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ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL MARYANNA DE OLIVEIRA FRANCO Estudo de caso: Sítio Sonho Dourado. Elaboração de proposta para produção de café especial NITERÓI 2022 MARYANNA DE OLIVEIRA FRANCO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental. Orientadora: Roberta Jimenez de Almeida Rigueira, D.Sc. NITERÓI 2022 MARYANNA DE OLIVEIRA FRANCO Estudo de caso: Sítio Sonho Dourado Elaboração de proposta para produção de café especial Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental. Aprovada em 08 de fevereiro de 2022. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ Profa Roberta Jimenez de Almeida Rigueira, Orientadora, D.Sc. – UFF. ___________________________________________________________________ Prof. Ivenio Moreira da Silva , DSc – UFF ___________________________________________________________________ Profa Josiane Pereira da Silva, DSc – UFF DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, minha família, amigos, a todos aqueles que me ajudaram direta e indiretamente, e a todos aqueles que tiveram paciência comigo, sem vocês eu não estaria aqui. AGRADECIMENTOS Aos meus ídolos, meus pais Marcia e Franco, obrigada pelo amor incondicional, pelo exemplo de vida, pelo incentivo, pela ajuda e pelo apoio constante. A minha orientadora Roberta Rigueira por todo apoio e por plantar a semente de possibilidades que o café traz. A minha avó, que proporcionou um local maravilhoso para passar as férias durante a infância, sem o qual eu não teria desenvolvido o amor que eu tenho pelos animais e pela natureza. Ao meu cachorro Negão, que me acompanhou durante onze anos, me alegrando nos momentos mais difíceis, e agora olha por mim do céu. Meu eterno agradecimento às amigas de faculdade Germana e Flávia, que deram uma contribuição valiosa para a minha jornada acadêmica. Obrigada pelos conselhos, palavras de apoio, paciência e risadas. Aos meus amigos e família, pela compreensão das ausências e pelo afastamento temporário. A todos os professores, por todos os conselhos e ajuda durante os meus estudos e elaboração do meu TCC. Obrigado à Universidade Federal Fluminense pela oportunidade de fazer o curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. Agradeço por me oferecer professores incríveis, um ambiente de estudo saudável e muitos estímulos para participar de atividades acadêmicas. Sou grata não só aos professores, mas também à direção, ao pessoal do administrativo, da limpeza e demais colaboradores da instituição. Só tenho a agradecer e dizer que esse TCC também é de vocês. “A jornada de mil quilômetros começa com o primeiro passo.” Rei Leão RESUMO O objetivo do presente trabalho foi elaborar uma proposta para implantação de pequena lavoura de café especial, em uma propriedade rural do município de Vassouras–RJ. Este trabalho foi desenvolvido visando verificar a melhor técnica de cultivo, o tipo de cultivar a ser adotado, e o custo para implementar uma lavoura para produção de café especial, em particular o Café Jacu. A análise dos custos de formação e produção da lavoura demostrou que a produção de café especial para participação em concursos ou para produção de Café Jacu demanda investimento alto, contudo também possui retorno financeiro elevado, com a saca de um quilo de Café Jacu sendo comercializada a R$ 976,80, se tornando a alternativa mais rentável economicamente para a propriedade em estudo. PALAVRAS – CHAVE: Café Jacu, análise de custo, agricultura familiar. ABSTRACT The purpose of the present paper was to elaborate a proposal for the implantation of a small specialty coffee plantation, in a rural property in the municipality of Vassouras-RJ. This work was developed in order to verify the best cultivation technique, the type of cultivar to be adopted, and the cost to implement a crop to product specialty coffee, in particular Jacu Bird Coffee. The analysis of crop formation and production costs showed that the production of Jacu Bird Coffee and specialty coffee for participation in competitions demands high investment; however it also has a high financial return, with one kilo of benefited Jacu Bird Coffee being trade at R$ 976.80, showing that the production of specialty coffee is the most profitable alternative for the property under study. KEY WORDS: Jacu Bird Coffee, cost analysis, family farming. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Evolução das exportações de cafés diferenciados (jan/dez). ................... 27 Figura 2 – Consumo de cafés especiais no Brasil. .................................................... 27 Figura 3 – Faces para área de cultivo. ...................................................................... 31 Figura 4 – Espaçamento entre plantas nas linhas de plantio de lavoura aberta. ...... 32 Figura 5 – Largura entre ruas no sistema de lavoura aberta. .................................... 32 Figura 6 – Espaçamento entre plantas nas linhas de plantio de lavoura adensada. . 33 Figura 7 – Largura entre ruas no sistema de lavoura adensada. .............................. 33 Figura 8 – Ave Jacu (Penelope sp.) .......................................................................... 43 Figura 9 – Excremento do Jacu pós-colheita. ........................................................... 44 Figura 10 – Croqui da propriedade. ........................................................................... 45 Figura 11 – Área de plantio do café especial e curvas de nível 1:25.000.................. 46 Figura 12 – Temperaturas e precipitações médias de Vassouras. ............................ 47 Figura 13 – Frequência relativa das subcategorias nas suas respectivas categorias. .................................................................................................................................. 49 Figura 14 – Planta da cultivar Catuaí Amarela. ......................................................... 50 Figura 15 – Processamento e secagem a ser adotado para cada café a ser produzido. .................................................................................................................. 54 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Exportações brasileiras de cafés diferenciados - Ano 2020. ................... 25 Tabela 2 – Exportações brasileiras de cafés diferenciados - Ano 2021. ................... 26 Tabela 3 – Subgrupos de classificação do café beneficiado da COB ....................... 39 Tabela 4 – Classificação a partir do Resultado Final da metodologia SCCA ............ 40 Tabela 5 – Tipos de café especial ............................................................................. 41 Tabela 6 – Equivalência entre a metodologia SCAA e a COB .................................. 42 Tabela 7 – Produção total acumulada e produção média por ano, em função dos diferentes arranjos populacionais ..............................................................................52 Tabela 8 – Parâmetros de secagem ......................................................................... 55 Tabela 9 – Ganhadores do COE dos últimos 5 anos ................................................ 58 Tabela 10 – Custos de formação estimados para um hectare, no sistema adensado, com sistema operacional manual e espaçamento de 2 x 0,5 m ................................ 60 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABIC Associação Brasileira Da Indústria De Café BSCA Brazil Specialty Coffe Association COB Classificação Original Brasileira COE Cup of Excellence CECAFE Conselhos dos Exportadores de Café do Brasil CONAB Companhia Nacional de Abastecimento EPTV Emissoras Pioneiras de Televisão IAC Instituto Agronômico de Campinas ICO International Coffee Organization IEA Instituto de Economia Agrícola INCAPER Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural SCAA Specialty Coffee Association of America SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 15 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 15 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA .......................... 16 3.1. A CULTURA – PRINCIPAIS VARIEDADES ..................................................... 16 3.1.1. Coffea arábica........................................................................................... 16 3.1.1.1. Mundo Novo ....................................................................................... 16 3.1.1.2. Bourbon .............................................................................................. 17 3.1.1.3. Laurina ................................................................................................ 18 3.1.1.4. Catuaí ................................................................................................. 18 3.1.1.5. Acaiá................................................................................................... 19 3.1.1.6. Topázio ............................................................................................... 20 3.1.1.7. Icatu .................................................................................................... 20 3.1.1.8. Caturra ................................................................................................ 21 3.1.2. Coffea canephora ..................................................................................... 21 3.1.2.1. Conilon ............................................................................................... 22 3.1.2.2. Robusta .............................................................................................. 23 3.2. MERCADO CONSUMIDOR ............................................................................ 23 3.3. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA PLANTIO DE CAFÉ ARÁBICA ......... 28 3.3.1. Aspectos sociais e econômicos ................................................................ 28 3.3.2. Aspectos ambientais e climáticos ............................................................. 29 3.3.3. Aspectos Agronômicos ............................................................................. 30 3.3.4. Escolha do sistema de plantio .................................................................. 31 3.3.5. Escolha da cultivar .................................................................................... 34 3.3.6. Preparo da área e plantio ......................................................................... 34 3.4. COLHEITA E PÓS-COLHEITA ........................................................................ 35 3.5. CUSTO DE FORMAÇÃO E PRODUÇÃO ........................................................ 37 3.6. PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS - ASPECTOS GERAIS ......................... 38 3.7. CAFÉ JACU BIRD ........................................................................................... 42 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 45 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ....................................................................... 45 4.2. ESCOLHA DA VARIEDADE ............................................................................ 47 4.3. PRODUÇÃO DO CAFÉ ................................................................................... 51 4.3.1. Tempo de produção e produtividade ........................................................ 51 4.3.2. Escolha do processamento e secagem do café........................................ 53 4.3.3. Manejo do Jacu......................................................................................... 56 3.3.4. Custo de implantação e produção ............................................................ 57 4.3.5. Comercialização ....................................................................................... 58 4.4. SELEÇÃO DO CONCURSO ............................................................................ 59 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 60 6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 65 13 1. INTRODUÇÃO O café é uma das bebidas mais consumidas do mundo, sendo conhecido principalmente por seu poder estimulante. O primeiro registro alusivo ao café data do ano de 575, através da lenda de Khaldi, um pastor de cabras da Etiópia que notou que seus animais ficavam mais animados e cheios de energia após se alimentarem dos frutos e folhagens de certo arbusto. A África foi o território de origem do café, onde seu consumo era feito em forma de fruto, contudo coube aos árabes o domínio das técnicas de plantio e preparação do produto. A infusão do café só veio a ser consumida por volta dos anos 1.000 e o processo de torrefação foi desenvolvido no século XIV, quando a bebida adquiriu forma e gosto semelhante ao consumido atualmente (MARTINS, 2017). No século XVI a bebida, já conhecida como café, se tornou popular na Turquia. No século XVII foi difundida pela Europa apesar de ser identificada como bebida procedente do lado herege do mundo. No século XVIII o café chegou ao Brasil com suas primeiras mudas de plantas cultivadas no Pará e de lá ocupou o território brasileiro. Contudo, foi apenas no século XIX que sua produção ganhou força e começou a ser realizada em escala comercial (SHIE, 2018). O Brasil atualmente é responsável por mais de um terço da produção mundial de café, sendo o maior produtor mundial, também é o maior produtor de café arábica e segundo maior produtor de café robusta (GAMA, 2021). No ano de 2020 a exportação brasileira de café atingiu um novo recorde, totalizando 44,5 milhões de sacas, tendo a variedade arábica correspondido a 79,7% do total exportado, a variedade conilon a 11,1% e os cafés industrializados a 9,2% (CAVATON, 2021). Em relação aos cafés diferenciados, considerados cafés de qualidade superior, ou que possua algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, o Brasil exportou, em 2020, o equivalente a 7,9 milhões de sacas de 60 kg, volume que representou um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior e 17,7% do total exportado dos Cafés do Brasil em 2020. Os cafés especiais geraram uma receita cambial de US$1,3 bilhão, o que os torna responsáveis por 22,9% de toda a receita cambialgerada com as exportações dos cafés do Brasil no ano de 2020. (CAVATON, 2021). Em se tratando dos preços, deve-se considerar que o café é uma commodity agrícola que possui contratos futuros negociados na bolsa de valores brasileira, a 14 B3. Desde 2017, a cotação do café arábica apresentava tendência de desvalorização, com contratos atingindo valores próximos a 100 dólares por saca em junho de 2020, após o início da pandemia da Covid-19. Entretanto, a partir de outubro/2020, se iniciou uma forte valorização que se segue ao longo de 2021, alcançando cotações próximas a 280 US$/saca (CAFÉ ARABICA 6/7, 2022). O Café Jacu teve origem no Brasil, e surgiu devido à necessidade de encontrar uma solução para os prejuízos causados pelas aves Jacu que chegavam a comer até 10% do café produzido na Fazenda Camocim, localizada no Espírito Santo. Desta forma, inspirado no café Kopi Luwaki, a partir dos grãos retirados dos excrementos do Jacu começou a ser produzido um café equilibrado que se tornou premiado no mundo inteiro, sendo classificado como um dos cafés mais caros do mundo (PAIVA, 2021). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo propor um projeto para produção de café especial para concurso e de Café Jacu, segundo as condições disponíveis na propriedade Sítio Sonho Dourado, localizada no Município de Vassouras-RJ. Tendo em vista o crescimento do mercado de cafés especiais e aumento da lucratividade durante a comercialização, a produção de café especial e de café especial raro torna-se uma opção atrativa para produtores que anseiam agregar valor à sua produção. 15 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL O presente trabalho tem como objetivo propor um projeto para produção de café especial, na propriedade Sítio Sonho Dourado, localizada no Município de Vassouras-RJ. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Propor um projeto para implementação da lavoura de café, contendo o estudo econômico, para formação de lavoura e produção de café especial. - Propor recomendações para produção de café especial, em relação ao manejo do Café Jacu (Jacu Bird Coffee). - Recomendar a participação em concursos de cafés especiais quando a lavoura iniciar o processo produtivo. 16 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA 3.1. A CULTURA – PRINCIPAIS VARIEDADES O café pertence à família botânica Rubiaceaes, gênero Coffea, possuindo, pelo menos 25 espécies com importância comercial, das quais, quatro possuem maior importância significativa no mercado mundial, a Coffea arabica (café Arábica), a Coffea canephora (café Robusta), e em menor escala, a Coffea liberica (café Libérica) e a Coffea dewevrei (café Excelsa), sendo as duas primeiras espécies as mais utilizadas comercialmente no Brasil (ICO,20--). 3.1.1. Coffea arábica Essa cultivar possui 44 cromossomos, em geral, suas mudas são formadas por meio de sementes, e seus arbustos são monocaules com folhas pequenas e ovaladas, de coloração verde escuro (EMBRAPA, 2004a). Os grãos mais lisos e mais alongados do café Arábica possuem um teor de cafeína mais baixo, variando entre 0,8 e 1,4 % (ICO, 20--). Sua bebida é considerada mais aromática, de acidez mais perceptível e menos encorpada, além de possuir valor comercial mais elevado (AGNOLETTI et al.,2019). Da espécie Coffea arabica, as variedades Catuaí e Mundo Novo são as mais difundidas devido à adaptabilidade que possuem a nível regional, se adaptando bem em condições de altitudes mais baixas, de clima quente e com alguns problemas de déficit hídrico (MATIELLO et al., 2015). No presente trabalho serão abordadas as principais variedades da espécie Coffea arábica produzidas no Brasil. 3.1.1.1. Mundo Novo Esse cultivar corresponde a uma combinação resultante de um cruzamento natural entre as cultivares Sumatra e Bourbon Vermelho, onde sementes de um desses cafeeiros foram plantadas no município de Mundo Novo, hoje Urupês (SP), e posteriormente de onde foram selecionadas as plantas matrizes que deram origem à cultivar Mundo Novo. (BSCA, c2022). 17 Essa variedade possui plantas com altura média de 3,4 metros e diâmetro de 2,0 metros, com ramos secundários abundantes e internódios pequenos, seus cultivares apresentam rendimento de 50 % e produção média anual de 30 sacas de café beneficiado por hectare, incluindo as primeiras produções após o plantio, valor este que pode aumentar quando considerado o plantio adensado ou em áreas irrigadas, onde a produtividade pode alcançar, em média, 60 sacas por hectare (CARVALHO, 2007). Seu porte alto e caule fino favorecem o arqueamento natural, estimulando o aparecimento de ramos ladrões, exigindo assim, maiores cuidados com a desbrota; seu elevado crescimento vertical, requer espaçamentos maiores e controle através da poda (EMBRAPA, 2014a). É uma das variedades mais requisitadas para a produção de cafés especiais, uma vez que seus grãos de alta qualidade, que possuem cerca de 1,3% de cafeína, propiciam bebida de aroma suave e sabor marcante (BARROS, 2021). 3.1.1.2. Bourbon Essa cultivar possui duas subvariedades, sendo elas: Bourbon Vermelho e Bourbon Amarelo. A subvariedade Bourbon Vermelho possui frutos de coloração vermelha e arbusto com forma cilíndrica com altura de 2 a 3 metros, ramos laterais secundários e terciários abundantes, que formam muitas palmetas, principalmente na base da planta; enquanto a subvariedade Bourbon Amarelo possui frutos de coloração amarela e plantas com altura média de 2,6 metros e diâmetro de 2,3 metros (CARVALHO, 2007). Duas características importantes do Bourbon Amarelo são: a precocidade de maturação dos frutos, que ocorre cerca de 20-30 dias mais cedo que no Mundo Novo e o bom rendimento coco/beneficiado, contudo a produtividade de essa cultivar quando considerado espaçamentos normais, tem sido cerca de 30% inferior a cultivar Mundo Novo, com essa diferença podendo ser reduzida com o uso de espaçamentos menores, devendo tal estratégia deve ser adotada com cuidado especial no controle à ferrugem, uma vez que o cafeeiro Bourbon é altamente 18 susceptível ao ataque desta doença e desfolha com facilidade (MATIELLO et al., 2015). Desta forma, sua cultivar é indicado somente para cafeicultores que desejam obter um produto diferenciado, agregando valor ao seu café especial, uma vez que a qualidade da sua bebida é considerada superior à de outras cultivares por apresentar sabor mais suave e adocicado, e uma textura achocolatada (BARROS, 2021). 3.1.1.3. Laurina A variedade Laurina possui plantas com forma cônica, multicaules, de ramificação densa, com ramos laterais e internódios curtos, folhas pequenas e elípticas, com frutos e sementes pequenos e afilados na base, com baixa produção e baixo rendimento, de cerca de 35%, além de ser bastante suscetível a ferrugem, sendo indicado para o sistema de plantio adensado ou superadensado com intuito de obter produto somente para mercados especiais (CARVALHO, 2007). Em 2018, o café filtrado vencedor do concurso World Brewers Cup, sediado em Belo Horizonte, foi preparado com grãos da variedade Laurina, tal cultivar produz uma bebida mais suave e de baixo teor de cafeína, cerca de 0,6%, metade do teor encontrado em outras cultivares de Coffea arabica (CAFESESPECIAISIAC, 2018). 3.1.1.4. Catuaí Assim como a cultivar Bourbon, a variedade Catuaí possui duas subvariedades: Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo. A subvariedade Catuaí Vermelho possui plantas com alturas que podem atingir 2,0 a 2,4 metros e diâmetro da copa de 1,7 a 2,1 metros, com internódios curtos e ramificação secundária abundante, além de folhas verde-escuro brilhante; enquanto a subvariedade Catuaí Amarelo possui plantas vigoras de altura média de 2,0 a 2,3 metros e diâmetro de copa de 1,8a 2,0 metros, com internódios da haste principal e dos ramos laterais curtos, ramificações secundárias e terciárias abundantes, e folhas verde-escuras e brilhantes (BSCA, c2022). https://www.mokaclube.com.br/como-preparar-cafe-no-coador-hario-v60/ 19 Os cafeeiros Catuaí apresentam como características principais: a alta capacidade produtiva das plantas; o porte baixo, que facilita o manejo da plantação, e torna a planta mais protegida contra ventos frios e calor resistindo melhor a períodos de estiagem; e menor prejuízo em relação à ferrugem, pois a desfolha ocorre mais lentamente (MATIELLO et al., 2015) Sua baixa estatura permite maior densidade de plantio, torna mais fácil a colheita e mais eficientes os tratamentos fitossanitários, além disso, uma vez que seus cultivares produzem abundantemente nos dois primeiros anos de colheita, se torna necessário um cuidadoso programa de adubação (FERRAZ, 2013). O Catuaí possui rendimento de 50%; e produção média de café beneficiado, quando considera a subvariedade e espaçamentos normais, variando entre 1.800 a 2.400 kg por hectare, em plantios adensados ou superadensados pode alcançar até 3.000 kg por hectare, e em áreas irrigadas, com espaçamento de 3,8 m x 0,5 m, pode atingir até 3.600 kg por hectare, Já a subvariedade vermelha possui produção de cerca de 30 a 40 sacas beneficiadas por hectare, em regiões com temperaturas elevadas e espaçamentos normais de 3,5 m x 0,5 m ou em regiões de temperaturas amenas com espaçamento de 3,5 x 0,7m; em áreas irrigadas, com espaçamento de 3,80 x 0,50 m, a produtividade é de cerca de 60 sacas de café beneficiado por hectare (CARVALHO, 2007). As duas subvariedades do Catuaí possuem pouca diferenciação de sabor e aroma, seus grãos produzem uma bebida leve e suave em acidez sendo indicada para aqueles que preferem o consumir o café sem açúcar, contudo a versão amarela pode ser mais doce (BARROS, 2021). 3.1.1.5. Acaiá A variedade Acaiá possui plantas que atingem uma média de 4,2 metros de altura e diâmetro de 1,8 metros, suas folhas, quando novas, apresentam cor bronze, seus frutos são vermelhos e seus ramos secundários são menos abundantes que as da variedade Mundo Novo (BSCA, c2022). Possui rendimento de 50% e sua produção média de café beneficiado é de 30 sacas de café beneficiado por hectare, quando considerado espaçamentos normais; em plantios adensados ou superadensados, a produtividade anual pode alcançar até 20 3.000 kg por hectare; e em áreas irrigadas, pode produzir de 60 a até 100 sacas por hectare (CARVALHO, 2007). As linhagens do cultivar Acaiá possuem boa capacidade de adaptação às diversas regiões cafeeiras do Brasil; sendo especialmente indicadas para o plantio adensado, pois apresentam ramos laterais curtos e maturação uniforme; e para colheita mecânica (FERRAZ, 2013). Seus grãos produzem um café suave e aromático com notas frutadas, além de um sabor achocolatado e acidez média (BARROS, 2021). 3.1.1.6. Topázio A variedade Topázio teve origem do cruzamento das variedades Mundo Novo e Catuaí amarelo, possui plantas que atingem cerca de 2,0 metros de altura e diâmetro de 1,8 metros, suas folhas, quando novas, apresentam cor bronze escuro, seus frutos são amarelos e suas ramificações secundárias abundantes (CARVALHO, 2007). Essa cultivar possui suscetibilidade a ferrugem, contudo, também apresenta boa adaptabilidade, cultivo estável, com plantações abundantes e de grande qualidade, que fornecem grãos que possuem sabor suave, complexo com notas cítricas e perfumadas, sendo indicado o consumo de sua bebida gelada (BARROS, 2021). 3.1.1.7. Icatu A variedade Icatu possui três subvariedades, sendo elas: Icatu Vermelho, Icatu Amarelo e Icatu Precoce. As subvariedades Icatu Vermelho e Icatu Amarelo possuem plantas com altura média entre 2,5 e 2,9 e diâmetro médio de 2,2 a 2,4, com sistema radicular bastante desenvolvido e ramos secundários abundantes; seus frutos possuem colorações diferentes, conforme indicado em seus nomes; e seus cultivares se adaptam bem a regiões de baixas altitudes, mais quentes e úmidas, apresentando rendimentos de 50%, semelhantes à variedade Mundo Novo, já sua produção varia de 35 a 50 sacas de café beneficiado por hectare. (BSCA, c 2022). 21 A subvariedade Icatu Precoce possui fruto de coloração amarela e características físicas semelhantes ao Icatu Vermelho e Amarelo, com exceção de suas sementes que possuem tamanho reduzido, sua maturação é precoce gerando a necessidade de adubação adequada e no momento certo, sendo uma cultivar não adequada para solos arenosos e regiões quentes, devendo ser cultivado em regiões altas e com solos bem preparados e adubados (CARVALHO, 2007). O grão da variedade Icatu é uma excelente opção para café expresso, por ser muito encorpado, produzindo uma bebida de alta qualidade, com notas frutadas e boa acidez também cítrica (BARROS, 2021). 3.1.1.8. Caturra A cultivar Caturra pode ser dividido em duas subvariedades: Caturra Vermelho e Caturra Amarelo. Essas cultivares são caracterizadas por seu baixo porte, decorrente da redução do comprimento dos internódios dos ramos ponteiros e laterais, características que proporcionam aspecto compacto aos cafeeiros, e possuem alta produtividade, contudo são suscetíveis à ferrugem (BSCA, c2022). Seus grãos geram bebida de ótima qualidade, uma vez que têm praticamente 100% do café Bourbon, entretanto em lavouras mais velha a produção por planta, em geral, é inferior à das cultivares de porte alto como a Mundo Novo e a Acaiá (CARVALHO, 2007). 3.1.2. Coffea canephora Possui 22 cromossomos e, suas mudas são formadas por meio de mudas clonais ou sementes, seus arbustos são multicaules com folhas maiores e de coloração verde mais claro, seus frutos pouco mais esféricos, menores, com coloração vermelha, amarela e alaranjada quando maduros e seu exocarpo é mais fino (INCAPER, 2017) O café Robusta apresenta grãos mais arredondados e menores, com teor de cafeína mais elevado, variando entre 1,7 e 4% (ICO, 20--) Sua bebida apresenta 22 amargor e sabor amadeirado, sendo mais encorpada e com baixa acidez (AGNOLETTI et al.,2019). Pertencem a essa espécie, as variedades Conillon, Robusta, Guarini, Apoatã, Laurenti, Oka, Uganda, Crassifoli, Bukobensis, contudo, no presente trabalho serão abordadas as principais variedades cultivadas no Brasil. 3.1.2.1. Conilon A variedade Kouillou é originária da África, tendo sido introduzida no Brasil pelo Estado do Espírito Santo brasileiro onde ficou conhecida como Conilon (INCAPER, 2017). Suas plantas possuem porte alto; apresenta sistema radicular volumoso, com maior competição com as ervas-daninhas; internódios longos com ramos compridos e pouco ramificados; folhas pequenas, sublanceoladas e com bordos ondulados; e suas sementes são pequenas com coloração variando de amarelo-palha a marrom (EMBRAPA, 2004a). As plantações comuns por semente apresentam grande variabilidade genética apresentando diferentes resultados em relação à maturação, porte, características de frutos e grãos, aspecto da folhagem, produtividade, e com relação à tolerância a pragas e doenças, sendo, de modo geral, bastante suscetíveis à ferrugem e à broca- do-café (Hypothenemus hampei), tendo uma maior tolerância em relação ao bicho- mineiro (Leucoptera coffeella). Desta forma é mais recomendado que as lavouras sejam formadas por clonagem, ou com mudas de estacas, que geraram um cafeeiro com boa produtividade e maior uniformidade entre plantas MATIELLO et al., 2015). É recomendado o plantio do café Kouilou em locais de clima quente e úmido, protegidos de ventos frios, sua produção anual pode atingir, em média, 2.700 quilos de café beneficiado por hectare (CARVALHO, 2007). A qualidade de sua bebida varia entre neutra e encorpada, possuindo teoresde sólidos solúveis entre 27,9 a 29,9% e de cafeína entre 1,76 a 2,37% (VENEZIANO, 1993). 23 3.1.2.2. Robusta O fato do nome desta variedade coincidir com o nome do grupo de variedades causa certa confusão, contudo essa variedade é parte da espécie Coffea canephora (Café Robusta), tendo sido introduzida no Brasil pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), tendo, algumas de suas subvariedades, surgido de uma coleção de germoplasma da Indonésia (EMBRAPA, 2004a). Suas plantas são resistentes a todas as raças do fungo agente da ferrugem (H. vastatrix), além de serem altamente resistentes ao nematoide M. exígua, ressalta-se ainda, que algumas progênies da cultivar Robusta também possuem resistência e ou tolerância a M. incognita e M. paranaenses (CARVALHO, 2007). Em comparação com a variedade Conilon, as plantas da variedade Robusta apresentam porte mais alto, são mais vigorosas e possuem ramos mais compridos, com internódios mais longos, seus frutos variam de médio a grande, e seus grãos são mais arredondados, de coloração verde azulada e com menor ocorrência de grãos do tipo moca (EMBRAPA, 2004a). A qualidade de sua bebida varia de neutra a encorpada, com um teor médio de sólidos solúveis variando de 26,3 a 31,4%, o teor de cafeína variando de 1,43 a 1,81% (VENEZIANO, 1993). 3.2. MERCADO CONSUMIDOR O sistema de comercialização do café é responsável pela ligação entre produtores e consumidores, sendo imprescindível conhecer o funcionamento do comércio e decisões que podem ser tomadas visando maior eficiência. Para tal é possível dividir esse sistema em seis etapas, sendo elas: a concentração, que determina o rendimento do café, encontrando a relação de peso entre o café em coco e o café beneficiado correspondente; o financiamento, que consiste em obter verba, através de instituições financeiras oficiais ou particulares, permitindo a comercialização ao longo do ano, no intuito de obter um melhor retorno financeiro; a padronização e classificação, que é realizada por cooperativas, armazéns gerais e exportadores, através da COB possibilitando a venda do produto por simples descrição; a venda, que corresponde a todas as operações onde o café é adquirido por um novo comprador; o transporte que consiste na entrega do produto ao seu 24 destino, geralmente cobrado por saco ou tonelada; e a pós-venda ou seguros que é a cobertura por perdas por fogo ou roubo e as perdas por mudanças bruscas de preços (TAVARES, 2002) A evolução de hábitos relacionados ao consumo de café pode ser dividida em quatro diferentes ondas: a primeira consiste na proliferação do consumo da bebida no período pós 2a guerra mundial, com a produção em massa do grão e o consequente surgimento de diversas indústrias de torrefação e café solúvel, contudo o café produzido era de baixa qualidade; a segunda onda teve seu início em 1960, quando surgiram as grandes cafeterias e o café expresso, representando uma melhoria na qualidade do café consumido, mas ainda sendo produzido com uma commoditie; a terceira onda teve seu início na década de 90, quando os consumidores começaram a demonstrar interesse na qualidade e procedência do café que estava sendo consumido estando abertos a pagar mais por um produto de qualidade superior; atualmente estamos vivendo a quarta onda, que apesar de não haver um consenso exato para sua definição, pois alguns afirmam que está relacionada a cafés prontos para beber, outros que se trata da popularização do café especial e outros acreditam que seja a adoção do hábito de encomendar a produção de seu próprio café, contudo a consonância é que está nova fase está atrelada ao consumo do café especial (AGUIAR, 2021). Em 2020 o Brasil exportou 44,5 milhões de sacas, dado que conferiu ao país novo recorde de exportação do produto, deste total 79,7% foram de café arábica, 11,1% de café robusta, e 9,2% de industrializados. Já em relação aos cafés diferenciados, que são os cafés de qualidade superior ou que possuam algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, foi exportado o equivalente a 7,9 milhões de sacas de 60 kg, equivalente a 17,7% do total importado, gerando uma receita cambial de US$ 1,3 bilhão, que corresponde a 22,9 % do total gerado com os valores da exportação de café (CECAFE, 2020). 25 Tabela 1 – Exportações brasileiras de cafés diferenciados - Ano 2020. Tipo Café / Qualidade Volume sacas 60 kg Participação no volume total da exportação Receita Cambial US$ FOB Participação no valor total da exportação Preço Médio U$S/saca Total geral de exportações 44.517.933 100,00% 5.632.537.583,20 100,00% 126,52 Industrializado (Solúvel e T&M) 4.119.921 9,30% 544.366.767,69 9,70% 132,13 Total Café Verde 40.398.012 90,70% 5.088.170.815,51 90,30% 125,95 Diferenciados 7.877.855 17,70% 1.288.779.172,62 22,90% 163,6 Naturais / Médios 32.520.157 73,00% 3.799.391.642,89 67,50% 116,83 Arábicas 35.474.494 79,70% 4.705.427.109,74 83,50% 132,64 Arábicas Diferenciados 7.518.632 16,90% 1.254.988.048,88 22,30% 166,92 Arábicas Naturais 27.955.862 62,80% 3.450.439.060,86 61,30% 123,42 Robustas 4.923.518 11,10% 382.743.705,77 6,80% 77,74 Robustas Diferenciados 359.223 0,80% 33.791.123,74 0,60% 94,07 Robustas Médios 4.564.295 10,30% 348.952.582,03 6,20% 76,45 Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de CECAFE, (2020). Em 2021, o Brasil exportou 40,37 milhões de sacas, desempenho que representa queda de 9,7% em volume, mas evolução de 10,3% em receita cambial comparado ao ano anterior; desse total 80,9% foram de café arábica, 10% de café solúvel, 9% de café robusta e conilon, e 0,1% de café torrado e moído. Já em relação aos cafés diferenciados, o Brasil exportou o equivalente a 7,7 milhões de sacas de 60 kg, equivalente a 19% do total exportado, gerando uma receita de US$ 1,591 bilhão, o que corresponde a 25,5% do total obtido com as exportações (CECAFE, 2021). 26 Tabela 2 – Exportações brasileiras de cafés diferenciados - Ano 2021. Tipo Café / Qualidade Volume sacas 60 kg Participação no volume total da exportação Receita Cambial US$ FOB Participação no valor total da exportação Preço Médio U$S/saca Total geral de exportações 40.371.703 100,00% 6.242.481.225,33 100,00% 154,63 Industrializado (Solúvel e T&M) 4.077.602 10,10% 578.902.331,17 9,30% 141,9 Total Café Verde 36.294.101 89,90% 5.663.578.894,16 90,70% 156,05 Diferenciados 7.668.659 19,00% 1.591.475.520,16 25,50% 207,53 Naturais / Médios 28.625.442 70,90% 4.072.103.374,00 65,20% 142,25 Arábicas 32.654.996 80,90% 5.312.695.586,38 85,10% 162,69 Arábicas Diferenciados 7.222.112 17,90% 1.534.816.777,59 24,60% 212,52 Arábicas Naturais 25.432.884 63,00% 3.777.878.808,79 60,50% 148,54 Robustas 3.639.105 9,00% 350.883.307,78 5,60% 96,42 Robustas Diferenciados 446.547 1,10% 56.658.742,57 0,90% 126,88 Robustas Médios 3.192.558 7,90% 294.224.565,21 4,70% 92,16 Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de CECAFE (2021). Nos últimos anos a exportação de café especial vem crescendo de forma expressiva, com exceção do ano de 2021 que apresentou um recuo de 2,7% em relação ao ano anterior (Figura 1). Contudo, apesar da quantidade de café especial exportado ter diminuído entre os anos de 2020 e 2021, sua porcentagem em relação ao total exportado, passou de 17,7% no ano de 2020 para 19% no ano de 2021, ou seja, houve um aumento de 1,3% em relação ao total exportado. 27 Figura 1 – Evolução das exportações de cafés diferenciados (jan/dez). Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de CECAFE, 2020. Em 2019 o grupo Rabobank, divulgou estimativas para o consumo de cafés especiais no Brasil entre os anos de 2012 e 2019 e projeções até o ano de 2023 (Figura 2). Tais estimativas implicamque o consumo de cafés especiais no Brasil triplicou entre 2014 e 2019, passando de 327 mil para 981 mil sacas, enquanto a projeção indica que entre os anos de 2019 e 2023 o consumo irá dobrar chegando a 1,8 milhão de sacas consumidas no Brasil (CESAR, 2020). Figura 2 – Consumo de cafés especiais no Brasil. Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de CESAR, 2020. 28 O Instituto Axxus (2021), com apoio da ABIC, elaborou pesquisa que teve como um de seus objetivos identificar possíveis mudanças nos hábitos de compra e consumo decorrentes da pandemia, para tal foram entrevistadas 4.200 pessoas e os dados obtidos foram comparados com a pesquisa feita no ano de 2019. Em relação ao consumo de café 49% dos entrevistados informaram que aumentaram o consumo, havendo um aumento de 13% em relação ao grupo entrevistado em 2019. Contudo quando considerado os critérios de escolha os entrevistados foram mais sensíveis a preços, promoções e ofertas, 21% dos entrevistados responderam que comprariam a marca mais barata, em 2019 eram apenas 7%; 12% responderam que comprariam a marca que preferem independente do preço, em 2019 eram 26%, 11% responderam que só compram o produto que está em promoção, em 2019 eram 6%. Os resultados obtidos mostram uma sensibilidade acentuada dos entrevistados em relação ao valor do café consumido, refletindo à situação econômica existente em decorrência da pandemia do COVID-19. 3.3. RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA PLANTIO DE CAFÉ ARÁBICA 3.3.1. Aspectos sociais e econômicos É necessário ter conhecimento prévio de aspectos sociais e econômicos, como: mercado consumidor, disponibilidade de recursos financeiros, infraestrutura e logística da região, e disponibilidade de mão de obra, antes de escolher a região onde será implantada a lavoura de café. Para tal deve-se analisar como se dará a comercialização do café, se ocorrerá, por meio de cooperativas, associações ou grupos de agricultores da região; por meio de marca própria de café industrializado, agregando valor ao produto e vendendo diretamente para o consumidor; ou através de concursos para cafés especiais (SENAR, 2017b). Deste modo, a escolha das regiões e das propriedades para formação da lavoura deve levar em conta a disponibilidade/custo dos principais fatores de produção, como: custo das terras; a disponibilidade de áreas planas com facilidade de mecanização; a existência de infraestrutura regional, de estradas, fornecedores de insumos próximos, escoamento da safra, disponibilidade de mão de obra, etc.; 29 existência de polos cafeeiros já instalados na região ou próximos (MATIELLO et al., 2015). 3.3.2. Aspectos ambientais e climáticos Entre os fatores ambientais e climáticos a serem analisados, os mais importantes a serem analisados são: a temperatura, a umidade relativa do ar, os ventos, a precipitação, a altitude e a topografia. A temperatura é um fator limitante para a cafeicultura, devendo estar 18ºC e 23ºC, áreas com temperaturas médias entre 18°C e 19°C e entre 22°C e 23°C são consideradas marginais, sendo necessário um acompanhamento técnico mais detalhado (SENAR, 2017b). Valores de temperatura inferiores a 18°C podem gerar atraso significativo no desenvolvimento e maturação dos frutos, enquanto que valores de temperaturas superiores a 23°C podem acarretar no desenvolvimento e maturação precoce dos frutos (LUZ, 2014). A umidade relativa do ar do local a ser implantado o cafezal deve ser analisada, pois a alta umidade relativa favorece a incidência de pragas, doenças e fermentações indesejáveis, enquanto a baixa umidade relativa favorece a infestação por pragas e a redução do desenvolvimento do cafeeiro; prejudicando o cafeeiro e a qualidade de seu café produzido (MESQUITA et al., 2016c). A incidência de ventos no local a ser implantada a lavoura deve ser analisada, pois ventos fortes têm o potencial de causar danos mecânicos ao cafeeiro, principalmente nas folhas e nos ramos, favorecendo a infecção por fungos e bactérias. Logo As medidas de proteção contra ventos devem ser aplicadas nas áreas problemáticas, devendo ser priorizadas as medidas destinadas á proteção de plantações jovens (OLIVEIRA, 2009). A precipitação deve estar entre 1.200 mm e 1.800 mm anuais, para permitir a exploração comercial da cultura, devendo estar distribuída de forma a atingir os períodos de desenvolvimento vegetativo e frutificação, devendo ser considerado que o cafeeiro da espécie arábica pode suportar um déficit hídrico de até 150 mm, sem grandes prejuízos, desde que ocorra no período de repouso vegetativo. Já em regiões marginais, ou seja, regiões que não proporcionem os índices pluviométricos necessários pode ser necessária a utilização da irrigação (MESQUITA et al., 2016a). 30 A altitude deve estar entre 600 m e 1.500 m (WINTGENS, 2009). Em regiões com menores latitudes, a altitude, adquire aspecto de grande importância para o desenvolvimento e produtividade do cafeeiro, e para a qualidade do produto produzido (FILHO, 2002) O solo do local de implantação do cafezal deve fornecer um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento do cafeeiro, possuindo características físicas, químicas e biológicas favoráveis, como: ser bem drenado; possuir teor de argila entre 15% e 50%; não ter impedimentos físicos como pedras, cascalhos e outros (SENAR, 2017b). 3.3.3. Aspectos Agronômicos Também devem ser analisados os aspectos agronômicos como: a disponibilidade de água, linha de geada, face do terreno e topografia. A água é um insumo fundamental na cafeicultura sendo necessário observar sua disponibilidade e fácil acesso no local da plantação, que quando possível deve se encontrar acima da área de plantação, pois facilita a irrigação, tomando-se um fator estratégico para localização da lavoura nas regiões com problema de déficit hídrico (MATIELLO et al., 2015). Linha de geada delimita uma faixa imaginária da qual ao sul a área é considerada inapta à cafeicultura pela alta incidência do fenômeno, enquanto ao norte são encontrados terrenos menos sujeitos de ocorrência (MORAES, 2017). Segundo SENAR (2017b), caso a topografia permita, é preferível áreas de cultivo que tenham face Leste-Oeste, pois possuem melhor distribuição da insolação sobre planta ao longo do dia, permitindo um ligeiro aumento de produtividade e um menor ataque de pragas e de doenças; já em áreas com face Norte-Sul, possuem mais chance de ocorrência de escaldaduras de um lado da planta, por excesso de insolação, e auto-sombreamento do outro, pela escassez de luminosidade, provocando doenças e resultando em menor produtividade (Figura 3). 31 Figura 3 – Faces para área de cultivo. Fonte: SENAR, 2017b. A topografia influenciará diretamente na escolha das cultivares, no sistema de plantio, no espaçamento e na mecanização dos tratos culturais e na colheita (MESQUITA et al., 2016a). Terrenos com até 20% de declividade são preferíveis, pois permitem a mecanização total da lavoura, facilitando os tratos e reduzindo os custos; declividades acima de 20% limitam a mecanização, especialmente na etapa de colheita, dificultando o manejo das lavouras, consequentemente, aumentando os custos; já terrenos com mais de 50% de declividade devem ser evitados (SENAR, 2017b). 3.3.4. Escolha do sistema de plantio Para escolha do sistema de plantio a ser adotado é preciso considerar: o espaçamento, a população de plantas, a cultivar de café e a mecanização da lavoura. O espaçamento refere-se à distância entre plantas na mesma linha e largura das ruas que irão definir a população de plantas da área e o adensamento do cafezal (BAPTISTELLA, 2021). O sistema de lavouras abertas é caracterizado por um maior espaçamento entre as linhas de café e distância reduzida entre as plantas na linha de plantio, disposição que facilitaa mecanização dos tratos culturais, sendo mais utilizado em projetos de média e grande escala que necessitam do manejo mecanizado para sua https://blog.aegro.com.br/espacamento-entre-plantas-e-entre-linhas/ 32 viabilidade. Para o emprego dessa técnica no plantio de café arábica é recomendado utilizar espaçamentos de 0,5 m a 0,8 m entre as plantas nas linhas de plantio (Figura 4), e larguras de 3,5 m a 4 m entre linhas (Figura 5), resultando em populações de 3 mil a 5 mil plantas por hectare (SENAR, 2017b). Figura 4 – Espaçamento entre plantas nas linhas de plantio de lavoura aberta. Fonte: SENAR, 2017b. Figura 5 – Largura entre ruas no sistema de lavoura aberta. Fonte: SENAR, 2017b. Já o sistema de lavouras adensadas possui espaçamento reduzido entre as plantas na linha de plantio e entrelinhas resultando, em uma maior produtividade, sendo mais indicado aos produtores de menor escala que necessitam de maior 33 produção por área e que têm disponibilidade de mão de obra, uma vez que este manejo limita bastante a mecanização dos tratos culturais e da colheita em determinadas situações. Para uso de lavouras adensadas no plantio de café arábica, é recomendado utilizar espaçamentos que vão de 0,5 m a 0,8 m entre as plantas na linha de plantio (Figura 6) e larguras de 2 m a 3,2 m (Figura 7) entre as ruas, resultando em populações de 5 mil a 10 mil plantas por hectare (SENAR, 2017b). Figura 6 – Espaçamento entre plantas nas linhas de plantio de lavoura adensada. Fonte: SENAR, 2017b. Figura 7 – Largura entre ruas no sistema de lavoura adensada. Fonte: SENAR, 2017b. O uso de sistemas adensados tem sido crescente, principalmente, em pequenas e médias propriedades situadas em regiões montanhosas onde os tratos 34 culturais precisam ser realizados manualmente, visando obter maior produtividade por área, redução dos custos de produção e retorno em curto prazo dos investimentos na implantação do cafezal (ROCHA, 2000). Para colheitas com uso derriçadeiras manuais motorizadas, deverão ser utilizados espaçamentos nas entrelinhas que permitam o manuseio o pleno da máquina (MESQUITA et al., 2016a). 3.3.5. Escolha da cultivar A escolha da variedade para plantio deve ser feita após a decisão sobre o sistema de espaçamento e o manejo desejado, também deve ser levado em consideração às condições climáticas da região uma vez que a variedade deve interagir bem com o ambiente (MATIELLO et al., 2015). É indicado buscar um equilíbrio entre fatores como: porte e arquitetura da planta, índices de produtividade, qualidade de bebida, tolerância a pragas e doenças, adaptabilidade às condições climáticas do local, além do nível tecnológico a ser adotado (MESQUITA et al., 2016a). Segundo SENAR (2017b), sempre que possível, é indicado buscar o auxílio de técnico especializado e com experiência prática na região, para a escolha das cultivares que mais se adaptam a área a ser utilizada. 3.3.6. Preparo da área e plantio Para preparar a área é necessário fazer a limpeza e uniformização da área, definir da localização de talhões e carreadores, realizar amostragem e correção do solo, definir as linhas de plantio e construção de terraços, para em seguida preparar os sulcos ou covas e realizar o plantio das mudas. A limpeza consiste na eliminação de vegetação rasteira e raízes, além de obstáculos como pedras, tocos e paus, que possam dificultar o plantio e/ou o manejo da lavoura, podendo ser feita de forma manual ou mecanizada; a divisão da área tem como objetivo dividir o terreno em seções homogêneas, levando em conta o histórico de uso e manejo, a posição topográfica, a exposição do terreno e as 35 características perceptíveis do solo, não sendo recomendados glebas ou talhões com áreas maiores que 10 ha; a amostragem e análise do solo são indispensáveis no planejamento, na implantação e durante toda a vida produtiva do cafezal, uma vez que afetam diretamente a produtividade, os custos, à longevidade da lavoura, à conservação do solo, sendo parte integrante de um sistema de produção sustentável (MESQUITA et al., 2016a). A construção dos carreadores tem como objetivo facilitar à logística e a movimentação de máquinas, insumos, pessoas, veículos, auxiliando também na divisão das glebas; as linhas de plantio são as marcações dos sulcos feitas seguindo determinado alinhamento das ruas de café onde serão plantadas as mudas, e podem ser realizadas em nível ou em linha. O plantio em nível prioriza a marcação das ruas de café em função da declividade do terreno, proporcionando a conservação do solo pelo controle da erosão, contudo possui menor desempenho operacional em áreas mecanizadas; enquanto o plantio em linha visa o alinhamento reto e o maior comprimento das ruas de café, favorecendo um maior rendimento operacional e facilitando a mecanização da lavoura (SENAR, 2017b). Em área mecanizáveis é realizada a abertura de sulcos com um maior rendimento operacional, e em áreas de maior declividade ou menor produção são abertas, manualmente, covas; para em seguida ser feito o plantio que consiste na transferência das mudas do viveiro para o sulco ou cova (MATIELLO et al., 2015). 3.4. COLHEITA E PÓS-COLHEITA Existem dois tipos de colheita: a colheita plena, que consiste na derriça total dos frutos da lavoura, colhendo todos os grãos em diferentes estágios de maturação; e a colheita seletiva que consiste na retirada dos frutos cereja, havendo necessidade de repetir a colheita quando houver novos frutos maduros. A colheita seletiva apesar de mais onerosa, proporciona uma bebida de melhor qualidade e, por consequência, agregar valor ao produto final (SENAR, 2017c). Para colheita plena deve ser iniciada quando a plantação apresentar o mínimo possível de frutos verdes, mesmo que para isso a carga fique em grande parte seca, já a colheita seletiva pode ser antecipada visando evitar perdas iniciais (SANTINATO et al., 2020). 36 Após a colheita é realizado o processamento do café, que consiste na seleção e preparo do café antes da secagem, e pode ser feito através do método de via seca ou pelo método de via úmida. A tonalidade dos grãos de café beneficiados por via seca é esverdeada, enquanto os grãos beneficiados por via úmida é verde azulada (VILLELA, 2002). O preparo por via seca consiste no processamento do café com utilização de água apenas na fase de lavagem com separação, visando manter intactas suas partes constituintes, ou seja, casca, polpa, mucilagem e pergaminho; sendo seu produto denominado de Café Natural (REZENDE, 2013). Na lavagem com separação obtêm-se dois lotes, um de café cereja e verde, e outro de café bóia (MESQUITA et al., 2016b). Os grãos processados via seca precisam de mais tempo para secar quando comparados aos grãos processados via úmida (VILLELA, 2002). Apesar desse tipo de preparo exigir mais atenção, pois a polpa e a mucilagem são propícias ao desenvolvimento de fungos; o café resultante é pouco ácido, bem doce e aromático, uma vez que o grão em contato com as partes constituintes absorvendo mais os elementos que dão sabor (UCOFFEE, 2019). No preparo por via úmida podem ser obtidos três tipos de café: o desmucilado, o despolpado e o descascado (REZENDE, 2013). No preparo do café cereja descascado (CD) é retirada apenas a casca do fruto, sendo encaminhado para secagem com a mucilagem aderida ao pergaminho (LIMA et al., 2008). O café desmucilado é obtido através de desmuciladores mecânico, que retiram parcial ou gradativamente a mucilagem do grão (SILVA et al., 2015a). Para obter o café despolpado, o café descascado passa por processo de fermentação em tanques com água, até que ocorra a remoção total da mucilagem (MESQUITA et al., 2016b). Para secagem de café são utilizados terreiros, secadores, ou a combinação desses. A secagem temcomo objetivo retirar parte da água contida nos grãos, através da transferência simultânea de calor do ar para o grão, para o produto fique em equilíbrio com o ambiente em que será armazenado, preservando a aparência e a qualidade nutritiva (SILVA et al., 2008) O melhor método de secagem será o que atender as características da região, do produtor e do tipo de produto final que se deseja adquirir (QUEIROZ, 2008). Os terreiros dependem das condições climáticas, pois utilizam a radiação solar para aumentar o aporte de calor do produto e do ar de secagem, já os secadores são equipamentos que diminuem o tempo de secagem de forma artificial, 37 contudo demandam combustível, que resulta no aumento do custo do processo, além de poder ocasionar danos térmicos e mecânicos aos grãos (SILVA et al., 2015a). O café produzido pode ser armazenado na propriedade ou em armazéns especializados, contudo o café não beneficiado, quando possível, deve ser armazenado na propriedade, visando manter sua qualidade e evitar possíveis contaminações (MESQUITA et al., 2016b). O período de armazenagem deve durar no mínimo 15 dias, para que ocorra estabilização de transformações químicas e de propriedades físico-químicas associadas à qualidade da bebida (MARCOLAN; ESPINDULA, 2015). O beneficiamento consiste em um conjunto de operações com objetivo de separar os grãos de café em lotes homogêneos atendendo a padrões de comercialização e ou industrialização, podendo ocorrer dentro ou fora da propriedade de origem, e em unidades móveis ou fixas (SILVA et al., 2015b). Tal processo deve ser realizado perto da época de comercialização para que o produto mantenha suas características originais (EMBRAPA, 2004b). A armazenagem final deve ser feita de forma que o produto não perca ou ganhe de água, não haja o favorecimento da proliferação de fungos ou perda de matéria seca, e não seja exposto a direta à luz, uma vez que a coloração dos grãos do café é quesito avaliado na classificação podendo gerar sua desvalorização (SILVA et al., 2015b). Mesmo com as melhores condições de armazenamento o produto armazenado perde a intensidade de seus atributos ao longo do tempo, logo cafés de safra passada, ainda que mantenham características agradáveis que os enquadrem como especiais, não terão a mesma potência dos de nova safra (ALVES, 2021). 3.5. CUSTO DE FORMAÇÃO E PRODUÇÃO Apurar os custos de produção do café é uma tarefa árdua, principalmente quando a meta é gerar parâmetros comparativos entre estabelecimentos e zonas produtoras, uma vez que é necessário levar em consideração fatores como perenidade da cultura do café, ciclo bienais de produção, tecnologia empregada no 38 cultivo, escalas produtivas, entre outros, sendo necessário um período de pelo menos dois anos, para mensurar a rentabilidade. (OLIVEIRA; VEGRO, 2004). Custos representam os gastos necessários para a fabricação de um produto, e quando analisados consistentemente fornecem ao administrador ferramenta para verificar se e como os recursos empregados em um processo produtivo estão sendo rentáveis; permitindo o planejamento, controle e tomada de decisão (FEHR et al., 2012). Nas lavouras de café os custos podem ser divididos em dois tipos: os custos de formação do cafezal e os custos de produção. Para verificar o custo de formação de um cafezal, é necessário calcular as despesas com a implantação da lavoura, que incluem: o preparo da área; o suprimento das mudas, adubos e outros materiais; o plantio; e a condução da área tratada até os 2 anos de idade, época em que os cafeeiros produzem a primeira safra significativa. Já para verificar o custo de produção de café devem ser consideradas as despesas anuais na condução dos tratos da lavoura, na colheita e no preparo do café, que pode ser muito variável (MATIELLO et al. 2015). 3.6. PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS – ASPECTOS GERAIS Segundo Tavares (2002), o termo “café specialty” (café especial) foi utilizado pela primeira vez por Erna Knutsen, em palestra de uma conferência internacional do café, realizada na França, em 1978. Tal termo consistia em um conceito simples: utilizar regiões geográficas com microclimas especiais que produziam grãos com um sabor único, que deveriam ser bem manipulados, torrados em momento próximo ao consumo, e adequadamente “passados” (TAVARES, 2002). No Brasil, a crise e consequente queda dos preços internacionais do café, aliada às mudanças no padrão de consumo e no mercado cafeeiro, foram fatores cruciais para o surgimento do movimento de produção de cafés especiais, visando agregar valor e atender às demandas dos consumidores, ou seja, cafés com características diferenciadas de qualidade, produzidos de forma sustentável e/ou justa (LEÃO, 2010; CARVALHO, 2016). No Brasil são utilizados dois métodos para classificação do grão cru: a Classificação Oficial Brasileira (COB), que é utilizado no dia a dia de cooperativas e 39 associações para avaliação de cafés tipo commodity, e a metodologia da Specialty Coffee Association of America (SCAA), que é utilizada como base para avaliação de cafés de alta qualidade, possuindo alto valor agregado (SENAR, 2017a). Na COB o produto é classificado de acordo com a espécie, a Coffea arabica pertence à categoria I e a Coffea canephora a categoria II. Através da granulometria é feita a divisão da subcategoria, em chato e moca. O aroma e sabor do café beneficiado dividem os Grupos I e II em Subgrupos (Tabela 1). A coloração do café é dividida em oito classes: verde azulado e verde cana, verde (incluindo nuances), amarelada (indicando envelhecimento), amarela, marrom, chumbado, esbranquiçada, e discrepante (mistura de cores características de ligas de safras diferentes). Através da contabilização dos defeitos, intrínsecos e extrínsecos, encontrados em uma amostra de 300 gramas de café beneficiado; e de sua separação por equivalência, é feita a categorização por tipo, que varia de 8 a 2 (SANTOS, 2012). Tabela 3 – Subgrupos de classificação do café beneficiado da COB Grupos Subgrupos Descrição do aroma e sabor Arábica Bebidas finas do Arábica Estritamente mole Extremamente suave e adocicada. Mole Agradável, suave e adocicada. Apenas mole Levemente doce e suave, sem adstringência. Dura Adstringente e áspero, sem paladares. Bebidas fenicadas do Arábica Riada Leve sabor típico de iodofórmio. Rio Sabor típico e acentuado de iodofórmio Rio Zona Aroma e sabor muito acentuado de iodofórmio ou fenol, repugnante ao paladar. Regular Sabor típico de robusta, sem acidez. 40 Continuação Grupos Subgrupos Descrição do aroma e sabor Robusta Bebidas do Robusta Excelente Sabor neutro e acidez mediana. Boa Sabor neutro e ligeira acidez. Regular Sabor típico de robusta, sem acidez. Anormal Sabor não característico ao produto. Fonte: Santos (2012). Na metodologia SCAA de avaliação sensorial são avaliados onze atributos, sendo: fragrância e aroma, sabor, finalização ou aftertaste (gosto que permanece no paladar após a ingestão da bebida), acidez, corpo, equilíbrio, doçura, ausência de defeitos ou clean cup (ausência de interferências negativas desde a primeira ingestão do café até a finalização), uniformidade, resultado global (reflete a classificação da visão integral e geral da amostra pelo degustador individual), e defeitos. O Resultado Final é calculado somando as avaliações de cada atributo, com exceção de “Defeitos”, tal soma é denominada Resultado Total. Dela é subtraído o valor dos defeitos encontrando o Resultado Final (SCAA, 2015). A Tabela 2 apresenta a classificação da qualidade do café a partir do Resultado Final encontrado. Tabela 4 – Classificação a partir do Resultado Final da metodologia SCCA Pontuação Descrição Classificação 90 – 100 Exemplar Especial 85 – 89,99 Excelente80 – 84,99 Muito bom <80 Abaixo da qualidade especial Não especial Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de SCAA (2015). Segundo Branco (2015) as principais categorias de cafés especiais são: café de Origem Certificada, café Gourmet, café Orgânico, e café Fair Trade (Tabela 3). 41 Tabela 5 – Tipos de café especial Tipo de café Descrição Gourmet É recomendado que este tipo de café seja composto por grãos de café 100% arábica, de origem única ou blendados; do tipo 2 ou 3 ou 4 (Classificação Oficial Brasileira), evitando a presença dos grãos pretos, verdes e ardidos e, principalmente, dos grãos preto-verdes ou fermentados; de bebida suave, preferencialmente, apenas mole ou mole ou estritamente mole (SÃO PAULO, 2007). Origem É relacionado à região do plantio, sendo necessário o cumprimento de regras específicas para garantir homogeneidade nas características dos produtos, uma vez que alguns atributos da planta são inerentes da região a qual ela foi cultivada (LEÃO, 2010; CARVALHO, 2016). Orgânico É necessário cumprir exigências das leis federais e regionais como premissa básica. É proibido o uso de agrotóxicos e adubos químicos solúveis, além de ser recomendado o aumento da diversidade vegetal nos plantios e a maior independência de insumos externos (MOREIRA, 2009). Fair Trade Deve ser produzido conforme os princípios do comércio justo, incluindo justiça social e financeira para os produtores rurais, participação em cooperativa e sustentabilidade ambiental. Envolve também aspectos políticos, levando à conscientização do amparo ao consumo ético e dos valores ambientais (OLIVEIRA et al., 2017). Fonte: A autora (2022). Segundo Neto (2007) existe a possibilidade de correlacionar os conceitos empregados pela COB e pela metodologia SCAA para a espécie Coffea arabica, uma vez que, considerada a qualidade sensorial, o café especial deve corresponder a um café com bebida Mole, ou seja, uma bebida adocicada, sem ocorrência de asperezas ou adstringência. A partir desta analogia, considerando que, acima da bebida Mole, se encontra a bebida Estritamente Mole, que possui os mesmos atributos da bebida Mole, além de possuir predominância do sabor adocicado; e que abaixo se encontra a bebida Apenas Mole, na qual é admitida discreta a leve aspereza, mas com predominância do sabor adocicado; o autor correlaciona às nomenclaturas conforme apresentado na Tabela 6. 42 Tabela 6 – Equivalência entre a metodologia SCAA e a COB Metodologia SCAA COB 84 pontos e acima Bebida Estritamente Mole 80 a 84 pontos Bebida Mole 75 a 79 pontos Bebida Apenas Mole 71 a 75 pontos Bebida Dura Limpa Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de Neto, 2007. A demanda por cafés especiais agrega elementos como sustentabilidade, segurança alimentar, sensações, qualidade intrínseca, qualidade sensorial, memória, afetividade, sociabilidade, prazer, acolhimento, estética, ética, entre outros atributos que remetem a sofisticação e a criação de nichos, características cada vez mais presentes em mercados maduros ao redor do mundo, ou seja, tais aspectos vão desde os físico-químicos até os elementos subjetivos, como mudanças comportamentais e culturais e o aumento do poder de compra (CARVALHO, 2016). 3.7. CAFÉ JACU BIRD O Jacu é uma ave que habita a Mata Atlântica no Brasil, nas regiões Sudeste e Sul do país. Estes animais vivem nas copas das árvores descendo ao solo em busca de alimento, sendo sua alimentação predominantemente frugívora, apesar de também consumir folhas, flores, brotos e insetos (GUEDES, 2022). Segundo Paiva (2021), o Café Jacu ou Jacu Bird Coffee é um café especial feito a partir de grãos de café 100% arábica extraídos das fezes do Jacu (Figura 8), uma ave nativa da Mata Atlântica, sendo sua produção inspirada no café Kopi Luwak, produzido na Indonésia, a partir de grãos de café inteiros extraídos das fezes da civeta, um mamífero, que assim como o Jacu, já foi considerado um problema para os produtores locais. Desta forma, a produção do café se iniciou, pois, a Fazenda Camocim, localizada no interior do Espírito Santo, em Pedra Azul, estava tendo problemas com os pássaros Jacu, que estavam consumindo cerca de 10% da produção de seus cafezais. 43 Figura 8 – Ave Jacu (Penelope sp.) Fonte: Pereira, 2015. Ao perceber uma oportunidade de criar um café com alto valor comercial e que resolveria seus problemas de perda na produção, o dono da fazenda, Henrique Sloper, testou diferentes formas de processamento dos grãos, até conseguir transformar os resíduos do pássaro em uma bebida especialmente saborosa, contudo, durante este processo, o cafeicultor teve grande dificuldade em convencer seus funcionários a coletar as fezes do Jacu (SALUM; FERRAZ, 2017). A colheita é realizada aos pés das árvores, de onde os excrementos são recolhidos em formato semelhante ao de um “pé-de-moleque” (Figura 9), levadas para o terreiro suspenso, onde secam permitindo que os grãos sejam separados do excremento e de outras sementes; para que depois passem por máquina descascadora, que separa as cascas e as impurezas, e os grãos; por fim os grãos são peneirados e seguem para a torra, que é feita a temperatura de 180°C, eliminando as bactérias (EPTV, 2013). 44 Figura 9 – Excremento do Jacu pós-colheita. Fonte: Marcelino, 2016. No Brasil, a produção do café do Jacu é muito diferente de qualquer outra, começando pelo fato de que a seleção de grãos e feita de forma natural, sem envolvimento humano, ou seja, o próprio animal ingere apenas os frutos mais saudáveis e maduros. O processo de seleção dos grãos pela ave associado à sua rápida digestão, que resulta na eliminação da semente intacta, produz um café doce, encorpado, com um sabor limpo, suave e cítrico, sem amarguras e menos ácido do que o normalmente encontrado na região (PAIVA, 2021). O Café Jacu, da Fazenda Camocim, é cultivado em meio a mais de 100 tipos diferentes de árvores, como Jabuticabeiras e Bananeiras, que sombreiam os cafezais; tal biodiversidade contribui para a formação de um rico tapete de matéria orgânica, habitat ideal para o Jacu, que passa a permanecer mais tempo em solo e a reduzir suas horas de voo. O fato de a produção ser limitada está atrelado à vontade dos pássaros em se alimentar do fruto, pois o Jacu é uma ave ameaçada de extinção, e, consequentemente, protegida por legislação ambiental, não sendo permitido caçar, prender, criar ou reproduzir tais aves, por tanto, seu preço oscila de acordo com a quantidade produzida (SALUM; FERRAZ, 2017). Tais fatores, associados à qualidade do café produzido, fizeram com que o Café Jacu se torna um dos mais caros do mundo, com a saca de um quilo do grão sendo comercializadas, no ano de 2022, no Brasil a R$ 976,80 (CAMOCIM ORGANIC, c2022), sem considerar os valores praticados na exportação. 45 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A propriedade Sítio Sonho Dourado, está localizada no Município de Vassouras-RJ (Figura 10). A área total da propriedade é de 24,24 hectares, dos quais 0,04 hectares correspondem à sede e instalações, e os outros 24,2 hectares se encontram recobertos por vegetação. A propriedade possui dois corpos hídricos, sendo um deles proveniente de nascente existente na propriedade. Não há atividades desenvolvidas na área selecionada, sendo a propriedade voltada para lazer. A propriedade em questão é habitada por diversas aves Jacu, que atacam as árvores frutíferas existentes para consumo familiar. Figura 10 – Croqui da propriedade. Fonte: A autora através do software Google Earth, 2022. Na Figura 11 se encontra demarcada, por polígono laranja, a área proposta para implantação de um sistema de cultivo de café especial, contendo 1 hectare. Para identificação das altitudes existentes naárea de estudo foi utilizada a base de curvas de nível na escala 1:25.000 fornecida pelo IBGE, também 46 representada na Figura 11. A propriedade possui seu terreno plano na cota 720 metros e seu topo de morro na cota 810 metros. Figura 11 – Área de plantio do café especial e curvas de nível 1:25.000. Fonte: A autora através do software Google Earth, 2022. O clima de Vassouras é quente e temperado, com temperaturas médias entre 17,8°C e 23,8°C, e temperaturas mínimas e máximas de 13,8°C e 28,5°C, respectivamente; além de pluviosidade média de 1594 mm (Figura 12). Segundo a Köppen e Geiger o clima é classificado como Cfa (CLIMATE-DATA.ORG, c2022). 47 Figura 12 – Temperaturas e precipitações médias de Vassouras. Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de CLIMATE-DATA.ORG, c2022. A área de estudo em questão se encontra dentro das condições ótimas para produção de café arábica, apesar de a altitude estar abaixo dos 800 metros, em alguns pontos, valor indicado para obter maior produtividade. 4.2. ESCOLHA DA VARIEDADE Para o presente projeto será utilizada espécie Coffea arábica, visando à participação em concursos de café especial, que devem ser compostos de 100% de grãos desta espécie. Segundo Matiello et al. (2015) verificou-se que em regiões como as zonas de montanha no E. Santo e Leste de Minas, a zona serrana do Estado do Rio de Janeiro e na Bahia; em condições de topografia acidentada, áreas mais sombreadas, áreas de altitude mais baixa, entre 500 e 700 metros, com maiores temperaturas e com alguns problemas de déficit hídrico, há uma melhor adaptação e um amplo domínio do Catuaí, ocupando mais de 90% da área. O autor também informa que em ensaios comparativos entre as melhores linhagens de Catuaí e Mundo Novo, a primeira tem resultado uma produtividade de 20 a 30% maior que a segunda. 48 Assim para o presente estudo, dentre as variedades de café arábica, será selecionada a Catuaí, por possuir alta capacidade de adaptação, e produtividade elevada na maioria das nossas regiões cafeeiras, sendo necessário um cuidadoso programa de adubação (FERRAZ, 2013). Segundo Pinheiro (2015), após análise sensorial de cafés produzidos com as subvariedades variedades Catuaí Amarelo e Catuaí Vermelho foi verificado que os exocarpos de cores diferentes não influenciaram a caracterização sensorial dos cafés, ocorrendo equilíbrio entre as frequências de comentários obtidas para as duas variedades, com ambas possuindo sabor predominante caramelo, corpo cremoso, aroma floral e cítrico, acidez marcante, com média doçura e prolongado retrogosto (Figura 13). O estudo também evidenciou que apesar da similaridade entre as características predominantes encontradas durante a análise sensorial, foi possível notar algumas diferenças nas demais subcategorias, como: o Catuaí Amarelo apresentou para a categoria sabor, frequência ligeiramente superior na subcategoria achocolatado, e para a categoria acidez, maior frequência na categoria adocicado; já o Catuaí Vermelho para a categoria corpo apresentou maior frequência na subcategoria cremoso, corroborando informações que descrevem essa subvariedade como mais encorpada que a Catuaí Amarelo. 49 Figura 13 – Frequência relativa das subcategorias nas suas respectivas categorias. Fonte: Pinheiro, 2015. Entre os 29 cafés brasileiros ganhadores do Cup of Excellence (COE) no ano de 2021, cinco eram, exclusivamente, da subvariedade Catuaí Amarelo, sendo dois deles os que receberam a maior pontuação, ficando em primeiro lugar com 90,5 pontos (COE, 2022). Desta forma, visando à produção de café especial para concurso, no presente projeto será utilizada a subvariedade Catuaí Amarelo (Figura14). O Quadro 1 contém a descrição das principais características do Catuaí Amarelo. 50 Figura 14 – Planta da cultivar Catuaí Amarela. Fonte: Mattielo et al., 2016. Quadro 1 – Ficha Técnica da subvariedade Catuaí Amarelo. Ficha Técnica Catuaí Amarelo Cor do fruto maduro Amarela Tamanho da semente Médio Formato da semente Curto e largo Ciclo de maturação Tardio Resistência à ferrugem Suscetível Resistência a nematoide Suscetível Vigor Alto Qualidade da bebida Boa Produtividade Alta Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de Carvalho (2007). 51 4.3. PRODUÇÃO DO CAFÉ 4.3.1. Tempo de produção e produtividade Recomenda-se a utilização do sistema de lavoura adensada, pois é especialmente indicado para obter um melhor aproveitamento de áreas em pequenas propriedades em regiões montanhosas em que os tratos culturais são realizados manualmente (CARVALHO et al., 2006). Com esse sistema é possível obter alta produtividade por área, redução dos custos de produção e retorno em curto prazo dos investimentos na implantação do cafezal (ROCHA et al., 2000). Outro aspecto favorável ao cultivo adensado é o efeito sobre a fertilidade do solo, decorrente de fatores como: maior número e queda de folhas e ramos, menor escorrimento de água, lixiviação de nitrato e oxidação da matéria orgânica (ANDRADE et al., 2008). As mudas de café demoram de 2 a 3 anos para começar a produzir, atingindo sua produção plena cinco anos após o plantio, contudo a variedade Catuaí possui boa produção já nos dois primeiros anos de colheita (FAZUOLI, 2000). Cabe ressaltar que Andrade et al. (2014), produziu um experimento no município Bom Jesus de Itabapoana, Região Noroeste Fluminense, analisando a produtividade da cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, considerando o efeito de quatro diferentes espaçamentos entre ruas (1,0 m; 1,5 m; 2,0 m e 2,5 m) e quatro diferentes espaçamentos entre plantas na linha (0,25 m; 0,50 m; 0,75 m e 1,0 m). Os dados de produtividade, de oito colheitas no total, foram agrupados a cada dois anos, de modo a obter quatro biênios de produção, através dos quais foram realizadas análises da produção de sacas de 60 kg por hectare e da produção total no período. Segundo o estudo, para uma mesma população de plantas, as combinações mais produtivas ocorreram quando se empregou menor espaçamento entre plantas nas linhas, não obtendo a mesma produtividade quando considerada uma redução nos espaçamentos entre ruas, logo, concluiu que conclusões baseadas apenas na população de plantas por hectare podem não ser conclusivas. Quando consideradas as oito colheitas, a maior produção ocorreu com 20.000 plantas por hectare no arranjo espacial de 2,00 m entre ruas e 0,25 m entre plantas na linha de plantio, produzindo um total de 611 sacas por hectare; a segunda maior produção ocorreu 52 com 10.000 plantas por hectare no arranjo espacial de 2,00 m entre ruas de plantio e 0,50 m entre plantas na linha de plantio, produzindo um total de 522 sacas por hectare (Tabela 7). Tabela 7 – Produção total acumulada e produção média por ano, em função dos diferentes arranjos populacionais Plantas/ha Espaçamento entre plantas (m) Espaçamento entre linhas (m) Produção Total (sacas/ha) Produção média por colheita (sacas/ha) 40.000 0,25 1,0 399,00 49,88 26.666 0,25 1,5 486,00 60,75 20.000 0,25 2,0 611,00 76,38 16.000 0,25 2,5 443,00 55,38 20.000 0,50 1,0 505,00 63,13 13.333 0,50 1,5 516,00 64,50 10.000 0,50 2,0 522,00 65,25 8.000 0,50 2,5 450,00 56,25 13.333 0,75 1,0 498,00 62,25 8.888 0,75 1,5 434,00 54,25 6.666 0,75 2,0 490,00 61,25 5.333 0,75 2,5 441,00 55,13 10.000 1,00 1,0 410,00 51,25 6.666 1,00 1,5 371,00 46,38 5.000 1,00 2,0 468,00 58,50 4.000 1,00 2,5 409,00 51,13 Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de Andrade et al. (2014). Cabe ressaltar que a analise elaborado por Andrade et al. (2019), utilizou a variedade Catuaí Vermelho IAC 144, contudo, segundo Carvalho (2007), as indicações de espaçamentosadensados para a subvariedade Catuaí Amarelo são semelhantes às utilizadas para o Catuaí Vermelho, portanto iremos adotar os mesmos valores de espaçamento e produtividade para a subvariedade Catuaí Amarelo. 53 Desta forma, para a área de estudo será considerada a implantação do sistema adensado com arranjo espacial de 2,00 metros entre as ruas e 0,50 metros entre plantas na linha de plantio, visando aumentar o tempo entre as podas, além de evitar possíveis problemas nas plantas causados pelos adensamentos extremo da plantação. A produção média desse arranjo, por colheita, é de 65,25 sacas por hectare, sendo composto por 10.000 pés de café. 4.3.2. Escolha do processamento e secagem do café Para produção de café natural, tendo em vista a participação de concurso para cafés especiais, recomenda-se adotar o processamento via seca, sendo os frutos separados por densidade em água, em cereja e verdes, e boia. Após o processamento, para produção de café especial os frutos cereja devem ser separados manualmente dos frutos verdes e depois encaminhados diretamente para os terreiros suspensos para secagem. Para produção de cafés para concurso, os frutos cereja devem ser separados manualmente dos verdes e colocados em biorreatores (bombas plásticas de 200L) para que ocorra a fermentação anaeróbica induzida pela ação microbiana por sete (7) dias, e, decorrido esse período, o café deve ser disposto em terreiros suspensos para secagem (LOPES et al., 2022). Adotaram-se sete dias em virtude dos resultados obtidos por Lopes et al. (2022), cujo café atingiu a 88 pontos (no padrão SCA) de classificação, sendo premiado em primeiro lugar no Concurso ABIC, em 2021. Para definição do número de biorreatores, considerou-se que os concursos determinam o envio de 3 a 12 sacas, assim nesse trabalho, para um investimento inicial adotou-se 8 sacas de café. Considerando que são necessários 480 L de café da roça para produzir uma saca de 60 kg de café beneficiado (MESQUITA et al., 2016). Para produzir a quantidade de café a ser enviada para concurso, recomenda- se a utilização de 20 biorreatores, que produzirão pelo menos 8 sacas de café. Para a produção de Café Jacu após a colheita do excremento do Jacu nos pés das plantas os mesmos serão levados aos terreiros suspensos, onde permaneceram até que permitam que os grãos sejam separados do excremento e de outras sementes, para, em seguida, passar pela descascadora que irá separar as 54 cascas e impurezas, e os grãos finalizados. Figura 15 – Processamento e secagem a ser adotado para cada café a ser produzido. Fonte: A autora, 2022. Para elaborar os cálculos do presente trabalho foi adotado o valor de produção de 60 sacas por hectare, sendo 8 sacas obtidas por processo de fermentação anaeróbica induzida pela ação microbiana, e 51 somente por separação dos frutos maduros, e 1 saca por colheita do excremento do Jacu. Para secagem é recomendada a adoção de sistema de terreiros suspensos, que possui como vantagens: evitar que haja fermentação da massa de grãos se café, evitar que haja contato com o solo, proteger os grãos das intempéries e permitir uma secagem mais uniforme; e como desvantagens: ter um custo estrutural mais elevado quando comparado ao terreiro a céu aberto de cimento, ter tempo de secagem mais lenta e não ser recomendado para grandes quantidades de café (OLIVEIRA, 2022). 55 Os terreiros suspensos devem ser construídos de 0,8 a 0,9 metros do chão, proporcionando posições confortáveis durante o revolvimento do café, facilitando a carga e descarga no terreiro, e afastando os grãos do solo; seu comprimento deve ter de 10 a 15 m, com espaços de 2 metros entre os terreiros, facilitando a movimentação; a largura deve variar entre 2 e 2,5 metros, permitindo melhor revolvimento dos grãos; a cobertura deve ter entre 0,80 a 0,90 metros de altura permitindo a movimentação e o manejo; e a base do terreiro deve ser de sombrite com 50% de sombreamento apoiado sobre fios de arame para dar sustentação. (COCATO; D’ARC, c2022). Em casos em que seja utilizada uma única cobertura para todos os terreiros, a altura mínima no vão central deve ser de 3,0 metros e nas extremidades de 1,8 metros, a lona de cobertura deve ser transparente, de 150 micas, e suas laterais devem possuir lonas com estrutura flexível para controle da ventilação e a temperatura. A estrutura também deverá possuir um, ou mais, termômetros internos, de acordo com seu tamanho, para monitorar a temperatura ambiente, que deve ser mantida entre 35º a 40ºC, em casos em que a temperatura estiver acima do recomendado à cobertura superior deve ser removida ou suas laterais abertas (ALIXANDRE, 2017). Considerando que, segundo Mesquita et al. (2016), uma (1) saca de 60kg de café equivale a 480 litros de café da roça, para o dimensionamento dos terreiros será utilizada a Equação 1 (Teixeira et al. 2008), para a qual foram considerados valores descritos na Tabela 8. Tabela 8 – Parâmetros de secagem Parâmetros Valores Sacas colhidas (sc/ha) 60 Dias de colheita (dias) 45 Dias de secagem (dias) 20 Espessura da camada (m) 0,04 Metros cúbicos de café por dia (m³) 0,64 Fonte: A autora (2022). 56 Equação 1 Em que, A – área do terreiro, em m2; Vc – volume do café colhido, em m3 dia-1; T – tempo médio de secagem no terreiro, dias; E – espessura da camada de secagem, em m. O custo de construção do terreiro irá variar de acordo com os materiais utilizados e o tipo de terreiro suspenso escolhido. Segundo a Cooperativa Cooxupé (2021), o custo de dez a quinze metros lineares de terreiro suspenso varia de R$1.000,00 a R$2.000,00. Os valores previamente citados englobam os relacionados à lona, sombrite, parte de ferragens completa madeiramento e tela. Logo o preço do metro linear irá variar entre R$100,00 e R$133,40. 4.3.3. Manejo do Jacu Uma vez que o Jacu é uma ave ameaçada de extinção seu manejo deve ser voltado para a construção de um ambiente que ele se sinta atraído. O cafezal deve ser, preferencialmente, localizado em meio a mata nativa, que fornecerá galhos, para as aves se empoleirarem, sombra e solo coberto por matéria orgânica, criando ambiente propício as aves. Ainda em consideração ao local de implantação deve-se tentar alocar a plantação em ponto com fluxo pequeno de pessoas, com exceção da época de colheita, evitando afugentar as aves. Recomenda-se que a lavoura seja plantada em conjunto com árvores frutíferas. No sítio em que será implantado o cafezal, notou-se uma preferencia das aves pelos frutos das jabuticabeiras, seriguelas e caquizeiros. 57 3.3.4. Custo de implantação e produção Para base dos cálculos foi considerada que a produção da área de estudo é de 60 kg ha-1 de café beneficiado ou 28.800 L ha-1 de café da roça. Segundo o custo de formação de cafezais varia, caso a caso, dependendo da região, das características da área, do sistema operacional ser manual ou mecanizado e do sistema de plantio e manejo adotados (MATIELLO et al., 2015). Para estipular a quantidade necessária de horas trabalhadas, para cada etapa de formação da lavoura, foram consultados trabalhadores da região e o documento “Estratégias para adequação ambiental de propriedades rurais: implantação e manutenção” (ISERNHAGEN, 2012), elaborada pela Embrapa Agrossilvipastoril. Também foram utilizados os valores recomendados por este documento para calculo de adubo e pulverização necessários. Os preços dos insumos, utensílios, material e máquina foram obtidos através de consulta ao site da CONAB, para o ano de 2021, e ao site MFRURAL, para o ano de 2022. Para o cálculo do número de mudas necessárias foi utilizada uma taxa de replantio de 5%, conforme Mesquita et al. (2016a). Para cálculo do valor gasto com transporte e custoadministrativo foi considerando 10% sobre o valor total calculado para cada ano, conforme Matiello et al. (2015). O custo de produção abrange a colheita, preparo e beneficiamento, e também será impactado pelos mesmos fatores do custo de formação. Na colheita, para o cálculo de preço pago por litro de café da roça colhido foi considerada a diária de trabalho paga na região, no valor de R$70,00, e o valor médio de 335 litros de café da roça colhidos em um dia de trabalho, conforme Baptistella, (2020). Para estimar os custos com preparo (lavagem com separação e secagem), foi considerado 12,5% sobre o valor da colheita. Para cálculo do preço do terreiro suspenso, primeiro foi calculada a metragem quadrada necessária, que foi, em seguida, dividida em metragens menores visando facilitar o manejo dos grãos, e por fim, foi considerada a metragem linear de todos os terreiros a serem implantados e o valor citado no item 4.3.2. Para o beneficiamento foi considerado o valor de R$ 7,00 por saca, conforme Matiello et al. (2015). 58 Os preços dos utensílios, material e máquina foram obtidos em consulta ao site MFRURAL, para o ano de 2022. 4.3.5. Comercialização Considerando a intenção de produzir um café especial, com alto valor agregado, a bebida produzida deve ter pontuação superior a 84 pontos e ser considerada mole ou estritamente mole. Segundo a CECAFE (2021), no ano de 2021, a saca de 60 kg de café arábica diferenciada foi exportada com valor médio de U$S 212,52, considerando a cotação em vigência do Dólar, de cerca de R$5,43, o valor em Reais pago pela saca é de R$ 1.154,61. É possível obter valores mais altos por saca quando considerados cafés premiados em concursos, como o Cup of Excellence (COE). A Tabela 9 apresenta uma compilação dos principais dados dos cafés especiais ganhadores dos últimos 5 anos no COE, obtidos no site da organização. Cabe ressaltar que não foi especificada a variedade ganhadora do ano de 2017. Tabela 9 – Ganhadores do COE dos últimos 5 anos Ano Nota Ganhador Quilos (kg) Valor (U$S) Variedade 2017 93,60 Fazenda Camocim 50 35.794.07 - 2018 93,26 Fazenda Paraíso 36 31.786,08 Catuaí Vermelho 2019 92,23 Fazenda Pai e Filha 180 23.850,08 Catuaí Amarelo 2020 90,03 Sítio Escondida 180 15.873,20 Catucaí Vermelho 2021 90,5 Fazendo Cachoeira 180 26.190,28 Catuaí Amarelo Fonte: Adaptado pela autora, elaborado a partir de dados da Alliance for Coffee Excelence (c2020). Quando considerado os valores pagos pelos lotes vencedores nos últimos três anos, em que a variedade Catuaí obteve a maior pontuação; e a atual cotação 59 do Dólar, o preço médio pago pela saca de 60 kg foi de R$ 39.328,42, e pelo quilo de R$ 655,47. Se considerada a existência de Jacus na área em estudo o valor obtido pela saca de 60 kg de café irá aumentar. Em 2022, a Fazenda Camocim, pioneira da produção de Café Jacu no Brasil, comercializa o quilo do café beneficiado a R$ 976,80 (CAMOCIM ORGANIC, c2022). 4.4. SELEÇÃO DO CONCURSO O concurso selecionado foi o Cup of Excellence, no qual podem participar lotes de café da espécie Coffea arábica, que devem conter quantidade mínima de 06 (seis) sacas de 59 kg e a máxima de 12 (doze) sacas de café beneficiado, que estejam livres, desembaraçados e disponíveis para comercialização. Para esse trabalho foi adotado a produção de 8 sacos de café para envio para concurso. As amostras inscritas devem estar beneficiadas e serem classificadas como Tipo 2, ou seja, apresentar no máximo 4 defeitos na amostra de 300 g; a peneira deverá ser 16 acima ou 17 acima, permitindo um vazamento máximo de 5% na peneira 16; o teor de umidade aceitável será de 9,5% a 12%; e a atividade de água deverá ser menor que 0,65 (COE, c2022) 60 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Considerando a implantação de lavoura de um (1) hectare da subvariedade Catuaí amarelo, em sistema adensado, com arranjo espacial de 2,00 m entre as ruas e 0,50 m entre plantas na linha de plantio, sendo composto por 10.000 pés de café. Será esperada, desse arranjo, uma produção média, por colheita, de aproximadamente de 65,25 sacas por hectare. Os custos estimados para produção de 60 sacas de 60 kg de café beneficiado para a área de estudo se encontram na Tabela 10. Tabela 10 – Custos de formação estimados para um hectare, no sistema adensado, com sistema operacional manual e espaçamento de 2 x 0,5 m 1o ano Item de despesa Necessidade Custo Total (R$) 1) Limpeza da área, roçada 40 hH 350,00 Material (Roçadeira, enxadas,...) - 1.480,00 2) Abertura de estradas 8 hT 1.120,00 3) Abertura de covas 80 hH 700,00 4) Enchimento/adub. de cova 20 hH 175,00 Super simples 2 t 1.400,00 Calcário 2 t 180,00 5) Plantio 18 hH 157,50 Mudas (plantio e replantio) 10.500 u 4.830,00 Adubo de cobertura (03) 15 hH 131,25 Adubo 20 – 0 – 20 300 kg 551,00 Coroamento 50 hH 437,50 Pulverizações (02) 24 hH 210,00 Produto 2 apl. 200,00 Pulverizador 2 u 400,00 Capinas (03), trilhas,... 24 hH 210,00 Subtotal 12.532,35 Análise do solo 1 u 50,00 Transporte, adm., outros. 10% 1.253,24 Total do 1o ano 13.835,59 Continua 61 Continuação 2o ano Item de despesa Necessidade Custo Total (R$) 1) Controle do mato (03) 24hH 210,00 2) Adubação (03) 24 dh 210,00 Adubo 20 – 0 – 20 900 kg 1.653,00 3) Aplicação calcário 8hH 70,00 Calcário (cobertura) 2t 180,00 4) Pulverizações (03) 36 hH 315,00 Produto 3 apl. 300,00 Subtotal 2.938,30 Analise do solo 1 u 50,00 Transporte, adm., outros. 10% 293,83 Total do 2o ano 3.282,13 3o ano Item de despesa Necessidade Custo Total (R$) 1) Controle de mato 40 hH 350,00 2) Adubação (03) 24 dh 210,00 Adubo 20 – 0 – 20 2100 kg 3.857,70 3) Pulverizações (03) 36 hH 315,00 Produto 3 apli. 300,00 4) Colheita (60 sacas/ha) 12.5/60L 4.187,50 Peneira e Pano 6 1.050,00 Bomba de 200 L (biorreator) 20 u 12.900,00 Lavadora 1 u 10.000,00 5) Preparo (12,5% sobre colheita) - 523,44 Terreiro Suspenso - 17.075,20 Utensílios e sacaria 3/sc 551,10 6) Beneficiamento 7/sc 420,00 Subtotal 51.739,94 Analise do solo 1 u 50,00 Transporte, adm., outros. 10% 5.173,99 Total 3o ano 56.963,93 Total dos três anos 74.081,65 Custo com col./ prep./ ben. 46.707,24 Custo efetivo da formação 27.374,41 Fonte: Elaborada pela autora, adaptado a partir de Matiello et al. (2015). 62 O custo do terreiro suspenso, descrito na Tabela 11, foi estimado considerando que será necessária uma área de 320 m², a ser dividida, conforme recomendações técnicas, em nove terreiros de 2,5 x 12 metros e dois terreiros de 2,5 x 10 metros. A partir dessas medidas foi aplicado o valor de R$133,40 por metro linear encontrando o total de R$ 17.075,20. Em análise a Tabela 11, quando considerado o primeiro ano de formação da lavoura, os maiores valores foram direcionados para compra das mudas R$ 4.800,00 (34,91%); e para a mão de obra R$ 2.415,00 (17,14%), referentes à limpeza do terreno, coveamento, pulverização, etc.; seguido dos adubos para as covas R$ 1.580,00 (11,42%). Para os demais anos a maior parte do custo é relacionada com agrotóxicos e adubação. Segundo Matiello et al. (2015) para redução nos custos de formação da lavoura podem ser tomadas medidas como: utilizar mudas próprias; fazer análises de solo periódicas visando economia e racionalização do uso de corretivos e adubos; gerenciar mão de obra para obter um bom rendimento operacional, e onde for possível, implantar microterraceamento, para facilitar os tratos e colheita. Ressalta-se que os custos de produção de café calculados até o momento foram baseados em custos diretos, insumos, sacarias, etc., entretanto, para a correta avaliação de viabilidade econômica da lavoura devem ser considerados todos os fatores, incluindoos custos implícitos (exaustão da lavoura, custo da terra e custo de oportunidade, depreciação de equipamentos). Quando considerado o valor de exportação da saca de 60 kg, do ano de 2021, U$S 212,52, e em Reais é de R$ 1.154,61. O valor obtido pela produção total da área, ou seja, 60 sacas de 60 kg, seria de R$ 69.276,66. Quando considerado concurso Cup of Excellence, os três últimos vencedores participaram com 180 kg de café beneficiado. Desta forma, considerando o valor médio de R$655,47, pago por quilo, nos últimos três anos, e um lote de três sacas de 60 kg de café beneficiado o valor estimado a ser recebido seria de R$ 117.984,60. Quando analisada a possibilidade de produção de Café Jacu, a quantidade produzida inicialmente seria reduzida, sendo necessário analisar opções de manejo do local para torná-lo atrativo as aves, uma vez que as mesmas não podem ser colocadas ou criadas em cativeiro. O uso de árvores frutíferas e chão recoberto por matéria orgânica são opções financeiramente viáveis. Desta forma, considerando a 63 produção inicial 1 saca de 60 kg de café beneficiado por colheita e o valor de R$ 976,80 para o quilo do Café Jacu beneficiado, o valor estimado a ser recebido seria de R$ 58.608,00. 64 6. CONCLUSÕES Conclui-se que a produção de cafés especiais demanda um investimento relativamente alto, tendo maiores gastos no ano de formação com mão-de-obra e insumos. Desta forma o plantio adensado se mostrou a melhor opção para pequenos produtores, uma vez que possibilita um retorno financeiro maior. Quando considerado o preço pago na exportação de cafés diferenciados o retorno financeiro seria mais lento, contudo quando considerada a produção de cafés especiais para participação em concursos e a produção de café especial raro, o prazo para obtenção de retorno financeiro pode ser reduzido de forma significativa. Existem meios de reduzir os custos de formação da lavoura que devem ser analisados e implantados, sempre que possível. A propriedade em analise no presente estudo possui grande parte de seu terreno não utilizado, logo a produção de café especial se mostra como uma opção de rentabilidade atrativa, sendo amplificada pelo fato de ser habitada por diversos pássaros Jacu, que possibilitam a produção de um café com alto valor agregado. Para que seja considerada a produção de Café Jacu deverá ser avaliado o plantio de árvores frutíferas junto aos cafezais, com intuito de aumentar o tempo dos Jacus no solo. Recomenda-se, para trabalhos futuros, que seja feita a estimativa dos custos implícitos dessa produção de café especial, visando obter uma valoração precisa do custo de produção por saca de café beneficiado. 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, J. M. O. O mercado global de café: promissor ou temerário. Anuário do Café 2021 - Campos & Negócios, 12 Edição. Uberlândia: AgroComunicação, 2021. p. 50-55. Disponível em: https://evairdemelo.com.br/files/publicacoes/publicacao- 71.pdf. Acesso em: 21 jan. 2022. 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