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CONTEXTO DE SEGURANÇA DO PACIENTE
No Brasil, a preocupação com o impacto dos erros de medicação na segurança do paciente é evidenciada pelo número de estudos desenvolvidos na última década. Nesse sentido, estudo multicêntrico sobre erros de medicação realizado em cinco hospitais brasileiros identificou 1500 erros de medicação, ou seja, 30% das doses administradas continham algum erro. Este resultado evidencia a fragilidade na comunicação entre os profissionais sendo que a falta de conhecimento, foi citada como um dos fatores contribuintes para os erro (RIGOBELLO et al., 2012).
Segurança do Paciente é reduzir a um mínimo possível os riscos de dano ao paciente. Trata-se de um processo contínuo que envolve atividades educativas, ações sistematizadas para detectar, analisar Eventos Adversos (EA) e situações de risco (SIMAN et al., 2019).
A segurança do paciente é definida como o ato de evitar, prevenir ou melhorar os resultados adversos ou lesões originadas no processo de atendimento médico-hospitalar e domiciliar. O tema é um grave problema de saúde pública global. Dados apontam que, em países desenvolvidos, um em cada 10 pacientes é prejudicado ao receber cuidados hospitalares. O risco de infecção associado aos cuidados de saúde em alguns países em desenvolvimento é de até 20 vezes maior que em países desenvolvidos (SILVA et al., 2016).
A cultura de segurança é definida como o produto de valores, atitudes, percepções e competências grupais e individuais que determinam um padrão de comportamento e comprometimento de segurança da instituição, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas (LEMOS et al., 2018).
 Qualidade do cuidado e a segurança dos pacientes, nesse contexto, assumem papel de relevância, sendo reconhecida como a Era da Segurança. A Organização Mundial da Saúde, por meio da Resolução WHA 55.18, requer que os Estados Membros voltem a sua atenção à segurança dos pacientes, que desenvolvam normas e padrões globais, que promovam um quadro de políticas baseadas em evidências e mecanismos para reconhecer a excelência na segurança do paciente internacionalmente e que encorajem a pesquisa (CASSIANI et al., 2019).
O programa nacional de segurança do paciente faz-se necessário porque vem ao encontro do moderno conceito em saúde de prevenção quaternária, que objetiva a detecção de indivíduos em risco de intervencionismo excessivo em saúde, que implica atividades desnecessárias, e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis, atenuando ou evitando efeitos adversos (CAPUCHO e CASSIANI, 2013).
CIRURGIA SEGURA
De acordo com Ferraz (2009) o Século XXI é considerado o século do conhecimento. No ano de 2008 dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que foram realizadas 234 milhões de operações no mundo, uma para 25 pessoas vivas. Morreram dois milhões de pacientes nesses procedimentos e cerca de sete milhões apresentaram complicações, sendo que 50% das mesmas foram consideradas evitáveis. Mais ainda, de cada 300 pacientes admitidos nos Hospitais morre um paciente. Mais de 50% destes pacientes são cirúrgicos e preveníveis.
A partir desse conhecimento, foi implementado em 2007 e 2008 para reduzir a ocorrência de danos ao paciente cirúrgico e definir padrões de segurança que podem ser aplicados a todos os países membros da OMS, um checklist (Quadro 1) composto de três etapas, sendo elas: Identificação (antes da indução anestésica), Confirmação (antes da incisão cirúrgica – pausa cirúrgica, com a presença de todos os membros da equipe na sala cirúrgica) e Registro (antes de o paciente sair da sala cirúrgica), sendo os itens mais significativos do risco à segurança do paciente (PANCIERI et al., 2013).
Quadro 1 – Checklist de cirurgia segura baseado no modelo desenvolvido pela OMS.
	Identificação
	Confirmação
	Registro
	Paciente confirmou: 
· Identidade
· Sítio cirúrgico 
· Procedimento 
· Consentimento
	Confirmar que todos os membros da equipe se apresentaram pelo nome e função.
	O profissional da equipe de enfermagem ou da equipe médica confirma verbalmente com a equipe: 
Registro completo do procedimento intra-operatório, incluindo procedimento executado;
Se as contagens de instrumentais cirúrgicos, compressas e agulhas estão corretas;
Como a amostra para anatomia patológica está identificada;
Se há algum problema com equipamento para ser resolvido.
	Sítio demarcado/ Não se aplica.
	Cirurgião, anestesiologista e a equipe de enfermagem confirmam verbalmente:
Identificação do paciente; Sítio cirúrgico; procedimento.
	O cirurgião, o anestesiologista e a equipe de enfermagem revisam preocupações essenciais para a recuperação e o manejo do paciente (especificar critérios mínimos a serem observados. Ex.: Dor).
_______________________
Assinatura
	Verificação de segurança anestésica concluída.
	
	
	Oxímetro de pulso no paciente em funcionamento
	Eventos críticos previstos:
Revisão do cirurgião 
Revisão da equipe de anestesiologia
Revisão da equipe de enfermgam
	
	O paciente possui:
Alergia conhecida?
Via área difícil/Risco de aspiração?
Risco de perda sanguínea?
	A profilaxia antimicrobiana foi realizada nos últimos minutos?
	
De acordo com Pancieri et al. (2013) nos hospitais em houve a implantação do modelo descrito no quadro 1, foi confirmada uma redução de 47% da mortalidade e as complicações, que eram em média 11%, agora são 7%. Não foi possível identificar o mecanismo responsável por essa redução, mas acredita-se que possa ser mudança na rotina, comportamento da equipe, de cada membro individualmente e a comunicação interpessoal.
Nesse contexto, é importante destacar que os objetivos da OMS com a campanha Cirurgia Segura estão direcionados a diminuir a morbimortalidade de pacientes cirúrgicos, dando, às equipes cirúrgicas e aos administradores hospitalares, orientações sobre a função de cada indivíduo e qual é o padrão de uma cirurgia segura, além de oferecer um instrumento de avaliação uniforme do serviço para vigilância nacional e internacional. As normas a serem seguidas podem ser utilizadas em qualquer parte do mundo e devem ser adaptadas de acordo com a realidade institucional (PANCIERI; CARVALHO; BRAGA, 2013).
A implementação do checklist tem baixo custo, o que permite a implementação em diferentes hospitais, de diferentes realidades. É orientado pela OMS que o enfermeiro seja o profissional indicado para orientar a checagem, mas qualquer profissional que participa do procedimento cirúrgico pode ser o coordenador da verificação. Esse profissional deve ter plena autoridade sobre o processo cirúrgico, estando apto a interromper o procedimento ou impedir o avanço, se julgar insatisfatório algum dos itens (PANCIERE et al., 2013).
Nas instituições de assistência à saúde do Brasil, o Núcleo de Segurança do Paciente é responsável pela análise dos registros de incidentes notificados. Documentos relativos à assistência hospitalar constituem registro de informações relevantes na cadeia de investigação de eventos, incluindo procedimentos cirúrgicos, infecções, erros cirúrgicos e exposição ocupacional a material biológico. Desse modo, os registros subsidiam a avaliação, revelando as condições sob as quais os serviços de saúde são prestados e direcionando as práticas seguras (AMAYA et al., 2015).
REFERÊNCIAS
FERRAZ, Edmundo Machado. A cirurgia segura: uma exigência do século XXI. Rev. Col. Bras. Cir. 2009; 36(4): 281-282.
PANCIERI, Ana Paula et al. Checklist de cirurgia segura: análise da segurança e comunicação das equipes de um hospital escola. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 34, p. 71-78, 2013.
AMAYA, Marly Ryoko et al. Análise do registro e conteúdo de checklists para cirurgia segura. Escola Anna Nery, v. 19, p. 246-251, 2015.
SIMAN, Andréia Guerra et al. Desafios da prática na segurança do paciente. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 72, p. 1504-1511, 2019.
DE CARVALHO LEMOS, Graziele et al. A cultura de segurança do paciente no âmbito da enfermagem: reflexão teórica. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, v. 8,2018.
CAPUCHO, Helaine Carneiro; CASSIANI, Silvia Helena De Bortoli. Necessidade de implantar programa nacional de segurança do paciente no Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 47, p. 791-798, 2013.
RIGOBELLO, Mayara Carvalho Godinho et al. Clima de segurança do paciente: percepção dos profissionais de enfermagem. Acta paulista de enfermagem, v. 25, p. 728-735, 2012.
DE BORTOLI CASSIANI, Silvia Helena; GIMENES, Fernanda Raphael Escobar; MONZANI, Aline Aparecida Silva. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 11, n. 2, 2009.
SILVA, Andréia Cristina Araújo et al. A segurança do paciente em âmbito hospitalar: revisão integrativa da literatura. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 5, 2016.

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