o investimento e sobre o patrimônio líquido, entre outros; em geral, mede a potencialidade 
da empresa de gerar receitas de vendas.
Portanto, toda a análise deve ser elaborada com base na definição dos objetivos e dos dados coletados, 
que não diferencia o porte das empresas.
53
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 14
A diferença se encontra no analista e suas necessidades. Portanto, cabe ao usuário das informações 
contábeis fixar seu objetivo de análises.
Quem são os usuários das análises contábeis? Primeiro, os proprietários, sócios e, em seguida, temos: 
bancos, fornecedores, funcionários, governo, sindicatos, clientes e outros. Todos têm objetivos e focos 
diferentes, logo, a forma e procedimentos das análises são efetuados de acordo com suas necessidades.
Marion (2005) sugere que a análise das demonstrações contábeis seja analisada em três níveis:
• nível introdutório;
• nível intermediário;
• nível avançado.
Nível introdutório
No nível introdutório, apenas alguns indicadores básicos são abordados, a partir de três 
pontos fundamentais:
• liquidez – situação financeira;
• rentabilidade – situação econômica;
• endividamento – estrutura de capital.
54
Unidade I
Liquidez
EndividamentoRentabilidade
Figura 15: Tripé da análise
Nível intermediário
A análise pode ser aprofundada com a complementação dos demais demonstrativos contábeis, tais 
como: DMPL, DFC, DVA e DRE. Basicamente, complementando as informações e análises efetuadas no 
nível introdutório.
Análise DFC
Necessidade 
de capital de 
giro
Rotatividade
Liquidez Alavancagem 
financeiraLucratividade
 
Nível introdutório
Produtividade
e 
outros
Rentabilidade Endividamento
Modelo
Du Pont
Outros índices 
endividamentoNível intermediário
Figura 16: Níveis introdutório e intermediário
Nível avançado
Uma série de outros indicadores e instrumentos de análise poderia enriquecer 
ainda mais as conclusões referentes à situação econômico-financeira de 
uma empresa (MARION, 2009, p. 3).
Sem querer esgotar os recursos de análise, poderíamos indicar mais algumas ferramentas para 
melhor analisar o tripé referido, agora num nível mais profundo, mais avançado:
55
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• indicadores combinados (avaliar a empresa ponderando conjuntamente o tripé, dando-se uma 
nota final);
• análise da demonstração do valor agregado (avalia a capacidade de gerar renda e como essa 
renda gerada é distribuída);
• liquidez dinâmica (liquidez econômica, patrimonial etc.);
• projeções das demonstrações contábeis e sua análise;
• análise com ajustamento das demonstrações contábeis no nível geral de preços;• análise por meio de dividendos por ações e outros indicadores para as empresas de capital aberto 
com ações cotadas no mercado;
• análise das variações de fluxos econômicos versus financeiro;
• outros modelos de análise EVA, MVA, Balanced Scorecard etc.
Fatos ou eventos
econômico – financeiro
Processo
Demonstrações
financeiras – dados
Análise de
Informações
Tomada de decisão
contábil balanço
Figura 17: Sequência do processo contábil
O analista de balanço se preocupa com o produto decorrente da análise das demonstrações contábeis, 
que indicam se a empresa pode receber ou conceder crédito sem tem rentabilidade, se há eficiência 
ou ineficiência, se há condições operacionais ou não. Muitas perguntas podem ser respondidas e ou 
esclarecidas a partir da análise das demonstrações contábeis.
O produto da análise das demonstrações contábeis resume-se em um relatório em linguagem 
corrente, para que o usuário tenha um entendimento adequado.
Etapas 01 02 03 04
Escolha de
indicadores
Comparação
com padrões
Diagnósticos
ou conclusões Decisões
Análise
Figura 18: Processo de tomada de decisão
A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico. Segundo Matarazzo (2009):
1. extraem-se índices das demonstrações financeiras;
2. comparam-se os índices com os padrões;
56
Unidade I
3. ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico 
ou conclusões;
4. tomam-se as decisões (MATARAZZO, 2009, p. 19).
 Saiba mais
Entenda as principais dificuldades dos analistas de balanço em: <http://
www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=analisebalanco-dificuldade>. 
Acesso em: 31 jan. 2012.
3.2 Objetivo da análise das demonstrações contábeis
É objetivo deste livro é somente enfocar o nível introdutório, conceituando e aplicando o tripé 
básico: índice de liquidez, índice de rentabilidade e índice de endividamento e complementado pelas 
análises vertical e horizontal.
Marion (2009, p. 8) sugere roteiro para avaliar a qualidade e a credibilidade das demonstrações contábeis:
a) O ideal seria:
1. demonstrações contábeis publicadas em jornais que atendam aos 
requisitos legais (Lei das Sociedades Anônimas);
2. assinadas por contador com relatório da diretoria e notas 
explicativas completas;
3. parecer da auditoria de Pessoa Jurídica que não tenha 
empresa-cliente que represente mais de 2% do seu faturamento 
e que não esteja auditando a empresa analisada por mais de 
quatro anos.
b) Situações encontradas que requerem alguns cuidados do 
analista:
4. demonstrações contábeis em que há relatório da diretoria sucinto 
demais e/ou notas explicativas incompletas;
5. demonstrações contábeis com parecer de auditoria que não 
preencham todos os requisitos do item 3.
6. demonstrações contábeis publicadas que não atendam a todos os 
requisitos legais.
57
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
c) Situações que requerem, do analista, profundos cuidados:
7. demonstrações contábeis não publicadas em jornais;
8. demonstrações contábeis sem parecer da auditoria ou parecer 
com ressalva;
9. demonstrações contábeis que não atendem a boa parte dos 
requisitos legais e outras situações não previstas nos itens a e b.
d) Situações em que não se deveria fazer análise com base nas 
demonstrações contábeis:
10. quando a empresa trabalha à base do lucro presumido, sem fazer 
contabilidade (nesses casos, as demonstrações contábeis podem ser 
montadas especialmente para a análise);
11. quando há contradições nas demonstrações contábeis ou 
“exageros” facilmente detectáveis;
12. quando é facilmente identificado que a empresa não valoriza 
a contabilidade e/ou as demonstrações contábeis não refletem a 
realidade (MARION, 2009, p. 8).
Portanto, ao analisar as demonstrações contábeis, cabe ao analista verificar a qualidade das 
informações e dados a serem utilizados, principalmente visando ao objetivo da análise.
Figura 19
 Lembrete
As correta leitura das informações contábeis, depende do grau de 
conhecimento do analista. Quanto mais experiente o analista maior o a 
profundidade da análise.
58
Unidade I
Conforme Padoveze e Gideon (2010, p. 90), a figura a seguir demonstra os objetivos da análise das 
demonstrações contábeis:
Caracterização da análise 
econômico-financeira
Exame de dados
Indicadores da análise
econômico-financeira
Conhecimento da situação
julgamento da realidade
Verificar a capacidade
de solvência Situação financeira
Finalidade da análise
econômico-financeira
Conhecer a estrutura 
patrimonial Estado patrimonial
Descobrir a potencialidade
de gerar resultados Situação econômica
Figura 20: Objetivos da análise das demonstrações contábeis 
No nível introdutório, Marion (2005) sugere o tripé liquidez, rentabilidade e endividamento e as 
análises horizontal e vertical.
O tripé liquidez, rentabilidade e endividamento, compreende a aplicação do conceito de índices ou 
quocientes.
Tripé de decisões da empresa
Endividamento Liquidez
Re
nt
ab
ili
da
de
Figura 21: Tripé de decisões da empresa
59
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Saiba mais
Leia o texto Análise de balanços: breve histórico, conceito, objetivos 
e usuários. Disponível em: <http://www.slideshare.net/admcontabil/anlise- 
das-demonstraes-contbeis-4974439>. Acesso em: 1 fev. 2012.
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES
Exame e padronização das demonstrações contábeis
• Análise das demonstrações contábeis conforme a legislação das sociedades anônimas:
– balanço patrimonial;
– demonstração de resultado do exercício.
Determinadas contas podem ser apresentadas com nomenclaturas diferentes pelas empresas, como 
disponível ou caixas e bancos. Outros exemplos são clientes ou duplicatas a receber ou contas a 
receber, em que todas as contas têm os mesmos objetivos, ou os casos de tributos a recolher, IPI, ICMS 
a recolher, INSS a recolher e encargos previdenciários a recolher. Somente analistas experientes e/
ou de acordo com as notas explicativas poderão elucidar tais dúvidas.
Na conta clientes, muitas empresas já subtraem a provisão de devedores duvidosos, enquanto outras 
preferem apresentá-la junto ao ativo circulante como conta devedora.
Exame e padronização das demonstrações contábeis
Matarazzo (2003) recomenda:
Antes de iniciar a análise, devem-se examinar detalhadamente as 
demonstrações financeiras.
Esse trabalho é chamado padronização e consiste numa crítica às 
contas das demonstrações financeiras, bem como na transcrição delas 
para um modelo previamente definido. A padronização é feita pelos 
seguintes motivos:
Simplificação: cada empresa tem seu plano de contas e na apresentação do 
balanço não há uma padronização. A utilização de um modelo simplificado 
auxilia muito a análise.
60
Unidade I
Comparabilidade: havendo divergências na composição das contas, a 
comparação se torna muito difícil. Enquadrando-se os valores em um 
modelo, a comparabilidade se torna viável.
Adequação aos objetivos da análise: a reclassificação de algumas 
contas de ocorrer na demonstração contábil de acordo com o objetivo 
da análise.
Precisão nas classificações de contas: há empresas que “maquiam” as 
contas, a fim de “embelezar” o balanço patrimonial. Diante desse fato, ao 
utilizar a padronização evita-se a “maquiagem”.
Descoberta de erros: na utilização de modelos padronizados, torna-se 
fácil verificar a existência de erros intencionais ou não intimidade do 
analista com as demonstrações contábeis. A padronização facilita a análise 
das demonstrações contábeis, criando, para o analista, facilidades na 
compreensão e análise (MATARAZZO, 2003, p. 135).
4.1 Quocientes ou Índices de balanço
Quociente é uma razão entre duas grandezas:
Análise por índices
Um índice é 
uma relação 
entre duas 
grandezas.
• Ativo circulante - $ 396.420
• Passivo circulante - $ 198.210
Figura 22: Análise por índices
Quociente =
Conta A
Conta X
Ou seja, estamos comparando a conta A em relação à conta X.
61
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 23
São índices extraídos das demonstrações contábeis por meio de confrontosentre contas ou grupos 
de contas.
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis, que visa evidenciar 
determinado aspecto da situação econômico-financeira de uma empresa.
A técnica de análise, por índice, é a mais empregada, pois fornece a situação econômico-financeira 
da empresa.
Índices ou quocientes, como alguns autores preferem denominar, indicam relações entre contas 
ou grupos de contas com outras contas ou grupo de contas. Sendo assim, trata-se do resultado da 
operação de divisão entre contas ou grupos de contas, resultado esse que pode ser informado na forma 
de índice ou em forma de percentual.
A interpretação dos quocientes pode ser feita em três etapas:
1. interpretação isolada;
2. interpretação conjunta;
3. comparação com quocientes padrão.
Após a obtenção de um índice, não podemos afirmar de imediato se ele é ruim, regular ou bom. 
O índice obtido não é análise em si. Essa se dará a partir da obtenção de um conjunto de índices 
suficientes para se fazer juízo da demonstração analisada. É necessário, portanto, ao tratarmos com 
um índice:
• compará-lo com índices do setor de atividade da empresa (padrão);
• verificar se ele foi apurado de forma consistente;
• examinar uma série histórica (vários exercícios).
62
Unidade I
Em análise das demonstrações contábeis, os índices podem ser divididos em dois grandes 
grupos:
• Índices financeiros, compreendendo os seguintes grupos:
– índices de liquidez;
– índices de endividamento.
• Índices econômicos, compreendendo o seguinte grupo:
– índice de rentabilidade.
 Lembrete
As técnicas de análise por índice ou quociente podem ser definidas 
como a de maior compreensão pelos usuários.
Demonstração do cálculo dos índices – exemplo
No cálculo dos índices ou quocientes, serão utilizados os dados das demonstrações contábeis do 
Grupo Votorantim1. Os dados compilados referem-se ao balanço patrimonial e à demonstração de 
resultados dos exercícios – dados consolidados, relativos ao exercício de 2010.
As demonstrações contábeis da Votorantim S.A. Participações foram elaboradas de acordo com a 
legislação vigente, seguindo orientações das normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), 
estando, portanto, de acordo com recomendações e as práticas contábeis normalmente aceitas.
Efetuamos a simplificação das demonstrações contábeis para fins didáticos.
A Votorantim S.A. Participações é a holding do grupo de empresas que formam o grupo Votorantim:
Tabela 1: Exemplo de balanço patrimonial consolidado
Votorantim S.A. Participações
Balanço patrimonial consolidado
Exercício findo em 31 de dezembro de 2010 em milhões
Ativo 2010 2009
Circulante
 Disponíveis 3.252 7.208 
 Aplicação financeira 15.096 13.855 
 Contas a receber 23.310 12.567 
 Estoques 3.717 3.242 
1 Dados disponíveis em: <http://www.votorantim.com.br/pt-br/ri/resultadosinformacoesfinanceiras/demonstracoes 
Financeiras/Paginas/demonstracoesFinanceiras.aspx>. Acesso em: 1 jan. 2012.
63
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Outras contas 3.220 2.746 
Total circulante 48.595 39.618 
Não circulante
 Realizável em longo prazo
 Aplicações financeiras 9.920 9.620 
 Recebíveis 18.460 13.788 
 Partes relacionadas 4 252 
 Tributos a recuperar 5.889 5.284 
 Outros valores 1.744 645 
Total realizável longo prazo 36.017 29.589 
Permanente
 Investimentos 3.973 1.847 
 Imobilizado 25.997 22.541 
 Ativo biológico 1.451 1.446 
 Intangível 9.615 7.050 
Total permanente 41.036 32.884 
Total ativo 125.648 102.091 
Passivo 2010 2009
Circulante
 Empréstimos e financiamentos 36.958 27.851 
 Fornecedores 2.705 2.588 
 Salários e encargos a pagar 606 613 
 Imposto de Renda e CSLL 667 288 
 Títulos a recolher 402 684 
 Dividendos a pagar 564 619 
 Adiantamento de clientes 124 232 
 Provisões 5 512 
 Outras contas a pagar 2.134 243 
Total circulante 44.165 33.630 
Não circulante
 Exigível em longo prazo
 Empréstimos e financiamentos 34.625 30.329 
 Tributos diferidos 4.172 2.384 
 Provisões 5.860 4.357 
 Outras contas a pagar longo prazo 606 1.333 
Total não circulante 45.263 38.403
Patrimônio líquido
 Capital social 20.000 12.380 
 Reserva de lucros 17.709 18.620 
 Ajustes avaliação patrimonial - 1.489 - 942 
Total patrimônio líquido 36.220 30.058 
Total passivo 125.648 102.091 
64
Unidade I
Tabela 2: Exemplo de demonstração do resultado do exercício
Demonstração do resultado do exercício
2010 2009
Receitas de produtos e serviços 29.497 29.231 
(-) CMV/CPSV 21.561 22.309 
Lucro bruto 7.936 6.922 
Despesas operacionais
 Vendas 1.251 1.240 
 Administrativas 3.087 3.285 
 Outras receitas/despesas - 3.601 - 4.191 
 Total despesas operacionais 737 334 
Lucro operacional 7.199 6.588 
 Resultado da equivalência patrimonial - 660 1.965 
Lucro antes Imp. Renda/Cont. Social 6.539 8.553 
 Imposto Renda / Cont. Social lucro 1.669 2.394 
Lucro líquido 4.870 6.159 
Índices de liquidez
Os índices de liquidez têm como objetivo demonstrar a capacidade da empresa de saldar suas 
obrigações com terceiros em geral, ou seja, pagar seus passivos (dívidas).
Os quocientes de liquidez são obtidos pelo confronto dos elementos do ativo circulante e do ativo 
realizável em longo prazo com as contas do passivo circulante e passivo exigível em longo prazo, 
e servem para saldar os compromissos de curto e longo prazo.
Segundo Padoveze e Gideon (2011):
A ideia central de criar indicadores de liquidez está na necessidade de avaliar 
a capacidade de pagamento da empresa. A palavra liquidez em finanças 
significa a disponibilidade em moeda corrente para fazer pagamentos. 
Decorre de líquido e liquidação. Liquidar significa extinguir obrigação. Um 
ativo líquido é um ativo sem possibilidade de redução. Portanto, os índices 
de liquidez querem medir se os bens e direitos da empresa (ativo) são 
suficientes para liquidação das dívidas.
Os ativos podem ser classificados quanto à sua condição maior ou menor de 
se tornarem líquidos. Isso quer dizer que existem ativos mais líquidos que 
outros. O ativo mais líquido existente nas empresas é o numerário em caixa, 
seguido dos depósitos dos bancos. A seguir, vêm as aplicações financeiras 
de curto prazo, pois rapidamente podem se transformar em dinheiro. 
Depois, seguem os valores a receber e os estoques, como os principais ativos 
65
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
realizáveis. Na linguagem contábil e financeira, denomina-se realização o 
processo de um ativo se transformar em dinheiro. Dessa maneira, existe a 
possibilidade de avaliar a liquidez de diversas maneiras.
Os indicadores de liquidez procuram evidenciar a condição da empresa de saldar 
suas dívidas. São indicadores extraídos apenas do balanço patrimonial, razão por 
que são considerados indicadores estáticos. Quer dizer que, no momento seguinte, 
poderão ser alterados por evento que modifique os elementos patrimoniais que 
são utilizados para medir a liquidez (PADOVEZE e GIDEON, 2011, p. 147).
Figura 24
Quocientes de liquidez:
• quociente de liquidez imediata;
• quociente de liquidez corrente;
• quociente de liquidez seco;
• quociente de liquidez geral.
 Saiba mais
No portal de contabilidade, saiba mais sobre os índices de liquidez, 
disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/
indices-de-liquidez.htm>. Acesso em: 1 fev. 2012.
As informações necessárias para cálculos dos índices de liquidez são as contas do ativo e passivo. Os 
dados a seguir foram retirados do balanço patrimonial ajustado do grupo Votorantim e serão utilizados 
nos exemplos do cálculo dos índices de liquidez:
66
Unidade I
Tabela 3: índices de liquidez
Ativo 2010 2009
Total ativo circulante 48.595 39.618 
Total ativo não circulante 77.053 62.473 
Passivo 2010 2009
Total passivo circulante 44.165 33.630 
Total passivo não circulante 45.263 38.403 
Os maiores interessados nos índices de liquidez, além dos proprietários,são os credores da 
empresa. Eles precisam saber se a sua empresa pode adquirir novos créditos e qual é o risco dos 
créditos já concedidos.
Esse interesse pelos quocientes de liquidez é decorrente. Esse grupo de índices resulta na informação 
da capacidade de pagamento das obrigações de curto e longo prazo.
Analisando-se os índices, tem-se a informação da capacidade de recursos financeiros de curto e 
longo prazo que a empresa possui, e sua capacidade em liquidar as obrigações de curto e longo prazo. 
Cada índice de liquidez demonstra essas informações.
A fórmula matemática dos índices de liquidez é simples, de modo geral, o índice é o resultado da 
divisão da conta devedora: ativo – numerador, pela conta credora (passivo – denominador).
Quociente de liquidez imediata
Indica quanto a empresa possui de disponibilidade imediata para cada unidade monetária de 
passivo circulante.
Interpretação: depende, porque, apesar de ser um índice financeiro, a liquidez imediata não se 
enquadra na regra “quanto maior, melhor”, por ser um índice sem muita expressão, já que compara 
dinheiro com valores que vencerão em datas variadas, embora em curto prazo.
Índices de liquidez imediata altos em época de inflação significa, certamente, que a empresa estará 
perdendo dinheiro.
Índice de liquidez imediata
Disponibilidade
Passivo circulante
De acordo com a fórmula apresentada, no numerador temos a conta das disponibilidades (caixas 
e bancos conta corrente), total de liquidez existente. No denominador temos o passivo circulante, as 
obrigações de curto prazo.
67
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Uma vez que o índice indica a capacidade de pagar as contas com recursos financeiros existentes, 
denota-se que, na análise, quanto maior o quociente, melhor para a empresa.
No exemplo, temos:
=
2010
3.252
44.165
= 0,07
Índice de liquidez imediata
Disponibilidade
Passivo circulante
2009
7.208
33.630
= 0,21
No caso do exemplo, a análise é, em 2010: para cada R$1,00, temos R$0,07 de recursos financeiros 
de imediato. Enquanto que, no ano de 2009, tem-se: R$0,21 de recursos disponíveis para cada R$ 1,00 
de obrigações de curto prazo.
Quociente de liquidez corrente
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante para cada unidade monetária de passivo circulante.
Quanto maior a capacidade de pagamento, melhor para a empresa, ou seja, quanto mais alto for o 
índice, melhor.
Marion (2009, p. 72) observa:
[...] é importante realçar, nesse momento, alguns aspectos relativos à 
liquidez corrente:
• o primeiro é que o índice não revela a qualidade dos itens no ativo 
circulante (os estoques estão subavaliados, são obsoletos, os títulos a 
receber são totalmente recebíveis?);
• o segundo é que o índice não revela a sincronização entre 
o recebimento e pagamentos, ou seja, por meio dele não 
identificamos se os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar 
as dívidas vincendas. Assim, em uma liquidez corrente igual a 2,5 
(aparentemente muito boa), pode a empresa estar em crise de 
liquidez, pois grande parte dos vencimentos das obrigações em curto 
prazo concentra-se no próximo mês, enquanto a concentração dos 
recebimentos ocorrerá dentro de 90 dias;
• o terceiro, como um aspecto que contribui para o redimensionamento 
da liquidez corrente, no sentido de elevá-lo, é o estoque estar 
avaliado a custos históricos, sendo que seu valor de mercado está 
(valor de realização – de venda), normalmente, acima do evidenciado 
no ativo circulante. Portanto, a liquidez corrente, sob esse enfoque, 
68
Unidade I
será sempre mais pessimista do que a realidade, já que os estoques 
serão realizados a valores de mercado e não de custo (MARION, 
2005, p. 72).
Índice de liquidez corrente
Ativo circulante
Passivo circulante
Esse quociente demonstra a capacidade de recursos financeiros líquidos de curto prazo para cobrir 
as obrigações de curto prazo.
=
2010
48.595
44.165
= 1,10
Índice de liquidez corrente
Ativo circulante
Passivo circulante
2009
39.618
33.630
= 1,18
Na análise, para cada R$1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa tem recursos de curto prazo 
de R$1,10 para os anos de 2010 e de 2009, sua capacidade de pagar as obrigações de curto prazo era de 
R$1,18 para cada R$ de dívida.
Quociente de liquidez seco
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante líquido para cada unidade monetária de passivo circulante.
Semelhante ao índice de liquidez corrente, esse índice não considera os estoques, em face da 
dificuldade do nível de liquidez da conta. Os estoques são um item manipulável no balanço, devido à 
possibilidade de obsolescência ou por ser composto de produtos perecíveis.
Nem sempre um índice de liquidez seca demonstra uma situação negativa, pois há casos em que o 
nível de estoques é elevadíssimo, como o caso do comércio varejista, em que há necessidade de estoques 
elevados devido ao giro das vendas.
Índice de liquidez seca
Ativo circulante – estoque
Passivo circulante
Considerando-se os dados do exemplo, temos:
=
2010
44.878
44.165
= 1,02
Índice de liquidez seca
Ativo circulante – estoque
Passivo circulante
2009
36.376
33.630
= 1,08
69
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Para cada R$1,00 temos recursos financeiros de R$1,02 no decorrer de 2010, e R$1,08 para R$ 1,00 
de obrigações de curto prazo.
Quociente de liquidez geral
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante mais o ativo não circulante para cada unidade 
monetária de dívida geral (passivo circulante mais o passivo não circulante).
Interpretação: quanto maior o índice, melhor, pois indica a capacidade da empresa em liquidar as 
obrigações total. Todos os recursos, de curto e longo prazo, são comparados para liquidar as obrigações 
totais – curto e longo prazo.
Índice de liquidez geral
Ativo circulante + não circulante
Passivo circulante + passivo não circulante
Exemplo calculado:
=
2010
125.648
89.428
= 1,41
Índice de liquidez geral
Ativo circulante + não circulante
Passivo circulante + passivo não circulante
2009
102.091
72.033
= 1,42
Considerando os valores de liquidez que em empresa tinha em 2009 e 2010, para cada R$1,00 
de obrigações totais – dívidas de curto e longo prazo, a empresa tinha aproximadamente R$1,42 de 
recursos para liquidação.
Resumo dos quocientes ou índices de liquidez, calculado com os dados do exemplo:
Tabela 4: Índices ou quocientes de liquidez
Índices ou quocientes de liquidez 2010 2009
Índice de liquidez imediata 0,07 1,18
Índice de liquidez corrente 1,10 1,18
Índice de liquidez seca 1,02 1,08
Índice de liquidez geral 1,41 1,42
Analisando-se a tabela-resumo dos índices de liquidez, verifica-se que, do ano de 2009 para o ano 
de 2010, houve uma ligeira diminuição da capacidade de saldos das obrigações por parte da Votorantim 
S.A. Participações.
70
Unidade I
 Observação
Na concessão de créditos, as instituições financeiras se baseiam nos 
índices de liquidez.
Índices de endividamento ou estrutura de capital
Os quocientes ou índices de endividamento demonstram a relação de capitais próprios e de terceiros 
que compõem o capital da empresa. Esse tipo de análise é importante para verificar se a empresa 
recorreu a capitais de terceiros para complementar as aplicações no ativo e se foi necessário fazer mais 
dívidas para pagar outras obrigações que estão por vencer.
Índices de endividamento ou índices de estrutura de capital mostram a composição e a aplicação 
dos recursos da empresa.
Verificamos que o ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros (passivo 
circulante mais passivo exigível em longo prazo) e por capitais próprios (patrimônio líquido), sendo 
essas, portanto, as origens dos recursos.
Os quocientes de estrutura de capitais, também conhecidos por quocientes de endividamentos, 
são obtidos mediante a confrontação das contas que representam as contas do capital de terceiros 
com o patrimônio líquido e com o ativo permanente, e servem para aquilatar o grau de endividamento 
da entidade.
Osprincipais índices ou quocientes de endividamentos são:
• Quocientes de estruturas de capital:
– quociente de composição das exigibilidades;
– quociente de capital de terceiros/capital próprios;
– quociente de imobilização do patrimônio líquido.
 Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos, visite: <http://www.eps.ufsc.br/
disserta99/lucca/cap2.html>. Acesso em: 1 fev. 2012.
71
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Quociente de composição das exigibilidades
Composição do endividamento: esse índice mostra o grau de dependência que os ativos da empresa 
têm aos capitais de terceiros, separando as exigibilidade de curto prazo – circulante em comparação 
com os de longo prazo – não circulante.
Indica quanto as dívidas de curto prazo representam para cada unidade monetária do total da dívida 
com terceiros.
Esse quociente demonstra a composição do endividamento de curto prazo em relação ao total, logo, 
a diferença corresponde ao longo prazo. Quanto menor, mais favorável, ou seja, o endividamento de 
longo prazo facilita o pagamento da empresa.
Interpretação: quanto menor, melhor. É importante que as dívidas de longo prazo sejam maiores, 
pois há tempo para a empresa planejar suas finanças e programar o pagamento das obrigações. Caso 
as obrigações de curto prazo – passivo circulante – sejam maiores que a de dívidas de longo prazo – 
passivo não circulante –, a empresa terá que captar mais recursos – empréstimos e financiamentos – 
para saldar suas obrigações, portanto criando mais dívidas.
=
2010
44.165
89.428
= 0,49
Composição das exigibilidades
Passivo circulante
Pass. circ. + pass. não circ.
2009
33.630
72.033
= 0,47
No balanço patrimonial em análise, verifica-se haver praticamente um equilíbrio entre as dívidas de 
curto e longo prazo.
Quociente de capital de terceiros/capital próprios
Esse quociente evidencia qual é a proporção da participação dos capitais de terceiros em relação aos 
recursos totais e indica quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada unidade monetária 
de capital próprio.
Esse índice mostra o grau de dependência que os ativos da empresa têm aos capitais de terceiros.
Demonstra a proporção entre o capital de terceiros e o capital próprio: quanto mais próxima de 1, 
demonstra mais dependência exagerada de recursos de terceiros.
=
2010
89.428
36.220
= 2,47
Participação de capital de terceiros
Pass. circ. + pass. não circ.
Patrimônio líquido
2009
72.033
30.058
= 2,40
72
Unidade I
Interpretação: quanto menor, melhor. No exemplo, temos que, para cada $1,00 de capital próprio – 
patrimônio líquido –, são utilizados respectivamente $2,40 (2009) e $2,47 (2010). Há uma grande 
dependência de recursos de terceiros para a operacionalização da empresa.
Quociente de imobilização do patrimônio líquido
Imobilização do capital próprio: esse índice mostra quanto do capital próprio está investido no 
ativo permanente e evidencia quanto a empresa investiu no ativo permanente para cada real de 
patrimônio líquido.
=
2010
25.997
36.220
= 0,72
Imobilização da patrimônio líquido
Ativo imobilizado
Patrimônio líquido
2009
22.541
30.058
= 0,75
Esse índice demonstra o investimento em ativo imobilizado que a empresa está fazendo, 
explicitando sua capacidade de geração de capacidade produtiva, decorrente do investimento nesse 
ativo.
Verifica-se que aproximadamente 70% do patrimônio líquido são aplicados em investimentos com 
ativo imobilizado.
 Lembrete
Os índices de endividamento ou de capital demonstram a composição 
do patrimônio próprio e de terceiros existente na empresa.
Índices de rentabilidades
Os índices de rentabilidade ou lucratividade demonstram qual foi a rentabilidade dos capitais 
investidos na empresa.
São considerados índices econômicos, os que indicam margens de lucro (rentabilidade), de retorno 
do capital investido e a velocidade das operações realizadas.
Evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido na empresa.
São calculados com base em valores extraídos da demonstração do resultado do exercício e do 
balanço patrimonial.
São exemplos de índices de rentabilidades:
• retorno sobre o investimento;
73
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• retorno sobre o patrimônio líquido;
• margem líquida;
• giro do ativo.
Retorno sobre o investimento
Esse quociente evidencia o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a 
empresa obteve de lucro líquido para cada real de investimento totais.
=
2010
4.870
125.648
= 0,04
Retorno sobre o investimento
Lucro líquido
Ativo total
2009
6.159
102.091
= 0,06
Esse índice mostra quanto a empresa obteve de lucro para cada 100 reais de investimento, sem 
considerar as despesas e impostos.
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do ativo.
Interpretação: quanto maior, melhor. Para cada R$1,00 de ativo, temos um lucro de R$0,06 e 
R$0,04 para os anos 2009 e 2010 respectivamente. Quanto mais próximo de R$1,00 o retorno (lucro), 
mais interessante seria aos acionistas.
Retorno sobre o patrimônio líquido
O quociente revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo capital próprio investido na empresa, 
isto é, quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada real de capital próprio investido.
=
2010
4.870
36.220
= 0,13
Retorno s/ patrimônio líquido
Lucro líquido
Patrimônio líquido
2009
6.159
30.058
= 0,20
Semelhante ao índice do retorno sobre o ativo, quanto maior o índice do retorno sobre o patrimônio 
líquido, melhor. Para cada R$1,00 de ativo, temos um lucro de R$0,20 e R$0,13 para os anos 2009 e 
2010 respectivamente. Quanto mais próximo de R$1,00 o retorno (lucro), mais interessante seria aos 
acionistas, pois seu retorno seria quase o valor do investimento.
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do patrimônio líquido.
Margem líquida
O quociente revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento, 
isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido.
74
Unidade I
Indica o percentual de lucro líquido em cada unidade monetária vendida.
=
2010
4.870
29.497
= 0,17
Margem líquida
Lucro líquido
Vendas líquidas
2009
6.159
29.231
= 0,21
Giro do ativo
Esse quociente evidencia a proporção existente entre o volume das vendas e os investimentos totais 
efetuados na empresa, isto é, quanto a empresa vendeu para cada real de investimento total.
=
2010
29.497
125.648
= 0,23
Giro do ativo
Vendas líquidas
Ativo total
2009
29.231
102.091
= 0,29
Esse índice mostra quanto a empresa vendeu para cada R$1,00 do investimento total.
 Lembrete
Os índices de rentabilidade demonstram a capacidade da empresa em 
gerar resultados positivos ou negativos.
 Resumo
O objetivo da análise das demonstrações contábeis, predominantemente, 
é fornecer informações e dados para a tomada de decisões por parte dos 
usuários das informações contábeis.
Cabe ao analista contábil, de acordo com sua experiência e com o 
objetivo do usuário, elaborar relatório simples ou complexo.
As variáveis necessárias para elaborar a análise e emitir o relatório 
são os constantes das demonstrações contábeis exigidos pela legislação 
societária e pelos órgãos contábeis.
Os principais demonstrativos são o balanço patrimonial, as notas 
explicativas e a demonstração de resultado do exercício, fundamentais para 
a análise de balanço.
A demonstração da mutação do patrimônio líquido, a demonstração 
do fluxo de caixa e a demonstração do valor agregado são relatórios que 
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
apresentam os detalhes da ocorrência contábil no decorrer do exercício 
social. São úteis na medida em que as informações não encontradas 
no balanço patrimonial e na demonstração do resultado são explicadas 
minuciosamente nesses demonstrativos.
Entre as técnicas de análises, a mais comum é a determinação de índices 
ou quocientes, cuja técnica se resume em encontrar o resultadoda divisão 
de contas dos demonstrativos contábeis.
A quantidade e a qualidade dos índices são fixadas pelo analista no 
cumprimento do objetivo fixado pelo usuário. O grupo básico de índices 
é formado pelo tripé liquidez, endividamento e rentabilidade: cada grupo 
fornece vários índices e, nesta unidade, demonstramos os índices usuais. 
Contudo, podem ser calculados outros índices de acordo com a necessidade.
A correta interpretação dos quocientes depende da experiência do 
analista, pois não há um padrão de interpretação ou utilização. Os conceitos 
determinam o grau de utilidade, porém, relacionados aos objetivos, não 
definem sua interpretação.
O grupo de índices de liquidez demonstra a capacidade da empresa em 
liquidar suas dívidas, enquanto que o grupo de índices de endividamento 
demonstra a composição do patrimônio (próprio ou de terceiros). Por fim, 
o grupo de índices de rentabilidade está relacionado com a capacidade da 
geração de resultados positivos.
Portanto, esse tripé de índices (liquidez, endividamento e rentabilidade) 
é o ponto de partida para a análise de balanços baseada no conceito de 
índice ou quocientes.
 Exercícios
Questão 1. (CFC 2012) Assinale a opção que apresenta apenas itens registráveis no Ativo Não Circulante:
A) Aplicações financeiras classificadas como equivalentes de caixa, imóveis destinados ao uso, 
imóveis para aluguel.
B) Estoques, duplicatas a receber, imóveis destinados ao uso.
C) Investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, imóveis destinados ao uso, 
imóveis para aluguel.
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Unidade I
D) Investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, estoques, marcas registradas.
E) Terrenos para utilização futura, participações acionárias em outras empresas, impostos a recuperar.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: as aplicações financeiras classificadas como equivalentes de caixa são inseridas no 
Ativo Circulante.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: as duplicatas a receber representam valores originados de vendas de mercadorias a 
prazo e, assim, são um direito contabilizado como Ativo Circulante.
C) Alternativa correta.
Justificativa: os exemplos apresentados na alternativa obedecem aos lançamentos em Ativo Não 
Circulante por estarem inclusos como elementos patrimoniais de longo prazo.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os estoques são bens comprados ou fabricados pela empresa com o objetivo de venda 
ou utilização própria no decorrer normal de suas atividades e não são lançados no Ativo Circulante.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: os impostos a recuperar são outros direitos inseridos no Ativo Circulante, onde há 
lançamentos de transações que não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e 
inerentes às suas atividades, a exemplo de títulos a receber e adiantamento a funcionários.
Questão 2. Assinale a alternativa referente ao que indica o índice de liquidez seca:
A) Indica a porcentagem das receitas disponíveis para cobrir as despesas operacionais e obter lucro. 
Quanto menor, melhor.
B) Indica a lucratividade das operações atuais sem levar em consideração as despesas de juros e 
imposto de renda.
C) Indica a capacidade da empresa em pagar o passivo circulante usando os ativos que podem 
convertidos em fundos de curto prazo.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
D) Indica a capacidade da empresa em pagar o passivo circulante sem depender da venda de 
seus estoques.
E) Indica o retorno que os acionistas estão obtendo pelo investimento que efetuaram na empresa.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: esta é a margem de lucro bruto.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: este é o índice de lucratividade margem de lucro operacional.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: este é o índice de liquidez corrente.
D) Alternativa correta.
Justificativa: esta é a descrição correta do índice de liquidez seca a ser obtido a partir da seguinte 
formulação: (Ativo Circulante – estoques) / Passivo Circulante.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: este é o indicador do retorno do patrimônio líquido.

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