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PROTEÇÃO DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA II Proteção de Geradores Prof. Paulo Eduardo Darski Rocha, D.Sc. Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II PRINCIPAIS TIPOS DE RELÉS DE PROTEÇÃO Funções de proteção para Gerador Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os geradores síncronos são máquinas elétricas constituídas de enrolamentos estatóricos instalados na sua parte fixa denominada estator ou armadura que está conectada à rede elétrica, e de enrolamentos rotóricos, também denominados enrolamentos de campo, instalados na sua parte móvel denominada rotor. PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os geradores síncronos podem ser fabricados com um número reduzido ou elevado de polos. As máquinas com pequeno número de polos são denominadas geradores síncronos de polos lisos, enquanto as máquinas fabricadas com um elevado número de polos são denominadas geradores síncronos de polos salientes. PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os geradores podem ser acionados por diferentes máquinas primárias. Porém, para cada tipo de máquina primária deve corresponder a um projeto de gerador. As máquinas primárias usuais são: Turbinas hidráulicas. Turbinas a vapor. Turbinas a gás natural. Motor a óleo diesel, óleo combustível ou a gás natural. Turbinas eólicas. PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os geradores síncronos acionados por máquinas primárias de baixa rotação, como as turbinas hidráulicas, são fabricados com elevado número de polos (geradores de polos salientes), enquanto os geradores acionados por máquinas primárias de alta rotação, como as turbinas térmicas, são fabricadas com reduzido número de polos (geradores de polos lisos). Geradores acionados por turbinas hidráulicas são máquinas que operam a uma velocidade que pode variar entre 90 rpm e 100 rpm e são fabricados desde unidades com potência de 100 kW a 700 MW. Turbogeradores são máquinas que operam acopladas a uma velocidade de até 7000 rpm e são fabricados em unidades de até 120 MW. PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Uma fonte de corrente contínua alimenta os enrolamentos de campo originando um campo magnético, que em rotação no interior da armadura, induz uma tensão alternada nos enrolamentos estatóricos a uma frequência diretamente proporcional à rotação do rotor e ao número de polos do gerador. PROTEÇÃO DE GERADORES Características construtivas básicas Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os geradores são máquinas de grande importância dentro de um sistema de potência. A sua falha ou saída intempestiva provoca graves consequências no sistema elétrico se não houver geração disponível para substituir a unidade defeituosa. Estão sujeitos a vários tipos de defeito e certamente é um dos elementos de um sistema de potência com maior número de falhas. Em virtude disso, o seu esquema de proteção deve abranger um grande número de falhas possíveis, tornando- se muitas vezes complexo o sistema de proteção adotado. PROTEÇÃO DE GERADORES Critérios técnicos de proteção Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Os dispositivos de proteção de geradores síncronos devem atender a dois requisitos básicos: evitar a ocorrência de defeitos e, se eles ocorrerem, minimizar os danos decorrentes. Assim, na ocorrência de um defeito entre duas espiras de um enrolamento, o dano deverá ficar limitado a essa bobina com a intervenção segura do elemento de proteção. Caso a proteção não atue adequadamente, essa pequena avaria poderá estender-se às outras bobinas, culminando com um dano de maior natureza ou irreversível. Entre os diversos elementos que compõem um sistema elétrico, os geradores elétricos são aqueles que recebem um maior número de proteção, tanto por suas características operacionais dinâmicas quanto por sua importância no sistema. Estas se resumem em: PROTEÇÃO DE GERADORES Critérios técnicos de proteção Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos: As sobrecargas nos geradores são eventos que devem ser controlados com duração de tempo limitado, a fim de evitar que os enrolamentos estatóricos e rotóricos sejam danificados. Para isso são utilizados dispositivos de proteção que possam permitir determinados níveis de sobrecarga. Proteção contra curtos-circuitos: Os curtos-circuitos internos aos geradores ou na rede elétrica impõem que se utilizem dispositivos de proteção muito rápidos para reduzir a magnitude dos danos na máquina. Quanto maior é a capacidade nominal dos geradores e a sua posição estratégica no sistema elétrico, melhores e mais amplas devem ser as proteções aplicadas, de forma a evitar que os eventos externos venham impactar na operação dessas máquinas; e na eventualidade de falhas internas devem atuar um ou mais dispositivos de proteção, eliminando a possibilidade de danos em suas partes estatóricas e rotóricas, e se houver danos, que sejam de baixa magnitude. Entre os diversos elementos que compõem um sistema elétrico, os geradores elétricos são aqueles que recebem um maior número de proteção, tanto por suas características operacionais dinâmicas quanto por sua importância no sistema. Estas se resumem em: PROTEÇÃO DE GERADORES Critérios técnicos de proteção Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Temperatura: Os geradores são máquinas muito afetadas pela temperatura a que estão submetidos os seus enrolamentos e outros componentes como o eixo e as armaduras, causando danos muitas vezes irreparáveis. Assim, podemos associar as proteções de sobrecarga e de curto-circuito, as mais simples, às proteções de imagem térmica elevando o grau de segurança dos geradores. Sub e sobretensões: Os geradores são muito sensíveis às sub e sobretensões decorrentes da operação do sistema elétrico, ou das descargas atmosféricas incidentes sobre as linhas de transmissão podendo as tensões induzidas atingir essas máquinas. Sobrefrequências, sobrevelocidade, defeitos à terra, motorização: Para cada uma dessas anormalidades operacionais deve ser prevista uma proteção específica, de forma a garantir a integridade dos geradores e a continuidade do sistema elétrico. É numerosa a lista de causas que podem resultar em falhas nas unidades de geração, podendo, no entanto, ser resumida nas seguintes: PROTEÇÃO DE GERADORES Principais tipos de defeitos Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II b) Origem externa Sobrecargas contínuas. Curtos-circuitos nas linhas de transmissão. Rejeição de carga. Sobretensões de origem atmosférica. Sobretensões por manobra no sistema de potência. Perda de excitação. Desequilíbrio de carga entre as fases. a) Falhas construtivas e de materiais Falha nos materiais isolantes e não isolantes. Envelhecimento precoce dos enrolamentos. Introdução de corpos estranhos no interior do gerador durante a fabricação. Sobrevelocidade causada por perda de carga. Perda de sincronismo. Vibração do eixo do conjunto máquina primária-gerador. Temperatura externa elevada. Deficiência do meio refrigerante. Instalação do gerador em superfície inadequada. É numerosa a lista de causas que podem resultar em falhas nas unidades de geração, podendo,no entanto, ser resumida nas seguintes: PROTEÇÃO DE GERADORES Principais tipos de defeitos Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II c) Origem interna Curto-circuito no rotor. Curto-circuito no estator. Curto-circuito nos terminais. d) Origem nos equipamentos agregados Curto-circuito nos transformadores de corrente. Curto-circuito nos transformadores de potencial. Curto-circuito no transformador elevador. Curto-circuito no serviço auxiliar. Defeito na máquina primária. Na presença de qualquer uma dessas causas, podem surgir defeitos no gerador na forma de curtos-circuitos trifásicos, bifásicos e fase- terra. PROTEÇÃO DE GERADORES Filosofia de proteção Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Um sistema de proteção para geradores, independentemente de sua classificação, deve apresentar as seguintes características básicas. Não atuar para faltas além da zona de proteção. Limitar a corrente de defeito fase-terra para valores compatíveis com a suportabilidade dos equipamentos elétricos. Isso é importante, porque as impedâncias de sequência zero dos geradores são normalmente muito pequenas, acarretando correntes de defeito para a terra muito elevadas. Operar com extrema rapidez para defeitos internos ao gerador. Deve-se acrescentar que não existem relés e esquemas que proporcionem total proteção ao gerador. Assim, a atuação de qualquer função da proteção para qualquer falha que ocorra internamente ao gerador síncrono apenas reduzirá a área de abrangência da falha. PROTEÇÃO DE GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II O número de funções de proteção adotadas para um gerador é uma questão técnico-econômica. As funções de proteção que podem ser empregadas nos geradores são: Critérios técnico-econômicos de proteção Função 12: proteção contra sobrevelocidade. Função 21: proteção de distância. Função 24: proteção contra sobre-excitação. Função 25: dispositivo de sincronização. Função 26: proteção térmica. Função 27: proteção contra subtensão. Função 30: dispositivo anunciador. Função 32G: proteção direcional contra potência ativa: antimotorização. Função 32Q: proteção direcional contra potência reativa. Função 37: proteção contra perda de excitação. Função 40: proteção por perda de campo. Função 46: proteção contra desequilíbrio de corrente, também conhecida como proteção de sequência negativa. Função 49: proteção de imagem térmica. Função 50: proteção instantânea de fase. Função 50N: proteção instantânea de neutro. Função 50IE: proteção contra energização involuntária. Função 51: proteção temporizada de fase. Função 51N: proteção temporizada de neutro. Função 51G: proteção contra sobrecorrente temporizada de terra. Função 59: proteção contra sobretensão. Função 60: proteção contra desequilíbrio de tensão. Função 61: defeitos entre espiras do estator. Função 64R: proteção de terra do rotor. Função 64G: proteção de terra do estator. Função 78: proteção contra perda de sincronismo. Função 81: proteção contra sub e sobrefrequências. Função 86: relé de bloqueio de segurança. Função 87G: proteção de sobrecorrente diferencial. PROTEÇÃO DE GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II A quantidade de proteções associadas ao equipamento variam de acordo com o porte do gerador: Critérios técnico-econômicos de proteção PROTEÇÃO DE GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Esquemas de proteção Esquema geral de proteção contendo funções supra citadas. PROTEÇÃO DE GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Esquemas de proteção PROTEÇÃO DE GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Redundância dos esquemas de proteção CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Regimes de curto circuito A principal fonte das correntes de curto-circuito são os geradores. No gerador síncrono a corrente de curto-circuito inicial é muito elevada, porém vai decrescendo até alcançar o regime permanente. Assim, pode-se afirmar que o gerador é dotado de uma reatância interna variável, compreendendo inicialmente uma reatância pequena até atingir o valor constante, quando o gerador alcança o seu regime permanente. CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Correntes de curto circuito Uma questão importante na consideração da proteção de geradores é a forma de aterramento do ponto neutro das bobinas estatóricas. Assim, o ponto neutro pode ser solidamente aterrado ou aterrado sob resistência ou reatância. Essas formas de aterramento visam reduzir o valor da corrente de defeito à terra. Precauções devem ser tomadas na seleção do valor da resistência para evitar sobretensões danosas durante os eventos de curto- circuito monopolar. CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Esquema de ligação vs. Corrente de curto circuito Determine as correntes de curto-circuito na barra A do sistema de geração operando em ilha conforme mostra a Figura abaixo. O gerador tem capacidade nominal de 15 MVA e tensão nominal de geração de 13,8 kV. Os valores das impedâncias do gerador e do resistor de terra estão indicados no diagrama. Calcule a corrente monofásica de curto-circuito sem o resistor de terra e com o resistor de terra. CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 1: Corrente nominal do gerador CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 1: Curto-circuito trifásico na barra A Corrente de curto circuito bifásica na barra A CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 1: Curto-circuito monofásico na barra A sem resistor de aterramento Curto-circuito monofásico na barra A com resistor de aterramento CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 1: PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Aspectos gerais Em geral, como a proteção diferencial acarreta um custo apreciável, somente é aplicada nas seguintes condições: Em geradores com potência nominal igual ou superior a 1000 kVA independentemente da tensão nominal. Em geradores com tensão nominal igual ou superior a 5000 V independentemente da potência nominal. Em geradores com tensão igual ou superior a 2200 V com potência nominal superior a 500 kVA. A proteção diferencial de corrente em geradores tem como objetivo reduzir os danos internos à máquina para defeitos trifásicos, bifásicos e fase à terra. A sua aplicação é em parte semelhante à dos transformadores de potência. No entanto, o sistema de aterramento do neutro do gerador é de fundamental importância para aplicação da proteção diferencial. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Aspectos gerais Os relés diferenciais protegem os geradores contra os seguintes defeitos: Defeitos nos condutores instalados na zona de proteção diferencial. Defeitos internos ao gerador, com exceção de falta entre espiras. Defeitos monopolares à terra em qualquer ponto dos enrolamentos do estator, com exceção das faltas próximas ao ponto neutro do gerador. Os relés diferenciais não protegem os geradores contra os seguintes defeitos: Defeitos entre espiras dos enrolamentos. Defeitos externos à zona de proteção do relé. Rompimento das conexões dos enrolamentos. Defeitos monopolares entre enrolamentos e carcaça no caso de geradores isolados da terra. Algumas considerações devem ser feitas na aplicação dos relés diferenciais de corrente em geradores: a) Na proteção diferencial de geradores não há de se considerar a corrente de magnetização como ocorre com os transformadores de potência. b) Os defeitos internos aos geradores se caracterizam por ter início com um curto-circuito fase e terra em um dos enrolamentos estatóricos evoluindo para os demais enrolamentos. c) Recomenda-se que os transformadores de corrente utilizados na proteção diferencial sejam construídos na base de um mesmo projeto e tenham as mesmas características técnicas. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Aspectos gerais d) Não é possível utilizar proteção diferencial em geradores ligados em triângulo, devendo neste caso empregar-se a proteção de sobrecorrente. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão delta e) Quando os enrolamentos dos geradores estão conectados em estrela com acesso aos três terminais do fechamento da estrela a proteção pode ser tomada individualmente por fase. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão estrela f) Quando os enrolamentos dos geradores estão conectados em estrela com neutro acessível é possível utilizar a proteção diferencial para o neutro a partir do condutor que está conectado à terra. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão estrela g) Quando os enrolamentos dos geradores estão conectados em estrela com acesso aos três terminais do fechamento da estrela a proteção pode ser tomada individualmente por fase. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão estrela h) Em muitos casos deve-se conectar o ponto neutro da estrela à terra sob uma alta impedância. i) O uso da impedância de aterramento elevada tem os seguintes objetivos. Reduzir a corrente de defeito monopolar para obter melhores condições de seletividade. Reduzir a corrente de defeito monopolar para obter menores esforços dinâmicos e menor capacidade térmica dos equipamentos. Reduzir os danos internos ao gerador. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão estrela PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conexão estrela acessível j) É comum a utilização da proteção diferencial envolvendo diretamente o conjunto transformador- gerador. Esse tipo de configuração é denominado proteção diferencial longa ou estendida. Esse tipo de proteção é muito limitado pelos seguintes motivos: Diferenças entre os níveis de tensão entre o primário e o secundário. Se o transformador de potência for dotado de mudança de tape automático, mais crítico é o funcionamento do relé diferencial. Relações de transformação de correntes diferentes. Surgimento da corrente de magnetização do transformador. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conjunto gerador transformador A utilização da configuração, em que as bobinas do transformador elevador estão ligadas em delta no lado de menor tensão e em estrela no lado de maior tensão, permite que as correntes de defeito monopolar do sistema não circulem pelas bobinas do gerador. Outra vantagem desse tipo de ligação é quanto à ausência de circulação das harmônicas de 3a ordem e seus múltiplos, geradas pelo gerador, no sistema elétrico. PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Conjunto gerador transformador IdMin = 10% a 30% de In PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE CORRENTE (87) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Critérios de ajuste Na proteção diferencial do gerador não está presente o erro provocado pelo OLTC e os erros de mismatch, já que os TCs são de mesma relação. As atuações das proteções diferenciais das unidades geradoras devem provocar a desconexão imediata das unidades do sistema, com rejeição de carga, abertura do disjuntor de campo e parada total da unidade, com bloqueio (86E) A proteção diferencial não protege o gerador quando há perda de isolação entre as espiras de um enrolamento estatórico. Mesmo causando, em geral, correntes diferentes nas fases, o relé diferencial não atua porque as correntes circulantes nos TCs daquela fase são iguais, descontados os erros próprios dos TCs. A função ANSI 61 (balanço de corrente) é, em geral, empregada na proteção desse tipo de defeito, quando o gerador síncrono é construído com dois enrolamentos por fase e cujos terminais são acessíveis. RELÉ DE BALANÇO DE CORRENTE (61) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Gerador de duplo enrolamento RELÉ DE BALANÇO DE CORRENTE (61) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Gerador de duplo enrolamento RELÉ DE BALANÇO DE CORRENTE (61) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Gerador de duplo enrolamento Desse modo, o método de aterramento utilizado nos geradores determina o desempenho do gerador em condições de falhas à terra no estator. Se o gerador é solidamente aterrado, situação rara na prática, haverá uma corrente de falha à terra nos seus terminais relativamente alta, acompanhada de uma redução de 58% nas tensões fase-fase envolvidas na falta, e pequeno deslocamento do neutro. Se o gerador for não aterrado, situação também rara na prática, a corrente de falha à terra nos terminais é desprezível. Também não haverá redução das tensões fase-fase e ocorrerá um completo deslocamento do neutro. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos O curto-circuito à terra envolve o núcleo do estator, de modo que a circulação de uma grande corrente pode fundir parte do ferro e provocar um dano muito maior que uma simples falha de isolamento. A reparação deste tipo de avaria é mais cara que a substituição do enrolamento, pois implica na troca do laminado do núcleo do estator na zona defeituosa. Por esta razão, em geradores ligados em estrela, são tomadas medidas para reduzir o nível da corrente de curto-circuito à terra a valores bem baixos, o que, por sua vez, faz com que as proteções diferenciais não sejam suficientemente sensíveis para detectar as falhas à terra e se necessite de uma proteção específica para esta finalidade. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos A utilização de transformadores ligados em estrela, no lado de tensão mais elevada, e triângulo, no lado de tensão mais baixa, implica que o relé de neutro instalado no lado de tensão superior não atuará para defeitos no circuito que conecta o gerador ao transformador, já que não circulará por ele nenhuma corrente de sequência zero. Os relés responsáveis pela atuação do disjuntor deverão estar localizados no circuito de conexão do gerador ao transformador. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos Operar um gerador com o neutro isolado da terra produz uma corrente de falha à terra desprezível, mas provoca um aumento das tensões fase-terra das fases sãs, quepode provocar falhas no isolamento da máquina. Como resultado, a maioria dos geradores é aterrado, de modo a reduzir as correntes de falhas à terra e as sobretensões e, ainda, fornecer meios de detectar as falhas rapidamente e evitar danos de grandes proporções. Aterramento por baixa impedância, no qual o resistor ou reator de aterramento é escolhido de modo a limitar a contribuição do gerador para uma falha à terra em seus terminais a valores de corrente entre 200 A e 150% da corrente nominal. Nestes casos, a proteção diferencial pode fornecer algum grau de proteção para falhas à terra em parte do enrolamento. Todavia, não irá proteger a totalidade do enrolamento do estator. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos Aterramento por alta impedância. Este método utiliza um transformador de distribuição com tensão primária maior ou igual à tensão fase-neutro do gerador e tensão secundária de 120 V ou 240 V, e com capacidade de sobretensão suficiente para não saturar em falhas monofásicas com a máquina operando com 105% da tensão nominal. Neste método, a corrente de falha à terra nos terminais da máquina é limitada a valores compreendidos entre 5 e 20 A primários. Como resultado, a proteção diferencial se torna insensível para falhas à terra no estator. Proteção por relé de tensão ligado a TP na saída do gerador Este tipo de proteção com função 59 cobre, no máximo, cerca de 90% do enrolamento, ou seja, cerca de 10% do enrolamento a partir do neutro não é protegido por ela. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos Proteção por relé de tensão ligado ao secundário do transformador de aterramento do gerador Protege 90-95% do enrolamento do estator Proteção por relé de corrente ligado ao secundário do transformador de aterramento do gerador O relé deve ser ajustado para 5% da máxima corrente que circula para uma falha à terra nos terminais com 100% da tensão nominal PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos Proteção por relé de sobre e subtensão ao secundário de TC no neutro do gerador Normalmente, tensões de terceiro harmônico estão presentes nos terminais de todas as máquinas, e variam devido a diferenças no projeto e fabricação. Quando presentes em amplitude suficiente, estas tensões podem ser utilizadas para a detecção de falhas próximas ao neutro dos geradores PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Falha à terra nos enrrolamentos Proteção por relé de corrente ligado ao secundário de TC no neutro do gerador Relé que opera na falha à terra do isolamento de uma máquina ou de outro equipamento. Esta função não é aplicada a um dispositivo conectado ao circuito secundário do TC em um sistema de energia normalmente aterrado onde outros números de dispositivos com o sufixo G ou N devem ser usados; isto é, 51N para um relé de sobre corrente temporizado CA conectado ao neutro secundário do TC. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé detetor de terra (64S) O sistema de excitação da maioria dos geradores modernos inclui a proteção contra faltas à terra no rotor. A detecção separada de terra no rotor é frequentemente usada quando existem anéis coletores para propiciar o acesso ao campo. A formação de terra no rotor normalmente se dá pela deterioração ou colapso da isolação que causa o contato do circuito do campo com o ferro do rotor. Assumindo que o rotor não é aterrado, o único caminho do ferro do rotor para a terra é por meio dos mancais do gerador. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA DO ROTOR Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé detetor de terra (64R) O primeiro terra geralmente não afeta a operação do gerador, porém, um segundo terra causa curto-circuito das espiras do campo que distorce o campo magnético pelo entreferro, causando o empenamento do rotor e severas vibrações que podem danificar os mancais. Além disso, podem surgir correntes elevadas, que danificam os condutores do campo e o aço do rotor, causando grandes estragos no gerador. A estratégia de proteção para esses caso é detectar da primeira falha a terra no rotor e parar o gerador acionando o trip do disjuntor principal do gerador e do disjuntor do campo ou acionar um alarme e deixar que a operação determine quando efetuar a parada e os reparos. Se ocorrer um defeito nos enrolamentos do estator ou do rotor, a máquina, do ponto de vista operacional, está avariada, necessitando ser retirada de operação para substituir o enrolamento danificado. A intervenção da proteção é no sentido de evitar um dano significativo nas demais partes da máquina. Deve-se atentar para o fato de que o circuito rotórico ou de campo é isolado da terra. PROTEÇÃO DE FALHA A TERRA DO ROTOR Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé detetor de terra (64R) Como o circuito de campo não opera aterrado uma única falta à terra, não resultaria em dano à máquina; o gerador poderia mesmo continuar em operação, aumentando a probabilidade de ocorrer um segundo defeito à terra. Neste caso específico, um defeito monopolar à terra do rotor que não fosse prontamente eliminado pela proteção e que evoluísse para um segundo defeito geraria uma elevada corrente rotórica e um forte desbalanço magnético do rotor, o que resultaria uma severa avaria. A proteção contra defeitos à terra do rotor é normalmente feita utilizando um relé de sobretensão em série com um resistor de resistência elevada conectados entre o circuito de campo e a terra. São relés digitais providos da função 64R. O relé pode atuar sobre a função 30 (alarme) evitando o desligamento da máquina ou diretamente sobre a bobina do disjuntor. PROTEÇÃO DE SUB E SOBREVELOCIDADE Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 12 Durante a saída de um grande bloco de carga os geradores ficam submetidos ao movimento de aceleração que depende da carga rejeitada, do momento de inércia da máquina e do regulador de velocidade. O sistema de proteção contra sobre velocidade consiste na instalação de um pequeno gerador de imã permanente no eixo do gerador principal que tem a função de fornecer ao regulador de velocidade uma tensão proporcional à velocidade desenvolvida pelo gerador. A sobrevelocidade é medida pelo dispositivo do sinal de rotação, função 12, fixado no eixo do gerador, podendo enviar esse sinal para o alarme ou atuação. Deve ser ajustado para valores de 3% a 5% da velocidade nominal do gerador. PROTEÇÃO DE SUB E SOBREVELOCIDADE Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 12 No entanto, é mais prudente consultar o fabricante da máquina primária quanto a sua suportabilidade à sobrevelocidade. Deve-se destacar que os geradores normalmente são projetados para operarem com velocidades de até 125% da sua velocidade nominal sem nenhum prejuízo eletromecânico. Para proteger o gerador contra a sobrevelocidade são usualmente empregados relés de sobrefrequência, ajustados, em geral, para atuarem com 110% e 140% da velocidade nominal, respectivamente para turbinas a vapor e turbinas hidráulicas. A subvelocidade pode ocorrer em função da máquina primária ou devido ao excesso de carga PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 A operação em sobrefrequência pode ser consequência de um processo de ilhamento. Assim, quando o gerador não pode entregar a energia gerada, e como essa energia tem que ser consumida, ela é normalmente transformadaem energia cinética. Já a subfrequência é normalmente o resultado do desligamento de uma grande unidade de geração operando num sistema interligado, por exemplo, em que a carga a ele conectada continua solicitando demanda de fornecimento. Quando a frequência é reduzida, reduz-se a potência ativa gerada e a sua ventilação. A proteção contra sobre e sub/sobrefrequência é feita por meio de relés dotados da função 81. PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81L e 81H Sobrefrequências ocorrem em unidades geradoras em função de rejeições de carga, quando a potência mecânica da turbina se torna maior que a potência elétrica fornecida pela unidade e a potência de aceleração se torna positiva. Estas sobrefrequências normalmente são controladas por ação dos reguladores de velocidade. Em casos de defeitos no regulador de velocidade ou problemas mecânicos na turbina (ruptura de pino de cisalhamento, por exemplo, em caso de unidade hidráulica), pode ocorrer o disparo das unidades e a perda do controle da velocidade, com consequências severas para as máquinas. Subfrequências ocorrem em unidades geradoras, em função de perda de geração ou aumento súbito de carga, quando a potência mecânica da turbina se torna menor que a potência elétrica consumida pela carga. Estas subfrequências normalmente ocorrem em casos de formação de ilhas, nas quais a geração resultante na ilha é inferior à carga ilhada. PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 As proteções de subfrequência devem apenas desconectar as unidades geradoras do sistema, não devendo atuar na sua parada. As proteções de sobrefrequência e as proteções elétricas de sobrevelocidade associadas aos reguladores de velocidade devem provocar a parada da máquina diretamente por meio do sistema hidráulico, atuando via o relé de parada específico, que poderá ou não bloquear a partida da máquina. As proteções mecânicas de sobrevelocidade associadas aos reguladores de velocidade devem provocar a parada da máquina pelo relé de bloqueio específico, que deverá provocar o fechamento da comporta da tomada d’água. PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 PROTEÇÃO DE SUB E SOBREFREQUENCIA Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 81 PROTEÇÃO DE SUB E SOBRETENSÃO Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 27/59 Os eventos de subtensão podem surgir a partir da perda de uma unidade de geração, da ocorrência de uma falta próxima ao ponto de conexão do gerador ou de um aumento abrupto da demanda. Nessas condições a excitatriz fornece corrente contínua ao enrolamento de campo, sendo uma forma de compensar a redução de tensão do gerador. No entanto, tanto o rotor como o estator ficam submetidos a uma elevação de temperatura que podem ir além dos limites assegurados pela classe de temperatura. Assim, a função 27 dos relés de tensão, em geral, com faixa de ajuste entre 20 V e 200 V e faixa de temporização entre 0 s e 60 s devem ser ajustados na característica de tempo definido para possibilitar que outras proteções mais adequadas para o caso efetuem o desligamento do gerador, se isso for necessário. PROTEÇÃO DE SUB E SOBRETENSÃO Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 27/59 Os eventos de sobretensão, função 59 dos relés de tensão, podem surgir a partir de uma operação incorreta ou mesmo de falha do regulador de tensão. Também os processos de rejeição de carga podem acarretar sobrevelocidade dos geradores e o consequente surgimento de sobretensões, além das descargas atmosféricas. Assim, quando uma parcela relevante da carga é desconectada do sistema de potência, a máquina primária acelera o gerador devido à redução do torque resistente no eixo do conjunto máquina primária- gerador, resultando numa sobretensão. A reação inicial contra as sobretensões normalmente é oferecida pelo regulador de tensão do gerador. Adicionalmente utiliza-se um relé de sobretensão de ação temporizada ajustado para um valor da tensão de 110% da tensão nominal com um tempo de atuação do relé de 10 s. Já a unidade instantânea desse relé pode ser ajustada para 130% a 150% da tensão nominal, sem retardo de tempo. A atuação do relé deve ser realizada sobre o disjuntor do gerador e o disjuntor da excitatriz. PROTEÇÃO DE SUB E SOBRETENSÃO Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 27/59 A função 59 dos relés de tensão, em geral, com faixa de ajuste entre 70 V e 250 V e faixa de temporização entre 0 s e 60 s devem ser ajustados na característica de tempo definido para permitir as condições transitórias normais do sistema. Deve-se entender que a proteção contra sobretensão de primeira linha é dada pelo regulador de tensão do gerador que reduz a excitação de campo. PROTEÇÃO DE SUB E SOBRETENSÃO Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Relé de proteção 27/59 Os geradores elétricos podem ser protegidos de forma complementar por meio de relés de distância. Essa forma de aplicar a função 21 é conhecida como proteção de mínima impedância e possui de duas a três zonas de proteção. PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA DE FASE (21) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção de mínima impedância PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA DE FASE (21) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção de mínima impedância A figuramostra uma aplicação típica de relé de distância na proteção de retaguarda de geradores para falhas externas. Normalmente, os relés de distância digitais utilizados na proteção de geradores possuem duas zonas de proteção, e uma delas (zona 1) pode ser utilizada com alcance reduzido, de modo a não enxergar falhas no lado de alta tensão do transformador elevador e com atuação instantânea. A unidade de zona 2 deve ser ajustada de modo a atuar como retaguarda remota para falhas nas linhas que partem da usina. Para que os relés de distância atuem como retaguarda para falhas internas ao gerador, devem ser ligados aos TCs do lado do neutro do gerador e aos TPs do lado de baixa tensão do transformador elevador. O relé 21 deve ser de aracterística MHO com off-set. Normalmente é aplicada no conjunto formado pelo gerador e o seu respectivo transformador elevador e se destina à proteção de defeitos ocorridos na mesma zona de proteção coberta pela unidade diferencial (87), ou seja, envolvendo os enrolamentos do gerador até parte dos enrolamentos do transformador elevador correspondente ao ajuste da zona 21-A. Os ajustes das zonas 21-B e 21-C constituem proteções de retaguarda para defeitos fora dos limites de ajuste das proteções primárias alcançadas pelas respectivas zonas mencionadas, no caso em que as proteções primárias não atuem. PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA DE FASE (21) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção de mínima impedância Em geral, o ajuste da zona coberta pela unidade 21-A deve corresponder a uma impedância entre 50% e 70% da impedância do transformador elevador evitando-se, assim, o risco de ocorrer uma atuação indevida dos disjuntoresdas linhas de transmissão a jusante do transformador. O tempo de atuação da unidade 21-A pode ser nula ou um valor muito próximo a 50 ms. Já a zona coberta dada pela unidade 21-B pode corresponder à impedância do transformador elevador acrescida de 50% da impedância da linha de transmissão considerando o menor valor de impedância entre as linhas de transmissão que derivam do barramento e um tempo ajustado de 500 ms. A zona coberta pela unidade 21-C deve coordenar com as proteções principais alcançadas por essa unidade. PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA DE FASE (21) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção de mínima impedância Determine os ajustes da função 21 de proteção de distância MHO instalado na barra de um gerador de 7500 kVA de capacidade nominal com tensão de geração de 4,16 kV. As impedâncias dos sistemas são: Linha de transmissão LT1: Zlt1 = 0,320 + j0,421 Ω, Linha de transmissão LT2: Zlt2 = 0,520 + j0,221 Ω, • Transformador: Zpu = 0,0 + j0,070 pu na base da potência nominal do transformador. Ajuste as zonas 21-A e 21-B vendo para a frente. A zona 21-C deverá ser ajustada no sentido reverso. A reatância subtransitória do eixo direto do gerador vale Xd” = 16,2% = 0,162 pu. Considerar que nos terminais opostos da LT1 existe uma geração de mesmo valor. CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 2: CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 2: Corrente nominal do gerador TCs e TPs CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 2: Impedância das Lts e do Transformador CURTO CIRCUITO EM GERADORES Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 2: Ajuste da zona 21-A Ajuste da zona 21-B Será ajustado para 60% da impedância do transformador para evitar o sobrealcance das linhas de transmissão. O valor de ajuste obtido será nos terminais de entrada do relé. A temporização de ajuste do relé será de 50 ms. Será ajustado para alcançar o secundário do transformador abaixador e mais 50% da linha de transmissão de menor impedância, no caso a LT2. A zona 21-B será ajustada para atuar na unidade temporizada com tempo de 500 ms. Os geradores síncronos normalmente funcionam fornecendo potência ativa e reativa ao sistema. No entanto, submetidos a certas condições operacionais, os geradores podem receber potência ativa e reativa do mesmo sistema. Quando está fornecendo potência ativa e reativa ao sistema, o gerador está operando em condições normais. Quando está recebendo potência ativa do sistema, diz- se que o gerador está motorizado e deve ser desligado imediatamente do sistema para evitar danos físicos irreparáveis próprios e da máquina que o aciona PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra motorização O alvo principal deste tipo de proteção é a turbina e não o gerador. O fenômeno de motorização de um gerador tem como causa principal a falha de acionamento da máquina primária. Assim, uma turbina a gás natural acoplada a um gerador pode ter o seu fornecimento de gás cortado repentinamente por vários motivos, como o fechamento intempestivo da válvula da rede de suprimento de gás. Motivo idêntico pode ocorrer nas turbinas a vapor com o corte de suprimento de vapor. Com menor possibilidade de ocorrência, as turbinas hidráulicas podem ficar submetidas à motorização. PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra motorização Estabelecida a ausência de suprimento do energético da máquina primária, sem a intervenção da proteção, o gerador passa a funcionar como um motor síncrono, acionando agora a máquina primária. Além do aquecimento do gerador, os danos podem ser maiores na máquina primária. Cabe ao fabricante a responsabilidade de informar ao comprador o tempo máximo de suportabilidade do motor e do gerador. As consequências para a máquina primária são: • Nas turbinas hidráulicas: cavitação. • Nas turbinas a vapor: aquecimento do rotor. • Nos motores a óleo diesel ou óleo combustível: incêndio do óleo não queimado. A proteção contra motorização do gerador, também conhecida como proteção antimotorização, é extremamente importante em turbinas hidráulicas quando em funcionamento com baixo fluxo de água, devido ao processo de cavitação dessa máquina. PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra motorização A proteção indicada para a essa situação operacional é o relé direcional de potência, função 32G. Tratando-se de um fenômeno simétrico, a proteção poderá ser realizada pelo relé direcional de potência inversa monofásico, ajustado aproximadamente entre 1% e 5% da potência nominal ativa do gerador, com retardo de 2 s a 4 s. Antes da atuação do relé deve-se acionar primeiramente a função 30 (alarme) com ajuste de 1,5%. Em alguns casos críticos de variação acentuada da carga, para evitar desligamento intempestivo, pode-se adotar um ajuste de até 10%. PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra motorização PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Exercício 3: PROTEÇÃO DIRECIONAL DE POTÊNCIA (32) Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Proteção contra motorização PROTEÇÕES DE RETAGUARDA CONTRA FALHAS EXTERNAS Professor Paulo Rocha, D.Sc FEN 4 4424 - Proteção de Sistemas de Energia Elétrica II Funções adotadas Para falhas externas, podemos considerar como proteção de retaguarda as seguintes funções: Relé de sobrecorrente 50/51 C Relé 51V 50/51 com função de neutro Relé de distância 21 PROTEÇÃO CONTRA FALTAS NA REDE ELÉTRICA A proteção de sobrecorrente de geradores não oferece segurança e confiabilidade para falhas internas ao gerador, sendo considerada uma proteção de segunda linha ou de retaguarda. No entanto, se o gerador não possui neutro acessível e não há transformadores de corrente de proteção incorporados a ele, não é possível instalar a proteção de sobrecorrente diferencial que oferece uma razoável segurança para defeitos internos a essas máquinas. Nessa condição, a proteção de sobrecorrente assume importância fundamental contra sobrecargas e curtos-circuitos. Podem ser utilizados relés de sobrecorrente de tempo inverso ou de tempo definido. Proteção de sobrecorrente Os relés de sobrecorrentes utilizados normalmente no circuito de saída dos geradores podem ser considerados como proteção de retaguarda devido à dificuldade em ajustar as suas funções, considerando as características operacionais do gerador. Um ajuste muito baixo da corrente de acionamento poderá fazer o relé atuar quando o gerador operar em sobrecarga consentida, condição aceitável. No entanto, se a corrente de acionamento do relé de sobrecorrente for ajustada para um valor acima da corrente nominal de carga poderá não atuar durante um defeito monopolar de alta impedância na rede. Assim, os relés de sobrecorrente utilizados no circuito de saída dos geradores devem ser de proteção de retaguarda dos relés de proteção das linhas de distribuição e de transmissão e dos relés de proteção de barramento da subestação ao qual estão conectados os referidos geradores, devendo coordenar com estes. Para que o relé de sobrecorrente possa atender às necessidades de proteção dos geradores é necessário que se agregue a ele uma unidade sensível à tensão entre fases que faça restrição à atuação do relé em condições de sobrecarga admitida, ondea tensão da rede é igual ou muito próxima da tensão nominal. Já no caso de defeito, verifica-se uma queda de tensão na rede, reduzindo o efeito restritivo do relé, ocorrendo a sua atuação para valores de corrente de defeito, mesmo inferior à corrente de sobrecarga admitida. Assim, se ocorrer um defeito próximo aos terminais do gerador onde a tensão é próxima de zero e a corrente de defeito alcance um valor inferior à corrente de acionamento, na condição de tensão de operação a plena carga do gerador, a proteção seria acionada pela função 51V. Assim, para atender às diversas expectativas de proteção de sobrecorrente do gerador e de proteção de retaguarda das demais partes da rede, são normalmente utilizados os relés de proteção de sobrecorrente temporizados (51 e 51N) associados aos relés de sobrecorrente temporizados com restrição por tensão (51V). Proteção de sobrecorrente convencional (sem restrição) 5.5.1.1.1 Unidade temporizada de fase Em geral, os geradores síncronos podem suportar uma sobrecarga de curta duração correspondente a duas vezes a sua corrente nominal, durante um intervalo de tempo nunca superior a 20 s, desde que a queda de tensão nos seus terminais seja igual ou inferior a 20%. Em operação normal dentro da sua classificação de potência, os geradores têm muita limitação quanto aos regimes de sobrecarga. As principais condições para ajuste da unidade temporizada de fase são: • Determinação da corrente de ajuste Os relés de sobrecorrente de fase não são dispositivos adequados para a proteção de sobrecarga de geradores. São utilizados na proteção contra curtos-circuitos no barramento de conexão do gerador com o sistema elétrico. Logo, o valor normalmente utilizado para ajuste da unidade temporizada de fase é dado pela Equação (5.4). Iatf – corrente de ajuste da unidade temporizada de fase; Kf – fator de sobrecarga admissível que pode variar entre 1,10 e 1,20 ou outro valor específico; Ing – corrente nominal do gerador operando dentro da sua classificação, em A; RTC – relação de transformação de corrente do transformador de corrente da proteção. • Cálculo da corrente de acionamento do relé Com o valor da corrente de ajuste determina-se a corrente de acionamento da unidade temporizada de fase, por meio da Equação (5.5). Iactf – corrente de acionamento da unidade temporizada de fase. Unidade de tempo definido de neutro O ajuste da unidade de tempo definido de neutro deve ser selecionado para defeitos fase-terra no circuito de conexão do gerador à carga. Deve-se considerar no ajuste da unidade instantânea de neutro a corrente assimétrica de curto-circuito, valor eficaz, no barramento do Quadro de Comando e Proteção do Gerador. O valor de ajuste pode ser realizado de acordo com os seguintes critérios: • Ajuste da unidade instantânea de neutro vale − Determina-se inicialmente a relação entre a reatância X e a resistência R do sistema desde o ponto de geração até o barramento do Quadro de Comando do Gerador e, em seguida, obtém-se o fator de assimetria Fa, ou seja: Com esse valor determina-se a corrente de curto-circuito assimétrica, valor eficaz, ou seja: A unidade de tempo definido pode ser ajustada em T = 0, até valores de tempo característicos de cada relé. Neste caso, o valor de Fa = 1, ou seja, a corrente de curto-circuito já adquiriu a sua forma simétrica. − Determina-se em seguida o fator Fk que corresponde à relação entre a corrente de curto-circuito fase e terra, valor assimétrico, no ponto de defeito, e a corrente de acionamento correspondente. Iactn − corrente de acionamento da unidade temporizada de neutro. Considere o valor de Fk entre 40% e 90% do valor da relação anteriormente mencionada. Logo, o valor da corrente de ajuste da unidade de tempo definido de neutro vale: Obtém-se em seguida a corrente de acionamento da unidade de tempo definido de neutro pela Equação (5.20). Proteção de sobrecorrente temporizada de fase dependente da tensão (51V) Inicialmente, deve-se entender que no momento de um curto-circuito no alimentador de um gerador ocorrem simultaneamente uma sobrecorrente e uma subtensão. A proteção 51V é utilizada normalmente como proteção de retaguarda de outros tipos de proteção, principalmente da proteção diferencial, função 87G. Dada à sua dependência da tensão, tem como característica fundamental não atuar para condições normais de sobrecarga. Isto quer dizer que pode ser ajustada para baixas correntes de defeito, mas somente opera se a tensão cair para um determinado valor ajustado. Como nas sobrecargas consentidas não há afundamento da tensão como ocorre nos processos de curtos-circuitos e, portanto, o relé não opera. Os relés de sobrecorrente temporizados dependentes da tensão podem ser utilizados com duas formas operacionais diferentes, ou seja: Proteção de sobrecorrente temporizada de fase controlada por tensão Neste caso a unidade de sobrecorrente somente é ativada quando a tensão cair para um valor igual ou inferior ao valor ajustado no relé. Assim, pode-se ajustar o relé para um determinado valor de corrente e fixar o seu tempo de atuação. Essa característica permite coordenar mais facilmente o relé 51V com as proteções a jusante. A tensão é ajustada para o nível que se deseja para garantir que não haverá operação indevida. As faixas de ajuste, em geral, são: • Tensão entre fase e neutro no secundário dos TPs: 20 V a 270 V, em incrementos de 10 V. • Ajuste da corrente: 25% a 100% da corrente nominal, em incrementos de 5%. • Curvas temporizadas: inversa, muito inversa, extremamente inversa etc.: 1 a 10 em incrementos de 0,10. • Tempo definido: 0,10 s a 10,0 s, em incrementos de 0,10 s. Proteção de sobrecorrente temporizada restringida por tensão Neste caso a unidade de sobrecorrente está sempre ativada variando continuamente com a tensão. A sensibilidade do relé é maior à medida que a tensão vai diminuindo, como se pode perceber na Tabela 5.2. Assim, para tensões entre 25% e 100% da tensão nos terminais do gerador, a corrente de acionamento tem o mesmo valor percentual da tensão, ou seja, para 50% da tensão nominal a corrente de acionamento é de 50% do valor ajustado da corrente (51V). Se a tensão for igual ou superior a 100% do valor da tensão nos terminais do gerador, o relé atuará para corrente ajustada. Se a tensão é igual ou inferior à tensão de 25% da tensão nos terminais do gerador o relé atuará com 25% da corrente ajustada. O ajuste normalmente utilizado no relé com restrição por tensão é de 80% da corrente nominal. Essa característica apresenta maior dificuldade de coordenação com as proteções a jusante e o relé é mais sensível para as condições de defeito do que para o sistema em operação normal. As faixas de ajuste, em geral, são: • Ajuste da corrente: 80% a 200% da corrente nominal. • Curvas temporizadas: inversa, muito inversa, extremamente inversa etc.: 1 a 10 em incrementos de 0,10. • Tempo definido: 0,10 s a 10,0 s, em incrementos de 0,10 s. A proteção 51V deve atuar no relé de bloqueio (86) e fazer desligar o disjuntor principal do gerador, o disjuntor de campo e parar a máquina primária, motor ou turbina. Proteção de sobrecorrente instantânea para proteção contra energização involuntária (50IE) Quando um gerador é desligado da rede (shutdown) e imediatamente religado surgem correntes de valor muito elevado no sentido de acelerar a máquina. Essas correntes são capazes de provocar danos de origem térmica nos enrolamentos estatóricos. A proteção para esse tipo de evento é realizada pela função 50IE de um relé de sobrecorrente. Essa proteção é sensibilizada quando a frequência e a corrente estão acima do valor ajustado no relé. Decorrido um determinado tempo, se a frequência e a corrente ainda estiverem acima do valor ajustado é enviado um sinal de atuação para o disjuntor de proteção do gerador. No entanto, se a frequência do gerador alcançar um valor acima do valor ajustado por um período de 1 s, mas a corrente nos seus terminaisestiver abaixo do valor ajustado a função 50IE é bloqueada, pois essa é a condição normal de partida (start-up) do gerador associada à sincronização dele com a rede. A faixa de ajuste de corrente da função 50IE normalmente varia entre 50% e 300% da corrente de partida do gerador com incrementos de 10%. Já a faixa de ajuste de frequência varia entre 4 Hz e 15 Hz com incrementos de 1 Hz.