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15.05.2024 
PSICOLOGIA DA SAÚDE 
INVESTIGAÇÃO E INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA DA SAÚDE 
 
AVALIAÇÃO 
 
 
INTERVENÇÃO 
A avaliação, como etapa inicial, possibilitará compreensão de aspectos como: 
• Comportamentos associados à saúde e a doença, 
• Evidência de psicopatologias, 
• Estratégias de enfrentamento, no sentido de planejar a intervenção mais adequada para 
aquele contexto específico, 
• Preditivos e barreiras à adesão de tratamento. 
Pode e deve ser realizado em diferentes momentos do tratamento. (Baptista e Borges, 2017). 
 
A AP (AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA) EM SAÚDE 
(Borges e Baptista, 2018) 
 
A avaliação psicológica é de extrema importância, pois, de maneira sistemática, é possível 
avaliar diferentes aspectos (afetivos, cognitivos e comportamentais) do paciente, família, 
sistema de saúde e do contexto sociocultural (Belar e Deardorff, 2009; Capitão e Baptista, 2015; 
Friedman e Silver, 2007). 
“Um procedimento sistemático utilizado para obter amostras de comportamento pertinentes 
ao funcionamento psicoafetivo de um indivíduo (Urbina, 2007).” 
 
DEMANDA 
 
 OBJETIVO SOLICITANTE 
 
 
AMBIENTE 
 
 
AVL 
2 
 
De acordo com Moss (1977), as seguintes perguntas podem delinear seu entendimento, 
independentemente das doenças, apresentada pelo paciente: 
• Como o paciente lida com a dor e os sintomas apresentados? 
• Como enfrenta o ambiente hospitalar? (*) 
• Como é a sua relação com a equipe de saúde? 
• Apresenta nível razoável de equilíbrio emocional? 
• Mantém uma autoimagem satisfatória? 
• Como está sua percepção de suporte familiar e social? 
• Está ciente e preparado para enfrentar um futuro incerto? 
• Tem consciência e conhecimento dos procedimentos médicos recebidos? 
 
 
 
É estritamente importante observar não somente o paciente, mas também todo seu entorno, 
como a manifestação da doença e a relação paciente-família-médico-saúde. (Baptista, Borges, 
2017). 
 
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO 
• Entrevista 
• Observação 
• Questionários 
• Diários 
• Testes Psicológicos 
3 
 
 
Belar e Deardoff (2009), destacam que, em geral, dois tipos de medidas psicométricas podem 
ser utilizados nesse contexto: as do espectro amplo e restrito. As medidas psicométricas de 
espectro amplo citados pelos autores são medidas de avaliação da personalidade e/ou têm 
grandes quantidades de informações referentes à saúde geral/mental. 
 Obviamente, medidas de personalidade com grandes quantidades de itens e até mesmo 
métodos expressivos (por exemplo: Rorschach) nem sempre são adequados a diversos 
contextos de saúde em virtude das condições de aplicação, pouco tempo para o profissional 
integrar os dados, pouco tempo que o paciente tem para receber a avaliação e intervenção, 
objetivo específico da intervenção de um psicólogo da saúde, contexto, entre outras restrições. 
 
UM GRANDE PROBLEMA: A ADESÃO 
(Brannon, Updegraff, Feist,2023) 
 
“A falha em seguir o conselho médico é um problema generalizado (...) encontrar “maneiras 
eficazes de ajudar as pessoas a seguir os tratamentos médicos podem ter efeitos muito maiores 
na saúde que qualquer tratamento em si” (Haynes et al., 2008, p.20) 
 
O comportamento aderente é menos atraente ou difícil de implementar. 
 
 
 
4 
 
ADESÃO 
O limite dentro do qual o comportamento de 
uma pessoa coincide com o conselho médico 
ou da saúde. 
 
É a capacidade e a vontade de uma pessoa 
seguir as práticas de saúde recomendadas. 
 
Não existe uma personalidade não aderente, 
pois a não adesão é situacional (mesmo que 
complexa). 
A não adesão não é um traço de 
personalidade global, mas é específico de 
uma determinada situação. 
Qual a frequência da não adesão? 
Isso dependerá de como a adesão é definida, 
da natureza da doença, das características 
demográficas da população e dos métodos 
usados para avalia-la. 
 
Possíveis barreiras: 
• problemas financeiros ou práticos 
para marcar e manter consultas 
• para preencher, receber e 
reabastecer receitas 
• dificuldades com prescrição (custo, 
acesso, gosto, rotina) 
• ineficácia da prescrição 
• esquecimento 
• desaparecimento dos sintomas 
• piora do quadro 
• viés otimista 
• mentalidade 
 
ALGUNS DADOS 
O que importa predizer a adesão não é a gravidade objetiva da doença do paciente, mas sim a 
percepção da sua gravidade. 
(DiMatteo, Haskard & Williams, 2007). Ou seja, as pessoas aderem mais quando acreditam que 
existe uma ameaça, mesmo que sua crença não corresponda aos fatos médicos. 
• O risco de não adesão é três vezes maior em pacientes deprimidos que naqueles não 
deprimidos. Estudos mais recentes mostram que a depressão está relacionada à menor 
adesão entre pessoas que lidam como doenças crônicas, como diabetes e HIV (Gozalez 
et al., 2008; Katon et al.,2010; Sin & DiMatteo, 2014). 
+ DADOS 
• Pacientes que expressam otimismo e estados de espírito positivos têm melhor saúde 
física e são mais propensos a aderir aos seus regimes médicos. (Chida & Stepton, 2008; 
Pressman & Cohen, 2005; Rasmussen, Scheier & Greenhouse, 2000, Gonzalez et al., 
2004). 
• Relação conscienciosidade (BIG FIVE) – Adesão a estilo de vida saudável (Bogg & 
Roberts, 2013: Takahashi et al., 2013; McCrae & Costa, 2003). 
 
Pessoas com alta consciência tendem a ser responsáveis, organizadas e autodisciplinadas. Não 
é de surpreender que a consciência prediz a adesão a um estilo de vida saudável em geral 
(Takahashi et al., 2013). 
 
 
 
5 
 
+ DADOS 
• O nível de apoio social que se recebe de amigos e familiares é um forte preditor de 
adesão. Em geral, aqueles que estão isolados dos outros tendem a não aderir. O prático 
inclui lembretes, conselhos úteis e assistência física na adesão. O emocional inclui 
nutrição, empatia e encorajamento. 
Pessoas com maior renda e escolaridade tendem a ser mais aderentes. Duas 
metanálises mostram que é a renda, e não a educação, que se relaciona mais 
fortemente com a adesão (DiMatteo, 2024; Falagaz, Zarkadoulia, Pliatsika & Panos, 
2008). 
 
EXEMPLOS DE MENTALIDADE 
• “É muito problema.” 
• “A medicação funciona apenas 
depois de uma semana, então parei 
de tomá-la.” 
• “Eu não vou ficar doente. Meu Deus 
vai me salvar.” 
• “Eu nuca serei capaz de manter esse 
plano de dieta.” 
• Tenho vergonha de ir à academia.” 
• “Não tenho tempo na minha agenda 
para me exercitar.” 
• “A medicação me deixa doente.” 
• “Eu não gosto do meu médico.” 
• “Eu não entendi as instruções da 
minha médica e fiquei com vergonha 
de pedir para ele repeti-las”. 
 
 
6 
 
 
 
22.05.2024 
 
 
 
 
TEORIAS DO CONTINUUN DO 
COMPORTAMENTO EM SAÚDE 
 
Identificam variáveis que devem prever a 
probabilidade de indivíduos a aderir a um 
comportamento saudável. 
 
 
o MODELO DE CRENÇA 
o TEORIA DA AUTOSUFICIÊNCIA 
o TEORIA COMPORTAMENTAL 
o TEORIA DO COMPORTAMENTO 
PLANEJADO 
 
 
MODELO DE CRENÇAS 
 
Aborda motivação, atitudes e intenções, mas não o comportamento 
real ou a mudança de comportamento (Schwazer, 2008) 
 
PERCEPÇÃO DA SUSCETIBILIDADE 
À DOENÇA OU DEFICIÊNCIA 
 
 
(*) PERCEPÇÃO DAS BARREIRAS, PERCEPÇÃO DA GRAVIDADE 
INLUINDO CUSTOS FINANCEIROS DA DOENÇA OU DEFICIÊNCIA 
 
 
 
(*) PERCEPÇÃO DOS BENEFÍCIOS DE 
COMPORTAMENTOS QUE MELHORAM A SAÚDE 
 
(*) Melhores preditores de comportamento 
Comportamento 
em saúde 
7 
 
 
TEORIA DA AUTOEFICÁCIA 
 
A autoeficácia é um conceito que se refere 
à confiança das pessoas de que podem 
realizar os comportamentos necessários 
para produzir os resultados desejados em 
uma situação específica. 
 
 Pessoa 
 
 
 
 
 
 
Meio Ambiente Comportamento 
 
 
 
 
 
TEORIA COMPORTAMENTAL 
 
Se concentra no reforço e nos hábitos que 
devem ser mudados. 
 
Quando as tentativas de uma pessoa de 
mudar o comportamento são 
recompensadas, é mais provável que essas 
mudanças persistam. As recompensas 
podem ser extrínsecas(dinheiro e elogios) 
ou intrínsecas (sentir-se mais saudável). 
 
Do mesmo modo também reconhece a 
importância de dicas e contratos para 
melhorar a adesão, 
 
 
ESTRATÉGIAS POSSÍVEIS 
 
o Notificar sobre as próximas consultas 
o Fornecer dicas 
o Recompensar comportamentos 
o Contrato de contingência 
o Cultivar e reforçar automonitoramento 
o Adequar regimes 
o Entrevista motivacional 
 
 
TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO 
 
 
Pressupõe que as pessoas agem de maneira a ajuda-las a alcançar objetivos importantes. Se 
concentra nas atitudes das pessoas em relação a um comportamento, suas crenças sobre 
normas subjetivas e sua percepção do controle comportamental como preditores de intenções. 
Um ponto forte da teoria do comportamento planejado é que esta identifica as crenças que 
moldam o comportamento. 
 
 
(*) Faz um trabalho melhor que o modelo de crenças em saúde e a teoria da autoeficácia em 
reconhecer as pressões sociais e ambientais que influenciam o comportamento em 
decorrência de normas subjetivas. 
 
 
 
 
 
8 
 
ENTÃO COMO E ONDE INTERVIR? 
 
 ③ 
 
 
② 
 
 
 
 
 ① 
 
 
Figura 4.4 – Abordagem do processo de ação em saúde 
Fonte: Adaptado com permissão de Ralf Schwarzer 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
1. Escolha 1 comportamento/atitude desafiador ao qual você tem problemas para aderir. 
2. Liste de 3 a 5 intenções de implementação que possam ajudar em sua adesão. Seja 
específico (a) – dia, horário, como, etc... 
Após uma semana, considere os efeitos dessas intenções de implementação. Elas ajudaram? 
Sim ou não, por quê? 
 
 
 
 
 
 
“ Muitos dilemas sociais chegam fantasiados de sofrimento psíquico. As pessoas 
sofrem por mazelas que são produzidas socialmente.” 
 
 
 
 
Autoeficiência 
Expectativa 
de resultados 
Intenção Planejamento Ação 
Percepção 
de risco 
 
Exercícios simples de intenções de 
implementação são eficazes para 
ajudar as pessoas a aderir a uma ampla 
variedade de comportamentos de 
saúde. 
É o “onde, como e quando”. Isso torna 
as pessoas menos propensas a 
esquecer suas intenções. 
Autoeficácia = Autocompaixão 
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ATUAÇÃO DO PSI NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 
ROTEIRO: 
o Contexto atual 
o Desafios do trabalho 
o AB e Psicologia Social Crítica 
o O que a práxis em saúde nos demanda 
o (alguns) Indicadores de trabalho 
o (algumas) Estratégias de superação e enfrentamento 
 
Psicólogos (as) Território 
o Epidemiologia 
o Determinantes Sociais 
o Equipamentos Existentes 
o Público Atendido 
o Necessidades Individuais 
 
AUMENTO DE PSIS NA AB 
Grande expansão da ESF (Reforma Sanitária). Integralidade e cuidado 
Reforma Psiquiátrica 
Os princípios de extinção dos manicômios e substituição destes por serviços de base 
comunitária fez sobretudo os CAPS se espalharem pelo território nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
“A inserção das (os) psicólogas (os) nas políticas públicas de saúde convocou a (o) profissional 
da Psicologia a deixar o consultório e ampliar o seu setting para conhecer o território em seus 
riscos e potenciais. Essa clínica que se propõe a estar nas praças, ruas e casas não abre mão de 
condições objetivas de trabalho, o “conforto das quatro paredes”. 
“A postura individualista para tratar dos usuários vai na contramão do que seria a atuação 
comprometida com a comunidade, além de também se contrapor ao conceito de saúde que 
norteia o SUS – que inclui os aspectos sociais nos cuidados”. 
 
Cabe a AB a função de prevenir os agravos 
de saúde mental. O profissional da 
Psicologia torna-se um ator estratégico na 
operacionalização de uma politica 
antimanicomial dentro da atenção básica. 
10 
 
“É preciso reinventar as práticas psicológicas, (...) autorizando-nos a inventar, no cotidiano, 
estratégias que não obedeçam às fórmulas prescritas “ (Nascimento, Manzini e Bocco, 2006, 
p.19) 
É preciso (...) se libertar das amarras que prendem a atuação do psicólogo a uma única ação e 
dar liberdade para que ela se transforme em atividades necessárias PARA AQUELE MOMENTO. 
 
DESAFIOS PARA O TRABALHO 
o Lógica curativo-individual / Clínica hegemônica 
o Expectativas de gestores, equipes e usuários 
o O alto número de encaminhamentos / acionamentos equivocados 
o Estrutura física 
o Vazios curriculares 
o A interdisciplinaridade (fragmentação do cuidado) 
o Gestão pautada na lógica produtivista 
o Os impasses éticos relacionados ao registro em prontuários multiprofissionais e ao 
compartilhamento de informações em discussões de caso 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO BÁSICA E PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA 
 
SOBRE A PSI SOCIAL CRÍTICA 
 
Um posicionamento ético-político e não área de atuação cujo objetivo é transformação de 
vidas em meio aos impactos da colonização eurocêntrica nos modos de vida latino-americanos. 
Parte-se do princípio de que a Psicologia é chamada a tomar uma posição sobre os adventos da 
vida cotidiana, não sendo, assim, neutra. Afinal, nenhuma ação humana é isenta de ideologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Interdisciplinaridade = interação entre profissionais 
o Multidisciplinaridade = vários profissionais 
 
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PRÓXIMA AULA - TRABALHO BIMESTRAL REALIZADO EM SALA 
Análise dos personagens abaixo: 
 
 
29.05.2024 
ESTUDO DE CASO 
Monica Geller 
30 anos, chef e proprietária de restaurante, atualmente namorando. 
Histórico 
Monica é sua paciente de psicoterapia. Em sessão, decidiu discutir sua percepção de assistência 
médica por parte do psiquiatra que cuida de seu caso, classifica como “fria”, e sua desconfiança 
com a medicação prescrita. Seus sintomas de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) estão 
atualmente controlados, porém, considera evasão do tratamento, um assunto que ela decidiu 
compartilhar. 
Monica tem um histórico de obesidade na infância e adolescência, o que afetou profundamente 
sua autoestima e relações sociais. Ela frequentemente se compara com o irmão, Ross, que 
recebeu mais apoio e reconhecimento dos pais. A falta de apoio parental e as constantes 
comparações com Ross contribuíram para a necessidade de controle e perfeição em sua vida. 
Estado Psicossocial atual 
Monica é uma mulher bem-sucedida do ponto de vista de carreira e vida financeira. Aprendeu 
a manejar conflitos e atritos advindos de seus sintomas e mania de controle. Apesar desses 
momentos, sua queixa se foca na desconfiança com o tratamento atual, pondo em xeque seu 
prognóstico. 
Saúde Mental e Emocional 
Monica apresenta sintomas consistentes com o TOC, caracterizados por uma obsessão com 
limpeza e organização. Graças ao tratamento, seus sintomas estão atualmente controlados, mas 
a desconfiança em relação à medicação e a percepção de uma assistência fria por parte do 
psiquiatra estão causando angústia e dúvidas sobre a continuidade com o tratamento. 
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Sintomas: 
Obsessões: Preocupações intrusivas e persistentes sobre limpeza e ordem, medo de 
contaminação, necessidade de simetria e perfeição. 
Compulsões: Comportamentos repetitivos e ritualísticos de limpeza, arrumação e verificação 
constante para aliviar a ansiedade das obsessões. 
Ansiedade: Elevada ansiedade e estresse quando as coisas não estão em ordem ou quando não 
consegue realizar seus rituais de limpeza. 
 
Atividade Processual | 2º Bimestre 2024 
Período: 5º Turno: ( ) Matutino ( X ) Noturno Data: 29.0.2024 
 
Integrantes do Grupo: 
 
 
Káthia Renata Góes Pires Bortolin 
Leia o caso recebido e elabore um plano de intervenção junto ao paciente considerando sua 
realidade situacional, contexto de vida, quadro psicopatológico envolvido (se presente), 
mentalidade e postura atual. Considere as possíveis barreiras e risco à adesão ao tratamento 
conforme o contexto apresentado e trace estratégias cabíveis apoiando-se nas teorias 
continuum do comportamento em saúde, princípios e práticas de promoção e prevençãoe 
métodos avaliativos em Psicologia. 
Caso: Monica Geller - Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de 
Intervenção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Exploração das Crenças e Percepções: Iniciar o tratamento explorando as 
crenças e percepções de Monica em relação à assistência médica e 
medicação. Validar suas preocupações e ouvir suas dúvidas de forma 
empática e acolhedora. 
 
2. Educação e Informação: Fornecer informações detalhadas sobre o TOC, 
seus sintomas, formas de tratamento e a importância da adesão ao 
tratamento medicamentoso e psicoterapêutico. Explicar os benefícios da 
medicação e como ela auxilia no controle dos sintomas. 
 
3. Construção de Aliança Terapêutica: Estabelecer uma relação de confiança 
com Monica, demonstrando empatia, respeito e apoio incondicional. Criar 
um ambiente terapêutico seguro onde ela se sinta à vontade para expressar 
suas preocupações e dúvidas. 
 
4. Psicoeducação sobre Estratégias de Enfrentamento: Ensinar técnicas de 
enfrentamento para lidar com a ansiedade e compulsões, como a técnica de 
exposição e prevenção de resposta (ERP) e mindfulness. Incentivar a prática 
de exercícios de relaxamento e mindfulness para reduzir a ansiedade. 
 
5. Exploração dos Conflitos e Traumas do Passado: Explorar a influência do 
histórico de obesidade, falta de apoio dos pais e comparações com o irmão 
na vida de Monica. Trabalhar a autoestima, autoaceitação e ressignificação 
dessas experiências para promover o autocuidado e a autocompaixão. 
 
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6. Monitoramento e Acompanhamento: Realizar um acompanhamento mais 
próximo de Monica, monitorando sua adesão ao tratamento, evolução dos 
sintomas e eventuais recaídas. Ajustar o plano de intervenção conforme 
necessário para garantir a eficácia do tratamento e a melhora do quadro 
clínico. 
 
7. Estabelecimento de Metas Realistas e Sustentáveis: Juntamente com 
Monica, estabelecer metas realistas e sustentáveis para o tratamento do TOC, 
levando em consideração suas necessidades, desafios e objetivos de vida. 
Encorajar a celebração de pequenas conquistas e progressos ao longo do 
tratamento. 
 
8. Reforço da Importância do Autoconhecimento e Autocuidado: Incentivar 
Monica a investir em atividades que promovam o autoconhecimento, 
autocuidado e bem-estar emocional, como a prática de exercícios físicos, 
hobbies, atividades de lazer e terapia ocupacional. 
 
Por fim, o plano de intervenção busca ajudar Monica a superar suas barreiras 
emocionais e comportamentais, promovendo sua saúde mental e emocional. 
A abordagem teórica será centrada na psicoeducação, na construção de uma 
aliança terapêutica sólida e na promoção do empoderamento de Monica para 
que ela possa tomar controle de sua vida e do tratamento do TOC. 
 
 
05.06.2024 
 
PSICOLOGIA SOCIAL 
A Psicologia Social, apesar de suas raízes na Europa, é um fenômeno norte-americano 
decorrente da migração, na década de 1930. De grandes pesquisadores, cientistas e psicólogos 
europeus para os Estados Unidos da América (Farr, 2002). 
 
Fundado: Augusto Comte (1830-1834) 
Questão Fundamental 
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No Brasil, desde a década de 1970, a Psicologia contribuiu para as transformações dos processos 
sociais e as relações entre teorias e práticas; os processos de investigação, a produção de 
conhecimentos e as éticas. 
O conhecimento psicológico utilizado como instrumento no desenvolvimento de trabalhos 
associados à esfera da educação, da saúde, trabalho, lazer e meio ambiente nas comunidades, 
contribuiu para o surgimento do trabalho da Psicologia Comunitária, e da transformação social 
(Lane, 2003) no cotidiano da maioria da população. 
 
Temas estudados: 
mudanças de atitudes |comunicações | conflitos | de valores | relações raciais | relações 
grupais | liderança | opinião pública | preconceitos 
 
2ª GUERRA MUNDIAL 
 
Pós-guerra: pesquisas e experimentos focados em relações sociais para uma vida melhor na 
sociedade, seus ajustamentos e adequação de comportamentos individuais ao contexto social. 
 
A Psicologia foi afetada pelas mudanças do mundo e, no impulso das mudanças, tanto na Europa 
como nos países pobres, houve o encontro dos movimentos sociais e o comprometimento com 
o conhecimento politizado e sua atuação passou por diferentes momentos, de assistencialismo 
e prevenção da saúde mental à militância e conscientização da população. 
 
É neste cenário que a Psicologia Social procura explicar o comportamento do indivíduo e esboçar 
sua personalidade perante atitudes e motivos diante da sociedade, e com esta atitude cria o 
isolamento do indivíduo no social. 
 
A Psicologia Social estuda, pesquisa e supervisiona essa relação entre o indivíduo e a sociedade, 
desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, 
valores e instituições necessários para continuidade da sociedade. 
 
“O INDIVÍDUO É UMA REALIDADE SOCIAL, HISTÓRICA E CULTURAL” 
 
O trabalho do psicólogo social envolve proposições de políticas e ações relacionadas à 
comunidade em geral e aos movimentos sociais de grupos étnico-raciais, religiosos, de gênero, 
geracionais, de orientação sexual, de classes sociais e de outros segmentos socioculturais, para 
a realização de projetos da área social ou de políticas públicas. 
 
 
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 
Antes de sua oficialização como disciplina em 1965, o estudo 
das comunidades era realizado pela Sociologia e pela 
Antropologia. 
A Psicologia Comunitária participa do estudo, análise e 
intervém nas questões psicossociais da comunidade, 
utilizando-se de técnicas da Psicologia Social e outras ciências 
do comportamento para a investigação e preenchimento das 
necessidades da Saúde Mental da população definida pela 
comunidade. 
 
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COMUNIDADE 
 
É o espaço de atitudes conflituosas que necessitam ser construídos e reconstruídos 
constantemente (Burke, 2002). 
 
É o agrupamento de pessoas que vivem em determinada área geográfica ou território (rural ou 
urbano) cujos membros têm alguma atividade, interesse, objetivo ou função em comum, com 
ou sem consciência de pertencimento, e de forma plural, com múltiplas concepções ideológicas, 
culturais, religiosas, étnicas e econômicas (Pereira, 2001). 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA 
 
É o espaço de atitudes conflituosas que necessitam ser construídos e reconstruídos 
constantemente (Burke, 2002). 
 
A desenvolvida Psicologia Social Comunitária é a continuação do trabalho exercido nas lutas dos 
movimentos sociais populares da década de 1930, que trouxeram à tona discussões políticas e 
econômicas, como a exigência de interferência do Estado no reconhecimento e ampliação dos 
Direitos Sociais e Políticos à cidadania (Albuquerque, 2008). 
 
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA 
 
Estuda também os processos e as qualidades do psiquismo decorrentes da vida em comunidade. 
Seu aproveitamento propõe o desenvolvimento da consciência nos moradores, o reflexo 
psíquico da vida comunitária, a representação das relações da comunidade no psiquismo e o 
aprofundamento da consciência. 
 
 
O trabalho do psicólogo com a comunidade proporciona interrelação 
com a coletividade. A atuação desse profissional tornou-se menos 
acadêmica e intelectual, e mais voltada à compreensão e vivência da 
população, permitindo acesso aos profissionais da Psicologia, como é de 
direito a todo cidadão. 
Os movimentos sociais ampliaram as perspectivas psicológicas sob os 
aspectos familiares, ambientais e culturais, firmados nos sociopolíticos 
e reforçando as práticas das teorias, na ampliação das concepções de 
saúde mental. 
Exemplo: Mudanças geradas pela Segunda Guerra Mundial, como a 
criação da ONU, a criação do SUS e SUAS, o nascimento do Programa 
de Saúde da Família (PSF). 
16 
 
1940 1950 1960 1970 
Presidente: Getúlio 
Vargas 
 
Características: 
 
Governo autoritário do 
Estado Novo (1937 - 
1945) 
 
Centralização do poder 
e representação 
política.Modernização 
industrial e 
infraestrutura. 
 
Criação das leis 
trabalhistas e 
previdenciárias. 
 
Presidente: Eurico 
Gaspar Dutra (até 
1951) e Getúlio Vargas 
(a partir de 1951) 
 
Características: 
 
Governo democrático 
(1946 - 1951) 
 
Abertura econômica ao 
capital estrangeiro. 
Plano Salte (Saúde, 
Alimentação, 
Transporte e Energia) 
 
Características de 
Vargas (segunda 
presidência): 
 
Criação da Petrobrás 
em 1953. 
 
Políticas de 
nacionalismo 
econômico e 
industrialização. 
 
Crise política que levou 
ao seu suicídio em 
1954. 
 
Presidente: Juscelino 
Kubitschek 
 
Características: 
 
Desenvolvimento 
acelerado e 
modernização (Plano 
de Metas) 
 
Construção de Brasília, 
a nova capital 
(inaugurada em 1960) 
 
Fomento à 
industrialização e 
infraestrutura. 
 
Estabilidade política e 
crescimento 
econômico. 
Presidente: Emílio 
Garrastazu Médice 
 
Características: 
 
Governo militar 
durante a Ditadura 
(1964 - 1985) 
Período conhecido 
como “Anos de 
Chumbo” devido à 
forte repressão política 
e censura. 
 
Milagre Econômico 
Brasileiro com elevado 
crescimento 
econômico. 
 
Investimento em 
infraestrutura, como à 
Rodovia 
Transamazônica. 
 
1940 – 1950: Nesta época o Brasil estava em reestruturação e com a expectativa do 
ingresso no setor agroindustrial, inclusive de mão de obra especializada no setor fabril. Esta 
demanda exigia o desenvolvimento de projetos, nas áreas educacionais e assistenciais, com o 
objetivo da preparação dos setores populares para estas tarefas. 
Esses trabalhos comunitários beneficiavam os interesses das elites econômicas do país e os 
projetos eram de prestação de serviços básicos à população. 
 
EM 1960: O Brasil e alguns países da América Latina entraram em confronto com o Estado 
e os capitalistas, este período foi marcado por greves, atingindo os trabalhadores urbanos e 
rurais. 
 
ANOS 60/70: Ditadura, fim dos direitos civis. 
No mundo eclodiram diversas manifestações populares. 
Os polos industriais e os centros de riqueza cresceram, enquanto a pobreza e a miséria 
tornavam-se intensas. No Brasil, inserção e envolvimento da Psicologia com setores menos 
privilegiados de forma voluntária e sem remuneração via projetos comunitários. 
 
 
17 
 
“Diante das irracionalidades globais em que vivemos, o retorno à comunidade, ao tipo de vida 
em que há participação de todos, seria uma maneira de resgatar o ser humano e a vida social 
(Guareschi, 1998).” 
 
SAÚDE COMUNITÁRIA 
Diferencia-se dos outros modelos por ter surgido a partir das comunidades, mais 
especificamente das populações excluídas e marginalizadas e tem emergido no âmbito 
profissional e acadêmico principalmente mediante trabalho dos psicólogos nas comunidades em 
situação de pobreza. 
 
O PSICÓLOGO COMUNITÁRIO não deve se colocar como promotor de transformação social, sua 
intervenção busca potencializar ações concretas na realidade comunitária a ser transformada. 
Para tanto, faz-se necessário potencializar recursos comunitários, integrando suas práticas aos 
movimentos sociais, à organização, luta e reivindicação comunitária, as associações 
comunitárias, aos sindicatos, aos demais movimentos e grupos de organização e luta política, 
ou seja, o psicólogo deve atuar menos em instâncias de controle, desenvolvendo práticas com 
grupos populares (Martin-Barô, 2011). 
 
 
 
METODOLOGIAS 
PALIATIVAS 
 
 
 
 
CAMINHADA 
COMUNITÁRIA 
 
 
 
 
 
 
VISITA 
DOMICILIAR 
 
 
 
 
 
CÍRCULO DE 
CULTURA 
 
 
 
Pressupõem e se apoiam na qualidade das relações, no compromisso com o outro 
e com a comunidade, construção de saberes de forma coletiva. 
 
Volta-se para o conhecimento e compreensão das dinâmicas que 
envolvem o fazer comunitário. É um espaço em que o profissional da 
saúde ou das políticas públicas passa a ser conhecido pelos moradores da 
comunidade, passar a conhecer os espaços significativos ou não que 
fazem parte da história daquele lugar. 
 
Prática investigativa ou de atendimento. Objetivos: fortalecer vínculos, 
obter informações, fazer um atendimento, conhecer a interação da 
família com o bairro, recolher dados para pesquisa. 
 
Criado por Paulo Freire em meados de 1964, a técnica busca 
compartilhar e ampliar os conhecimentos sobre determinada situação, 
incentivar a ação coletiva, estimular o desenvolvimento de uma 
consciência crítica e da participação popular. É um instrumento de 
expressão e aprendizagem, onde se criam espaços reflexivos e 
participativos em que os participantes são convidados a compartilhar 
sua compreensão sobre uma palavra ou tema gerador.

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