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Proteção de Sistemas Elétricos de Potência Disciplina: Tópicos Especiais I – Norma IEC 61850 Agenda • Visão geral sobre a norma IEC 61850; • Redes de computadores; • Arquitetura de rede segundo a IEC 61850; • Modelagem de dados: organização dos dados nos IEDs; • Protocolos: GOOSE, MMS e SV; 2 Agenda • Linguagem de programação: XML e os arquivos ICD, CID e SCD; • Protocolo de sincronismo de tempo: SNTP; • Projetos de automação para subestações; • Segurança de rede nas subestações; • Prova 3 Arquitetura IEC 61850 4 A Pirâmide de Automação 5 A Pirâmide de Automação – Nível 0: é o nível do chão de fábrica, onde estão os dispositivos sensores, atuadores. É a comunicação em HART, PROFIBUS, DeviceNet; – Nível 1: é o nível onde estão os controladores (PLCs e DCS); – Nível 2: é o nível de supervisão do processo (sistemas SCADA), historiadores de dados (PIMS); – Nível 3: é o nível do MES (Manufacturing Execution System) – sistema de gerenciamento da produção. Transforma dos dados operacionais do nível 2 em informações para a tomada de decisão; – Nível 4: é o nível de gestão do negócio (sistemas ERP). • A pirâmide de automação faz a segmentação dos dispositivos na rede industrial; 6 Níveis de Operação na SE • Nível 3 – Supervisão e controle remoto; • Nível 2 – Supervisão e controle local; • Nível 1 – IEDs ou painéis de controle; • Nível 0 – Equipamento de Campo 7 Níveis de Operação na SE • Nível 1 – Relés e controladores com visores, indicadores e inúmeras estruturas de controle; – SE´s mais antigas ainda possuem mesas de operação e painéis de controle; – Já agrega alguma segurança ao trabalhador, mas não uma visão geral da subestação; – Intertravamentos podem ser realizados para se evitar acionamentos indevidos; 8 Níveis de Operação na SE • Nível 2 – IHM – Interface Homem Máquina provê uma visão geral da SE. Pode ser um software SCADA ou até um hardware dedicado; – Concentradores de dados ou gateways de comunicação também estão neste nível; 9 Níveis de Operação na SE • Nível 3 – Mais alto nível de supervisão; – Centro de controle de várias SE´s; • Poucas telas gráficas para cada subestação; • Funções comumente indicadas: manobra (estado dos equipamentos), proteção (atuações por bay) e comunicação geral (estado dos IEDs) – Armazenamento de informações em banco de dados históricos: eventos, ações dos operadores, leitura dos medidores; – Software de gestão de energia (EMS – Energy Management System); • Controle do fluxo de potência de toda a planta; • Pode incluir ambiente de simulação para os operadores 10 Níveis de Operação na SE • Nível 3 11 Arquitetura IEC 61850 12 Arquitetura IEC 61850 • Nível de Estação: fornece uma visão geral em toda a subestação e está localizado em geral em uma sala de controle. Inclui IHMs, Estações de Engenharia e Operação, Servidores master e backup, receptores GPS, etc; • Nível de Bay: onde são realizados os trabalhos de manutenção dentro dos vãos (baias ou bays). Normalmente estão perto dos equipamentos de proteção elétrica. Inclui IEDs de Proteção e Controle para diferentes equipamentos como disjuntores, transformadores e bancos de capacitores. Equipamentos nesse nível são chamados de equipamentos secundários; – Definição de Bay (baias): subpartes estreitamente conectadas com algumas funcionalidades comuns. Representa um nível de controle adicional abaixo no nível de estação; • Nível de Processo: fornece a interface entre o SAS e os equipamentos de proteção elétrica. O nível de processo inclui equipamentos primários como: TCs / TPs, remotas I/O, atuadores, “merging units” etc. 13 Arquitetura IEC 61850 • Nível de Estação: onde estão as estações de supervisão do sistema elétrico. Comunicação via protocolo MMS; • Nível de Processo: é o nível de leitura de instrumentos e dispositivos. Podem ser utilizados os protocolos GOOSE ou SV; • Nível de Bay: é o nível de comunicação entre os IEDs. Comunicação via protocolo GOOSE; 14 Arquitetura IEC 61850 • O modelo definido pela IEC 61850 é baseado em redes de comunicação e composto por 02 barramentos de interligação de seus níveis: – Barramento de Processo • Tem como principal função fazer a interligação dos IEDs tornando possível a transmissão de informações de proteção e controle. • São ligados também neste barramento controladores providos de entradas e saídas permitindo o monitoramento e comando de disjuntores e chaves seccionadoras. • Os valores amostrados de medições de TCs e TPs são outros dados que trafegam nesse barramento. 15 Arquitetura IEC 61850 • O modelo definido pela IEC 61850 é baseado em redes de comunicação e composto por 02 barramentos de interligação de seus níveis: – Barramento de Estação: • tem como principais funcionalidades interligar os dispositivos de supervisão (IHM) permitindo a operação, monitoramento e processamento de alarmes. • Além disto, permite a interligação com um centro de controle remoto e acesso da engenharia aos IEDs; • As comunicação podem ser verticais, realizadas entre níveis hierárquicos diferentes, ou horizontais, quando ocorrem no mesmo nível; 16 Subestação IEC 61850 17 Arquitetura IEC 61850 • Arranjo físico: 18 Arquitetura IEC 61850 • Variações do arranjo físico: 19 Topologia de Rede IEC 61850 • A norma descreve diversas topologias – “Essas referências de topologias foram escolhidas baseadas em práticas comuns em SAS desde pequenos sistemas de distribuição a grandes subestações com múltiplos níveis de tensão. Elas são representativas dos diversos problemas de rede descritos neste documento”. – Não existe uma “melhor” topologia de rede e nem “melhor” protocolo de redundância; – Todos possuem seus pontos fracos e fortes e a escolha correta para uma determinada aplicação depende de vários fatores. 20 Topologia de Rede IEC 61850 • A norma descreve diversas topologias – Cada rede de comunicação é construída com uma topologia diferente; – A topologia de rede é separada nos diferentes níveis da subestação por razões de segurança e disponibilidade; – Importante se utilizar recursos de QoS (Quality of Service) para restringir a largura de banda de algumas aplicações e a segmentação em VLANs para limitação dos domínios de broadcast; – A topologia de rede deverá garantir que os dados de proteção sejam transmitidos com segurança em qualquer circunstância; • As redes devem possuir esquemas de redundância! • A redundância é uma maneira de se aumenta a confiabilidade , mas deve ser feita com cuidado para não comprometer o desempenho da rede. 21 Topologia de Rede IEC 61850 • Um parâmetro chave para o projeto de uma rede redundante é quanto tempo uma aplicação da subestação tolera uma interrupção devido à recuperação de uma falha sem consequências para a subestação; 22 Topologia de Rede IEC 61850 • A IEC 61850-5 especifica os diferentes requisitos sobre o tempo de recuperação entre o barramento de estação e o barramento de processo; • Se um quadro IEC 61850 não for recebido em tempo hábil, ele perde sua utilidade. Uma informação atrasada pode ser pior do que uma perdida; • Uma rede deve ser projetada desde o início com total redundância para utilizar os serviços de comunicação completos conforme definido pela IEC 61850; • Vários protocolos fornecem redundância de rede parcial ou total. Os conceitos são descritos na IEC 62439-1. Foco principal em RSTP (Rapid Spanning Tree Protocol), PRP (Parallel Redundancy Protocol) e HSR (High Availability Seamless Redundancy) para subestação baseada em IEC 61850. 23 Topologia de Rede IEC 61850 • Topologias: – Estrela; – Anel; – Múltiplos Anéis – Híbrido; • Tecnologias de redundância: • RSTP (Rapid Spanning Tree Protocol), • PRP (Parallel Redundancy Protocol), • HSR (High Availability Seamless Redundancy); 24 Topologia de Rede IEC 61850 • Topologia em Estrela – Utiliza um switch central para concentrar as ligações dos demais switches; – Facilidadede manutenção, expansão e baixa latência; – Problema: Falha no switch central paralisa toda a comunicação; 25 Topologia de Rede IEC 61850 • Topologia em Anel – Provê a redundância através de um caminho de comunicação alternativo; – Necessita de um protocolo de redundância como o RSTP ou HSR; – Um dos caminhos fica bloqueado para não haver loop das mensagens transmitidas; X Um dos caminhos fica bloqueado é só ativado em caso de um evento que interrompa o caminho original. 26 Topologia de Rede IEC 61850 • Topologia de Múltiplos Anéis 27 Topologia de Rede IEC 61850 • Topologia Híbrida – Topologia em anel + switch de comunicação central; – Alta disponibilidade; – Maior complexidade e, consequentemente, maior tempo de convergência; 28 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: RSTP (Rapid Spanning Tree Protocol) – IEC 61850-90-4; – Versão rápida do protocolo STP (Spanning Tree Protocol); – Durante o seu funcionamento somente uma rota fica ativa. A outra fica em stand-by até que um problema seja detectado, como a queda de um dos links no caminho de comunicação; – Convergência entre 250 ms até 12 s dependendo da topologia de rede e quantidade de equipamentos na rede. – Tempo de convergência não é possível determinar. Dependerá até do ponto onde ocorreu a falha! – Tempo alto para proteção! GOOSE deve ser enviado em até 10 ms. 29 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: RSTP (Rapid Spanning Tree Protocol) X Caminho Bloqueado! 30 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: RSTP (Rapid Spanning Tree Protocol) Ponto de Falha 31 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: HSR (High Availability Seamless Redundancy) – Protocolo de redundância que só funciona para redes em anel; – A informação é enviada duas vezes pelo IED – uma para cada sentido do anel; – IED deve possuir duas portas de rede; – Tráfego duplicado na rede; – Destinatário aceita o primeiro pacote recebido e descarta o segundo; – Não há tempo de convergência, pois a informação já está trafegando! Tempo de recomposição nulo. – Não há duplicidade do meio físico; 32 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: HSR (High Availability Seamless Redundancy) Informação é enviada em ambos os sentidos. No caso de falha em um lado, não há perda de informação! 33 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: PRP (Parallel Redundancy Protocol) – Implementa a redundância física – duplicidade de hardware e links de comunicação; – Duas redes paralelas e idêntica (dupla estrela); – A falha de uma rede não interfere na outra, pois não são interligadas; – Não há tempo de convergência pois os dados são enviados de forma duplicada nas duas redes; 34 Topologia de Rede IEC 61850 • Protocolo de Redundância: PRP (Parallel Redundancy Protocol) Falha em um caminho não tem impacto X 35 Topologia de Rede IEC 61850 • RedBox ou Redundancy Box – Dispositivo capaz de converter os pacotes oriundos das redes PRP ou HSR para troca de mensagens com dispositivo que não se comunicam nestes protocolos; – Faz a transição da rede comum para a rede PRP/HSR; – Quando um dispositivo fora da rede PRP/HSR envia a mensagem, a RedBox duplica os pacotes e os envia das duas LANs; – Quando um dispositivo fora da rede PRP/HSR for receber, a RedBox descarta os quadros duplicados. 36 Topologia de Rede IEC 61850 • RedBox ou Redundancy Box 37 Cisco IE 4000 Cisco IE 5000 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • A adoção da IEC 61850 possibilita a implementação de um sistema de automação distribuído através da divisão de funções em diversos dispositivos; • Funções de um SAS representam as tarefas que devem ser executadas na subestação: controle, monitoramento e proteção dos equipamentos; • Funções auxiliares: configuração do sistema, gerenciamento de comunicação, gerenciamento de software, etc; • Funções são distribuídas nos diferentes níveis de arquitetura propostos pela IEC 61850 (processo, bay e estação); 38 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • A alocação de funções nos IEDs não é fixa. Ela irá depender de requisitos de disponibilidade, performance, restrições de custo, filosofia de utilização, etc. • As funções podem ser divididas em partes executadas em diferentes IEDs, mas comunicando-se entre si (função distribuída). O comportamento de comunicação de tais partes é chamada de nó lógico (LN); 39 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) 40 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) 41 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) 42 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • Funções do nível de processo: são as funções que realizam a interface entre nível de processo e o nível de bay; – Dispositivos geralmente são: interfaces de entradas e saídas remotas, sensores, atuadores inteligentes, etc; – Dispositivos são integrados aos níveis superiores da arquitetura SAS pelo barramento de processo. • Interface 4: troca instantânea de dados de TC e TP (amostras) entre nível de processo e nível de bay; • Interface 5: troca de dados de controle entre nível de processo e bay; 43 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) 44 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • Funções do nível de bay: são as funções que utilizam os dados deste nível e atuam principalmente no equipamento primário do bay; – Dispositivos geralmente são: unidades de controle, proteção ou monitoramento por bay; • Interface 3 (dentro no nível de bay): troca de dados no nível de bay; • Interface 4 e 5: comunicação com o processo; 45 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) 46 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • Funções do nível de estação: são divididas em dois tipos – processo ou interface; – Funções relacionadas ao processo: utilizam a informação de mais de um bay ou da subestação completa para atuação; • Interface 8: troca direta de dados entre os bays para funções rápidas, como intertravamento; – Funções relacionadas a interface: representam a interação do SAS com: IHM (Interface Homem-Máquina) do operador local; centro de controle remota; estação de engenharia remota para monitoramento e manutenção; 47 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) – Funções relacionadas a interface: • Dispositivos são computadores com banco de dados, estações de trabalho do operador, interfaces para comunicação remota, etc; • Interface 1: troca de dados de proteção entre o nível de bay e o nível de estação; • Interface 6: troca de dados de controle entre nível bay e nível de estação; • Interface 7: troca de dados da subestação e a estação de trabalho remoto (engenharia); • Interface 9: troca de dados dentro do nível de estação; • Interface 10: troca de dados de controle entre a subestação e um centro de controle remoto (operação); 48 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) – Interface 2: troca de dados de proteção entre o nível de bay e a proteção remota (nível de bay de outra SE alocada remotamente); Proteção Remota 49 Funções do Sistema de Automação de Subestações (SAS) • É necessária a presença de todas as funções em uma subestação? – Não! Cada subestação tem suas particularidades e serão utilizados caso a caso; – Interfaces 1, 3, 6, 8 e 9 são frequentemente combinadas com o barramento de estação, pois este conecta o nível de estação ao nível de bay; – Interfaces 4 e 5 são combinadas com barramento de processo, que conecta o nível de bay ao nível de processo; 50 Referências Bibliográficas • IEC61850, Communication networks and systems in substations. 2003. • Universidade SEL, Introdução à automação de subestações. 2017. Contato • Prof. Flávio Andrade Costa • Email: flavioac@me.com • Telefone: (31) 98738-1406 51 mailto:flavioac@me.com