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GERENCIAMENTO E PROJETOS DE 
REDES
2
Marcos Vinicio Alvarez Guedes
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 GERENCIAMENTO E PROJETOS DE REDES
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Henrique Salustiano Silva
Revisor
Haroldo da Silva Ferreira
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Sobrenome, Nome do Autor
Gerenciamento e projetos de redes / Marcos Vinicio 
Alvarez Guedes. – São Paulo: Platos Soluções 
Educacionais S.A., 2022.
32 p.
ISBN 978-65-5356-286-8
1. Redes de computadores. 2. Projetos de redes. 
3. Arquiteturas de gerenciamento de redes. I. Título.
CDD 005.754
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
G924g 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
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SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Projetos de Redes de Computadores ________________________ 07
Administração de Cabeamento Estruturado _________________ 21
Protocolos de Gerenciamento de Redes _____________________ 35
Ferramentas de Gerenciamento de Redes ___________________ 48
GERENCIAMENTO E PROJETOS DE REDES
5
Apresentação da disciplina
Os objetivos principais desta disciplina são orientar o projetista na 
elaboração de um projeto de redes de computadores, estabelecendo 
metodologias e padrões e uma sequência lógica. 
Além disso, engloba assuntos de suma importância na elaboração de 
um projeto de redes de computadores, fornecendo uma abordagem 
metodológica que direcionará o aluno na execução do projeto de 
forma estruturada. 
A primeira dúvida que se tem, ao elaborar um projeto, de qualquer 
natureza, é conceituar o que vem a ser um projeto. Outra pergunta 
é sobre a sequência lógica que devemos adotar na elaboração do 
projeto. Uma terceira pergunta é sobre ao uso ou não de determinados 
padrões de redes. 
Abordaremos dois tópicos importantes em Projeto de Redes de 
Computadores, que são: 
O projeto lógico: que envolve desde a definição do modelo topológico, a 
definição da solução e a especificação dos seus componentes. 
O projeto físico: que envolve a estrutura de cabeamento estruturado, a 
definição de seus subsistemas e a especificação de seus componentes.
Para ambos os projetos (lógicos e físicos), você poderá ser capaz de 
escolher o modelo topológico, descrever os serviços e produtos de rede 
e especificar seus componentes. 
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Ainda, ao longo da disciplina, você poderá ficar apto em administrar 
e gerenciar uma rede cabeada estruturada, compreender como se 
gerencia uma rede local, baseada em padrões, e como administrar 
servidores da rede local.
Outro tópico a ser abordado, se refere aos protocolos e arquiteturas de 
gerenciamento de redes, de tal forma que você possa compreender a 
dinâmica de gerência de uma rede local.
Abordaremos, ainda neste tópico, as arquiteturas e os principais 
protocolos de redes como o SNMP e suas características. 
Finalmente, serão apresentadas algumas ferramentas de mercado 
para gerenciamento de redes, suas características, suas limitações e 
suas aplicações.
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Projetos de Redes de 
Computadores
Autoria: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Leitura crítica: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Objetivos
• Orientar o projetista na elaboração de um projeto de 
redes de computadores.
• Estabelecer uma metodologia e padrões para a 
elaboração do projeto.
• Descrever sobre cada etapa de um projeto.
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1. Projeto de redes de computadores
A temática a ser abordada, neste material, engloba tópicos importantes 
para a elaboração de um projeto de redes de computadores, com a 
escolha da metodologia a ser abordada, os principais padrões de redes 
de computadores e a sequência lógica do projeto.
2. Definição de projeto
A primeira questão, ao elaborar um projeto de rede, é definir o que 
vem a ser um projeto de rede. Podemos definir um projeto de rede 
como um conjunto de tarefas inter-relacionadas, no intuito de obter 
um produto ou serviço.
Cada projeto é uma atividade única e, portanto, nunca é igual a outro, 
pois tem peculiaridades próprias e os produtos e serviços gerados são 
novidades no contexto da organização.
Outra questão que devemos discutir e definir, antes de se iniciar um 
projeto, é quanto ao tempo específico para a elaboração.
Por último, devemos definir os envolvidos no projeto e envolver toda a 
organização no processo, pois, do contrário, o projeto não terá sucesso.
Existem dois pontos iniciais que não podem ficar em segundo plano, que 
é a definição da metodologia a ser usada para a elaboração do projeto e 
a definição dos padrões de rede que deverão ser usados.
3. Metodologia de projeto
A grande questão quando ao fazer um projeto de rede é que 
metodologia utilizar, a fim de ter uma sequência lógica do trabalho.
9
Quando adotamos uma metodologia, devemos estabelecer 
determinados parâmetros baseados com o objetivo que queremos 
alcançar. Com o objetivo definido e homogeneização na execução 
das tarefas e das equipes envolvidas, torna-se necessário definir 
uma sequência lógica para a elaboração do projeto, sem, contudo, 
esquecer da documentação necessária para o registro de todas as ações 
executadas durante a confecção do projeto.
Ainda se considerarmos de maneira simplista que um projeto é um 
agrupamento de tarefas, podemos estabelecer uma relação entre as 
tarefas para cumprir o objetivo proposto pelo projeto. É exatamente 
esta a função de um projeto: agregar diferentes elementos e conteúdo, a 
fim de orientar a execução de uma atividade, seja nova ou de melhoria.
O propósito de definir uma metodologia é estabelecer uma sequência 
lógica para o projeto e estabelecer limites de cada etapa do projeto. No 
mercado, existem algumas metodologias de projeto como a Top-down, 
Bottom-Up e a Rational Unified Process (RUP).
A tecnologia RUP é uma metodologia de projeto que descreve 
como desenvolver softwares, usando técnicas testadas e 
aprovadas comercialmente e, portanto, é aplicada para projetos de 
desenvolvimento de software, o que não é nosso caso.
As outras tecnologias só diferem pelo fato de uma iniciar de cima para 
baixo do modelo OSI de camadas, onde, primeiramente, são definidas 
as aplicações para, finalmente, definir a parte física (Top-down) ou de 
baixo para cima, definindo os meios físicos e, finalmente, definir as 
aplicações (Bottom-up).
Nos projetos de redes de computadores, a metodologia mais indicada 
é a Top-down, uma vez que inicia por uma minuciosa coleta de dados, 
sua análise, os objetivos a serem alcançados e, em seguida, os projetos 
lógicos e físico, e, finalmente, a documentação e testes.
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4. Definição de padrões
Os padrões são definidos por comitês, formado pelos maiores especialistas 
na área. Na área de redes, os comitês mais importantes são o Institute 
of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), a American National Standards 
Institute (ANSI) e a InternationalOrganization for Standardization (ISO).
Dessa forma, a definição dos padrões adequados para os tipos de produtos 
e serviços é de fundamental importância antes de se iniciar um projeto.
Apesar de cada projeto ser único, as semelhanças entre os projetos 
de mesma natureza prevalecem sobre as diferenças. Assim, podem-
se utilizar os padrões de um projeto anterior para selecionar os 
componentes de um novo projeto.
Uma outra vantagem, em utilizar padrões, se refere à natureza dos 
projetos das modernas redes de comunicação. Como os projetos são, 
geralmente, grandes e complexos, exigindo a participação de um grupo 
de profissionais para sua realização, o trabalho deve ser dividido e 
organizado através de uma metodologia que especifique também as 
atividades que deverão ser realizadas.
5. Fases do projeto
Fase 1 – Levantamento e análise de informações.
Esta fase focaliza na análise dos requisitos. Inicia com a identificação das 
metas do negócio e dos requisitos técnicos. Para isso, é necessário que 
o projetista pesquise e entenda o negócio do cliente, descubra em que 
mercado se encontra, aprenda algo sobre seu mercado, os fornecedores, 
os produtos, os serviços e as vantagens competitivas de seu cliente. 
A tarefa de caracterizar a rede existente, inclusive a estrutura física e 
o desempenho dos principais segmentos e roteadores, e, finalmente, 
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analisar o tráfego da rede, inclusive o fluxo de tráfego, a carga, o 
comportamento do protocolo e os requisitos de qualidade de serviço.
Fase 2 – Projeto da rede lógica.
Durante a fase de projeto da rede lógica, o projetista de rede deve 
definir o modelo de topologia a ser adotado, as padronizações, o 
modelo de endereçamento de redes, os protocolos, o tráfego esperado, 
o modelo para o gerenciamento e a segurança da rede e, finalmente, a 
especificação dos produtos e serviços.
Fase 3 – Projeto da rede física.
Esta fase começa com a definição do modelo topológico da rede física, 
a definição dos subsistemas, os protocolos físicos e, finalmente, as 
especificações dos produtos e serviços.
Fase 4 – Documentação e de testes.
As etapas finais no projeto de redes top-down são: escrever e 
implementar um plano de teste, elaborar um protótipo ou piloto, 
otimizar o projeto da rede e documentar o trabalho. Se os resultados 
dos testes indicarem quaisquer problemas de desempenho, então, 
durante essa fase, você deverá efetuar os ajustes necessários.
6. Levantamento e análise de informações
Definida esta fase, que podemos chamar de pré-projeto, passaremos 
à elaboração do projeto propriamente dito, definindo cada fase do 
projeto, conforme definidas no item acima.
Esta fase é de suma importância para as próximas. Qualquer 
informação falsa pode prejudicar todas as definições que fazem parte 
das fases posteriores.
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O projeto pode ser apenas de uma adequação a novas tecnologias 
quando já existe uma rede, que chamamos de processo de retrofit, e 
queremos apenas adequar a novas tecnologias de rede ou pode-se 
partir do zero, onde não se tem uma rede. De qualquer forma, ambas as 
situações exigirão um levantamento bem elaborado.
A questão é: como devemos conduzir esse processo de levantamento?
Inicialmente, devemos focar na empresa, em itens, como:
• Qual a estrutura organizacional da empresa?
• Qual a área de atuação e qual o negócio do cliente?
• Quais as premissas do projeto (tempo, custo, escopo)?
• Qual a estrutura física existente?
• Existe uma estrutura lógica?
• O que se pretende com a nova rede ou com o processo de retrofit.
• Quais as aplicações atuais e futuras como CFTV e controle de 
acesso?
• Quais os equipamentos existentes de rede, como switches e 
estações de trabalho?
Uma das premissas é o próprio escopo do projeto, que envolve 
determinadas questões, tais como:
• Quais as pessoas-chaves?
• Quem decide?
• Quais os contatos?
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• Demandas atuais e futuras.
• Quais as necessidades atuais e futuras?
• Quais são as restrições (orçamentária, tempo, técnica, pessoal)?
• Expectativa de investimento e de performance.
O levantamento poderá ser feito de diversas formas, por meio de 
visitas in loco, questionários ou reuniões. O importante é que, após 
o levantamento, tais informações sejam planilhadas para facilitar a 
visualização dos dados e a análise dos dados.
A seguir, veremos como efetuar esse levantamento, pelos meios 
disponíveis e de forma efetiva. Quanto às reuniões, devem ser:
• Objetivas.
• Possuir uma pauta de reunião e serem documentadas.
Quanto aos questionários, devem ser:
• O mais objetivo possível.
• Criar questões que estejam no contexto do projeto.
• Não direcionar as respostas.
• Ao término, as respostas devem ser planilhadas para facilitar a 
análise.
Quanto as visitas, devem ser:
• Pré-agendadas e precedidas de uma pauta.
• Documentadas por meio de relatório.
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Não é necessário realizar visitas em todos os órgãos, as regionais, entre 
outros, mas escolher quais as mais significativas e representativas para a 
coleta de dados.
Outros requisitos técnicos devem ser abrangidos no levantamento, 
como a escalabilidade, a disponibilidade, o desempenho, a segurança, a 
usabilidade, a adaptabilidade e a eficiência dos custos.
7. Fases do projeto lógico
No projeto lógico, busca-se documentar a organização lógica da rede, 
englobando os seguintes itens:
• Definição do modelo topológico da rede.
• Definindo a solução.
• Definição dos modelos de endereçamento, de gerência e 
segurança.
• Especificação dos produtos e serviços.
7.1 Definição do modelo topológico
Antigamente, usava-se muito uma rede com estrutura chamada 
Collapsed, onde todos os pontos de rede iam diretamente para um 
ponto central, conectados a um único equipamento switch. Este tipo de 
topologia tinha como principal vantagem a facilidade de manutenção.
Hoje, com redes maiores, usa-se cada vez mais uma estrutura 
hierárquica. Esse modelo hierárquico ajuda a desenvolver uma rede em 
pedaços, cada pedaço focado em um objetivo diferente.
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No modelo hierárquico, é possível definir mais de um nível de 
hierarquia. O primeiro nível, os equipamentos switches de borda e o 
segundo nível, os switches core. Veja o exemplo de modelo topológico na 
figura a seguir.
Figura 1 – Estrutura hierárquica
Fonte: elaborada pelo autor.
O segundo nível, conhecido como nível de distribuição, comportará as 
conexões em backbone, vindas dos switches de borda.
Poderá, ainda, existir um terceiro nível, conhecido como de core, em que 
comportará as conexões de edifícios distintos em área de campo, vindas 
dos switches de distribuição.
Portanto, a escolha por mais de um nível dependerá da estrutura física 
da rede. Se tiver mais de um edifício ou se for um edifício com muitos 
andares, podemos definir uma estrutura em mais de duas camadas 
hierárquica ou, caso contrário, poderia optar por uma estrutura em 
apenas duas camadas hierárquicas.
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Em algumas situações, pode-se optar, em uma estrutura em anel, 
quando se tem uma rede formada por vários prédios em uma área 
conhecida como área de campus.
Outra questão a ser tratada, no modelo, diz respeito ao uso ou não de 
redundância de equipamentos ou nos meios de comunicação.
7.2 Definição da solução
Na definição da solução, devemos definir os seguintes parâmetros:
• Definir o padrão e modelo de endereçamento (públicos ou 
privados) e forma de alocação (manual ou dinâmica).
• Definir os protocolos de rede, de roteamento, internos e externos.
• Definir o modelo de gerência de rede (gerência de falhas, de 
desempenho, de segurança, de configuração e de desempenho.;
• Definir o modelo de segurança de rede.
7.3 Especificação dos produtos e serviços
Para a seleção dos dispositivos e a devida especificação, deveremos 
considerar os seguintes itens:
• Características físicas.
• Características funcionais.
• Características técnicas.
• Modularidade.
• Certificações.
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• Embalagem.
• Distribuição.
• Garantia.
• Comprovação.
8. Fases do projeto físico
O projetofísico requer as fases de definição de arquiteturas, definição dos 
subsistemas e especificação dos componentes, conforme segue abaixo.
8.1 Definição da arquitetura
A norma TIA/EIA 568C descreve três tipos de arquiteturas, sendo que 
a arquitetura Estrela hierárquica e Cabeamento por zona são as mais 
utilizadas hoje. Abaixo, estão discriminadas estas arquiteturas:
• Estrela hierárquica: formada por dois níveis (cabeamento 
horizontal e cabeamento vertical.
• Conexão cruzada centralizada: formada por apenas um nível.
• Cabeamento por zona: acrescenta uma conexão extra no 
cabeamento horizontal.
8.2 Definição dos subsistemas
A norma EIA/TIA 568C estabelece seis subsistemas, que devem ser 
descritos detalhadamente, e são apresentados a seguir:
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• Subsistema área de trabalho: definição do conector, do padrão 
de polaridade, do número de tomadas, da categoria e da 
densidade de pontos.
• Subsistema armário de telecomunicações: definição da sala onde 
ficarão acondicionados os equipamentos de rede, o espaço, a 
climatização, o tipo de rack etc.
• Subsistema sala de equipamentos: a sala de equipamentos 
é a principal, onde ficarão acondicionados os equipamentos 
concentradores de rede.
• Subsistema facilidade de entrada: definição do local por onde 
entrarão os cabos vindos do ambiente externo.
• Subsistema cabeamento horizontal: definição do lançamento e 
acondicionamento de cabos do armário de telecomunicações até a 
área de trabalho.
• Subsistema cabeamento Backbone: definição do lançamento e 
acondicionamento dos cabos que formam o backbone, entre os 
armários de telecomunicações até a sala de equipamentos.
A especificação dos produtos e serviços para o projeto físico segue os 
mesmos parâmetros definidos no projeto da rede lógica.
9. Fase de documentação e de testes
Após executado todo o serviço, é importante que seja gerada toda a 
documentação da rede, tanto da rede lógica como da rede física. Essa 
documentação envolve os seguintes itens:
• Memorial descritivo: descrição de como foram projetas as redes de 
computadores lógica e física.
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• Plantas: manter a guarda de todas as plantas geradas para as 
redes lógica e física.
• Resultados dos testes efetuados.
Os testes a serem efetuados poderão ser de dois tipos, conforme 
especificados abaixo:
Testes físicos:
• Teste de continuidade e comprimento em todo o cabeamento.
• Teste de polaridade.
• Verificação de inexistência de curto-circuito.
• Testes de atenuação, NEXT, PS NEXT, ELFEXT e ACR.
• Testes de perda de inserção em cabos de fibra óptica.
• Teste de resposta de frequência
Testes sistêmicos:
• Testes funcionais e de operação das redes lógicas e físicas, com 
todos os equipamentos de dados instalados e em funcionamento.
• Verificação da identificação do cabeamento.
• Conferência de todo o sistema instalado, com ênfase na 
integridade física.
• Verificação dos serviços de instalação, conferência das 
características exigidas, integridade física, conexão à rede, 
aterramento, isolamento etc.
• Funcionamento do sistema e verificação de suas características 
sistêmicas e compatibilidade.
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Referências
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado. São Paulo: Erica, 2008.
PINHEIRO, J. M. S. P. Guia completo de cabeamento de redes. Rio de Janeiro: 
Campus, 2003.
PRISCILA, O. Top-down network design. Indianápolis: Cisco Press, 2010.
SOUSA, L. B. Projetos e implementação de redes: fundamentos, soluções, 
arquiteturas e planejamento. São Paulo: Érica, 2013.
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Administração de Cabeamento 
Estruturado
Autoria: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Leitura crítica: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Objetivos
• Administrar um sistema de cabeamento estruturado.
• Gerenciar redes locais.
• Administrar os servidores.
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1. Definição do sistema de cabeamento 
estruturado
Um sistema de cabeamento estruturado pode ser definido como sendo 
uma rede que foi projetada e planejada para prover uma infraestrutura 
de rede que permita seu crescimento ao longo dos anos. Essa estrutura 
atende a todos os serviços de telecomunicações, como serviços de dados, 
voz, imagem, sonorização, controle de acesso, sistemas de segurança, 
controles ambientais e outros. Como vantagens, podemos citar:
• Otimização de toda a infraestrutura.
• Facilidade na organização.
• Facilidade de expansão face a alteração de layout.
• Redução do custo de manutenção.
• Garantia do investimento gasto com a infraestrutura.
• Garantia de melhor performance.
• Longevidade do sistema de cabeamento.
2. Administração do sistema de cabeamento 
estruturado
Para a administração de um sistema de cabeamento estruturado, 
devemos lançar mão de diversas normas que foram disponibilizadas 
para esse fim e que, as principais, serão discriminadas a seguir:
Normas americanas:
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• ANSI/TIA 568D – Apropriada para cabeamento comercial.
• ANSI /TIA 569E – Define os encaminhamento e espaços.
• ANSI /TIA 606C – Define a administração.
• ANSI /TIA 607C – Define uma malha de aterramento.
• ANSI/TIA 942B – Apropriada para Data Centers.
Normas brasileiras:
• ABNT 14565:2019 – Apropriada para cabeamento comercial.
• ABNT 16665:2019 – Apropriada para cabeamento Data Centers.
• ABNT 16264:2016 – Apropriada para cabeamento residencial.
O nosso estudo foi baseado na norma americana, por ser a mais 
difundido no Brasil e que passamos a discorrer abaixo.
2.1 Norma EIA/TIA 568C
A Norma EIA/TIA 568C, apesar de ser uma norma americana, vem 
sendo muito utilizada no Brasil, uma vez que foi pioneira no assunto. 
Essa norma descreve sobre um sistema de cabeamento estruturado 
para edifícios comerciais, suportando diversos produtos de diferentes 
fabricantes.
Essa norma abrange requisitos para um cabeamento de uma rede de 
telecomunicações, que podem estar em uma mesma edificação ou em 
várias edificações, em áreas de um mesmo proprietário, que chamamos 
de área de campus.
A norma abrange seis subsistemas, conforme são descritos abaixo.
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2.1.1 Subsistema área de trabalho
A área de trabalho abrange desde o ponto de tomada, que se encontra 
em um ambiente de trabalho, até o cabo, que interliga a tomada até a 
estação e trabalho. Esse conector pode ser tanto metálico como óptico. 
O conector metálico deve ser o RJ45. Já o conector óptico, pode ser o SC 
ou o SFF (Small Form Factory) ou conectores de forma reduzida.
Do conector RJ45, que se encontra na tomada do usuário, sai um 
cabo conhecido como patch cord, que tem em suas pontas conectores 
RJ45 macho. Pela norma, esse patch cord não deve ter mais que cinco 
metros de comprimento. Outro detalhe do patch cord é que deve ser 
confeccionado em fábrica.
Quanto às terminações, existem dois tipos, que são as terminações 
do tipo T568A e T568 B, com padrões de pinagem distintos, conforme 
mostrado na figura abaixo.
Figura 1 – Norma EIA/TIA 568 D–Padrões de pinagem
Fonte: https://www.desterroeletricidade.com.br/blog/telefonia/o-que-e-padrao-de-
crimpagem-568a-e-568b/. Acesso em: 11 ago. 22022.
https://www.desterroeletricidade.com.br/blog/telefonia/o-que-e-padrao-de-crimpagem-568a-e-568b/
https://www.desterroeletricidade.com.br/blog/telefonia/o-que-e-padrao-de-crimpagem-568a-e-568b/
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Para redes ópticas, poderemos utilizar conectores do tipo SC ou SFF 
e os cabos de fibra óptica devem ser do tipo multimodo (62,5/125 ou 
50/125). O comprimento máximo do Patch Cord óptico também deve 
ser de cinco metros.
São permitidas as seguintes variações para as áreas de trabalho:
• Multi-user Telecommunications Outlet Assemblies (MUTOA): tomada 
de telecomunicações para mais de um usuário, ou seja, podendo 
ter uma caixa formada por mais de duas tomadas. É utilizado para 
salas de aula ou de reuniões.
• Consolidation Point (Ponto de Consolidação): é uma caixa que fica 
em um ponto estratégico em um ambiente segmentado, que 
possui até 24 tomadas RJ45 e, desta, saem cabos conectados até a 
estação de trabalho.
Outras adaptações são permitidas, mas desde que feitas externas a 
tomada RJ45.
2.1.2 Subsistema cabeamento horizontalÉ a parte do subsistema que abrange desde o conector da área de 
trabalho até o armário de telecomunicações. É formado pelos seguintes 
componentes:
Cabos horizontais: cabos de fios sólidos, de quatro pares, blindados 
ou não, do tipo Unshielded Twisted Pair (UTP), Foiled Twisted Pair (FTP) 
ou Shielded Twisted Pair (STP). Seu comprimento máximo não deve 
ultrapassar noventa metros.
Para o cabeamento óptico, a fibra a ser utilizada deve ser do tipo 
multímodo (62,5/125 ou 50/125) e seu comprimento também não deve 
ultrapassar noventa metros.
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Caminhos horizontais: formado pela infraestrutura de eletrocalhas, 
bandejas e eletrodutos para acondicionar todos os cabos.
2.1.3 Subsistema armário de telecomunicações
É a parte do sistema de cabeamento de telecomunicações que abrange 
desde a conexão entre os cabeamentos horizontais, previstos em 
cada andar, e o cabeamento Backbone, que interliga esses armários. É 
formado pelos seguintes componentes:
• Todos os elementos ativos de rede, tais como os switches.
• Os distribuidores ópticos, que acomodam as conexões ópticas.
• Os guias de cabos.
• Os patch panels.
• Os racks.
Todos os andares do edifício devem ter, ao menos, um armário de 
telecomunicações, mesmo que não tenha nenhum equipamento ou 
acessório no andar. É uma maneira de podermos ter acesso aos cabos 
para uma eventual manutenção ou mudança de layout. A norma exige 
que cada armário não atenda mais que mil metros quadrados de área, o 
que acarretaria mais de um armário por cada mil metros quadrados.
O espaço requerido para a montagem do armário de telecomunicações 
deve ser suficiente para que possamos alojar nossos equipamentos e 
todos os acessórios convenientemente.
2.1.4 Subsistema sala de equipamentos
Esse subsistema é considerado o principal ponto do cabeamento, 
responsável pela interligação dos armários de telecomunicações, 
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formando um ponto focal do cabeamento. No caso de ter uma área de 
campus, esse subsistema interligará as demais salas de equipamentos 
localizadas nas demais edificações.
Fazem parte, deste subsistema, os seguintes elementos:
• Todos os elementos ativos principais da rede, tais como switches, 
roteadores e, possivelmente, os servidores.
• Os distribuidores ópticos.
• As centrais telefônicas.
• Os equipamentos de circuito fechado de TV e controle de acesso.
A sala de equipamentos deve oferecer um ambiente controlado para 
que possamos instalar os nossos principais equipamentos de rede. 
Além de termos que seguir as mesmas recomendações dadas no 
subsistema de armário de telecomunicações, temos ainda a segurança 
de acesso, o controle ambiental (temperatura, umidade, poeira, gases 
etc.), a iluminação, a alimentação elétrica, o aterramento, entre outros, 
que são considerações a mais que devemos ter na construção de uma 
sala de equipamentos.
2.1.5 Subsistema cabeamento Backbone
Este subsistema representa a rede vertical, geralmente, acondicionada 
no shaft (ponto de interconexão entre os andares). Na ausência do shaft, 
esse poderá ser construído a partir de um duto de descida nos andares. 
De cada andar, descerão cabos que poderão ser tanto metálicos como 
ópticos, que irão até o ponto focal do cabeamento, que é o subsistema 
sala de equipamentos.
Podem ser definidos dois tipos distintos de cabeamento, sendo o 
primeiro conhecido como cabeamento INTRA-BUILDING, que provê o 
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cabeamento backbone dentro de um mesmo edifício e o cabeamento 
INTER-BUILDING, que provê o cabeamento interligando edifícios em um 
ambiente de campus.
O cabeamento backbone é composto pelos seguintes componentes:
• Cabos verticais: podendo ser cabos metálicos do tipo UTP/FTP/STP 
ou cabos ópticos multimodo ou monomodo.
• Encaminhamentos verticais formado por eletrocalhas, bandejas ou 
eletrodutos.
2.1.6 Subsistema facilidade de entrada
Facilidade de entrada corresponde a parte do sistema de cabeamento, 
responsável por abrigar e prover acesso dos meios externos ao edifício. 
Fazem parte deste subsistema, os seguintes elementos:
• Modems, roteadores e concentradores.
• Distribuidor geral.
Todos os cabos externos, que entram no prédio, ou cabos internos, 
que saem do prédio, devem passar pelo subsistema de facilidades de 
entrada por medida de segurança e de adequação, pelo tipo de meio 
que é utilizado no ambiente externo. Este subsistema oferece uma 
proteção contra incidentes, que podem interferir no funcionamento do 
sistema de cabeamento.
2.2 Norma EIA/TIA 569 B
Esta norma reconhece alguns conceitos fundamentais relacionados a 
edifícios e ao sistema de telecomunicações:
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• Edifícios são dinâmicos: durante a vida do edifício, as mudanças de 
lay out podem ocorrer.
• Os sistemas de telecomunicações dos edifícios são dinâmicos: 
durante a vida do edifício, tanto os equipamentos. como as 
mídias. podem sofrer mudanças.
• Telecomunicações são mais do que simplesmente voz e dados: 
existem sistemas de controle de acesso, sistemas de CFTV, sistemas 
Wi-fi e outros.
2.3 Norma EIA/TIA 606
A administração dos sistemas de cabeamento estruturado 
é fundamental para que possamos ter facilidades quanto a 
manutenção, manobras e mudanças de layout, que o edifício e o 
próprio sistema de telecomunicações sofrerão. Esta norma é baseada 
em dois fundamentos:
• Identificação.
• Registros.
A norma exige que todos os elementos do sistema de cabeamento 
estruturado sejam identificados, incluindo desde os cabos, as 
terminações, os eletrodutos, as eletrocalhas, as caixas de passagem, os 
racks, os painéis de manobra etc.
Devem ser registradas estas identificações, com o propósito de ter estes 
registros em mãos sempre que se fizer necessária uma mudança no 
ambiente ou quando for realizar uma manutenção no sistema.
O único elemento do sistema de cabeamento estruturado que não 
necessita ser identificado são os cordões de manobra, conhecidos como 
patch cords, pois são elementos móveis por excelência.
30
2.4 Norma EIA/TIA 607
Apesar de não estarmos lidando com equipamentos ativos, uma 
norma de aterramento é faz necessária para definir uma malha de 
aterramento. Temos, no cabeamento, estruturas metálicas, como 
eletrocalhas, eletrodutos, racks e cabos metálicos blindados, que 
exigem um aterramento e que estejam ligados em uma malha de 
aterramento única.
A norma EIA/TIA 607 define um padrão para o projeto e instalação de 
sistemas de aterramento, dentro e entre edifícios, estipulando como 
regra básica a necessidade de ter um único potencial de terra para 
todos os aterramentos existentes. Caso exista mais de uma malha 
de aterramento, poderemos ter diferença de potencial, o que poderá 
ocorrer na queima de equipamentos de rede.
A norma define os elementos componentes do sistema de aterramento 
e como devem ser instalados nos diversos ambientes que compõem o 
sistema de cabeamento estruturado.
3. Gerenciamento de redes locais
O gerenciamento de redes locais é o controle de todos os componentes 
dessa rede, como dos equipamentos concentradores, os switches, 
as estações de trabalho e os recursos físicos da rede, como cabos, 
conectores, patch panel etc.
Esse gerenciamento tanto pode ser feito pela eficácia ou pelo 
desempenho da rede e deve ser feito de forma adequada, envolvendo 
atividades e equipes próprias para esse fim.
Podemos definir os seguintes componentes do gerenciamento:
31
• Objeto gerenciado: é todo objeto passível de ser monitorado em 
uma rede local, como dispositivos lógicos (software) ou dispositivos 
físicos (hardware).
• Agente: é o elemento que coleta as informações dos objetos 
gerenciados e envia para o gerente.
• Gerente: é o elemento que concentra todas as informações 
recebidas dos agentes e envia, por meio de comandos, para serem 
processados.
Deve ser previsto, em cada rede, pelo menos um elemento gerenciador 
e vários elementos agentes, que estarão instalados nos objetos 
gerenciados.
Os principais motivos para realizar o gerenciamento de uma rede local 
são:
• Identificar as aplicações mais críticas.• Identificar os pontos de congestionamento da rede.
• Medir o consumo de todos os links.
• Identificar a origem dos possíveis problemas de rede.
• Medir o impacto de possíveis mudanças que se fizerem 
necessárias na rede.
• Analisar o comportamento do tráfego da rede.
3.1 Modelos de gerenciamentos
Podemos utilizar, para o gerenciamento de redes locais, alguns modelos, 
como:
32
3.1.1 Information Technology Infrastructure Library ITIL)
É um dos modelos mais conhecidos e utilizados no mundo. Tem como 
objetivo documentar as melhores práticas para ligadas à Tecnologia 
da Informação (TI). É dividido em cinco temas, a saber: estratégia 
de serviços; projeto de serviços; transição de serviços; operação do 
serviço; e melhoria contínua do serviço. O ITIL está na sua quarta 
versão, que foi lançada em 2019.
3.1.2 Fail, Configuration, Acconting, Performace and Security 
(FCAPS)
É um modelo de estrutura de rede de gerenciamento da ISO para falha, 
configuração, contabilidade, desempenho e segurança. Vejamos cada 
um desses tipos de gerenciamento:
• Gerenciamento de falhas: é responsável em detectar e isolar 
possíveis problemas que possam causar falhas na rede local.
• Gerenciamento de configuração: está relacionado à manutenção, 
adição e atualização dos componentes da rede local.
• Gerenciamento de contabilização: é responsável por administrar o 
uso dos recursos na rede local.
• Gerenciamento de desempenho: é responsável pela garantia da 
qualidade dos serviços na rede local.
• Gerenciamento de segurança: é responsável pela proteção dos 
recursos e das informações dos usuários em uma rede local.
3.1.3 ISO 20000
Descreve dois tipos de requisitos: o primeiro para desenvolver e 
implementar um sistema de gestão de TI, e o segundo, que explica as 
melhores práticas para a gestão de TI.
33
4. Administração de servidores
O primeiro passo, na administração de servidores, é ter um 
gerenciamento adequado. A falta de administração de servidores poderá 
acarretar grandes prejuízos para uma empresa. Como exemplo, dessa 
administração, podemos ter o controle dos logins de acesso, permissão 
de acesso a informações.
Antes de falarmos sobre administração de servidores, precisamos 
compreender os principais serviços de rede, providos aos usuários, que 
são importantes para uma boa administração de servidores:
• Controle de acesso à rede.
• Permissão de acesso aos recursos.
• Hospedagem de páginas web.
• Controle de acesso a sítios na Internet.
• Controle do uso de impressoras.
• Controle de e-mails.
• Armazenamento de dados nos servidores.
• Controle do acesso remoto aos servidores de rede.
Podemos, ainda, dividir os servidores em dois tipos: servidores externos, 
tais como DNS, e-mail, Wiki, web, FTP e SSH; e os servidores de serviços 
internos, tais como de DHCP, de arquivo e de impressão e LDAP.
O serviço de administração de servidores engloba:
• Monitoramento dos servidores e aplicativos em execução neles: 
verificação de status, tempo de atividade e monitoramento de 
problemas novos ou recorrentes.
34
• Atualização dos servidores e dos softwares instalados neles.
• Controle de acesso aos servidores.
• Controle de segurança dos dados e dos hardwares.
• Rotinas de backup (cópias de segurança dos arquivos).
• Configuração dos servidores, das aplicações e dos serviços em 
execução neles etc.
Há outros tipos de serviços que podem compor a administração de 
servidores. Cada empresa especializada pode incluir novas tarefas, 
conforme as necessidades de seus clientes.
De qualquer forma, estamos falando de um serviço especializado, que 
pode ser realizado internamente ou por um provedor especializado. 
Cada vez mais, as empresas estão optando pelo serviço terceirizado, 
assim, conseguem se manter atualizadas com métodos e técnicas 
de última geração, bem como garantir a qualidade necessária para o 
sucesso de suas operações.
Referências
COMER, D. Redes de computadores e Internet. 2. Ed.Porto Alegre: Person, 2001.
MARIN, P. S. Cabeamento estruturado – Desvendando cada passo: do projeto à 
instalação. São Paulo: Erica, 2008.
VALLE, O. T. Administração de redes com Linux: fundamentos e práticas. 
Florianópolis: IFSC, 2010.
35
Protocolos de Gerenciamento de 
Redes
Autoria: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Leitura crítica: Haroldo da Silva Ferreira
Objetivos
• Compreender os conceitos básicos sobre 
gerenciamento de redes.
• Entender a arquitetura SNMP.
• Compreender as áreas funcionais da arquitetura 
SNMP.
• Conhecer outras arquiteturas de gerenciamento.
36
1. Conceitos básicos sobre gerenciamento de 
redes
As redes estão cada vez mais importantes para as organizações, e 
passaram a ser de missão crítica, além de estarem mais complexas e 
heterogêneas formadas por diversas tecnologias e fornecedores.
Quais são os desafios do gerenciamento nas corporações?
• Prestar um serviço de qualidade.
• Diminuir os custos.
• Redução da complexidade nas redes.
• Atender as normas e padrões internacionais.
• Aumentar a produção.
Antes de falar sobre os protocolos de gerenciamento de redes, 
precisamos apresentar as arquiteturas de gerenciamento e descrevê-las 
para, depois, discriminar os protocolos que trabalham com cada uma 
dessas arquiteturas.
Podemos, ainda, definir arquiteturas abertas e fechadas. As arquiteturas 
fechadas são aquelas em que as definições de seu modelo não são 
disponibilizadas. Já as arquiteturas abertas, suas definições estão claras e, 
dessa forma, permitem a interoperabilidade entre os diversos sistemas de 
gerenciamento. O nosso estudo se aterá apenas às arquiteturas abertas.
1.1 Arquiteturas abertas de gerenciamento
O nosso estudo está focado nas arquiteturas abertas. que são mais 
difundidas no mercado. Essas arquiteturas definem diversos protocolos 
37
utilizados para o gerenciamento de redes de computadores. A seguir, as 
cinco arquiteturas:
• Arquitetura Open System Interconnection (OSI).
• Arquitetura ransmission Control Protocol (TCP/IP).
• Arquitetura Telecommunication Management Network (TMN). ().
• Arquitetura web management.
• Arquitetura Common Object Request Broker Architecture (CORBA).
A seguir, descreveremos as arquiteturas para que, depois, possamos 
apresentar os protocolos que fazem parte dessas arquiteturas:
1.1.1 Arquitetura OSI
A arquitetura OSI define cinco áreas funcionais, conforme descritas 
abaixo:
• Gerenciamento de falhas.
• Gerenciamento de configuração.
• Gerenciamento de performance.
• Gerenciamento de segurança.
• Gerenciamento de contabilização.
Essa arquitetura abrange diversos tipos de protocolos tais como os 
protocolos CMIP (Common Management Information Protocol), CMIS 
(Common Management Information Service) e FTAM (File Transfer Access 
and Management) que serão descritos no próximo capítulo.
38
1.1.2 Arquitetura TCP/IP
A arquitetura TCP/IP é conhecida como uma arquitetura de fato e a 
mais utilizada no mercado. Essa arquitetura adota diversos padrões. 
O padrão utilizado para gerenciamento de redes é o protocolo Simple 
Network Management Protocol (SNMP).
Essa arquitetura define ainda quatro componentes básicos, que 
são: os elementos gerenciados que podem ser switches, roteadores, 
impressoras, entre outros, as estações de gerenciamento onde estão 
instalados os softwares de gerenciamento, que pode ser uma ou mais 
estações conforme o modelo de gerência definido, os protocolos de 
gerência e a base de informações de gerência onde ficam guardadas as 
informações de gerenciamento.
O gerente possui um software, que é instalado em um servidor 
específico para conversar com os agentes por meio do protocolo SNMP.
Os elementos gerenciados possuem um software conhecido como 
agente, que permite que o equipamento seja monitorado e controlado 
por meio de uma ou mais estações de gerência, caso haja necessidade.
A troca de informações se dá apenas se os protocolos forem os 
mesmos, tanto no gerente como no agente. Este protocolo permite, 
principalmente, as operações de monitoramentoe controle.
Nem todas as informações são trocadas entre o gerente e o agente. 
Essa definição sobre os dados, que devem ser trocados entre os dois 
componentes, é definida no gerente.
1.1.3 Arquitetura Telecomunications Management Network 
(TMN)
Essa arquitetura foi baseada no modelo de arquitetura OSI, criada pela 
ISO e ITU-T, e provê meios de transporte para processar informações 
relacionadas ao gerenciamento de redes de telecomunicações.
39
Estão englobadas nessa arquitetura as áreas funcionais de gerência 
de desempenho, de falhas, de configuração, de contabilização e de 
segurança, as mesmas que foram definidas no modelo OSI.
A arquitetura TMN possui uma estrutura organizada para possibilitar 
a interconexão e interoperabilidade entre diferentes sistemas e 
equipamentos de rede
São definidas também camadas funcionais de gerenciamento como 
a camada de gerenciamento de negócio, de serviços, de rede e de 
elemento de rede, conforme mostra a figura abaixo:
Figura 1 – Pirâmide que representa a hierarquia de gerenciamento
Fonte: http://cassio.orgfree.com/disciplinas/gredes/ApostilaGerenciamento.pdf. Acesso 
em: 11 ago. 2022.
Gerência do Negócio: responsável por dar uma visão geral do negócio 
ou da empresa.
Gerência do Serviço: responsável pela gerência dos serviços oferecidos 
aos clientes ou para outros serviços oferecidos.
http://cassio.orgfree.com/disciplinas/gredes/ApostilaGerenciamento.pdf
40
Gerência da Rede: responsável pela gerência da rede.
Gerência do Elemento da Rede: coleta informação de elementos 
gerenciados da rede individualmente, ou seja, gerencia cada elemento 
da rede.
Elementos da Rede: sistema agente OSI, diretamente conectado ao 
gerenciador de recursos, é o próprio elemento da rede.
1.1.4 Arquitetura Web Management
Essa arquitetura é baseada no gerenciamento web, com protocolos bem 
conhecidos da Internet, como o Hypertext Transfer Protocol (HTTP) e o 
protocolo eXtensible Markup Language (XML).
Fornece, ainda, uma interface de usuário por meio do navegador 
browser web, tanto para a recuperação de dados como para a execução 
de aplicações.
Acomoda várias ferramentas de gerenciamento e utiliza dos mesmos 
protocolos utilizados por outras arquiteturas, como o protocolo CMIP e 
SNMP.
1.1.5 Arquitetura CORBA
A arquitetura CORBA é uma arquitetura proposta pela organização 
internacional Object Manager Group (OMG), que está relacionada com 
a indústria de software. Fornece uma arquitetura com uma estrutura 
comum para o gerenciamento de objetos distribuídos, que é conhecida 
como Object Manager Architecture (OMA).
Possui os seguintes componentes:
41
• Objetos de aplicação: são os objetos que estão relacionados com o 
nível de aplicação.
• Facilidades do CORBA: definem facilidades e interfaces no nível de 
aplicação.
• Núcleo do CORBA: estão relacionadas com o objeto e faz a 
intermediação entre o cliente e o servidor.
• Serviços do CORBA: definem os serviços que ajudam a gerenciar e 
a manter objetos.
Nesse estudo, não abordaremos os protocolos utilizados por essa 
arquitetura, uma vez que é mais específica para desenvolvimento de 
sistemas.
2. Os protocolos de gerenciamento
O intuito desse item é descrever os protocolos, segundo as arquiteturas 
que foram definidas no item anterior, como segue abaixo:  
2.1 Os Protocolos CMIP, FTAM e CMIS
A arquitetura OSI utiliza alguns protocolos específicos, que atuam, 
principalmente, nas camadas de aplicação e de apresentação do modelo 
OSI.
Um dos protocolos é o CMIP, que foi definido pela ISO/IEC 9596 e é o 
responsável pela comunicação entre as entidades gerente e agente. 
Utiliza os serviços providos por Association Control Service Element (ASCE), 
Remote Operations Service Element (ROSE) e pelo serviço de apresentação.
42
No caso de gerenciamento de redes de telecomunicações, utilizamos 
o protocolo FTAM, com foco na transferência de informações de 
gerenciamento entre agentes e gerentes, principalmente, para grandes 
quantidades de dados.
Temos, ainda, o protocolo CMIS, que descrito pelas ISO/IEC 9595. Esse 
protocolo tem como objetivo principal prover os serviços para o gerente e 
o agente. São definidos, ainda por esse protocolo, o serviço de operações 
de gerenciamento e o serviço de notificações de gerenciamento.
A comunicação se dá por meio de operações de gerenciamento e de 
notificações. A figura abaixo discrimina essa comunicação entre os 
elementos:
Figura 2–Comunicação entre os elementos do protocolo CMIS
Fonte: adaptada de Specialski (2001).
2.2 O protocolo SNMP
A arquitetura TCP/IP definiu o protocolo Simple Network Management 
Protocol (SNMP). Tem como característica o fato de ser um protocolo 
simples e de fácil implementação, além de não ser proprietário. É um 
protocolo de gerenciamento apropriado para ambientes heterogêneos.
Opera na camada de aplicação, e é usado para receber as informações 
dos elementos gerenciados, que são o agente e o gerente. O gerente 
43
manda comandos para os agentes, e esses enviam informações ao 
gerente, por meio do que conhecemos como primitivas de serviços.
As primitivas de serviços utilizadas pelo protocolo são: Get (leitura da 
MIB), Set (escrita na MIB), Get Next Request (requisição do gerente) e a 
Trap (usada pelo agente para informar algum evento anormal).
Utilizamos também o protocolo de transporte User Datagram Protocol 
(UDP), que também é um protocolo definido pela arquitetura TCP/IP.
Por último, é utilizada uma base de informações conhecida como 
Management Information Base (MIB) para guardar as informações de 
gerenciamento.
O protocolo SNMP, por meio do seu conjunto de operações, pode 
alterar o estado de alguns dispositivos, como, por exemplo, verificar a 
velocidade de uma porta do roteador, controlar temperatura etc.
O SNMP está na sua terceira versão, sendo:
• Versão 1: foi a primeira versão do protocolo.
• Versão 2: melhorias nos aspectos de segurança.
• Versão 3: com suporte a autenticação, criptografia e controle de 
acesso.
Temos também o protocolo Remote Network Monitoring (RMON), que 
foi desenvolvido para ajudar no monitoramento de rede, com foco, 
principalmente, no tráfego na LAN ou WAN e que será descrito em 
outro item.
Existe ainda um outro protocolo, o Simple Gateway Management Protocol 
(SGMP), que é exclusivo para o gerenciamento de roteadores.
44
2.3 O protocolo UDP
O UDP foi definido pela RFC 768, e é usado como protocolo de 
transporte na comunicação de dados entre os gerentes e agentes no 
SNMP. É um protocolo simples, que não exige confirmação de pacotes 
perdidos. Essa função de determinar se os pacotes foram perdidos e se 
serão retransmitidos, é uma atribuição do protocolo SNMP.
O gerente envia um pedido para um agente e aguarda uma resposta. 
O intervalo de tempo que o gerente espera depende de como foi 
configurado. Se ocorre um time out e o gerente não recebe a resposta 
do agente, assume que o pacote foi perdido e retransmite o pacote. 
O número de vezes que o gerente retransmite pacotes pode ser 
configurável pelo gerente.
A vantagem de usar o protocolo UDP é que requer uma carga baixa, não 
causando impacto na rede. Em uma rede com muito tráfego de dados, 
usar o SNMP não seria interessante.
O SNMP usa a porta UDP 161 para envio e recebimento de solicitações 
e a porta UDP 162 para receber primitivas de serviços conhecidas como 
traps, dos dispositivos gerenciados.
2.4 O Protocolo CMOT
Com o aparecimento da Internet e da arquitetura TCP/IP, surgiu a 
necessidade de desenvolver um protocolo de gerenciamento que 
interligasse essa arquitetura ao modelo de gerenciamento OSI, mas 
especificamente que a estrutura de gerenciamento OSI pudesse ser 
aplicada sobre os objetos gerenciados de uma rede TCP/IP. O CMOT 
(CMIP sobre TCP/IP) se baseia na estrutura de gerenciamento OSI e nos 
modelos, serviços e protocolos desenvolvidos pela ISO.
45
2.5 Protocolo RMON
O protocolo RMON foi especificado para ambientes de redes 
corporativas, com o intuito de gerenciamento remotodo SNMP, dando 
a gerência a capacidade de monitorar sub-redes, ao invés de apenas 
monitorar dispositivos individuais.
Consiste em um monitor, que é instalado na rede que coleta informações e 
envia notificações sobre a ocorrência de eventos. Pode ser implementado 
em estações de trabalho, servidores, roteadores, switches etc.
A RMON tem os seguintes objetivos:
• Operação off-line: o monitor coleta e armazena estatísticas, 
que podem ser recuperadas pela estação gerente a qualquer 
momento.
• Monitoração preemptiva: o monitor está sempre on-line, rodando 
diagnósticos e armazenando dados.
• Detecção e alerta de problemas: o monitor pode verificar 
continuamente determinadas condições e comunicá-las quando 
ocorrerem.
• Resumo dos dados: o monitor é capaz de realizar algum 
processamento, como, por exemplo, descobrir os hosts mais ativos 
na rede.
• Múltiplos gerentes: o monitor deve suportar várias estações 
gerentes.
Foram especificados dois padrões do protocolo RMON, que são:
• RMON1: opera na camada Media Access Control (MAC).
• RMON2: opera no nível da camada de rede até as camadas 
superiores, complementando o RMON1.
46
3. Base de informações gerenciais
As informações gerenciadas devem ser guardadas em uma base de 
informações, conhecida como MIB.
A MIB é definida como um conjunto de objetos gerenciados dentro de 
um sistema aberto, no qual um objeto gerenciado é a visão abstrata de 
um recurso dentro do sistema.
Essa base possui informações, tais como dos objetos gerenciados e 
seus atributos. A SMI descreve o cenário no qual a Base de Informação 
Gerencial pode ser definida, e é baseada no modelo orientado a objetos, 
introduzindo conceitos de hierarquia, herança, nomeação e registros 
usados na caracterização e identificação de objetos gerenciados.
Além disso, a SMI define o conjunto de operações, que pode ser 
realizado sobre os objetos gerenciados da MIB e o comportamento 
desses objetos mediante a execução destas operações.
A SMI trabalha com duas versões:
• SMI versão 1 (RFC 1155): que define como os objetos gerenciados 
são nomeados e específica seus tipos de dados associados.
• SMI versão 2 (RFC 2578): que prevê melhorias para o SNMP V2.
Nessa última versão da SMI (versão 2), são introduzidos, por exemplo, 
bits de strings, estendendo a árvore de objetos, endereços de rede e 
contadores, que não estavam presentes na versão anterior.
Referências
KUROSE, J. F. e ROSS, K.–Redes de Computadores e a Internet–5a Ed., Pearson, 2010.
COMMER, D. Redes de Computadores e Internet. Ed 4. Bookman, 2007.
47
TANENBAUM, Andrew. Redes de Computadores. Primeira Edição. Editora Campus, 
1994.
TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach. Evolução do Gerenciamento de Redes. In: 
Sociedade Brasileira para Interconexão de Sistemas Abertos, Ed., Gerenciamento 
de Redes – Uma abordagem de sistemas abertos. São Paulo, SP: Makron Books do 
Brasil, 1993. p.1-12.
SOARES, L. F. e outros. Redes de Computadores: das LANs, MANs e WANs às redes 
ATM. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
SPECIALSKI, Elisabeth Sueli, Gerência de Redes de Computadores e 
Telecomunicações, 2001.
48
Ferramentas de Gerenciamento 
de Redes
Autoria: Marcos Vinicio Alvarez Guedes
Leitura crítica: Haroldo da Silva Ferreira
Objetivos
• Entender a apresentação das métricas.
• Compreender o conceito de SLA.
• Conhecer as ferramentas de gerência de redes.
49
1. Apresentação das métricas
1.1 Disponibilidade
É definido como sendo o tempo que um serviço, componente de rede ou 
aplicativo, esteve disponível para seus usuários, em consideração ao tempo 
de monitoração, ou seja, é calculado levando-se em consideração ao tempo 
disponível ao longo do dia. A seguir, serão apresentados alguns conceitos.
A média de tempo entre a ocorrência sucessiva de falhas é conhecida 
como Mean Time to Failure (MTTF).
A média do tempo que esse sistema leva para se recuperar de uma 
falha é conhecida como Mean Time To Repair (MTTR). A média do tempo 
entre a ocorrência de duas falhas consecutivas é denominada Mean Time 
Between Failure (MTBF).
Baseado nestes conceitos, calculamos a disponibilidade de duas formas:
Disponibilidade D = MTTF / (MTTF + MTTR) ou
Indisponibilidade I = MTTR / (MTTF + MTTR).
Outra forma é por meio dos períodos de monitoramento e do tempo de 
indisponibilidade, conforme abaixo:
D (%) = ((Período Total Monitoramento – Tempo Indisponível)/ Período 
Total Monitoramento) * 100%
1.2 Tempo de resposta
É definido como o tempo decorrido entre a requisição de uma ação ao 
sistema e a resposta a esta requisição.
50
De maneira geral, o tempo de resposta pode ser expresso pela seguinte 
expressão:
Tresposta = Tcpu + Tespera + Tserviço + Tdelay
Onde,
Tcpu = Tempo de Processamento, compreendendo o tempo necessário 
para que determinada operação submetida à rede, seja tratada 
(processada) em algum ponto de processamento.
Tespera = Tempo de Espera para atendimento.
Tserviço – tempo de transmissão do meio.
Tdelay – tempo gasto nos equipamentos de rede.
1.3 Taxa de erro
Está relacionada à quantidade de pacotes recebidos ou enviados 
por uma interface de rede, em relação ao número de pacotes que 
chegaram com erro. Pode ser medido também pela quantidade de bits 
que foram enviados ou recebidos pelo número de bits que chegaram 
ou foram enviados com erro. A taxa de erro pode ser calculada com a 
seguinte fórmula:
Tx Erro (BER) = N bits transmitidos / N bits Erro (%)
1.4 Latência
É definida como o tempo em que um pacote leva para ir de um ponto 
da rede até outro ponto. É medido em milissegundos. Quanto menor a 
latência, melhor o tempo de resposta da rede.
51
1.5 Vazão
A vazão ou throughput é uma medida que está atrelada a determinada 
aplicação. É definida como o número de bits que podem ser transmitidos 
em uma rede na unidade de tempo. É medido em bits/segundo (b/s). 
1.6 Utilização
É definido como a quantidade em uso de determinado recurso em 
relação à sua capacidade total de atendimento.
1.7 Variação de retardo
A variação de retardo, ou também conhecido como Jitter, nada mais é 
que a variação no tempo e na sequência de entrega das informações 
relacionado com o atraso da rede. Para determinadas aplicações, 
essa variação causa problemas sérios na recepção do sinal, como na 
qualidade de voz ou nos fluxos de vídeos.
1.8 Desempenho
O desempenho é a capacidade efetiva de transmissão da rede. Pode ser 
medido por meio da seguinte fórmula:
Desempenho = (1- Testes retardo superior / Total de Testes) x 100.
Onde, testes com retardo superior ao estipulado pelo acordo de nível de 
serviço.
2. Gerência de nível de serviço
A gerência de nível de serviço está relacionada com o acordo de nível de 
serviço ou Service Level Agreement (SLA), que é feito entre o provedor de 
52
serviço e o usuário. É de suma importância para a gestão da rede, pois é por 
meio desse acordo que são definidos os limiares dos parâmetros de rede.
Geralmente, são acordados níveis de compensação ou multas caso o 
acordo não seja cumprido. Para o acompanhamento do SLA, passa a ser 
importante o uso de determinadas ferramentas que monitorarão esse 
acordo. Essas ferramentas atuam, principalmente, no monitoramento, 
no controle e na ajuda a resolver os problemas de rede. A seguir, 
apresentaremos as principais ferramentas de mercado.
É importante, ainda, para grandes organizações que têm um núcleo de 
operações de gerenciamento, conhecida como Network Operations Center 
(NOC). A figura abaixo mostra um NOC, onde são mostradas várias telas 
de monitoramento.
Figura 1 – Telas de monitoramento do NOC
Fonte: acervo do autor.
Esse núcleo consiste em um conjunto de atividades realizadas para 
manter dinamicamente o nível de serviço em uma rede ou conjunto 
53
de redes, assegurando uma alta disponibilidade de recursos pelo 
rápido reconhecimento de problemas, disparando funções de controle 
quando for necessário.
Existem, ainda, duas funcionalidades fundamentais nas ferramentas de 
gerenciamento, que são:
• O monitoramento:consiste em observar constantemente a rede, 
registrar e analisar as ocorrências na rede.
• O controle: consiste em agir diante e uma situação, tomando 
decisões e modificar o que for necessário.
3. Principais ferramentas do mercado
As ferramentas de gerenciamento de rede podem atuar em diversas 
áreas, conforme foram definidas no modelo OSI de gerenciamento, 
tais como na gerência de falhas, de configuração, contabilização, 
disponibilização e de segurança. Para tanto, essas ferramentas atuam no 
monitoramento da rede podem tomar determinadas ações corretivas. 
Grande parte das ferramentas que estudaremos foram desenvolvidas 
em software de código aberto e não são proprietárias.
3.1 Zabbix
O Zabbix é um software de monitoramento de rede em tempo real, 
que extrai dados e organiza para facilitar na tomada de decisão. Foi 
desenvolvido em software de código aberto, Linux.
Apresenta informações por meio de gráficos, mapas ou outras formas 
que facilitam a visualização de problemas, tais como de desempenho, 
disponibilidade e de segurança na rede. É um software que pode ser 
utilizado para diversos portes de rede, sejam de grandes ou pequenas 
redes de computadores.
54
O monitoramento é feito por meio da instalação do agente Zabbix, que 
demanda baixos recursos e que roda em diversos sistemas operacionais, 
tais como Linux e Windows.
Os agentes Zabbix utilizam primitivas de serviços, tais como verificação 
passiva (polling) e verificações ativa (trapping), para verificação em 
intervalos pré-definidos.
Na verificação passiva, o servidor Zabbix faz a requisição de um 
específico parâmetro para o agente e este retorna o parâmetro 
solicitado para o servidor Zabbix.
Na verificação ativa, o agente Zabbix solicita ao servidor Zabbix uma lista 
de quais são as verificações ativas. Os agentes enviam periodicamente o 
resultado dos parâmetros listados.
O servidor Zabbix guarda informações de configuração de 
monitoramento. O agente Zabbix é ainda o responsável em monitorar 
as informações de log de eventos do Windows. Os logs são analisados 
constantemente pelo agente Zabix e quando há um evento, o servidor 
Zabbix é notificado e pode tomar uma ação a partir dessa notificação.
3.2 Cacti
É um software de gerência de rede que atua no monitoramento da rede, 
como largura de banda, disponibilidade etc. As informações são exibidas 
por meio de visualização gráfica.
Foi desenvolvido na plataforma Linux, usa o banco de dados MySQL.
A ferramenta possui diversas funcionalidades, tais como envio de 
alertas, suporte ao protocolo SNMP, número ilimitado de gráficos, 
envio de alertas via e-mail, gerenciamento via web e armazenamento 
configurável de histórico.
55
3.3 Nagios
Nagios é uma ferramenta de gerenciamento de rede de código aberto, 
que foi desenvolvida para trabalhar com Linux e, portanto, para 
trabalhar com Windows, é necessária a criação de uma máquina virtual. 
Monitora tanto estações de trabalho, servidores quanto serviços.
O Nagios trabalha com diversas ferramentas, conforme descritas abaixo:
Nagios XI: gerenciamento de TI e de infraestrutura de TI.
Nagios Log Server: para monitoramento, gestão e análise de mensagens 
de log.
Nagios Network Analyser: utilizada para análise de fluxo de dados de 
redes, com visualização do tráfego da rede.
Nagios Fusion: utilizado para visualização do status operacional da rede.
Nagios Core: é utilizado para o desenvolvimento de software de 
monitoramento.
3.4 PRTG Network Monitor
O PRTG é uma ferramenta de gerenciamento de rede que foi 
desenvolvida para Windows. Permite a criação de gráficos, relatórios ou 
tabelas de forma automática.
Roda, principalmente, nos sistemas operacionais Windows Phone, 
Android, IOS e BackBerry.
A ferramenta possui, entre outras funcionalidades, a de monitoramento 
de tráfego, o envio de pacotes, as aplicações, serviços em nuvem, bases 
de dados O PRTG monitora tráfego, pacotes, aplicações, largura de 
banda, serviços da cloud, bases de dados, ambientes virtuais, tempo 
56
de atividade, portas, IPs, hardware, proteção, serviços web, ambientes 
físicos e dispositivos Internet of Things (IoT).
Possui suporte para o protocolo SNMP, tecnologias Flow (i.e.NetFlow, 
jFlow, sFlow), SSH, WMI, Ping, SQL. e APIs (Python, EXE, DLL, PowerShell, 
VB, Batch Scripting, REST) para integrar todo o restante das demais 
aplicações.
3.5 MUNIN
Esta ferramenta também foi desenvolvida em código aberto para Linux, 
que trabalha por meio de uma interface web, com um bom sistema de 
alerta que informa erros relacionados a servidores, aplicativos, switches 
ou serviços. Possui uma boa interface gráfica. O foco principal dessa 
ferramenta é o monitoramento de servidores de forma centralizada, 
podendo produzir gráficos sobre o processamento e serviços.
Foi programado em Perl e banco de dados RRDtool (Round Robin 
Database tool), que é usado para a criação de gráficos.
Tem como diferencial a quantidade grande de plug-ins, que ajuda no 
monitoramento do desempenho da rede.
3.6 OpManager
O OpManager é uma ferramenta de gerenciamento que monitora, 
principalmente, espaços em discos, mas também monitora aplicações 
de redes, coletando dados de performance, gerenciando eventos e 
enviando notificações. Pode também integrar com outros produtos.
A nova versão do OpManager fornece um painel de visualização que 
ajuda na gestão da infraestrutura de rede, ainda com informações do 
nível de criticidade do problema.
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A ferramenta é disponibilizada em três versões:
• Versão free (gratuita): todas as funcionalidades da versão PRO, 
monitora até trinta devices, número de serviços e sensores 
ilimitados.
• OPMON PRO: com subscrição anual, permite o monitoramento 
avançado, gráficos em tempo real, análise de causa raiz, 
notificações e-mail, SMS e App PUSH, monitoramento adaptativo e 
relatórios avançados.
• OPMON 360 (monitoramento + Smart CMDB): permite a 
automatização do ambiente, Discovery Full Stack, Gestão de 
Documentação, Gestão de Configuração, CMDB & Gestão de 
Mudanças e Single Point of Failures.
3.7 MRTG
O Multi Router Traffic Grapher (MRTG) é uma ferramenta de monitoração 
de rede que gera páginas HTML, com gráficos de dados coletados a 
partir de SNMP ou scripts externos.
É conhecido, principalmente, pelo seu uso na monitoração de tráfego de 
rede, mas pode monitorar qualquer coisa desde que o host forneça os 
dados via SNMP.
Pode ser utilizado outro programa externo, como o shell script, para 
monitoramento de memória, de CPU etc.
3.8 NTOP
É uma ferramenta de código aberto de monitoramento de tráfego 
de rede, que é baseado em web. É um software de baixo consumo 
de recursos. Trabalha com gráficos, gera relatórios sobre o tráfego e 
estatística de rede. Tem suporte para vários sistemas operacionais.
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Oferece suporte à geolocalização de host e exibe análise de fluxo, em 
tempo real, de equipamentos conectados.
A seguir, é apresentado um quadro comparativo das principais 
ferramentas de mercado:
Quadro 1 – Comparativo das ferramentas
Zabbix Cactis Nagios PRTG MUNIN Op 
Manager
MRTG NTOP
Interface 
Web
sim sim sim sim sim sim sim Sim
Gráficos sim sim Através 
de
plug-in
sim sim sim sim Sim
Alertas Sonoro, 
e-mail e 
SMS
e-mail Sonoro, 
e-mail e 
SMS
e-mail e-mail e-mail e 
SMS
e-mail e-mail
Sist. Oper. Linux Linux Linux Windows Linux Linux Linux Linux
Ling. 
Programação
C e PHP PHP Perl Python Perl Perl e 
Python
Perl e C C++
Banco de 
dados
MySQL e 
Oracle
MySQL e 
PostgreSQL
MySQL Vários 
Bancos 
de dados
MySQL MySQL 
embutido
MySQL MySQL
Auto 
Discovery
sim Plug-in sim sim não não sim Não
Fonte: elaborado pelo autor.
O que podemos concluir, por meio do quadro acima, é que grande parte 
dessas ferramentas foram desenvolvidas em Linux, em código aberto, 
utilizam o banco de dados MySQL, possuem interface gráfica e emitem, 
de alguma forma, alertas sobre alguma anormalidade na rede, além de 
trabalhar com protocolos da arquitetura TCP/IP, como o SNMP, atuando 
tantono monitoramento como no controle de recursos de rede.
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Referências
BLACK, T. L. Comparação de ferramentas de gerenciamento de redes. Porto 
Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.
LEITE, S. L. Integrando ferramentas de software livre para gerenciamento 
e monitoramento de redes locais. Dissertação de mestrado em Ciência da 
Computação, Instituto de Informática. Porto Alegre: UFRGS, 2004.
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	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Projetos de Redes de Computadores 
	Objetivos 
	1. Projeto de redes de computadores 
	2. Definição de projeto 
	3. Metodologia de projeto 
	4. Definição de padrões 
	5. Fases do projeto 
	6. Levantamento e análise de informações 
	7. Fases do projeto lógico 
	8. Fases do projeto físico 
	9. Fase de documentação e de testes 
	Referências 
	Administração de Cabeamento Estruturado 
	Objetivos 
	1. Definição do sistema de cabeamento estruturado 
	2. Administração do sistema de cabeamento estruturado 
	3. Gerenciamento de redes locais 
	4. Administração de servidores 
	Referências 
	Protocolos de Gerenciamento de Redes 
	Objetivos 
	1. Conceitos básicos sobre gerenciamento de redes 
	2. Os protocolos de gerenciamento 
	3. Base de informações gerenciais 
	Referências 
	Ferramentas de Gerenciamento de Redes 
	Objetivos 
	1. Apresentação das métricas 
	2. Gerência de nível de serviço 
	3. Principais ferramentas do mercado 
	Referências

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