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MANUAL BÁSICO DO POLICIAL MILITAR (M-4) 1ª PARTE - INTRODUÇÃO TÍTULO I - GENERALIDADES CAPÍTULO I - FINALIDADE E OBJETIVO Art. 1º - O Manual Básico do Policial-Militar tem por finalidade regular providências, ordenar seqüências de ações e padronizar comportamentos de Policiais- Militares empenhados nas diversas atividades do Policiamento Ostensivo, baseado nas Leis, Regulamentos, Diretrizes, Normas e Instruções já existentes sobre a matéria. Parágrafo único - Este Manual complementa a Instrução Policial Básica ministrada nos diversos cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização. Art. 2º - O objetivo principal deste Manual é auxiliar o Policial-Militar na condução de ocorrências e na execução do serviço, visando a unidade de doutrina e procedimentos nas mais variadas ações policiais-militares. CAPÍTULO II - CÓDIGO DE ÉTICA DO POLICIAL MILITAR Art. 3º - O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, a conduta moral e profissional irrepreensível, com observância dos seguintes preceitos da ética policial- militar: I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal; II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo; III - respeitar a dignidade da pessoa humana; IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados; VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico, e também pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum; VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço; VIII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito da cooperação; IX - ser discreto em suas atividades, maneiras e em sua linguagem escrita e falada; X - abster-se de tratar, fora de âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza; XI - acatar as autoridades civis; XII - cumprir seus deveres de cidadão; XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular; XIV - observar as normas da boa educação; XV - garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar; XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial-militar; XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas: 1) em atividades político-partidárias; 2) em atividades comerciais; 3) em atividades industriais; 4) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou policiais-militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e 5) no exercício de cargo ou função de natureza não policial-militar, mesmo que seja da Administração Pública; XIX - zelar pelo nome da Polícia Militar e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar. TÍTULO II - A CONDUTA DO PM EM SITUAÇÕES DIVERSAS CAPÍTULO I - PROCEDIMENTO PADRÃO SEÇÃO I - PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO Art. 4º - O PM deve considerar que o serviço de Policiamento Ostensivo é a atividade-fim da Polícia Militar. § 1º - O Policiamento Ostensivo constitui-se no resultado final da combinação de uma série de fatores, tendo por objetivo colocar na manutenção da ordem pública, em defesa da Sociedade, um policial-militar bem preparado, física, moral e psicologicamente, e adestrado profissionalmente, de maneira que a sua imagem reflita a Corporação que representa. § 2º - O Policial-Militar deve manter-se sempre mentalmente alerta, de modo que tanto a população ordeira como seus possíveis opositores sintam que ele está preparado para executar sua missão. § 3º - O Policial-Militar, em complementação a sua preparação, deverá adotar os seguintes comportamentos: 1) portar, obrigatoriamente, documento de identidade, apito, armamento, equipamentos regulares, caneta, bloco para anotações, relógio e relação atualizada de endereços e telefones úteis, bem como, Caderneta de Serviço com orientação relativa ao serviço em execução; 2) trazer o revólver sempre carregado, no coldre, preso à guia; 3) manter o bastão policial no porta-bastão, sempre que estiver patrulhando; 4) sempre que transportar metralhadora, fazê-lo com o uso da bandoleira própria, mantendo a arma no dispositivo (trava) de segurança; 5) não demonstrar insegurança em suas atitudes, como ameaçar pessoas ou fazer menção de sacar a arma; 6) jamais brincar com sua arma, ainda que estando a mesma descarregada, por caracterizar-se uma atitude de total irresponsabilidade; 7) não exibir, desnecessariamente, o armamento; 8) só disparar sua arma em legítima defesa ou no estrito cumprimento do dever legal; 9) para carregar seu revólver: voltar a boca do cano para onde não oferece perigo; abrir o tambor; introduzir os cartuchos; fechar o tambor, sem violência; 10) para descarregar seu revólver: voltar o cano para o alto, abrir o tambor, retirar os cartuchos ou cápsulas deflagradas, fechar o tambor sem violência ou introduzir novos cartuchos. Para recarregar o revólver, proceder como no item 9; e 11) para evitar acidentes, usar apenas 05 (cinco) cartuchos no tambor, deixando vazia a câmara que se alinha ao cano; 12) nunca usar arma partucular, quando estiver de serviço. SEÇÃO II - PRIMEIROS SOCORROS Art. 5º - O Policial-Militar, em presença de qualquer acidente, leve ou grave, deverá proceder da seguinte forma: I - nunca perder a calma; II - trabalhar com rapidez, mas com cuidado e segurança; III - manter a vítima deitada, em posição confortável, até certificar-se de que a lesão não tem gravidade; IV - investigar, atentamente, a existência de parada respiratória, envenenamento, fraturas, queimaduras e ferimentos; V - dar prioridade ao atendimento dos casos de hemorragia abundante, inconsciência, parada cardiorrespiratória, estado de choque e envenenamento, pois exigem socorro imediato; VI - verificar se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconsciente ou semiconsciente; havendo hemorragia nasal ou pelos ouvidos, pensar em fratura de crânio; VII - não dar líquidos a pessoas inconscientes; VIII - recolher, em caso de amputação, a parte seccionada, envolvendo-a em um pano limpo, para entrega imediata ao médico; IX - certificar-se de que qualquer providência a ser tomada não venha a agravar o estado da vítima; X - chamar o médico ou transportar a vítima, se necessário, fornecendo as seguintes informações: 1) local e condições em que a vítima foi encontrada; 2) quais os primeiros socorros a ela dispensados; XI - inspirar confiança - evitar o pânico; e XII - comunicar a ocorrência à autoridade policial. SEÇÃO III - ACIDENTE DE TRABALHO Art. 6º - O Policial-Militar, nos casos de Acidente de Trabalho, além de fornecer informes circunstanciados à autoridade policial, deverá anotar os seguintes dados: I - nome do acidentado; II - residência; III - estado civil; IV - filiação; V - nacionalidade; VI - idade do acidentado; VII - nome e localidade da firma empregadora; VIII - onde e em que circunstâncias ocorreu o fato; e IX - nomes e residências das pessoas que presenciaram o acidente. SEÇÃO IV - OCORRÊNCIA Art. 7º - O Policial-Militar, ao deparar com ocorrência de crime, deverá adotar os seguintes procedimentos: I - prender, se possível, o criminoso; II - socorrer a vítima (primeiros socorros) ou providenciar atendimento médico; III - interditar o local; IV - preservar o local; V - comunicar o fato ao Centro de Operações ou à Sala de Operações,e à Delegacia Policial da área; VI - arrolar testemunhas do fato; VII - anotar todo e qualquer dado a respeito do fato, para posterior consulta, caso seja chamado a depor; e VIII - aguardar no local a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal. CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS SEÇÃO I - EM LOCAL DE CRIME (INTERNO OU INTERIOR) Art. 8º - O Policial-Militar, em local de crime interno ou interior, adotará os seguintes procedimentos específicos: I - AO PRENDER O CRIMINOSO: 1) agir com a cautela necessária, revistando-o, desarmando-o e colocando-o sob custódia, até a chegada da Autoridades Policial ou, se possível e necessário, conduzindo-o até à Delegacia Policial da área; 2) tendo que optar entre o socorro à vítima e a prisão do criminoso o socorro tem a prioridade. II - AO SOCORRER A VÍTIMA: 1) utilizar os conhecimentos de “Primeiros Socorros”, usando a técnica adequada no sentido de minorar sofrimentos e salvar vidas; 2) no caso de impossibilidade ou inconveniência da utilização de “Primeiros Socorros”, providenciar com urgência o atendimento médico (Ver manual de Primeiros Socorros da PMERJ). III - PARA INTERDITAR O LOCAL: 1) ao interditar o local, visando protegê-lo, obstar, principalmente na “área imediata”, o ingresso de estranhos, curiosos, interessados, parentes ou outras pessoas que não sejam a Autoridade Policial competente ou seus agentes e, conforme o caso, não permitir a retirada de qualquer pessoa que se encontre no recinto, assim como qualquer coisa, objeto, etc.; 2) se o fato houver ocorrido dentro de um prédio, este deve ser interditado, parcial ou totalmente; 3) para o isolamento e preservação do local o Policial-Militar poderá utilizar cordas, cavaletes e lonas; 4) se o Policial-Militar não dispuser dos meios já citados, fará o isolamento utilizando-se de tábuas, folhas de zinco, sacos de aniagem, madeira, arame, enfim, qualquer material disponível; e 5) o Policial-Militar poderá solicitar o auxílio das pessoas presentes, para obtenção do material necessário. IV - PARA PRESERVAR O LOCAL: 1) evitar que se arrume o que está fora dos respectivos lugares, principalmente na “área imediata”, considerando que o aspecto de desordem, a posição dos móveis desarrumados ou desviados de suas posições normais, roupas de cama em desalinho, armas e instrumentos vários caídos no assoalho, constituem elementos valiosos para orientar a Polícia Técnica na elucidação do fato criminoso; 2) no caso de existência de cadáver, permanecer nas proximidades não tocando no corpo nem permitindo que outras pessoas o façam, mantendo a posição do mesmo e dos objetos que o cercam, o que é fundamental; 3) o próprio Policial-Militar deve ter sempre em mente que o local de crime é intangível, não devendo tocar em nenhum objeto nem mudar sua posição; 4) nos casos de incêndio, auxiliar na retirada das pessoas que estiverem dentro do prédio e conservá-las nas adjacências, isto é, retirá-las da “área imediata”, procurando informar-se da possível existência de outras pessoas no interior do prédio. Havendo cadáveres na área onde estiver ocorrendo o incêndio e não havendo nenhuma outra alternativa, deverão ser retirados; 5) nos casos de acidente por gás, ao entrar no ambiente deverá ter em mente que o local poderá estar saturado de gás, não devendo, portanto, acionar dispositivos elétricos ou acender fósforos ou velas; providenciar o fechamento do registro geral; retirar as vítimas da “área imediata”; abrir as portas e janelas, de modo a ventilar completamente o ambiente, tendo, entretanto, o cuidado de realizar todo este trabalho na presença de testemunhas; 6) nos casos de furto ou arrombamento de imóveis deverá ser observado o seguinte: a) as portas não devem ser fechadas com a chave que lhe é própria porque as fechaduras podem ter sido abertas por meio de chaves falsas, gazuas ou canetas de bomba e, nestes casos, seriam destruídos os vestígios de emprego desses artifícios; b) as janelas e portas não deverão ser fechadas antes do exame pericial porque nos batentes, parapeitos e nas folhas podem ser encontrados diversos vestígios que orientem os trabalhos da Perícia, permitindo chegar a uma conclusão certa; c) os cadeados que tenham sido violados por qualquer processo não devem ser fechados antes do exame pericial; e d) os ferrolhos que tenham sido destruidos no arrombamento não devem ser fechados ou reparados antes do exame pericial. V - AO ARROLAR TESTEMUNHAS DO FATO: 1) O Policial-Militar deve arrolar testemunhas que tenham presenciado toda ou parte da ocorrência; 2) inexistindo, arrolar pessoas que dela tenham tido conhecimento e escolher as que forem mais capazes de prestar, à Autoridade Policial, informações fiéis, precisas e completas sobre o ocorrido. VI - AO COMUNICAR O FATO: - O Policial-Militar deve comunicar, imediatamente, o fato ao Centro de Operações da PMERJ, ou à Sala de Operações de sua Unidade, e à Autoridade Policial da área ou, se puder, solicitar que alguém o faça, usando o meio mais rápido de que dispuser. VII - AO AGUARDAR NO LOCAL: - Permanecer no local até a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal, entregando-o àquela Autoridade e transmitindo-lhe as informações já obtidas. SEÇÃO II - EM LOCAL DE CRIME (EXTERNO OU EXTERIOR) Art. 9º - O Policial-Militar, em local de crime, externo ou exterior, adotará os seguintes procedimentos específicos: I - PARA INTERDITAR O LOCAL: - O Policial-Militar deverá interditar apenas a “área imediata” ao fato, que contenha vestígios, procurando, tanto quanto possível, não interromper o trânsito (se for o caso de fato ocorrido em via pública), adotando as demais providências preconizadas para o local do crime interno ou interior (Art. 8º, inciso III). II - PARA PRESERVAR O LOCAL: 1) resguardar os indícios porventura existentes, como sulcos, pegadas, etc, bem como manter a posição original dos objetos, instrumentos e armas encontrados; 2) o Policial-Militar, observando a existência de vestígios (manchas de sangue, pegadas ou outros) passíveis de serem inutilizados por agentes de difícil controle (vento, chuva, água corrente ou outros) deverá protegê-los, utilizando, para isso, qualquer material disponível (panos, tábuas, caixas ou outros), cuidando, entretanto, para não inutilizá-lo; e 3) adotar as demais providências preconizadas para o local de crime interno ou interior, no que couber (Art. 8º, inciso IV). III - “ao prender o criminoso”, “ao socorrer a vítima”, “ao arrolar testemunhas do fato”, “ao comunicar o fato”, “ao aguardar no local”, o Policial- Militar deverá proceder de acordo com o estabelecido para o “Local de Crime Interno ou Interior”, em relação ao inciso correspondente o procedimento desejado (Art. 8º). SEÇÃO III - CONDUTA EM LOCAL DE CRIME Art. 10 - O Policial-Militar, quando em local de crime, deverá adotar uma conduta de total isenção, observando os seguintes procedimentos: I - não fumar nem permitir que outras pessoas presentes fumem, uma vez que os palitos de fósforos, cinzas e pontas de cigarros, que, muitas vezes, constituem- se em elementos de essencial importância para o Perito em seu trabalho, depositados no local, após o comparecimento do policial-militar, e misturados aos outros que lá estiverem, antes de sua chegada, poderão causar dúvidas quanto à sua origem, confundindo o Perito. II - evitar ser fotografado no local da ocorrência. III- não prestar qualquer informação a quem quer que seja, sob qualquer pretexto, reunindo tudo o que tiver conseguido sobre o caso para informar aos seus superiores hierárquicos e à Autoridade de Polícia Judiciária, bem como para orientar seus futuros trabalhos; IV - não emitir o seu ponto de vista sobre o caso, a qualquer pessoa a quem não deva obediência em razão da função; V - principalmente nos casos misteriosos, só relatará suas conclusões à Autoridade Policial competenteou a seus superiores hierárquicos, guardando inteiro sigilo sobre os fatos de que tenha conhecimento em razão de função, quanto à autoria ou causas de delito, para qualquer outra pessoa. Deve estar sempre presente no espírito do Policial-Militar a preservação da ética profissional; VI - permitir o trabalho dos órgãos de comunicação social, adotando, todavia, todos os cuidados necessários no sentido de que seus agentes não alterem, inconscientemente ou não, os indícios deixados pelos autores do crime. . SEÇÃO IV - NA DELEGACIA POLICIAL Art. 11 - O Policial-Militar, ao chegar à DP conduzindo uma ocorrência, deverá apresentar-se ao Delegado de serviço e proceder da seguinte forma: I - relatar o fato de maneira calma e serena, não se esquecendo do local, da hora do fato e das providências tomadas; II - apresentar a vítima e/ou acusado, dependendo do caso; III - apresentar as testemunhas do fato ou as pessoas que testemunharam a apresentação do acusado; IV - aguardar a solução da Autoridade Policial; V - não discutir as decisões tomadas pela Autoridade Policial; VI - recorrer ao Oficial-de-Dia da sua OPM, ou ao Oficial de Supervisão, quando a situação assim o exigir; e VII - quando for o caso de, no registro da ocorrência na DP, ser necessário constar seu endereço, dar o endereço da OPM em que serve. SEÇÃO V - NO TRATO COM PROFISSIONAIS DE IMPRENSA Art. 12 - O Policial-Militar, no trato com os profissionais de Imprensa, deve ter em mente o seguinte: I - a missão da Imprensa é informar e, para tanto, jornalistas e fotógrafos têm de ouvir, registrar e filmar, para bem informar a opinião pública; II - em local de ocorrência, o PM deve ter calma e não exasperar-se com a impertinência dos repórteres e a imprudência dos fotógrafos, procurando, na medida do possível, orientá-los de modo a permitir o seu trabalho, sem prejudicar a preservação do local, das provas e demais elementos necessários à apuração dos fatos; e III - o Policial-Militar deverá abster-se de divulgar notícias aos jornais, ao rádio ou à televisão, transferindo o encargo à Autoridade Policial e, quando for solicitado a dar informações sobre a Polícia Militar, encaminhará o solicitante à Seção de Relações Públicas da PMERJ ou da sua OPM. SEÇÃO VI - EM LOCAL DE INCÊNDIO Art. 13 - O Policial-Militar, se for o primeiro a chegar a um local de incêndio deflagrado, em início ou iminente, deve proceder da seguinte maneira: I - em veículos: 1) retirar as vítimas do veículo; 2) desligar o cabo da bateria; 3) usar o extintor de incêndio; 4) tomar a iniciativa de solicitar ou pedir a alguém que solicite a presença do Corpo de Bombeiros; e 5) se o incêndio for em conseqüência de vazamento de combustível, afastar todos os transeuntes do local. II - em edificações: 1) solicitar, imediatamente, o Corpo de Bombeiros; 2) evitar o pânico público; 3) ajudar na evacuação do prédio; 4) descer os elevadores ao andar térreo; 5) desligar a luz e a força; 6) isolar o local; 7) procurar as mangueiras e extintores; 8) impedir a entrada, sob qualquer pretexto, de pessoas no prédio, podendo, apenas, autorizar a entrada do síndico, se não houver perigo de vida; e 9) solicitar reforço para o local, se necessário for. SEÇÃO VII - QUANDO DE FOLGA Art. 14 - O Policial-Militar, quando de folga, fardado ou em trajes civis, procederá da seguinte maneira: I - quando encontrar uma ocorrência, agirá normalmente, adotando os procedimentos que o fato requerer; II - para atuar deve, antes de tudo, exibir sua Carteira de Identidade e citar, em voz alta e clara, seu nome e Unidade, identificando-se e tornando claras, a todos no local, sua condição e função; III - sempre que um companheiro seu encontrar-se em apuros, procederá de forma idêntica, de maneira a mais facilmente poder auxiliá-lo; IV - sempre que necessário, pedir auxílio através do Centro de Operações; e V - logo que for possível, comunicar ao seu Quartel a sua participação no evento. Parágrafo único - Pela legislação vigente, o Policial-Militar que atuar em defesa da ordem pública, mesmo estando de folga, estará amparado e se vier a sofrer acidente, este será considerado como em ato de serviço. SEÇÃO VIII - PROCEDIMENTOS COM RELAÇÃO A MENORES Art. 15 - A atuação do PM com relação a menores deve buscar sempre revestir-se de características educativas. Art. 16 - O Policial-Militar no trato com menores deve ter em conta as condições biopsíquicas da criança, cuja personalidade, ainda em formação, não resiste sequer a uma única intervenção inadequada, o que a marcará para sempre. Art. 17 - A intervenção do Policial-Militar isoladamente dar-se-á nos casos de infração penal cometida por menores, sempre em flagrante delito. O trato da questão dos menores abandonados, perambulantes, etc (Art. 2º, I, II, III, IV e V Código de Menores) deverá obedecer as normas específicas existentes na Corporação. I - O PM deverá estar preparado para sofrer assédio do público em geral através da solicitação do recolhimento de menores abandonados. Sua ação neste caso será educativa, inclusive quanto ao solicitante que deverá ser alertado sobre sua própria responsabilidade na questão e quanto à total ineficiência da ação de recolhimento. II - O uso da algema é dispensável e deve ser considerado como último recurso para condução. III - A revista (busca pessoal) deve considerar prioritariamente a condição e as características do menor e as circunstâncias da intervenção. CAPÍTULO III - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS DIVERSAS Art. 18 - Ao abordarmos os procedimentos a serem adotados pelo Policial- Militar em ocorrências diversas, torna-se necessário recordar o texto legal do CPP, sobre certos aspectos de suma importância a serem considerados, tais como: I - PRISÃO: “Artigo 282 - À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade competente”. II - FLAGRANTE: “Artigo 302 - Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la: III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser ele autor da infração; e IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração”. SEÇÃO I - EM CASOS DE PRISÃO Art. 19 - O Policial-Militar, ao efetuar uma prisão, adotará os seguintes procedimentos: I - ao dirigir-se à pessoa que vai prender, deverá dar voz de prisão, nos seguintes termos: - “O SENHOR ESTÁ PRESO EM NOME DA LEI”. II - a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio (Art. 283, CPP); III - deverá proceder a uma minuciosa revista, retirando do preso todos os seus pertences, de modo a evitar qualquer tipo de reação. É importante lembrar que inúmeros policiais têm pago com a vida, ao se descuidarem dessa medida; IV - não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso (Art. 284, CPP), devendo, portanto, utilizar-se dos meios necessários, a fim de caracterizar a legítima defesa, usando corretamente a força física e, se necessário o bastão-policial, inclusive nos casos decorrentes de desobediência e desacato; V - não maltratará o preso, nem física nem moralmente, cuidando para que as formalidades legais sejam observadas e não submetendo o preso sob sua guarda a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei, de modo a não incorrer em violência arbitrária nem exercício arbitrário ou abuso de poder (Art. 322 e 350, CPP); VI - arrolará testemunhas que hajam assistido ao fato ou que dele tenham tomado conhecimento, ou que hajam assistido à prisão do acusado, para, juntamente com o preso, acompanhá-lo à Delegacia Policial; VII - deverá fazer usode todos os meios ao seu alcance para a garantia e a proteção da integridade física do acusado, dos transeuntes, bem como a sua própria, utilizando de equipamentos, tais como, camisa-de-força, algemas e outros disponíveis; VIII - deverá estar consciente de que suas ações extremas só serão consideradas como isentas de criminalidade quando forem praticadas: 1) em estado de necessidade; 2) em legítima defesa; e 3) em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. IX - na Delegacia Policial a Autoridade competente ouvirá o condutor e as testemunhas que o acompanharam e interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita; X - o Auto de Prisão em Flagrante será lavrado pela Autoridade competente e será por todos assinado; XI - a falta de testemunhas do fato não impedirá a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante mas, nesse caso, com o condutor deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à Autoridade; e XII - quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê- lo, o Auto de Prisão em Flagrante será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura, na presença do acusado, do condutor e das testemunhas. § 1º - Caso as testemunhas, por circunstâncias especiais, não possam comparecer, no momento, à Delegacia, o policial solicitará e anotará os seus respectivos nomes e endereços, exigindo ainda que comprovem a veracidade dos informes dados, com a apresentação de documento idôneo, como por exemplo: carteira de identidade, carteira profissional expedida pelo Ministério do Trabalho, certificado de reservista, etc, intimando-as a que compareçam à sede da Delegacia Policial, tão logo cessem os impedimentos alegados. § 2º - O policial deverá entregar à Autoridade as armas, instrumentos, objetos, etc, apreendidos, na presença de testemunhas, em poder do acusado, no local em que ocorreu a infração, ou nas suas proximidades. SEÇÃO II - PRISÃO EM ESTRADAS DE FERRO Art. 20 - As estradas de ferro, as estações e suas dependências estão sujeitas a policiamento próprio. § 1º - O Policial-Militar, para efetuar diligências nas áreas das estradas de ferro, deverá manter entrosamento prévio com o setor de segurança ou com a administração do local onde for executar sua missão. § 2º - Quando executar prisão em flagrante delito nas áreas das estradas de ferro, em diligência ou não, deverá levar o fato ao conhecimento da administração ou da segurança do local onde se deu a ocorrência. SEÇÃO III - PRISÃO DE MILITARES Art. 21 - Partindo do pressuposto de que o militar que for encontrado em flagrante delito de ilícito penal ou em decorrência de ordem judicial deverá ser preso, muito embora seja de posto ou graduação superior à do autor da prisão, o Policial- Militar deverá adotar os seguintes procedimentos: I - na prisão de militar de mesmo posto ou graduação, em flagrante delito, este deverá ser conduzido à Delegacia Policial, onde caberá à autoridade policial solicitar a escolta. II - caso o autor da prisão seja inferior hierárquico ao militar infrator deverá ser providenciado, no local da ocorrência, um superior hierárquico ao infrator, que poderá ser da própria PM, para conduzi-lo à DP. Deverá, contudo, opor-se, de maneira eficaz, a qualquer tentativa de fuga, ensaiada por ele. III - o autor da prisão poderá conduzir o superior hierárquico desde que este não se oponha. Deverá acompanhá-lo a alguns passos de distância, à retaguarda. IV - deverá sempre respeitar a condição de superior hierárquico, dispensando o tratamento devido. § 1º - Quando se der o caso previsto neste artigo, a autoridade policial fará entrega do preso imediatamente à escolta, só podendo retê-lo na Delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante. § 2º - A autoridade policial que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso militar, ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou graduação, será responsabilizada por iniciativa da autoridade militar competente. § 3º - Se surgirem, no local, militares que se ofereçam para conduzir o criminoso até a Delegacia, o policial não dispensará seus préstimos, desde que obtenha deles as respectivas identidades. Comparecerá na mesma ocasião à presença da autoridade juntamente com as testemunhas arroladas, a fim de que possa ser lavrado o auto de flagrante delito. § 4º - Deverá ser evitada a condução de militar envolvido em ocorrência não criminosa para Quartel da PM, procurando solucioná-la no local. SEÇÃO IV - PRESOS INCOMUNICÁVEIS Art. 22 - O Policial, sob cuja guarda estiver o preso incomunicável, não pode interrogá-lo nem falar-lhe, devendo exercer severa vigilância para que se não quebre a incolumidade, nem por meios diretos, nem por processos ardilosos e secretos. § 1º - Define-se como incomunicabilidade a proibição de comunicar-se o preso com qualquer pessoa, salvo com a autoridade quando tiver de interrogá-lo. § 2º - Deve haver por parte do policial uma constante e cuidadosa vigilância ao preso incomunicável, pois se assim não proceder, a incomunicabilidade tornar-se-á ineficaz. § 3º - O policial que estiver de guarda a um preso dessa categoria deverá encontrar-se sempre alerta para evitar o emprego de estratagemas, e assim que desconfiar que um deles está sendo usado, deverá levar o fato ao conhecimento da autoridade policial. Art. 23 - O Código de Processo Penal preceitua: “Art. 21 - A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Parágrafo único - A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da Autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público respeitando, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 4215, de 27 Abr 63)”. Art. 24 - Apesar da existência da incomunicabilidade, a autoridade que a decretou poderá consentir, em casos excepcionais e urgentes, que alguma pessoa da família se comunique com o preso, por escrito, sob a fiscalização da mesma Autoridade. Parágrafo único - Sem a devida autorização da Autoridade competente não poderá o preso receber ou restituir objetos de qualquer natureza. Art. 25 - O Policial-Militar, sob cuja guarda estiver o preso incomunicável, deverá ter especial atenção para evitar que, burlando a vigilância exercida sobre ele, e prescindindo de falar ou escrever ostensivamente, comunique-se com os seus parceiros, soltos ou presos, utilizando-se de processos secretos, dos quais se destacam os seguintes: I - no mesmo ou no próximo compartimento, por meio de pancadas sobre algum móvel ou objeto, pancadas essas que representam letras, de acordo com o código previamente combinado; II - em lugares próximos por meio de gestos ou sinais luminosos, feitos com fósforos acesos e apagados com menos ou mais rapidez, consoante código secreto, anteriormente combinado; III - escrevendo com fósforo de cera no fundo de pratos ou marmitas, ou nos papéis que os envolvem, com palitos ou fósforos molhados em urina, saliva ou leite. As palavras assim escritas são imperceptíveis, porém, com facilidade o destinatário as tornará legíveis. SEÇÃO V - RESISTÊNCIA À PRISÃO Art. 26 - Considerando-se que deve existir o respeito mútuo entre polícia e povo é de se esperar que o acusado acate a “voz de prisão” sem reagir, e faça entrega ao executante da mesma, das armas ou instrumentos que se acham em seu poder. No entanto, algumas vezes, o preso resiste à prisão, podendo fazê-lo de dois modos diferentes: I - passivamente; II - agressivamente. § 1º - Diz-se que a resistência é passiva quando o indivíduo desobedece a ordem de prisão, negando-se a andar, agarrando-se a postes e grades, deitando-se no solo, etc. Neste caso, o Policial-Militar usará de forçafísica exclusivamente necessária a obrigá-lo a obedecer. Se não for bem sucedido com este recurso, solicitará, por meio de apito ou de populares presentes, o auxílio de outros policiais. § 2º - A resistência é agressiva quando o preso, além de resistir à ordem de prisão, agride o executor. Aqui, então, o Policial-Militar defende-se, empregando os meios necessários para dominá-lo. Se o preso lançar mão de armas, o policial fará uso da sua procurando não ultrapassar os limites da legítima defesa. § 3º - Quer se trate de resistência passiva, ou agressiva, o Policial-Militar poderá solicitar, ao Centro de Comunicações, transporte para conduzir o preso e, ao entregá-lo à Autoridade, juntamente com as testemunhas arroladas, o executor da prisão mencionará a resistência, que, por si só, constitui caso de autuação (Art. 329 do Código Penal. SEÇÃO VI - FUGA - PERSEGUIÇÃO - CAPTURA Art. 27 - O Policial-Militar procederá de maneira a evitar que o preso tenha a possibilidade de tentar a fuga. Porém, caso ocorra, não deverá atirar no preso e sim persegui-lo, a fim de prendê-lo. § 1º - A perseguição pode ser: 1) contínua; 2) seccionada ou descontínua. § 2º - A perseguição é contínua quando o acusado é perseguido pelo policial, ininterruptamente, e é perdido de vista, apenas por instantes. § 3º - A perseguição é descontínua ou seccionada, quando o executor persegue o acusado ininterruptamente, porém o faz, somente, por meio de informações seguras, obtidas nos lugares em que ele tenha passado momentos antes, pois não o vê. § 4º - Se porventura o policial não conseguir impedir a fuga do acusado, anotará os nomes e endereços das testemunhas e do ofendido, levando tudo ao conhecimento da autoridade. SEÇÃO VII - CONDUÇÃO DE SUSPEITO Art. 28 - É crime a condução de elementos que não estejam em flagrante delito ou com ordem de prisão através de mandado judicial. Art. 29 - O crime do artigo anterior está previsto na Lei n.º 4898, de 09 de dezembro de 1965 e no Código Penal. SEÇÃO VIII - INTIMAÇÃO E CONVITE Art. 30 - Só se intimam pessoas que tenham infringido posturas municipais, ou então alguém que deva prestar declarações relativas a fatos ocorridos ou na iminência de ocorrerem. Parágrafo único - Aquele que se intima está obrigado a comparecer à presença da Autoridade policial, que o receberá em audiência previamente marcada. Art. 31 - Todas as vezes que se tornar necessário que determinada pessoa, a bem da ordem pública, do decoro, da decência, se retire de um lugar, seja um teatro, um cinema, uma praça, etc, o policial utilizará o convite, forma verbal de solicitar ao cidadão o seu afastamento. CAPÍTULO IV - PROCEDIMENTOS COM PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES SEÇÃO I - PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS Art. 32 - Os privilégios e as imunidades são outorgadas aos membros das missões diplomáticas, não para benefício pessoal, mas em salvaguarda de sua independência e da garantia do eficaz exercício de suas funções nas missões diplomáticas, em seu caráter de representante dos Estados. Parágrafo único - De conformidade com os acordos internacionais sobre privilégios e imunidades, o Estado membro deve renunciar aos privilégios e imunidades conferidos aos membros de suas missões diplomáticas nos casos em que o gozo dos mesmos, segundo seu próprio critério, dificulte o curso da justiça e essa renúncia não prejudique os fins para os quais forem outorgados. Art. 33 - Consideram-se, como privilégios e imunidades, os seguintes: I - imunidade contra detenção ou prisão pessoal; contra embargo de sua bagagem; contra todo procedimento judicial a respeito dos atos executados e das expressões emitidas no desempenho de suas funções, sejam estas orais ou escritas; II - direito de usar classes e de receber e expedir documentos e correspondências por mensageiro ou em malas carimbadas; III - isenção das restrições de imigração - registro de estrangeiros e de todo serviço de caráter nacional; IV - iguais imunidades e franquias que as acordadas aos enviados diplomáticos, a respeito de suas bagagens pessoais e dos utensílios e materiais de trabalho destinado ao uso oficial; V - aqueles outros privilégios, imunidades e facilidades de que gozam os enviados diplomáticos, exceto no que se refere a isenção de impostos de renda e ao consumo ou de direitos de aduana sobre mercadorias importadas que não sejam as assinaladas no inciso precedente. Art. 34 - De acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, estabeleceu-se o seguinte: I - “Chefe de Missão” é a pessoa encarregada pelo Estado acreditante de agir nessa qualidade; II - “membros da Missão” são o Chefe da Missão e os membros do pessoal da Missão; III - “membros do pessoal da Missão” são os membros do pessoal diplomático, do pessoal administrativo e técnico e do pessoal de serviço da Missão; IV - “membros do pessoal diplomático” são os membros do pessoal da Missão que tiverem a qualidade de diplomata; V - “agente diplomático” é o chefe da Missão ou um membro do pessoal diplomático da Missão; VI - “membros do pessoal administrativo e técnico” são os membros do pessoal da Missão empregados nos serviços administrativo e técnico da Missão; VII - “membros do pessoal de serviço” são os membros do pessoal da Missão empregados no serviço doméstico da Missão; VIII - “criado particular” é a pessoa do serviço doméstico de um membro da Missão que não seja empregado do Estado acreditante; IX - “locais da Missão” são os edifícios, ou parte dos edifícios, e terrenos anexos, seja quem for o seu proprietário, utilizados para as finalidades da Missão, inclusive a residência do Chefe da Missão. Art. 35 - Os Chefes de Missão dividem-se em três classes: I - Embaixadores ou Núncios acreditados perante Chefes de Estado, e outros Chefes de Missão de categoria equivalente; II - Enviados, Ministros ou Internúncios, acreditados perante Chefes de Estados; III - Encarregados de Negócios, acreditados perante Ministros das Relações Exteriores. Art. 36 - Os locais da Missão são invioláveis. Os agentes do Estado acreditados não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão. § 1º - O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para proteger os locais da Missão contra qualquer intromissão ou dano e evitar perturbações à tranqüilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade. § 2º - Os locais da Missão, seu mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução. § 3º - Os arquivos e documentos da Missão são invioláveis, em qualquer momento e onde quer que se encontrem. Art. 37 - A correspondência oficial da Missão é inviolável. Por correspondência oficial entende-se toda correspondência concernente à Missão e suas funções. § 1º - A mala diplomática não poderá ser aberta ou retida. § 2º - Os volumes que constituam a mala diplomática deverão conter sinais exteriores visíveis que indiquem o seu caráter e só poderão conter documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial. § 3º - O correio diplomático, que deverá estar munido de um documento oficial que indique sua condição e o número de volumes que constituam a mala diplomática, será, no desempenho das funções, protegido pelo Estado acreditado. Gozará de inviolabilidade pessoal e não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. § 4º - O Estado acreditante ou a Missão poderá designar correios diplomáticos ad hoc. Em tal caso, aplicar-se-ão as disposições do parágrafo 5º deste artigo, mas as imunidades nele mencionadas deixarão de se aplicar, desde que o referido correio tenha entregado ao destinatário a mala diplomática que lhe fora confiada. § 5º - A mala diplomática poderá ser confiada ao comandante de uma aeronave comercial que tenha de aterrissar num aeroporto de entrada autorizado. O comandante será munidode um documento oficial que indique o número de volumes que constituam a mala, mas não será considerado correio diplomático. A Missão poderá enviar um de seus membros para receber a mala diplomática, direta e livremente, das mãos do comandante da aeronave. Art. 38 - A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-lo-á com o devido respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade. § 1º - A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da Missão. § 2º - Seus documentos, sua correspondência e seus bens gozarão igualmente de inviolabilidade. § 3º - O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. § 4º - A bagagem pessoal do agente diplomático não está sujeita a inspeção, salvo se existirem motivos sérios para crer que a mesma contém objetos não previstos nas isenções mencionadas no parágrafo 1º deste artigo, ou objetos cuja importação ou exportação é proibida pela legislação do Estado acreditado, ou sujeitos aos seus regulamentos de quarentena. Nesse caso, a inspeção só poderá ser feita em presença de agente diplomático ou de seu representante autorizado. Art. 39 - Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e imunidades, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado. § 1º - Os membros do pessoal administrativo e técnico da Missão, assim como os membros de suas famílias que com eles vivam, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, gozarão dos privilégios e imunidades, com a ressalva de que a imunidade de jurisdição civil e administrativa do Estado acreditado não se estenderá aos atos por eles praticados fora do exercício de suas funções. § 2º - Os membros do pessoal de serviço da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, gozarão de imunidades quanto aos atos praticados no exercício de suas funções. § 3º - Os criados particulares dos membros da Missão que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, estão isentos de impostos e taxas sobre os salários que perceberem pelos seus serviços. Nos demais casos só gozarão de privilégios e imunidades na medida reconhecida pelo referido Estado. Todavia, o Estado acreditado deverá exercer a sua jurisdição sobre tais pessoas de modo a não interferir demasiadamente com o desempenho das funções da Missão. Art. 40 - Foi considerada como básica para a abordagem do presente assunto a seguinte legislação: I - Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas, promulgada pelo Decreto n.º 56.435, de 08 Jun 65; II - Acordo Sobre Privilégios e Imunidades de Associação Latino-americana de Livre Comércio no Território dos Estados Membros, promulgado pelo Decreto n.º 57.784, de 11 Fev 66; III - Acordo Sobre Privilégios e Imunidades da Organização dos Estados Americanos, promulgado pelo Decreto n.º 57.942, de 10 Mar 66. SEÇÃO II - PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES PARLAMENTARES Art. 41 - Os privilégios e imunidades parlamentares, por analogia às diplomáticas, são outorgadas aos membros das câmaras legislativas estaduais e federais, não para benefício próprio, mas em salvaguarda de sua independência e da garantia do eficaz exercício de seus mandatos parlamentares, em seu caráter de representantes eleitos do povo. Art. 42 - Os parlamentares são invioláveis no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos, salvo no caso de crime contra a honra. § 1º - Desde a expedição do diploma até a inauguração da legislatura seguinte, os parlamentares não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. § 2º - As prerrogativas processuais dos parlamentares arrolados como testemunhas não subsistirão, se deixarem eles de atender, sem justa causa, no prazo de trinta dias, ao convite judicial. Art. 43 - Os privilégios e as imunidades dos parlamentares de representação federal abrangem todo o âmbito do território nacional, de vez que seus mandatos constituem-se na expressão da soberania nacional. Parágrafo único - Os representantes estaduais têm seus privilégios e imunidades restritos ao âmbito do território estadual que os elegeu. Art. 44 - Entende-se como parlamentares os membros das câmaras legislativas dos países constitucionais a saber: I - Investidura Federal: - membros do Congresso Nacional: - Senadores; - Deputados Federais. II - Investidura estadual: 1) membros da Assembléia Legislativa estadual: - Deputados Estaduais, no âmbito dos Estados ou Territórios onde exercem o mandato. SEÇÃO III - PROCEDIMENTO PADRÃO Art. 45 - O Policial-Militar, nos casos de prisão de pessoas com privilégio ou imunidades, adotará o seguinte procedimento padrão: I - NOS CASOS DE CRIME AFIANÇÁVEL: - deverá adotar os procedimentos preconizados nos Art. 7º e 16 deste manual, atentando contudo para o fato de que, tão logo haja a identificação do preso e sendo constatada a prerrogativa do gozo de privilégios e imunidades, suspenderá a voz de prisão, cuidando para que todos os dados sobre a ocorrência sejam fielmente relacionados, para posterior comunicação à Autoridade Policial da Delegacia da jurisdição, o que fará de imediato, logo após dar ciência ao privilegiado sobre suas dependências. II - NOS CASO DE CRIME INAFIANÇÁVEL: - deverá adotar os procedimentos preconizados nos Art. 7º e 16 deste manual, mantendo a voz de prisão, mesmo após identificar o preso como privilegiado, devendo contudo adotar uma atitude compatível com a transmitida pelo privilegiado, sem no entanto deixar de exigir o respeito mútuo. CAPÍTULO V - PROCEDIMENTOS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO SEÇÃO I - PROCEDIMENTOS GERAIS Art. 46 - Em qualquer tipo de acidente de trânsito o Policial-Militar deverá adotar os seguintes procedimentos: I - sinalização do local: - alertar os demais usuários da via pública, para o acidente ocorrido e orientar o trânsito. II - desimpedimento do local: 1) remover os veículos, quando estiverem no leito da via pública, prejudicando o trânsito; 2) providenciar a limpeza da pista, retirando objetos provenientes do acidente (pára-lamas, rodas, combustível, etc), a fim de evitar que novos acidentes sejam provocados. III - preenchimento do Boletim de Registro de Acidente de Trânsito (BRAT): 1) detalhar e iluminar o croqui; 2) descrever sucintamente o acidente; 3) arrolar, se possível, testemunhas; 4) especificar as infrações verificadas. IV - pertences: 1) quando houver no local pessoas responsáveis pelos pertences em condições de recebê-los, estes deverão ser relacionados e entregues, porém, mediante recibo; 2) caso contrário, deverão ser os pertences relacionados e entregues à Autoridade Policial competente, também mediante recibo. V - encaminhamento à Delegacia Policial: 1) acidente de trânsito com vítima: a) os condutores e as vítimas, quando não hospitalizados em conseqüência do acidente, deverão ser conduzidos à presença da Autoridade Policial da jurisdição, para as providências legais; b) no caso de o condutor socorrer a vítima, o fato deverá ser relatado à Autoridade Policial, de modo a orientar sua decisão; c) no caso de o condutor não socorrer a vítima e evadir-se, deverão ser encetadas diligências visando, se possível, apresentá-lo preso em flagrante delito à Autoridade Policial. 2) acidente de trânsito sem vítima: - os envolvidos deverão ser conduzidos à presença da Autoridade Policial da jurisdição, somente quando houver indícios de crime ou contravenção (condutor inabilitado ou com indícios de ingestão de bebida alcoólica). VI - solicitação de perícia criminal: 1) acidente de trânsito com vítima: - será feita pela Autoridade Policial da jurisdição, a seu critério, cabendo ao Policial-Militar aguardar no localdo acidente, quando isto ocorrer, não sendo a falta desta, todavia, impedimento à remoção de veículos e cadáveres, para o desimpedimento da via pública (Lei n.º 5.970, de 11 Dez 73, Lei n.º 6.174, de 09 Dez 74, Dec n.º 4.118, de 18 Mai 81). 2) acidente de trânsito sem vítima: a) envolvendo veículos de categoria oficial ou de missões ou representações diplomáticas de Estados acreditados junto ao governo brasileiro: - o Policial-Militar deverá verificar junto ao condutor do veículo da exigência de exame pericial e, em caso positivo, deverá providenciar junto ao Centro de Comunicações ou Sala de Operações da UOp a solicitação da perícia criminal à Autoridade Policial da jurisdição aguardando no local, sua chegada. b) envolvendo veículos de outras categorias: - não será solicitada perícia criminal. VII - liberação dos veículos e local, das partes e do Policial-Militar: 1) ocorrência encaminhada à Delegacia Policial: a) as partes serão orientadas pela Autoridade Policial; b) os veículos e o local serão liberados pela Autoridade Policial; c) o Policial-Militar, após a liberação dos veículos e do local e satisfeitas as exigências do BRAT, estará, automaticamente, liberado da ocorrência, voltando às suas atividades normais. 2) ocorrência não encaminhada à Delegacia Policial: a) as partes serão orientadas pelo Policial-Militar, para comparecerem à UOp, de acordo com suas conveniências, a fim de recebimento de cópia do BRAT; b) os veículos e o local serão liberados pelo Policial-Militar, após satisfeitas as necessidades legais; c) o Policial-Militar após a orientação das partes, da liberação dos veículos e do local e de satisfeitas as exigências do BRAT, estará, automaticamente, liberado da ocorrência, voltando às suas atividades normais. VIII - destinação do BRAT: 1) acidente de trânsito com vítima: a) 1ª e 3ª vias - deverão ser entregues, mediante recibo nas demais vias, à Autoridade Policial; b) 2ª e 4ª vias - deverão ser entregues, devidamente recibadas, à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consultas e cópias. 2) acidente de trânsito sem vítima mas com perícia: a) 1ª e 3ª vias - deverão ser entregues, mediante recibo nas demais vias, ao perito; b) 2ª e 4ª vias - deverão ser entregues, devidamente recibadas, à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consulta e cópias. 3) acidente de trânsito sem vítima e perícia: - todas as vias deverão ser entregues à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consulta e cópias. SEÇÃO II - ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS Art. 47 - No acidente de trânsito com vítimas, estas se tornam o ponto principal da atenção do Policial-Militar, que envidará esforços no sentido de preservar a vida humana, observando os seguintes procedimentos: I - removerá as vítimas para o hospital ou casa de saúde mais próxima, caso seja possível; II - providenciará atendimento médico no local para as vítimas, caso haja impedimento à sua remoção por lesões graves, aguardando, no local, as providências médicas; III - caso as vítimas se encontrem presas nas ferragens, deverá providenciar o auxílio do Corpo de Bombeiros e o atendimento médico, de imediato, envidando esforços no sentido de confortar as vítimas de modo a evitar que, no desespero, possam agravar seus ferimentos; IV - enquanto aguarda a chegada do atendimento médico, deverá utilizar-se de seus conhecimentos de primeiros socorros, evitando contemplar inerte que uma vida se esvaia. Art. 48 - Se do acidente de trânsito resultar morte, o Policial-Militar, agindo com o respeito que os mortos merecem, deverá adotar os seguintes procedimentos: I - deverá remover o cadáver, se este estiver na via pública, obstando o trânsito; II - o local onde o cadáver estiver deverá ser demarcado, antes da remoção, para futura reconstituição; III - o cadáver deverá permanecer na “área imediata” ao acidente de trânsito. SEÇÃO III - RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Art. 49 - O correto cumprimento dos procedimentos preconizados nesta seção permitirá, além de uma adequada fluidez no tráfego, melhores condições para a apuração das responsabilidades administrativa, civil e penal do condutor do veículo. § 1º - Entende-se como responsabilidade administrativa aquela que terá o condutor de veículo quando infringir as normas previstas no CONT, RCNT, Resoluções do CONTRAN e do CETRAN, Portarias e Ordens de Serviço do DETRAN e do DER, etc. § 2º - Entende-se como responsabilidade civil aquela que será atribuída ao condutor de veículo, quando infringir as normas previstas no Código Civil, principalmente no que concerne aos prejuízos materiais causados, dos quais lhe cabe reparação. § 3º - Entende-se como responsabilidade penal aquela que será atribuída ao condutor de veículo, quando infringir as normas previstas no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais. Art. 50 - A atuação do Policial-Militar não se encerra diante de um dos aspectos da responsabilidade apenas, devendo, ao desempenhar sua função, considerar os três aspectos a que está sujeito o condutor de veículo. § 1º - Em um acidente de trânsito com vítima, o Policial-Militar poderá, simultaneamente, infracionar o condutor de veículo por violação das normas de trânsito, orientar as partes, sem obrigá-las ou coagi-las, quanto à reparação dos prejuízos materiais e apresentar a ocorrência à Autoridade Policial, para as providências cabíveis. § 2º - Quanto ao aspecto de reparação dos prejuízos materiais causados principalmente no caso de acidente de trânsito sem vítimas, as partes envolvidas serão orientadas pelo Policial-Militar para que, se julgarem conveniente, compareçam à UOp, para recebimento de cópia do BRAT. § 3º - O Comando da UOp ao fornecer cópia do BRAT certificará, nas cópias fornecidas, sua fidelidade ao documento original. CAPÍTULO VI - DOS CRIMES - DA AÇÃO POLICIAL Art. 51 - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. Art. 52 - Doutrinariamente cogita-se de três tipos de conceitos para crime: I - CONCEITO FORMAL: “Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena”. II - CONCEITO MATERIAL: “Crime é a ação ou omissão que, a juízo do legislador, contrasta violentamente com valores ou interesses do corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena, ou que se considera afastável somente através de sanção”. III - CONCEITO ANALÍTICO “Crime é toda ação ou omissão típica, antijurídica e culpável”. Art. 53 - Não há crime sem lei anterior que o defina. Art. 54 - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Art. 55 - Compreende-se como elementos essenciais do crime: I - o sujeito ativo; II - o elemento subjetivo; III - o elemento objetivo; IV - o sujeito passivo. Art. 56 - Entende-se por sujeito ativo do crime o agente que, quer por ação quer por omissão, pratica o ato delituoso. Art. 57 - Entende-se por elemento subjetivo do crime a caracterização da existência ou não da intenção do agente em cometer o delito, ou ainda se ele assume ou não a responsabilidade pelo risco de produzir o resultado criminoso. Parágrafo único - Constituem-se em elementos subjetivos o dolo, a culpa e sua variações. Art. 58 - Compreende o elemento objetivo o conjunto de fragmentos que reunidos deram causa ao resultado, isto é, ao crime. § 1º - Tudo que concorre para o resultado é causa dele. § 2º - Reunindo os fragmentos componentes do elemento objetivo poder-se-á traçar o itinerário do crime, através das seguintes fases: 1) cogitação; 2) preparação; 3) execução; 4) consumação. Art. 59 - Para que se caracterize a existência de crime é necessário que haja, pelo menos, o início da execução que exteriorize, inconfundivelmente, a atividade subjetiva. Art. 60 - Diz-se que o crime é: I - CONSUMADO,quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; II - TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias à vontade do agente. Art. 61 - Diz-se que o crime é: I - DOLOSO, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; II - CULPOSO, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Art. 62 - Diz-se que o crime é FALHO quando o agente, através de uma tentativa perfeita e acabada, faz tudo quanto está ao seu alcance para consumar o crime, mas o resultado não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade. SEÇÃO I - DA AÇÃO PENAL Art. 63 - Ação Penal é o direito de inovar-se o Poder Judiciário no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo. § 1º - A ação penal classifica-se tendo em vista o objetivo jurídico do delito e o interesse do sujeito passivo em ver movimentada a máquina judiciária no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo ao fato cometido pelo agente. § 2º - A ação penal classifica-se de acordo com a titularidade do direito de exercê-la: 1) ao Estado: a) ação penal pública incondicionada; b) ação penal pública condicionada. 2) ao particular: a) ação penal exclusivamente privada; b) ação penal privada subsidiária da pública. § 3º - Denomina-se ação penal pública incondicionada quando o seu exercício não se subordina a qualquer requisito, podendo ser iniciada sem a manifestação da vontade de qualquer pessoa. § 4º - Denomina-se ação penal condicionada quando o seu exercício depende do preenchimento de certos requisitos, como se segue: 1) ação penal pública condicionada à representação - quando não pode ser iniciada sem a representação; 2) ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça - quando não pode ser iniciada sem a requisição ministerial. § 5º - Denomina-se ação penal exclusivamente privada quando o seu exercício depende exclusivamente do ofendido ou de seu representante legal. § 6º - Denomina-se ação penal privada subsidiária da pública quando o seu exercício, embora de ação pública, permite-se que o particular a inicie quando o titular não a propõe no prazo legal. § 7º - Do exposto nos parágrafos anteriores, compõem-se o seguinte quadro sinótico: a) Incondicionada 1) PÚBLICA (1) à representação b) Condicionada (2) à requisição do Ministério da Justiça AÇÃO PENAL a) Exclusivamente privada 2) PRIVADA b) Privada subsidiária da pública Art. 64 - Quando o crime tem sua ação penal definida como de natureza pública, condicionada ou incondicionada, cabe ao Ministério Público, por meio da denúncia, dar início a ação. § 1º - A denúncia é a peça inicial do processo judicial, segundo a qual, o Ministério Público, formada sua convicção, expõe, por escrito, fato submissível em um tipo, com a manifestação expressa da vontade de que se aplique a lei penal a quem se suspeita seja o autor, e indica as provas em que se alicerça a pretensão punitiva. § 2º - A denúncia apresentada pelo Ministério Público tem sua convicção formada com base na queixa apresentada pelo ofendido (nos casos de ação privada subsidiária da pública), ou no inquérito policial apresentado pela Autoridade de Polícia Judiciária. Art. 65 - Quando o crime tem sua ação penal definida como de natureza privada, exclusivamente privada ou privada subsidiária da pública, cabe à parte interessada, por meio da queixa, dar início à ação. § 1º - A queixa, nos casos de crimes de ação penal privada, tem o mesmo efeito da denúncia, nos crimes de ação penal pública. § 2º - Os crimes cuja ação penal seja de natureza privada terão, no Código, expressamente referenciado este tipo de ação. § 3º - O inquérito policial, nos crimes de ação penal de natureza privada, terá seu início originado pela queixa apresentada pelo ofendido ou seu representante legal, e deverá acompanhá-la. SEÇÃO II - DA AÇÃO POLICIAL Art. 66 - O inquérito policial tem início: I - com a notitia criminis; II - com a delatio criminis; III - por requisição da Autoridade Judiciária; IV - por requisição do Ministério Público; V - por representação do ofendido; VI - por requerimento do ofendido (nos casos de ação privada - pode ser verbal ou escrito); VII - por ordem de autoridade policial superior (por recurso do ofendido). § 1º - Notitia Criminis é o conhecimento que a Autoridade Policial tem de um fato aparetemente criminosos: encontro de corpo de delito, flagrante, comunicação de funcionário, publicação da imprensa, informação de qualquer povo, etc. § 2º - Delatio Criminis é o conhecimento do fato delituoso, pela Autoridade Policial, através do próprio ofendido ou de seu representante legal, podendo ser simples, se se constitui apenas da comunicação do fato, ou postulatória, se pede também que se instaure o inquérito policial. § 3º - Por requisição do Ministro da Justiça, quando o CP faz referência expressa ao crime contra brasileiros no exterior ou contra a honra de chefe de governo estrangeiro. § 4º - Por requisição do Ministério Público, nos crimes de ação penal de natureza pública, ou sempre que a lei não especificar a natureza da ação penal. § 5º - Por representação do ofendido ou de seu representante legal, sempre que a lei mencionar a exigência da representação, nos casos de crimes de ação penal de natureza pública condicionada. § 6º - Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal, podendo este requerimento ser escrito ou verbal, mas, sempre que possível, contendo a narração do fato, com todas as circunstâncias; a individualização do indicado ou seus sinais característicos, e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 7º - Por ordem de Autoridade Policial superior, quando, após requerimento feito à Autoridade Policial, sendo o mesmo indeferido, foi feito recurso à Autoridade Superior. § 8º - O inquérito, sob o aspecto formal, inicia-se com a portaria da Autoridade ou com o auto de flagrante e termina com o relatório do Delegado. § 9º - O inquérito é elaborado pela Polícia Judiciária, órgão auxiliar da Justiça, e servirá de fundamento para a ação penal. § 10 - A ação penal pode ser iniciada sem o inquérito, apoiada em outros elementos de convicção. Art. 67 - A atuação da autoridade policial judiciária no crime é editada pela natureza da ação penal. § 1º - Se a natureza da ação penal é pública incondicionada, cabe à autoridade policial agir de ofício, mandando instaurar o inquérito policial, independentemente da manifestação da vontade de qualquer pessoa, a fim de reunir os elementos necessários à apuração da infração penal e da sua autoria, tais como o auto de flagrante, exames periciais, declarações dos envolvidos, etc, de modo a permitir ao Ministério Público formar sua convicção e oferecer a denúncia. § 2º - Se a natureza da ação penal é pública condicionada à representação, a autoridade policial judiciária só poderá dar início ao inquérito após a representação do ofendido ou de seu representante legal, que poderá ser apresentada ao juiz, ao Ministério Público, ou ao próprio Delegado de Polícia, sendo que, nos dois primeiros casos, aquelas autoridades a farão chegar ao Delegado de Polícia, para o início do inquérito. § 3º - Se a natureza da ação penal é condicionada à requisição do Ministro da Justiça, a autoridade policial judiciária só dará início ao inquérito policial após receber o referido requerimento. § 4º - Se a natureza da ação penal é exclusivamente privada, a autoridade policial judiciária só poderá dar início ao inquérito policial após a apresentação da queixa pelo ofendido ou por seu representante legal, o que poderá ser feito diretamente ao Delegado de Polícia, ou então, ao Ministério Público que, se a achar suficiente para sua convicção, apresentará a denúncia nela baseado;caso contrário, remetê-la-á ao Delegado de Polícia solicitando a instauração do inquérito, que acompanhará a queixa. § 5º - Se a natureza da ação penal é privada subsidiária da pública, compreende-se que a autoridade policial judiciária deixou de tomar as providências normais num fato de ação penal pública, isto é, não o fez dentro do prazo legal, dando margem à exigência do particular, cabendo, então, a instauração do inquérito policial, como na ação penal de natureza pública incondicionada. CAPÍTULO VII - DAS CONTRAVENÇÕES Art. 68 - A contravenção é falta leve, em que existe somente a expectativa de, através dela, chegar-se a um resultado danoso. Ocorre que os penalistas denominam com admirável justeza, “perigo do perigo”. A punição dos atos contravencionais tem aspecto mais preventivo do que propriamente repressivo, de vez que, ao puni-los, a lei visa, acima de tudo, evitar mal maior. As penas cominadas às contravenções são mais leves do que as impostas aos crimes. O simples fato de um cidadão portar uma arma, sem estar devidamente autorizado a fazê-lo, por si só, não traz nenhum dano, mas a lei, com muito acerto, o considera contravenção, porque, inegavelmente, constitui um perigo. De posse da arma em apreço, ele pode facilmente ferir, ou mesmo eliminar a vida de um seu semelhante, ocasião em que consumar-se-á um fato danoso. Parágrafo único - A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Não é punível a tentativa de contravenção. As penas principais são: I - prisão simples; II - multa. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos: I - a incapacidade temporária para a profissão ou atividade, cujo exercício dependa da habilitação especial, licença ou autorização do poder público; II - a suspensão dos direitos políticos. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. CAPÍTULO VIII - DOS CRIMES AFIANÇÁVEIS E INAFIANÇÁVEIS - FIANÇA Art. 69 - No que concerne à liberdade das pessoas os crimes podem ser: afiançáveis e inafiançáveis. Comecemos por definir fiança. Fiança é a faculdade concedida ao réu de se livrar solto debaixo de certa caução. É a permissão dada ao réu, em certos crimes, de conservar a sua liberdade, para, no gozo dela, tratar de seu livramento, mediante uma caução legal. O crime é afiançável quando a lei permite que seu agente se defenda em liberdade, mediante prestação de fiança. O Código de Processo Penal determina o seguinte: Artigo 322 - A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples. Parágrafo único. Nos demais casos do Art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em quarenta e oito horas. Artigo 323 - Não será concedida fiança: I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena máxima cominada impeça a concessão da suspensão condicional da pena aplicada; II - nas contravenções tipificadas nos artigos 59 e 60 (Vadiagem e Mendicância) da Lei das Contravenções Penais; III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio; V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça. Artigo 324 - Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o Art. 350; II - em caso de prisão por mandado do juiz do cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar; III - ao que estiver no gozo de suspensão condicional, salvo se processado por crime culposo ou contravenção que admita fiança; IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva. Artigo 332 - Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autoridade que presidir o respectivo auto e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão. Portanto são inafiançáveis os crimes aos quais a lei não faculta ao acusado possibilidade de livrar-se solto durante o desenrolar do processo, devido à possibilidade dele perturbar as diligências. 2ª PARTE - TÉCNICA POLICIAL BÁSICA CAPÍTULO I - O USO DO BASTÃO POLICIAL Art. 70 - O bastão policial, quando usado de forma adequada, permitirá ao PM: I - defender a sua vida e de outras pessoas; II - desarmar um indivíduo; III - deter um suspeito que tenta fugir; IV - conter um preso. § 1º - Para segurá-lo corretamente: 1) passador sobre o polegar e dorso da mão, ajustado corretamente (fig. 1); 2) girar a palma da mão sobre o cabo do bastão (fig. 3); 3) o polegar paralelo à longitude do bastão policial (fig. 4). § 2º - Nunca aplicar golpes na cabeça das pessoas. § 3º - A eficiência do bastão policial aumenta com o treinamento adequado. § 4º - As partes do corpo humano em que poderão ser aplicados golpes com o bastão policial: 1) pescoço, clavículas 2) ombro 3) braço 4) plexo solar (peito) 5) costelas 6) antebraço 7) mão 8) virilha 9) lado da perna 10) tornozelo 11) caneta (tíbia) 12) omoplata 13) cotovelo 14) região renal (rins) 15) atrás do joelho (oco popítleo) 16) barriga da perna (panturrilha) 17) tendão-de-aquiles (calcanhar) § 5º - O bastão policial pode também ser usado em substituição às algemas, (fig. 5 e 6):. CAPÍTULO II - A BUSCA E A REVISTA SEÇÃO I - A BUSCA PESSOAL Art. 71 - “É o meio coercitivo pelo qual é, por lei, utilizada a força do Estado para apossar-se de elementos de prova, de objetos a confiscar, ou da pessoa do culpado, ou para investigar os vestígios de um crime”. Art. 72 - A busca pessoal visa encontrar instrumentos ou objetos de crime ou impedir que o suspeito alcance alguma arma escondida e possa agir contra os policiais. § 1º - Ela deve ser efetuada em local se possível discreto, quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos (coisas achadas ou obtidas por meios ilícitos) ou para apreender cartas abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando houver suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato. § 2º - A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar em retardamento ou prejuízo da ocorrência. No caso de não haver policial feminino, o PM deve convidar outra mulher, que inspire confiança, à qual dará instruções sobre como efetuar a revista. § 3º - Para ser feita uma boa revista é necessário que o suspeito esteja desequilibrado e imobilizado. § 4º - O PM deverá primeiro revistar o lado esquerdo do suspeito, sempre com a arma na mão direita, depois o lado direito, com a arma na mão esquerda. A arma deverá estar junto ao corpo do policial, na altura da cintura. § 5º - Para que o policial mantenha a atenção no suspeito, existem duas boas técnicas: 1) uma é manter o olhar fixamente na cabeça e no ombro do suspeito; 2) outra técnica, quando existir cobertura, é revistar com uma das mãos e com a outra fazer um apoio no corpo do suspeito, pois qualquer movimento será logo percebido. § 6º - Quando em dupla, o policial não deve passar entre o colega que está fazendo a cobertura e o suspeito. § 7º - O PM, ao efetuar uma revista, deverá obedecer o seguinte: 1) nunca deixar o suspeito colocar as mãos nos bolsos porque poderá pegar uma arma; 2) não deve revistá-lo pela frente, porque esta posição é bastante perigosa; 3) recomenda-se fazer uma busca completa, no local da prisão ou detenção. SEÇÃO II - COMO EXECUTAR A REVISTA Art. 73 - Na revista contra a parede, recomenda-se ao PM que a efetua aplicar as seguintesações (fig. 7, 8, 9 e 10): I - retirar o chapéu do preso e examiná-lo, para verificar se há alguma arma oculta no mesmo, ou apalpar cabelo, tipo “Black Power”. II - apalpar entre suas omoplatas, indo até a cintura e o lado direito debaixo do braço; III - apalpar os braços, até o pulso e toda a extensão em volta dos braços; IV - apalpar a garganta, o peito, a cintura e passar os dedos entre o cinto e o corpo para soltar qualquer arma que ali esteja escondida; V - esvaziar todos os bolsos da calça; VI - revistando todos os bolsos do paletó, esvaziando-os; VII - procurar falsos bolsos ou saliências; VIII - apalpar o colarinho e as lapelas e golas do paletó; IX - revistar cuidadosamente a região da virilha; X - apalpar as partes internas das pernas, até o tornozelo, verificando as dobras da calça; XI - examinar as meias e o lado interno da parte superior dos sapatos; XII - revistar a parte interna da calça; XIII - seguir o mesmo processo em relação a ambos os lados do corpo; XIV - revistar ataduras, para verificar a existência de armas ocultas. Parágrafo único - Quando o PM revistar a vestimenta do suspeito: 1) não deve limitar-se a dar pancadinhas; 2) deve apertar os objetos com a mão; 3) deve correr a mão por toda a roupa; 4) deve lembrar-se de que uma arma poderá ser escondida em qualquer lugar, como pode ser o caso de uma faca bem chata, uma lâmina de barbear, uma pequena pistola, um alfinete e uma série de outros instrumentos que poderão produzir ferimentos mortais. CAPÍTULO III - O USO DE ALGEMAS Art. 74 - O emprego de algemas serve como proteção complementar ao policial e precaução contra a fuga do preso. § 1º - O método de algemar, geralmente aceito, consiste em: 1) após revistar o preso, colocar a arma no coldre e segurar as algemas com a mão direita; 2) manter-se afastado do preso e mandá-lo baixar a mão direita, colocando-a atrás das costas com a palma da mão virada para cima e os dedos esticados (fig. 11); 3) aplicar a algema no pulso direito, mantendo voltada para fora a parte que tem o buraco da fechadura; a algema deverá ser aplicada firmemente ao pulso, mas não apertada demais ao ponto de feri-lo; 4) se a algema for munida de fecho duplo, utilizá-lo; 5) mandar o preso baixar a mão esquerda, colocando-a atrás das costas com a palma da mão virada para cima e os dedos esticados. 6) colocar a algema no pulso esquerdo do preso, usando a mão esquerda, enquanto segura firmemente a algema com a mão direita, aplicando-a firmemente no pulso esquerdo, sem, contudo, feri-lo. § 2º - Obtém-se o máximo de segurança, quando o preso se encontra com as mãos algemadas atrás das costas. § 3º - Se o preso tiver de ser transportado por um percurso muito longo, é melhor algemá-lo com as mãos para frente, trancando as algemas com o fecho duplo. § 4º - Pode-se adotar a precaução adicional de enlaçar as algemas com o cinto da calça, tendo-se o cuidado de colocar a fivela nas costas, impossibilitando-o, assim, de afrouxá-la e, conseqüentemente, de usar as algemas como arma. § 5º - Quando se tratar de dois ou mais presos, o PM procederá da seguinte maneira: 1) algeme-os juntos; 2) numa situação em que houver um par de algemas e dois presos para serem algemados e conduzidos: a) colocar os dois presos de pé, lado a lado e voltados na mesma direção; b) algemar a mão direita do primeiro à mão direita do segundo; c) isto irá atrapalhar os movimentos dos presos, ao serem conduzidos. 3) numa situação em que houver dois pares de algemas e dois presos para serem algemados e conduzidos: a) algemar o primeiro dos presos com as mãos para trás; b) com o outro par aplicar a algema no pulso direito do segundo preso, passando seu braço direito entre o braço esquerdo e o tórax do primeiro preso algemado; c) aplicar então a outra algema no pulso esquerdo do segundo preso, ficando ele com os braços entrelaçados, voltados para trás (fig. 12). 4) numa outra situação, em que houver dois pares de algemas e três presos para serem algemados: a) algemar a mão direita do primeiro preso, ao centro, à mão esquerda do segundo; b) algemar, com o outro par, a mão esquerda do primeiro preso, à mão direita do terceiro, ficando os três presos um ao lado do outro (fig. 13); c) convém que, como medida de segurança, os presos sejam mantidos sentados, nestas posições. 5) no caso de haver quatro presos e dois pares de algemas: a) colocar a algema na mão direita do primeiro preso; b) passar a corrente do segundo par de algemas entre a algema e o pulso do primeiro preso; c) ficam três algemas livres, que poderão ser aplicadas aos pulsos dos outros três presos (fig. 14). 6) existem muitas maneiras de algemar um preso, estas variações serão suficientes, numa emergência em que o PM deve estar sempre prevenido. Art. 75 - A remoção das algemas deve ser feita por um PM enquanto o outro lhe dá cobertura, guardando boa distância. § 1º - Durante este processo os PM devem permanecer atentos para qualquer ataque repentino por parte do preso. § 2º - Os PM não devem relaxar a vigilância. § 3º - O preso poderá estar na expectativa de um lapso na vigilância para fugir, e os PM, em conseqüência, devem tomar o máximo de cuidados até que o preso esteja seguro numa cela ou entregue à custódia da autoridade policial. CAPÍTULO IV - O TIRO POLICIAL SEÇÃO I - O USO DO REVÓLVER Art. 76 - O tiro é o último recurso de força a ser usado pelo PM. Parágrafo único - Esgotados todos os recursos pacíficos e ameaçada a segurança própria ou de outrem, o PM usará a sua arma. Art. 77 - Para utilizar sua arma com precisão, rapidez e segurança o PM deverá seguir os seguintes conselhos: I - atitude mental: 1) saiba que a arma é um instrumento letal, fornecido pelo Governo para defesa própria e da sociedade; 2) não é brinquedo, nem ferramenta que se exiba e se use indevidamente; 3) não brinque nunca com a arma. II - atitude física: 1) cuide de sua saúde, principalmente dos olhos e das mãos; 2) se não enxerga bem ou é portador de defeito físico, procure seu Comandante de Companhia e exponha o problema; 3) se não tem condições de saúde para atirar, não use arma; 4) arma não é adorno. III - atitude técnica: 1) conheça o funcionamento da arma; 2) relembre a instrução básica; 3) verifique o funcionamento e a limpeza do armamento, ao recebê-lo; 4) não troque a munição nova do quartel, por munição antiga particular, pois isto já custou a vida de muitos companheiros, e o próximo poderá ser você. IV - atitude tática: 1) ao receber o revólver verifique: a) se o interior do cano está limpo; b) se a vareta do extrator está firme; c) se o tambor gira corretamente; d) se a ponta do percursor está em ordem; e) se todos os parafusos estão apertados; 2) ao carregar o revólver, faça-o com 5 (cinco) cartuchos, deixando a câmara vazia no alinhamento do cano; 3) leve sempre cartuchos sobressalentes; 4) saiba que, ao sacar a arma, poderá vir a ter que usá-la; faça-o, portanto, com convicção, sem hesitar e sem temer; 5) quando for atirar, empunhe a arma firmemente, com uma das mãos, e apóie sobra a palma da outra mão. (fig. 15) 6) mantenha as pernas afastadas, cerca de 30 cm, para facilitar uma mudança de direção ou posição, rolamento, agachamento, e corpo levemente inclinado para a frente, com os joelhos flexionados, pois desta forma diminui-se a silhueta para o oponente e caso seja alvejado possuir condições de cair para a frente e continuar atirando. 7) manter os olhos abertos quando do tiro instintivo e fechar um dos olhos quando do tiro visado, evitando contrair a face. 8) procure ver claramente: a) o aparelho de pontaria (alça e massa de mira); b) o alvo que quer atingir; c) o que está acontecendo ao redor. 9) puxe o gatilho com um movimento firme e uniforme: a) nunca utilizando uma força superior à necessária, pois correrá o risco de perder a visada; b) durante o disparo mantenha a respiração presa para evitara oscilação da arma; c) não afrouxe a pegada; d) não acelere a puxada do gatilho; e) não ajude o tiro, pois a tendência do atirador é forçar a arma para a frente; f) mantenha os braços, as mãos, os dedos e olhos firmes no revólver e à sua volta. 10) procure sempre abrigar-se em boas barricadas, tais como: a) muros; b) paredes; c) pilastras; c) pilotis; e) árvores grossas. 11) evite barricadas fracas como: a) portas; b) janelas; c) balcões; d) automóveis. 12) para recarregar, proceder da seguinte forma: a) abrir o tambor. b) empalmar o revólver com a mão esquerda (fig.16). c) virar o cano para cima (fig.17). d) comprimir vareta do extrator com o polegar da mão esquerda enquanto a direita coloca os cartuchos no tambor (fig.18). e) procurar sempre manter contacto visual com o alvo para não ser surpreendido. O recarregamento deverá ser feito na posição ajoelhada para diminuir a silhueta ao oponente (fig.19). f) o detalhe da boca do cano voltada para cima é para que a força da gravidade auxilie a extração dos estojos e que desta forma não passem para trás do extrator, o que impediria o funcionamento da arma. 13) pratique seguidamente, nas horas de folga, na instrução e em local apropriado, e com estojos vazios, de preferência acompanhado de um Oficial instrutor. Art. 78 - As posições básicas do tiro policial são: I - de pé; II - sentado; III - ajoelhado; IV - deitado; V - barricado; VI - em viatura; e VII - instintivo. § 1º - Em todas as posições poderão ser utilizadas: 1) as duas mãos; 2) a mão direita; 3) a mão esquerda; § 2º - Quando houver dúvidas, o PM deverá solicitar esclarecimentos, pois qualquer Oficial está capacitado a saná-las. Art. 79 - O revólver deve ser utilizado até o alcance de 25 (vinte e cinco) metros, distância máxima de boa precisão. § 1º - Para atingir um alvo a 25 (vinte e cinco) metros faça a visada no centro do alvo. § 2º - É importante saber que os revólveres utilizados na Corporação giram o tambor da direita para a esquerda. § 3º - Para melhor rendimento, o PM deve usar posições especiais, para o tiro de revólver à distância até 25 (vinte e cinco) metros: 1) ajoelhado; 2) sentado; 3) deitado. § 4º - Evitar permanecer no mesmo lugar após cada tiro, durante a noite ou em local escuro, pois a chama do tiro revelará a sua posição. § 5º - O tiro deve ser executado, tanto quanto possível, parado, devendo ser evitado em deslocamentos. § 6º - Sempre que houver tempo, fazer a substituição da munição deflagrada, mesmo que não tenha sido toda usada, para não dar oportunidade ao oponente de saber com precisão quantos cartuchos possui o PM. SEÇÃO II - O USO DE OUTRAS ARMAS Art. 80 - Além do revólver calibre 38, arma básica para o serviço policial- militar, são usados: I - as metralhadoras: armamento de emprego coletivo (empregadas em proveito de uma coletividade), utilizadas por Unidades constituídas ou frações de tropa, sob comando; II - a espingarda calibre 12: considerada arma de emprego individual; III - os fuzis: principalmente utilizados por atiradores de escol, previamente selecionados dentre os mais capazes e adestrados da UOp. § 1º - Devem ser observados os seguintes cuidados básicos: a) verificar a limpeza e o funcionamento, ao receber a arma; b) rememorar a instrução de armamento e tiro; c) não manejar, nem apontar arma automática indevidamente. § 2º - No tiro automático, agir da seguinte forma: a) procurar uma barricada; b) tomar boa base; c) prender a respiração e dar rajadas curtas; d) manter os olhos abertos; e) não virar a arma para trás, em direção aos companheiros; f) ao encerrar o tiro, voltar o cano da arma para cima e colocá-la no registro de segurança; g) a condução de armas automáticas deverá ser feita na posição de arma cruzada, com o dedo fora do gatilho e com o registro de segurança acionado (fig. 20); h) as de porte (revólver, pistola), deverão ser conduzidas apontadas para o chão, ao lado do corpo, com o dedo fora do gatilho (fig. 21). CAPÍTULO V - ATAQUE E DEFESA DESARMADO SEÇÃO I - POSIÇÕES Art. 81 - Quando o PM se encontrar na posição “de pé” (fig. 22), deverá adotar a seguinte técnica: I - colocar-se em “boa base” ao pressentir o ataque; II - flexionar os joelhos; III - inclinar o tronco um pouco para a frente; IV - braços para a frente na posição de “em guarda”. Art. 82 - Quando no chão, deverá adotar as seguintes precauções: I - colocar-se “em guarda” no chão, pronto para erguer-se (fig. 18); II - ao cair para trás: 1) evitar cair de costas; 2) firmar a cabeça; 3) “grupar” o queixo ao peito; 4) girar o tronco rapidamente; 5) não escorar com as mãos, pois poderá sofrer uma fratura ou luxação (fig. 19). SEÇÃO II - CUIDADOS Art. 83 - Quando em luta, o PM deverá adotar os seguintes cuidados: I - manter o equilíbrio; II - ao aparar o golpe, contragolpear ou esquivar-se; III - conservar a posição de “guarda”; IV - evitar usar o pontapé ou malabarismo - o coturno, o uniforme e o equipamento dificultam-no; V - os golpes e contragolpes devem partir da posição “em guarda” - não levar o braço à retaguarda para golpear; VI - aproximar-se, conservando a guarda, e golpear; VII - evitar golpes longos ou à distância; VIII - além da mão, usar o joelho e o cotovelo, para golpear; IX - preferir aparar um golpe e contra-atacar, a esquivar-se - a esquiva requer maior habilidade e flexibilidade; X - ao ser atacado por mais de um oponente, colocar-se de costas para um obstáculo ou uma parede - não se deixar atacar pelas costas; XI - ao cair no chão, sua capacidade de defesa estará reduzida, principalmente se forem mais de um os oponentes - procure levantar-se o mais rápido possível. CAPÍTULO VI - RESISTÊNCIA À PRISÃO SEÇÃO I - EMPREGO DE FORÇA Art. 84 - Sendo comum a resistência à prisão, ocorrendo por vezes emprego de armas ou instrumentos perigosos, disciplina a legislação brasileira o necessário apoio legal à autoridade ou seu agente, ao encontrar resistência no momento da execução da medida prisional. Art. 85 - O Código de Processo Penal dispõe, sobre o assunto, da seguinte forma: “Art. 284 - Não será permitido o emprego da força, salvo a indispensável, no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso”. “Art. 292 - Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará o auto subscrito também por duas testemunhas”. § 1º - O emprego da força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. § 2º - Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. § 3º - De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas. § 4º - Verifica-se que é permitido o uso da força indispensável para defender-se ou vencer a resistência. § 5º - Excesso arbitrário constitui infração penal SEÇÃO II - O AUTO DE RESISTÊNCIA Art. 86 - Resistência é delito previsto no Código Penal - “Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio”. § 1º - Se existe a resistência, isto é, se o acusado agride, usando força física ou ameaça, pode o executor, então, defender-se e defender o princípio de ordem e autoridade, empregando os meios permitidos pelo próprio Código Penal, os quais poderão chegar até à lesão corporal grave ou à morte do acusado, tal seja a resistência por ele oposta. § 2º - Da resistência será lavrado o competente auto, onde se mencionará todo o ocorrido, sendo assim também por duas testemunhas; constituirá, então, a prova de resistência. § 3º - Após lavrado e assinado, o Auto de Resistênciadeverá ser apresentado à autoridade de polícia judiciária. § 4º - Se o fato lavrado se constituir em crime de natureza militar, o Auto de Resistência deverá ser apresentado à autoridade militar competente. § 5º - O Auto de Resistência poderá ser lavrado na presença de qualquer das autoridades, civil ou militar, nada impedindo que elas participem do auto. MODELO DE AUTO DE RESISTÊNCIA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (Nome do órgão onde for lavrado) AUTO DE RESISTÊNCIA Aos (4EH) dias do mês de (11EH) do ano de mil novecentos e (18EH), nesta cidade de (cidade onde ocorreu o fato), na rua (endereço completo do fato com complementos e outros dados que facilitem a localização), às (hora do fato) quando em serviço na área da (n.º de identificação da DP por extenso) Delegacia Policial, deparei com (identificação completa do acusado), (cometendo; ou após cometer; ou perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa logo após cometer; ou encontrado com instrumento, arma, objeto ou papéis que fizeram presumir haver ele cometido) a seguinte infração penal: (narrar todos os dados referentes à infração penal). Identificando-me, dei-lhe “voz de prisão” e solicitei que me acompanhasse, incontinenti, à presença da autoridade de polícia judiciária da jurisdição. E, porque não me obedeceu, antes resistiu à prisão, reagindo (relatar minuciosamente como se deu a resistência ativa e os meios utilizados pelo acusado), e, como persistisse em opor-se as minhas determinações de maneira agressiva, vi-me na obrigação de defender-me e aos princípios de ordem e autoridade, repelindo a agressão com o emprego dos meios necessários e gradativos, inicialmente (relatar gradativamente o emprego dos meios legítimos de defesa), do que resultou (os ferimentos no ou a morte do) acusado. E, para constar, lavrar-se o presente auto, que vai por mim e pelas testemunhas, (FULANO, nome, endereço, carteira de identidade e CPF da primeira testemunha) e (BELTRANO, nome, endereço, carteira de identidade e CPF da segunda testemunha), assinado. ________________________________________ EXECUTOR ________________________________________ 1ª TESTEMUNHA ________________________________________ 2ª TESTEMUNHA 3ª PARTE - PARTE OPERACIONAL CAPÍTULO I - POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL A PÉ SEÇÃO I - PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO Art. 87 - O Policial-Militar, antes de entrar de serviço, deve: I - Procurar saber detalhes sobre seu posto ou setor; II - verificar se está portando o material indispensável; III - verificar se na caderneta de policiamento existe alguma ordem especial para ser cumprida durante seu quarto de serviço; IV - quando for o caso de dupla de policiamento, verificar qual dos dois é o mais antigo, o qual assumirá o comando da dupla; V - verificar no espelho se está com a farda e aparência pessoal em bom estado - “VOCÊ REFLETE A PMERJ”. VI - dirigir-se ao posto ou subsetor pelo caminho mais curto e rápido, sendo proibido, no entanto, o deslocamento em auto particular. SEÇÃO II - EQUIPAMENTO E ARMAMENTO Art. 88 - O Policial-Militar, ao entrar de serviço, como complemento do fardamento usará: I - equipamento: a) bastão policial; 1) algema; 2) apito; 3) caneta; 4) bloco para anotações; 5) Talão de Registro de Ocorrência (TRO); 6) porta-talonário; 7) porta-algemas; 8) porta-cartucho; II - armamento: - revólver calibre 38. SEÇÃO III - DEVERES DO PM NO SERVIÇO Art. 89 - Ao patrulhar o subsetor ou ao assumir o posto de policiamento, o PM deve: I - estar sempre em evidência para que o público sinta a proteção policial e saiba pedir ajuda; II - manter conduta irrepreensível, evitando freqüentar bares ou outros locais que reúnam grupos de desocupados; III - procurar manter bom relacionamento com os moradores e comerciantes, conhecendo inclusive seus hábitos, evitando, no entanto, participar de conversas em grupos que atrapalham o bom desempenho do serviço; IV - sempre que solicitado, tratar o público com educação e respeito e, quando for o caso de solicitação de informação, procurar por todos os meios dar uma resposta correta ao público; V - manter vigilância constante, reparando em pessoas ou veículos suspeitos; VI - verificar a localização de farmácias, postos médicos, hospitais, quartéis, delegacias e outras repartições públicas; VII - procurar saber, no posto de policiamento ou setor, os locais em que pode usar um telefone para comunicação com o quartel ou com o COPOM; VIII - quando houver necessidade, poderá solicitar a alguém do povo que peça auxílio pelo telefone ao quartel ou COPOM; IX - manter atitude e garbo policial-militar, evitando posições relaxadas, como enconstar-se em portas, muros, veículos ou outros locais. Deve manter sempre as mãos para trás, como na posição de descansar. X - anotar todas as irregularidades ou possíveis informes sobre delitos que tenham de ser mais profundamente investigados, para serem entregues na Unidade; XI - nunca ingerir bebidas alcoólicas, antes ou durante o serviço; XII - evitar fumar ostensivamente; XIII - lançar na caderneta, todas as vezes, os horários em que teve de ir ao banheiro, à DP, ou que tiver de se ausentar do subsetor para atendimento de ocorrências; XIV - evitar afastar-se do subsetor, bem como evitar patrulhar sempre pelo mesmo itinerário, evitando assim a rotina do patrulhamento; XV - relatar na caderneta, ou em parte especial, todas as ocorrências de que tomar parte (inclusive os casos de auxílio ao público); XVI - dirigir-se com urbanidade e educação a pessoa que tiver de interpelar, seja qual for a sua posição social; XVII - adotar sempre o tratamento de “senhor(a)” e não “você”; XVIII - agir em qualquer situação em que for necessária a sua intervenção; XIX - só deixar o posto de policiamento ou subsetor com a chegada do substituto, lançando na caderneta o horário da substituição; XX - pedir auxílio em caso de necessidade; XXI - zelar pelos atos de seu colega de dupla, evitando que pratique atos que coloquem a Corporação em descrédito; XXII - ao assumir uma ocorrência, adotar os procedimentos prescritos em seção própria deste manual. SEÇÃO IV - POLICIAMENTO DE INTERDIÇÃO Art. 90 - O Policial-Militar, quando em serviço de policiamento em uma interdição, deve adotar o seguinte procedimento: I - não permitir a entrada ou saída do local interditado, de qualquer pessoa sem autorização, por escrito, da autoridade que decretou a interdição; II - ao assumir o serviço, verificar, juntamente com o companheiro que está substituindo, se portas, janelas ou tapumes, que as substituem, se encontram perfeitos, sem sinais de arrombamentos ou forçamentos; III - qualquer irregularidade que for notada, por mais insignificante que pareça, deverá ser comunicada à Delegacia local e à sua OPM; IV - não se afastar do local interditado em hipótese alguma, mantendo constante vigilância; V - mesmo que alguém entre com permissão escrita, não permitir que retire objetos, a menos que tal documento assim o determine; VI - dos objetos retirados, mesmo em conseqüência de mandado policial ou judiciário, solicitar recibo, que ficará em seu poder, para evitar futuras acusações, fazendo, na sua OPM, uma cópia dele; VII- prender todo aquele que tentar suborná-lo, com a finalidade de retirar objetos do local interditado, ou mesmo nele entrar, fazendo testemunhar o suborno e providenciar a condução do preso à DP, sem se ausentar do posto; VIII - não conduzir embrulhos para o posto, pois, ao largar o serviço, poderá dar margens a suspeitas; IX - ao assumir o serviço, conferir pelo “rol dos bens” se todos os objetos relacionados se encontram no local; X - no caso de já haver sido relacionado no posto, conferi-lo, e caso haja alteração, participar imediatamente à autoridade que determinou a interdição e à sua UOp; XI - se a urgência não permitiu que recebesse o serviço com “rol”, deve providenciá-lo solicitandoo visto do supervisor do patrulhamento ou do escalão superior, não devendo sair do serviço sem providenciar esta relação da qual deixará uma cópia em poder do seu substituto; XII - tais cuidados deverão ser também observados em se tratando de veículos; XIII - ao receber qualquer ordem, alvará, mandado ou documento similar para suspender o policiamento da interdição, entrar em contato imediatamente com a autoridade que determinou a suspensão, para confirmar, e, logo após, o policial deverá ir à Delegacia para visar a caderneta, edital, alvará ou ordem de suspensão do policiamento, remetendo, posteriormente, o documento liberatório à P/3 de sua UOp. SEÇÃO V - COM TURISTAS Art. 91 - É comum aos turistas pedirem informações aos PM, pois sua apresentação e serviço infundem confiança. § 1º - Mesmo que não entenda sua língua, dê-lhes atenção, procurando, até mesmo por gestos, tentar comunicar-se. § 2º - Ligue para o Centro de Comunicações, que poderá providenciar intérpretes. § 3º - Casas comerciais e agências de turismo, onde se falam idiomas estrangeiros, também são úteis, nesses casos. SEÇÃO VI - ESCOLTA DE PRESOS Art. 92 - Quando em serviço de escolta de presos, deve ter em mente o seguinte: I - esta missão merece muita atenção e zelo, pois acarreta grande responsabilidade para o PM; a guarda mal executada coloca em risco seus próprios componentes; II - evitar qualquer concessão ao preso pois poderá tentar a fuga até com mínimas possibilidades; III - ao receber o preso, verificar se é o próprio que consta da documentação; IV - ao entregar o preso, exigir sempre recibo de quem o receber; V - mesmo que lhe digam que já foi feito, reviste minuciosamente o preso e verifique a colocação das algemas; uma busca pessoal bem executada é segurança para todos, inclusive para quem o conduzir; VI - em princípio, considerar todo preso como indivíduo perigoso; VII - é conveniente a demonstração de força, a fim de reduzir a probabilidade de seu emprego. VIII - a postura policial e a entonação de voz são fatores preponderantes no acatamento das decisões policiais, como também fatores inibidores de qualquer reação; a indecisão do policial é fator de encorajamento para o criminoso; IX - quando dois ou mais policiais efetuarem a guarda de um preso, apenas um deles deverá ficar de arma em punho, permanecendo os demais apenas como complemento da referida guarda; X - o preso de alta periculosidade, ao ser dominado, deve ser imediatamente colocado em local próprio para sua condução; XI - o preso deve ser retirado, de imediato, do local onde sua prisão foi efetuada, principalmente se verificada a possibilidade de apoio por parte de terceiros, ou mesmo de populares. SEÇÃO VII - CUSTÓDIA DE PACIENTES PRESOS Art. 93 - Quando couber à Corporação custodiar pessoas, na situação de paciente presos, o PM responsável pela missão deverá proceder como no caso de policiamento de interdição, mantendo-se atento para as particularidades seguintes: I - quando o sigilo profissional, ou as providências necessárias ao bom atendimento ao paciente, a critério do médico dele encarregado, recomendarem que o PM não fique vigiando diretamente o paciente, a responsabilidade de sua vigilância incumbirá, então, ao médico encarregado do atendimento; II - se, pelas razões citadas, ou por outra qualquer imposição de direção do hospital, o policiamento não puder ficar junto ou próximo ao custodiado, de forma a mantê-lo sob vigilância, o PM encarregado da missão tomará as seguintes providências: 1) solicitará de imediato, ao médico ou responsável, que assine declaração de que o policiamento não pode permanecer junto ou próximo ao paciente; 2) sendo ou não assinada a declaração, entrar de imediato em contato com o Oficial-de-Dia de sua UOp, procurando na medida do possível manter-se próximo ao custodiado, enquanto não receber ordem para se retirar do local. CAPÍTULO II - POLICIAMENTO A CAVALO SEÇÃO I - CUIDADOS ESPECIAIS Art. 94 - O Policial-Militar, antes de entrar de serviço, deve: I - verificar o estado geral de sua montaria, inclusive se está liberada pelo serviço de veterinária; II - se o animal apresentar algum sintoma de doença, procurar o enfermeiro veterinário; III - verificar o estado das ferraduras - se apresentar alguma irregularidade, procurar o ferrador; IV - verificar o estado do seu material de encilhamento, limpando bem todas as partes metálicas; V - limpar bem sua montaria; VI - verificar quem está escalado como seu parceiro de dupla, sendo o mais antigo o comandante; VII - deslocar-se para o seu subsetor de POG Mont, ao “passo”, andadura de policiamento, seguindo pelo caminho mais curto possível; VIII - o “trote” e o “galope” são andaduras reservadas para o atendimento de eventuais ocorrências. Art. 95 - Ao regressar do serviço, deve: I - desencilhar sua montaria, limpar todos os aperos e entregá-la na reserva de material: II - apresentar ao enfermeiro veterinário a sua montaria, relatando as eventuais irregularidades ou ferimentos do animal; III - efetuar uma limpeza no animal, da barriga para baixo IV - colocar o animal na baia, verificando se está limpa e provida de água e de alimentação, em perfeitas condições de consumo pelo animal. SEÇÃO II - DEVERES DO PM NO SERVIÇO Art. 96 - O Policial-Militar, ao patrulhar, deve: I - fazê-lo ao passo, andadura de policiamento, evitando tanto quanto possível transitar sobre as calçadas; II - obedecer aos roteiros de paradas, locais de pontos-base e de altos horários, estabelecidos na caderneta de serviço; III - toda vez que parar num PB, verificar o estado do encilhamento e se há necessidade de reajustamento do material; IV - tomar cuidados quando em ruas muito movimentadas, nas quais a montaria poderá assustar-se, causar acidentes; se necessário apear e conduzir à mão o animal; V - verificar, em seu subsetor, os locais onde poderá usar o telefone, em caso de necessidade; VI - se a montaria apresentar alguma doença, telefonar ao Of. de Dia e relatar os sintomas; VII - em caso de acidente, deve procurar prestar socorro de modo a avaliar o animal, até a chegada do socorro veterinário de sua Unidade, que deve ser imediatamente solicitado; VIII - deve conduzir sua montaria com cuidado, prestando o máximo de atenção no caminho a percorrer, procurando evitar tudo o que possa ocasionar quedas, ou ferimentos nas patas do animal, sem se descuidar da missão precípua de policiar; IX - se tiver de conduzir sua montaria em trasporte motorizado, deve retirar a cabeçada e a espada, colocando então a cabeçada de prisão ou buçal com rédea; a cilha deve ser apenas ajustada, para que a sela não se desloque; o ajuste definitivo será feito depois do desembarque; X - ao atuar em uma ocorrência, o Cmt Patrulheiro apeia e sua montada fica com o Patrulheiro/Guarda-Cavalo, que permanece montado. Se o número de envolvidos na ocorrência for grande, ambos atuam montados. SEÇÃO III - ATRIBUIÇÕES AO ASSUMIR OCORRÊNCIA Art. 97 - O Policial-Militar deve, ao assumir ocorrências: I - comunicar, logo que possível, ao Centro de Comunicações, que tomará as providências, para a condução dos detidos; II - a dupla de POG Mont será a autora da prisão ou detenção e comparecerá à Delegacia Policial, a cavalo, se a distância o permitir; III - caso a distância não permita, o mais antigo irá na viatura até a DP, enquanto o outro permanecerá guardando os animais; IV - anotar todos os dados da ocorrência, para a comunicação à DP e registro, fazendo constar tudo do TRO. CAPÍTULO III - POLICIAMENTO DE TRÂNSITO SEÇÃO I - EXECUÇÃO Art. 98 - O Policiamento Ostensivo de Trânsito (POTran) é realizado nos centros urbanos em dois níveis distintos: I - policiamento de rotina; II - policiamento de apoio ou emergencial; Art. 99 - Em qualquer nível, de acordo com a natureza da missão, é executado nas seguintes modalidades: I - modalidade fixa: -Posto de Controle de Trânsito (PCTran) - Modalidade em que o homem é fixado em um ponto da via, com missão inteiramente definida e limitada; II - modalidade móvel: 1) Subsetor de Trânsito (SSTran) - é o policiamento executado a pé, a cavalo ou de bicicleta, em determinado trecho da via, que é atribuído a um ou mais policiais- militares, com a missão de orientar e controlar o trânsito; 2) Motopatrulha de Trânsito (MPTran) - é o policiamento executado em motocicleta, que se destina a controlar o trânsito em determinados corredores de escoamento, em um dado momento, em pontos críticos que interfiram na sua fluidez, bem como a inibir a prática de infrações, pelos condutores de veículos; 3) Autopatrulha de Trânsito (APTran) - é o patrulhamento feito com viatura, que se destina a verificar as condições gerais de trânsito e a apoiar o restante do POTran existente em cada área de policiamento, efetuando o controle de trânsito sempre que necessário; 4) Batedor (Bat) - é a escolta feita por um ou mais motociclistas a dignitários, cortejos ou comboios, visando a propiciar-lhes livre circulação de trânsito e segurança ostensiva, com o mínimo de prejuízo ao fluxo das correntes de tráfego nas vias públicas. SEÇÃO II - MISSÕES ESPECÍFICAS A SEREM EXECUTADAS Art. 100 - O Policial-Militar, de acordo com a modalidade de POTran, terá as seguintes missões: I - na modalidade fixa (PCTran): 1) Controle de interseção sinalizada - atuará em cruzamentos providos de sinalização luminosa, a fim de evitar que os veículos obstruam o cruzamento, reduzindo ou fechando a passagem do fluxo que tenha prioridade momentânea; 2) Controle de interseção sem sinalização - em cruzamento desprovido de sinalização, determinará a prioridade entre os fluxos conflitantes; 3) Apoio aos pedestres - em pontos caracterizados por grandes intensidades de pedestres, com travessias de ônibus, indicará os momentos mais seguros, para a movimentação daqueles usuários das vias; 4) Controle de Semáforos - em pontos providos de equipamento de controle semafórico, realizará a operação manual de colocação em funcionamento dos programas adequados ou controlará manualmente os movimentos de passagem e parada. II - Nas modalidades móveis (SST Tran, MPTran e APTran): 1) Via bloqueada por veículo - a redução da largura da pista sempre acarreta a redução da capacidade dessa mesma pista. Cuidará da remoção imediata do veículo da via, quer enguiçado, abandonado, mal estacionado, ou acidentado. 2) Proibição de manobras - para melhor fluidez do trânsito e evitar acidentes, evitará certos movimentos de conversão, como o contorno à esquerda em via de mão dupla; 3) Acompanhamento dos dispositivos de controle - consiste na verificação das condições de operação da sinalização semafórica, dentro dos roteiros programados. 4) Acompanhamento dos transportes coletivos - consiste em conceder prioridade, no trânsito, aos veículos de transporte coletivo. SEÇÃO III - TÁTICA DE ATUAÇÃO Art. 101 - Da atuação do PM no serviço depende a boa fluidez do trânsito: I - Comportamento do PM no PCTran: 1) É o responsável pela perfeita ordenação do trânsito no seu posto de serviço, e as suas ordens, expressas por meio de gestos e apitos, prevalecem sobre as regras de circulação e as normas definidas por outros sinais de trânsito; 2) Comandará o trânsito conforme as necessidades do momento, devendo para tanto: a) quando for absolutamente necessário e não for possível operar manualmente o equipamento semafórico, trabalhará o PM independentemente do sinal; b) deverá conhecer, o mais detalhadamente possível, a área adjacente ao seu PCTran, a fim de, em casos de emergência, ou por opção ocasional, saber informar os condutores de veículos sobre ao itinerário ou desvio adequado. Se este não depender de outras providências, como inversão de mão de direção fora do posto, anulação de sinais, remoção de obstáculo, etc.; c) solicitará o apoio da APTran, sempre que houver necessidade de proceder desvio do trânsito e não puder fazê-lo sozinho; d) colocar-se-á no ponto de onde melhor possa ser visto pelos condutores, se não dispuser de abrigo; e) não havendo abrigo, em princípio, deverá permanecer no centro do cruzamento, ou no centro da via, de onde controlará todo o trânsito; f) não sendo possível tal permanência, ficará numa das esquinas do cruzamento, ou num dos acostamentos ou calçadas da via, de onde se deslocará para o centro daquela, cujo fluxo de veículos tenha retido, toda vez que alternar a circulação do trânsito no local. 3) Os gestos do PM serão executados de acordo com o prescrito no anexo II do Regulamento do Código Nacional de Trânsito (RONT), parte 3-A, e sempre de forma tal que a frente do PM esteja voltada para as correntes em movimento: a) ordem de parada - para todos os veículos que venham de direções que cortem ortogonalmente a direção indicada pelo braço estendido, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento (figs. n.º 25 e 26). b) ordem de parada obrigatória para todos os veículos - quando executada em interseções, os veículos que já se encontram nela não são obrigados a parar (fig. n.º 27). c) ordem de parada - para todos os veículos que venham de direções que cortem ortogonalmente a direção indicada pelos braços estendidos, qualquer que seja o sentido de seu deslocamento (fig. n.º 28). 4) a missão do PCTran é eminentemente de orientação e controle; 5) nos casos de infração de trânsito, deve fazer apenas o registro do fato no formulário próprio, para posterior autuação no TI; 6) nos casos de acidente de trânsito ou de suspeição de envolvimento dos ocupantes de veículo em fatos delituosos deve ser efetuada a fiscalização, adotando os cuidados recomendados, para abordagem de veículos; 7) não é recomendável a interceptação de veículos unicamente para verificação dos documentos de porte obrigatório; 8) no PCTran cujo efetivo seja igual ou superior a dois PM, além das demais regras já enunciadas, eles deverão executar seu serviço posicionados estrategicamente, entrosados entre si, e sob a orientação de um dos PM, previamente designado pela UOp, que será o líder e dará o sinal de advertência, a fim de que os demais façam a sinalização de execução. II - Comportamento da MPTran: 1) missão principal - a missão principal da MPTran é apoiar os PCTran; 2) outras missões - a MPTran tem ainda como missão a cobertura dos pontos críticos de trânsito, tais como: a) travessia de pedestres; b) travessia de escolares (horários de entrada e saída); c) cruzamentos sinalizados onde haja necessidade de trabalhar contra o sinal (horário de pico); d) pontos de desvio transitório; e) pontos de alto índice de infração relacionado diretamente com a fluidez do tráfego; f) locais de estacionamento e parada não permitidos; g) locais de carga e descarga em horário proibido; h) pontos de ultrapassagem proibida em vias de alta densidade de trânsito; i) outras que possam interferir no fluxo normal de trânsito. III - Comportamento da APTran: 1) a APTran deverá seguir roteiro previamente traçado pela UOp, que inclua as vias preferenciais, os pontos onde haja constantes problemas de trânsito (policiados ou não) e os locais conhecidos de cometimentos de infrações de trânsito; 2) nos locais onde encontrar problemas, especialmente de trânsito, deverá parar e atuar, visando solucionar o problema encontrado, ou, pelo menos, estabelecer uma ordenação para esse problema, só se retirando do local depois que ele estiver solucionado ou sob controle; 3) quando a presença de apenas um PM for suficiente para a solução ou ordenação do problema, poderá o comandante da APTran designar um de seus PM para permanecer no local, enquanto a patrulha prossegue em sua missão geral, voltando mais tarde, para recolhê-lo; a APTran deverá portar, além dos acessórios obrigatórios, formulários do BRAT em quantidade sufuciente; 4) quando o comandante da APTran verificar queo problema é gerado por uma causa que não pode ser imediatamente eliminada e que exija a presença de policiamento enquanto ela existir, deverá solicitar à Unidade a instalação de um PCTran extra no local, devendo esta providência ser solicitada rapidamente, a fim de que a APTran ou o patrulhamento seja liberado; 5) o uso de sinalização de emergência deverá ser restringido ao mínimo indispensável, devendo o comandante da APTran acionar os contatos entre a UOp e o DETRAN/RJ para sua substituição por sinalização presvista no CNT e seu Regulamento; IV - Equipamento para APTran: Além dos equipamentos obrigatórios para RP e os normais da viatura, deverá ter: a) 02 apitos; b) 04 cones; c) 01 cavalete desmontável; d) placas de sinalização com letreiros emergenciais; e) 02 coletes refletivos; f) 01 sinaleiro intermitente acoplável ao cavalete ou aos cones. SEÇÃO IV - A ATUAÇÃO DO PM FRENTE A FATORES ADVERSOS Art. 102 - Fator adverso é qualquer ocorrência que causa risco, impedindo ou dificultando a livre circulação de veículos e pedestres (fig. n.º 29). Parágrafo único - A OPM adotará imediatamente providências visando prevenir mal maior. 1) sinalizando o local e impedindo o acesso de curiosos; 2) descongestionando o trânsito, efetuando cortes e desvios necessários, orientando condutores e pedestres; 3) removendo o obstáculo, solicitando ao Centro de Comunicações o necessário apoio. SEÇÃO V - A ATUAÇÃO DO PM FRENTE À SINALIZAÇÃO INCORRETA Art. 103 - Quando, por alguma circunstância, a sinalização se apresentar de forma incorreta ou insuficiente, o PM deve suprir a deficiência por meio de gestos, sons e sinalização de emergência e solicitar, com a possível urgência, providências para o conserto. SEÇÃO VI - A ATUAÇÃO DO PM FRENTE A OBRAS Art. 104 - Qualquer obra que se realize em via pública, que interfira na fluidez ou segurança do trânsito, deve merecer a atenção do PM, quanto à sinalização, autorização e conveniência ou não de seu proseguimento (fig. n.º 30) Parágrafo único - Na falta, insuficiência ou incorreta colocação da sinalização, o PM deve solicitar ao responsável pela obra que tome providências, comunicando a irresponsabilidade à autoridade a que estiver subordinado. SEÇÃO VII - O USO DO APITO Art. 105 - O Policial-Militar deve comandar o trânsito principalmente por gestos. § 1º - O emprego imoderado do apito, além de provocar confusão, irrita os motoristas e os transeuntes. § 2º - Os repetidos apitos, usados para apressar o fluxo de trânsito, são irregulares, não possuindo significado definido no Regulamento do Código Nacional de Trânsito (RCNT). § 3º - O apito deve ser utilizado somente de acordo com o Anexo II do RCNT, como se segue: 1) Um silvo breve: atenção, siga (para movimentar a corrente de trânsito); 2) Dois silvos breves: pare ou infração cometida (para fiscalização de documentos ou outro fim); 3 ) Três silvos breves: acenda a lanterna (sinal de advertência); 4) Um silvo longo: diminua a marcha; 5) Um silvo longo e um breve: trânsito impedido em todas as direções (para Bombeiros, Ambulâncias, Polícia, etc.); 6) Três silvos longos: motoristas a postos (nos estabelecimentos e portas de teatro, campo desportivos, etc.). SEÇÃO VIII - LINGUAGEM E TRATAMENTO Art. 106 - No diálogo que o PM tiver de manter, fica obrigado a empregar tratamento respeitoso não importando a categoria profissional ou aparência do condutor. Devem ser usadas as expressões “SENHOR, POR FAVOR” ou “SENHORA, POR FAVOR”, seguidas do comandamento ou orientação que pretenda dar. § 1º - Como exemplos, podemos citar: 1) “SENHOR, POR FAVOR, SIGA”. 2) “SENHORA, POR FAVOR, ENCOSTE À DIREITA. A SENHORA AVANÇOU O SINAL, VOU NOTIFICÁ-LA. SEUS DOCUMENTOS, POR FAVOR”. (fig. n.º 31). § 2º - Se o condutor quiser argumentar ou discutir, o PM repetirá o que tiver dito, apenas acrescentando: - “SOU UM PM, ESTOU CUMPRINDO O MEU DEVER”. SEÇÃO IX - CONSIDERAÇÕES GERAIS Art. 107 - Em caso de acidente de trânsito, o PM, na execução de quaisquer das modalidades de POTran, deverá proceder conforme o prescrito na Parte Geral deste Manual. Art. 108 - Para orientar o PM, quanto aos procedimentos na atividade de policiamento de trânsito, convém uma pequena noção sobre certos conceitos: I - Ponto Crítico: - considera-se ponto crítico aquele que reflete, regula ou determina as condições de trânsito e suas adjacências; II - Retenção: - é a situação em que pelo menos uma das correntes de tráfego se movimenta; III - Congestionamento: - é a situação em que todas as correntes de tráfego se imobilizam. Parágrafo único - É indispensável ao PM o conhecimento do Regulamento do Código Nacional de Trânsito (RCNT), para o bom desempenho de sua missão no policiamento ostensivo de trânsito (POTran). CAPÍTULO IV - POLICIAMENTO RODOVIÁRIO SEÇÃO I - MISSÃO E COMPETÊNCIA Art. 109 - A Policia Militar exerce, nas Rodovias sob jurisdição estadual, aliado à missão de polícia de trânsito, o policiamento ostensivo geral. § 1º - A principal diferença entre o policiamento rodoviário e o policiamento de trânsito urbano reside no fato de que, enquanto este último quase que se restringe à função de controle e orientação de trânsito, o primeiro abarca quase todos os tipos de ação policial-militar. § 2º - Na faixa de domínio da rodovia - o leito, mais acostamento e mais área de servidão - a única polícia fardada que opera é a Polícia Rodoviária. Art. 110 - Compete às Unidades de Polícia Rodoviária: I - orientar e controlar o trânsito nas rodovias; II - fiscalizar veículos, condutores e passageiros; III - autuar e notificar infratores de trânsito; IV - atender acidentes ocorridos nas rodovias; V - remover feridos e veículos em conseqüência de acidentes ou não; VI - patrulhar as rodovias e acionar os órgãos encarregados, quando da necessidade de suprir deficiências; VII - registrar ocorrências e expedir certidões; VIII - apreender animais soltos e abandonados nas rodovias; IX - fazer estatísticas de acidentes; X - colaborar na educação de trânsito; XI - reprimir infrações penais ocorridas nas rodovias; XII - operar a rodovia sob o aspecto policial, efetuando bloqueios e interceptações, quando necessário; XIII - regular o uso das rodovias em caso de perturbação da ordem pública ou de acontecimentos graves, ou na iminência destes, que afetem a segurança de pessoas ou vias. Parágrafo único - O Policiamento Rodoviário será executado sob as seguintes formas: 1) Policiamento Rodoviário a pé: - Postos de Controle de Trânsito Rodoviário (PCTran RV); 2) Policiamento Rodoviário motorizado: a) Motopatrulha Rodoviária (MPRv); b) Radiopatrulha Rodoviária (RPRv). SEÇÃO II - O POSTO DE CONTROLE DE TRÂNSITO RODOVIÁRIO Art. 111 - O policiamento rodoviário a pé consiste no controle, orientação e fiscalização de trânsito realizados pelo patrulhamento a pé, executados normalmente nos postos de controle de trânsito rodoviário e em pontos estratégicos, ao longo das rodovias onde as viaturas ficam baseadas. Parágrafo único - Para a execução do policiamento rodoviário a pé, o PCTran Rv deverá observar os seguintes procedimentos: 1) parar o veículo através de apitos e gestos (à noite, utilizar a lanterna e coletes refletivos); 2) indicar o acostamento (gesto - mão espalmada); 3) evitar distrações, mantendo sob observação os demais veículos em trânsito; 4) dirigir-se ao veículo pela retaguarda, colocando-se junto à lateral esquerda traseira, observando sempre os movimentos dos ocupantes evitando, desta forma atropelamentos, golpes com a porta, reações de surpresa; 5) dirigir-se ao condutor, nos seguintes termos: a) tratamento: “Bom dia, senhor (boa tarde ou boa noite, senhora)”, b) orientação: “Por favor, queira apresentar seus documentos individuais e do veículo”; 6) manter sua atitude mesmo ante as evasivas do condutor; 7) exigir polida, mas energicamente, a apresentação dos documentos;8) se o condutor se intitular “autoridade” não se sinta coagido, apresente-se de maneira Regulamentar (“Pois não, senhor, Sd PM RG tal-fulano de tal, de serviço no posto; por favor, seus documentos individuais e do veículo”); 9) jamais discuta diante de novas evasivas, repita sempre: “Sou um PM no cumprimento do dever”, até o condutor se identificar; 10) se após a identificação do motorista, o PM verificar que a “autoridade” antes declarada é falsa, proceder como previsto para os casos de autuação, na delegacia mais próxima, enquadrando-o no crime de “Falsa qualidade”; 11) fiscalização dos equipamentos obrigatórios: a) os equipamentos obrigatórios são aqueles previstos no RCNT; b) a fiscalização dos equipamentos consiste em verificar: - a existência; - o funcionamento; - o estado de conservação do equipamento. 12) constatando a infração, comunicar ao condutor do veículo, conforme o caso: a) “O senhor não está devidamente habilitado, em virtude de sua documentação apresentar as seguintes irregularidades:...”; “Senhor, seu veículo apresenta as seguintes irregularidades:...”; “O senhor cometeu as seguintes infrações de trânsito:...”; b) “Em conseqüência: - O seu veículo permanecerá retido até a regularização”; - “O senhor será autuado por infração do RCNT”; 13) O PM deve evitar usar o termo “MULTA”, ao autuar o infrator; 14) Não havendo infração, entregar os documentos ao condutor, comunicando: - “Senhor (Senhora), muito obrigado. Seus documentos e o veículo estão em ordem. Aguarde sinalização para que saia com segurança, e boa viagem”; 15) sinalizar para garantir a saída do veículo fiscalizado; 16) a fiscalização deve ser executada com destreza, de maneira a reter o mínimo possível os ocupantes do veículo. SEÇÃO III - POLICIAMENTO RODOVIÁRIO MOTORIZADO Art. 112 - Policiamento Rodoviário Motorizado consiste no patrulhamento realizado em viaturas ou motocicletas, com finalidade de dar assistência aos usuários, das rodovias, procurando educar, orientar, controlar e fiscalizar o trânsito numa prevenção aos acidentes. Parágrafo único - Denomina-se Patrulheiro Rodoviário, para efeito de identificação do agente de fiscalização, o PM que fizer parte da guarnição de uma viatura de patrulhamento (RPRv), ou utilizar uma motocicleta para executar o patrulhamento (MPRv). Art. 113 - O Patrulhamento motorizado, para cumprir sua missão, deve adotar os seguintes procedimentos: I - cobrir o percurso do seu roteiro não excedendo a velocidade de 60 Km/h, o que proporciona uma observação melhor do trecho e não o confunde com o usuário; II - o Patrulheiro ao verificar a infração deve se preocupar com a sua segurança, pois não sabe o que se oculta dentro do veículo; III - nunca ficar na frente do veículo fiscalizado pois ele poderá partir bruscamente, atropelando-o; IV - a perseguição a veículos, por desobediência a sinalização ou ordem de parada no PCTran, deve, em princípio, ser evitada, devendo ser adotado o cerco à distância, através da solicitação, na Rádio, da interceptação por outras RPRv ou PCTran, de modo a evitar acidentes desnecessários; V - a identificação do veículo a ser interceptado deve fornecer dados que evitem a confusão com outras da mesma espécie, tais como número correto de placa, cor, marca e sinais característicos, tanto do veículo quanto dos ocupantes. Art. 114 - O Policiamento Rodoviário Motorizado, para a interceptação de veículos infratores, deve adotar os seguintes procedimentos de segurança: I - colocar-se do lado esquerdo, com o dispositivo luminoso intermitente e sirene ligados (giroscópio e sirene); II - indicar, com gestos, o local para estacionamento; III - parar a viatura ou motocicleta na retaguarda do veículo interceptado; IV - dirigir-se ao veículo interceptado somente após elaborar uma estratégia de procedimento; V - o motorista da RPRv deve permanecer no seu interior, com o motor ligado, até que o outro Patrulheiro faça um sinal de que a fiscalização será normal; VI - agir com cautela, idêntica à prevista para o PCTranRv; VII - os procedimentos referentes à comprovação do estado de embriaguez (utilização do bafômetro) e constatação de velocidade excessiva (utilização do radar) deverão obedecer às normas legais e administrativas pertinentes. Art. 115 - O Policiamento Rodoviário Motorizado, em suas atividades de auxiliar comunitário, observa a seguinte conduta: I - auxiliar os usuários das rodovias, na troca de pneus e pequenos consertos mecânicos; II - sinalizar obstáculos à livre circulação dos veículos; III - dar cobertura ao DER-RJ em serviços executados ao longo das rodovias, sinalizando e desviando o tráfego; IV - assistir imediatamente o acidente, evitando conseqüências maiores à livre circulação do trânsito; V- fiscalizar as rodovias, observando as pistas de rolamento e as obras de arte, comunicando as alterações ao Cmt da UOp, para as providencias cabíveis; VI - auxiliar a repressão aos ilícitos penais. SEÇÃO IV - DOCUMENTOS UTILIZADOS Art. 116 - O Patrulheiro, no desempenho da missão utiliza os seguintes documentos: I - FORMULÁRIOS: 1) Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito (BRAT); 2) Ficha de Comunicação de Acidentes à Delegacia Policial; 3) Ficha de Recibo de Comunicação de Acidente; 4) Entrega de Material Apreendido à DP; 5) Ficha de Pessoas apresentadas à DP; 6) Ficha de Circulação de Viaturas; 7) Ficha de Acidentes com vítima; 8) Ficha de Comunicação de Danos ao Patrimônio; 9) Ficha de Controle de Estatística. II - TALONÁRIOS: 1) Talão de Registro de Ocorrências (TRO); 2) Talão de Auto de Infração; 3) Talão de Auto de Registro de Circulação; 4) Talão de Apreensão de Animais; 5) Talão de Multas de animais apreendidos; 6) Talão de Desembaraço de Veículo Acidentado; 7) Talão de Abastecimento de Viaturas. SEÇÃO V - ATENDIMENTO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO Art. 117 - Ao tomar conhecimento do acidente, o Patrulheiro Rodoviário deverá: I - procurar obter dados da gravidade do acidente pelo comunicante, para que, ao chegar ao local, não seja tomado de surpresa, por providencias que deveriam ter sido tomadas normalmente no PCTranRo; II - no local, um efetivo mínimo de dois Patrulheiros Rodoviários realizará, simultaneamente, o atendimento às vítimas, e a sinalização visando evitar novos acidentes; III - os Patrulheiros Rodoviários deverão adotar os procedimentos preconizados na Parte Geral deste Manual, de acordo com o tipo de acidente de trânsito; IV - no PCTranRo, os Patrulheiros Rodoviários empenhados na ocorrência deverão emitir todos os formulários necessários, bem como as vias dos talonários adequados ao fato, de modo que os proprietários dos veículos envolvidos tenham facilidade de quitar seus débitos com o Estado, para liberação de seus veículos. SEÇÃO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS Art. 118 - É indispensável ao Patrulheiro Rodoviário o conhecimento do Regulamento do Código Nacional de Trânsito (RCNT), para o bom desempenho de sua missão de patrulheiro das rodovias sob jurisdição estadual. Art. 119 - As viaturas empenhadas no serviço de Radiopatrulhamento Rodoviário (RPRo) deverão possuir, além dos equipamentos normais de qualquer veículo, dos utilizados pela APTran e dos próprios da RP, os seguintes: I - máquina fotográfica, com estojo de couro e fotômetro; II - flash eletrônico para pilha e energia elétrica; III - trena com vinte metros de comprimento; IV - cronômetro; V - binóculo prismático (8 x 30), com estojo de couro. CAPÍTULO V - PATRULHAMENTO MOTORIZADO SEÇÃO I - CONCEITOS E DEFINIÇÕES Art. 120 - O patrulhamento motorizado envolve uma série de conceitos e definições, essenciais para seu perfeito entendimento: I - Radiopatrulha (RP) - é o conjunto formado por viatura, rádio e respectiva guarnição; II - Policiamento de Radiopatrulha (POL RP) - é a atividade exercida por uma RP, seja patrulhando determinada área ou logradouro, seja estacionada momentaneamente em seu ponto-base(PB); III - Patrulhamento Motorizado (Ptr Mtz) - é o policiamento executado por uma RP, durante seu deslocamento de um PB para outro; IV - Serviço de Radiopatrulha (Sv RP) - é o conjunto das RP, em atividade no POL RP, nas diversas áreas de policiamento, sob o comando do Centro de Comunicações; V - Setor de Patrulhamento Motorizado (Str Ptr Mtz) - é o trecho compreendido de uma área de policiamento, onde deve operar uma RP; VI - Roteiro de Patrulhamento Motorizado (Rot Ptr Mtz) - é o itinerário previamente traçado, dentro de um Str Ptr Mtz, para ser percorrido por uma RP, em seu patrulhamento; VII - Ponto-Base (PB) - é o local previamente estabelecido dentro de um Str Ptr Mtz, onde deve permanecer estacionada um RP, por período de tempo delimitado; VIII - Reserva - é a RP que permanece pronta para emprego, no pátio de sua UOp, à disposição do Centro de Comunicações. SEÇÃO II - DEVERES E COMPETÊNCIA DOS PATRULHEIROS Art. 121 - Ao assumir o serviço de Pol RP, o patrulheiro deverá fazer a checagem primária da viatura, da seguinte forma: I - verificar o estado da lataria da viatura, anotando arranhões, amassados e todos os tipos de avarias; II - verificar todas as peças e acessórios, anotando os que não estiverem funcionando ou funcionando com deficiência; III - conferir o mapa carga da viatura, verificando seus equipamentos obrigatórios e os da RP, anotando as faltas, ou as alterações nas condições de uso; IV - fazer a manutenção de 1º escalão verificando: 1) o nível: a) da água da bateria; b) da água do radiador; c) da gasolina; d) do óleo do motor; e) do óleo do freio; 2) a calibragem dos pneus; 3) a limpeza da viatura. § 1º - Após a checagem primária, o patrulheiro motorista deverá tomar as seguintes providencias: 1) participar verbalmente, ao despachante ou responsável, as irregularidades constatadas na viatura; 2) participar por escrito, em ficha própria ou parte especial, todas as irregularidades encontradas; 3) dar ciência inclusive ao comandante de guarnição do teor da parte e das providências adotadas. § 2º - Caso estas irregularidades não sejam participadas, a guarnição torna-se responsável por elas, ao final do serviço. Art. 122 - Ao assumir o serviço de Pol RP, o patrulheiro comandante da RP deverá tomas as seguintes providências: I - verificar: 1) seu setor de patrulhamento; 2) se existem ordens de intensificação de patrulhamento em algum ponto; 3) se há alguma Ordem de Serviço para ser cumprida durante o seu período de serviço; II - se houver alguma ordem especial a cumprir, lembrar-se de comunicar, pelo rádio, ao Centro de Comunicações, quando do seu cumprimento; III - procurar saber as características principais de seu setor de patrulhamento, tais como: 1) localização dos PB; 2) pontos críticos ou sensíveis; 3) vias de acesso principais e de grande tráfego; 4) telefones úteis; 5) hospitais; 6) delegacias policiais; 7) quartéis; 8) regiões de grande fluxo comercial; 9) escolas; 10) locais de contravenção; 11) locais propensos a tumultos; 12) locais de incidência criminal. Art. 123 - Ao executar o patulhamento motorizado, compete ao patrulheiro motorista: I - substituir o comandante da guarnição, quando necessário; II - dirigir com cuidado, evitando freadas bruscas e arrancadas desnecessárias, devendo acatar a orientação do Cmt da RP; III - ser o responsável pela viatura, pelo armamento, e por todo o material deixado na RP, quando o serviço assim o exigir; IV - usar a sirene só quando necessário; V - só se ausentar da viatura por ordem do Cmt da RP, sendo isto comunicado ao Centro de Comunicações; VI - servir de testemunha quando houver presenciado a ocorrência; VII - obedecer ao limite de 40 Km/h estabelecido para a velocidade de patrulhamento; VIII - nos atendimentos às ocorrências, não ultrapassar os limites de velocidade dos logradouros públicos; IX - só ultrapassar os limites de velocidade dos logradouros públicos nos casos de socorro urgente ou perseguição; X - usar o itinerário mais curto possível para atendimento de ocorrências e retornar aos roteiros de patrulhamento. Art. 124 - Ao executar o patrulhamento motorizado, compete ao patrulheiro comandante da RP: I - ser o responsável pela RP, cabendo-lhe dizer ao patrulheiro motorista o itinerário, velocidade, paradas mais convenientes, etc, desde que as ordens em vigor não sejam contrariadas; II - ouvir as sugestões dadas pelo patrulheiro motorista acatando aquelas que julgar convenientes; III - anotar todos os deslocamentos da RP bem como seus horários, para posterior comunicação ao Centro de Comunicações; IV - acurar, durante o patrulhamento, o seu conhecimento sobre o setor que está patrulhando; V - cuidar para que, durante o patrulhamento, a guarnição se mantenha atenta, circunspecta e impecável; VI - não fazer uso do cigarro durante o patrulhamento; VII - saber que a RP é dinâmica, indo sempre de encontro às ocorrências, sem esperar passivamente por elas; VIII - procurar conhecer, pelo menos de vista, os moradores de seu setor, bem como os hábitos dos comerciantes e moradores, a fim de perceber estranhos ou qualquer irregularidade; IX - manter-se, rigorosamente, dentro de seu setor, somente dele se ausentando em caso de perseguição ou de deslocamento para a DP ou para hospitais, quando então dará ciência, de imediato, ao Centro de Comunicações; X - apresentar-se convenientemente ao supervisor, narrando-lhe as alterações do seu setor e as providencias tomadas; XI - cuidar para que a RP, em patrulhamento ou em atendimento à ocorrência, só pare por motivo justificado, comunicando de imediato ao Centro de Comunicações a causa da parada; XII - comunicar imediatamente ao COPOM todo acidente, pane ou dano à viatura, o qual dará ciência à OPM de origem da RP. Quando regressar ao Batalhão, dar ciência ao Oficial-de-dia, do ocorrido com a viatura; XIII - participar de imediato ao Centro de Comunicações sempre que deparar ou for solicitado a atender ocorrência, solicitando, simultaneamente, permissão para agir; XIV - quando no PB: 1) cuidar para que enquanto seu patrulheiro permaneça no interior, sentado em atitude correta, o outro esteja descansando, porém em estado de alerta, do lado de fora; 2) cuidar para que se um dos componentes da guarnição for patrulhar as imediações do PB, o outro permaneça fora da viatura, em estado de alerta; 3) evitar conversas desnecessárias entre si ou populares. SEÇÃO III - PROCEDIMENTO DA GUARNIÇÃO AO ATENDER A UMA OCORRÊNCIA Art. 125 - Ao atender a uma ocorrência a guarnição da RP deverá proceder da seguinte maneira: I - ao receber a determinação do Centro de Comunicações, deverá acusar o recebimento e, simultaneamente, deslocar-se para o destino: - “RP TAL CIENTE, DESLOCANDO-SE PARA O LOCAL”; II - quando atingido o local, deverá informar de imediato ao Centro de Comunicações: - “RP TAL NA TAL DP”; - “RP TAL NO HSA”; III - no local, se nada for encontrado, deverá proceder da seguinte forma: 1) o Cmt da RP saltará da viatura e procurará localizar o destino determinado pelo Centro de Comunicações; 2) mesmo que não seja localizado o destino exato determinado, procurará investigar de modo a constatar se ocorreu algum fato anormal no local, para o qual se justificasse a solicitação da RP; 3) se ficar apurado que nada ocorreu no local, informará ao Centro de Comunicações: - “RP TAL AO CENTRO, SOLICITAÇÕES SEM FUNDAMENTO”; 4) se o destino determinado for totalmente desconhecido ou não for localizado mesmo com o auxílio de guias ou catálogos de logradouros, informará ao Centro de Comunicações: - “RP TAL AO CENTRO, ENDEREÇO NÃO LOCALIZADO”; 5) se ficar apurado que o fato ocorreu no local, mas já tenha sido resolvido, informará ao Centro de Comunicações: - “RP TAL AO CENTRO, OCORRÊNCIA RESOLVIDA NO LOCAL”; IV - se, ao constatar a ocorrência, for verificado tratar-se de fato com característicasassistenciais de auxílio ao público, porém, sem código específico no seu TRO, solicitar ao Centro de Comunicações a autorização para enquadramento no código geral de auxílio ao público: - “RP TAL AO CENTRO, TRATA-SE DE OCORRÊNCIA DE AUXÍLIO AO PÚBLICO SEM CÓDIGO ESPECÍFICO; SOLICITO AUTORIZAÇÃO USAR CÓDIGO 850”; V - se for constatado tratar-se de ocorrência de natureza criminosa, deverá observar o seguinte: 1) manter a calma e a tranqüilidade, agindo no entanto com a decisão e a energia necessária para conter os ânimos e manter a ordem no local da ocorrência; 2) ter o cuidado de não empregar excessos desnecessários, para manter o domínio da situação ou conter os infratores; 3) conscientizar-se de que um ato de violência da polícia pode ser a causa de um distúrbio de grandes proporções; VI - se, devido às proporções da ocorrência, sentir necessidade de auxílio, solicitá-lo de imediato, sem constrangimentos, ao Centro de Comunicações; a demora dessa conclusão pode ser fatal para o domínio da situação; VII - quando a necessidade ocasionar mais de uma RP envolvidas na ocorrência, devidamente autorizadas pelo Centro de Comunicações, o patrulheiro mais antigo, ou mais graduado, assumirá o comando das ações no local; VIII - assim que o controle da situação demonstrar haver cessado a necessidade do auxílio, o patrulheiro mais antigo, que assumiu o controle das ações e, por conseguinte, assumiu a ocorrência, deve liberar as demais RP; IX - as RP liberadas registrarão a ocorrência em seu TRO como AUXÍLIO AO POLICIAL; X - deverão ser solicitados de imediato todos os apoios que a ocorrência exigir, tais como Corpo de Bombeiros, perícia, ambulância, reboque, etc; XI - assim que for possível, retirar as partes envolvidas do local, a fim de evitar aglomeração ou tumultos, que poderão vir a prejudicar o serviço; XII - deverá inteirar-se do fato em seus mínimos detalhes, ouvindo, sempre que possível, o solicitante, o acusado, a vítima (se for possível), e as testemunhas, aos quais procurará qualificar através de documentos de identidade, que deverão ser solicitados de pronto; XIII - as testemunhas são de grande importância para a elucidação dos fatos, devendo haver empenho para que sejam localizadas e identificadas, mesmo que somente tenham ouvido falar do fato; XIV - se a ocorrência exigir a presença da perícia, deverão ser tomadas as providências necessárias à preservação do local e dos indícios ou vestígios, essenciais ao exame pericial; XV - tomadas todas as providências exigidas pela ocorrência, no local, anotados todos os dados importantes sobre o fato, deverá então ser conduzido o fato à delegacia policial da jurisdição ou à especializada; XVI - na delegacia o Cmt da RP relatará com objetividade, clareza e precisão, todos os fatos, antecedentes e conseqüentes, constitutivos da ocorrência à autoridade polícia judiciária de plantão, a quem competirá decidir sobre as providências legais a serem tomadas; XVII - não cabe à guarnição objetar sobre as providências determinadas pela autoridade policial, de vez que, em princípio, é seu agente, devendo, todavia, se julgar conveniente, apresentar parte ou relatório à sua UOp, sobre a irregularidade que porventura suponha existir; XVIII - quando a natureza da ocorrência admitir sua resolução no próprio local do fato, deverá ser informado ao Centro de Comunicações sobre tal possibilidade e solicitada a autorização para tal procedimento; XIX - sempre que das ocorrências participarem oficiais ou praças das Forças Armadas ou Auxiliares deverá ser comunicado de imediato ao Centro de Comunicações, que tomará as providências que o fato exigir, junto aos órgãos competentes; XX - embora caiba a autoridade de polícia judiciária a decisão sobre as medidas a serem adotadas nas ocorrências, caso paire duvidas deverá ser de imediato informado ao Centro de Comunicações, que anotará a comunicação e enviará ao local o supervisor da área, de modo a solucionar o impasse, ainda que o auxílio seja à autoridade policial; XXI - sempre que houver necessidade de patrulhamento ou diligência nas imediações do local da ocorrência, deverá ser informado ao Centro de Comunicações, para a indispensável autorização; XXII - ao atender a ocorrências que exijam a interdição e preservação do local, mas sendo dispensável a permanência de toda a guarnição; à espera de perícia ou outro apoio, deverá ser solicitado ao Centro de Comunicações a substituição por POG no mais curto espaço de tempo possível, para que a RP volte ao seu patrulhamento normal; XXIII - sempre que for constatada a presença de guarnições da polícia judiciária atuando no setor da RP, caso lhe seja solicitado, deverá ser prestado total auxílio e, simultaneamente, informado ao Centro de Comunicações. § 1º - Ao apresentar uma ocorrência à delegacia policial a guarnição da RP deverá atentar para os seguintes procedimentos: 1) nos flagrantes efetuados pela própria guarnição: a) o Cmt da RP figurará como condutor do preso; b) o patrulheiro motorista figurará como testemunha; c) deverão ser apresentadas também testemunhas civis; d) o transporte dos presos deverá, tanto quanto possível, ser feito em viaturas de transporte de presos; e) a solicitação da viatura de transporte de presos deverá ser efetuada através do Centro de Comunicações; f) deverão ser observados todos os requisitos necessários à lavratura do auto de flagrante, de modo a agilizar a autuação e minimizar o tempo de retenção da guarnição na DP; g) a guarnição da RP deverá permanecer na DP até o término da lavratura do auto de flagrante; 2) nos flagrantes efetuados por policiais não componentes da guarnição, somente transportados pela RP à DP: a) deverão providenciar a liberação da guarnição o mais rápido possível, a não ser que sejam apresentados como testemunhas; b) evitar o transporte de presos só o fazendo se não houver outra alternativa, e por ordem do Centro de Comunicações; § 2º - O transporte de doentes mentais deverá ser providenciado pelo Cmt da RP, preferencialmente em viaturas dos órgãos de saúde estaduais ou em viaturas de transporte de presos e , somente em último caso e por ordem do Centro de Comunicações, na viatura RP. § 3º - Todo e qualquer deslocamento da RP de seu roteiro de patrulhamento só poderá ser executado por ordem do Centro de Comunicações, conseqüentemente, deverá ser registrado no TRO. § 4º - Ao final de cada período de serviço a quantidade de registros no TRO e de roteiros patrulhados deverá conferir com o cômputo realizado pelo Centro de Comunicações, para aquela RP. § 5º - O Cmt da RP não poderá tomar nenhuma iniciativa por conta própria, sem que seja dada ciência ao Centro de Comunicações e que seja devidamente autorizada. § 6º - É dever do Cmt da RP esforçar-se para evitar a perda de tempo no atendimento das ocorrências, principalmente na delegacia, pois enquanto a viatura se encontra empenhada em uma ocorrência o setor de patrulhamento se encontra descoberto. § 7º - Deverão ser observados os princípios para o atendimento às ocorrências e os flagrantes, estabelecidos na Parte Geral deste Manual. SEÇÃO IV - PROIBIÇÕES À GUARNIÇÃO Art. 126 - Durante os períodos de serviço, compreendidos os percursos de ida e volta à UOp, não pode a guarnição servir-se de qualquer alimentação nas casas comerciais, nem mesmo fazer compras, estendendo-se esta proibição aos casos de estar a guarnição acompanhando autoridades em diligência. § 1º - Não é permitido à RP dirigir-se a qualquer residência ou estabelecimento comercial de pessoas amigas ou conhecidas, para qualquer fim estranho ao serviço, mesmo no itinerário da viatura. § 2º - Excetuando o patrulheiro motorista é vedado ao outro membro da guarnição dirigir a viatura, para qualquer fim, mesmo que seja habilitado, ficando os casos de substituição eventual a critério do Centro de Comunicações. § 3º - Não é permitido o transporte de qualquerpolicial-militar estranho à guarnição, mesmo que em nada altere o itinerário. § 4º - Quando empenhada em ocorrência, durante os deslocamentos ou estacionada no PB, a guarnição deverá primar pela boa educação sendo proibido aos seus componentes: 1) fumar; 2) ter falta de compostura; 3) manter o uniforme em desalinho; 4) ingerir bebidas alcoólicas; 5) ler jornais, revistas ou quaisquer livros e papéis não relacionados com o serviço; 6) dormir, ainda que sentado nos bancos do veículo. § 5º - É terminantemente proibido, a qualquer dos membros da guarnição, receber gratificação por serviços prestados, de qualquer natureza, bem como aceitar alimentação, objetos, etc. § 6º - O comparecimento da RP às DP ou qualquer outra repartição pública deverá ser aproveitado pela guarnição, para satisfazer as suas necessidades fisiológicas, sendo que, para os casos urgentes, o Cmt da RP solicitará permissão ao Centro de Comunicações. SEÇÃO V - TÉCNICA DE ABORDAGEM Art. 127 - Uma prisão nunca deve ser feita de improviso, devendo o Cmt da RP, antes de efetuá-la, elaborar uma estratégia baseada em observações e planejamento, considerando os seguintes detalhes: I - coletar os dados para o planejamento: 1) observar as pessoas, descobrir algo sobre elas, qual a sua profissão e o que estão fazendo naquele momento; 2) observar se aquele que vai ser abordado está portando alguma arma; 3) considerar o que esta pessoa fez, para ser considerada suspeita; 4) observar as coisas em relação ao ambiente; 5) considerar por que motivo em loja cheia de pessoas, todas estão paradas; 6) considerar por que motivo uma pessoa está de pé, em frente a um guichê; 7) considerar qual a razão de uma pessoa ficar nervosa ao ver um PM; 8) considerar por que motivo um motorista demonstra imperícia ao dirigir; 9) considerar por que motivo um carro está parado em local considerado crítico; 10) considerar por que motivo um carro está trafegando muitas vezes por um mesmo local; II - considerar que a abordagem, quando feita a uma pessoa inocente, causa constrangimento, devendo tal fato ser considerado pela guarnição, de maneira que o erro seja evitado; III - uma vez feita a observação, planejar a abordagem, considerando o seguinte: 1) qual o efetivo de Patrulheiros de que dispõe; 2) qual o conhecimento que tem do suspeito; 3) quais os meios disponíveis; 4) qual o conhecimento que tem do local da abordagem; 5) qual o dia e a hora mais conveniente; 6) qual a natureza do delito; 7) os suspeitos são conhecidos ou desconhecidos; 8) presumir sempre que o suspeito pode estar armado; IV - uma vez observada a pessoa ou o veículo classificado como suspeito, e planejada a ação para a abordagem com segurança, você terá muita chance de obter êxito; V - ao abordar, estar sempre pronto para utilizar a força necessária a fim de neutralizar um ataque, tendo sempre sua arma pronta para uso; VI - evitam-se tiroteios simplesmente com a precaução de sacar a arma antes do contato real com o suspeito, em situações nas quais se aborde um delinqüente perigoso; VII - vigiar sempre as mãos do suspeito; VIII - ao abordá-lo empregar sempre um tom de voz firme e claro, que o livre à imobilidade; IX - usar sempre expressões como: “É A POLÍCIA, FIQUE ONDE ESTÁ. CALMA, PARE, FIQUE QUIETO”., X - não deixá-lo virar-se, se está por trás; XI - não desviar sua atenção do suspeito; XII - não permitir que o abordado coloque a mão em qualquer bolso, em busca de documentos. SEÇÃO VI - ABORDAGEM DE VEÍCULOS EM MOVIMENTO Art. 128 - A abordagem de veículos com suspeitos em seu interior requer cuidados especiais, tais como: I - após observar e classificar o veículo como suspeito, tomar as seguintes providências: 1) comunicar o fato ao Centro de Comunicações; 2) identificar a viatura e seu efetivo; 3) fornecer os dados característicos do veículo suspeito; 4) solicitar informações sobre o veículo; 5) informar a quantidade de ocupantes do veículo; 6) informar o motivo das suspeitas; 7) informar a localização da viatura, o sentido tomado e a direção aparente; II - após as providências iniciais, manter o Centro de Comunicações freqüentemente informado, fornecendo a curtos intervalos a indicação do nome da última via cruzada e a nova direção provável; III - analisar a situação presente, solicitando o apoio de outras viaturas para interceptação do veículo suspeito; IV - solicitar o auxílio de outras viaturas, sempre que possível, pois a simples demonstração de força pode desestimular a reação por parte dos ocupantes do veículo suspeito; V - permanecer perseguindo ou acompanhando o veículo suspeito até a chegada das viaturas de apoio ou auxílio; VI - enquanto permanecer no acompanhamento do veículo suspeito, manter especial atenção, a fim de evitar paradas bruscas, manobras evasivas ou táticas de fuga; VII - a abordagem deve ser preparada de modo que possa ser executada no momento oportuno, com a máxima segurança e cautela, tanto para os policiais como para os cidadãos transeuntes, e sempre em condições de superioridade policial; VIII - para a escolha do momento oportuno deve ser levado em consideração também o local adequado, de preferência uma rua calma, pouco movimentada, um trecho em linha reta e, se durante a noite, um local bastante iluminado; IX - observar com a máxima atenção se o veículo suspeito se encontra sozinho ou se existem outros veículos em sua cobertura; X - escolhido o momento e o local oportuno para a abordagem: 1) checar junto ao Centro de Comunicações as características fornecidas, concluindo se sua placa faz parte do rol dos veículo furtados ou roubados; 2) ligar a sirene e aproximar-se do veículo suspeito por seu flanco esquerdo; 3) alinhar as rodas dianteiras da viatura com o vidro traseiro do veículo suspeito; 4) fazer contato visual com o motorista suspeito, através da buzina, farol ou acenos manuais, indicando-lhe ordem de procurar o acostamento e parar o veículo; XI - se o veículo suspeito não obedecer a ordem de parar: 1) não se esqueçer do restante do tráfego e dos transeuntes, preocupando-se sempre com a segurança geral; 2) comunicar o fato ao Centro de Comunicações; 3) solicitar o apoio de outras viaturas para interceptações; 4) informar a localização atual, o sentido tomado e a direção aparente; XII - se o veículo suspeito imprimir maior velocidade: 1) proceder como no inciso anterior; 2) se as circunstâncias aconselharem prudência na perseguição, reduzir a velocidade da viatura, procurando manter o contato visual, de modo a poder orientar a possível interceptação; 3) procurar minimizar os riscos para o tráfego e transeuntes; XIII - se o motorista suspeito levar seu veículo a chocar-se com a viatura, ou se os ocupantes do veículo suspeito reagirem à ordem recebida atirando na viatura, ou ainda, se forem reconhecidos os ocupantes do veículo suspeito como de alta periculosidade: 1) deverá ser evitado o confronto a tiros, se o local não apresentar características favoráveis ao público em geral; 2) caso contrário, deverá ser tentado o tiro nos pneus, no tanque de gasolina, ou no motor e radiador, se o motor for traseiro; 3) convém recordar que os procedimentos do inciso XI não podem deixar de ser executados, o que poderá auxiliar grandemente; XIV - seja qual for a hipótese apresentada não deverá ser tentado pela viatura policial: 1) ultrapassar o veículo suspeito; 2) trafegar lado a lado com o veículo suspeito; 3) fazer parar o veículo suspeito; XV - se o veículo suspeito atender a ordem de estacionar e parar: 1) elaborar de imediato a estratégia para a abordagem; 2) se houver desvantagem numérica, aguardar a chegada das viaturas de apoio ou auxílio já solicitadas; 3) observar que o local da abordagem é muito importante para a elaboração da estratégia para realizá-la; 4) procurar parar a viatura a três metros da traseira e a um metro e meio a esquerda do eixo de direção do veículosuspeito (fig. n.º 32). 5) abrir as portas da viatura; 6) sacar as armas e se abrigar atrás das portas; 7) o patrulheiro motorista tomará posição de cobertura, abrigado atrás da porta esquerda da viatura; 8) não esquecer que os ocupantes do veículo suspeito contam com a proteção do próprio veículo; 9) o patrulheiro Cmt da RP sairá de seu abrigo e se dirigirá ao veículo suspeito, por seu flanco direito, procurando abrigar-se atrás do ponto morto visual que todo veículo possui; 10) posicionado junto ao veículo atrás e à direita, o Cmt da RP, com sua mão livre, dará uma batida no teto, ordenando : a) “DESLIGUE O MOTOR E JOGUE AS CHAVES NA RUA”; b) “OS OCUPANTES DOS BANCOS DIANTEIROS COLOQUEM AS MÃOS ESPALMADAS NO PÁRA-BRISA DIANTEIRO”; c) “OS OCUPANTES DO BANCO TRASEIRO COLOQUEM AS MÃOS ESPALMADAS COM AS COSTAS SOBRE O ENCOSTO DO BANCO DIANTEIRO”; 11) se o veículo possuir portas traseiras, abrirá a da direita, determinará aos ocupantes do banco traseiro que saiam e se dirijam para local amplo e visível, à frente e à direita do veículo, com as mãos mantidas acima da cabeça; 12) neste momento, o patrulheiro motorista abandona seu abrigo, dá a volta por trás da viatura, e se dirige para o veículo suspeito, por seu flanco esquerdo; 13) a seguir, com o patrulheiro motorista já abrigado no flanco esquerdo traseiro do veículo suspeito, o Cmt da RP abrirá a porta dianteira direita e determinará aos ocupantes dos bancos dianteiros que saiam, e se dirijam para junto dos demais, mantendo as mãos sobre a cabeça, colocando-se todos em linha; 14) o patrulheiro motorista, nesta oportunidade, se desloca da traseira esquerda para a dianteira esquerda e, abrigado atrás do veículo, com os braços sobre o capô e a arma apontada para a linha de suspeitos, passará a dar a cobertura ao Cmt da RP; 15) se o veículo só possuir as portas dianteiras, os procedimentos previstos nos itens (11) e (13) serão realizados pela porta dianteira para a direita, primeiro os ocupantes dos bancos dianteiros e posteriormente os do banco traseiro, sendo mantido o procedimento para o patrulheiro motorista; 16) com todos os ocupantes fora do veículo, a cobertura do patrulheiro motorista implantada, o Cmt da RP, contornando o veículo por sua traseira, passará a executar uma revista em seu interior, pelo seu lado esquerdo; 17) feita a revista no interior do veículo, o Cmt da RP, juntamente com o patrulheiro motorista, sem que cruzem suas linhas de fogo, determinarão aos ocupantes coloquem suas mãos sobre a parede, se houver, ou sobre o próprio veículo, tomando a posição adequada para a revista pessoal, de acordo com o preconizado na Parte Geral deste Manual; 18) as demais viaturas envolvidas na ocorrência, de acordo com a posição de chegada ao local da abordagem, deverão manter-se na posição de cobertura das ações da RP principal, até que os ocupantes estejam fora do veículo, em linha, procurando, então, uma aproximação coordenada, sem contudo permitir que haja o cruzamento das linhas de fogo, do que poderão se aproveitar os suspeitos (fig. 33). SEÇÃO VII - ABORDAGEM DE VEÍCULOS PARADOS Art. 129 - Para a abordagem de um veículo parado usa-se a mesma tática utilizada para os veículos em movimento, a partir do inciso XV do Art. 42. § 1º - Se a viatura RP vier pela frente do veículo suspeito, deverá ultrapassar o local onde ele estiver parado retornando pela retaguarda, a fim de poder agir como o recomendado. § 2º - O auxílio de outras viaturas não deve ser desprezado só pelo fato de o suspeito estar parado. § 3º - Estando sozinho, em hipótese alguma realizar a abordagem. SEÇÃO VIII - ABORDAGEM À NOITE Art. 130 - Para a abordagem de um veículo suspeito à noite, a tática adotada é idêntica à utilizada durante o dia, devendo ser observadas as seguintes peculiaridades: I - é essencial a utilização correta dos faróis e imprescindível a existência de lanternas a pilhas; II - os faróis deverão ser utilizados para ofuscar os suspeitos, dando maior margem de segurança aos policiais; III - a utilização das lanternas deverá obedecer aos mesmos objetivos, sendo dirigidas às janelas, para o ofuscamento dos ocupantes; IV - quando da utilização das lanternas, estas deverão ser colocadas fora da frente do corpo, isto é, devem ser colocadas à esquerda ou à direita do corpo do patrulheiro, de modo a não servir de orientação aos possíveis tiros dos suspeitos. SEÇÃO IX - COMUNICAÇÕES Art. 131 - O Cmt da RP é o operador do rádio devendo estar ciente do seguinte: I - caso seja necessário o patrulheiro motorista operar o rádio deverá ser dada ciência ao Centro de Comunicações; II - o rádio da RP deverá ser posto a funcionar no momento em que deixar o quartel, permanecendo ligado todo o período do patrulhamento, só sendo desligado ao chegar ao pátio da UOp, ao findar o serviço e depois de autorizado pelo Centro de Comunicações; III - caso a RP passe 15 minutos sem ouvir o Centro de Comunicações, deverá realizar teste de verificação; IV - se não for conseguida a comunicação, entrará em contato pelo telefone com o Centro de Comunicações, a fim de verificar o que está ocorrendo; V - não deve interromper uma transmissão de outra RP, tampouco é permitida a uma RP se comunicar com outra sem permissão ou ordem do Centro de Comunicações; em casos de necessidade o Cmt da RP deverá solicitar prioridade para atendimento; VI - a RP chamada pelo rádio deve atender imediatamente, anotando as características da ocorrência; uma demora demonstra falta de atenção, prejudica as transmissões e atrasa o atendimento; VII - o operador do rádio da RP não deve discutir com o operador do Centro de Comunicações; VIII - havendo necessidade de conversações mais longas, evitar o uso do rádio, usando o telefone; IX - em hipótese alguma será permitida a brincadeira por parte dos operadores de rádio, sendo considerado falta grave tal procedimento; § 1º - Os operadores de Rádio deverão ter vivas em sua mente todas as palavras utilizadas no alfabeto fonético, usado para soletrar, para abreviaturas, etc: - Alfabeto Fonético Internacional: A - Alfa G - Golf M - Myke S - Sierra Y - Yanki B - Bravo H - Hotel N - November T - Tango Z - Zulu C - Charlie I - India O - Oscar U - Uniform D - Delta J - Juliet P - Papa V - Victor E - Eco K- Kilo Q - Quebec W - Whisky F - Foxtrot L - Lima R - Romeu X - Xiray § 2º - Os algarismos são enunciados do seguinte modo: 1- uno 2 - dois 3 - três 4 - quatro 5 - cinco 6 - meia 7 - sete 8 - oito 9 - nove 0 - zero § 3º - Com exceção dos milhares redondos, todos os números serão transmitidos, enunciando-se cada algarismo separadamente. § 4º - Quando aplicáveis, serão empregadas as seguintes palavras e expressões padronizadas: PALAVRAS E EXPRESSÕES SIGNIFICADO ACUSE - Diga-me se recebeu e entendeu a mensagem AGUARDE - Espere, mantenha-se na escuta CÂMBIO - Terminei, convite à resposta CANCELE - Anule a mensagem de referência CIENTE - Recebi sua transmissão. Serão cumpridas as instruções CONFIRME - Repita a mensagem CORREÇÃO - Houve erro na transmissão (ou mensagem indicada) CORRETO - Está certo COTEJAR - Repita toda a mensagem (ou o trecho indicado) na forma que o transmitiu FALE MAIS DE VAGAR -........................................................ PROCEDA - Autorizo pode prosseguir NEGATIVO - Não. Não está autorizado. Está errado PALAVRAS REPETIDAS (1) - Como pedido: “a recepção está difícil, é favor repetir cada palavra” PALAVRAS REPETIDAS (2) - Como informação: como a comunicação está difícil vou transmitir cada palavra duas vezes POSITIVO - “Sim, autorizo” ou “de acordo” PROSSIGA - “Transmita a mensagem. Continue o deslocamento para...“Aqui existe uma separação entre trecho de mensagem” (a ser usada quando não houver distinção clara entre o texto e outras partes da mensagem)”. VERIFIQUE - Sua mensagem não está clara, verifique se está correta.§ 5º - Sempre que necessário testar o Rádio da RP, o operador agirá da seguinte maneira: - “MARÉ TAL, AQUI RP TAL; TESTE DE VERIFICAÇÃO - CÂMBIO”. § 6º - Ao ser solicitado pela RP para teste de verificação, o Centro de Comunicações ou outra RP deverá ouvir a transmissão, informando de acordo com a seguinte tabela: 1) clareza 5 - msg perfeitamente inteligível; 2) clareza 4 - msg razoavelmente inteligível; 3) clareza 3 - msg inteligível com dificuldade; 4) clareza 2 - msg intermitentemente inteligível; 5) clareza 1 - msg ininteligível. § 7º - O processo de verificação poderá também ser solicitado pelo Centro de Operações à RP, sendo utilizada a mesma tabela do parágrafo anterior, com a seguinte comunicação: - “MARÉ TAL, AQUI RP TAL; CLAREZA TAL - CÂMBIO”. § 8º - O horário será a hora local, dispensando-se os segundos: 1) Meia-noite será 24:00 horas para o fim de um dia; 2) Zero hora será para o início de outro dia; 3) A transmissão verbal da hora será dada, enunciando-se os algarismos separadamente: 09:10 = Zero, nove, uno, zero § 9º - Ao transmitir uma mensagem em que o operador do COPOM tenha de fazer anotações, deve-se tomar cuidado em dar tempo para que ele escreva o que precisa. § 10 - Certas autoridades possuem um indicativo de chamada que as caracterizam nas transmissões de rádio, como por exemplo o Cmt Geral da PMERJ, que possui o indicativo CHARLIE GOLF e, se houver uma mensagem para ele, não se deve dizer nome ou cargo, e sim CHARLIE GOLF. § 11 - Outras autoridades que possuem indicativos de chamada são o Governador do Estado e altas autoridades governamentais, que usam o indicativo “ALFA”, seguido do número privativo: ALFA UNO, ALFA DOIS, etc. § 12 - Outras redes de chamadas são: 1) Coordenadoria de Operações Aéreas - Águia Zero 2) Corpo Marítimo de Salvamento - Salvamar Zero 3) Corpo de Bombeiros - Bravo Zero Zero 4) Polícia do Exército - Papa Eco 5) Polícia Rodoviária - Central Sete 6) C C O S - Apolo Zero 7) Rede Faixa da PMERJ - Maré § 13 - Ao operar o rádio, observe o seguinte: 1) Não grite, fale com voz firme e desinibida a uma distância de 5 a 8 centímetros do microfone; 2) Pense na mensagem que vai transmitir, antes de apertar a tecla do microfone e começar a transmiti-la; 3) Caso tenha dificuldade de receber ou transmitir uma mensagem, procurar uma melhor localização ou local alto para efetuar a comunicação. SEÇÃO X - FORMULÁRIOS DE RP Art. 132 - O serviço de RP possui vários formulários próprios, que servem para registrar tudo que acontece durante o serviço e, com seu preenchimento correto e completo, facilitar um melhor arquivo, uma estatística fiel e, num caso de futura consulta, poderá ajudar até o próprio patrulheiro. § 1º - Os principais formulários são: 1) Talão de Registro de Ocorrências (TRO) - destinado ao registro de todas as ocorrências e suas características; 2) Relação de Veículos Procurados - destinado à anotação dos veículos dados como procurados; 3) Relação de Intensificação de Patrulhamento - destinado à transmissão de ordem à RP para intensificar o patrulhamento em um local determinado; 4) Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito (BRAT) - destinado ao registro dos acidentes de trânsito. § 2º - O Cmt da RP deve, ao assumir o serviço, procurar verificar se existem exemplares suficientes destes formulários na viatura. § 3º - O preenchimento destes formulários é de simples confecção, mas deve ser feito em letra bem legível e com cuidado para responder a todos os itens, bem como preencher os espaços existentes. § 4º - Ao se qualificarem os envolvidos e as testemunhas, deve-se anotar também seus endereços. § 5º - Nos casos que envolverem veículos, deve-se anotar-lhes as placas, características e alterações sofridas. § 6º - Nos espaços destinados às observações, procurar descrever toda a dinâmica da ocorrência, podendo ser usado o verso do formulário para a complementação de detalhes. § 7º - Quando houver entrega de valores, bens, etc., à autoridade de polícia judiciária, ou mesmo à vítima não esquecer de pedir um recibo, que deverá ser passado na relação dos bens entregues, mediante testemunho. § 8º - O número de ocorrências deverá ser confirmado com o Centro de Comunicações e será o número do TRO, se este possuir numeração seqüencial. § 9º - Não poderá ser atendida nenhuma ocorrência sem que receba um número de identificação do TRO, bem como não poderá ser aberto um TRO sem número. § 10 - Na Relação de Veículos Procurados, deve-se anotar todos os veículos dados pelo Centro de Comunicações como furtados ou roubados, pois tal relação é de grande importância e deve ser passada de guarnição à guarnição ao assumir o serviço, devendo ser atualizada diariamente. § 11 - Verificar sempre na Relação de Intensificação de Patrulhamento se existe alguma ordem especial para intensificação do patrulhamento em algum ponto crítico. § 12 - Nunca deixar de preencher os formulários necessários, de modo que não pairem dúvidas quanto ao procedimento em uma determinada ocorrência. § 13 - Caso existam dúvidas quanto ao preenchimento dos formulários, recorrer a um colega ou a um superior, para obter os esclarecimentos necessários, a fim de que não se torne passível de punições. SEÇÃO XI - ARMAMENTO Art. 133 - O armamento da guarnição se resume da seguinte forma: I - Individual: a) revólver calibre “.38”; b) bastão policial. II - Coletivo: a) 05 (cinco) granadas de gás lacrimogêneo; b) 01 (uma) metralhadora de mão (utilizada em casos especiais, em setores de considerável criticidade, com guarnição composta por 03 (três) patrulheiros). III - Deverá possuir sempre munição sobressalente. SEÇÃO XII - EQUIPAMENTO Art. 134 - O equipamento se classifica de duas formas: I - equipamento da viatura: 1) chave de roda; 2) macaco; 3) triângulo de segurança; 4) extintor de incêndio; 5) pneu sobressalente; e, 6) jogo de chaves. II - equipamento da RP: 1) rádio transceptor; 2) sirene; 3) farolete manual; 4) lanterna bicolor; 5) lanterna de três pilhas; 6) lanterna pisca-pisca; 7) lona para cobrir cadáver; 8) algemas (um par para cada patrulheiro); 9) corda chumbada com 20 (vinte) metros e ganchos nas extremidades; 10) machado pequeno; 11) colete refletivo (um para cada patrulheiro); 12) prancheta para anotações; 13) estojo de primeiros socorros; 14) pasta plástica para documentação; a) representação cartográfica de cada setor de patrulhamento, escala de 1:10.000, com indicação dos limites, pontos sensíveis e pontos críticos; b) exemplares do BRAT; c) Relação de Veículos Procurados (furtados e roubados); d) exemplares da Relação de Intensificação do Patrulhamento; e) Talão de Registro de Ocorrências (TRO); f) roteiro do patrulhamento motorizado de todos os setores; g) relação de pontos críticos; h) relação de pontos sensíveis; i) relação dos estabelecimentos financeiros de crédito; j) ficha de cerco bancário; l) relação das escolas do setor; m) Guia REX. 15) caixa de madeira com cadeado para abrir todo o equipamento. Art. 135 - Os patrulheiros deverão estar cientes de todos os preceitos estabelecidos e tratados neste Manual, de modo a bem desempenharem suas funções. CAPÍTULO VI - PATRULHAMENTO TÁTICO MOTORIZADO (PATAMO) SEÇÃO I - CONCEITO Art. 136 - O patrulhamento Tático Motorizado (PATAMO), difere da Radiopatrulha (RP) essencialmente no que diz respeito à maior mobilidade, dinamismo, flexibilidade e emprego maior de recursos, armamento e pessoal, exercendo ação preventivo-repressiva na combate à criminalidade: SEÇÃO II - AÇÃO DO PATAMO Art. 137 - O Cmt do PATAMO, ao se defrontar com uma ocorrência de natureza simples (acidente de trânsito sem vítima, infrações de trânsito, encontro de auto abandonado), deverá atuar de imediato, porém solicitará incontinenti ao Centro de Comunicações uma RP para dar continuidade à ocorrência, evitando assim, que o PATAMO fique imobilizado emuma ocorrência que pode e deve ser solucionada por RP. § 1º - Da mesma forma deverá agir no caso de necessidade de interdição de locais para perícia. § 2º - Nos casos de prisão em flagrante de delito, deverá deixar na DP o preso, as testemunhas e o condutor da prisão para lavratura do auto de prisão, retirando-se com o restante da guarnição para o patrulhamento. § 3º - Finda a lavratura do auto de prisão em flagrante o condutor, em contato com o Centro de Comunicações, solicitará o comparecimento do PATAMO à DP, para se reintegrar ao seu efetivo. § 4º - A atuação do PATAMO difere da atuação da RP porque: 1) procura sempre empreender suas ações onde houver concentração popular; 2) pára, identifica e revista as pessoas suspeitas; 3) revista igualmente veículos e locais suspeitos; 4) atua normalmente próximo a subidas de morros, ou onde houver favelas, bares, botequins, entrada e saída de casas de diversões e conjuntos habitacionais, de baixo índice sócio-econômico; 5) atua próximo aos locais propícios a roubos e furtos, tais como bancos, supermercados, joalherias, etc; 6) atua nas imediações de locais propícios ao tráfico de entorpecentes, tais como escolas, clubes e praças públicas; 7) deve, sempre que possível, atuar sobre roteiros preestabelecidos pelo comando da UOp, objetivos e cronológicos, de acordo com as necessidades da área. § 5º - Ao defrontar-se com ocorrências em que tenha que entrar em domicílio, procurar o apoio da delegacia policial, através de seu Cmt ou dos meios de comunicação. § 6º - Nas revistas de pessoas ou abordagem de veículos suspeitos, utilizar os procedimentos específicos preconizados neste manual. SEÇÃO III - TÁTICA DE ATUAÇÃO Art. 138 - Como o PATAMO atua sempre na ofensiva direta contra o crime, indo de encontro à ocorrência, deve-se ter sempre em mente que: I - é primordial a segurança dos componentes da guarnição; II - é primordial a segurança dos cidadãos inocentes; III - todos são responsáveis por esta segurança. § 1º - A guarnição é composta de comandante, auxiliar, motorista e três ou dois patrulheiros. § 2º - É necessário que todos estejam familiarizados com a “conduta de combate” do grupo, e cada um tem de saber a sua função e também o procedimento de seus companheiros. § 3º - O Cmt do PATAMO é o responsável pelos deslocamentos, velocidade, itinerários e atuação do PATAMO, devendo observar o prescrito pela UOp. § 4º - A velocidade do patrulhamento deve ser de 30 a 40 Km/h, devendo todos os componentes prestar atenção a suspeitos a pé, em carros, nas lojas, etc, sem que haja necessidade de se colocar a cabeça ou braço para fora da viatura. § 5º - Devem saber também como proceder, quando notarem que uma RP precisa de auxílio, independentemente de pedido ou determinação. § 6º - Todas as vezes que alguém deixar suspeitas (atitude), deverá ser devidamente revistado e identificado, observando-se as normas prescritas na Parte Geral e Abordagem deste Manual. § 7º - A velocidade de atendimento de uma ocorrência é a permitida nos logradouros públicos; a velocidade de perseguição é livre, levando-se em conta a margem de segurança das vias e viaturas. SEÇÃO IV - AÇÃO EM ESTABELECIENTOS COMERCIAIS Art. 139 - Em casos de assaltos a lojas, bancos, farmácias, postos de gasolina e outros: I - desligar a sirene vários metros antes do local, caso tenha sido solicitada para a ocorrência; II - parar a viatura a cerca de 50 metros antes ou depois da porta do estabelecimento; III - a guarnição desembarcará e o motorista permanecerá na viatura, com o motor e o rádio ligados e atento aos acontecimentos; IV - dois ou mais patrulheiros tomarão posição de cobertura na calçada em frente ao estabelecimento, em local de onde possam observar toda a rua e o estabelecimento, e verificar se há alguém dando cobertura aos assaltantes; V - o Cmt, o Auxiliar e o terceiro patrulheiro, se houver, irão ao estabelecimento e, antes de entrar, observarão o movimento no interior, a fim de escolher a melhor alternativa de ação; VI - se a oportunidade mostrar a possibilidade de entrar no estabelecimento, procurar identificar os delinqüentes, de modo a não confundi-los com os populares; VII - procurar evitar que os delinqüentes se aproximem de alguém do povo, e façam reféns; VIII - se forem feitos reféns pelos delinqüentes, não deve ser feita invasão do estabelecimento; IX - os delinqüentes devem ser impedidos de deixar o local com reféns, podendo ser proposto, se for conveniente à segurança dos reféns, permitir-se a fuga daqueles, em troca de liberação destes; X - todos os patrulheiros devem estar sempre devidamente protegidos e em posição segura, para, em caso de tiroteio, não serem atingidos, o que terá conseqüências graves para toda a guarnição; XI - ao efetuar disparos, tomar cuidado com o local e em quem atirar, visando à segurança do povo; XII - tomar cuidado para que não sejam ocupadas posições que possibilitem o fogo cruzado. Art. 140 - Em caso de revista por suspeita de assalto em estabelecimento: I - parar a viatura na frente do estabelecimento; II - o patrulheiro motorista salta e, protegido pela viatura, dará cobertura a seus companheiros; III - toda a guarnição salta e se dirige ao interior da loja, devendo um patrulheiro permanecer na porta do estabelecimento (armado de metralhadora), em posição de vigilância ao que se passa no interior; IV - o Cmt, o Auxiliar e outros patrulheiros se dirigem ao suspeito e procedem à revista e identificação de acordo com o previsto na Parte Geral desta Manual. SEÇÃO V - AÇÃO EM VIAS PÚBLICAS Art. 141 - Em casos de assaltos ou suspeita de assalto em ruas, praças e estradas, o procedimento do PATAMO deve ser o seguinte: I - desligar a sirene vários metros antes do local, caso tenha sido solicitado para a ocorrência; II - parar a viatura a uma distância segura mas de fácil acesso e visibilidade do local; III - toda a guarnição salta ao mesmo tempo e toma posição protegida, aproveitando construções, carros ou a própria viatura; IV - o patrulheiro motorista permanecerá na viatura, atento e com o rádio e o motor ligados; V - procurar identificar os assaltantes distinguindo-os dos transeuntes e vítimas; VI - dar voz de prisão aos assaltantes; VII - caso não seja obtido um atendimento, o Cmt deve escolher o melhor modo de impedir a fuga e efetuar a prisão, tendo o cuidado de não expor a vida de inocentes, procurando seguir a orientação preconizada para casos idênticos, em estabelecimentos comerciais. Art. 142 - Em caso de identificação de suspeito a pé: I - parar a viatura cerca de 10 (dez) metros do suspeito ou grupo de suspeitos; II - toda a guarnição deve saltar ao mesmo tempo, com as armas prontas para uso, e se dirigir ao(s) suspeito(s) e efetuar a revista, conforme o prescrito na Parte Geral desta Manual, para buscas e revistas pessoais; III - o patrulheiro motorista permanecerá na viatura, atento com o rádio e o motor ligados; IV - o Cmt designará um patrulheiro (armado de metralhadora), para ficar atento ao que se passa em torno do local, para evitar ataques de surpresa; V - tomar cuidado para que um patrulheiro não fique na linha de tiro do outro. Art. 143 - Nos casos de identificação de suspeitos em veículos, proceder de acordo com o prescrito para Abordagem de Veículos, no Capítulo V. Art. 144 - Em casos de bloqueio em estradas e ruas: I - procurar um local mais adequado para o bloqueio, onde não se exponha a vida do público, em caso de tiroteio; II - colocar a viatura num ângulo de 45 graus com o meio-fio a frente voltada no sentido da mão de direção da via, pronta para encetar perseguição; III - deixar passagem somente para um veículo; IV - manter o giroscópio funcionando; se for noite, manter a viatura com as luzes ou o “pisca-alerta” acesos; V - desembarcar toda a guarnição, permanecendo o patrulheiro motorista fora, porém próximo da viatura; VI - todosprocurarão um local seguro de onde possam observar a via, o fluxo de carros e os transeuntes; VII - prestar atenção à aproximação dos veículos que pareçam suspeitos e que devam ser bloqueados; VIII - o Cmt deverá ficar atento ao rádio para tomar conhecimento de possíveis trocas de carro efetuada pelos fugitivos; IX - se os fugitivos pararem o carro antes do bloqueio, determinar que saltem e deitem no chão, quando serão presos e revistados; X - se tentarem furar o bloqueio, devem ser efetuados disparos, visando atingir pneus e partes vitais do veículo; XI - responder aos disparos feitos pelos fugitivos, sempre de maneira objetiva, de acordo a evitar disparos a esmo; XII - caso os suspeitos consigam furar o bloqueio e fugir, iniciar a perseguição, dando o itinerário pelo rádio ao Centro de Comunicações, passando a serem adotados os procedimentos de abordagem de veículo em movimento; XIII - todo dispositivo ou ação policial em via pública provoca a curiosidade popular; o povo deve ser mantido afastado circulando normalmente, e cientificado, com calma, que será perigoso sua permanência no local da ação. Art. 145 - A ação em conflitos e pequenos tumultos compreende: I - chegar ao local com a sirene ligada; II - desembarcar toda a guarnição ao mesmo tempo; III - usar os bastões policiais, que devem fazer parte do equipamento de viatura (não é necessário o porte constante do bastão); IV - deter e remover rapidamente do local os causadores do conflito ou tumulto; V - a chegada ao local com demonstração de força e a ação pronta mas não violenta da polícia, geralmente bastam para serenar os ânimos. SEÇÃO VI - AÇÃO EM FAVELAS Art. 146 - A ação em favelas deve ser executada com 2 (duas) viaturas do PATAMO, no mínimo. § 1º - A subida na favela deve considerar um fim previsto a ser alcançado sendo desaconselhável a ida apenas para patrulhamento normal. § 2º - As viaturas deverão ficar num ponto protegido e seguro, sempre sob a proteção dos patrulheiros motoristas. § 3º - A operação será sempre comandada pelo Cmt de guarnição mais antigo presente no local. § 4º - A tropa será dividida em pequenos grupos que facilitem o deslocamento e reunião das guarnições em pontos a serem alcançados, e previamente estabelecidos: 1) o Cmt ficará junto com um ou dois patrulheiros, e o auxiliar ficará com o outro; 2) o deslocamento será feito sempre com estes grupos juntos entre si, para evitar que alguém fique isolado na favela; 3) manter-se à distância de dois passos, uns dos outros; 4) ao chegar às esquinas, junto às paredes, observar primeiro, para depois dobrá-las com segurança; 5) ao percorrer os becos, andar sempre pelos cantos das paredes, cada um prestando atenção à sua cobertura e à de seu companheiro; 6) falar pouco e procurar não fazer barulho desnecessário; 7) evitar fazer disparos a esmo e sem motivo real, pois as paredes, geralmente de madeira, possibilitarão o ferimento de inocentes; 8) apesar de o terreno ser acidentado, não olhar só para o chão; 9) ao ter de arrombar a porta de um barraco, não entrar logo em seguida, pois a diferença da iluminação exterior para o interior causará dificuldade visual que poderá ser fatal; 10) antes de entrar, mandar que todos saiam do barraco; 11) se houver necessidade de entrar, procurar fazê-lo acompanhado de um dos moradores do barraco mas, se não for possível, procurar entrar protegendo-se e com a cobertura dos companheiros; 12) verificar se o barraco possui mais entradas, pois poderá por lá entrar e um confundir o outro com um marginal armado; 13) se houver certeza de que há marginais em determinado barraco e se eles se recusarem a sair, usar gás lacrimogêneo; 14) andar sempre com as armas preparadas para uso imediato; 15) ao entrar a guarnição no barraco, ficar sempre um patrulheiro do lado de fora, para proteção do grupo; 16) tratar os habitantes da favela com urbanidade, lembrando que nem todos que lá moram são marginais. SEÇÃO VII - AÇÃO EM LOCAIS DESABITADOS DE DENSA VEGETAÇÃO Art. 147 - Nas ações em locais desabitados de densa vegetação a guarnição deve: I - caminhar em coluna por um; II - os homens com armas automáticas irão à frente da coluna, com as armas apontadas para cima; III - manter distância de dois metros entre os homens; IV - manter absoluto silêncio; V - manter vigilância constante em todas as direções; VI - parar quando houver qualquer ruído suspeito; VII - abandonar a trilha ao notar a aproximação de alguém, a fim de surpreender o marginal, se for o caso; VIII - todos devem efetuar disparos em resposta a uma agressão a tiros, mesmo que não se saiba a direção de onde veio o disparo inicial; IX - os presos deverão também caminhar em coluna por um, no meio da coluna de policiais; X - ao efetuar o cerco de determinado local com vegetação densa, tomar cuidado para que não haja possibilidade de fogo cruzado. SEÇÃO VIII - TREINAMENTO, ARMAMENTO, EFETIVO E EQUIPAMENTO Art. 148 - Todas as guarnições devem treinar e ensaiar os procedimentos previstos, a fim de que, em casos de necessidade, todos saibam prontamente o que fazer. Parágrafo único - Todas as ações do PATAMO serão sempre a comando, não sendo admitidas as ações isoladas (iniciativas individuais), pois elas serão prejudiciais não só à segurança da patrulha, como também à missão. Art. 149 - O armamento da guarnição se resume da seguinte forma: I - individual: 1) revólver calibre “.38”; 2) bastão policial. II - coletivo: 1) 10 (dez) granadas de gás lacrimogêneo; 2) 01 (uma) metralhadora de mão; 3) 01 (uma) espingarda calibre “12” (portada por patrulheiro adestrado). III - deverá possuir sempre munição sobressalente. Art. 150 - A guarnição de uma viatura PATAMO será composta de: I - Comandante: 01 (um) Subten ou Sgt; II - Patrulheiros: 01 (um) Cb e 02 (dois) Sd; III - Patrulheiro Motorista: 01 (um) Sd. Parágrafo único - Se for utilizada mais de uma viatura PATAMO para o patrulhamento em conjunto, o Comandante será um Oficial Subalterno. Art. 151 - O equipamento da viatura PATAMO será idêntico ao previsto para a viatura RP, acrescido do seguinte: I - cabo de aço com 05 (cinco) metros e ganchos nas extremidades; II - camisa-de-força (duas); III - máscara contra gases; IV - embornal de campanha (dois - para as granadas de gás lacrimogêneo e para a munição sobressalente). Art. 152 - Os patrulheiros deverão estar cientes de todos os preceitos estabelecidos neste Manual, de modo a bem desempenhar suas funções. CAPÍTULO VII - PATRULHAMENTO MOTORIZADO ESPECIAL (PAMESP) SEÇÃO I - CONCEITO Art. 153 - Patrulhamento Motorizado Especial (PAMESP) é o policiamento especial de caráter eventual, com objetivo específico empregado em momentos ou áreas críticas, para prevenir ações ilegais, mediante planejamento a critério do Cmt da UOp, complementando a ação da RP e do PATAMO, de modo a intensificar o patrulhamento com vistas às escolas, estabelecimentos de crédito ou qualquer outro setor de atividade humana, que requeira atenção especial. SEÇÃO II - PATRULHAMENTO BANCÁRIO Art. 154 - A missão do PAMESP BANCÁRIO consiste em fazer o patrulhamento nos locais onde haja agências bancárias ou outros estabelecimentos de crédito, a fim de prevenir possíveis assaltos à mão armada àqueles estabelecimentos. Art. 155 - Ao atuar no PAMESP BANCÁRIO a guarnição deverá: I - se possível, passar por todos os estabelecimentos de crédito de área, mediante criterioso planejamento; II - observar, nas circunvizinhanças de cada agência, se há algum veículo estacionado em atitude suspeita; III - manter contato constante com os responsáveis pelos respectivos estabelecimentos de crédito, a fim de obter informações úteis para o contato; IV - abordar os veículos estacionados em atitude suspeita nas proximidades das agências, com a devida cautela e dentro do estabelecido pelas normas em vigor, identificando seus ocupantes; V - não permitirestacionamento de veículos nas áreas de segurança dos referidos estabelecimentos. Art. 156 - O efetivo, o equipamento, o armamento e a viatura empregados no PAMESP BANCÁRIO serão os mesmos previstos para o PATAMO. Parágrafo único - Não havendo viatura do tipo C-14, poder-se-á utilizar a própria para o serviço de RP, com efetivo reduzido. SEÇÃO III - PATRULHAMENTO ESCOLAR Art. 157 - A missão do PAMESP ESCOLAR consiste em fazer o patrulhamento escolar, principalmente nos horários mais críticos e de entrada, recreio ou saída de alunos, com o intuito de prevenir delitos praticados contra professores ou estudantes e seus responsáveis, através de levantamento criterioso das escolas existentes na área de UOp. Art. 158 - Ao atuar no PAMESP ESCOLAR a guarnição deverá: I - entrar em contato constante com os diretores dos estabelecimentos de ensino, através do seu Cmt, a fim de se cientificar dos problemas existentes na área de cada escola; II - colher informações com professores e pais de alunos a respeito de ações de marginais ou desocupados nas circunvizinhanças dos colégios; III - identificar e revistar os suspeitos e vadios, cientificando-se a respeito de suas ações, no local dos estabelecimentos de ensino; IV - ter especial atenção quanto aos vendedores ambulantes nas proximidades das escolas, a fim de evitar venda de entorpecentes e revistas pornográficas. Art. 159 - O efetivo, o equipamento, o armamento e a viatura empregados no PAMESP ESCOLAR serão os mesmos empregados para as RP. CAPÍTULO VIII - DESTACAMENTO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO (DPO) E POSTO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO (PPC) SEÇÃO I - CONCEITO E FINALIDADE Art. 160 - O Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) e o Posto de Policiamento Comunitário (PPC) são frações de tropa destacadas de sede da UOp, capazes de executar todos os tipos de policiamento Ostensivo. Art. 161 - A finalidade do DPO é possibilitar a execução de todos os tipos de policiamento ostensivo, de maneira descentralizada, em locais cuja distância da UOp torne inviável a irradiação do policiamento, diretamente do aquartelamento sede. Art. 162 - A finalidade do PPC é possibilitar a execução de todos os tipos de policiamento ostensivo, de maneira especial, em locais cuja movimentação seja precária ao homem, ao animal e à viatura. Parágrafo único - O PPC será empregado normalmente em locais de grande concentração populacional, como favelas, conjuntos habitacionais e outros do mesmo gênero. SEÇÃO II - DA ORGANIZAÇÃO Art. 163 - O DPO ou o PPC serão organizados com as características peculiares a uma Unidade Policial-Militar operacional de proporções reduzidas, com capacidade para abrigar o efetivo necessário a atender a sua área de atuação. Art. 164 - O efetivo do DPO ou do PPC será variável de acordo com a extensão, a densidade demográfica e o índice de criminalidade da área de atuação. Parágrafo único - O efetivo do DPO e do PPC variará de o mínimo de 01 (um) grupo devidamente comandado ao máximo de 02 (dois) pelotões. Art. 165 - A organização administrativa do DPO e do PPC será baseada nos seguintes documentos básicos: I - livro de Parte Diária (LPD); II - livro de Registro de Supervisão e de visitas de inspeção (LRS); III - Mapa Carga; IV - Mapa Croqui da área, dividido em subsetores de patrulhamento; V - escala de patrulhamento dos subsetores da área; VI - Guia Rex; VII - escala de serviço diário; VIII - cadastro dos habitantes da área; IX - Código Penal e Lei das Contravenções Penais; X - exemplares do TRO; XI - exemplares do BRAT. Art. 166 - Para o perfeito funcionamento do DPO e do PPC serão imprescindíveis os seguintes equipamentos: I - uma viatura, equipada com rádio, sirene e giroscópio; II - um transceptor móvel sintetizado, com 40 (quarenta) canais; III - um transceptor fixo sintetizado, com 40 (quarenta) canais; IV - quatro transceptores portáteis sintetizados, com 40 (quarenta) canais; V - um telefone; VI - um megafone; VII - uma lanterna de 03 (três) pilhas; VIII - uma lanterna bicolor; IX - algemas (1 para por patrulheiro); X - duas camisas-de-força; XI - duas lonas para cobrir cadáver; XII - corda de 20 (vinte) metros com ganchos nas extremidades; XIII - um estojo de primeiros socorros; XIV - uma machado; XV - dois extintores de incêndio; XVI - um lampião a gás (com 2 botijões); XVII - uma caixa de madeira para o armamento, com cadeado; XVIII - três coletes refletivos; XIX - outros equipamentos, a critério do Cmt da UOp, em função da necessidade do serviço. Art. 167 - O armamento e a munição específicos de um DPO ou PPC serão os seguintes: I - uma metralhadora de mão (opcional); II - revólver calibre “38” (1 (um) por PM); III - 10 (dez) bombas de gás lacrimogêneo; IV - bastão policial (1 (um) por PM); V - uma espingarda calibre “12” (opcional); VI - munição suficiente, a critério do Cmt da UOp, de acordo com o armamento utilizado. SEÇÃO III - DA COMPETÊNCIA Art. 168 - Compete ao Cmt do DPO ou PPC: I - cumprir expediente; II - escalar seus comandados para o serviço; III - supervisionar todos os serviços relativos ao DPO/PPC; IV - zelar pela boa apresentação e preparo profissional de seus comandados; V - instruir seus comandados para a missão de patrulhamento, de acordo com o planejamento da UOp; VI - confeccionar e atualizar o cadastro dos habitantes da área de atuação; VII - solicitar à UOp qualquer tipo de material necessário ao bom andamento do serviço; VIII - solicitar reforço do efetivo caso haja necessidade; IX - comunicar ao Cmt da UOp todas as alterações dignas de menção; X - procurar entrosar-se com a população local, a fim de colher informações relativas às ações de marginais, bem como locais de homízio; XI - determinar seja efetuado patrulhamento, em subsetores predeterminados da área de atuação, nos horários críticos, sendo respeitados os horários de refeições e descanso da tropa; XII - determinar sejam cumpridos roteiros de Ptr, os quais devem ser diversificados, evitando-se patrulhamentos rotineiros; XIII - para os patrulhamentos dos subsetores deverá basear-se em levantamentos feitos através de estatística operacional, empregando o policiamento em locais de maior incidência criminal e de grande concentração de comércio. Art. 169 - Compete ao Cmt da guarnição de serviço: I - responder pelo Cmt do DPO/PPC, na ausência deste, no que lhe for afeto; II - encaminhar à DP da jurisdição toda e qualquer ocorrência de natureza policial; III - registrar as ocorrências e alterações durante o serviço, nos documentos próprios; IV - nos casos de transgressão da disciplina por parte de qualquer policial- militar, participar o fato e comunicá-lo ao Oficial-de-Dia da UOp; V - somente conduzir presos ao DPO/PPC em casos estritamente necessários à ordenação dos fatos, para, logo após, no mais curto espaço de tempo, encaminhá-lo à DP da jurisdição; VI - escalar os PM para o patrulhamento nos subsetores da área do DPO; VII - determinar os roteiros e horários de patrulhamento dos policiais- militares, de acordo com as ordens do Cmt do DPO/PPC e planejamento da P/3 da UOp; VIII - solicitar periodicamente localização dos policiais-militares patrulheiros, através de intercomunicadores portáteis ou rádio do DPO/PPC; IX - estar em condições de informar ao supervisor, quando supervisionado, quais os subsetores que estão sendo patrulhados; X - solicitar à UOp a viatura própria, para conduzir os presos à DP; XI - se não houver a viatura de transporte de presos na UOp, utilizar a viatura do DPO/PPC ou, na falta desta, solicitar ao Centro de Comunicações a RP do setor ou o PATAMO para que os conduza à DP; XII - informar ao Cmt do DPO/PPC todas as alterações relativas ao serviço . Art. 170 - Compete aos demais policiais-militares componentes da guarnição: I - jamais agir no campo da Polícia Judiciária, área afeta à Polícia Civil; II - deverão agir, a princípio preventivamente,devendo as ações represivas limitar-se aos casos surgidos durante o patrulhamento ou àqueles que forem encaminhados à sede do DPO/PPC; III - conduzir os presos e as testemunhas à DP da jurisdição; IV - patrulhar somente os locais que estejam determinados pelo Cmt do DPO/PPC, obedecendo à escala de patrulhamento; V - quando em patrulhamento entrar em contato via rádio de 20 em 20 minutos com o DPO/PPC, informando a localização exata, no subsetor de Ptr determinado para tal; VI - agir sempre em conjunto nas favelas e morros; VII - ao patrulhar becos, procurar seguir junto às paredes sempre com um companheiro cobrindo a retaguarda; VIII - só fazer abordagem de barracos ou residências suspeitos quando autorizado, além de estar no mínimo com mais 02 (dois) companheiros; IX - tratar os habitantes da área com bondade e compreensão, porém agir energicamente, dentro da lei, para com os marginais; X - só fazer disparos com motivo justo, pois disparos a esmo poderão atingir inocentes; XI - tendo certeza de que há marginais no interior de um barraco, solicitar reforço ao DPO/PPC ou à UOp, mantendo-se vigilante com relação ao local de homízio; XII - solicitar sempre autorização ao responsável ou proprietário para penetrar num imóvel; XIII - participar ao Cmt da guarnição todas as alterações relativas ao serviço; XIV - registrar no TRO (preenchendo-o) todas as ocorrências e flagrantes realizados. CAPÍTULO IX - CABINA DE POLICIAMENTO SEÇÃO I - CONCEITO E FINALIDADE Art. 171 - A Cabina de Policiamento é o sistema de aplicação do policiamento ostensivo em pontos de uma área tipicamente urbana, com população constante ou eventual próxima do nível de saturação demográfica e alto índice de ilícitos penais. Art. 172 - A finalidade de aplicação do policiamento ostensivo por meio de cabinas é proporcionar sensação de segurança à população através da certeza da proteção policial presente no local. Art. 173 - As cabinas de policiamento podem ser de dois tipos: I - cabinas abertas; II - cabinas fechadas. SEÇÃO II - CABINA DE POLICIAMENTO ABERTA Art. 174 - A cabina de policiamento do tipo aberta, indicada para locais de grande fluxo de pessoas em horários determinados, elementos próprios das zonas comerciais, possui as seguintes características: I - é fixada sobre um pedestal 50 (cinqüenta) centímetros acima do nível da rua; II - possui dois assentos interiores; III - possui cobertura; IV - exige para seu funcionamento a utilização de rádios portáteis. § 1º - A cabina aberta destina-se ao funcionamento em turnos de serviço de oito horas, cobertos nos horários críticos, de acordo com as peculiaridades da área e o planejamento da UOp. § 2º - O efetivo próprio estabelecido para cobertura da cabina aberta é de 02 (dois) PM por turno de serviço. § 3º - Sempre que houver disponibilidade, o efetivo previsto para a cabina aberta poderá contar com a participação de 01 (um) Sd PM Fem. § 4º - O Cmt da equipe de serviço será 01 (um) Cb PM ou, na falta deste, o Sd PM mais antigo. § 5º - Obrigatoriamente, as equipes de serviço deverão ter 01 (um) PM motorista habilitado, devidamente credenciado na Corporação. § 6º - Durante os turnos de serviço os PM deverão adotar os seguintes procedimentos: 1) enquanto um PM estiver efetuando o patrulhamento em torno da cabina, o outro deverá permanecer no seu interior; 2) o patrulhamento deverá ser efetuado num raio de ação que permita ao patrulheiro observar a cabina e ser observado pelo companheiro do seu interior; 3) qualquer que seja a situação, os PM deverão manter contato constante através dos rádios portáteis, entre si e com outros tipos de policiamento nas redondezas. § 7º - As cabinas abertas só possuirão material e documentos permanentes se, em decorrência de planejamento da UOp, ficar estabelecida a sua cobertura durante as 24 (vinte e quatro) horas diárias. SEÇÃO III - CABINA DE POLICIAMENTO FECHADA Art. 175 - A cabina de policiamento do tipo fechada, indicada para os locais onde, mediante planejamento, fique caracterizada a necessidade de policiamento permanente, possui as seguintes características: I - possui o formato hexagonal, com uma porta e janelas; II - é fixada sobre uma base de concreto acima do nível da rua; III - possui equipamentos de rádio fixos, móveis e portáteis; IV - possui uma viatura do tipo RP. § 1º - A cabina fechada destina-se ao funcionamento em turnos de serviço de oito horas, cobertos durante as 24 (vinte e quatro) horas diárias. § 2º - O efetivo próprio estabelecido para a cobertura da cabina fechada é de 03 (três) PM por turno de serviço. § 3º - Sempre que houver disponibilidade, o efetivo previsto para a cabina fechada poderá contar com a participação de 01 (um) Sd PM Fem. § 4º - A guarnição de cobertura de cada cabina, composta pelas equipes de serviço, será comandada por um Sgt PM. § 5º - Cada equipe de serviço será comandada por 01 (um) Cb PM e, na falta deste, pelo Sd PM mais antigo. § 6º - Obrigatoriamente, as equipes de serviço deverão ter 01 (um) PM motorista habilitado, devidamente credenciado na Corporação. § 7º - Durante os turnos de serviço, as equipes de serviço deverão adotar os seguintes procedimentos: 1) Durante o turno de serviço um Sd PM permanecerá sempre no interior da Cabina, enquanto os outros percorrerão seus arredores obedecendo a roteiros de patrulhamento motorizado ou subsetores de patrulhamento a pé, previamente estabelecidos; 2) o Sd PM que permanecer no interior da Cabina apoiará o Sd PM que estiver percorrendo seus arredores, e por este será apoiado; 3) o interior da Cabina será ocupado alternadamente por todos os policiais- militares que compõem a equipe de serviço em cada turno, num revezamento feito a cada hora, ficando a viatura tipo RP sempre coberta com um motorista habilitado e credenciado pela Corporação, em condições de ser utilizada; se houver mais de um motorista em uma mesma equipe, estes também se revezarão na ocupação do interior da cabina; 4) por sua posição privilegiada (acima do nível da rua), o Sd PM que estiver no interior da Cabina terá um raio de visão amplo, o que lhe permitirá observar mais facilmente o que ocorrer a distância maiores; para melhor aproveitamento dessa facilidade, ele deverá manter-se de pé durante todo o tempo, sempre atento ao que possa ocorrer ao seu redor; 5) o Sd PM de cada equipe, motorista habilitado e credenciado pela Corporação, na falta de um graduado, será o responsável pela viatura RP, integrante da Cabina; 6) a viatura RP da Cabina deverá ser empregada no patrulhamento local obedecendo aos roteiros previamente estabelecidos, variando o tempo de patrulhamento de acordo com a extensão dos mesmos, podendo ter tantos Pontos Base (PB) quantos forem necessários; 7) o roteiro de Patrulhamento Motorizado deverá abranger a maior área possível da comunidade doadora dos equipamentos, limitando-se, todavia, à área física sob sua influencia e, em casos excepcionais, por problemas de circulação viária, será permitida a extensão desses Roteiros a uma pequena área física de não integrantes da comunidade doadora; 8) o patrulhamento motorizado poderá ser realizado apenas com um Sd PM, que será o patrulheiro motorista; 9) entre a realização de um percurso e outro, deverá a viatura ficar baseada em um PB afastado, mas sob as vistas de sua Cabina, sempre em condições de ser utilizada; 10) a viatura deverá ser conduzida diariamente à UOp, para limpeza e abastecimento, às 05:00 horas, retornando à Cabina às 06:00 horas, com a equipe que entrará de serviço; 11) nos casos de criação de policiamento comunitário tendo como núcleo a Cabina, o efetivo previsto anteriormente poderá ser aumentado bem como adotados outros tipos de policiamento; 12) quando houver telefone instalado no interior da Cabina, este deve ser usado apenas para recebimento de chamadas, salvo nos casos que justifiquem o seu uso para ligação;13) os policiais-militares escalados na Cabina deverão, além das atividades de policiamento, desenvolver outras atividades compatíveis com aquela, tais como prestação de informações e acionamento de outros serviços públicos que se façam necessários; 14) as UOp que possuem Cabinas fechadas em áreas consideradas pontos turísticos, deverão escalar policiais-militares que possuam cursos de especialização em turismo; 15) o LPD destina-se ao registro de assuntos administrativos, supervisão e sugestões apresentadas pela comunidade local; 16) as ocorrências tipicamente policiais deverão ser registradas em TRO; 17) os documentos ou objetos perdidos que forem entregues na Cabina deverão ser remetidos à UOp, através do Oficial Supervisor que primeiro por ela passar, sendo tal fato lançado em LPD; 18) a Brochura deverá ser encaminhada ao Cmt da Cia, todas as segundas- feiras, pela equipe que sai de serviço às 06:00 horas, e aquele manterá o P/3 da UOp, bem como as demais Seções interessadas, informadas de todas as alterações nela contidas; 19) o PM que atuar na Cabina deverá ter sempre em mente que a postura em serviço, quer em seu interior, quer na execução do patrulhamento, motorizado ou a pé, é de fundamental importância para a imagem da Corporação perante a opinião pública; 20) é terminantemente proibida a leitura na Cabina, bem como as conversas no patrulhamento, que não sejam em objeto de serviço; 21) qualquer que seja a situação, os PM deverão manter contato constante através dos rádios da Cabina, da viatura e portáteis, entre si, com o Centro de Comunicações e com outros tipos de policiamento nas redondezas; 22) os PM componentes da equipe de serviço na Cabina, incluindo-se o motorista da viatura, quando não dispuserem de meios de comunicação deverão fazê- lo através da utilização do apito ou qualquer outro meio ao alcance; 23) deverão ser observados todos os preceitos em vigor, constantes ou não deste Manual, para a perfeita execução de suas missões. § 8º - O equipamento próprio da Cabina de Policiamento do tipo fechado classifica-se da seguinte forma: 1) equipamento da Cabina; a) extintor de incêndio; b) lanterna de três pilhas; c) prancheta de madeira; d) estojo de primeiros socorros; e) cinco fichas para telefone público; f) algemas (um par por PM); g) um transceptor fixo sintetizado; h) um transceptor móvel sintetizado; i) dois transceptores portáteis sintetizados; j) uma viatura RP. 2) equipamento da viatura: - a viatura deverá possuir o equipamento próprio de uma RP. 3) documentos administrativos: a) Livro de Partes diárias (LPD) e registro de supervisão; b) Mapa Carga; c) Guia Rex; d) catálogo telefônico de logradouros; e) catálogo telefônico de assinantes. § 9º - As Cabinas de Policiamento do tipo fechado poderão possuir equipamento telefônico instalado através de cessão de uso, pela comunidade, e deverão possuir “Painéis Comunitários”, que serão objeto de especificação em documento próprio, oportunamente. § 10 - O material distribuído à Cabina, relacionado em Mapa Carga, será de responsabilidade direta dos Cmt de equipes e indireta do Cmt da guarnição. ................................ /// ................................