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SIMULADO4 - Língua Portuguesa para TSE Unificado - 2024

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Questões resolvidas

Em “que pode ser entendida como um paradigma emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se dedica a explorar a extrema complexidade de problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG)”, o vocábulo “que” apresenta o mesmo referente em ambas as ocorrências.
Certo
Errado

Em “ácidos adoçam”, na quarta estrofe, ocorre o emprego do oximoro, já que essa expressão é constituída de palavras de sentidos opostos que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam certos sentidos.
Certo
Errado

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente. Embora mencionem conflitos sociais de naturezas diversas, como os trabalhistas e os de vizinhança, as autoras demonstram que não há diferença entre eles no que se refere ao tratamento dado pelas instâncias de solução de conflitos.
Certo
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Questões resolvidas

Em “que pode ser entendida como um paradigma emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se dedica a explorar a extrema complexidade de problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG)”, o vocábulo “que” apresenta o mesmo referente em ambas as ocorrências.
Certo
Errado

Em “ácidos adoçam”, na quarta estrofe, ocorre o emprego do oximoro, já que essa expressão é constituída de palavras de sentidos opostos que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam certos sentidos.
Certo
Errado

Julgue o item que se segue, relativo ao texto precedente. Embora mencionem conflitos sociais de naturezas diversas, como os trabalhistas e os de vizinhança, as autoras demonstram que não há diferença entre eles no que se refere ao tratamento dado pelas instâncias de solução de conflitos.
Certo
Errado

Prévia do material em texto

801) 
802) 
Língua Portuguesa para TSE Unificado - 2024
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q3gldq
Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
www.tecconcursos.com.br/questoes/1883722
CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Um registro de mutações ligadas ao mundo eletrônico se refere ao que chamo de a ordem das
propriedades, tanto em um sentido jurídico — o que fundamenta a propriedade literária e o copyright —
quanto em um sentido textual — o que define as características ou propriedades dos textos.
 
O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um texto móvel, maleável, aberto. O leitor pode intervir em
seu próprio conteúdo, e não somente nos espaços deixados em branco pela composição tipográfica. Pode
deslocar, recortar, estender, recompor as unidades textuais das quais se apodera. Nesse processo,
desaparece a atribuição dos textos ao nome de seu autor, já que são constantemente modificados por
uma escritura coletiva, múltipla, polifônica.
 
Essa mobilidade lança um desafio aos critérios e às categorias que, pelo menos desde o século XVIII,
identificam as obras com base na sua estabilidade, singularidade e originalidade. Há um estreito vínculo
entre a identidade singular, estável, reproduzível dos textos e o regime de propriedade que protege os
direitos dos autores e dos editores. É essa relação que coloca em questão o mundo digital, que propõe
textos brandos, ubíquos, palimpsestos.
 
Roger Chartier. Os desafios da escrita. Tradução de Fulvia M. L. Moreto. São Paulo:
Editora UNESP, 2002, p. 24-25 (com adaptações).
 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
 
Na oração “já que são constantemente modificados por uma escritura coletiva, múltipla, polifônica”, o
termo introduzido pela preposição “por” expressa o responsável pela ação de modificar.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1883954
CEBRASPE (CESPE) - DP RS/DPE RS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Na sociedade líquido-moderna da hipermodernidade globalizante, o fazer compras não pressupõe
nenhum discurso. O consumidor — o hiperconsumidor — compra aquilo que lhe apraz. Ele segue as suas
inclinações individuais. O curtir é o seu lema.
 
Esse movimento social de hiperconsumismo, de vida para o consumo, guiou a pessoa natural para o
caminho da necessidade, da vontade e do gosto pelo consumo, bem como impulsionou o descarte de
cada vez mais recursos naturais finitos. Isso tem transformado negativamente o planeta, ao trazer
prejuízos não apenas para as futuras gerações, como também para as atuais, o que resulta em
problemas sociais, crises humanitárias e degradação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, além
de afetar o desenvolvimento humano, ao se precificar o ser racional, dissolvendo-se toda solidez social e
trazendo-se à tona uma sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores vorazes e indiferentes às
consequências de seus atos sobre o meio ambiente ecologicamente equilibrado e sobre as gerações
atuais e futuras.
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q3gldq
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1883722
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1883954
803) 
 
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro
para adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor,
maior e mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem
enchem não apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
 
Nessa sociedade líquido-moderna de hiperconsumidores, o desejo satisfeito pelo consumo gera a
sensação de algo ultrapassado; o fim de um consumo significa a vontade de iniciar qualquer outro. Nessa
vida de hiperconsumo e para o hiperconsumo, a pessoa natural fica tentada com a gratificação própria
imediata, mas, ao mesmo tempo, os cérebros não conseguem compreender o impacto cumulativo em um
nível coletivo. Assim, um desejo satisfeito torna-se quase tão prazeroso e excitante quanto uma flor
murcha ou uma garrafa de plástico vazia.
 
O hiperconsumismo afeta não apenas a relação simbiótica entre o ser humano e o planeta, como
também fere de morte a moral, ao passo que torna tudo e todos algo precificável, descartável e
indiferente.
 
Fellipe V. B. Fraga e Bruno B. de Oliveira. O consumo colaborativo
como mecanismo de desenvolvimento sustentável na sociedade
líquido-moderna. LAECC. Edição do Kindle (com adaptações).
 
Com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se seguem.
 
Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, a oração “que se possuem e se consomem”
poderia ser reescrita da seguinte maneira: que são possuídas e consumidas.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1935010
CEBRASPE (CESPE) - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Administração/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Muito tem sido escrito e debatido sobre a afirmativa de que a “Internet é terra de ninguém”. Tal
afirmativa não é de hoje, mas ainda alimenta uma sensação de impunidade ou de falsa responsabilidade
do que é postado ou compartilhado na Internet e pelas redes sociais. A expressão fakes news, em
particular, representa um estrangeirismo que mascara diversos crimes cometidos contra a honra, como
injúria, calúnia e difamação. Sob um olhar semântico, dizer “compartilhei fake news de alguém” não
carrega qualquer sentimento de culpa, ou se carrega, ela é mínima. Agora, dizer “cometi um crime contra
honra” já traz outras implicações, não só de ordem jurídica, mas também de grande responsabilidade
pessoal.
Marcelo Hugo da Rocha e Fernando Elias José. Cancelado:
a cultura do cancelamento e o prejulgamento nas redes sociais. Belo Horizonte, MG: Letramento, 2021, p. 36 (com
adaptações).
 
No que se refere às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, assim como a
sua tipologia, julgue o item a seguir.
 
Sem prejuízo dos sentidos originais e da correção gramatical do texto, o trecho “falsa responsabilidade
do que é postado ou compartilhado” poderia ser substituído por falsa responsabilidade do que se
posta ou se compartilha.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2156218
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1935010
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2156218
804) 
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Língua Portuguesa/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto 10A1-I
A discussão sobre um gênero neutro na linguagem deriva do uso do gênero gramatical masculino para
denotar homens e mulheres (Todos nessa sala de aula devem entregar o trabalho.) e do feminino
específico (Clarice Lispector é incluída pela crítica especializada entre os principais autores
brasileiros do século 20.).
Na gramática, o uso do masculino genérico é visto como gênero não marcado, ou seja, usá-lo não dá a
entender que todos os sujeitos sejam homens ou mulheres — ele é inespecífico. Por ser algo cotidiano, é
difícil pensar nas implicações políticas de empregar o masculino genérico, mas o tema foi amplamente
discutido por especialistas como uma forma de marcar a hierarquização de gêneros na sociedade,
priorizando o homem e invisibilizando a mulher. O masculino genérico é chamado, inclusive, de falso
neutro.
Entretanto, essa abordagem não é unânime no campo da linguística. Para muitos estudiosos, a
interpretação sexista do masculino genérico ignora as origens latinas da língua portuguesa.
No latim havia três designações: feminina, masculina e neutra. As formas neutras de adjetivos e
substantivos no latim acabaram absorvidas por palavras de gênero masculino. A única marcação de
gênero no português é o feminino. O neutro estaria, portanto, junto ao masculino.
O Brasil não é o único país onde a linguagem neutra é discutida. Alguns setores acadêmicos, instituições
de ensino e ativistas estadunidenses já consideram usarpronome neutro para se referir a todos, em vez
de recorrer à demarcação de gênero binário.
Especialistas avaliam que a modificação gramatical em línguas latinas pode ser muito mais complexa e
custosa do que no inglês ou no alemão, em que já está em uso o gênero neutro, porque as línguas
anglo-saxônicas em si já oferecem essa opção.
Segundo especialistas, esse tipo de inovação é mais fácil de ocorrer no inglês, em que, com exceção
daquelas palavras herdadas do latim, como actor (ator) e actress (atriz), a flexão de gênero não altera os
substantivos e adjetivos. No caso do português, essa transformação não depende apenas da alteração de
um pronome, porque a flexão de gênero afeta todo o sintagma nominal. Assim, a flexão de gênero é
demarcada pela vogal temática a ou o (como em pesquisadoras brasileiras) e(ou) por meio do artigo
a ou o (como em a intérprete).
Mesmo com os desafios morfológicos, linguistas afirmam que não é impossível pensar em proposições
mais inclusivas, e que isso não necessariamente significa que haja uma tentativa de destruição do
português. Segundo explicam esses especialistas, a história de uma língua sempre conta muito sobre a
história de seus falantes, de modo que as coisas que falamos hoje em dia não brotaram da terra nem
vieram prontas, mas dependem da nossa história como humanidade. Nesse sentido, as propostas já
existentes seriam os primeiros passos nesse movimento, e não uma forma final a ser imposta a todos os
falantes.
Internet: <https://tab.uol.com.br> (com adaptações).
 
No que se refere à concordância e à morfossintaxe de períodos simples e compostos no texto 10A1-I,
julgue o item subsequente.
 
Estariam mantidas a correção gramatical e coerência das ideias do texto caso a oração “a interpretação
sexista do masculino genérico ignora as origens latinas da língua portuguesa” (segundo período do
terceiro parágrafo) fosse reescrita na voz passiva analítica, da seguinte maneira: as origens latinas da
língua portuguesa são ignoradas pela interpretação sexista do masculino genérico.
Certo
805) 
806) 
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1509381
CEBRASPE (CESPE) - ACE (TCE RJ)/TCE RJ/Controle Externo/Ciências Contábeis/2021
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
O fenômeno conhecido como judicialização da saúde é multifacetado. Por um lado, as ações
judiciais comprometem uma parcela significativa do orçamento para atender demandas específicas de
alguns pacientes; por outro, podem significar o único caminho para salvar ou prolongar a vida de
pacientes, especialmente de pessoas com doenças raras ou crônicas, como diabetes e câncer, que
dependem de medicamentos de alto custo. Há também o uso desse recurso extremo para medicamentos
equivalentes aos disponíveis no sistema público de saúde e, até mesmo, para a compra de produtos
como fraldas ou água de coco — sempre com receita médica.
A preocupação com o impacto da judicialização nos municípios é justificável. Há casos em que uma única
ação pode comprometer todo o orçamento da saúde de uma cidade de pequeno porte. Algumas
iniciativas buscam contornar esse obstáculo por meio de arranjos institucionais. Um dos exemplos mais
lembrados é o de Santa Catarina. Em 1997, municípios do entorno da cidade de Lages, a 200 quilômetros
de Florianópolis, uniram-se para encontrar melhores formas de administrar os recursos para a saúde,
frequentemente afetados pela judicialização. Os prefeitos e gestores dos municípios perceberam que,
isoladamente, era mais complicado enfrentar as decisões judiciais. Por meio do consórcio intermunicipal,
criou-se um padrão comum de atuação, que evitou sobreposições de pedidos e racionalizou gastos e
investimentos.
Bruno De Pierro. Demandas crescentes. In: Revista Pesquisa FAPESP, 18 (252), fev. 2017, p. 18-22 (com
adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
 
Sem prejuízo da correção gramatical do texto, o termo “criou-se” poderia ser substituído pela locução foi
criado.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1836766
CEBRASPE (CESPE) - Agepen (SERIS AL)/SERIS AL/2021
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica
festa de punição vai-se extinguindo. Nessa transformação, misturaram-se dois processos. Não tiveram
nem a mesma cronologia, nem as mesmas razões de ser. De um lado, a supressão do espetáculo
punitivo. O cerimonial da pena vai sendo obliterado e passa a ser apenas um novo ato de procedimento
ou de administração. A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar
de espetáculo desde então terá um cunho negativo; e como as funções da cerimônia penal deixavam
pouco a pouco de ser compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime
mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria,
acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes
a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os juízes com os assassinos,
invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de piedade e de admiração.
A execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência. A punição vai-se
tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências: deixa o campo
da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1509381
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1836766
807) 
808) 
não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais
o abominável teatro; a mecânica exemplar da punição muda as engrenagens.
Michel Foucault. Vigiar e punir:
nascimento da prisão. Tradução: Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987 (com adaptações).
 
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item seguinte.
No trecho “Nessa transformação, misturaram-se dois processos” (primeiro parágrafo), a substituição de
“misturaram-se” pela locução foram misturados prejudicaria os sentidos originais do texto e sua
correção gramatical.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1191441
CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE CE)/MPE CE/2020
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Entre todos os fatores técnicos da mobilidade, um papel particularmente importante foi
desempenhado pelo transporte da informação — o tipo de comunicação que não envolve o movimento
de corpos físicos ou só o faz secundária e marginalmente. Desenvolveram-se, de forma consistente,
meios técnicos que também permitiram à informação viajar independentemente dos seus portadores
físicos — e independentemente também dos objetos sobre os quais informava: meios que libertaram os
“significantes” do controle dos “significados”. A separação dos movimentos da informação em relação aos
movimentos dos seus portadores e objetos permitiu, por sua vez, a diferenciação de suas velocidades; o
movimento da informação ganhava velocidade num ritmo muito mais rápido que a viagem dos corpos ou
a mudança da situação sobre a qual se informava. Afinal, o aparecimento da rede mundial de
computadores pôs fim — no que diz respeito à informação — à própria noção de “viagem” (e de
“distância” a ser percorrida), o que tornou a informação instantaneamente disponível em todo o planeta,
tanto na teoria como na prática.
Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999
(com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto precedente, julgue o item a seguir.
 
O termo “Desenvolveram-se" poderia ser substituído pela locução Foram desenvolvidos, sem prejuízo
do sentido e da correção gramatical do texto.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/844518
CEBRASPE (CESPE)- AJP (PGE PE)/PGE PE/2019
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto CB2A1-I
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram simultaneamente.
Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam época, pedras miliares no
caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o fogo, o início da agricultura e do
pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as grandes descobertas científicas e
geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso
representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se cada vez
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1191441
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/844518
809) 
mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela indústria, ocorrida no
século XX, e, em menos de um século, um novo salto de época nos tomou de surpresa, lançando-nos na
confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida passagem de uma sociedade de tipo industrial
dominada pelos proprietários das fábricas manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial
dominada pelos proprietários dos meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da sociedade
industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela globalização, pelas guerras
mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e pelos meios de comunicação de massa.
Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais
irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura
de estar envolvidos em primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a sensação mais
difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um sintoma de
crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está desorientado sente-se em crise,
e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro. Se deixarmos de projetar nosso futuro,
alguém o projetará para nós, não em função de nossos interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada:
para entender o nosso tempo. Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com
adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
 
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do texto, o primeiro período do terceiro parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte maneira: O progresso científico e tecnológico, a globalização, as guerras
mundiais, as revoluções proletárias, o ensino universal e os meios de comunicação de massa
representam o fórceps com o qual foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior a recém-nascida
sociedade pós-industrial.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/686654
CEBRASPE (CESPE) - EPF/PF/2018
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto 13A1AAA
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a melancólica festa
de punição de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo como
alvo principal da repressão penal: o corpo supliciado, esquartejado, amputado, marcado simbolicamente
no rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como espetáculo. Ficou a suspeita de que tal rito
que dava um “fecho” ao crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo
ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam
vê-los afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso,
os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um objeto de
piedade e de admiração.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias consequências:
deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua eficácia é atribuída à
sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que deve desviar o homem do
crime, e não mais o abominável teatro.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/686654
810) 
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos definidos pelo
Código. Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as enfermidades, as
inadaptações, os efeitos de meio ambiente ou de hereditariedade. Punem-se as agressões, mas, por
meio delas, as agressividades, as violações e, ao mesmo tempo, as perversões, os assassinatos que são,
também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que não são eles que são julgados; se são invocados, é para
explicar os fatos a serem julgados e determinar até que ponto a vontade do réu estava envolvida no
crime. As sombras que se escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade, julgadas e
punidas.
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”. E ele não
julga mais sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera toda uma série de
instâncias anexas. Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram em torno do julgamento
principal: peritos psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da aplicação das penas, educadores,
funcionários da administração penitenciária fracionam o poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que
nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença para
fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há
anos, em torno da aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da
decisão judiciária, prolongando-a muito além da sentença.
Michel Foucault. Vigiar e punir: nascimento
da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987, p. 8-26 (com adaptações).
 
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto 13A1AAA, julgue o item.
 
A expressão “Dir-se-á” poderia ser corretamente substituída por Será dito.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/562552
CEBRASPE (CESPE) - AJ TRF1/TRF 1/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto 4A2AAA
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e venda de
mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade de localizações,
paisagens, topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos incorporadas à dinâmica
mercantil. Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se torna o lugar do consumismo e do
consumismo de lugar. O que isso quer dizer e que implicações isso tem para o compartilhamento da
cidade como espaço público?
 
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas, também, vale
dizer que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do consumismo de lugares, por meio das
dinâmicas da cidade-espetáculo, dos megaeventos e do esforço de venda de imaginadores urbanos com
suas obras fundadas em um culturalismo de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de
mercado propõe-se, na atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que
faz do consumismo de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a
competição interurbana por capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário privatizante dos
espaços da cidade.
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da espacialidade das
empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos não mercantis não veem
seu papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se estender nas economias avançadas e
concorrenciais”.Isso é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação Homens do Mar
em defesa do caráter público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/562552
811) 
direito ao espaço público nas cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por
apropriação dos recursos urbanos apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso
equânime a ambientes saudáveis, seja na eliminação de controles policiais discriminatórios.
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada é um conflito
político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos recursos não mercantis das
cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente, segurança — não redutível a relações de
compra e venda configura conflitos políticos em potencial.
Henri Acselrad. Cidade – espaço público? A economia política
do consumismo nas e das cidades. In: Revista UFMG, v. 20, n.º 1, jan.–jun./2013, p. 234-247 (com adaptações).
 
Com relação aos sentidos do texto 4A2AAA, julgue o item a seguir.
 
No segundo período do terceiro parágrafo, os termos “pela luta”, “pelas manifestações” e “pelo direito"
funcionam como agentes da passiva.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/324061
CEBRASPE (CESPE) - ATA (DPU)/DPU/2016
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto para o item.
No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, a própria
colonização do país, ainda no século XVI. O surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de
relação jurídica então existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam impossibilitadas de arcar com os
possíveis custos judiciais das demandas. A partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente
evoluiu junto com o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser garantida
nas cartas constitucionais.
No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das garantias individuais”, em
seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever que “A União e os estados concederão aos
necessitados assistência judiciária, criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de
emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946 previu, no mesmo capítulo que
a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder público, na forma que a lei estabelecer, concederá
assistência judiciária aos necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060,
que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados. No art. 4.º dessa lei,
havia menção ao “rendimento ou vencimento que percebe e os encargos próprios e os da família” e
constava a exigência de atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito
municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples afirmação (da pobreza),
ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.
Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar o termo assistência
jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que abarca o termo usado anteriormente, restrito
apenas à assistência de demanda judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba
atos jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de ações coletivas e
mediação.
Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide judicial impõe, mas
necessita da imediata prestação jurisdicional, pode, mediante simples afirmativa, postular as benesses
dessa prerrogativa, garantida pela Constituição Federal vigente.
Uma história para a gratuidade jurídica no
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/324061
812) 
813) 
Brasil. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações)
 
No que se refere às ideias e informações do texto, julgue o item a seguir.
 
Sem prejuízo do sentido e da correção gramatical do texto, o primeiro período poderia ser reescrito da
seguinte forma: A própria colonização do Brasil, ainda no século XVI, pode ser considerada marco da
história da assistência jurídica, ou justiça gratuita, no país.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/386466
CEBRASPE (CESPE) - Aud CE (TCE-PA)/TCE PA/Procuradoria/2016
Língua Portuguesa (Português) - Vozes (Voz Passiva e Voz Ativa)
Texto CB5A1AAA
Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe, inicialmente, verificar como tal obrigação está
preceituada no ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê que cabe ao presidente prestar contas
anualmente ao Poder Legislativo. Por simetria, tal obrigação estende-se ao governador do estado e aos
prefeitos municipais.
O dever anual de prestar contas é da pessoa física. Assim sendo, no nível municipal, esse dever é do
prefeito, que, nesse caso, age em nome próprio, e não em nome do município. Tal obrigação se dá em
virtude de força da lei. O povo, que outorgou mandato ao prefeito para gerir seus recursos, exige do
prefeito — por meio de norma editada pelos seus representantes — a prestação de contas. Sendo tal
prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que seja executada por meio de pessoa
interposta. Isso quer dizer que o tribunal de contas deve recusar, por exemplo, a prestação de contas
apresentada por uma prefeitura referente à obrigação de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-
prefeito continua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que não prestam contas.
Por essa razão, é necessário que haja a separação das contas — que devem, inclusive, ser processadas
em autos distintos — quando ocorrer de o cargo de prefeito ser ocupado por mais de uma pessoa
durante o exercício financeiro. Nesse caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o
cargo.
Ailana Sá Sereno Furtado. O dever de prestar contas dos prefeitos. Internet: < https://jus.com.br> (com
adaptações).
 
 
Julgue o item que se segue, a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto CB5A1AAA.
Sem prejuízo da correção gramatical, o trecho “estende-se” poderia ser substituído por é estendida.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2775228
CEBRASPE (CESPE) - Ana CT I (CNPq)/CNPq/Administração e Recursos Logísticos/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/386466
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775228
814) 
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governobrasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Acerca dos mecanismos de coesão textual empregados no texto CG1A1, julgue o próximo item.
 
No penúltimo período do segundo parágrafo, o segmento “seus depoimentos” refere-se aos depoimentos
do presidente Dutra reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2775693
CEBRASPE (CESPE) - Ana CT I (CNPq)/CNPq/Desenvolvimento e Arquitetura de
Software/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775693
815) 
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiropresidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao desafio
da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Acerca dos mecanismos de coesão textual empregados no texto CG1A1, julgue o próximo item.
O pronome “daquela”, no primeiro período do segundo parágrafo, indica que se trata, nesse trecho do
texto, da mesma partícula especificada no primeiro período do primeiro parágrafo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2779460
CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Fábula de um arquiteto
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.
João Cabral de Melo Neto. Fábula de um arquiteto.
In: Antologia poética. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1978, p.18.
 
Considerando o texto e a imagem da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, obra de Oscar
Niemayer, julgue o item a seguir.
 
Em “Até que, tantos livres o amedrontando” e “ele foi amurando” (ambos na segunda estrofe), as formas
pronominais “o” e “ele” têm o mesmo referente: o arquiteto.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779460
816) 
817) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2779489
CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
As regiões metropolitanas e as grandes cidades brasileiras concentram hoje a atenção das
autoridades de gestão territorial em nível local, regional e nacional. O conhecimento da complexa
realidade dessas áreas em suas múltiplas dimensões e de modo dinâmico torna se imprescindível para
geri-las de forma eficiente. Não se trata apenas do levantamento de dados brutos, mas da proficiente
manipulação e interpretação desses dados a partir de processamentos quantitativos (matemáticos e
lógicos) sobre uma base espacial, de forma a revelar características e processos intrínsecos aos
fenômenos em análise. Dito de outra forma, não basta somente a confecção de mapas digitais coloridos
ilustrando, por exemplo, a exclusão social de uma determinada cidade por quantis, mas é fundamental
que, com o auxílio de técnicas apropriadas de análise espacial, se possam extrair tendências do padrão
de manifestação da exclusão social de forma contínua no espaço. Ou ainda, não é suficiente apenas
mapear a ocorrência de crimes em um sistema georreferenciado, mas sim estudá-los de forma dinâmica,
entendendo a sua proliferação no espaço e no tempo em articulação com inúmeras variáveis
socioeconômicas e biofísicas, e como as estradas podem atuar como vetores de expansão da
criminalidade.
Nessa linha de pensamento, elaborar mapas estáticos de uso do solo urbano não mais atende às
necessidades atuais dos gestores locais, mas é necessário que se permitam simulações de diferentes
cenários futuros de expansão urbana e dinâmica de uso do solo em ambiente computacional. Aí reside o
desafio da geoinformação em gestão urbana e regional, que pode ser entendida como um paradigma
emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se dedica a explorar a extrema complexidade de
problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Openshaw
(2000) argumenta que a geoinformação não se reduz ao uso de técnicas computacionais para solucionar
problemas espaciais, mas se refere, ao contrário, a uma forma totalmente nova de se fazer ciência em
um contexto geográfico.
Cláudia Maria de Almeida, Gilberto Câmara e Antonio Miguel
V. Monteiro (Org.). Geoinformação em urbanismo. Cidade Real X Cidade Virtual. São Paulo: Oficina de Texto,
2007, p. 5 e 6. (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos linguísticos do texto apresentado anteriormente, julgue o próximo item.
 
Em “que pode ser entendida como um paradigma emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se
dedica a explorar a extrema complexidade de problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas
de Informações Geográficas (SIG)”, o vocábulo “que” apresenta o mesmo referente em ambas as
ocorrências.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
As regiõesmetropolitanas e as grandes cidades brasileiras concentram hoje a atenção das
autoridades de gestão territorial em nível local, regional e nacional. O conhecimento da complexa
realidade dessas áreas em suas múltiplas dimensões e de modo dinâmico torna se imprescindível para
geri-las de forma eficiente. Não se trata apenas do levantamento de dados brutos, mas da proficiente
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779489
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779490
818) 
manipulação e interpretação desses dados a partir de processamentos quantitativos (matemáticos e
lógicos) sobre uma base espacial, de forma a revelar características e processos intrínsecos aos
fenômenos em análise. Dito de outra forma, não basta somente a confecção de mapas digitais coloridos
ilustrando, por exemplo, a exclusão social de uma determinada cidade por quantis, mas é fundamental
que, com o auxílio de técnicas apropriadas de análise espacial, se possam extrair tendências do padrão
de manifestação da exclusão social de forma contínua no espaço. Ou ainda, não é suficiente apenas
mapear a ocorrência de crimes em um sistema georreferenciado, mas sim estudá-los de forma dinâmica,
entendendo a sua proliferação no espaço e no tempo em articulação com inúmeras variáveis
socioeconômicas e biofísicas, e como as estradas podem atuar como vetores de expansão da
criminalidade.
Nessa linha de pensamento, elaborar mapas estáticos de uso do solo urbano não mais atende às
necessidades atuais dos gestores locais, mas é necessário que se permitam simulações de diferentes
cenários futuros de expansão urbana e dinâmica de uso do solo em ambiente computacional. Aí reside o
desafio da geoinformação em gestão urbana e regional, que pode ser entendida como um paradigma
emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se dedica a explorar a extrema complexidade de
problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Openshaw
(2000) argumenta que a geoinformação não se reduz ao uso de técnicas computacionais para solucionar
problemas espaciais, mas se refere, ao contrário, a uma forma totalmente nova de se fazer ciência em
um contexto geográfico.
Cláudia Maria de Almeida, Gilberto Câmara e Antonio Miguel
V. Monteiro (Org.). Geoinformação em urbanismo. Cidade Real X Cidade Virtual. São Paulo: Oficina de Texto,
2007, p. 5 e 6. (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos linguísticos do texto apresentado anteriormente, julgue o próximo item.
 
No trecho “Aí reside o desafio da geoinformação em gestão urbana e regional, que pode ser entendida
como um paradigma emergente na pesquisa multi e interdisciplinar”, a flexão do feminino em
“entendida” justifica-se pela concordância com o substantivo “gestão”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2783404
CEBRASPE (CESPE) - Ass (CAU BR)/CAU BR/Administrativo/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2783404
819) 
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o próximo item.
 
No segundo período do primeiro parágrafo, há elipse do vocábulo “obras” no trecho “outras criadas”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2841398
CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Administração de Banco de
Dados/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Quando falamos em direito, estamos falando inicialmente de um enorme conjunto de regras
obrigatórias, o chamado direito positivo. Mas o vocábulo direito é usado também para os estudos, o
curso de direito, a assim chamada “ciência do direito”. Numa terceira acepção, a palavra designa os
direitos de cada um de nós, chamados de direitos subjetivos, pois somos os sujeitos, os titulares, desses
direitos.
Ninguém ignora que paira sobre nossas cabeças uma gigantesca teia de normas, que atinge
praticamente todas as nossas atividades. Muitos pensadores têm destacado que o direito atual parece ter
invadido tudo: há direito em toda parte, para todos, para tudo. A contrapartida é que, assim como temos
de seguir as normas, os outros também têm de obedecer a elas e, desse modo, respeitar os direitos de
cada um de nós, os ditos direitos subjetivos.
Vivemos num tempo em que as questões legais se tornaram corriqueiras. Apesar dessa popularização,
ainda existe uma enorme dificuldade de acesso às coisas do direito. Ao mesmo tempo, os mecanismos
da justiça são cada vez mais acionados, até para resolver quem fica com o cachorro depois da separação,
ou se o condomínio pode impedir seus moradores de ter animais. A sobrecarga dos tribunais, e sua
lentidão, é parcialmente consequência desse excesso de litigiosidade e da incapacidade das pessoas de
resolver com bom senso, compreensão e respeito as questões de convivência em sociedade.
Eduardo Muylaert. Direito no cotidiano: guia de
sobrevivência na selva das leis. São Paulo: Editora Contexto, 2020, p. 11-13 (com adaptações).
 
Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
 
No primeiro parágrafo, as expressões “o vocábulo direito” e “a palavra” fazem parte da mesma cadeia
semântica de referência.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2844655
CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Letras/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2841398
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2844655
820) 
821) 
Texto 11A1
Trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Isso significa que, rigorosamente falando,
apenas o ser humano trabalha e educa. Assim, a pergunta sobre os fundamentos ontológicos da relação
trabalho -educação traz imediatamente à mente a questão: quais são as características do ser humano
que lhe permitem realizar as ações de trabalhar e de educar? Ou: o que é que está inscrito no ser do
humano que lhe possibilitatrabalhar e educar?
Perguntas desse tipo pressupõem que o ser humano esteja previamente constituído como ser que possui
propriedades que lhe permitem trabalhar e educar. Pressupõe-se, portanto, uma definição de ser humano
que indique em que ele consiste, isto é, sua característica essencial a partir da qual se possa explicar o
trabalho e a educação como atributos desse ser. E, nesse caso, fica aberta a possibilidade de que
trabalho e educação sejam considerados atributos essenciais do ser humano, ou acidentais.
Na definição de ser humano mais difundida (animal racional), o atributo essencial é dado pela
racionalidade, consoante o significado clássico de definição estabelecido por Aristóteles: uma definição
dá-se pelo gênero próximo e pela diferença específica. Pelo gênero próximo, indica-se aquilo que o
objeto definido tem em comum com outros seres de espécies diferentes (no caso em tela, o gênero
animal); pela diferença específica, indica-se a espécie, isto é, o que distingue determinado ser dos
demais que pertencem ao mesmo gênero (no caso do ser humano, a racionalidade). Consequentemente,
sendo o ser humano definido pela racionalidade, é esta que assume o caráter de atributo essencial desse
ser.
Ora, assim entendido o ser humano, vê-se que, embora trabalhar e educar possam ser reconhecidos
como atributos humanos, eles o são em caráter acidental, e não substancial. Com efeito, o mesmo
Aristóteles, considerando como próprio do ser humano o pensar, o contemplar, reputa o ato produtivo, o
trabalho, como uma atividade não digna de seres humanos livres.
Diversamente, Bergson, ao analisar o desenvolvimento do impulso vital na obra Evolução criadora,
observa que “torpor vegetativo, instinto e inteligência” são os elementos comuns às plantas e aos
animais. E, definindo a inteligência pela fabricação de objetos, fenômeno identificado como comum aos
animais, encontra no ser humano a particularidade da fabricação de objetos artificiais, o que lhe permite
avançar à seguinte conclusão: “Se pudéssemos nos despir de todo orgulho, se, para definir nossa
espécie, nos ativéssemos estritamente ao que a história e a pré-história nos apresentam como a
característica constante do ser humano e da inteligência, talvez não disséssemos Homo sapiens, mas
Homo faber. Em conclusão, a inteligência, encarada no que parece ser o seu empenho original, é a
faculdade de fabricar objetos artificiais, sobretudo ferramentas para fazer ferramentas, e de diversificar
ao infinito a fabricação delas.”.
Demerval Saviani. Trabalho e educação:
fundamentos ontológicos e históricos. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, a respeito do modo de encadeamento e de retomada das ideias ao longo do
texto 11A.
 
No primeiro parágrafo, o uso frequente de expressões que remetem a “trabalho e educação” consiste em
estratégia discursiva relacionada à clareza textual, não cabendo a crítica de má redação por excesso de
repetição.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Letras/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 11A05
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2844991
822) 
Não negueis jamais ao erário, à administração, à União os seus direitos. São tão invioláveis, como
quaisquer outros. O direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do
criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes. Antes, com os mais
miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta, e redobrar-se de escrúpulo, porque são os mais mal
defendidos, os que suscitam menos interesse, e os contra cujo direito conspiram a inferioridade na
condição com a míngua nos recursos.
Preservai, juízes de amanhã, preservai vossas almas juvenis desses baixos e abomináveis sofismas. A
ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar-se de humilhações, e não conhecer
covardia. Todo bom magistrado tem muito de heroico em si mesmo, na pureza imaculada e na plácida
rigidez, que a nada se dobre, e de nada se tenha medo, senão da outra justiça, assente, cá embaixo, na
consciência das nações, e culminante, lá em cima, no juízo divino.
Não tergiverseis com as vossas responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais
perigos a que vos exponham. Nem receeis soberanias da terra: nem a do povo, nem a do poder. O povo
é uma torrente, que rara vez se não deixa conter pelas ações magnânimas. A intrepidez do juiz, como a
bravura do soldado, arrebata-o e o fascina.
Os poderosos que investem contra a justiça, provocam e desrespeitam tribunais, por mais que lhes
espumem contra as sentenças, quando justas, não terão, por muito tempo, a cabeça erguida em ameaça
ou desobediência diante dos magistrados, que os enfrentam com dignidade e firmeza.
Na missão do advogado também se desenvolve uma espécie de magistratura. As duas se entrelaçam,
diversas nas funções, mas idênticas no objeto e na resultante: a justiça. Com o advogado, justiça
militante. Justiça imperante, no magistrado.
Rui Barbosa. Oração aos moços. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2019, p. 61-63 (com adaptações).
 
Considerando os recursos estilísticos e estruturais e os mecanismos de coesão e coerência do texto
11A05, julgue o item seguinte.
No texto, em “por mais atribulações que vos imponham” (primeiro período do terceiro parágrafo) e “por
mais que lhes espumem contra as sentenças” (primeiro período do quarto parágrafo), as formas
pronominais “vos” e “lhes” remetem, ambas, a “juízes de amanhã”
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - ERSTT (ANTT)/ANTT/"Sem Área"/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Há muitas especulações sobre qual meio de transporte teria sido “inventado” primeiro, desde o
início da evolução humana, antes mesmo do surgimento da escrita. Referentemente a esse período, o
fato é que muito pouco pode ser comprovado, o que nos deixa com algumas hipóteses e poucas
certezas.
É provável que o ser humano tenha pensado em formas de solucionar problemas como transportar sua
caça ou transpor obstáculos, mas afirmar com exatidão que isso se transformou em algum meio de
transporte da forma como conhecemos hoje é bem mais complicado.
Sabemos que o homem pré-histórico se deslocava em função do clima e da oferta de alimentos. Os pés
humanos foram os primeiros responsáveis por esses deslocamentos. A melhor solução para o transporte
a partir dessa época surgiu com a domesticação de animais selvagens. O homem pode ter notado a
facilidade de lidar com determinadas espécies animais a ponto de utilizar sua força para transportar seus
pertences.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2854219
823) 
824) 
Oswaldo Dias dos Santos Junior. Transportes turísticos. Curitiba, InterSaberes, 2014, p. 20 (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, em relação aos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente.
No último período do texto, a expressão “determinadas espécies animais” e os pronomes possessivos
“sua” e “seus” fazem parte da mesma cadeia referencial.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2869107
CEBRASPE (CESPE) - PPNT (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-II
Há 70 anos, em 3 de outubro de 1953, era criada a PETROBRÁS, uma empresa estatal que detinha o
monopólio da prospecção e exploração do petróleo no território brasileiro. A criação da empresa foi fruto
da campanha “O petróleo é nosso”, iniciada após a eleição de Getúlio Vargas para seu segundo período
na Presidência.
Sete décadas após sua criação, ficaram para trás o acento agudo e o foco exclusivo no território
brasileiro. A PETROBRAS do século XXI opera em 14 países, prioritariamentenas áreas de exploração,
produção, refino, comercialização e transporte de petróleo, gás natural e seus derivados, e ganhou
reputação internacional no desenvolvimento de tecnologia avançada para a exploração petrolífera em
águas profundas e ultraprofundas. Ficou para trás também o caráter 100% estatal. Atualmente, a
PETROBRAS está organizada como sociedade de economia mista, submete-se às regras gerais da
administração pública e não mais detém o monopólio da exploração do petróleo em território nacional.
Seu papel, no entanto, vai além da obtenção de lucro e envolve aspectos como geração de emprego e
renda, além da promoção do desenvolvimento local nos lugares onde instala suas unidades e
empreendimentos. Estes, muitas vezes, se situam em regiões remotas, que não despertam o apetite de
companhias privadas. Permanece, assim, uma empresa estratégica para diversos aspectos do
desenvolvimento econômico do país.
Renato Coelho. Jornal da UNESP, 3/10/2023 (com adaptações).
 
A respeito dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
 
Os vocábulos “Estes” e “que”, empregados no penúltimo período do texto, retomam termos distintos.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2873966
CEBRASPE (CESPE) - ERRHSB (ANA)/ANA/Especialidade 1/2024
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
O Comentário Geral n.º 15 do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CDESC) da ONU é
claro ao apontar para a necessidade de proteger os ecossistemas, em especial o aquático, contra a
poluição, pois ter acesso a uma água poluída não representa, de fato, o gozo do direito humano à água.
Nessas condições, há risco de comprometimento imediato da saúde individual e coletiva, o que afeta
outros direitos humanos, como o direito à saúde e ao bem-estar. Antes disso, a Agenda 21, aprovada na
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2869107
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2873966
825) 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992,
recomendou que se preservem as funções hidrológicas, biológicas e químicas dos ecossistemas, para que
se assegure água com qualidade.
Em uma perspectiva menos antropocêntrica e mais ecocêntrica, em 2000, a Declaração da 4.ª Cúpula do
P7, composto dos sete países mais pobres do mundo, em seu primeiro princípio, trouxe a ideia de que a
água é uma fonte de vida não substituível, a que todos os seres vivos têm direito, e sua conservação
seria uma responsabilidade coletiva fundamental.
A mesma declaração complementa o raciocínio, defendendo a necessidade de as culturas que defendem
a água como um bem comum serem protegidas e reinventadas. E, nesse ponto, a Declaração da 4.ª
Cúpula do P7 e o Comentário Geral n.º 15 do CDESC convergem entre si, pois este último se refere à
preocupação com o respeito à cultura e o acesso à água, nas formas tradicionais de uso por
comunidades antigas e originárias, o que valoriza o componente da independência no conceito de
segurança hídrica. O que aqui se chama simplisticamente de independência corresponde na verdade à
minimização de uma relação de dependência e sujeição, por meio de mecanismos formais de
cooperação, tanto interbacias como intrabacias hidrográficas. O quarto princípio da Declaração da 4.ª
Cúpula do P7 afirma que “a água deve contribuir para a solidariedade entre comunidades, países,
sociedades, gerações e sexos”. Ao mesmo tempo reconhece que a água doce é distribuída de forma
desigual em torno da Terra, e afirma que isso não deve ser utilizado como fator de exercício de poder.
Carlos Hiroo Saito. Segurança hídrica e direito humano à água.
In: Ruscheinsky, Calgaro & Weber. Ética, direito socioambiental e democracia. Caxias do Sul: Educs, 2018, p.
100-101 (com adaptações).
 
Julgue o próximo item, relativo a aspectos linguísticos do texto CB1A1.
 
A expressão “Nessas condições” (segundo período do primeiro parágrafo) retoma tudo aquilo que se
afirma no período anterior.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2338503
CEBRASPE (CESPE) - Papis (POLC AL)/POLC AL/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 1A1
A obrigatoriedade do fornecimento do DNA e a submissão daqueles ainda não condenados e em
liberdade condicional à entrega de seu material genético foram assuntos bastante discutidos no cenário
estadunidense. A grande abrangência dos crimes que autorizam a extração do DNA assim como a
permanência da informação por tempo indeterminado no índice também são questões controversas. O
foco é a privacidade e a intimidade do indivíduo.
Prevê a Constituição estadunidense direito à inviolabilidade da intimidade e da privacidade da pessoa, de
modo a obstar buscas e apreensões desarrazoadas e sem mandados pelo Estado. O propósito básico da
quarta emenda constitucional estadunidense é proteger a privacidade e a segurança dos indivíduos
contra invasões arbitrárias de autoridades governamentais. Assim, para surtir efeito, um mandado de
busca e apreensão deve ser motivado por uma causa provável (suspeita individualizada da prática de um
delito) e deferido, antes da execução, por um juiz imparcial.
A coleta de sangue ou outro material biológico deve atender aos ditames da quarta emenda (procedida
mediante mandado/decisão motivada), sob pena de ilegalidade. Ocorre que, para a inclusão do DNA no
banco de dados nacional, nem sempre há suspeita individualizada da prática de crime: a coleta ocorre
quando o sujeito já foi condenado, está detido ou está sendo processado por algum crime, mas o
material será armazenado em banco de dados para esclarecer crimes futuros e não será necessariamente
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2338503
826) 
utilizado para o esclarecimento do crime atual — diferentemente, por exemplo, de um mandado de busca
e apreensão com o fim de apreender drogas, em que há suspeita individualizada da existência de
entorpecentes e de que o sujeito pratica mercancia, ocasião em que se expede mandado.
Então, para a coleta de sangue ou outro material biológico pelo Estado não representar uma ofensa a
esse direito constitucional — que proíbe buscas e apreensões desarrazoadas —, é necessária a existência
de uma necessidade especial ou um interesse do Estado predominante ao interesse do jurisdicionado.
Essas são as exceções reconhecidas pela Corte Suprema estadunidense para que haja busca e apreensão
sem mandado: quando houver uma razão especial, além da normal necessidade da aplicação da lei, ou
quando os interesses do Estado superarem os do particular.
Internet: <www.revistadoutrina.trf4.jus.br> (com adaptações).
 
Em relação às ideias e a aspectos linguísticos do texto 1A1, julgue o item que se segue.
 
A coerência do primeiro parágrafo do texto seria mantida caso o segundo e o terceiro períodos fossem
unidos em um só, empregando-se, entre eles, a conjunção portanto, da seguinte forma: A grande
abrangência dos crimes que autorizam a extração do DNA assim como a permanência da informação por
tempo indeterminado no índice também são questões controversas, portanto o foco é a privacidade e a
intimidade do indivíduo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2368666
CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 2A2-III
 
Justiça é justiça social. É atualização dos princípios condutores, emergindo nas lutas sociais, para levar à
criação de uma sociedade em que cessem a exploração e a opressão do homem pelo homem. O direito
não é mais, nem menos, do que a expressão daqueles princípios supremos, como modelo avançado de
legítima organização social da liberdade. Mas até a injustiça como também o antidireito (isto é, a
constituição de normas ilegítimas e sua imposição em sociedades mal organizadas) fazem parte do
processo, poisnem a sociedade justa, nem a justiça corretamente vista, nem o direito mesmo, o
legítimo, nascem de um berço metafísico ou são presente generoso dos deuses: eles brotam nas
oposições, no conflito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos.
 
Direito é processo, dentro do processo histórico. Não é uma coisa feita, perfeita e acabada. É aquele vir a
ser que se enriquece nos movimentos de libertação das classes e dos grupos ascendentes e que definha
nas explorações e opressões que o contradizem, mas de cujas próprias contradições brotarão as novas
conquistas.
 
Roberto Lyra Filho. O que é direito. São Paulo: Brasiliense, 2003, p. 86 (com adaptações).
 
Acerca de aspectos gramaticais do texto 2A2-III, julgue o item subsequente.
 
No parágrafo, a flexão de plural e de gênero masculino na forma pronominal “eles” justifica-se pelo fato
de o referente desse pronome, no texto, ser constituído por mais de um termo e apresentar diferentes
gêneros gramaticais.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2395632
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2368666
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2395632
827) 
828) 
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Administrativa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-I
A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se iniciava com alguma alegação genérica de
que os povos forrageadores viviam em um estado de natureza — o que significava que eram
considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua propriedade. A base para o desalojamento,
por sua vez, tinha como premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalhavam. Esse
argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo (1690), de John Locke, em que o autor
defendia que os direitos de propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar a terra, o
indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a terra se torna, de certo modo, uma extensão do
indivíduo. Os nativos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso. Não eram, segundo
os lockianos, “proprietários de terras que faziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas
necessidades básicas com o mínimo de esforço.
James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as implicações históricas desse pensamento:
considera-se vaga a terra usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam submeter os
europeus a suas leis e costumes ou defender os territórios que durante milhares de anos tinham
erroneamente pensado serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem ser punidos ou
‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma forma, o estereótipo do nativo indolente e
despreocupado, levando uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de conquistadores,
administradores de latifúndios e funcionários coloniais europeus na Ásia, na África, na América Latina e
na Oceania como pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que iam desde a
escravização pura e simples ao pagamento de taxas punitivas, corveias e servidão por dívida.
David Graeber e David Wengrow.
O despertar de tudo: uma nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. 169-170 (com
adaptações).
 
Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão empregados no texto CG1A1-I, julgue o próximo
item.
 
No primeiro período do primeiro parágrafo, a forma pronominal “sua” tem como referente o termo
“povos forrageadores”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2395633
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Administrativa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-I
A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se iniciava com alguma alegação genérica de
que os povos forrageadores viviam em um estado de natureza — o que significava que eram
considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua propriedade. A base para o desalojamento,
por sua vez, tinha como premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalhavam. Esse
argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo (1690), de John Locke, em que o autor
defendia que os direitos de propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar a terra, o
indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a terra se torna, de certo modo, uma extensão do
indivíduo. Os nativos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso. Não eram, segundo
os lockianos, “proprietários de terras que faziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas
necessidades básicas com o mínimo de esforço.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2395633
829) 
James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as implicações históricas desse pensamento:
considera-se vaga a terra usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam submeter os
europeus a suas leis e costumes ou defender os territórios que durante milhares de anos tinham
erroneamente pensado serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem ser punidos ou
‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma forma, o estereótipo do nativo indolente e
despreocupado, levando uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de conquistadores,
administradores de latifúndios e funcionários coloniais europeus na Ásia, na África, na América Latina e
na Oceania como pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que iam desde a
escravização pura e simples ao pagamento de taxas punitivas, corveias e servidão por dívida.
David Graeber e David Wengrow.
O despertar de tudo: uma nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. 169-170 (com
adaptações).
 
Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão empregados no texto CG1A1-I, julgue o próximo
item.
 
No trecho ‘se os povos aborígenes tentam submeter os europeus a suas leis e costumes ou defender os
territórios que durante milhares de anos tinham erroneamente pensado serem seus’ (segundo
parágrafo), o vocábulo ‘que’ remete a ‘povos aborígenes’.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2395634
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Administrativa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-I
A apropriação colonial das terras indígenas muitas vezes se iniciava com alguma alegação genérica de
que os povos forrageadores viviam em um estado de natureza — o que significava que eram
considerados parte da terra, mas sem nenhum direito a sua propriedade. A base para o desalojamento,
por sua vez, tinha como premissa a ideia de que os habitantes daquelas terras não trabalhavam. Esse
argumento remonta ao Segundo tratado sobre o governo (1690), de John Locke, em que o autor
defendia que os direitos de propriedade decorrem necessariamente do trabalho. Ao trabalhar a terra, o
indivíduo “mistura seu trabalho” a ela; nesse sentido, a terra se torna, de certo modo, uma extensão do
indivíduo. Os nativos preguiçosos, segundo os discípulos de Locke, não faziam isso. Não eram, segundo
os lockianos, “proprietários de terras que faziam melhorias”; apenas as usavam para atender às suas
necessidades básicas com o mínimo de esforço.
James Tully, uma autoridade em direitos indígenas, aponta as implicações históricas desse pensamento:
considera-se vaga a terra usada para a caça e a coleta e, “se os povos aborígenes tentam submeter os
europeus a suas leis e costumes ou defender os territórios que durante milhares de anos tinham
erroneamente pensado serem seus, então são eles que violam o direito natural e podem ser punidos ou
‘destruídos’ como animais selvagens”. Da mesma forma, o estereótipo do nativo indolente e
despreocupado, levando uma vida sem ambições materiais, foi utilizado por milhares de conquistadores,
administradores de latifúndios e funcionários coloniais europeus na Ásia, na África, na AméricaLatina e
na Oceania como pretexto para obrigar os povos nativos ao trabalho, com meios que iam desde a
escravização pura e simples ao pagamento de taxas punitivas, corveias e servidão por dívida.
David Graeber e David Wengrow.
O despertar de tudo: uma nova história da humanidade. São Paulo: Cia das Letras, 2022, p. 169-170 (com
adaptações).
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2395634
830) 
Acerca dos sentidos e dos mecanismos de coesão empregados no texto CG1A1-I, julgue o próximo
item.
 
A expressão “Da mesma forma”, no último período do segundo parágrafo, reforça a continuidade da
argumentação do período anterior.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399787
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A1-I
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade dos
estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar as 27
unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura,
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina
pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não mudaram de
posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa Catarina, que lideram,
assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem desde
infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si. Paulistas lideram o
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399787
831) 
ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança patrimonial, com aumento
no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na escolha
das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar políticos a
priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, como um sistema de
incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão pública da região. São
referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros para os estados brasileiros.
Internet: <https://igdd.org.br> (com adaptações).
Quanto às relações coesivas no texto 15A1-I, julgue o próximo item.
 
A forma pronominal “Essa”, em “Essa é a pergunta” (início do primeiro parágrafo), estabelece coesão por
substituição.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399790
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A1-I
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade dos
estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar as 27
unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura,
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina
pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não mudaram de
posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa Catarina, que lideram,
assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399790
832) 
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem desde
infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si. Paulistas lideram o
ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança patrimonial, com aumento
no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na escolha
das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar políticos a
priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, como um sistema de
incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão pública da região. São
referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros para os estados brasileiros.
Internet: <https://igdd.org.br> (com adaptações).
Quanto às relações coesivas no texto 15A1-I, julgue o próximo item.
 
No primeiro período do último parágrafo, a expressão “além de” constitui um elemento de coesão que
estabelece noção de esclarecimento.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399792
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A1-I
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade dos
estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar as 27
unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura,
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina
pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenas cinco não mudaram de
posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa Catarina, que lideram,
assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399792
833) 
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem desde
infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si. Paulistas lideram o
ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança patrimonial, com aumento
no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na escolha
das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar políticos a
priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, como um sistema de
incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão pública da região. São
referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros para os estados brasileiros.
Internet: <https://igdd.org.br> (com adaptações).
Quanto às relações coesivas no texto 15A1-I, julgue o próximo item.
 
No trecho “apenas cinco não mudaram de posição” (segundo parágrafo), foi utilizada a estratégia de
coesão por elipse.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399802
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A1-I
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399802
Você mora em um lugar competitivo? Essa é a pergunta feita pelo Ranking de competitividade dos
estados, que metrifica, em uma escala de 0 a 100, todos os cantos do Brasil, para classificar as 27
unidades federativas com base em dez pilares diferentes: segurança pública, infraestrutura,
sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina
pública, capital humano, potencial de mercado e inovação.
De acordo com os gráficos mostrados a seguir, dos mais de vinte estados, apenascinco não mudaram de
posição ao longo do último ano (2022), com destaque para São Paulo e Santa Catarina, que lideram,
assim como Rio de Janeiro e Roraima, que subiram bastante.
Ao todo, são quase noventa critérios avaliados dentro dos pilares fundamentais, que incluem desde
infraestrutura até o capital humano de cada localidade, com pesos diferentes entre si. Paulistas lideram o
ranking há anos. No ano de 2022, porém, houve piora no quesito segurança patrimonial, com aumento
no número de furtos e roubos. Estados do Norte e do Nordeste são os menos competitivos do país.
Trata-se de uma ferramenta de avaliação da administração pública, de diagnóstico e auxílio na escolha
das prioridades e de promoção de boas práticas organizacionais, que, além de ajudar políticos a
priorizarem ações com base em uma inteligência de dados bem robusta — ou seja, como um sistema de
incentivo para os líderes públicos —, pode ser um bom indicador da gestão pública da região. São
referências adotadas pelo ranking que apresentam novos parâmetros para os estados brasileiros.
Internet: <https://igdd.org.br> (com adaptações).
No que diz respeito aos indícios contextuais, às relações de sentido entre palavras e às relações coesivas
no texto 15A1-I, julgue o item subsecutivo.
 
No primeiro período do último parágrafo, os elementos “avaliação da administração pública”, “diagnóstico
e auxílio na escolha das prioridades” e “promoção de boas práticas organizacionais” são relacionados ao
termo “ferramenta”.
834) 
835) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399827
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A2-I
Em uma linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a
diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos.
O relatório Fazendo com que a justiça conte: medindo e aprimorando o desempenho do
Judiciário no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, já apontava em 2004 a maior difusão do instituto
da conciliação como uma possível solução para a excessiva sobrecarga de processos na justiça estadual.
Segundo o relatório, tal medida poderia ser um importante mecanismo de diminuição das demandas hoje
paralisadas no Poder Judiciário estadual.
Ribeiro (2008), em análise acerca do acesso ao sistema judiciário no Brasil, destaca o papel do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) como órgão encarregado de desenvolver ações que visem à redução da
morosidade processual e à simplificação dos procedimentos judiciais. A autora destaca dentre os projetos
desenvolvidos pelo CNJ a ênfase nos procedimentos alternativos de justiça, entre os quais figura o
instituto da conciliação.
Em mesmo sentido, Veronese (2007) realizou análise da evolução de experiências alternativas de
resolução de conflitos, descrevendo os projetos e as questões políticas implicadas nesse fenômeno.
Segundo o autor, apesar do consenso de que o Brasil se insere em um contexto de tradição jurídica
formalista, ocorre atualmente um movimento descrito como “permeabilidade às novas referências
institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de intervenção social” (2007, p. 19), agenda que,
segundo Veronese, vem-se desenvolvendo de modo célere no Brasil. Um exemplo citado por ele diz
respeito à realização do Dia Nacional da Conciliação, evento promovido pelo CNJ com o intuito de
difundir nos tribunais a cultura da realização de acordos entre os litigantes com vistas a extinguir
demandas judiciárias.
Renato Máximo Sátiro e Marcos de Moraes Sousa.
Determinantes quantitativos do desempenho judicial: fatores associados à produtividade dos tribunais de
justiça. In: Revista Direito GV, v. 7, n.º 1, 2021, p. 8-9 (com adaptações).
Com relação aos fatores de coesão do texto 15A2-I, julgue o seguinte item.
 
No último período do segundo parágrafo, o antecedente de “os quais” é “os projetos desenvolvidos pelo
CNJ”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399829
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A2-I
Em uma linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a
diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos.
O relatório Fazendo com que a justiça conte: medindo e aprimorando o desempenho do
Judiciário no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, já apontava em 2004 a maior difusão do instituto
da conciliação como uma possível solução para a excessiva sobrecarga de processos na justiça estadual.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399827
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399829
836) 
Segundo o relatório, tal medida poderia ser um importante mecanismo de diminuição das demandas hoje
paralisadas no Poder Judiciário estadual.
Ribeiro (2008), em análise acerca do acesso ao sistema judiciário no Brasil, destaca o papel do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) como órgão encarregado de desenvolver ações que visem à redução da
morosidade processual e à simplificação dos procedimentos judiciais. A autora destaca dentre os projetos
desenvolvidos pelo CNJ a ênfase nos procedimentos alternativos de justiça, entre os quais figura o
instituto da conciliação.
Em mesmo sentido, Veronese (2007) realizou análise da evolução de experiências alternativas de
resolução de conflitos, descrevendo os projetos e as questões políticas implicadas nesse fenômeno.
Segundo o autor, apesar do consenso de que o Brasil se insere em um contexto de tradição jurídica
formalista, ocorre atualmente um movimento descrito como “permeabilidade às novas referências
institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de intervenção social” (2007, p. 19), agenda que,
segundo Veronese, vem-se desenvolvendo de modo célere no Brasil. Um exemplo citado por ele diz
respeito à realização do Dia Nacional da Conciliação, evento promovido pelo CNJ com o intuito de
difundir nos tribunais a cultura da realização de acordos entre os litigantes com vistas a extinguir
demandas judiciárias.
Renato Máximo Sátiro e Marcos de Moraes Sousa.
Determinantes quantitativos do desempenho judicial: fatores associados à produtividade dos tribunais de
justiça. In: Revista Direito GV, v. 7, n.º 1, 2021, p. 8-9 (com adaptações).
Com relação aos fatores de coesão do texto 15A2-I, julgue o seguinte item.
 
No segundo período do último parágrafo, o substantivo “agenda” faz referência ao movimento de
‘permeabilidade às novas referências institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de
intervenção social’.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 15A2-I
Em uma linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a
diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos.
O relatório Fazendo com que a justiça conte: medindo e aprimorando o desempenho do
Judiciário no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, já apontava em 2004 a maior difusão do instituto
da conciliação como uma possível solução para a excessiva sobrecarga de processos na justiça estadual.
Segundo o relatório, tal medida poderia ser um importante mecanismo de diminuição das demandas hoje
paralisadas no Poder Judiciário estadual.
Ribeiro (2008), em análise acerca do acesso ao sistema judiciário no Brasil, destaca o papel do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) como órgão encarregado de desenvolver ações que visem à redução da
morosidade processual e à simplificação dos procedimentos judiciais. A autoradestaca dentre os projetos
desenvolvidos pelo CNJ a ênfase nos procedimentos alternativos de justiça, entre os quais figura o
instituto da conciliação.
Em mesmo sentido, Veronese (2007) realizou análise da evolução de experiências alternativas de
resolução de conflitos, descrevendo os projetos e as questões políticas implicadas nesse fenômeno.
Segundo o autor, apesar do consenso de que o Brasil se insere em um contexto de tradição jurídica
formalista, ocorre atualmente um movimento descrito como “permeabilidade às novas referências
institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de intervenção social” (2007, p. 19), agenda que,
segundo Veronese, vem-se desenvolvendo de modo célere no Brasil. Um exemplo citado por ele diz
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399832
837) 
respeito à realização do Dia Nacional da Conciliação, evento promovido pelo CNJ com o intuito de
difundir nos tribunais a cultura da realização de acordos entre os litigantes com vistas a extinguir
demandas judiciárias.
Renato Máximo Sátiro e Marcos de Moraes Sousa.
Determinantes quantitativos do desempenho judicial: fatores associados à produtividade dos tribunais de
justiça. In: Revista Direito GV, v. 7, n.º 1, 2021, p. 8-9 (com adaptações).
Com relação aos fatores de coesão do texto 15A2-I, julgue o seguinte item.
 
No primeiro período do último parágrafo, o substantivo “fenômeno” retoma a ideia expressa por
“análise”.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400239
838) 
 
Em relação a aspectos da organização do texto 20A1-I, julgue o item que se segue.
 
Na progressão textual construída pela autora, os termos “radiografia” (terceiro parágrafo) e
‘caleidoscópios’ (último parágrafo) revelam-se antípodas.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
No segundo parágrafo do texto, os termos “classes”, “grupos” e “estratos” são correferentes.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400240
839) 
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dosConectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
 
No trecho “confusão de seres de estratos diversos” (segundo parágrafo), o vocábulo “estratos” está,
sintática e semanticamente, vinculado a “seres” por uma relação de contraste.
Certo
Errado
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400241
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400242
840) 
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- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
 
No quarto parágrafo, o emprego da conjunção “Pois” explicita o caráter de vinculação explicativa entre o
teor do primeiro período e as informações que o precedem.
Certo
Errado
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- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
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841) 
842) 
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas dasociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
 
No último parágrafo, a palavra “nova” qualifica uma novidade empreendida em tempo passado ao da
produção do texto.
Certo
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- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
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Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
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843) 
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
 
Pela progressão textual, conclui-se que a expressão “barreiras intransponíveis” (último período do quarto
parágrafo) retoma a mesma ideia expressa por “realidade imponderável” (último período do segundo
parágrafo).
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- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A1-I
Um contraste não menos nítido que o da oposição dos sexos é o fornecido pela oposição das classes em
determinada sociedade, a qual tende a se revelar por meio de certos sinais exteriores como a
vestimenta, as maneiras, a linguagem, chegando mesmo a refletir-se no modo pelo qual as pessoas se
distribuem no espaço geográfico.
É assim que podemos, por assim dizer, visualizar as sutis diferenças que separam os seres entre si, pois
elas aqui e ali se petrificam, as diversas áreas residenciais urbanas simbolizando as diversas classes
sociais, os indivíduos espalhando-se pelos bairros de uma cidade de acordo com os grupos a que
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844) 
pertencem, como se procurassem, através de uma unidade local, reforçar a identidade de usos e
costumes, de hábitos e mentalidade. Como se, numa existência de aproximação constante e frequente
confusão de seres de estratos diversos a que a vida urbana nos obriga, fosse necessário, para preservar
uma demarcação social existente, mas ameaçada, reforçar a todo momento uma realidade imponderável,
cuja exteriorização conferisse a cada um uma segurança maior.
No entanto, à maneira de uma radiografia que nos revela, na sua nitidez, detalhes imperceptíveis ao olho
nu, mas que, sendo estática, não retém a vida, o palpitar do coração, o fluir constante do sangue nas
artérias, enfim, os fenômenos fisiológicos que se produzem no interior do nosso corpo, os esquemas da
sociedade também não nos fazem suspeitar a luta surda e subterrânea dos grupos, a ininterrupta
substituição dos indivíduos num arcabouço mais ou menos fixo.
Pois a separação de classes não é rígida como a que existe entre as castas. A classe é aberta e
percorrida por um movimento contínuo de ascensão e descida, o qual afeta constantemente a sua
estrutura, colocando os indivíduos de maneira diversa, uns em relação aos outros. A sociedade do século
XIX, ao contrário daquela que a precedeu, não opõe mais, nem mesmo entre a burguesia e a nobreza,
barreiras intransponíveis, preservadas pelo próprio Estado por meio das leis suntuárias ou das questões
de precedência e de nível.
Essa possibilidade nova de comunicação entre os grupos substitui a antiga fixidez, ou melhor, a fixidez
relativa da estrutura social, por uma constante mobilidade, fazendo com que a sociedade se assemelhe,
na admirável comparação de Proust, “aos caleidoscópios que giram de tempos em tempos, colocando
sucessivamente de maneira diversa elementos que acreditávamos imóveis, e compondo uma outra
figura”.
Gilda de Melo e Sousa. O espírito das roupas: a
moda no século XIX. São Paulo/Rio de Janeiro: Cia das Letras/Ouro Sobre Azul, 2019, p. 111-112. (com
adaptações).
 
Considerando as relações coesivas e de sentido entre termos empregados no texto 20A1-I, julgue o
item a seguir.
 
As expressões “por assim dizer” (segundo parágrafo) e “enfim” (terceiro parágrafo) são empregadas, no
texto, com funções textuais e significados equivalentes.
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- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A2-I
Falar ou escrever sobre Antonio Candido é, para mim, extremamente difícil. A geração à qual pertenço
não seria a mesma sem a sua presença e influência. Eu próprio não seria o mesmo se a vida não me
pusesse em contato com Antonio Candido, com o seu carinho, a sua severidade íntegra, a sua modéstia
e o seu orgulho intelectual — enfim, a sua personalidade de educador, que se irradia irresistível, como
uma exigência de perfeição e de compromisso crítico. Uma existência fecunda, devotada ao estudo, ao
cultivo do talento dos jovens, ao ensino, ao florescimento da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo, à contestação socialista constante e à esperança de que o Brasil
venceria, por meio dos mais humildes e dos trabalhadores, as tragédias de sua dependência e o
subdesenvolvimento. Sem alarde, sempre esteve na vanguarda ousada, realizando tarefas simples e
complexas, escondendo-se no anonimato, mas enfrentando, sem se perturbar, todos os riscos. Duas
ditaduras e muitas incompreensões cercaram a sua atuação inconformista, pois escapava à sua posição
na sociedade e ao controle das elites para servir às causas da justiça social, dos jovens e dos oprimidos.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400251
845) 
Em sua carreira, percorreu três estações: a de agitador de ideias por meio dos ensaios jornalísticos; a de
professor e pesquisador no campo da sociologia; a de professor de literatura comparada e do invento
literário, na qual se notabilizou convertendo a crítica literária em forma de criação cultural e em ramo da
literatura.
Escapou aos ismos, que circulavam nos ambientes acadêmicos, e forjou recursos complexos de
explicação, integrativos e de síntese, que demarcam a obra da inteligência erudita e criadora, que, em
outros tempos, se caracterizariam como a ciência da produção literária. Em nossos dias, de resistência ao
positivismo e ao cientificismo, tal preocupação desvaneceu-se. O que não impede de trazê-la à baila,
para que se possa conferir à razão como dar conta da categoria de saber a que chegou Antonio Candido,
por seus méritos, sua capacidade de trabalho e seu espírito inventivo.
Florestan Fernandes. A contestação necessária. São Paulo: Expressão Popular, 2015, p. 107-108 (com
adaptações).
 
Considerando aspectos estilísticos e coesivos do texto 20A2-I, bem como o atendimento à norma-
padrão da língua portuguesa, julgue o item a seguir.
 
No primeiro parágrafo, a expressão “Uma existência fecunda” (quarto período) faz referência à geração
de Florestan Fernandes, mencionada no segundo período desse parágrafo.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Taquigrafia/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 20A2-I
Falar ou escrever sobre Antonio Candido é, para mim, extremamente difícil. A geração à qual pertenço
não seria a mesma sem a sua presença e influência. Eu próprio não seria o mesmo se a vida não me
pusesse em contato com Antonio Candido, com o seu carinho, a sua severidade íntegra, a sua modéstia
e o seu orgulho intelectual — enfim, a sua personalidade de educador, que se irradia irresistível, como
uma exigência de perfeição e de compromisso crítico. Uma existência fecunda, devotada ao estudo, ao
cultivo do talento dos jovens, ao ensino, ao florescimento da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo, à contestação socialista constante e à esperança de que o Brasil
venceria, por meio dos mais humildes e dos trabalhadores, as tragédias de sua dependência e o
subdesenvolvimento. Sem alarde, sempre esteve na vanguarda ousada, realizando tarefas simples e
complexas, escondendo-se no anonimato, mas enfrentando, sem se perturbar, todos os riscos. Duas
ditaduras e muitas incompreensões cercaram a sua atuação inconformista, pois escapava à sua posição
na sociedade e ao controle das elites para servir às causas da justiça social, dos jovens e dos oprimidos.
Em sua carreira, percorreu três estações: a de agitador de ideias por meio dos ensaios jornalísticos; a de
professor e pesquisador no campo da sociologia; a de professor de literatura comparada e do invento
literário, na qual se notabilizou convertendo a crítica literária em forma de criação cultural e em ramo da
literatura.
Escapou aos ismos, que circulavam nos ambientes acadêmicos, e forjou recursos complexos de
explicação, integrativos e de síntese, que demarcam a obra da inteligência erudita e criadora, que, em
outros tempos, se caracterizariam como a ciência da produção literária. Em nossos dias, de resistência ao
positivismo e ao cientificismo, tal preocupação desvaneceu-se. O que não impede de trazê-la à baila,
para que se possa conferir à razão como dar conta da categoria de saber a que chegou Antonio Candido,
por seus méritos, sua capacidade de trabalho e seu espírito inventivo.
Florestan Fernandes. A contestação necessária. São Paulo: Expressão Popular, 2015, p. 107-108 (com
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400255
846) 
847) 
adaptações).
 
Tendo como referência aspectos estruturais e linguísticos do texto 20A2-I, julgue o item que se segue.
 
No segundo parágrafo, o referente da forma pronominal “na qual” é “literatura comparada”.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana (CNMP)/CNMP/Apoio Jurídico/Direito/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
A regulamentação do direito quilombola — reconhecido no artigo 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988 (CF) — passou anos sem qualquer
instrumento legal de abrangência nacional que guiasse sua efetivação. Em 2001, o Decreto n.º 3.912
delimitou o período entre 1888 até 5 de outubro de 1988 para a caracterização das comunidades
“remanescentes de quilombos”, utilizando uma noção de quilombo vinculada à definição colonial da
Convenção Ultramarina de 1740. Tal decreto foi revogado pelo de n.º 4.887/2003, que, por sua vez,
aboliu a exigência de permanência no território e, com base no critério de autodefinição previsto na
Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para povos indígenas e tribais, definiu a
categoria “remanescentes de quilombos” como “grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida” (Decreto
n.º 4.887/2003, art. 2.°). O decreto também estabeleceu a necessidade de desapropriação das áreas
reivindicadas por particulares, bem como a titulação coletiva das terras dos quilombos, e impediu a
alienação das propriedades tituladas.
A previsão de autodefinição é de suma relevância porquanto parte do pressuposto de que não cabe ao
poder público, nem a nenhum pesquisador, imputar identidades sociais. Esse princípio vai de par com o
Decreto Federal n.º 6.040/2007, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais, definindo-os como “grupos culturalmente diferenciados e que se
reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.
F. Vieira et al. Sob o rufar dos ng’oma: o judiciário
em disputa pelos quilombolas. Revista Direito e Práxis, v. 8, jan. 2017, p. 560–1 (com adaptações).Considerando os mecanismos de coesão e coerência textuais e as relações de sentido estabelecidas no
texto CB1A1, julgue o próximo item.
No primeiro período do primeiro parágrafo, o vocábulo “sua” está empregado em referência a “A
regulamentação do direito quilombola”.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana (CNMP)/CNMP/Apoio Jurídico/Direito/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2421462
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2421463
848) 
A regulamentação do direito quilombola — reconhecido no artigo 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988 (CF) — passou anos sem qualquer
instrumento legal de abrangência nacional que guiasse sua efetivação. Em 2001, o Decreto n.º 3.912
delimitou o período entre 1888 até 5 de outubro de 1988 para a caracterização das comunidades
“remanescentes de quilombos”, utilizando uma noção de quilombo vinculada à definição colonial da
Convenção Ultramarina de 1740. Tal decreto foi revogado pelo de n.º 4.887/2003, que, por sua vez,
aboliu a exigência de permanência no território e, com base no critério de autodefinição previsto na
Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para povos indígenas e tribais, definiu a
categoria “remanescentes de quilombos” como “grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com
presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida” (Decreto
n.º 4.887/2003, art. 2.°). O decreto também estabeleceu a necessidade de desapropriação das áreas
reivindicadas por particulares, bem como a titulação coletiva das terras dos quilombos, e impediu a
alienação das propriedades tituladas.
A previsão de autodefinição é de suma relevância porquanto parte do pressuposto de que não cabe ao
poder público, nem a nenhum pesquisador, imputar identidades sociais. Esse princípio vai de par com o
Decreto Federal n.º 6.040/2007, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais, definindo-os como “grupos culturalmente diferenciados e que se
reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam
territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.
F. Vieira et al. Sob o rufar dos ng’oma: o judiciário
em disputa pelos quilombolas. Revista Direito e Práxis, v. 8, jan. 2017, p. 560–1 (com adaptações).
 
Considerando os mecanismos de coesão e coerência textuais e as relações de sentido estabelecidas no
texto CB1A1, julgue o próximo item.
 
No último período do último parágrafo, o vocábulo “que” em “que ocupam e usam territórios e recursos
naturais” retoma “formas próprias de organização social”.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Tec (CNMP)/CNMP/Apoio Técnico Administrativo/Administração/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB3A1-I
Ao final do período de revoluções e guerras que caracterizaram a virada do século XVIII para o XIX, os
recém-emancipados países da América e os antigos Estados europeus se viram diante da necessidade de
criar estruturas de governo, marcando a transição do Antigo Regime ao constitucionalismo e do
colonialismo à independência. Os arquitetos da nova ordem se inspiraram em fontes antigas e modernas:
de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) e Políbio (c.200 a.C. – c.118 a.C.) a John Locke (1632 – 1704) e
Montesquieu (1689 – 1755). Um dos principais problemas com os quais lideranças e pensadores políticos
se confrontaram estava materializado em uma passagem do poeta satírico romano Juvenal (c.55 –
c.127), em que se lê: “Quis custodiet ipsos custodes?”, traduzida como “Quem vigia os vigias?” ou “Quem
controla os controladores?”.
“Uma coisa é teorizar sobre a separação em três poderes, como lemos em Montesquieu. Outra coisa é
colocar em prática”, observa a historiadora Monica Duarte Dantas, do Instituto de Estudos Brasileiros da
Universidade de São Paulo. “Aí surgem os problemas, porque um poder pode tentar assumir as
atribuições de outro. Não era possível antever todas as questões que iriam aparecer, até porque havia
assuntos que diziam respeito a mais de um poder. Na prática, era preciso definir a quem competia o quê.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2423607
849) 
Essas questões emergiram rapidamente nos séculos XVIII e XIX, quando se tentou colocar em prática a
separação de poderes.”
Alguém que acompanhasse os trabalhos de elaboração de textos constitucionais no início do século XIX
não necessariamente apostaria que, ao final desse período, estaria consolidado um modelo de
organização do Estado em que o poder se desdobraria em três partes: o Executivo, o Legislativo e o
Judiciário, conforme apresentado pelo filósofo francês Montesquieu em O espírito das leis (1748).
Havia projetos com quatro, cinco ou até mais poderes. Na França, o filósofo político franco-suíço
Benjamin Constant (1767 – 1830) imaginou meia dezena: o Judiciário, o Executivo, dois poderes
representativos, correspondentes ao Legislativo — o da opinião (Câmara Baixa) e o da tradição (Câmara
Alta) —, e um poder “neutro”, exercido pelo monarca. O revolucionário venezuelano Simon Bolívar (1783
– 1830) chegou a formular a ideia, em 1819, de um “poder moral” que deveria cuidar, sobretudo, de
educação.
 
As mesmas preocupações estavam na cabeça dos deputados na primeira Assembleia Constituinte do
Brasil, em 1823. Até que, em novembro, o conflito de poderes se concretizou: tropas enviadas pelo
imperador Dom Pedro I (1789 – 1834) dissolveram a assembleia. Em março do ano seguinte, quando o
imperador outorgou a primeira Constituição brasileira, ela se afastava pouco do projeto elaborado em
1823, mas continha uma diferença crucial: os poderes eram quatro e incluíam um Moderador.
Entretanto, só em dois países esse quarto poder chegou a ser formalmente inscrito no texto
constitucional, como uma instituição em separado. O Brasil, com o título 5.º da Constituição de 1824, e
Portugal, em 1826, com a Carta Constitucional outorgada também por Dom Pedro — em Portugal, IV, e
não I —, no breve período de seis dias em que acumulou a coroa de ambos os países. As funções do
Poder Moderador, tanto na doutrina de Constant quanto na Constituição brasileira, guardam semelhanças
com algumas das funções que hoje cabem às cortes supremas — no Brasil, ao Supremo Tribunal Federal
(STF). Trata-se de garantir que a atuação dos poderes, seja na formulação de leis, seja na administração
pública ou no julgamento de casos, não se choque com as normas constitucionais.
Diego Viana. Experimentação constitucional fomentou criação de Poder Moderador. In: Revista Pesquisa FAPESP,
ago./2022 (com adaptações).
 
Em relação a aspectos linguísticos e à estruturação do texto CB3A1-I, julgue o item subsequente.
 
No segundo período do quinto parágrafo, o vocábulo “que” retoma “Dom Pedro”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2445834
CEBRASPE (CESPE) - PPNT (PETROBRAS)/PETROBRAS/Enfermagem do Trabalho/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-II
 
Em 23/3/2023, o presidente da PETROBRAS, Jean Paul Prates, afirmou à imprensa que a companhia não
deve praticar o preço de paridade internacional (PPI). “Se lá fora o preço do petróleo diminuiu, entendo
que diminuiu também em termos de insumos para as refinarias, logo isso tem de refletir no preço para o
consumidor final. Não é necessário que o preço do combustível esteja amarrado ao preço do importador,que é o nosso principal concorrente. Ao contrário. Paridade de importação não é preço que a companhia
deve praticar.”
Prates disse que, em sua gestão como presidente da estatal, não haverá o “dogma do preço de paridade
internacional (PPI)”, abrindo espaço para a negociação de preços que levem em consideração o cenário
econômico nacional.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2445834
850) 
Instituída em 2016, a política do PPI prevê que a PETROBRAS alinhe os valores que cobra das
distribuidoras pelo combustível ao que é cobrado pelas importadoras que trazem o petróleo refinado em
forma de diesel e gasolina para o Brasil.
Questionado se haverá redução no preço da gasolina, Jean Paul Prates disse que as equipes estão
avaliando o mercado sobre possíveis oscilações no preço do combustível. “A gente está avaliando a
referência internacional e o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora. O mercado nacional é
composto pelo que é produzido aqui com o produto importado. Sempre que a gente puder ter o preço
mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso”,
concluiu.
O presidente da companhia também garantiu que a venda dos ativos do Polo Bahia Terra, em negociação
entre a PETROBRAS e um consórcio formado por PetroReconcavo e Eneva, está sendo reavaliada sob
uma nova ótica e que nada está decidido. Segundo ele, “o que está assinado será cumprido; o que não
está assinado será revisto”.
Internet: <www.cnnbrasil.com.br> (com adaptações).
 
A respeito de aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue.
 
Pelas relações de sentido estabelecidas entre os dois primeiros períodos do primeiro parágrafo, conclui-se
que o vocábulo ‘isso’ (segundo período) faz referência a “preço de paridade internacional” (primeiro
período).
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2459358
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Braillista/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-I
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos
alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação
básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os
últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas
pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos
alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o
desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior
aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma
queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam
retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se
posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender
todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos
estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2459358
851) 
Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no
que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção
nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um
isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”,
contextualiza Suelaine.
 
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos
alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de
semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi
Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem
aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão
em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas
têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a
educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos tipológicos e coesivos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
 
A expressão “os últimos anos escolares” (segundo período do primeiro parágrafo) refere-se ao ensino
médio.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2459373
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Braillista/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-I
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos
alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação
básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os
últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas
pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos
alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o
desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior
aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma
queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam
retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se
posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2459373
852) 
todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos
estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma.
Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no
que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção
nessa condição: a pessoajá estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um
isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”,
contextualiza Suelaine.
 
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos
alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de
semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi
Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem
aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão
em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas
têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a
educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos tipológicos e coesivos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
 
O pronome “ela” (início do quinto parágrafo) retoma “Suelaine Carneiro” (início do quarto parágrafo).
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2459376
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Braillista/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-I
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos
alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação
básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os
últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas
pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos
alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o
desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior
aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma
queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam
retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2459376
853) 
posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender
todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos
estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma.
Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no
que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção
nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um
isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”,
contextualiza Suelaine.
 
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos
alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de
semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi
Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem
aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão
em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas
têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a
educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).
 
A respeito dos sentidos e dos aspectos tipológicos e coesivos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
 
O pronome ‘Você’ (segundo período do último parágrafo) não faz referência a um interlocutor específico.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2520609
CEBRASPE (CESPE) - ATM (Pref Fortaleza)/Pref Fortaleza/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-I
Responsabilidade fiscal combina com responsabilidade social?
Quando analistas do mercado financeiro e economistas ditos “ortodoxos” referem-se à necessidade de
haver responsabilidade fiscal, parece, à primeira vista, que estão se referindo à necessidade de o Estado
não realizar gastos (ou abrir mão de receitas públicas) de modo descontrolado, eleitoreiro e ineficiente,
aumentando aceleradamente a dívida pública (em proporção do PIB) sem um planejamento econômico-
orçamentário de médio e longo prazo. Se fosse somente isso, se fossem somente essas as suas
preocupações, não haveria muita polêmica, visto que os políticos e os economistas que questionam a
visão do mercado financeiro também concordam com esses parâmetros para qualificar a
responsabilidade fiscal.
O problema está em alguns diagnósticos e causalidades evocados pelos economistas porta-vozes do
mercado financeiro, que podemos sintetizar em duas ideias centrais.
A primeira ideia central é a de que a economia brasileira apresentaria historicamente um sério “risco
fiscal”, suficiente para tirar o sono daqueles que compram títulos da dívida pública. Exatamente por esse
grave risco fiscal, argumenta o economista ortodoxo, é que haveria a necessidade de o Banco Central
manter a taxa de juros reais nas alturas, colocando o Brasil quase sempre na posição de país com a
maior taxa de juros reais no mundo. Os maiores juros reais do mundo seriam uma espécie de prêmio
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2520609
854) 
exigido de modo justo e justificado pelos “investidores” que emprestam seus recursos ao governo: maior
risco, maior incerteza, maior prêmio — uma simples e sadia “lei do mercado”.
A segunda ideia central é a de que a inflação decorreria de um excesso de demanda na economia. Não
adianta apresentar dados objetivos indicando que, em muitos casos, a inflação é gerada por choques de
oferta que nada têm a ver com excesso de demanda. A partir desse diagnóstico imutável (e imune aos
fatos) de que a inflação — ou o risco de inflação — seria sempre um problema de excesso de demanda,
os porta-vozes do mercado estão sempre cobrando do governo que colabore para a redução da demanda
e modere seus gastos (exceto o gasto com os juros da dívida pública), e estão sempre cobrando do
Banco Central que aumente a taxa básica de juros diante de qualquer tipo de sinal de pressão
inflacionária, pois o aumento dos juros causa refluxo da demanda — demissões, queda nos investimentos
— e esse refluxo da demanda combateria eficazmente a inflação.
Podemos agora formular com precisão: o mercado financeiro não vê antagonismo entre responsabilidade
fiscal e responsabilidade socialporque, em sua visão, a primeira é sempre uma pré- condição para a
segunda. Como o mercado financeiro sempre vê um risco fiscal significativo na economia brasileira,
nunca estará satisfeito com o nível de responsabilidade fiscal demonstrado pelo governo, nunca achará
que já estamos em condições de avançar com segurança nas tarefas sociais e sempre tachará de
“populista” ou “demagógica” qualquer alternativa que signifique abandonar esse beco sem saída ao qual
o país foi condenado nas últimas décadas.
Internet: <anima.pucminas.br> (com adaptações).
 
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue o próximo item.
No terceiro período do quinto parágrafo, o segmento “e imune aos fatos”, inserido entre parênteses,
reitera o significado do termo anterior “imutável”.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534574
855) 
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, acerca de coesão e coerência do texto 8A3.
 
Na penúltima estrofe, o pronome “Essa” tem emprego catafórico, uma vez que anuncia uma ideia ainda
não expressa pelo texto.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana (SERPRO)/SERPRO/Tecnologia/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto
 
Os pais pediram que o menino fosse dormir cedo para que pudesse acordar à hora da passagem do ano.
A julgar pela insistência da recomendação, o ano não passaria se ele não se deitasse. O que seria,
francamente, um problemão — e para o mundo todo. Se o ano não virasse, tudo o que estava para
acontecer a partir da meia-noite bruscamente ficaria retido nas malas, nos pacotes, na escuridão. Por
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2535772
856) 
respeito à humanidade, o garoto acatou. Quer dizer, mais ou menos — ficaria na cama de olhos
fechados, igual quando brincava de morto, mas dormir mesmo não dormiria. Só estando acordado seria
possível devassar de vez o mistério da passagem do ano.
Os adultos mentem muito, sabia. Até mesmo sua mãe, que lhe pede não mentir nunca, inventava
histórias quando ele perguntava “como era a cara do ano velho e do ano novo”. Sempre lhe respondiam,
com sorrisos enigmáticos que não esclarecem nada, que tudo dependia da sua maneira de olhar. Mas
olhar o quê? O ano velho indo embora tal qual um balão, “subindo, perdendo gás, perdendo gás, até
acabar muito chocho”? Ou a chegada do novo, que descia de paraquedas na praça General Osório,
trazendo uma mochila munida de “talco, escova de dentes e pombas”, para soltar em sinal de paz e
alegria? Pouca coisa fazia sentido naquela cabeça de menino.
Confinado em seu quarto, correu para a janela depois do beijo materno de boa noite e ali ficou, vigia do
réveillon. Era preciso guardar o céu, pois com certeza “o ano passa no ar”. Mas o que faria, então, tanta
gente na rua, tanto carro buzinando, sem ninguém olhando para cima? Já estavam, decerto,
acostumados. “É ruim, ficar acostumado: não se vê mais nada, as coisas vão se apagando”, concluiu a
criança da crônica de Drummond. Ninguém ia perceber a passagem do ano.
Desiludido, o menino pegou no sono e acordou no chão, apavorado com o estrondo da virada. Foi
correndo para a sala, onde os adultos, falando um pouco arrastado, tinham perdido o jeito comum, o
jeito diurno. “Ele passou?”, quis saber. Carinhosa, a mãe levou-o de volta para o quarto, encostou o rosto
em seu rosto e rogou-lhe que dormisse outra vez. O ano passara sem que ele o visse. Bem que sua mãe
tinha alertado: só dependia da maneira de olhar... e ele não acertara com a maneira.
Guilherme Tauil. Para o ano que chega. Internet: < https://cronicabrasileira.org.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto.
O pronome “ele” (segundo período do primeiro parágrafo) faz referência a “ano”, no mesmo período.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana (SERPRO)/SERPRO/Tecnologia/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto
 
Em 1898, Nikola Tesla impressionou quem assistiu à sua apresentação na Feira Electrical Exhibition, que
aconteceu no (então recém-inaugurado) Madison Square Garden, em Nova York.
Em uma piscina, o cientista colocou um barco em miniatura — que, de repente, começou a se mover
sozinho. A plateia, boquiaberta, logo o indagou sobre o feito. Tesla disse que havia equipado o barco
com um “sistema inteligente”, capaz de responder, inclusive, a comandos de direção.
As pessoas, então, gritaram para que a miniatura navegasse para frente, para o lado, para trás… E o
barquinho obedeceu, como se estivesse “ouvindo” as ordens. Mentira. Tesla estava comandando tudo à
distância. Cortesia de sua invenção: o primeiro sistema de controle remoto via ondas de rádio.
Hoje, claro, ninguém cairia no truque do barquinho. Mas, naquela época, quase ninguém conhecia as
propriedades da radiotransmissão — a primeira transmissão transatlântica, feita pelo italiano Guglielmo
Marconi, havia acontecido apenas um ano antes, em 1897. Tesla, assim como Marconi, foi um dos
precursores desse campo de estudo, que revolucionou o modo como nos comunicamos.
Rafael Battaglia. Internet: <https://super.abril.com.br/cultura> (com adaptações).
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2535815
857) 
 
Julgue o item que se segue, em relação a estruturas linguísticas do texto.
O segmento “o cientista” (primeiro período do segundo parágrafo) retoma, por coesão, o termo “Nikola
Tesla” (primeiro período do primeiro parágrafo).
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - AFM (Pref Fortaleza)/Pref Fortaleza/Administração/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto
 
O Estado moderno exerce um papel importante na moldagem da distribuição de renda e do bem-estar
entre seus cidadãos, moderando as desigualdades geradas pela economia de mercado. Ele busca esses
objetivos por intermédio de várias políticas públicas, como o estabelecimento do arcabouço legal do
ambiente de negócios, a regulação da concorrência econômica, a provisão de bens e serviços públicos, a
promoção de transferências monetárias às famílias de baixa renda e a arrecadação dos tributos
necessários a seu financiamento.
Entre as principais funções do Estado, sob a ótica das finanças públicas, está a função redistributiva.Essa
função está basicamente associada a ajustamentos no perfil da distribuição de renda, uma vez que as
alocações de mercado podem levar a uma situação de desigualdade não apoiada pelos anseios gerais da
população. Nesse caso, o equilíbrio de mercado pode passar a gerar conflitos e a interferir no
funcionamento da própria sociedade.
Um importante instrumento à disposição do Estado para exercer sua função distributiva é, naturalmente,
o sistema tributário. Por meio dele, o governo pode ajustar a renda dos cidadãos, taxando mais algumas
rendas e menos outras, de forma a atingir uma distribuição final mais equitativa. Um sistema tributário
progressivo é aquele no qual os impostos aumentam mais que proporcionalmente com o aumento da
renda dos contribuintes. O sistema regressivo ocorre quando o pagamento dos impostos aumenta menos
que proporcionalmente com a renda dos contribuintes e proporcional (ou neutro) quando os impostos
aumentam proporcionalmente com a renda.
O sistema de impostos progressivo tende a reduzir a desigualdade de renda entre os cidadãos. No
contexto do sistema tributário de qualquer país, o tributo que melhor possibilita a aplicação do princípio
da progressividade é o imposto de renda da pessoa física (IRPF). O IRPF brasileiro apresenta elevada
progressividade em termos de desvio da proporcionalidade e moderada capacidade redistributiva, em
função da baixa representatividade da arrecadação frente à renda bruta total do país. A progressividade
do tributo brasileiro advém essencialmente da estrutura de alíquotas, sendo que a estrutura das
deduções do rendimento bruto é proporcional e, portanto, neutra em termos de progressividade.
Internet: <https://www.scielo.br/> (com adaptações).
 
Em relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.
O pronome “dele” (segundo período do terceiro parágrafo) tem como referente “o sistema tributário”
(primeiro período do terceiro parágrafo).
Certo
Errado
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2588893
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2609007
858) 
CEBRASPE (CESPE) - Mus (FUB)/FUB/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB3A1-I
Descobertas científicas demonstram que ouvir música pode melhorar a qualidade de vida das pessoas,
uma vez que contribui para estimular a concentração e a criatividade, fortalecer o sistema imunológico,
tornar menos cansativas as atividades físicas, entre outros benefícios à saúde.
A empresa focus@will desenvolve músicas que estimulam a concentração de quem as escuta. Segundo a
empresa, como a maior parte das distrações é causada pela audição, ouvir a trilha sonora certa pode
potencializar a capacidade humana de focar em algo. Pesquisas indicam que, em condições normais,
uma pessoa consegue se manter concentrada por cerca de 20 minutos. Com a música certa, esse tempo
poderia ser até cinco vezes maior, de acordo com a empresa.
Cinco pacientes com danos que afetaram a área do cérebro ligada à memória e cinco pessoas sem o
problema foram submetidos a um experimento por uma dupla de médicos da Universidade Macquarie, na
Austrália. Nos testes, após ouvirem trechos de músicas antigas, os sujeitos da pesquisa deveriam relatar
que memórias aquelas canções lhes traziam. Após o experimento, os cientistas constataram que os
trechos musicais fizeram com que a mesma quantidade de integrantes dos dois grupos se lembrasse de
fatos da própria vida. O fato observado parece indicar que a música é um estímulo que pode trazer à
tona lembranças autobiográficas para todas as pessoas.
Música e poesia estimulam áreas parecidas do lado direito do cérebro. A constatação é de neurologistas
da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Para chegar a essa conclusão, eles realizaram experimentos
com voluntários submetidos ao contato com essas formas de arte enquanto suas atividades cerebrais
eram monitoradas.
Após analisarem mais de 400 estudos sobre música, cientistas da Universidade de McGill, no Canadá,
concluíram que ela aumenta a produção de imunoglobulina A e glóbulos brancos pelo corpo,
responsáveis por atacar bactérias e outros organismos invasores. Além disso, segundo a pesquisa,
escutar música reduz os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e aumenta os níveis de oxitocina (o
hormônio do bem-estar).
 
Realizar esforços físicos ao mesmo tempo em que se ouve música é menos cansativo. A descoberta é do
Instituto Max Planck, na Alemanha. Em uma série de experimentos, pesquisadores monitoraram diversas
variáveis do comportamento do corpo de voluntários que praticavam exercícios físicos. Depois, a equipe
analisou os dados reunidos e constatou que os músculos dos participantes consumiam menos energia
quando estes se exercitavam ouvindo música e mais energia quando praticavam exercícios sem trilha
sonora.
Ouvir música pode ser também um bom remédio contra a dor e a ansiedade em idosos. A descoberta é
de uma especialista em enfermagem da Universidade de Essex, no Reino Unido. Em análise de artigos
sobre o tema, a pesquisadora constatou que o uso da música como terapia entre pessoas com mais de
65 anos de idade está associado a aumento da qualidade de vida e redução de dores, ansiedade e
depressão.
Internet: <exame.com> (com adaptações).
 
Considerando aspectos linguísticos do texto CB3A1-I, julgue o seguinte item.
 
No último período do penúltimo parágrafo, o emprego do vocábulo “estes” tem a finalidade de evidenciar
que o termo retomado por essa forma pronominal é “participantes”.
Certo
Errado
859) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/2609010
CEBRASPE (CESPE) - Mus (FUB)/FUB/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB3A1-I
Descobertas científicas demonstram que ouvir música pode melhorar a qualidade de vida das pessoas,
uma vez que contribui para estimular a concentração e a criatividade, fortalecer o sistema imunológico,
tornar menos cansativas as atividades físicas, entre outros benefícios à saúde.
A empresa focus@will desenvolve músicas que estimulam a concentração de quem as escuta. Segundo a
empresa, como a maior parte das distrações é causada pela audição, ouvir a trilha sonora certa pode
potencializar a capacidade humana de focar em algo. Pesquisas indicam que, em condições normais,
uma pessoa consegue se manter concentrada por cerca de 20 minutos. Com a música certa, esse tempo
poderia ser até cinco vezes maior, de acordo com a empresa.
Cinco pacientes com danos que afetaram a área do cérebro ligada à memória e cinco pessoas sem o
problema foram submetidos a um experimento por uma dupla de médicos da Universidade Macquarie, na
Austrália. Nos testes, após ouvirem trechos de músicas antigas, os sujeitos da pesquisa deveriam relatar
que memórias aquelas canções lhes traziam. Após o experimento, os cientistas constataram que os
trechos musicais fizeram com que a mesma quantidade de integrantes dos dois grupos se lembrasse de
fatos da própria vida. O fato observado parece indicar que a música é um estímulo que pode trazer à
tona lembranças autobiográficas para todas as pessoas.
Música e poesia estimulam áreas parecidas do lado direito do cérebro. A constatação é de neurologistas
da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Para chegar a essa conclusão, eles realizaram experimentos
com voluntários submetidos ao contato com essas formas de arte enquanto suas atividades cerebrais
eram monitoradas.
Após analisarem mais de 400 estudos sobre música, cientistas da Universidade de McGill, no Canadá,
concluíram que ela aumenta a produção de imunoglobulina A e glóbulos brancos pelo corpo,
responsáveis por atacar bactérias e outros organismos invasores. Além disso, segundo a pesquisa,
escutar música reduz os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e aumenta os níveis de oxitocina (o
hormônio do bem-estar).
 
Realizar esforços físicos ao mesmo tempo em que se ouve música é menoscansativo. A descoberta é do
Instituto Max Planck, na Alemanha. Em uma série de experimentos, pesquisadores monitoraram diversas
variáveis do comportamento do corpo de voluntários que praticavam exercícios físicos. Depois, a equipe
analisou os dados reunidos e constatou que os músculos dos participantes consumiam menos energia
quando estes se exercitavam ouvindo música e mais energia quando praticavam exercícios sem trilha
sonora.
Ouvir música pode ser também um bom remédio contra a dor e a ansiedade em idosos. A descoberta é
de uma especialista em enfermagem da Universidade de Essex, no Reino Unido. Em análise de artigos
sobre o tema, a pesquisadora constatou que o uso da música como terapia entre pessoas com mais de
65 anos de idade está associado a aumento da qualidade de vida e redução de dores, ansiedade e
depressão.
Internet: <exame.com> (com adaptações).
 
Considerando aspectos linguísticos do texto CB3A1-I, julgue o seguinte item.
 
Estariam mantidas as relações de coesão estabelecidas entre o segundo e o terceiro períodos do quarto
parágrafo caso se substituísse o vocábulo “eles” por os médicos.
Certo
Errado
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860) 
861) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/2613720
CEBRASPE (CESPE) - Tec (FUB)/FUB/Laboratório/Biologia/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
O papel fundante da memória dos mortos para o desenvolvimento da cultura teve algo de
acidental, pois o mecanismo poderoso de propagação dos hábitos, das ideias e dos comportamentos dos
ancestrais foi o afeto. A lembrança de quem partiu, bem visível nos chimpanzés, que se enlutam quando
perdem um ente querido, tornou-se uma marca indelével de nossa espécie. Isso não aconteceu sem
contradições, é claro. Com o amor pelos mortos surgiu também o medo deles. Do Egito a Papua-Nova
Guiné, em distintos momentos e lugares, floresceram rituais para neutralizar, apaziguar e satisfazer aos
espíritos desencarnados. Na Inglaterra medieval, temiam-se tanto os mortos que cadáveres eram
mutilados e queimados para se garantir sua permanência nas covas. Entre os Yanomami, a queima dos
pertences é uma parte essencial dos rituais fúnebres. A Igreja Católica até hoje considera que os restos
mortais dos santos são valiosas relíquias religiosas.
A propagação dos memes de entidades espirituais foi, portanto, impulsionada pelos afetos positivos e
negativos em relação aos mortos. Foi a memória das técnicas e dos conhecimentos carregados pelos
avós e pais falecidos que transformou esse processo em algo adaptativo, um verdadeiro círculo virtuoso
simbólico. Não é exagero dizer que o motor essencial da nossa explosão cultural foi a saudade dos
mortos. A crença na autoridade divina para orientar decisões humanas levou a um acúmulo acelerado de
conhecimentos empíricos sobre o mundo, sob a forma de preceitos, mitos, dogmas, rituais e práticas.
Ainda que apoiada em coincidências e superstições de todo tipo, essa crença foi o embrião de nossa
racionalidade. Causas e efeitos foram sendo aprendidos pela corroboração ou não da eficácia dos
símbolos religiosos.
Sidarta Ribeiro. O oráculo da noite: a história
da ciência e do sonho. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 325 (com adaptações).
 
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
 
O segmento “Com o amor pelos mortos” (quarto período do primeiro parágrafo) exprime uma causa.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Aux ET (DATAPREV)/DATAPREV/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG2A1-I
 
Até você terminar de ler este parágrafo, mais um acidente de trabalho será notificado no Brasil. Em
menos de quatro horas, mais uma pessoa morrerá em decorrência de um desses acidentes. Segundo
dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), que consideram apenas registros
envolvendo pessoas com carteira assinada, os acidentes e as mortes, no Brasil, cresceram nos últimos
dois anos. Em 2020, foram 446.881 acidentes de trabalho notificados; em 2021, o número subiu 37%,
alcançando 612.920 notificações. Em 2020, 1.866 pessoas morreram nessas ocorrências; no ano
passado, foram 2.538 mortes, um aumento de 36%.
 
Na avaliação do ministro Alberto Balazeiro, as situações de precarização do trabalho tendem a gerar mais
acidentes, e estudos mostram que trabalhadores terceirizados estão mais suscetíveis a condições de risco
e à falta de políticas adequadas de prevenção. “Além disso, situações de crise levam empregadores a,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2613720
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2642941
862) 
inadvertidamente, esquecer ou não investir em medidas de proteção coletiva e eliminação de riscos”,
assinala.
 
Por ano, os acidentes de trabalho representam perdas financeiras na média de R$ 13 bilhões. O
montante considera valores pagos pelo INSS em benefícios de natureza acidentária. Além disso, mais de
46 mil dias de trabalho são perdidos, contabilizando-se todos aqueles em que as pessoas não
trabalharam em razão de afastamentos previdenciários acidentários.
 
Natália Pianegonda. Acidentes de trabalho matam ao menos uma pessoa a cada 3 h 47 min no Brasil. Justiça do
Trabalho/CSJT. 28 abr. 2023 (com adaptações).
 
A respeito de aspectos linguísticos do texto CG2A1-I, julgue o item a seguir.
 
No último período do primeiro parágrafo, a expressão “nessas ocorrências” retoma, por coesão, o termo
“notificações”, mencionado no período anterior.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Aux ET (DATAPREV)/DATAPREV/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG2A1-II
 
Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da
ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório Diretrizes
sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de
2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a
Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas
diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e
suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da
população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva
quando negativa. As diretrizes também apontam questões importantes referentes à inserção e à
permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e
das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de
estruturas de suporte afeta a sustentação das atividades laborais”, explica a consultora nacional de saúde
mental da OMS, Cláudia Braga.
 
De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram
afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer,
enquanto, em 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de
discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as
responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços para prevenir os impactos
negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos
trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para
que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.
 
Erika Farias. Alertas globais chamam a atenção para o papel do trabalho na saúde mental. Internet:
<epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).No que se refere a aspectos linguísticos do texto CG2A1-II, julgue o seguinte item.
 
A substituição da expressão “essas pessoas” (último período do primeiro parágrafo) por elas preservaria
a coesão textual e a correção gramatical do parágrafo.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2642976
863) 
864) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2704922
CEBRASPE (CESPE) - Esp FEPPE (FNDE)/FNDE/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-I
 
Criado em 22 de novembro de 1968, por meio da Lei n.º 5.537, o Instituto Nacional de Desenvolvimento
da Educação e Pesquisa (INDEP) foi transformado em Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) por meio do Decreto n.º 872, de 15 de dezembro de 1969. Subsequentemente, a autarquia
passou por mudanças que diversificaram suas funções, ampliaram a abrangência dos programas
executados, ao mesmo tempo em que o volume de recursos gerenciados aumentou. Todas essas
mudanças trouxeram desafios para a gestão das políticas e exigiram novas competências do corpo
funcional da instituição.
Inicialmente, o FNDE funcionava apenas como órgão arrecadador, fiscalizador e gerencial. Era
responsável, principalmente, por gerir uma das principais fontes de recursos do Ministério da Educação
(MEC), o salário educação, transferindo para os estados e o Distrito Federal 2/3 dos recursos
arrecadados. Em 1997, com a extinção da Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), o FNDE ganhou
novas atribuições, tornando-se responsável pelas políticas de assistência ao educando referentes às áreas
alimentar e nutricional, didático-pedagógicas (livros, bibliotecas e material escolar) e apoio complementar
(transporte escolar e assistência à saúde).
Mais responsabilidades foram transferidas para a autarquia em 1998, quando foram extintas as
delegacias regionais do Ministério da Educação (DEMEC), o que exigiu sua reorganização a fim de
responder às responsabilidades pelo acompanhamento e fiscalização da arrecadação e execução dos
projetos e programas do MEC. Também passou a fazer parte das atribuições do FNDE a análise de
prestação de contas dos recursos liberados para estados e municípios. Em 2004, houve a transferência
da gestão do Fundo de Desenvolvimento da Escola e do Programa de Melhoria e Expansão do Ensino
Médio, o que, novamente, ampliou o conjunto de funções da autarquia.
Cinara Gomes de Araújo Lobo; Julia Maurmann Ximenes.
A construção da gestão do conhecimento no FNDE – um processo.
Cadernos do FNDE, Brasília, v.1, n.1, jan-jun 2020, p. 11 (com adaptações).
 
Considerando aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.
 
No primeiro parágrafo, os termos “autarquia” (segundo período) e “instituição” (último período) referem-
se a “Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)” (primeiro período).
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana Jr (TBG)/TBG/Auditoria e Compliance/2023
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1-I
Os testes econométricos realizados para o estado de São Paulo mostram que a disponibilidade de gás
natural teve importância na localização industrial. Tal resultado é corroborado pela avaliação de que seu
efeito impacta mais a indústria consumidora intensiva do que a média das indústrias.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2704922
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2758651
865) 
Por outro lado, esta análise também está limitada pelo conjunto de variáveis disponíveis para controle.
Embora tenham sido incluídas no modelo variáveis fundamentais no processo de localização, é inevitável
que haja um grupo de variáveis omitidas. Citam-se, por exemplo, a relação entre os preços dos
energéticos, as questões tributárias, a proximidade com pontos de exportação e com outras fontes de
insumos importantes.
Essa constatação, por sua vez, não diminui a relevância dos testes produzidos. Ao contrário, se se pode
provar que a malha de gasodutos do país serve como fator de atração de atividade econômica, pode-se
apontar mais uma possibilidade de atuação do setor público no intuito de garantir um processo de
desconcentração econômica mais efetiva no país. A construção de uma malha mais eficiente e
abrangente surge, portanto, como um importante desafio a ser considerado no planejamento energético
nacional.
Edgar Antonio Perlotti et al. Concentração espacial da indústria
de São Paulo: evidências sobre o papel da disponibilidade de gás natural. Energia e ambiente. 30 (87), maio-
ago./2016 (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, referente aos mecanismos de coesão referencial empregados no texto
CB1A1-I.
A expressão “Essa constatação” (início do último parágrafo) retoma o conteúdo do último período do
segundo parágrafo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2224772
CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
 
Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o
último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse universo deverá ser de 2,3 bilhões
de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas
configurações familiares, com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para
assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus sistemas de
atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da
Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de
Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam
amparar indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com
deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em outras, a atuação de
instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto
mais marcante.
 
Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos
de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como
cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade
e, com frequência, envolve a manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito
de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e, desde
então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia,
antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão sobre essa concepção ganhou corpo.
Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de
dependência, mas tal entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para
assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e se tornar
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2224772
866) 
dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à
constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo, de
forma mais intensa, sobre as mulheres.
 
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos
Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a noção arraigada de que o trabalho de
cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente.
Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da
maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.
 
Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970,as mulheres aumentaram sua participação no
mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença feminina saltou de 18% para 50%,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos
serviços de cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado
ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no provimento de
cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços,
além de uma maior atuação do Estado, por meio da criação de instituições públicas de acolhimento,
expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a
socióloga.
 
Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas
quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como cuidadoras de crianças, idosos e
pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que
compensam a escassa presença do Estado.
 
Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet:
<https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).
 
Acerca de aspectos semânticos e sintáticos do texto CB1A1, julgue o item que se segue.
 
No terceiro parágrafo, o segmento “a ideia” (segundo período) retoma, por coesão, a “noção” descrita no
primeiro período.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2224779
CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
 
Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o
último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse universo deverá ser de 2,3 bilhões
de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas
configurações familiares, com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para
assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus sistemas de
atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da
Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de
Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam
amparar indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com
deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em outras, a atuação de
instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto
mais marcante.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2224779
867) 
Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos
de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como
cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade
e, com frequência, envolve a manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito
de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e, desde
então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia,
antropologia, psicologia e filosofia política. “Com isso, a discussão sobre essa concepção ganhou corpo.
Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de
dependência, mas tal entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para
assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e se tornar
dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à
constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo, de
forma mais intensa, sobre as mulheres.
 
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos
Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a noção arraigada de que o trabalho de
cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente.
Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da
maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.
 
Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação no
mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença feminina saltou de 18% para 50%,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos
serviços de cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado
ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no provimento de
cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços,
além de uma maior atuação do Estado, por meio da criação de instituições públicas de acolhimento,
expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a
socióloga.
 
Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas
quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como cuidadoras de crianças, idosos e
pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que
compensam a escassa presença do Estado.
 
Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet:
<https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, relativo a aspectos estruturais e gramaticais do texto CB1A1.
 
No terceiro período do segundo parágrafo, o termo “sua” refere-se à expressão “conceito de cuidado”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2224780
CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CB1A1
 
Cresce, no mundo todo, o número de pessoas que demandam serviços de cuidado. De acordo com o
último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), esse universo deverá ser de 2,3 bilhões
de pessoas em 2030 — há cinco anos, eram 2,1 bilhões. O envelhecimento da população e as novas
configurações familiares, com mulheres mais presentes no mercado de trabalho e menos disponíveis para
assumir encargos com parentes sem autonomia, têm levado os países a repensar seus sistemas de
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atenção a populações vulneráveis. Partindo desse panorama, as sociólogas Nadya Guimarães, da
Universidade de São Paulo (USP), e Helena Hirata, do Centro de Pesquisas Sociológicas e Políticas de
Paris, na França, identificaram, em estudo, o surgimento, nos últimos vinte anos, de arranjos que visam
amparar indivíduos com distintos níveis de dependência, como crianças, idosos e pessoas com
deficiência. Enquanto, em algumas nações, o papel do Estado é preponderante, em outras, a atuação de
instituições privadas se sobressai. Na América Latina, o protagonismo das famílias representa o aspecto
mais marcante.
 
Conforme definição da OIT, o trabalho de cuidado, que pode ou não ser remunerado, envolve dois tipos
de atividades: as diretas, como alimentar um bebê ou cuidar de um doente, e as indiretas, como
cozinhar ou limpar. “É um trabalho que tem uma forte dimensão emocional, se desenvolve na intimidade
e, com frequência, envolve a manipulação do corpo do outro”, diz Guimarães. Ela relata que o conceito
de cuidado surgiu como categoria relevante para as ciências sociais há cerca de trinta anos e, desde
então, tem sido crescente a sua presença em linhas de investigação em áreas como economia,
antropologia, psicologia e filosofia política. “Comisso, a discussão sobre essa concepção ganhou corpo.
Os estudos iniciais do cuidado limitavam-se à ideia de que ele era uma necessidade nas situações de
dependência, mas tal entendimento se ampliou. Hoje, ele é visto como um trabalho fundamental para
assegurar o bem-estar de todos, na medida em que qualquer pessoa pode se fragilizar e se tornar
dependente em algum momento da vida”, explica a socióloga. Os avanços da pesquisa levaram à
constatação de que a oferta de cuidados é distribuída de forma desigual na sociedade, recaindo, de
forma mais intensa, sobre as mulheres.
 
Ao refletir sobre esse desequilíbrio, a socióloga Heidi Gottfried, da Universidade Estadual Wayne, nos
Estados Unidos da América, explica que persiste, nas sociedades, a noção arraigada de que o trabalho de
cuidado seria uma manifestação de amor e, por essa razão, deveria ser prestado gratuitamente.
Conforme Gottfried, a ideia decorre, entre outros aspectos, de construção cultural a respeito da
maternidade e de que cuidar seria um talento feminino.
 
Por outro lado, Guimarães lembra que, a partir de 1970, as mulheres aumentaram sua participação no
mercado de trabalho brasileiro. Em cinco décadas, a presença feminina saltou de 18% para 50%,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “Consideradas provedoras naturais dos
serviços de cuidado, as mulheres passaram a trabalhar mais intensamente fora de casa. Esse fato, aliado
ao envelhecimento da população, gerou o que tem sido analisado como uma crise no provimento de
cuidados que, em países do hemisfério norte, tem se resolvido com uma mercantilização desses serviços,
além de uma maior atuação do Estado, por meio da criação de instituições públicas de acolhimento,
expansão de políticas de financiamento, formação e regulação do trabalho de cuidadores”, conta a
socióloga.
 
Na América Latina, entretanto, o fornecimento de cuidados é tradicionalmente feito pelas famílias, nas
quais mulheres desempenham gratuitamente papel central como cuidadoras de crianças, idosos e
pessoas com deficiência. Para a minoria que pode pagar, o mercado oferece serviços de cuidado que
compensam a escassa presença do Estado.
 
Christina Queiroz. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 299, jan./ 2021. Internet:
<https://revistapesquisa.fapesp.br/economia-do-cuidado> (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, relativo a aspectos estruturais e gramaticais do texto CB1A1.
 
No início do quarto parágrafo, a expressão “Por outro lado” desempenha papel de reforço da coesão
textual e poderia ser substituída, sem prejuízo semântico ao texto original, por Inversamente.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2252157
CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022
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868) 
869) 
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Ora, graças a Deus, lá se foi mais um. Um ano, quero dizer. Menos um na conta, mais uma
prestação paga. E tem quem fique melancólico. Tem quem deteste ver à porta a cara do mascate em
cada primeiro do mês, cobrando o vencido. Quando compram fiado, têm a sensação de que o homem
deu de presente, e se esquecem das prestações, que serão, cada uma, uma facada. Nem se lembram
dessa outra prestação que se paga a toda hora, tabela Price insaciável comendo juros de vida, todo dia
um pouquinho mais; um cabelo que fica branco, mais um milímetro de pele que enruga, uma camada
infinitesimal acrescentada à artéria que endurece, um pouco mais de fadiga no coração, que também é
carne e se cansa com aquele bater sem folga. E o olho que enxerga menos, e o dente que caria e trata
de abrir lugar primeiro para o pivô, depois para a dentadura completa.
 
O engraçado é que muito poucos reconhecem isso. Convencem-se de que a morte chega de repente,
que não houve desgaste preparatório, e nos apanha em plena flor da juventude, ou em plena frutificação
da maturidade; se imaginam uma rosa que foi colhida em plena beleza desabrochada. Mas a rosa, se a
não apanha o jardineiro, que será ela no dia seguinte, após o mormaço do sol e a friagem do sereno? A
hora da colheita não interessa ― de qualquer modo, o destino dela era murchar, perder as pétalas, secar,
sumir-se.
 
A gente, porém, não pode pensar muito nessas coisas. Tem que pensar em alegrias, sugestionar-se,
sugestionar os outros. Vamos dar festas, vamos aguardar o ano novo com esperanças e risadas e beijos
congratulatórios. Desejar uns aos outros saúde, riqueza e venturas. Fazer de conta que não se sabe; sim,
como se a gente nem desconfiasse. Tudo que nos espera: dentro do corpo o que vai sangrar, doer,
inflamar, envelhecer. As cólicas de fígado, as dores de cabeça, as azias, os reumatismos, as gripes com
febre, quem sabe o tifo, o atropelamento. Tudo escondido, esperando. Sem falar nos que vão ficar
tuberculosos, nas mulheres que vão fazer cesariana. Os que vão perder o emprego, os que se verão
doidos com as dívidas, os que hão de esperar nas filas ― que seremos quase todos. E os que, não
morrendo, hão de ver a morte lhes entrando de casa adentro, carregando o filho, pai, amor, amizade. As
missas de sétimo dia,
as cartas de rompimento, os bilhetes de despedida. E até guerra, quem sabe? Desgostos, desgostos de
toda espécie. Qual de nós passa um dia, dois dias, sem um desgosto? Quanto mais um ano!
 
Rachel de Queiroz. Um ano de menos.
In: O Cruzeiro, Rio de Janeiro, dez./1951 (com adaptações).
 
Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
 
Da leitura do segundo parágrafo, entende-se que o pronome “ela”, em “dela” (último período), refere-se
a “rosa” (penúltimo período).
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2265493
CEBRASPE (CESPE) - ET (BNB)/BNB/Analista de Sistemas/Desenvolvimento de
Sistemas/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-I
Na Índia do século XX, Gandhi usou a roca de fiar para valorizar as práticas e os costumes tradicionais
como instrumentos de inclusão social do seu povo, ao proporcionar-lhe realizar um ofício de forma
sustentável.
Esse uso faz que a roca seja considerada a primeira “tecnologia apropriada” do mundo. No Brasil, o
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2265493
870) 
movimento da “tecnologia apropriada” é conhecido como “tecnologia social”. Tecnologia social é
entendida como um conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e(ou) aplicadas
na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para a inclusão social e
para a melhoria das condições de vida.
O conceito de tecnologia social remete a uma proposta inovadora de desenvolvimento, considerando uma
abordagem ativista de participação coletiva no processo de implantação, organização e desenvolvimento,
aliando saber popular, cooperação social e conhecimento técnico-científico.
Ela tem como base a disseminação de soluções para problemas voltados a demandas de renda, trabalho,
educação, conhecimento, cultura, alimentação, saúde, habitação, recursos hídricos, saneamento básico,
energia, ambiente, igualdade de raça e gênero, por exemplo, sendo importante, essencialmente, que
essas soluções sejam efetivas, reaplicáveis e que promovam a inclusão social e a melhoria da qualidade
de vida das populações em situação de vulnerabilidade social. Por fim, o conceito de tecnologia social
(TS) estabelece quatro dimensões: 1) conhecimento, ciência, tecnologia; 2) participação, cidadania e
democracia; 3) educação; 4) relevância social.
Internet: <www.antigo.mctic.gov.br> (com alterações).
 
No que se refere aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto CG1A1-I, julgue o item que se
segue.
 
O pronome “lhe” em “proporcionar-lhe” refere-se a “o seu povo” (primeiro parágrafo).
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - ET (BNB)/BNB/Analista de Sistemas/Desenvolvimento de
Sistemas/2022
Língua Portuguesa (Português)- Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-II
A crescente adoção do conceito de tecnologias sociais ocorre concomitantemente com o avanço de dois
conceitos que lhe são complementares: economia solidária e capital social. As graves consequências do
capitalismo e da globalização, refletidas em altos índices de desemprego, aumento de índices de violência
e criminalidade, aprofundamento da pobreza e da degradação ambiental, não podem ser abordadas por
projetos paternalistas e compensatórios. Ao contrário, requerem estudos aprofundados sobre um novo
tipo de desenvolvimento. O professor Henrique Rattner pontua que, entre os cientistas sociais que se
debruçam sobre os fracassos do desenvolvimento e suas causas, em todos os debates travados nos
últimos anos, o conceito de capital social tem ocupado espaço crescente. O capital social, segundo
Rattner, procura trabalhar com a necessidade gregária, o espírito de cooperação e os valores de apoio
mútuo e solidariedade, com base na “eficiência social coletiva”.
Capital social, segundo o estudioso John Durston, é o conjunto de normas, instituições e organizações
que promovem a confiança, a ajuda recíproca e a cooperação e que incorporam benefícios como redução
dos custos de transação, produção de bens públicos e facilitação da constituição de organizações de
gestão de bases efetivas, de atores sociais e de sociedades civis saudáveis. Sua importância está na
busca de estratégias de superação da pobreza e de integração de setores sociais excluídos.
No Brasil, nas últimas décadas, tem havido uma multiplicação de experiências baseadas no conceito de
economia solidária. Diferentemente de iniciativas meramente paliativas, como respostas emergenciais a
situações de pobreza e miséria, há agora uma interpretação de que essas experiências devam ser uma
base para a reconstrução do tecido social. Como diz o pesquisador Luis Inácio Gaiger, elas “constituiriam
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2265510
871) 
uma ação geradora de embriões de novas formas de produção e estimuladora de alternativas de vida
econômica e social”.
Ivete Rodrigues e José Carlos Barbieri. A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da
tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. In: Revista de Administração
Pública – FGV, Rio de Janeiro, 42(6):1069-94, nov./dez. 2008 (com alterações).
 
No que diz respeito aos sentidos e à estrutura do texto CG1A1-II, julgue o seguinte item.
 
No segundo período do terceiro parágrafo, o termo “essas experiências” refere-se a “situações de
pobreza e miséria”.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - ET (BNB)/BNB/Analista de Sistemas/Desenvolvimento de
Sistemas/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-II
A crescente adoção do conceito de tecnologias sociais ocorre concomitantemente com o avanço de dois
conceitos que lhe são complementares: economia solidária e capital social. As graves consequências do
capitalismo e da globalização, refletidas em altos índices de desemprego, aumento de índices de violência
e criminalidade, aprofundamento da pobreza e da degradação ambiental, não podem ser abordadas por
projetos paternalistas e compensatórios. Ao contrário, requerem estudos aprofundados sobre um novo
tipo de desenvolvimento. O professor Henrique Rattner pontua que, entre os cientistas sociais que se
debruçam sobre os fracassos do desenvolvimento e suas causas, em todos os debates travados nos
últimos anos, o conceito de capital social tem ocupado espaço crescente. O capital social, segundo
Rattner, procura trabalhar com a necessidade gregária, o espírito de cooperação e os valores de apoio
mútuo e solidariedade, com base na “eficiência social coletiva”.
Capital social, segundo o estudioso John Durston, é o conjunto de normas, instituições e organizações
que promovem a confiança, a ajuda recíproca e a cooperação e que incorporam benefícios como redução
dos custos de transação, produção de bens públicos e facilitação da constituição de organizações de
gestão de bases efetivas, de atores sociais e de sociedades civis saudáveis. Sua importância está na
busca de estratégias de superação da pobreza e de integração de setores sociais excluídos.
No Brasil, nas últimas décadas, tem havido uma multiplicação de experiências baseadas no conceito de
economia solidária. Diferentemente de iniciativas meramente paliativas, como respostas emergenciais a
situações de pobreza e miséria, há agora uma interpretação de que essas experiências devam ser uma
base para a reconstrução do tecido social. Como diz o pesquisador Luis Inácio Gaiger, elas “constituiriam
uma ação geradora de embriões de novas formas de produção e estimuladora de alternativas de vida
econômica e social”.
Ivete Rodrigues e José Carlos Barbieri. A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da
tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. In: Revista de Administração
Pública – FGV, Rio de Janeiro, 42(6):1069-94, nov./dez. 2008 (com alterações).
 
A respeito dos aspectos linguísticos e estruturais do texto CG1A1-II, julgue o item subsecutivo.
 
No primeiro período do texto, o pronome “lhe” refere-se a “o conceito de tecnologias sociais”.
Certo
Errado
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872) 
873) 
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CEBRASPE (CESPE) - ET (BNB)/BNB/Analista de Sistemas/Desenvolvimento de
Sistemas/2022
Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores
- Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
Texto CG1A1-II
A crescente adoção do conceito de tecnologias sociais ocorre concomitantemente com o avanço de dois
conceitos que lhe são complementares: economia solidária e capital social. As graves consequências do
capitalismo e da globalização, refletidas em altos índices de desemprego, aumento de índices de violência
e criminalidade, aprofundamento da pobreza e da degradação ambiental, não podem ser abordadas por
projetos paternalistas e compensatórios. Ao contrário, requerem estudos aprofundados sobre um novo
tipo de desenvolvimento. O professor Henrique Rattner pontua que, entre os cientistas sociais que se
debruçam sobre os fracassos do desenvolvimento e suas causas, em todos os debates travados nos
últimos anos, o conceito de capital social tem ocupado espaço crescente. O capital social, segundo
Rattner, procura trabalhar com a necessidade gregária, o espírito de cooperação e os valores de apoio
mútuo e solidariedade, com base na “eficiência social coletiva”.
Capital social, segundo o estudioso John Durston, é o conjunto de normas, instituições e organizações
que promovem a confiança, a ajuda recíproca e a cooperação e que incorporam benefícios como redução
dos custos de transação, produção de bens públicos e facilitação da constituição de organizações de
gestão de bases efetivas, de atores sociais e de sociedades civis saudáveis. Sua importância está na
busca de estratégias de superação da pobreza e de integração de setores sociais excluídos.
No Brasil, nas últimas décadas, tem havido uma multiplicação de experiências baseadas no conceito de
economia solidária. Diferentemente de iniciativas meramente paliativas, como respostas emergenciais a
situações de pobreza e miséria, há agora uma interpretação de que essas experiências devam ser uma
base para a reconstrução do tecido social. Como diz o pesquisador Luis Inácio Gaiger, elas “constituiriam
uma ação geradora de embriões de novas formas de produção e estimuladora de alternativas de vida
econômica e social”.
Ivete Rodrigues e José Carlos Barbieri. A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da
tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. In: Revista de Administração
Pública – FGV, Rio de Janeiro, 42(6):1069-94, nov./dez. 2008 (com alterações).
 
A respeito dosaspectos linguísticos e estruturais do texto CG1A1-II, julgue o item subsecutivo.
 
O pronome “Sua” (segundo período do segundo parágrafo) retoma o termo “Capital social”, no período
anterior.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Esc Pol (PC DF)/PC DF/2021
Língua Portuguesa (Português) - Tipos de Discurso (Direto, Indireto e Indireto Livre)
Nova Iorque já foi vista como uma das metrópoles mais perigosas do mundo. Em 1990, alcançou
seu pico de homicídios: 2.262 em um ano, média de 188 por mês. Mas esse cenário mudou, e a cidade
apresentou uma das maiores reduções de crimes registradas nos EUA.
Uma das medidas adotadas pela prefeitura de Nova Iorque ficou conhecida como “janelas quebradas” e
previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo, para impedir uma espiral de violência
que levasse a crimes mais graves.
Para alguns observadores, entretanto, o modelo da “janela quebrada” foi superestimado. O mais
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2265519
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1692313
874) 
importante, dizem, foi identificar focos de criminalidade para concentrar, ali, ação preventiva. Foi possível
assinalar áreas pequenas onde criminosos mais atuavam, onde se sabia que crimes iam ocorrer.
O ex-policial Tom Reppetto sugere que essas áreas tenham presença visível e constante da polícia. As
patrulhas preventivas — e em grande número — em focos de crime foi essencial para reduzir a violência.
“O crime é mais situacional do que se pensa, inclusive homicídios. Com a patrulha policial, pessoas que
iam cometer crimes simplesmente foram fazer outra coisa”, afirma outro especialista, Frank Zimring.
Outra medida que teve papel importantíssimo foi a implementação de cortes (tribunais), nos anos 90,
para tratar de crimes menores, mediar conflitos comunitários e casos de violência doméstica e para lidar
com usuários de drogas. A ideia é evitar que esses conflitos evoluam e aumentar a confiança dos
cidadãos no sistema judiciário e político.
Internet: <www.bbc.com > (com adaptações).
 
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os próximos itens.
 
As formas verbais “dizem” “afirma” foram empregadas com o mesmo objetivo: fazer referência às
palavras de um interlocutor.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Libras/2021
Língua Portuguesa (Português) - Tipos de Discurso (Direto, Indireto e Indireto Livre)
Texto
 
Por que algumas vacinas são em gotinhas e outras, injeção?
 
As vacinas em gotas, que tomamos pela boca, são destinadas a evitar doenças que contraímos também
pela via oral ― por meio de alimentos ou água contaminada ―, como é o caso dos rotavírus e do vírus
da poliomielite (causador da paralisia infantil). Esse tipo de vacina é absorvido no trato gastrintestinal e
age estimulando o nosso sistema imunológico a combater os microrganismos que se instalam nessa
região.
Por sua vez, as vacinas injetáveis estimulam o nosso organismo a combater os microrganismos que, em
geral, são transmitidos pelo ar, como é o caso da tuberculose, do sarampo, da catapora e da caxumba,
por exemplo.
Embora haja diferença no local de ação, o objetivo de qualquer vacina é o mesmo: estimular nosso corpo
a se proteger de microrganismos que podem causar doenças. Quer saber de uma novidade? Muitos
pesquisadores já estudam como fazer para que vacinas tradicionalmente aplicadas pela via oral possam
também ser administradas pela via injetável, e vice-versa. Para alguns casos, isso já é realidade. A vacina
contra o vírus da poliomielite, por exemplo, pode ser administrada tanto em gotinhas quanto em injeção.
Será que, no futuro, vamos poder escolher?!
Alexandre Precioso. Ciência hoje das crianças, n.º 294, nov./2018 (com adaptações).
 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
 
No trecho “Quer saber de uma novidade?”, o uso do discurso direto é marca de oralidade, que contribui
para conferir informalidade ao texto.
Certo
Errado
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875) 
876) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/294062
CEBRASPE (CESPE) - Diplomata/IRBr/2015
Língua Portuguesa (Português) - Tipos de Discurso (Direto, Indireto e Indireto Livre)
Texto para a questão.
No modesto apartamento em que mora na rua Conde de Bonfim, Graciliano Ramos mostrou-me alguns
originais dos seus trabalhos. Via de regra, escreve em papel sem pautas, de um só golpe, ao calor da
composição. A forma definitiva vem depois. Emenda muito. E até mesmo quando passa a limpo, com sua
letra explicativa de escrevente de cartório, corta muita coisa, tudo o que depois vai achando ruim. Às
vezes risca linhas inteiras. As palavras morrem sob o traço forte de tinta de uma igualdade assombrosa,
como feito à régua.
 
Graciliano guarda os originais dos livros já publicados. Assim pude verificar um curioso detalhe da feitura
de Vidas Secas. Os capítulos, datados, indicaram-me a ausência de seguimento na elaboração da
narrativa. “Baleia”, o nono capítulo, foi o primeiro a ser escrito, em 4 de maio de 1937. Um mês e pouco
depois, precisamente no dia 18 de 16 junho, escreveu o quarto capítulo, “Sinha Vitória”. E assim todo o
livro, que não obedeceu a nenhum plano antecipado.
— Escrevi a história de um cachorro de meu avô — conta o romancista, cigarro Selma com ponta de
cortiça entre os dedos queimados de fumo. — Os episódios foram-se amontoando. O livro foi crescendo.
E assim arrumei Vidas Secas, que pensei em chamar “O mundo coberto de penas”, título de um dos
capítulos do livro.
 
A vida de Graciliano Ramos está sempre presente na sua obra, no que ela tem de mais humano e
doloroso.
 
— Caetés é uma história de Palmeira dos Índios. São Bernardo se passa em Viçosa. Angústia tem um
pouco do Rio, um pouco de Maceió e muito de mim mesmo. Vidas Secas são cenas da vida de Buíque
[Pernambuco].
 
Todos esses romances exigiram do autor um longo e penoso trabalho de composição.
— Não sou como José Américo — disse —, que primeiro escreve na cabeça e depois transporta o livro
para o papel. A obra de criação, para mim, é quase sempre imprevista. E espontânea. Refaço tudo,
depois. Escrever dá muito trabalho. A gente muitas vezes não sabe o que vai fazer. Sai tudo diverso do
que se imaginou.
Francisco de Assis Barbosa. Graciliano Ramos, aos cinquenta anos. Reportagem biográfica. In: jornal
Diretrizes, Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional RJ, 1942. Apud: Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla
(Orgs.). Conversas – Graciliano Ramos. 3.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 119 - 20.
 
A respeito da linguagem e do vocabulário empregados no texto anterior, julgue (C ou E) o item seguinte.
No terceiro parágrafo, o repórter abandona a narrativa e, sem intervir, reproduz, em discurso direto, o
relato de Graciliano Ramos acerca da produção de Vidas Secas.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Sold (CBM CE)/CBM CE/2015
Língua Portuguesa (Português) - Tipos de Discurso (Direto, Indireto e Indireto Livre)
Em relação à modalidade escrita formal da língua portuguesa, bem como a aspectos relativos à
redação oficial, julgue o item que se segue.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/294062
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1618090
877) 
878) 
No segmento “O Ministro afirmou que os salários haviam sido rebaixados”, verifica-se o uso do discurso
indireto.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - PT (CBM CE)/CBM CE/2015
Língua Portuguesa (Português) - Tipos de Discurso (Direto, Indireto e Indireto Livre)
No que se refere ao texto escrito, julgue o próximo item.
 
A frase a seguir é estruturada em discurso direto: Clarissa perguntou ao irmão se ele estaria ocupado à
noite.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Proc (MP TCE-SC)/TCE SC/2022
Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica,
Contextual.Neologismos e Estrangeirismos
Há muitas línguas na língua portuguesa. Para dar voz e rosto a culturas e religiosidades tão
díspares e distantes, esse idioma passou a existir dentro e fora do seu próprio corpo. Nós, brasileiros,
portugueses, angolanos, moçambicanos, caboverdianos, guineenses, santomenses, falamos e somos
falados por uma língua que foi moldada para traduzir identidades que são profundamente diversas e
plurais.
Vivemos na mesma casa linguística, mas fazemos dela uma habitação cujas paredes são como as
margens dos oceanos. São linhas de costa, fluidas, porosas, feitas de areia em vez de cimento. Em cada
uma das divisórias dessa comum residência, mora um mesmo modo de habitar o tempo, um mesmo
sentimento do mundo (nas palavras do poeta Drummond). Essa língua é feita mais de alma do que de
gramática. A língua não é uma ferramenta. É uma entidade viva. Com esse idioma, construímos e
trocamos diversas noções do tempo e diferentes relações entre o profano e o sagrado.
Jorge Amado atravessou o oceano num momento em que as colônias portuguesas na África se
preparavam para a luta pela independência. Na década de cinquenta do século passado, intelectuais e
artistas africanos estavam ocupados em procurar a sua própria identidade individual e coletiva. Nessa
altura, era clara a necessidade de rupturas com os modelos europeus. Escritores de Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe procuravam caminhos para uma escrita
mais ligada à sua terra e à sua gente. Carecíamos de uma escrita que nos tomasse como não apenas
autores de estórias, mas também sujeitos da sua própria história. Precisávamos de uma narrativa que
nos escrevesse a nós mesmos.
Muito se especula sobre as semelhanças entre as nações africanas e o Brasil. Essas comparações
resultam muitas vezes de simplificações, mistificações e romantizações. Na maior parte das vezes, essas
analogias são fundadas em estereótipos que pouco têm a ver com uma realidade que é composta por
dinâmicas e complexidades que desconhecemos.
O que é mais africano no Brasil e mais brasileiro na África não é o candomblé, não são as danças nem os
tipos físicos das pessoas. O que nos torna tão próximos é o modo como, de um e de outro lado do
Atlântico, aprendemos a costurar culturas e criar hibridizações. A presença africana não mora hoje
apenas nos descendentes dos escravizados. Essa presença permeia todo o Brasil. Dito de outra maneira:
a semelhança não está no pano. Está na costura. Está no costureiro. E esse costureiro é a história. E é a
língua que partilhamos. Essa língua é, ao mesmo tempo, linha, pano e mãos tecedeiras.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1619485
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2157131
879) 
Mia Couto. As infinitas margens do oceano.
In: Panorama da Contribuição do Brasil para a Difusão do Português.
Brasília: FUNAG, 2021, p. 421-424 (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, considerando aspectos temáticos, estruturais e conceituais do texto 1A16-I.
 
Dos pontos de vista lexical e sintático, o texto está de acordo com a modalidade padrão da língua
portuguesa usada contemporaneamente no Brasil.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Proc (MP TCE-SC)/TCE SC/2022
Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica,
Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
Há muitas línguas na língua portuguesa. Para dar voz e rosto a culturas e religiosidades tão
díspares e distantes, esse idioma passou a existir dentro e fora do seu próprio corpo. Nós, brasileiros,
portugueses, angolanos, moçambicanos, caboverdianos, guineenses, santomenses, falamos e somos
falados por uma língua que foi moldada para traduzir identidades que são profundamente diversas e
plurais.
Vivemos na mesma casa linguística, mas fazemos dela uma habitação cujas paredes são como as
margens dos oceanos. São linhas de costa, fluidas, porosas, feitas de areia em vez de cimento. Em cada
uma das divisórias dessa comum residência, mora um mesmo modo de habitar o tempo, um mesmo
sentimento do mundo (nas palavras do poeta Drummond). Essa língua é feita mais de alma do que de
gramática. A língua não é uma ferramenta. É uma entidade viva. Com esse idioma, construímos e
trocamos diversas noções do tempo e diferentes relações entre o profano e o sagrado.
Jorge Amado atravessou o oceano num momento em que as colônias portuguesas na África se
preparavam para a luta pela independência. Na década de cinquenta do século passado, intelectuais e
artistas africanos estavam ocupados em procurar a sua própria identidade individual e coletiva. Nessa
altura, era clara a necessidade de rupturas com os modelos europeus. Escritores de Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe procuravam caminhos para uma escrita
mais ligada à sua terra e à sua gente. Carecíamos de uma escrita que nos tomasse como não apenas
autores de estórias, mas também sujeitos da sua própria história. Precisávamos de uma narrativa que
nos escrevesse a nós mesmos.
Muito se especula sobre as semelhanças entre as nações africanas e o Brasil. Essas comparações
resultam muitas vezes de simplificações, mistificações e romantizações. Na maior parte das vezes, essas
analogias são fundadas em estereótipos que pouco têm a ver com uma realidade que é composta por
dinâmicas e complexidades que desconhecemos.
O que é mais africano no Brasil e mais brasileiro na África não é o candomblé, não são as danças nem os
tipos físicos das pessoas. O que nos torna tão próximos é o modo como, de um e de outro lado do
Atlântico, aprendemos a costurar culturas e criar hibridizações. A presença africana não mora hoje
apenas nos descendentes dos escravizados. Essa presença permeia todo o Brasil. Dito de outra maneira:
a semelhança não está no pano. Está na costura. Está no costureiro. E esse costureiro é a história. E é a
língua que partilhamos. Essa língua é, ao mesmo tempo, linha, pano e mãos tecedeiras.
Mia Couto. As infinitas margens do oceano.
In: Panorama da Contribuição do Brasil para a Difusão do Português.
Brasília: FUNAG, 2021, p. 421-424 (com adaptações).
 
Em relação a aspectos textuais e linguísticos do texto 1A16-I, julgue o seguinte item.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2157142
880) 
881) 
 
Quando afirma que “era clara a necessidade de rupturas com os modelos europeus” (terceiro período do
terceiro parágrafo), o autor do texto não remete diretamente ao conceito de variação linguística
diastrática.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019
Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica,
Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos, e ele regula
nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou
transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos empregos e nossos sonhos; ele decide onde
moramos, quem amamos e como morremos.
À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato extremamente complicado, por isso poucos
tentam compreender no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse baixado algum software
e ele te solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada
nele, passa imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto. Mas a
modernidade, de fato, é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno pode ser resumido
em uma única frase: humanos concordam em abrir mão de significado em troca de poder.
Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
 
O termo ‘juridiquês" não faz parte do vocabulário oficial da língua portuguesa, contudo seu emprego não
compromete a correção gramatical e está adequado ao nível deformalidade do texto.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - AssP (PGE PE)/PGE PE/2019
Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica,
Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras.
Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do
condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas
recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um
macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um para cada dia da
semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo
para usar no dia seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô:
uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
 
As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, na linha 5, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do
condutor do carro de boi.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/874713
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/874724
882) 
883) 
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São Cristóvão/Arte/Educação Básica/2019
Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica,
Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
Quando se educa alguém ou se é educado por alguém, é preciso cautela para não nos
contentarmos com as aparências, isto é, com a superficialidade. Vivemos hoje em um mundo marcado
pela velocidade em várias situações e, em outras, por uma mera pressa. Uma vida apressada nos leva,
em vários momentos, a ter formações apressadas, reflexões apressadas, ideias apressadas, e isso
carrega um nível de superficialidade muito grande.
Há várias pessoas que se contentam com as aparências: aparência em relação à própria imagem e
aparência com relação àquilo que ostentam — a ostentação da propriedade, a “consumolatria”, o
desespero para ser proprietário de coisas, de exibi-las, de viver algo que se aparenta, mas que, de fato,
não se é.
O pensador do século V, Agostinho — muitos o chamam de Santo Agostinho, um dos maiores filósofos e
teólogos da história —, proferiu a seguinte frase: “Não sacia a fome quem lambe pão pintado”. Para se
matar a fome, não basta lamber a figura de um pão, é preciso ir até ele.
E quantos hoje não se contentam com um mundo superficial, em que se procura saciedade a partir
daquilo que é mera imagem, mera representação, apenas uma simulação do que seria a realidade?
A educação tem que nos tirar dessa superficialidade.
Mario Sergio Cortella. Pensar bem nos faz bem! 5.ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015, p. 20 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item que
se segue.
 
A palavra ‘consumolatria’ refere-se à idolatria ao consumo, conforme os sentidos do texto.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2399820
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Licenciatura em Letras/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Texto 15A2-I
Em uma linha de estudos, um dos fatores apontados frequentemente como possível solução para a
diminuição da demanda nos tribunais diz respeito aos mecanismos de resolução alternativa de conflitos.
O relatório Fazendo com que a justiça conte: medindo e aprimorando o desempenho do
Judiciário no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, já apontava em 2004 a maior difusão do instituto
da conciliação como uma possível solução para a excessiva sobrecarga de processos na justiça estadual.
Segundo o relatório, tal medida poderia ser um importante mecanismo de diminuição das demandas hoje
paralisadas no Poder Judiciário estadual.
Ribeiro (2008), em análise acerca do acesso ao sistema judiciário no Brasil, destaca o papel do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) como órgão encarregado de desenvolver ações que visem à redução da
morosidade processual e à simplificação dos procedimentos judiciais. A autora destaca dentre os projetos
desenvolvidos pelo CNJ a ênfase nos procedimentos alternativos de justiça, entre os quais figura o
instituto da conciliação.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1100360
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2399820
884) 
885) 
886) 
Em mesmo sentido, Veronese (2007) realizou análise da evolução de experiências alternativas de
resolução de conflitos, descrevendo os projetos e as questões políticas implicadas nesse fenômeno.
Segundo o autor, apesar do consenso de que o Brasil se insere em um contexto de tradição jurídica
formalista, ocorre atualmente um movimento descrito como “permeabilidade às novas referências
institucionais para a solução dos conflitos e ao discurso de intervenção social” (2007, p. 19), agenda que,
segundo Veronese, vem-se desenvolvendo de modo célere no Brasil. Um exemplo citado por ele diz
respeito à realização do Dia Nacional da Conciliação, evento promovido pelo CNJ com o intuito de
difundir nos tribunais a cultura da realização de acordos entre os litigantes com vistas a extinguir
demandas judiciárias.
Renato Máximo Sátiro e Marcos de Moraes Sousa.
Determinantes quantitativos do desempenho judicial: fatores associados à produtividade dos tribunais de
justiça. In: Revista Direito GV, v. 7, n.º 1, 2021, p. 8-9 (com adaptações).
 
Considerando os aspectos estilísticos e estruturais do texto 15A2-I, julgue o item que se segue.
 
Ainda que preservasse a correção gramatical do texto, a substituição do segmento “Em uma” (primeiro
período do primeiro parágrafo) por Numa seria inadequada ao registro linguístico adotado no texto, por
ser uma marca de oralidade.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Em relação à prática de produção de textos orais, julgue o próximo item.
Não é possível desfazer aquilo que é dito na modalidade oral, mas é possível retornar ao tópico
abordado, para esclarecê-lo, complementá-lo, corrigi-lo ou retratá-lo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534607
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Em relação à prática de produção de textos orais, julgue o próximo item.
 
O uso de gírias, provérbios e ditos populares, comum na modalidade oral da linguagem, limita-se, na
modalidade escrita, aos gêneros textuais ou literários peculiares, como os característicos da literatura
regional.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534610
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Em relação à prática de produção de textos orais, julgue o próximo item.
 
Na produção de textos orais, o nível da linguagem é, em geral, mais distenso, mais informal, que o
empregado na produção escrita, com exceção de alguns casos especiais, nos quais há a necessidade de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534600
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534607
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534610
887) 
888) 
889) 
890) 
planejamento prévio e de maior grau de formalidade, como em conferências, por exemplo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534614
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Acerca da leitura e da produção de textos orais e escritos, julgue o item subsequente.
A sintaxe da linguagem oral, frequentemente marcada por sequências de frases coordenadas, algumas
incompletas, outras reticentes, e poucas estruturas subordinadas, é, em geral, menos elaborada que a
sintaxe da linguagem escrita.
Certo
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Acerca da leitura e da produção de textos orais e escritos, julgue o item subsequente.
 
Tanto nos textos orais quanto nos escritos, o nível de formalidade ou de informalidade está associado ao
gênero textual produzido.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534619
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Acerca da leitura e da produção de textos orais e escritos, julgue o item subsequente.
 
O texto escrito não possibilita feedback do leitor, ao passo que o texto oral favorece a reação e a
monitoração imediatas do interlocutor.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534621
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Acerca da leitura e da produção de textos orais e escritos, julgue o item subsequente.
 
A produção do texto escrito requer etapas de planejamento que não estão necessariamente presentes na
produção do texto oral.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534614
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534616
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534619
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534621
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534630
891) 
892) 
893) 
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
Em relação à produção de textos escritos, julgue o item a seguir.
A produção de textos escritos caracteriza-se pelo predomínio das relações sintáticas de coordenação,
sendo as frases mais longas e sintaticamente mais complexas que as proferidas na modalidade oral.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana Proc (DATAPREV)/DATAPREV/2023
Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
A expectativa de vida da população brasileira ao nascer subiu no ano de 2021, segundo dados da
Tábua Completa de Mortalidade de 2021 divulgados em novembro do ano passado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados, publicados no Diário Oficial da União, mostram
que o número subiu de 76,8 para 77 anos na comparação com 2020. Anualmente, o IBGE divulga esses
números para o total da população brasileira, com data de referência em 1.º de julho do ano anterior e
para todas as idades, conforme prevê o artigo 2.º do Decreto n.º 3.266/1999.
 
As informações sobre a expectativa de vida da população são usadas para a tomada de decisão em
várias políticas públicas. Esse dado é utilizado, por exemplo, para determinar o fator previdenciário no
cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social. Na divulgação dos números de 2020,
o IBGE informou que as mortes decorrentes da pandemia de covid-19 não foram incluídas no
levantamento e que essas informações só devem ser incorporadas na divulgação de 2023, referente ao
ano de 2022. Mesmo assim, a inclusão seria apenas em caráter preliminar. Portanto, a divulgação seguiu
a mesma metodologia do ano anterior, sem o impacto da pandemia.
 
“É bem provável que em 2023 a gente tenha uma Tábua preliminar (corrigida pela covid-19) para o
Brasil; para as unidades da Federação, são necessários os dados do Ministério da Saúde, que demoram
um pouco mais”, explicou a demógrafa Izabel Guimarães Marri, gerente de população do IBGE na
ocasião. “Em 2024, a gente vai ter a Tábua (referente a 2023) com todos os ajustes e estudos por
unidades da Federação”, previu.
 
Internet: <noticias.uol.com.br> (com adaptações).
 
Julgue o item, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.
 
A substituição de ‘a gente vai ter’ (último período do texto) por será divulgada conferiria mais
formalidade ao trecho do texto em questão.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
Texto CB1A1-III
Toda língua satisfaz à necessidade humana de comunicação. Embora muitas pessoas do mundo de hoje
sejam tentadas a gastar mais tempo em mídias sociais do que talvez deveriam, é o impulso das trocas
linguísticas que as está levando a essa situação. Não importa o quão ocupadas algumas pessoas
estejam, é difícil não participarem de alguma conversa na tela à sua frente, para opinar sobre assuntos
dos quais elas sabem pouco e se importam menos ainda. Seja por meio de conversas informais, da
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2637253
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894) 
absorção de informações vindas da televisão, da discussão de jogos ou da leitura/escrita de romances,
falar e escrever conecta os humanos, de modo ainda mais íntimo, em uma comunidade.
Daniel Everett. Linguagem: a história da maior invenção da humanidade. Tradução de Mauricio Resende. São
Paulo: Editora Contexto, Belo Horizonte: Gutenberg, 2019, p. 12-13 (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, relativo a aspectos linguísticos do texto CB1A1-III.
Após a forma verbal “deveriam” (segundo período), está elíptico o verbo tentar.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534515
895) 
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o seguinte item, relativo a figuras de linguagem no texto 8A3.
 
Em “ácidos adoçam”, na quarta estrofe, ocorre o emprego do oximoro, já que essa expressão é
constituída de palavras de sentidos opostos que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto,
reforçam certos sentidos.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534530
896) 
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha umacurva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o seguinte item, relativo a figuras de linguagem no texto 8A3.
 
Na terceira estrofe, é possível identificar a ocorrência de paronomásia, figura de linguagem que extrai
expressividade de vocábulos que apresentam semelhança fônica.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534548
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o seguinte item, relativo a figuras de linguagem no texto 8A3.
 
A personificação, figura de linguagem em que características humanas são atribuídas a algo inanimado
ou abstrato, evidencia-se nas passagens da penúltima estrofe.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534555
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534555
897) 
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
898) 
899) 
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o seguinte item, relativo a figuras de linguagem no texto 8A3.
 
A expressão “desejos já maduros” (terceira estrofe) é exemplo de comparação, figura de linguagem que
traça um paralelo entre o termo denotado e o termo conotado, nesse caso, entre desejos e frutos.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia,
etc.)
Em relação à produção de textos escritos, julgue o item a seguir.
 
Depois do planejamento e da redação do texto, é possível proceder à sua revisão, eliminando-se, se for o
caso, redundâncias, imprecisões, truncamentos, desvios, lacunas e ambiguidades.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1103298
CEBRASPE (CESPE) - Prof (São Cristóvão)/Pref São Cristóvão/Português/Educação
Básica/2019
Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia,
etc.)
De tanto pegadio com o neto, até nos menores que fazeres fora de hora meu avô me queria com a
cara metida nas coisas que as suas mãos manejavam. Era o seu jeito mais congruente de me passar o
afeto calado de sua companhia, e ao mesmo tempo me adestrar na sabedoria que apanhara dos
antepassados rurais: pequenos conhecimentos cristalizados em hábitos recorrentes que eram exercidos
todos os dias no amanho da terra e no cultivo dos animais, com a entranhada naturalidade de quem já
nasceu posseiro de seus segredos e de sua magia. Além de lavrar no Engenho Murituba os bens de
consumo que abasteciam a sua gente, meu avô ainda tinha o domínio razoável de todos os pequenos
ofícios necessários ao bom andamento de sua produção.
Francisco J. C. Dantas. Coivara da memória. São Paulo: Estação Liberdade, 1991, p. 174.
Com relação às propriedades linguísticas do texto apresentado, julgue o item que se segue.
 
A expressão “hábitos recorrentes que eram exercidos todos os dias” apresenta um pleonasmo.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - AJ (STM)/STM/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018
Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia,
etc.)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534633
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1103298
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/596220
900) 
901) 
Texto 6A3AAA
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja em cada um
de seus departamentos. Ela é essencial em todas as funções da administração: o administrador precisa
conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar.
Para os humanistas, a liderança pode ser analisada sob diversos ângulos, entre os quais estão:
Liderança como um fenômeno de influência interpessoal. Liderança é a influência interpessoal exercida
em uma situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou
mais objetivos específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos
sociais. Ela decorre dos relacionamentos entre as pessoas em determinada estrutura social. Nada tem a
ver com os traços pessoais de personalidade do líder. A influência significa uma força psicológica, uma
transação interpessoal na qual uma pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra de modo
intencional. A influência envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se
provocam mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos sociais.
Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo. O grau em que um indivíduo
demonstra a qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas
também das características da situação na qual ele se encontra.Liderança é um processo contínuo de
escolha que permite que a empresa caminhe em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações
internase externas. O grupo tende a escolher como líder a pessoa que lhe pode dar maior assistência e
orientação (que defina ou ajude o grupo a escolher os rumos e as melhores soluções para seus
problemas) para que alcance seus objetivos. A liderança éuma questão de redução da incerteza do
grupo, e o comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, a tomada de decisão. Nesse
sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões adequadas.
Idalberto Chiavenato. Introdução à teoria
geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 122 (com adaptações).
 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 6A3AAA, julgue o item.
 
Há uma ambiguidade quanto ao antecedente do sujeito elíptico da forma verbal “alcance”, que poderia
ser dirimida caso essa forma verbal fosse flexionada no plural — alcancem —,estabelecendo-se co
ncordância ideológica com a palavra “grupo”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/319655
CEBRASPE (CESPE) - TJ (TJDFT)/TJDFT/Administrativa/2015
Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia,
etc.)
Texto para o item.
Ouro em FIOS
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, como o ouro e o cobre — condutor de ENERGIA
ELÉTRICA.
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. Enquanto cientistas e governos buscam novas
fontes de energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT:
— Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a iluminação natural.
— Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/319655
902) 
— Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do ambiente.
— Utilize o computador no modo espera.
Fique ligado! Evite desperdícios.
Energia elétrica.
A natureza cobra o preço do desperdício.
Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações).
 
Tendo como referência os aspectos gramaticais do texto, julgue o próximo item.
 
A substituição da palavra “energia”, em “novas fontes de energia sustentáveis” por energias prejudicaria
a clareza do texto, por resultar em ambiguidade em relação ao termo que a palavra “sustentáveis”
modifica.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/317380
CEBRASPE (CESPE) - AJ (TJ SE)/TJ SE/Análise de Sistemas/"Sem Especialidade"/2014
Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia,
etc.)
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a
Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao
marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e
o amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três
anos de desterro na África.
No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era superior à mulher. O
Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas só podiam assinar contratos
ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização expressa do marido.
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de valer. O
machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da condenação quem
matava “em estado de completa privação de sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena
dos criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para
a covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações. Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a
responsabilidade do homem, os advogados inventaram o direito da “legítima defesa da honra”.
O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei Maria da Penha,
em 2006, em que se previu punição para quem agride e mata mulheres, foi um primeiro e audacioso
passo. O segundo passo contra o machismo é a educação.
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In:
Jornal do Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).
 
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.
 
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro
parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o marido matasse a esposa
pela mera suspeita de traição da parte dela.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/317380
903) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2400265
CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Apoio Especializado/Taquigrafia/2023
Língua Portuguesa (Português) - Funções da Linguagem (Emotiva, Apelativa, Poética,
Denotativa, etc)
Texto 20A2-II
Estou prestes a sair de casa. Abro o armário. Urge escolher a máscara, das muitas que eu tenho, para ir
à rua. Com ela enfrentarei os dissabores e as aventuras do meu cotidiano. Afinal, ela é a ponte que cruzo
para alcançar os demais seres.
Minhas máscaras acomodam-se na prateleira, em meio às bolsas. Todas parecidas, elas diferenciam-se
entre si apenas em detalhes imperceptíveis aos olhos alheios. São raros aqueles que surpreendem a
natureza da minha máscara. Reconhecem que rio, choro ou encontro-me na iminência de velejar para
um hemisfério longínquo, de onde, quem sabe, não regresso tão cedo.
Enquanto muitos confessam, em consonância, com triste adágio, que suas vidas são um livro aberto,
nada tenho a esconder dos homens, sou justo o contrário, não sei viver sem as máscaras, que me
protegem, são a salvaguarda da minha liberdade. E ainda que se provem elas em muitos momentos
incapazes de me proteger, não importa. Afinal, a vida não permite previsões, lances antecipados. Para
enfrentar certos conflitos, seria necessário revestir-se da máscara de ferro, que traz consigo o sopro da
morte.
Duvido que alguém prescinda do uso da máscara. Ande inadvertido pelo mundo, oferecendo o rosto cru
dos seus sentimentos. Desajeitado e pobre, quando poderia dispor, a qualquer hora, de mais de mil
máscaras, capazes todas de impulsionar o espetáculo humano, de corresponder à natureza do seu dono,
de encharcar de vinagre e esperança qualquer coração.
As máscaras, sem dúvida, ajudam-me a viver. Levam-me às cerimônias solenes, onde confirmo educação
recebida. Acompanham-me nos momentos em que sangro, a despeito da minha aparente indiferença. E
são elas ainda que me perguntam qual das máscaras usar em determinada festa. Acaso a máscara que
engendrei ao longo dos anos, e que me serve como um chinelo velho? Aquela que é dissimulada, cujo
desassombro assusta-me, pois revela aos vizinhos o que eu mantinha sob resguardo? Ou a outra, que
aspira sobrepor-se à tirania das convenções, quer rasgar o véu da hipocrisia, emitir as palavras
acomodadas no baú dos enigmas? Será a máscara que alardeia arrogância, ansiosa por deixar
consignada nas paredes do mundo uma única mensagem que justifique sua existência?
Olho-me ao espelho. Estarei usando máscara mesmo quando estou sozinha? Acaso já não vivo sem ela,
só respiro por meio de artifícios? É ela que me deixa ser alada e terrestre, me permite voar e contornar
seres e objetos de cristal? É a máscara que pousa desajeitada no meu próprio rosto, onde há de ficar
para sempre, até derreter um dia como se fora feita de cera?
Nélida Piñon. A máscara do meu rosto. In: O Estado de São Paulo, Suplemento Feminino, 29/9/1997.
 
Julgue o próximo item, referente a aspectos gramaticais e de estilo do texto 20A2-II.
 
O último período do segundo parágrafo opera uma mudança de estilo na construção textual, na medida
que, nesse ponto, o texto deixa de ser marcado pela subjetividade e transfigura-se em
predominantemente referencial.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534594
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2400265
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534594
904) 
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023Língua Portuguesa (Português) - Funções da Linguagem (Emotiva, Apelativa, Poética,
Denotativa, etc)
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
905) 
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, relativo a funções da linguagem no texto 8A3.
A função fática da linguagem se manifesta no texto quando do emprego, por exemplo, dos vocativos
“meu bem” e “meu amor”, constantes da segunda e da quarta estrofes.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Funções da Linguagem (Emotiva, Apelativa, Poética,
Denotativa, etc)
Texto 8A3
O AMOR BATE NA AORTA
Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.
Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!
O amor bate na porta,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
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906) 
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender…
Carlos Drummond de Andrade,
Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006, p. 46-48 (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, relativo a funções da linguagem no texto 8A3.
 
A função da linguagem predominante no texto é a função emotiva, característica essencial de obras
poéticas.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534628
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Funções da Linguagem (Emotiva, Apelativa, Poética,
Denotativa, etc)
Texto 8A4-I
Em um encontro casual, duas pessoas conversam sobre o tempo:
— Esfriou um pouco, né?
— É, mas na semana passada estava mais frio. Hoje está fazendo sol.
 
Considerando o texto 8A4-I, julgue o item a seguir.
 
A função da linguagem predominante nesse diálogo está centrada no próprio canal da comunicação,
estando os participantes praticando um ritual de contato, sem preocupação com o conteúdo da
mensagem que veiculam.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2157136
CEBRASPE (CESPE) - Proc (MP TCE-SC)/TCE SC/2022
Língua Portuguesa (Português) - Funções da Linguagem (Emotiva, Apelativa, Poética,
Denotativa, etc)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534628
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2157136
907) 
908) 
Há muitas línguas na língua portuguesa. Para dar voz e rosto a culturas e religiosidades tão
díspares e distantes, esse idioma passou a existir dentro e fora do seu próprio corpo. Nós, brasileiros,
portugueses, angolanos, moçambicanos, caboverdianos, guineenses, santomenses, falamos e somos
falados por uma língua que foi moldada para traduzir identidades que são profundamente diversas e
plurais.
Vivemos na mesma casa linguística, mas fazemos dela uma habitação cujas paredes são como as
margens dos oceanos. São linhas de costa, fluidas, porosas, feitas de areia em vez de cimento. Em cada
uma das divisórias dessa comum residência, mora um mesmo modo de habitar o tempo, um mesmo
sentimento do mundo (nas palavras do poeta Drummond). Essa língua é feita mais de alma do que de
gramática. A língua não é uma ferramenta. É uma entidade viva. Com esse idioma, construímos e
trocamos diversas noções do tempo e diferentes relações entre o profano e o sagrado.
Jorge Amado atravessou o oceano num momento em que as colônias portuguesas na África se
preparavam para a luta pela independência. Na década de cinquenta do século passado, intelectuais e
artistas africanos estavam ocupados em procurar a sua própria identidade individual e coletiva. Nessa
altura, era clara a necessidade de rupturas com os modelos europeus. Escritores de Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe procuravam caminhos para uma escrita
mais ligada à sua terra e à sua gente. Carecíamos de uma escrita que nos tomasse como não apenas
autores de estórias, mas também sujeitos da sua própria história. Precisávamos de uma narrativa que
nos escrevesse a nós mesmos.
Muito se especula sobre as semelhanças entre as nações africanas e o Brasil. Essas comparações
resultam muitas vezes de simplificações, mistificações e romantizações. Na maior parte das vezes, essas
analogias são fundadas em estereótipos que pouco têm a ver com uma realidade que é composta por
dinâmicas e complexidades que desconhecemos.
O que é mais africano no Brasil e mais brasileiro na África não é o candomblé, não são as danças nem os
tipos físicos das pessoas. O que nos torna tão próximos é o modo como, de um e de outro lado do
Atlântico, aprendemos a costurar culturas e criar hibridizações. A presença africana não mora hoje
apenas nos descendentes dos escravizados. Essa presença permeia todo o Brasil. Dito de outra maneira:
a semelhança não está no pano. Está na costura. Está no costureiro. E esse costureiro é a história. E é a
língua que partilhamos. Essa língua é, ao mesmo tempo, linha, pano e mãos tecedeiras.
Mia Couto. As infinitas margens do oceano.
In: Panorama da Contribuição do Brasil para a Difusão do Português.
Brasília: FUNAG, 2021, p. 421-424 (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, considerando aspectos temáticos, estruturais e conceituais do texto 1A16-I.
 
No primeiro período do segundo parágrafo, predomina a função referencial da linguagem.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2777788
CEBRASPE (CESPE) - Aud Est (CGE RJ)/CGE RJ/2024
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Texto CG1A1-I
Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua
existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função
de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação
que ela toma para formar a imagem pretendida. Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode
ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas
de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2777788909) 
Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada
vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na
medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem
como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade. No entanto, apesar de sua relevância,
ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto
internacionalmente.
Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de
imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das
ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo tem ou passa a ter sobre aquela
organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume
de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e
informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as
pessoas e as organizações.
Carolina Coelho da Silveira, Carla Bonato Marcolin e
Carlos Henrique Rodrigues. Como somos vistos? Análise da imagem organizacional pública utilizando ciência de
dados. Internet: <https://revista.cgu.gov.br> (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, relativo a aspectos linguísticos do texto CG1A1-I.
 
No primeiro período do terceiro parágrafo, a partícula “se”, em ambas as suas ocorrências, indica que é
indeterminado o sujeito sintático de cada uma das orações que formam o período.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2783403
CEBRASPE (CESPE) - Ass (CAU BR)/CAU BR/Administrativo/2024
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2783403
910) 
911) 
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o próximo item.
 
No último período do segundo parágrafo, o vocábulo “se” classifica-se como pronome, em todas as suas
ocorrências.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2368627
CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Texto 2A2-II
 
A origem da instituição Ministério Público (MP) não é facilmente situada na história, não sendo possível
precisar ou afirmar com certeza a data e o local nos quais se tenha originado.
 
No Brasil, a figura do promotor de justiça só surge em 1609, quando é regulamentado o Tribunal de
Relação na Bahia. No Império, tratava-se a instituição no Código de Processo Criminal, sem nenhuma
referência constitucional.
 
Somente na Constituição de 1824, foram criados o Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais de relação,
nomeando-se desembargadores, procuradores da Coroa, conhecidos como “chefe do parquet”. No
entanto, a expressão “Ministério Público” só seria utilizada no Decreto n.º 5.618, de 2 de maio de 1874.
 
Foi na Constituição de 1891 que, pela primeira vez, o MP mereceu uma referência no texto fundamental.
Já a Constituição Federal de 16 de julho de 1934 dispensou um tratamento mais alentador ao MP,
definindo-lhe algumas atribuições básicas. As Constituições de 1946 a 1967 pouco disseram acerca do
MP. A grande fase do MP foi inaugurada com a Constituição Federal de 1988 (CF), cujos termos são
absolutamente inovadores, mesmo no nível internacional. A Constituição de 1988 é dotada de um
capítulo próprio sobre o MP. Atendendo às características federais do Estado brasileiro, a CF trata do
Ministério Público da União e daquele dos diversos estados-membros da Federação. A CF declara o MP
como instituição permanente e essencial à função jurídica, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
 
Internet: www.anpr.org.br (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, relativos a aspectos gramaticais do texto 2A2-II.
 
No segundo parágrafo, o sujeito das orações “tratava-se a instituição no Código de Processo Criminal” e
“nomeando-se desembargadores, procuradores da Coroa, conhecidos como ‘chefe do parquet’” é
indeterminado pelo emprego do pronome “se”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2642963
CEBRASPE (CESPE) - Aux ET (DATAPREV)/DATAPREV/2023
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Texto CG2A1-II
 
Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da
ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório Diretrizes
sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2368627
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2642963
912) 
2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a
Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas
diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e
suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da
população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva
quando negativa. As diretrizes também apontam questões importantes referentes à inserção e à
permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e
das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de
estruturas de suporte afeta a sustentação das atividades laborais”, explica a consultora nacional de saúde
mental da OMS, Cláudia Braga.
 
De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram
afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer,
enquanto, em 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de
discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as
responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços paraprevenir os impactos
negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos
trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para
que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.
 
Erika Farias. Alertas globais chamam a atenção para o papel do trabalho na saúde mental. Internet:
<epsjv.fiocruz.br> (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto CG2A1-II.
 
Em “Estima-se que” (início do primeiro parágrafo), a colocação do pronome “se” após o verbo deve-se à
presença da conjunção “que”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2150629
CEBRASPE (CESPE) - Aud Est (SECONT ES)/SECONT ES/Administração/2022
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um
pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar
que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo,
falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por
causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque — a sede é a graça, mas as águas são
uma beleza de escuras — e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca
de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
 
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma
alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas.
 
Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que
estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza
queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante
distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham.
 
Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que,
não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando
o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais
distraídos.
 
Clarice Lispector. Por não estarem distraídos.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2150629
913) 
914) 
In: Todas as crônicas. São Paulo: Rocco, 2018, p. 344.
 
No que se refere às ideias e a aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
 
No trecho “quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca
entreaberta”, o vocábulo “se”, em suas três ocorrências, está empregado como pronome reflexivo.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2156248
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Língua Portuguesa/2022
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Julgue o item subsequente, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente.
 
O vocábulo “SE” estabelece, com ênfase, uma relação de oposição entre as duas orações do período “SE
BEBER, NÃO DIRIJA!”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2157248
CEBRASPE (CESPE) - ACP (MP TCE-SC)/TCE SC/Direito/2022
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
A palavra “corrupção” tem origem nas palavras latinas corruptio e corrumpere, que indicam algo
que foi corrompido, deturpado. Por ela ser um termo polissêmico, entendemos que a sua história
conceitual é incerta. É usual o tratamento da corrupção sob uma perspectiva moralista, como algo
resultante da falta de caráter dos indivíduos. Contudo, tal abordagem não apresenta validade científica,
já que moral é um atributo individual, dotado de subjetividade e culturalmente circunscrito.
A manifestação de práticas corruptas pode-se dar em ambientes públicos ou privados, a partir de
numerosos tipos de ação e em variada magnitude. Em todos os casos, a corrupção sempre se materializa
a partir de trocas entre os agentes. Em relação a quem participa da troca corrupta, em situações nas
quais há participação de agentes públicos, distinguem-se três tipos de corrupção: a grande corrupção, a
corrupção burocrática (a pequena corrupção) e a corrupção legislativa. A primeira normalmente se refere
a atos da elite política que cria políticas econômicas que a beneficiem. A segunda tem a ver com atos da
burocracia em relação aos superiores hierárquicos ou ao público. A terceira se relaciona à compra de
votos dos legisladores.
Nas três formas, encontramos algum tipo de pagamento. Isso nos leva a concluir que a corrupção tem
uma natureza essencialmente econômica: ela é uma troca socialmente indesejada. Com isso, queremos
dizer que, apesar de não se configurar necessariamente como ilegal em todos os seus tipos, ela se
configura como um jogo de soma zero entre a sociedade e os participantes do ato corrupto.
Luiz Fernando Vasconcellos de Miranda. Corrupção: debate conceitual.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2156248
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2157248
915) 
In: Cláudio André de Souza (org). Dicionário das eleições.
Curitiba: Juruá, 2020, p. 209-210 (com adaptações).
 
Em relação a aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item subsequente.
 
No trecho “distinguem-se três tipos de corrupção” (terceiro período do segundo parágrafo), o vocábulo
“se” tem a função de indeterminar o sujeito da oração.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2252156
CEBRASPE (CESPE) - Tec (INSS)/INSS/2022
Língua Portuguesa (Português) - Partícula "Se"
Ora, graças a Deus, lá se foi mais um. Um ano, quero dizer. Menos um na conta, mais uma
prestação paga. E tem quem fique melancólico. Tem quem deteste ver à porta a cara do mascate em
cada primeiro do mês, cobrando o vencido. Quando compram fiado, têm a sensação de que o homem
deu de presente, e se esquecem das prestações, que serão, cada uma, uma facada. Nem se lembram
dessa outra prestação que se paga a toda hora, tabela Price insaciável comendo juros de vida, todo dia
um pouquinho mais; um cabelo que fica branco, mais um milímetro de pele que enruga, uma camada
infinitesimal acrescentada à artéria que endurece, um pouco mais de fadiga no coração, que também é
carne e se cansa com aquele bater sem folga. E o olho que enxerga menos, e o dente que caria e trata
de abrir lugar primeiro para o pivô, depois para a dentadura completa.
 
O engraçado é que muito poucos reconhecem isso. Convencem-se de que a morte chega de repente,
que não houve desgaste preparatório, e nos apanha em plena flor da juventude, ou em plena frutificação
da maturidade; se imaginam uma rosa que foi colhida em plena beleza desabrochada. Mas a rosa, se a
não apanha o jardineiro, que será ela no dia seguinte, após o mormaço do sol e a friagem do sereno? A
hora da colheita não interessa ― de qualquer modo, o destino dela era murchar, perder as pétalas, secar,
sumir-se.
 
A gente, porém, não pode pensar muito nessas coisas. Tem que pensar em alegrias, sugestionar-se,
sugestionar os outros. Vamos dar festas, vamos aguardar o ano novo com esperanças e risadas e beijos
congratulatórios. Desejar uns aos outros saúde, riqueza e venturas. Fazer de conta que não se sabe; sim,
como se a gente nem desconfiasse. Tudo que nos espera: dentro do corpo o que vai sangrar, doer,
inflamar, envelhecer. As cólicas de fígado, as dores de cabeça, as azias, os reumatismos, as gripes com
febre, quem sabe o tifo, o atropelamento. Tudo escondido, esperando. Sem falar nos que vão ficar
tuberculosos, nas mulheres que vão fazer cesariana. Os que vão perder o emprego, os que se verão
doidos com as dívidas, os que hão de esperar nas filas ― que seremos quase todos. E os que, não
morrendo, hão de ver a morte lhes entrando de casa adentro, carregando o filho, pai, amor, amizade. As
missas de sétimo dia,
as cartas de rompimento, os bilhetes de despedida. E até guerra, quem sabe? Desgostos, desgostos de
toda espécie. Qual de nóspassa um dia, dois dias, sem um desgosto? Quanto mais um ano!
 
Rachel de Queiroz. Um ano de menos.
In: O Cruzeiro, Rio de Janeiro, dez./1951 (com adaptações).
 
Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
 
Em ambas as orações presentes no trecho “Nem se lembram dessa outra prestação que se paga a toda
hora” (sétimo período do primeiro parágrafo), a intenção de indefinir quem realiza as ações de lembrar e
pagar é materializada por meio da estratégia de indeterminação do sujeito sintático pelo emprego do
pronome “se”.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2252156
916) 
917) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/2368415
CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Texto 2A1-I
 
O ordenamento jurídico vem sendo confrontado com as inovações tecnológicas decorrentes da aplicação
da inteligência artificial (IA) nos sistemas computacionais. Não apenas se vivencia uma ampliação do uso
de sistemas lastreados em IA no cotidiano, como também se observa a existência de robôs com sistemas
computacionais cada vez mais potentes, nos quais os algoritmos passam a decidir autonomamente,
superando a programação original. Nesse contexto, um dos grandes desafios ético-jurídicos do uso
massivo de sistemas de inteligência artificial é a questão da responsabilidade civil advinda de danos
decorrentes de robôs inteligentes, uma vez que os sistemas delituais tradicionais são baseados na culpa
e essa centralidade da culpa na responsabilidade civil se encontra desafiada pela realidade de sistemas
de inteligência artificial.
 
Perante a autonomia algorítmica na qual os sistemas de IA passam a decidir de forma diversa da
programada, há uma dificuldade de diferenciar quais danos decorreram de erro humano e aqueles que
derivaram de uma escolha equivocada realizada pelo próprio sistema ao agir de forma autônoma. O
comportamento emergente da máquina, em função do processo de aprendizado profundo, sem receber
qualquer controle da parte de um agente humano, torna difícil indicar quem seria o responsável pelo
dano, uma vez que o processo decisório decorreu de um aprendizado automático que culminou com
escolhas equivocadas realizadas pelo próprio sistema. Há evidentes situações em que se pode vislumbrar
a existência de culpa do operador do sistema, como naquelas em que não foram realizadas atualizações
de software ou, até mesmo, de quebra de deveres objetivos de cuidado, como falhas que permitem que
hackers interfiram no sistema. Entretanto, excluídas essas situações, estará ausente o juízo de censura
necessário para a responsabilização com base na culpa.
 
B. L. da Anunciação Melo e H. Ribeiro Cardoso. Sistemas de inteligência artificial e
responsabilidade civil: uma análise da proposta europeia acerca da atribuição de
personalidade civil. In: Revista Brasileira de Direitos Fundamentais
& Justiça, 16(1), 2020, p. 93-4 (com adaptações).
 
No que se refere a aspectos gramaticais do texto 2A1-I, julgue o seguinte item.
 
A classificação gramatical do vocábulo “como” em “como também se observa a existência de robôs” é
distinta de sua classificação em “como naquelas em que não foram realizadas atualizações”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2724427
CEBRASPE (CESPE) - Adm (MME)/MME/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Texto CB1A1
Muitas regiões do mundo, inclusive o Brasil, estão vivendo o chamado “paradoxo verde”, expressão
cunhada pelo economista alemão Hans-Werner Sinn (2008) para se referir a como políticas climáticas
mais restritivas podem exercer pressão crescente sobre os preços de energia e ter efeitos indesejáveis,
como incentivar a antecipação da extração e produção de combustíveis fósseis, acelerando, portanto, as
mudanças climáticas. Um aspecto crucial é a necessidade de acordos internacionais que mantenham de
maneira eficaz e justa grandes quantidades remanescentes de combustíveis fósseis no solo. Oestudo
recente de Welsby, publicado na revista Nature em 2021, mostra que a produção existente de carvão,
petróleo e gás deve ser descontinuada. Mesmo quando governos não controlam diretamente a produção,
suas leis, políticas e acordos podem definir, em grande medida, quanto é extraído e produzido. O BOGA
(Beyond Oil and Gas Alliance) é um exemplo recente de acordo internacional que pode redefinir o futuro
do setor de petróleo e gás (O&G – oil and gas).
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2368415
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2724427
918) 
Emissões evitadas hoje tornam menos arriscada a necessidade de medidas drásticas, ainda não
suficientemente desenvolvidas, como projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono
(CCUS) e de tecnologias de emissões negativas (NET), comumente citados em anúncios de empresas do
setor de O&G. Ademais, quanto mais cedo sofrermos os impactos das mudanças climáticas, mais cedo e
por mais tempo teremos impactos físicos que levam a danos sociais e econômicos. Nesse sentido,
emissões evitadas hoje valem mais do que emissões evitadas no futuro; mais do que metas de emissão
zero em 2050, são necessárias ações imediatas nos próximos anos, para reduzir rapidamente as
emissões de gases do efeito estufa. No futuro, grandes nomes da indústria de O&G podem ser
conhecidos como aqueles que negligenciaram a ciência e não enfrentaram o desafio da emergência
climática quando ainda tinham tempo. Por outro lado, podem aproveitar a já estreita janela de
oportunidade para liderar uma nova economia cada vez mais eficiente, interconectada e limpa.
B. S. L. Cunha et al. O passado, o presente e o futuro da
indústria de O&G frente à crise climática. In: Ensaio Energético, nov. 2021 (com adaptações).
 
Em relação ao emprego dos elementos de coesão no texto CB1A1, julgue o próximo item.
 
No primeiro período do primeiro parágrafo, o vocábulo “como”, em sua última ocorrência, introduz
exemplos de “políticas climáticas mais restritivas”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/1438959
CEBRASPE (CESPE) - ATCI NS (ME)/ME/Perfil Profissional 1/Arquivologia/2020
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia
mal, sempre gritava: “Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!” Mas eu ouvia o mormaço com M
maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje,
quando leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo com estes olhos o Sr. Clamor
Público, magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó protuberante que se
abaixa e levanta no excitamento da perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia contar
uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da
ponte Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os presidentes Justo e Getúlio, e gente
muita, tanto assim que fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio fosse a Prefeitura, com
os demais jornalistas do Brasil e Argentina. Era como um alojamento de quartel, com breve espaço
entre as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os alegres incômodos e duvidosos
encantos de uma coletividade democrática. Pois lá pelas tantas da noite, como eu pressentisse, em meu
entredormir, um vulto junto à minha cama, sentei-me estremunhado e olhei atônito para um tipo de
chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha
muda interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
 
— Pois é! Não vê que eu sou o sereno...
 
Mário Quintana. In: As cem melhores crônicas brasileiras. São Paulo: Objetiva, 2007.
 
No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
 
No trecho “Era como um alojamento de quartel”, o termo “como” foi empregado no sentido de conforme,
para indicar que o casarão referido no período “E já estava ... Argentina.” fora construídoem forma de
quartel.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1438959
919) 
920) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/1609718
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Texto 11A3AAA
 
Era Borjalino Ferraz e perdeu o primeiro emprego na Prefeitura de Macajuba por coisas de pontuação.
Certa vez, o diretor do Serviço de Obras chamou o amanuense para uma conversa de fim de expediente.
E aconselhativo:
 
— Seu Borjalino, tenha cuidado com as vírgulas.
 
Desse jeito, o amigo acaba com o estoque e a comarca não tem dinheiro para comprar vírgulas novas.
 
Fez outros ofícios, semeou vírgulas empenadas por todos os lados e foi despedido. Como era sujeito de
brio, tomou aulas de gramática, de modo a colocar as vírgulas em seus devidos lugares. Estudou e
progrediu. Mais do que isso, saiu das páginas da gramática escrevendo bonito, com rendilhados no estilo.
Cravava vírgulas e crases como ourives crava as pedras. O que fazia o coletor federal Zozó Laranjeira
apurar os óculos e dizer com orgulho:
 
— Não tem como o Borjalino para uma vírgula e mesmo para uma crase. Nem o presidente da República.
 
E assim, um porco-espinho de vírgulas e crases, Borjalino foi trabalhar, como escriturário, na Divisão de
Rendas de São Miguel do Cupim. Ficou logo encarregado dos ofícios, não só por ter prática de escrever
como pela fama de virgulista. Mas, com dois meses de caneta, era despedido. O encarregado das
Rendas, funcionário sem vírgulas e sem crases, foi franco:
 
— Seu Borjalino, sua competência é demais para repartição tão miúda. O amigo é um homem de
instrução. É um dicionário. Quando o contribuinte recebe um ofício de sua lavra, cuida que é ordem de
prisão. O coronel Balduíno dos Santos quase teve um sopro no coração ao ler uma peça saída de sua
caneta. Pensou que fosse uma ofensa, pelo que passou um telegrama desaforado ao senhor governador
do Estado.
 
Veja bem! O senhor governador.
 
E por colocar bem as vírgulas e citar Nabucodonosor em ofício de pequena corretagem, o esplêndido
Borjalino foi colocado à disposição do olho da rua. Com uma citação no Diário Oficial e duas gramáticas
debaixo do braço.
 
José Cândido Carvalho. A vírgula não foi feita para humilhar ninguém.
Seleção de textos, nota, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios
por Maria Aparecida Bacega. São Paulo: Abril Educação, 1983, p. 42.
 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto 11A3AAA, julgue o item seguinte.
 
Na linha, a conjunção “Como” introduz uma comparação.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/149471
CEBRASPE (CESPE) - TA (ANEEL)/ANEEL/Área 1/2010
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que, nos
próximos quatro anos, os investimentos na indústria brasileira chegarão a R$ 500 bilhões, um valor 60%
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/1609718
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/149471
921) 
922) 
maior do que os R$ 311 bilhões investidos entre 2005 e 2008 (o banco não incluiu 2009, pois ainda não
dispõe de dados consolidados do ano passado).
O estudo aponta forte concentração dos investimentos na exploração de petróleo e gás, não tanto no
pré-sal, mas, especialmente, na cadeia econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de
fabricação de plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da economia.
Mas o BNDES prevê também fortes investimentos em setores voltados para atender à demanda interna,
entre os quais o automobilístico.
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
 
Com base no texto acima, julgue o item.
 
O termo “como” estabelece, no período em que foi empregado, uma relação de comparação entre a
“cadeia econômica ligada ao óleo” e “a indústria naval e a de fabricação de plataformas”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/454935
CEBRASPE (CESPE) - Of (PM DF)/PM DF/Administração/2010
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental
e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme visibilidade pública e
jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto de especialistas como do
público em geral.
 
Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de
insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, as dificuldades relacionadas à reforma das
instituições da administração da justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas
instituições, a superpopulação nos presídios, as rebeliões, as fugas, a degradação das condições de
internação de jovens em conflito com a lei, a corrupção, o aumento dos custos operacionais do sistema,
a ineficiência da investigação criminal e das perícias policiais e a morosidade judicial, entre tantos outros,
representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil.
 
Internet: <www.observatoriodeseguranca.org> (com adaptações).
 
Com relação às ideias e estruturas do texto acima, julgue o item a seguir.
 
O emprego de “como” está articulado ao emprego do antecedente “tanto”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/365092
CEBRASPE (CESPE) - Con Leg (CL DF)/CL DF/Redação Parlamentar/2006
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
Texto.
A pátria
A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à
associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo:
é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/454935
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/365092
923) 
comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não
infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não delatam, os que não emudecem, os
que não se acobardam, mas resistem, mas se esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a
justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residem
originariamente no amor. (...)
Povo brasileiro! Reclamai, e vos escutarão; exigi, e tereis; ordenai, e sereis obedecido; sabei querer, e
tudo vos cederá.
Uma nação não se deve recear senão da sua própria inconsciência, da sua própria relaxação, da sua
própria cobardia. Não corrais, como as crianças, de carochas, de cucas, de almas do outro mundo. Sois o
povo. Sois a nação. Sois o Brasil. Ante a vossa vontade, ante a vossa autoridade, ante a vossa
majestade, mandões, facções, minhocões não valem nada. Soprai, e vereis como rebentam as bolhas de
sabão.
Rui Barbosa. In: A vida dos grandes brasileiros. D. Alzugaraye
C. Alzugaray (Ed.). São Paulo: Grupo de Comunicação Três S.A., 2003, p. 267 e 276 (Excerto).
Ainda com relação às estruturas morfossintáticas, semânticas e discursivas do texto A pátria, julgue o
item que se segue..
 
“como” é empregado para encaixar, na oração principal, uma subordinada complemento do verbo ver.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/34351
CEBRASPE (CESPE) - PPF/PF/2004
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Como"
O filme Central do Brasil, de Walter Salles, tem como protagonista a professora aposentada
Dora, que ganha um dinheiro extra escrevendo cartas para analfabetos na Central do Brasil, estação
ferroviária do Rio de Janeiro. Outra personagem é o menino Josué, filho de Ana, que contrata os
serviços de Dora para escrever cartas passionais para seu ex-marido, pai de Josué. Logo após ter
contratado a tarefa, Ana morre atropelada. Josué, sem ninguém a recorrer na megalópole sem
rosto, sob o jugo do estado mínimo (sem proteção social), vê em Dora a única pessoa que poderá
levá-lo até seu pai, no interior do sertão nordestino.
Dos vários momentos emocionantes do filme, o mais sensibilizante é o encontro de Josuécom os
presumíveis irmãos que, como o pai elaborado em seus sonhos, são também marceneiros. A câmera
faz uma panorâmica no interior do sertão para mostrar um conjunto habitacional de casas populares
recém-construídas; em uma das casas, os moradores são os filhos do pai de Josué que, em sua
residência simples, acolhem para dormir Josué e Dora. Os irmãos dormem juntos e dividem a
mesma cama. Existe uma comunhão de sentimentos entre os irmãos: os que têm um teto para
morar, têm trabalho, dão amparo ao menino órfão sem eira nem beira.
No filme, a grande questão do analfabetismo está acoplada a outro desafio, que é a questão
nordestina, ou seja, o atraso econômico e social da região. Não basta combater o analfabetismo,
que, por si só, necessitaria dos esforços de, no mínimo, uma geração de brasileiros para ser
debelado, pois, em 1996, o analfabetismo da população de 15 anos e mais, no Brasil, era de
13,03%, representando um total de 13,9 milhões de pessoas. Segundo a UNESCO, o Brasil chegaria
ao ano 2000 em sétimo lugar entre os países com maior número de analfabetos.
No Brasil, carecemos de políticas públicas que atendam, de forma igualitária, a população, em
especial aquelas voltadas para as crianças, os idosos e as mulheres. A permanência da questão
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/34351
924) 
nordestina é um exemplo constante das nossas desigualdades, do desprezo à vida e da falta de
políticas públicas que atendam aos anseios mínimos do povo trabalhador. Não saber ler nem
escrever, no Brasil, é um elemento a mais na desagregação dos indivíduos que serão párias
permanentes em uma sociedade que se diz moderna e globalizada, mas que é debilitada naquilo
que é mais premente ao povo: alimentação, trabalho, saúde e educação. Sem essas condições
básicas, praticamente se nega o direito à cidadania da ampla maioria da população brasileira.
Os ensinamentos que podemos tirar de Central do Brasil são que devemos atacar a questão social
de várias frentes, em especial na educação de todos os brasileiros, jovens e velhos; lutar por
políticas públicas de qualidade que direcionem os investimentos para promover uma
desconcentração regional e pessoal da renda no país, propugnando por um novo modelo econômico
e social. Ao garantir uma vida digna, a maioria da população saberá, por meio da solidariedade de
classe, responder às necessidades da construção de uma sociedade mais justa. Central do Brasil
é um exemplo vivo de que o Brasil tem rumo e esperança.
 
Salvatore Santagada. Zero Hora, 20/3/1999 (com adaptações)
A partir do texto ao lado, julgue o item a seguir.
 
O elemento de articulação "como" expressa diferentes relações nas linhas 1 e 6, não podendo ser
substituído, nessas duas ocorrências, por porque.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2779488
CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
As regiões metropolitanas e as grandes cidades brasileiras concentram hoje a atenção das
autoridades de gestão territorial em nível local, regional e nacional. O conhecimento da complexa
realidade dessas áreas em suas múltiplas dimensões e de modo dinâmico torna se imprescindível para
geri-las de forma eficiente. Não se trata apenas do levantamento de dados brutos, mas da proficiente
manipulação e interpretação desses dados a partir de processamentos quantitativos (matemáticos e
lógicos) sobre uma base espacial, de forma a revelar características e processos intrínsecos aos
fenômenos em análise. Dito de outra forma, não basta somente a confecção de mapas digitais coloridos
ilustrando, por exemplo, a exclusão social de uma determinada cidade por quantis, mas é fundamental
que, com o auxílio de técnicas apropriadas de análise espacial, se possam extrair tendências do padrão
de manifestação da exclusão social de forma contínua no espaço. Ou ainda, não é suficiente apenas
mapear a ocorrência de crimes em um sistema georreferenciado, mas sim estudá-los de forma dinâmica,
entendendo a sua proliferação no espaço e no tempo em articulação com inúmeras variáveis
socioeconômicas e biofísicas, e como as estradas podem atuar como vetores de expansão da
criminalidade.
Nessa linha de pensamento, elaborar mapas estáticos de uso do solo urbano não mais atende às
necessidades atuais dos gestores locais, mas é necessário que se permitam simulações de diferentes
cenários futuros de expansão urbana e dinâmica de uso do solo em ambiente computacional. Aí reside o
desafio da geoinformação em gestão urbana e regional, que pode ser entendida como um paradigma
emergente na pesquisa multi e interdisciplinar que se dedica a explorar a extrema complexidade de
problemas socioambientais em um ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Openshaw
(2000) argumenta que a geoinformação não se reduz ao uso de técnicas computacionais para solucionar
problemas espaciais, mas se refere, ao contrário, a uma forma totalmente nova de se fazer ciência em
um contexto geográfico.
Cláudia Maria de Almeida, Gilberto Câmara e Antonio Miguel
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779488
925) 
926) 
V. Monteiro (Org.). Geoinformação em urbanismo. Cidade Real X Cidade Virtual. São Paulo: Oficina de Texto,
2007, p. 5 e 6. (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos linguísticos do texto apresentado anteriormente, julgue o próximo item.
 
No trecho “mas é necessário que se permitam simulações de diferentes cenários futuros de expansão
urbana e dinâmica de uso do solo em ambiente computacional”, o vocábulo “que” introduz uma oração
que exerce a função de sujeito da oração anterior.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2368647
CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE SC)/MPE SC/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto 2A2-II
 
A origem da instituição Ministério Público (MP) não é facilmente situada na história, não sendo possível
precisar ou afirmar com certeza a data e o local nos quais se tenha originado.
 
No Brasil, a figura do promotor de justiça só surge em 1609, quando é regulamentado o Tribunal de
Relação na Bahia. No Império, tratava-se a instituição no Código de Processo Criminal, sem nenhuma
referência constitucional.
 
Somente na Constituição de 1824, foram criados o Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais de relação,
nomeando-se desembargadores, procuradores da Coroa, conhecidos como “chefe do parquet”. No
entanto, a expressão “Ministério Público” só seria utilizada no Decreto n.º 5.618, de 2 de maio de 1874.
 
Foi na Constituição de 1891 que, pela primeira vez, o MP mereceu uma referência no texto fundamental.
Já a Constituição Federal de 16 de julho de 1934 dispensou um tratamento mais alentador ao MP,
definindo-lhe algumas atribuições básicas. As Constituições de 1946 a 1967 pouco disseram acerca do
MP. A grande fase do MP foi inaugurada com a Constituição Federal de 1988 (CF), cujos termos são
absolutamente inovadores, mesmo no nível internacional. A Constituição de 1988 é dotada de um
capítulo próprio sobre o MP. Atendendo às características federais do Estado brasileiro, a CF trata do
Ministério Público da União e daquele dos diversos estados-membros da Federação. A CF declara o MP
como instituição permanente e essencial à função jurídica, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
 
Internet: www.anpr.org.br (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, relativos a aspectos gramaticais do texto 2A2-II.
 
No parágrafo, o vocábulo “que” introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2459386
CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEE PE)/SEE PE/Braillista/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto CB1A1-I
Com altos índices de evasão escolar, baixo engajamento e conteúdos pouco conectados à realidade dos
alunos, o ensino médio já era, antes da pandemia de covid-19, a etapa mais desafiadora da educação
básica. Com o fechamento das escolas e o distanciamento dos estudantes do convívio educacional, os
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2368647https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2459386
927) 
últimos anos escolares passaram a trazer ainda mais dificuldades a serem enfrentadas — reforçadas
pelas desigualdades raciais, socioeconômicas e de acesso à Internet.
Nenhuma avaliação diagnóstica precisou os prejuízos totais da pandemia para a aprendizagem dos
alunos, mas há alguns estudos que ajudam a entender melhor o cenário. Uma pesquisa realizada pelo
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
apontou que houve piora em todas as séries avaliadas. Segundo a pesquisa amostral, em matemática, o
desempenho alcançado no 3.º ano do ensino médio foi de 255,3 pontos na escala de proficiência, inferior
aos 261,7 obtidos pelos estudantes ao final do 9.º ano do ensino fundamental no Sistema de Avaliação
da Educação Básica (SAEB) de 2019. Em língua portuguesa, os estudantes do 9.º ano apresentaram uma
queda de 12 pontos, e os do 3.º ano do ensino médio, de 11 pontos.
Após o retorno presencial, estados e municípios ainda têm muito trabalho para identificar os reais
prejuízos, dimensioná-los e encontrar caminhos e soluções para que professores e estudantes possam
retomar a aprendizagem.
Para Suelaine Carneiro, coordenadora de educação na Geledés, organização da sociedade civil que se
posiciona em defesa de mulheres e homens negros, “há um consenso de que não foi possível atender
todos os alunos” na educação pública. “Os dados indicam um baixo número de participação dos
estudantes, somado à impossibilidade de os familiares acompanharem a resolução das tarefas”, afirma.
Mas não fica apenas nisso. “Em termos de aprendizagem, os dados também mostram dificuldades no
que diz respeito à compreensão e à resolução das tarefas.”
De acordo com ela, a situação de alunos negros requer ainda mais atenção. “É preciso prestar atenção
nessa condição: a pessoa já estava vulnerável socialmente, sem a possibilidade de realizar um
isolamento dentro de casa, pois vive em uma casa pequena ou onde não há cômodos suficientes”,
contextualiza Suelaine.
 
Agravada pela pandemia, que engrossou o número de trabalhadores desempregados, a questão
econômica foi um dos grandes fatores que impactou a vida dos estudantes do ensino médio. “Temos
alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a família, e aos fins de
semana assistem às atividades”, relata a professora Lucenir Ferreira, da Escola Estadual Mário Davi
Andreazza, em Boa Vista (RR). Lucenir conta que muitos alunos chegam a falar que não conseguem
aprender nada e desabafam por sentir que a aprendizagem foi prejudicada, principalmente os que estão
em processo de preparação para o vestibular.
Apesar dos desafios, Suelaine acredita que os impactos não são irreversíveis, como outros especialistas
têm apontado. “Você pode recuperar dois anos se houver políticas públicas, compromisso público com a
educação, de forma a desenvolver diferentes ações”, diz ela.
Internet: <novaescola.org.br> (com adaptações).
 
Em relação aos aspectos gramaticais do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
 
No trecho ‘Temos alunos que estão trabalhando no horário de aula, dizendo que precisam ajudar a
família’ (penúltimo parágrafo), o termo ‘que’ exerce distintas funções sintáticas.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2534027
CEBRASPE (CESPE) - Prof II(Pref Recife)/Pref Recife/Língua Portuguesa/2023
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto 8A1-I
O Brasil é um dos países com maior proporção de alunos matriculados em cursos de formação de
professores, mas com um dos mais baixos índices de interesse na profissão. Para especialistas, isso
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2534027
928) 
mostra que a docência se torna opção pela facilidade em ingressar no ensino superior, pelas baixas
mensalidades e pela alternativa de cursos a distância — não pela vocação.
Estudos internacionais mostram que um bom professor é um dos fatores que mais influenciam na
aprendizagem. Os dados são de pesquisa feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
que traçou o perfil de quem estuda para ser professor na América Latina e no Caribe. Enquanto, no
Brasil, 20% dos universitários estão em cursos como licenciatura e pedagogia, na América Latina são
10% e, em países desenvolvidos, 8%.
Em compensação, só 5% dos jovens brasileiros dizem querer ser professores quando estão no ensino
médio. E, apesar da grande quantidade de alunos matriculada em cursos de licenciatura e pedagogia no
Brasil, faltam docentes para lecionar disciplinas específicas em áreas de ciências exatas e da natureza.
Na Coreia do Sul, por exemplo, 21% se interessam pela profissão e só 7% ingressam, de fato, na
universidade, porque há muita concorrência e maior seleção. No Chile e no México, os dois índices são
mais próximos: cerca de 7% se interessam pelo magistério e menos de 15% cursam pedagogia ou
licenciatura.
“Muitos alunos concluintes do ensino médio entram em programas de formação de professores para
conseguir um título”, diz o economista chefe da divisão de educação no BID, Gregory Elacqua. Ele afirma
que isso não é bom para a educação.
“A gente atrai as pessoas mais vulneráveis e que lá na frente vão enfrentar o desafio de educar crianças
vulneráveis também”, diz a diretora de políticas públicas do Instituto Península, que atua na área de
formação de professores, Mariana Breim. “Se é este público que está procurando a docência, temos de
abraçá-lo e fazê-lo se apaixonar por ela”, completa. Os dados mostram que 71% dos estudantes de
pedagogia e licenciatura no Brasil são mulheres, índice semelhante ao verificado em outros países
latinos.
Internet: <noticias.uol.com.br> (com adaptações).
 
Julgue o item a seguir, no que diz respeito à sintaxe de orações e períodos no texto 8A1-I.
 
No segundo período do primeiro parágrafo, o vocábulo “que” introduz uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2007220
CEBRASPE (CESPE) - TCE (TCE RJ)/TCE RJ/Técnico/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
A atividade política, para os antigos, estava associada à prática das virtudes e à busca por uma
ordem moral duradoura. A corrupção, por sua vez, era identificada com vícios como a ambição, a
ganância pelo poder, a covardia etc., ou seja, tudo aquilo que causa caos social, desordem e violência.
 
Essa noção de corrupção associada ao desvirtuamento e à falta de cuidado com o bem comum
atravessaria a Idade Média e chegaria até o início da modernidade com os teóricos políticos do 
Renascimento. Contudo, com a ampliação das relações comerciais decorrentes das grandes navegações,
o crescimento urbano, o advento da indústria, a ascensão da burguesia como classe política — por meio
de revoluções como a inglesa (1640-1668) e a francesa (1789-1799) —, o sistema político começou a ser
pensado de forma diferente.
 
A concepção antiga das virtudes como guias da política não funcionava mais na modernidade. Era
necessária uma concepção de política que levasse em conta os interesses individuais e as ambições, que
faziam parte do mundo moderno. Mas como fazer isso sem deixar que tais interesses e ambições
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2007220
929) 
degenerassem o sistema político? Montesquieu foi quem ofereceu o melhor modelo, que, em grande
parte, ainda se faz presente até hoje nos regimes democráticos.
 
Segundo Montesquieu, para que os interesses pessoais dos governantes não triunfassem sobre o bem
público e para que o corpo político não se corrompesse, seriam necessárias as leis positivas, isto é, um
conjunto de medidas jurídicas que se ajustassem à realidade dos interesses de determinada sociedade e
impusesse controle sobre ela, sendo capaz de intermediar os homens e suas necessidades.
 
Esse modelo foi seguido pelas democracias liberais do século XIX. No entanto, desde a transição do
século XIX para o século XXI, o mundo ficou cada vez mais integrado, tanto econômica quanto
politicamente, sobretudo após as guerrasmundiais. Essa integração, apesar de ter trazido inúmeros
benefícios, também trouxe grandes dificuldades.
 
Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, relativo às ideias e a aspectos linguísticos do texto anterior.
 
No último período do terceiro parágrafo, o vocábulo “que” remete ao modelo de política de Montesquieu,
qualificado como “o melhor” no texto.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2010873
CEBRASPE (CESPE) - ACE (TCE RJ)/TCE RJ/Organizacional/Tecnologia da Informação/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto CB1A2-I
 
O uso da palavra está, necessariamente, ligado à questão da eficácia. Visando a uma multidão indistinta,
a um grupo definido ou a um auditório privilegiado, o discurso procura sempre produzir um impacto
sobre seu público. Esforça-se, frequentemente, para fazê-lo aderir a uma tese: ele tem, então, uma
visada argumentativa. Mas o discurso também pode, mais modestamente, procurar modificar a
orientação dos modos de ver e de sentir: nesse caso, ele tem uma dimensão argumentativa. Como o uso
da palavra se dota do poder de influenciar seu auditório? Por quais meios verbais, por quais estratégias
programadas ou espontâneas ele assegura a sua força?
 
Essas questões, das quais se percebe facilmente a importância na prática social, estão no centro de uma
disciplina cujas raízes remontam à Antiguidade: a retórica. Para os antigos, a retórica era uma teoria da
fala eficaz e também uma aprendizagem ao longo da qual os homens da cidade se iniciavam na arte de
persuadir. Com o passar do tempo, entretanto, ela tornou-se, progressivamente, uma arte do bem dizer,
reduzindo-se a um arsenal de figuras. Voltada para os ornamentos do discurso, a retórica chegou a se
esquecer de sua vocação primeira: imprimir ao verbo a capacidade de provocar a convicção. É a esse
objetivo que retornam, atualmente, as reflexões que se desenvolvem na era da democracia e da
comunicação.
 
Ruth Amosy. A argumentação no discurso.
São Paulo: Editora Contexto, 2018, p. 7 (com adaptações).
 
Julgue o item subsequente, relativo aos aspectos linguísticos do texto CB1A2-I.
 
No último período do segundo parágrafo, o vocábulo “que”, em suas duas ocorrências, tem a função
coesiva de retomar a palavra que imediatamente o antecede — na primeira ocorrência, retoma
“objetivo”, e na segunda, “reflexões”.
Certo
Errado
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2010873
930) 
931) 
www.tecconcursos.com.br/questoes/2019994
CEBRASPE (CESPE) - ERM (ANM)/ANM/"Sem Área"/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto CB1A1-I
 
Em 2015, pesquisadores argentinos anunciaram a descoberta dos fósseis da maior criatura da Terra. Eles
estimaram que o dinossauro tivesse 40 metros de comprimento e 20 metros de altura (quando esticava o
pescoço). Com 77 toneladas, teria sido tão pesado quanto 14 elefantes africanos e teria tido sete
toneladas a mais do que o recordista anterior, o argentinossauro, também localizado na Patagônia. Um
mês após o anúncio dos argentinos, paleontólogos brasileiros apresentaram um fóssil resgatado em
Presidente Prudente (SP), que afirmaram ser do maior dinossauro do país. O Austroposeidon magnificus,
como o chamaram, tinha 25 metros de comprimento e viveu há 70 milhões de anos, segundo os
estudiosos. E o Planalto Central abrigou gigantes como esses? Embora escavações nunca tenham sido
feitas no Distrito Federal e no Entorno até então, especialistas detectaram indícios de esqueletos de
animais extintos e de instrumentos usados por homens das cavernas na região.
 
O ser humano não conviveu com os dinossauros em nenhuma parte do mundo. Os dinossauros foram
extintos há milhões de anos, antes do surgimento da humanidade. Mas o primeiro registro da presença
humana no Planalto Central coincide com a fase de extinção dos primeiros animais que habitaram a
região, bichos grandes e ferozes, como o tigre-dentes-de-sabre. Os homens da caverna também tinham
a companhia de outros animais enormes, como o megatério, uma espécie de preguiça, e o gliptodonte,
um tatu gigante de até um metro de altura. Por uma faixa de terra onde hoje é a América Central,
animais do norte chegaram ao sul. Entre eles, o mastodonte, os cães-urso e os ancestrais dos cavalos,
todos antigos moradores do cerrado.
 
Apesar da longa coexistência, não há nenhuma evidência confiável de que o homem tenha caçado os
animais gigantes de forma sistemática no território nacional ou mesmo na América do Sul, ao contrário
do que ocorreu na América do Norte, onde mamutes e mastodontes eram presas constantes das
populações humanas. O desaparecimento da megafauna no território nacional provavelmente não teve
relação direta com a chegada do serhumano, como algumas hipóteses para essa extinção sugerem. Os
pesquisadores Mark Hubbe e Alex Hubbe acreditam que a extinção dos animais tenha sido desencadeada
por uma mudança climática. Na teoria deles, as espécies da megafauna teriam se extinguido
gradualmente a partir da última grande glaciação, no fim do período chamado Pleistoceno (há
aproximadamente 12 mil anos). Os maiores não teriam vivido além de dez mil anos atrás, e os menores
teriam avançado um pouco além da nova era, até quatro mil anos atrás.
 
Internet: <www.correiobraziliense.com.br> (com adaptações).
 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o item que se segue.
 
No quarto período do primeiro parágrafo, o vocábulo “que”, em “que afirmaram ser do maior dinossauro
do país”, retoma “um fóssil resgatado em Presidente Prudente (SP)”.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2159292
CEBRASPE (CESPE) - TAA (MP TCE-SC)/TCE SC/2022
Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
Texto CB2A1-I
A astrônoma Jocelyn Bell Burnell disse sobre Ron Drever: “Ele realmente curtia ser tão engenhoso”. Ela
tinha ido da Irlanda do Norte para Glasgow para estudar física e Drever foi arbitrariamente designado
para ser seu supervisor. Ele contava ao grupo de seus poucos orientandos as ideias mais interessantes
que surgiam em sua mente, inclusive as que levaram ao experimento de Hughes-Drever (embora ela não
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2019994
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2159292
932) 
tivesse se dado conta de que ele o realizara no quintal da propriedade rural de sua família), mas
nenhuma que os ajudasse a passar nos exames. Após a frustração inicial, ao ver que ele não ia ajudá-la
em seu dever de casa de física de estado sólido, ela acabou admirando seu profundo entendimento de
física fundamental e seu notável talento como pesquisador.
Drever, por sua vez, seria influenciado pelas iminentes e vitais descobertas de sua ex-aluna de
graduação. A respeito de Bell Burnell, disse: “Ela também era obviamente melhor do que a maioria
deles… então cheguei a conhecê-la muito bem”. Drever escreveu uma carta de recomendação para
apoiar o pedido de emprego dela à principal instalação de radioastronomia na Inglaterra, em meados da
década de 60, Jodrell Bank. Mas, ele continua, “não a admitiram, e a história conta que foi porque era
mulher. Mas isso não é oficial, você sabe. Ela ficou muito desapontada”. Drever acrescenta, esperando
que se reconheça a obviedade daquele absurdo: “Sua segunda opção era ir para Cambridge. Vê como
são as coisas?”. Ele considerou isso uma reviravolta muito feliz. “Então ela foi para Cambridge e
descobriu pulsares. Vê como são as coisas?”, ele diz, rindo.
Janna Levin. A música do universo: ondas gravitacionais
e a maior descoberta científica dos últimos cem anos.
São Paulo, Cia. das Letras, 2016, p. 103-104 (com adaptações).
 
Acerca de aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
 
No primeiro parágrafo, nos segmentos “que surgiam” (terceiro período) e “que ele não ia” (quarto
período), o vocábulo “que” desempenha a mesma função.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) -Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775108
933) 
934) 
Considerando as ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item a seguir.
O texto apresenta um relato sobre a criação do CNPq, em meados do século passado, destacando a
participação ativa do físico César Lattes nesse acontecimento.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Considerando as ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item a seguir.
 
Depreende-se do texto que o almirante Álvaro Alberto estava envolvido com o projeto de criação do que
viria a ser o CNPq enquanto César Lattes conquistava reconhecimento científico internacional.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
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935) 
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Considerando as ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item a seguir.
 
À época da criação do CNPq, a física nuclear era um campo de conhecimento estratégico na política
nacional e internacional, conforme se infere do texto.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevotodo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775119
936) 
937) 
Considerando as ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item a seguir.
 
Entende-se do texto que, apesar do impacto das descobertas de César Lattes, a ciência brasileira ainda
ocupava uma posição marginal no cenário mundial quando da criação do CNPq.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana CT I (CNPq)/CNPq/Administração e Recursos Logísticos/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiro presidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao
desafio da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Acerca dos mecanismos de coesão textual empregados no texto CG1A1, julgue o próximo item.
A expressão “em maio de 1949” (penúltimo período do segundo parágrafo) indica a data da organização
da citada coletânea por Shozo Motoyama.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana CT I (CNPq)/CNPq/Desenvolvimento e Arquitetura de
Software/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Em 1947, o físico brasileiro César Lattes causou grande impacto nos meios científicos internacionais e
conquistou reconhecimento com sua descoberta que elucidou alguns problemas pendentes de solução no
campo da radiação cósmica e confirmou a teoria do físico japonês Hideki Yukawa sobre a existência de
uma partícula supostamente responsável pela ligação entre prótons e nêutrons nos núcleos atômicos.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775209
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2775691
938) 
Esse último aspecto foi bastante para dar um relevo todo especial à descoberta, enriquecendo seu
significado com a possibilidade de novas aberturas no controle das forças nucleares, tão cobiçado depois
das explosões atômicas. Toda a imprensa mundial e brasileira aclamou a descoberta, e a ciência
brasileira saiu do porão para a sala de visitas.
No ano seguinte, Lattes voltou a causar impacto após conseguir a produção artificial daquela partícula
em um acelerador do tipo circular, em Berkeley, nos Estados Unidos da América. E em 1949, a física no
Brasil começou a se institucionalizar com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Junto com
ela, a ciência, em geral, também organizava sua entidade representativa, com o surgimento da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) naquele mesmo ano. Foi nesse caldo cultural
que o almirante Álvaro Alberto ganhou mais argumentos para persuadir o governo brasileiro. Segundo
seus depoimentos reproduzidos na coletânea 50 anos do CNPq contados pelos presidentes,
organizada por Shozo Motoyama, em maio de 1949, após a leitura de relatórios sobre a questão atômica,
o presidente Dutra enviou ao Congresso Nacional um anteprojeto para criação do Conselho Nacional de
Pesquisas, já prevendo seu papel na política nuclear. Depois de uma longa tramitação na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, nascia o CNPq, com o almirante como seu primeiropresidente.
Rodrigo Cunha. 60 anos do CNPq: da política nuclear ao desafio
da descentralização. In: Ciência e Cultura, São Paulo, v. 63, n.º 2, 2011 (com adaptações).
 
Considerando as ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item a seguir.
 
Depreende-se do primeiro parágrafo que a imprensa nacional e internacional congratulou o físico japonês
Hideki Yukawa pela sua descoberta da existência de uma partícula que liga prótons e nêutrons nos
núcleos atômicos.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1-I
Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua
existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função
de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação
que ela toma para formar a imagem pretendida. Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode
ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas
de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada
vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na
medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem
como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade.No entanto, apesar de sua relevância,
ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto
internacionalmente.
Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de
imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das
ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo tem ou passa a ter sobre aquela
organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume
de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e
informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as
pessoas e as organizações.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2777760
939) 
Carolina Coelho da Silveira, Carla Bonato Marcolin e
Carlos Henrique Rodrigues. Como somos vistos? Análise da imagem organizacional pública utilizando ciência de
dados. Internet: <https://revista.cgu.gov.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I.
Infere-se do texto que a preocupação com a imagem organizacional surgiu concomitantemente na
iniciativa privada e nos órgãos públicos, mas apenas recentemente se difundiu na esfera pública.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Aud Est (CGE RJ)/CGE RJ/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1-I
Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua
existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função
de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação
que ela toma para formar a imagem pretendida. Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode
ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas
de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada
vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na
medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem
como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade. No entanto, apesar de sua relevância,
ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto
internacionalmente.
Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de
imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das
ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo tem ou passa a ter sobre aquela
organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume
de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e
informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as
pessoas e as organizações.
Carolina Coelho da Silveira, Carla Bonato Marcolin e
Carlos Henrique Rodrigues. Como somos vistos? Análise da imagem organizacional pública utilizando ciência de
dados. Internet: <https://revista.cgu.gov.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I.
 
De acordo com as ideias expressas no texto, no contexto de construção da imagem de uma organização,
releva-se o papel dos veículos de imprensa na publicação de notícias.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2777763
CEBRASPE (CESPE) - Aud Est (CGE RJ)/CGE RJ/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2777761
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2777763
940) 
941) 
Texto CG1A1-I
Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua
existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função
de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação
que ela toma para formar a imagem pretendida. Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode
ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas
de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada
vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na
medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem
como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade. No entanto, apesar de sua relevância,
ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto
internacionalmente.
Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de
imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das
ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo tem ou passa a ter sobre aquela
organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume
de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e
informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as
pessoas e as organizações.
Carolina Coelho da Silveira, Carla Bonato Marcolin e
Carlos Henrique Rodrigues. Como somos vistos? Análise da imagem organizacional pública utilizando ciência de
dados. Internet: <https://revista.cgu.gov.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I.
 
Entre os objetivos do texto, está o de informar que, dada a complexidade do sistema de comunicações
de uma organização, que visa primordialmente ao alcance de objetivos funcionais, nem sempre a
imagem organizacional alcançada e a pretendida coincidem, devido à existência de uma série de fatores
não controláveis pela organização ao longo do processo de construção da sua imagem.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2777767
CEBRASPE (CESPE) - Aud Est (CGE RJ)/CGE RJ/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1-I
Uma organização é um sistema complexo de comunicações com um objetivo funcional. Durante sua
existência e atuação, a organização vai formando uma imagem perante seus diversos públicos em função
de todo um conjunto de contatos realizados, e não somente pelas iniciativas planejadas de comunicação
que ela toma para formar a imagem pretendida. Essa imagem, chamada imagem organizacional, pode
ser descrita como uma compilação de opiniões e pontos de vista baseados em informações processadas
de várias fontes, ao longo do tempo, que gera uma imagem mental dos atributos da organização.
Seguindo uma tendência já percebida na iniciativa privada, os órgãos públicos têm-se preocupado, cada
vez mais, com sua imagem organizacional. A imagem organizacional pública tem valor estratégico na
medida em que interfere diretamente no relacionamento da organização com diferentes atores, bem
como na sua legitimação e credibilidade perante a sociedade. No entanto, apesar de sua relevância,
ainda há poucos estudos sobre a imagem organizacional no contexto público, tanto nacional quanto
internacionalmente.
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942) 
Quando se trata da construção da imagem de uma organização, ressalta-se o papel dos veículos de
imprensa. Esses veículos, ao publicarem uma notícia, atuam na associação e formação das crenças, das
ideias, dos sentimentos e das impressões que uma pessoa ou um grupo temou passa a ter sobre aquela
organização. Não obstante, a migração desses meios de comunicação para a Internet aumenta o volume
de informações em circulação e eleva o seu poder de influência, uma vez que é possível acessar dados e
informações de qualquer lugar e a qualquer momento, de modo a expandir a comunicação entre as
pessoas e as organizações.
Carolina Coelho da Silveira, Carla Bonato Marcolin e
Carlos Henrique Rodrigues. Como somos vistos? Análise da imagem organizacional pública utilizando ciência de
dados. Internet: <https://revista.cgu.gov.br> (com adaptações).
 
Julgue o item que se segue, com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1-I.
 
Entende-se do texto que a imagem que se forma da organização é determinante para a formação do
conjunto de contatos que ela vai realizar.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Fábula de um arquiteto
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.
João Cabral de Melo Neto. Fábula de um arquiteto.
In: Antologia poética. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1978, p.18.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779461
943) 
Considerando o texto e a imagem da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, obra de Oscar
Niemayer, julgue o item a seguir.
 
Na segunda estrofe, o significado das expressões “vãos de abrir” e “opacos de fechar” está em
consonância com a tensão que estrutura o poema: a transformação do sujeito que abre novos caminhos
para o homem em alguém capaz de encerrá-lo por trás de muros confortáveis.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Fábula de um arquiteto
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.
João Cabral de Melo Neto. Fábula de um arquiteto.
In: Antologia poética. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1978, p.18.
 
Considerando o texto e a imagem da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, obra de Oscar
Niemayer, julgue o item a seguir.
 
O resultado arquitetônico da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida corresponde ao conteúdo
expresso na última estrofe do texto de João Cabral de Melo Neto: “onde vidro, concreto; / até fechar o
homem: na capela útero, / com confortos de matriz, outra vez feto
Certo
Errado
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2779470
944) 
945) 
CEBRASPE (CESPE) - Adv (CAU BR)/CAU BR/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
O eucalipto é cortado, e dele se faz o papel. Processo quase alquímico. O inflexível se dobra, o
marrom se torna branco, onde cabiam folhas verdes agora cabem ideias maduras. Chegada a obra-
prima, alguém trabalha o preenchê-la. E era isso que fascinava tanto o jornalista Pinheiro Júnior — fosse
jovem fosse experiente.
— Por que arquitetura? Por que arquitetura quando o senhor já havia contribuído tanto com esse talento,
com esse dom?
— Uma das coisas que mais me atraiu na Última Hora foi a diagramação da UH, a paginação da UH.
Enquanto os outros jornais eram jornais duros, feios, a UH era um jornal bonito, era um jornal, inclusive,
a cores. Os outros jornais não eram. Arquitetura, em jornalismo, é exatamente a diagramação dos
jornais.
Bruna Rezende e Victor Gabry. A Arquitetura tem tudo a ver com o Jornalismo! Uma conversa com Pinheiro
Júnior, veterano do jornalismo, sobre o que ele ainda não falou. In: Cadernos de reportagem, 2018. Internet:
<cadernosdereportagem.wordpress.com>.
 
Com base na leitura e nos sentidos do texto anterior, julgue o item que se segue.
No primeiro parágrafo, “inflexível”, “marrom” e “folhas verdes” relacionam-se a “eucalipto”, enquanto
“dobra”, “branco” e “ideias maduras” associam-se a “papel”, apontando para as especificidades de seus
significados, mas sem descartar a origem comum de ambos, “eucalipto” e “papel”.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
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946) 
947) 
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
Infere-se do texto que o uso de tecnologias inovadoras como a IA pode ter implicações econômicas.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuarásendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
De acordo com o texto, a sociedade espelha a arquitetura.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2783394
948) 
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
Segundo o texto, a desigualdade social que é refletida na arquitetura pode ser observada na
coexistência, possivelmente na mesma cidade, de obras inteiramente elaboradas por IA e obras feitas
com papel e lápis, sem a participação de arquitetos.
Certo
Errado
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
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949) 
950) 
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
No texto, a citação do escritor Benjamin Labatut é usada para alertar sobre os riscos de deixar a IA
controlar processos arquitetônicos autonomamente.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2783396
CEBRASPE (CESPE) - Ass (CAU BR)/CAU BR/Administrativo/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmosem suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de inteligência
artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
Depreende-se do texto que o escritor Benjamin Labatut considera que a IA é dotada de inventividade.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2783763
CEBRASPE (CESPE) - Ass (CAU BR)/CAU BR/Tecnologia da Informação/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2783763
951) 
Enquanto Singapura e Dublin lançaram suas réplicas digitais usando aprendizado de máquina para prever
eventos e tendências futuras, países inteiros ainda não garantiram água potável e eletricidade para seus
habitantes. Como a arquitetura reflete as sociedades, a acentuada desigualdade social em que vivemos
continuará sendo refletida na arquitetura que construímos: algumas obras totalmente projetadas por
inteligência artificial (IA), outras criadas manualmente e com modelos físicos em um escritório de
arquitetura boutique, e a grande maioria sendo feita no local com papel e lápis, sem a intervenção direta
de arquitetos. Talvez todos esses cenários coexistam na mesma cidade.
O escritor Benjamin Labatut declarou: “se a inteligência artificial fosse capaz de pensar, teria pontos
cegos; se conseguisse ser criativa, teria limites, pois limites são frutíferos; se fosse capaz de imitar nossa
capacidade de raciocínio, talvez precisasse do (ou desenvolvesse o) nosso talento para a loucura. E se
lhe faltasse compreensão, se não se importasse com a beleza e o horror que pode criar, então seria
imprudente nos colocarmos em suas mãos.”.
O futuro da arquitetura está na interseção entre inovação tecnológica e intenção humana. Em última
instância, a agência humana — sociedade civil, políticos e partes interessadas — exerce uma influência
significativa. O curso da história não está escrito em pedra, mas é moldado pelas decisões tomadas hoje,
especialmente se a IA afeta nossos bolsos. A arquitetura, então, torna-se o resultado de decisões
coletivas, em que os avanços da IA se cruzam com as aspirações e os valores da sociedade. É dentro
desse jogo de interações que a evolução e o impacto da arquitetura encontram sua ressonância e seu
significado.
Nicolás Valencia. O impacto das ferramentas de
inteligência artificial na arquitetura em 2024 (e além). Internet: <www.archdaily.com.br> (com
adaptações).
 
Com base nos sentidos e nas ideias expressos no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
A conclusão do texto aponta para um cruzamento entre deliberações humanas e progressos tecnológicos
nas decisões coletivas, das quais resulta a arquitetura.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Ana Amb (MMA)/MMA/"Sem Área de Concentração"/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
 
Hoje, a crise hídrica é política — o que significa dizer não inevitável ou necessária, nem além da nossa
capacidade de consertá-la — e, logo, opcional, na prática. Esse é um dos motivos para ser, não obstante,
terrível como parábola climática: um recurso abundante torna-se escasso pela falta de infraestrutura,
pela poluição e pela urbanização e desenvolvimento descuidados. A crise de abastecimento de água não
é inevitável, mas presenciamos uma, de um modo ou de outro, e não estamos fazendo muita coisa para
resolvê-la.
 
Algumas cidades perdem mais água por vazamentos do que a que é entregue nas casas: mesmo nos
Estados Unidos da América (EUA), vazamentos e roubos respondem por uma perda estimada de 16% da
água doce; no Brasil, a estimativa é de 40%. Em ambos os casos, assim como por toda parte, a escassez
se desenrola tão patentemente sobre o pano de fundo das desigualdades entre pobres e ricos que o
drama resultante da competição pelo recurso dificilmente pode ser chamado, de fato, de competição; o
jogo está tão arranjado que a escassez de água mais parece um instrumento para aprofundar a
desigualdade. O resultado global é que pelo menos 2,1 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a
água potável segura, e 4,5 bilhões não dispõem de saneamento.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2789172
952) 
953) 
David Wallace-Wells. A terra inabitável: uma história do futuro.
São Paulo: Cia das Letras, 2019. (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
De acordo com o texto, o fato de a crise hídrica mundial decorrer mais de questões políticas que de
questões exclusivamente ambientais torna fácil sua solução.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2789174
CEBRASPE (CESPE) - Ana Amb (MMA)/MMA/"Sem Área de Concentração"/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
 
Hoje, a crise hídrica é política — o que significa dizer não inevitável ou necessária, nem além da nossa
capacidade de consertá-la — e, logo, opcional, na prática. Esse é um dos motivos para ser, não obstante,
terrível como parábola climática: um recurso abundante torna-se escasso pela falta de infraestrutura,
pela poluição e pela urbanização e desenvolvimento descuidados. A crise de abastecimento de água não
é inevitável, mas presenciamos uma, de um modo ou de outro, e não estamos fazendo muita coisa para
resolvê-la.
 
Algumas cidades perdem mais água por vazamentos do que a que é entregue nas casas: mesmo nos
Estados Unidos da América (EUA), vazamentos e roubos respondem por uma perda estimada de 16% da
água doce; no Brasil, a estimativa é de 40%. Em ambos os casos, assim como por toda parte, a escassez
se desenrola tão patentemente sobre o pano de fundo das desigualdades entre pobres e ricos que o
drama resultante da competição pelo recurso dificilmente pode ser chamado, de fato, de competição; o
jogo está tão arranjado que a escassez de água mais parece um instrumento para aprofundar a
desigualdade. O resultado global é que pelo menos 2,1 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a
água potável segura, e 4,5 bilhões não dispõem de saneamento.
 
David Wallace-Wells. A terra inabitável: uma história do futuro.
São Paulo: Cia das Letras, 2019. (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
No texto, os exemplos das taxas de vazamentos e roubos no abastecimento de água em cidades dos EUA
e do Brasil ilustram a inação diante da crise hídrica.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2789176
CEBRASPE (CESPE) - Ana Amb (MMA)/MMA/"Sem Área de Concentração"/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
 
Hoje, a crise hídrica é política — o que significa dizer não inevitável ou necessária, nem além da nossa
capacidade de consertá-la — e, logo, opcional, na prática. Esse é um dos motivos para ser, não obstante,
terrível como parábola climática: um recurso abundante torna-se escasso pela falta de infraestrutura,
pela poluição e pela urbanização e desenvolvimento descuidados. A crise de abastecimento de água não
é inevitável, mas presenciamos uma, de um modo ou de outro, e não estamos fazendo muita coisa para
resolvê-la.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2789174
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2789176
954) 
955) 
Algumas cidadesperdem mais água por vazamentos do que a que é entregue nas casas: mesmo nos
Estados Unidos da América (EUA), vazamentos e roubos respondem por uma perda estimada de 16% da
água doce; no Brasil, a estimativa é de 40%. Em ambos os casos, assim como por toda parte, a escassez
se desenrola tão patentemente sobre o pano de fundo das desigualdades entre pobres e ricos que o
drama resultante da competição pelo recurso dificilmente pode ser chamado, de fato, de competição; o
jogo está tão arranjado que a escassez de água mais parece um instrumento para aprofundar a
desigualdade. O resultado global é que pelo menos 2,1 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a
água potável segura, e 4,5 bilhões não dispõem de saneamento.
 
David Wallace-Wells. A terra inabitável: uma história do futuro.
São Paulo: Cia das Letras, 2019. (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
Entende-se da leitura do texto que a escassez de água potável segura tanto decorre da desigualdade
entre pobres e ricos quanto a acarreta.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2789177
CEBRASPE (CESPE) - Ana Amb (MMA)/MMA/"Sem Área de Concentração"/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1
 
Hoje, a crise hídrica é política — o que significa dizer não inevitável ou necessária, nem além da nossa
capacidade de consertá-la — e, logo, opcional, na prática. Esse é um dos motivos para ser, não obstante,
terrível como parábola climática: um recurso abundante torna-se escasso pela falta de infraestrutura,
pela poluição e pela urbanização e desenvolvimento descuidados. A crise de abastecimento de água não
é inevitável, mas presenciamos uma, de um modo ou de outro, e não estamos fazendo muita coisa para
resolvê-la.
 
Algumas cidades perdem mais água por vazamentos do que a que é entregue nas casas: mesmo nos
Estados Unidos da América (EUA), vazamentos e roubos respondem por uma perda estimada de 16% da
água doce; no Brasil, a estimativa é de 40%. Em ambos os casos, assim como por toda parte, a escassez
se desenrola tão patentemente sobre o pano de fundo das desigualdades entre pobres e ricos que o
drama resultante da competição pelo recurso dificilmente pode ser chamado, de fato, de competição; o
jogo está tão arranjado que a escassez de água mais parece um instrumento para aprofundar a
desigualdade. O resultado global é que pelo menos 2,1 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a
água potável segura, e 4,5 bilhões não dispõem de saneamento.
 
David Wallace-Wells. A terra inabitável: uma história do futuro.
São Paulo: Cia das Letras, 2019. (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CB1A1, julgue o item a seguir.
 
Segundo o autor do texto, competição pressupõe igualdade entre competidores.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2793719
CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-I
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2789177
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793719
956) 
Com o avanço científico e tecnológico ocorrido na Europa durante o Renascimento, os inventores
começaram a demandar reconhecimento oficial de suas criações, a fim de impedir a imitação de seus
inventos. Assim, em 1421, foi concedida ao inventor Filippo Brunelleschi, em Veneza, a primeira patente,
com prazo de três anos, pela invenção de um modelo de embarcação para transportar mármore. Nesse
contexto de criação de um sistema de concessão de privilégios como forma de proteção de um invento,
em 1474, foi promulgado na República de Veneza o Estatuto de Veneza, garantindo ao inventor a
exploração comercial do seu invento pela concessão do privilégio da invenção pelo prazo de dez anos.
No começo do século XVII, em 1623, a Inglaterra promulgou o Estatuto dos Monopólios, que consistiu na
primeira base legal para concessão de patentes no país para uma invenção efetivamente nova. O
estatuto contribuiu para a promulgação da Lei de Patentes de 1624, que, por sua vez, instituiu o sistema
de patentes britânico. Em 1790, os Estados Unidos da América promulgaram a sua primeira lei de
patentes, intitulada Patent Act, na qual era autorizada a concessão de direitos exclusivos aos inventores
sobre as suas obras, estabelecendo um prazo de quatorze anos de duração. Nessa mesma conjuntura,
em 1791, a França promulgou sua primeira lei de patentes, denominada Décret d’Allarde, considerada
uma das principais leis publicadas durante a Revolução Francesa.
No Brasil, o príncipe regente Dom João VI promulgou o Alvará de 28 de abril de 1809, tornando o país
um dos primeiros no mundo a reconhecer a proteção dos direitos do inventor, atrás apenas da República
de Veneza (1474), da Inglaterra (1623), dos Estados Unidos da América (1790) e da França (1791).
Flávia Romano Villa Verde et al. As invenções
no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (Brasil) – INPI, Diretoria de Patentes, Programas de Computador e Topografia de Circuitos
Integrados – DIRPA, Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica – CEPIT e
Divisão de Documentação Patentária – DIDOC, 2023, p. 20-21 (com adaptações)
 
Em relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.
Infere-se do texto que a Europa foi o berço das primeiras invenções científicas e tecnológicas, as quais
demandaram reconhecimento e proteção para impedir sua apropriação e imitação.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2793721
CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-I
Com o avanço científico e tecnológico ocorrido na Europa durante o Renascimento, os inventores
começaram a demandar reconhecimento oficial de suas criações, a fim de impedir a imitação de seus
inventos. Assim, em 1421, foi concedida ao inventor Filippo Brunelleschi, em Veneza, a primeira patente,
com prazo de três anos, pela invenção de um modelo de embarcação para transportar mármore. Nesse
contexto de criação de um sistema de concessão de privilégios como forma de proteção de um invento,
em 1474, foi promulgado na República de Veneza o Estatuto de Veneza, garantindo ao inventor a
exploração comercial do seu invento pela concessão do privilégio da invenção pelo prazo de dez anos.
No começo do século XVII, em 1623, a Inglaterra promulgou o Estatuto dos Monopólios, que consistiu na
primeira base legal para concessão de patentes no país para uma invenção efetivamente nova. O
estatuto contribuiu para a promulgação da Lei de Patentes de 1624, que, por sua vez, instituiu o sistema
de patentes britânico. Em 1790, os Estados Unidos da América promulgaram a sua primeira lei de
patentes, intitulada Patent Act, na qual era autorizada a concessão de direitos exclusivos aos inventores
sobre as suas obras, estabelecendo um prazo de quatorze anos de duração. Nessa mesma conjuntura,
em 1791, a França promulgou sua primeira lei de patentes, denominada Décret d’Allarde, considerada
uma das principais leis publicadas durante a Revolução Francesa.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793721
957) 
No Brasil, o príncipe regente Dom João VI promulgou o Alvará de 28 de abril de 1809, tornando o país
um dos primeiros no mundo a reconhecer a proteção dos direitos do inventor, atrás apenas da República
de Veneza (1474), da Inglaterra (1623), dos Estados Unidos da América (1790) e da França (1791).
Flávia Romano Villa Verde et al. As invenções
no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (Brasil) – INPI, Diretoria de Patentes, Programas de Computador e Topografia de Circuitos
Integrados – DIRPA, Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica – CEPIT e
Divisão de Documentação Patentária – DIDOC, 2023, p.20-21 (com adaptações)
 
Em relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.
 
Conforme as informações do texto, a lei de patentes britânica, promulgada em 1624, instituiu o sistema
de patentes inglês em substituição ao Estatuto dos Monopólios de 1623, que, até então, constituía a
base legal de concessão de patentes na Inglaterra.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-I
Com o avanço científico e tecnológico ocorrido na Europa durante o Renascimento, os inventores
começaram a demandar reconhecimento oficial de suas criações, a fim de impedir a imitação de seus
inventos. Assim, em 1421, foi concedida ao inventor Filippo Brunelleschi, em Veneza, a primeira patente,
com prazo de três anos, pela invenção de um modelo de embarcação para transportar mármore. Nesse
contexto de criação de um sistema de concessão de privilégios como forma de proteção de um invento,
em 1474, foi promulgado na República de Veneza o Estatuto de Veneza, garantindo ao inventor a
exploração comercial do seu invento pela concessão do privilégio da invenção pelo prazo de dez anos.
No começo do século XVII, em 1623, a Inglaterra promulgou o Estatuto dos Monopólios, que consistiu na
primeira base legal para concessão de patentes no país para uma invenção efetivamente nova. O
estatuto contribuiu para a promulgação da Lei de Patentes de 1624, que, por sua vez, instituiu o sistema
de patentes britânico. Em 1790, os Estados Unidos da América promulgaram a sua primeira lei de
patentes, intitulada Patent Act, na qual era autorizada a concessão de direitos exclusivos aos inventores
sobre as suas obras, estabelecendo um prazo de quatorze anos de duração. Nessa mesma conjuntura,
em 1791, a França promulgou sua primeira lei de patentes, denominada Décret d’Allarde, considerada
uma das principais leis publicadas durante a Revolução Francesa.
No Brasil, o príncipe regente Dom João VI promulgou o Alvará de 28 de abril de 1809, tornando o país
um dos primeiros no mundo a reconhecer a proteção dos direitos do inventor, atrás apenas da República
de Veneza (1474), da Inglaterra (1623), dos Estados Unidos da América (1790) e da França (1791).
Flávia Romano Villa Verde et al. As invenções
no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (Brasil) – INPI, Diretoria de Patentes, Programas de Computador e Topografia de Circuitos
Integrados – DIRPA, Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica – CEPIT e
Divisão de Documentação Patentária – DIDOC, 2023, p. 20-21 (com adaptações)
 
Em relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.
 
Da leitura do texto conclui-se que a promulgação do Alvará de 28 de abril de 1809 colocou o Brasil em
sintonia com um movimento de reconhecimento da proteção dos direitos dos inventores.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793722
958) 
959) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2793724
CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-I
Com o avanço científico e tecnológico ocorrido na Europa durante o Renascimento, os inventores
começaram a demandar reconhecimento oficial de suas criações, a fim de impedir a imitação de seus
inventos. Assim, em 1421, foi concedida ao inventor Filippo Brunelleschi, em Veneza, a primeira patente,
com prazo de três anos, pela invenção de um modelo de embarcação para transportar mármore. Nesse
contexto de criação de um sistema de concessão de privilégios como forma de proteção de um invento,
em 1474, foi promulgado na República de Veneza o Estatuto de Veneza, garantindo ao inventor a
exploração comercial do seu invento pela concessão do privilégio da invenção pelo prazo de dez anos.
No começo do século XVII, em 1623, a Inglaterra promulgou o Estatuto dos Monopólios, que consistiu na
primeira base legal para concessão de patentes no país para uma invenção efetivamente nova. O
estatuto contribuiu para a promulgação da Lei de Patentes de 1624, que, por sua vez, instituiu o sistema
de patentes britânico. Em 1790, os Estados Unidos da América promulgaram a sua primeira lei de
patentes, intitulada Patent Act, na qual era autorizada a concessão de direitos exclusivos aos inventores
sobre as suas obras, estabelecendo um prazo de quatorze anos de duração. Nessa mesma conjuntura,
em 1791, a França promulgou sua primeira lei de patentes, denominada Décret d’Allarde, considerada
uma das principais leis publicadas durante a Revolução Francesa.
No Brasil, o príncipe regente Dom João VI promulgou o Alvará de 28 de abril de 1809, tornando o país
um dos primeiros no mundo a reconhecer a proteção dos direitos do inventor, atrás apenas da República
de Veneza (1474), da Inglaterra (1623), dos Estados Unidos da América (1790) e da França (1791).
Flávia Romano Villa Verde et al. As invenções
no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes. Rio de Janeiro: Instituto Nacional da
Propriedade Industrial (Brasil) – INPI, Diretoria de Patentes, Programas de Computador e Topografia de Circuitos
Integrados – DIRPA, Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica – CEPIT e
Divisão de Documentação Patentária – DIDOC, 2023, p. 20-21 (com adaptações)
 
Em relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item seguinte.
 
Entende-se da leitura do texto que os Estados Unidos da América e a França promulgaram suas
respectivas leis de patentes na mesma época e com o mesmo teor, tendo garantido aos inventores a
exclusividade na exploração comercial de suas criações por um período de quatorze anos.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-II
O conceito de civilização não pode ser precisamente definido, não apenas por ser um processo
evolucionário, mas também por ter se manifestado de formas muito diferentes através dos tempos. Entre
as civilizações antigas, havia múltiplas diferenças nas crenças religiosas, nos costumes sociais, nas
formas de governo e na criação artística. Contudo, uma faceta de fundamental importância para todas
elas era a tecnologia, que, em sentido mais amplo, pode significar a aplicação do conhecimento para
finalidades práticas.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793724
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793734
960) 
Hoje, a tecnologia é, na prática, sinônimo de ciência aplicada, mas as tecnologias básicas — tais como
agricultura, construção, cerâmica, tecidos — foram originalmente empíricas e transmitidas de uma
geração para outra, enquanto a ciência, no sentido de pesquisa sistemática das leis do universo, é um
fenômeno relativamente recente. A tecnologia foi fundamental, já que proporcionava os recursos
necessários para sociedades organizadas, e essas sociedades tornaram possíveis não apenas a divisão do
trabalho — por exemplo, entre trabalhadores da terra, oleiros, marinheiros e similares —, como também
um ambiente no qual puderam florescer as artes em geral, não necessárias à vida no dia a dia. A maioria
dessas artes dependia de alguma espécie de suporte tecnológico: o escultor requeria ferramentas, o
escritor necessitava de tinta e de papiro (ou papel, mais tarde), o dramaturgo precisava de teatros
especialmente construídos.
Trevor I. Williams. História das invenções: do machado de pedra às tecnologias da informação. Tradução de
Cristina Antunes. Atualização e revisão de William E. Schaaf, Jr. e Arianne E. Burnette. Belo Horizonte: Gutenberg,
2009, p. 12-13 (com adaptações).
 
Julgue o item seguinte com base nas ideias do texto CB1A1-II.
De acordo com o expresso no texto, a despeito das diferenças entre as sociedades antigas, a tecnologiaera um elemento importante para todas elas.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2793735
CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-II
O conceito de civilização não pode ser precisamente definido, não apenas por ser um processo
evolucionário, mas também por ter se manifestado de formas muito diferentes através dos tempos. Entre
as civilizações antigas, havia múltiplas diferenças nas crenças religiosas, nos costumes sociais, nas
formas de governo e na criação artística. Contudo, uma faceta de fundamental importância para todas
elas era a tecnologia, que, em sentido mais amplo, pode significar a aplicação do conhecimento para
finalidades práticas.
Hoje, a tecnologia é, na prática, sinônimo de ciência aplicada, mas as tecnologias básicas — tais como
agricultura, construção, cerâmica, tecidos — foram originalmente empíricas e transmitidas de uma
geração para outra, enquanto a ciência, no sentido de pesquisa sistemática das leis do universo, é um
fenômeno relativamente recente. A tecnologia foi fundamental, já que proporcionava os recursos
necessários para sociedades organizadas, e essas sociedades tornaram possíveis não apenas a divisão do
trabalho — por exemplo, entre trabalhadores da terra, oleiros, marinheiros e similares —, como também
um ambiente no qual puderam florescer as artes em geral, não necessárias à vida no dia a dia. A maioria
dessas artes dependia de alguma espécie de suporte tecnológico: o escultor requeria ferramentas, o
escritor necessitava de tinta e de papiro (ou papel, mais tarde), o dramaturgo precisava de teatros
especialmente construídos.
Trevor I. Williams. História das invenções: do machado de pedra às tecnologias da informação. Tradução de
Cristina Antunes. Atualização e revisão de William E. Schaaf, Jr. e Arianne E. Burnette. Belo Horizonte: Gutenberg,
2009, p. 12-13 (com adaptações).
 
Julgue o item seguinte com base nas ideias do texto CB1A1-II.
 
No texto, destacam-se duas concepções diferentes de tecnologia: a tecnologia como ciência empírica e
oral (que floresceu nas civilizações antigas) e a tecnologia como ciência aplicada (que floresceu nas
civilizações modernas).
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793735
961) 
962) 
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2793737
CEBRASPE (CESPE) - APGIPI (INPI)/INPI/Gestão e Suporte/Administração/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CB1A1-II
O conceito de civilização não pode ser precisamente definido, não apenas por ser um processo
evolucionário, mas também por ter se manifestado de formas muito diferentes através dos tempos. Entre
as civilizações antigas, havia múltiplas diferenças nas crenças religiosas, nos costumes sociais, nas
formas de governo e na criação artística. Contudo, uma faceta de fundamental importância para todas
elas era a tecnologia, que, em sentido mais amplo, pode significar a aplicação do conhecimento para
finalidades práticas.
Hoje, a tecnologia é, na prática, sinônimo de ciência aplicada, mas as tecnologias básicas — tais como
agricultura, construção, cerâmica, tecidos — foram originalmente empíricas e transmitidas de uma
geração para outra, enquanto a ciência, no sentido de pesquisa sistemática das leis do universo, é um
fenômeno relativamente recente. A tecnologia foi fundamental, já que proporcionava os recursos
necessários para sociedades organizadas, e essas sociedades tornaram possíveis não apenas a divisão do
trabalho — por exemplo, entre trabalhadores da terra, oleiros, marinheiros e similares —, como também
um ambiente no qual puderam florescer as artes em geral, não necessárias à vida no dia a dia. A maioria
dessas artes dependia de alguma espécie de suporte tecnológico: o escultor requeria ferramentas, o
escritor necessitava de tinta e de papiro (ou papel, mais tarde), o dramaturgo precisava de teatros
especialmente construídos.
Trevor I. Williams. História das invenções: do machado de pedra às tecnologias da informação. Tradução de
Cristina Antunes. Atualização e revisão de William E. Schaaf, Jr. e Arianne E. Burnette. Belo Horizonte: Gutenberg,
2009, p. 12-13 (com adaptações).
 
Julgue o item seguinte com base nas ideias do texto CB1A1-II.
 
De acordo com o texto, graças à tecnologia, as sociedades organizadas criaram as condições para que as
artes em geral pudessem se desenvolver.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2796468
CEBRASPE (CESPE) - Pesq Ass (CTI)/CTI/Tecnologias Habilitadoras/Micro e
Nanoeletrônica/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Alguns problemas éticos com a inteligência artificial (IA) não são específicos dela. Por exemplo, existem
paralelos com outras tecnologias de automação. Considere os robôs industriais que são programados e
não são considerados IA, mas que, no entanto, acarretam consequências sociais quando levam ao
desemprego. Não só isso, alguns dos problemas da IA estão relacionados às tecnologias com as quais ela
está conectada, como mídias sociais e Internet, que, quando combinadas com a IA, nos apresentam
novos desafios. É o caso das plataformas de mídia social que usam IA para saber mais sobre seus
usuários, o que gera preocupações com a privacidade.
Essa ligação com outras tecnologias também significa que muitas vezes a IA não é visível. Isso é assim
em primeiro lugar porque já se tornou uma parte arraigada de nossa vida cotidiana. A IA é
frequentemente anunciada em aplicativos novos e espetaculares. Mas não devemos nos esquecer da IA
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2793737
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2796468
963) 
que já alimenta plataformas de mídia social, mecanismos de busca e outras mídias e tecnologias que se
tornaram parte de nossa experiência cotidiana. A IA está em todo lugar. A linha entre a IA propriamente
dita e outras formas de tecnologia pode ser confusa, tornando-se a IA invisível: se os sistemas de IA
estão incorporados à tecnologia, tendemos a não os notar. E, se sabemos que há IA envolvida, é difícil
dizer se é a IA que cria o problema ou o impacto, ou se é a outra tecnologia conectada à IA.
Em certo sentido, não há IA em si: a IA sempre depende de outras tecnologias e está inserida em
práticas e procedimentos científicos e tecnológicos mais amplos. Embora ela também levante problemas
éticos próprios e específicos, qualquer ética da IA deve estar conectada à ética mais geral das
tecnologias de informação e comunicação digital, ética computacional, e assim por diante.
Mark Coeckelberg, Ética na inteligência artificial.
São Paulo: Ubu Editora, 2023, p. 78 (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item que se segue.
 
No texto, o exemplo dos problemas relativos à privacidade dos usuários de mídias sociais ilustra uma
questão ética restrita à IA.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2796471
CEBRASPE (CESPE) - Pesq Ass (CTI)/CTI/Tecnologias Habilitadoras/Micro e
Nanoeletrônica/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Alguns problemas éticos com a inteligência artificial (IA) não são específicos dela. Por exemplo, existem
paralelos com outras tecnologias de automação. Considere os robôs industriais que são programados e
não são considerados IA, mas que, no entanto, acarretam consequências sociais quando levam ao
desemprego. Não só isso, alguns dos problemas da IA estão relacionados às tecnologias com as quais ela
está conectada, como mídias sociais e Internet, que, quando combinadas com a IA, nos apresentam
novos desafios. É o caso das plataformas de mídia social que usam IA para saber mais sobre seus
usuários, o que gera preocupações com a privacidade.
Essa ligação com outras tecnologias também significa que muitas vezes a IA não é visível. Isso é assim
em primeiro lugar porque já se tornou uma parte arraigada de nossa vida cotidiana. A IA é
frequentemente anunciadaem aplicativos novos e espetaculares. Mas não devemos nos esquecer da IA
que já alimenta plataformas de mídia social, mecanismos de busca e outras mídias e tecnologias que se
tornaram parte de nossa experiência cotidiana. A IA está em todo lugar. A linha entre a IA propriamente
dita e outras formas de tecnologia pode ser confusa, tornando-se a IA invisível: se os sistemas de IA
estão incorporados à tecnologia, tendemos a não os notar. E, se sabemos que há IA envolvida, é difícil
dizer se é a IA que cria o problema ou o impacto, ou se é a outra tecnologia conectada à IA.
Em certo sentido, não há IA em si: a IA sempre depende de outras tecnologias e está inserida em
práticas e procedimentos científicos e tecnológicos mais amplos. Embora ela também levante problemas
éticos próprios e específicos, qualquer ética da IA deve estar conectada à ética mais geral das
tecnologias de informação e comunicação digital, ética computacional, e assim por diante.
Mark Coeckelberg, Ética na inteligência artificial.
São Paulo: Ubu Editora, 2023, p. 78 (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item que se segue.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2796471
964) 
965) 
O primeiro parágrafo do texto versa sobre problemas éticos comuns à IA e a outras tecnologias, bem
como sobre problemas éticos decorrentes da sobreposição da IA a outras tecnologias.
Certo
Errado
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CEBRASPE (CESPE) - Pesq Ass (CTI)/CTI/Tecnologias Habilitadoras/Micro e
Nanoeletrônica/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Alguns problemas éticos com a inteligência artificial (IA) não são específicos dela. Por exemplo, existem
paralelos com outras tecnologias de automação. Considere os robôs industriais que são programados e
não são considerados IA, mas que, no entanto, acarretam consequências sociais quando levam ao
desemprego. Não só isso, alguns dos problemas da IA estão relacionados às tecnologias com as quais ela
está conectada, como mídias sociais e Internet, que, quando combinadas com a IA, nos apresentam
novos desafios. É o caso das plataformas de mídia social que usam IA para saber mais sobre seus
usuários, o que gera preocupações com a privacidade.
Essa ligação com outras tecnologias também significa que muitas vezes a IA não é visível. Isso é assim
em primeiro lugar porque já se tornou uma parte arraigada de nossa vida cotidiana. A IA é
frequentemente anunciada em aplicativos novos e espetaculares. Mas não devemos nos esquecer da IA
que já alimenta plataformas de mídia social, mecanismos de busca e outras mídias e tecnologias que se
tornaram parte de nossa experiência cotidiana. A IA está em todo lugar. A linha entre a IA propriamente
dita e outras formas de tecnologia pode ser confusa, tornando-se a IA invisível: se os sistemas de IA
estão incorporados à tecnologia, tendemos a não os notar. E, se sabemos que há IA envolvida, é difícil
dizer se é a IA que cria o problema ou o impacto, ou se é a outra tecnologia conectada à IA.
Em certo sentido, não há IA em si: a IA sempre depende de outras tecnologias e está inserida em
práticas e procedimentos científicos e tecnológicos mais amplos. Embora ela também levante problemas
éticos próprios e específicos, qualquer ética da IA deve estar conectada à ética mais geral das
tecnologias de informação e comunicação digital, ética computacional, e assim por diante.
Mark Coeckelberg, Ética na inteligência artificial.
São Paulo: Ubu Editora, 2023, p. 78 (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item que se segue.
 
Segundo o texto, são inéditos os dilemas éticos suscitados pelas inovações empreendidas pela IA.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2796475
CEBRASPE (CESPE) - Pesq Ass (CTI)/CTI/Tecnologias Habilitadoras/Micro e
Nanoeletrônica/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Alguns problemas éticos com a inteligência artificial (IA) não são específicos dela. Por exemplo, existem
paralelos com outras tecnologias de automação. Considere os robôs industriais que são programados e
não são considerados IA, mas que, no entanto, acarretam consequências sociais quando levam ao
desemprego. Não só isso, alguns dos problemas da IA estão relacionados às tecnologias com as quais ela
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2796473
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2796475
966) 
está conectada, como mídias sociais e Internet, que, quando combinadas com a IA, nos apresentam
novos desafios. É o caso das plataformas de mídia social que usam IA para saber mais sobre seus
usuários, o que gera preocupações com a privacidade.
Essa ligação com outras tecnologias também significa que muitas vezes a IA não é visível. Isso é assim
em primeiro lugar porque já se tornou uma parte arraigada de nossa vida cotidiana. A IA é
frequentemente anunciada em aplicativos novos e espetaculares. Mas não devemos nos esquecer da IA
que já alimenta plataformas de mídia social, mecanismos de busca e outras mídias e tecnologias que se
tornaram parte de nossa experiência cotidiana. A IA está em todo lugar. A linha entre a IA propriamente
dita e outras formas de tecnologia pode ser confusa, tornando-se a IA invisível: se os sistemas de IA
estão incorporados à tecnologia, tendemos a não os notar. E, se sabemos que há IA envolvida, é difícil
dizer se é a IA que cria o problema ou o impacto, ou se é a outra tecnologia conectada à IA.
Em certo sentido, não há IA em si: a IA sempre depende de outras tecnologias e está inserida em
práticas e procedimentos científicos e tecnológicos mais amplos. Embora ela também levante problemas
éticos próprios e específicos, qualquer ética da IA deve estar conectada à ética mais geral das
tecnologias de informação e comunicação digital, ética computacional, e assim por diante.
Mark Coeckelberg, Ética na inteligência artificial.
São Paulo: Ubu Editora, 2023, p. 78 (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item que se segue.
 
A argumentação no texto é desenvolvida no sentido de relativizar o papel da IA na geração dos
problemas éticos relacionados à tecnologia na atualidade.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2796477
CEBRASPE (CESPE) - Pesq Ass (CTI)/CTI/Tecnologias Habilitadoras/Micro e
Nanoeletrônica/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto CG1A1
Alguns problemas éticos com a inteligência artificial (IA) não são específicos dela. Por exemplo, existem
paralelos com outras tecnologias de automação. Considere os robôs industriais que são programados e
não são considerados IA, mas que, no entanto, acarretam consequências sociais quando levam ao
desemprego. Não só isso, alguns dos problemas da IA estão relacionados às tecnologias com as quais ela
está conectada, como mídias sociais e Internet, que, quando combinadas com a IA, nos apresentam
novos desafios. É o caso das plataformas de mídia social que usam IA para saber mais sobre seus
usuários, o que gera preocupações com a privacidade.
Essa ligação com outras tecnologias também significa que muitas vezes a IA não é visível. Isso é assim
em primeiro lugar porque já se tornou uma parte arraigada de nossa vida cotidiana. A IA é
frequentemente anunciada em aplicativos novos e espetaculares. Mas não devemos nos esquecer da IA
que já alimenta plataformas de mídia social, mecanismos de busca e outras mídias e tecnologias que se
tornaram parte de nossa experiência cotidiana. A IA está em todo lugar. A linha entre a IA propriamente
dita e outras formas de tecnologia pode ser confusa, tornando-se a IA invisível: se os sistemas de IA
estão incorporados à tecnologia, tendemos a não os notar. E, se sabemos que há IA envolvida, é difícil
dizer se é a IA que cria o problema ou o impacto, ou se é a outra tecnologia conectada à IA.
Em certo sentido, não há IA em si: a IA sempre depende de outras tecnologias e está inserida em
práticas e procedimentoscientíficos e tecnológicos mais amplos. Embora ela também levante problemas
éticos próprios e específicos, qualquer ética da IA deve estar conectada à ética mais geral das
tecnologias de informação e comunicação digital, ética computacional, e assim por diante.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2796477
967) 
968) 
Mark Coeckelberg, Ética na inteligência artificial.
São Paulo: Ubu Editora, 2023, p. 78 (com adaptações).
 
Com base nas ideias veiculadas no texto CG1A1, julgue o item que se segue.
 
Entende-se do texto que a invisibilidade da IA decorre de sua frequente conexão com outras tecnologias.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2841392
CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Administração de Banco de
Dados/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Quando falamos em direito, estamos falando inicialmente de um enorme conjunto de regras
obrigatórias, o chamado direito positivo. Mas o vocábulo direito é usado também para os estudos, o
curso de direito, a assim chamada “ciência do direito”. Numa terceira acepção, a palavra designa os
direitos de cada um de nós, chamados de direitos subjetivos, pois somos os sujeitos, os titulares, desses
direitos.
Ninguém ignora que paira sobre nossas cabeças uma gigantesca teia de normas, que atinge
praticamente todas as nossas atividades. Muitos pensadores têm destacado que o direito atual parece ter
invadido tudo: há direito em toda parte, para todos, para tudo. A contrapartida é que, assim como temos
de seguir as normas, os outros também têm de obedecer a elas e, desse modo, respeitar os direitos de
cada um de nós, os ditos direitos subjetivos.
Vivemos num tempo em que as questões legais se tornaram corriqueiras. Apesar dessa popularização,
ainda existe uma enorme dificuldade de acesso às coisas do direito. Ao mesmo tempo, os mecanismos
da justiça são cada vez mais acionados, até para resolver quem fica com o cachorro depois da separação,
ou se o condomínio pode impedir seus moradores de ter animais. A sobrecarga dos tribunais, e sua
lentidão, é parcialmente consequência desse excesso de litigiosidade e da incapacidade das pessoas de
resolver com bom senso, compreensão e respeito as questões de convivência em sociedade.
Eduardo Muylaert. Direito no cotidiano: guia de
sobrevivência na selva das leis. São Paulo: Editora Contexto, 2020, p. 11-13 (com adaptações).
 
Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
Infere-se das ideias do texto que, em princípio, não caberia ao direito legislar sobre questões relativas à
convivência em sociedade.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2844625
CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Letras/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto 11A1
Trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Isso significa que, rigorosamente falando,
apenas o ser humano trabalha e educa. Assim, a pergunta sobre os fundamentos ontológicos da relação
trabalho -educação traz imediatamente à mente a questão: quais são as características do ser humano
que lhe permitem realizar as ações de trabalhar e de educar? Ou: o que é que está inscrito no ser do
humano que lhe possibilita trabalhar e educar?
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2841392
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2844625
969) 
Perguntas desse tipo pressupõem que o ser humano esteja previamente constituído como ser que possui
propriedades que lhe permitem trabalhar e educar. Pressupõe-se, portanto, uma definição de ser humano
que indique em que ele consiste, isto é, sua característica essencial a partir da qual se possa explicar o
trabalho e a educação como atributos desse ser. E, nesse caso, fica aberta a possibilidade de que
trabalho e educação sejam considerados atributos essenciais do ser humano, ou acidentais.
Na definição de ser humano mais difundida (animal racional), o atributo essencial é dado pela
racionalidade, consoante o significado clássico de definição estabelecido por Aristóteles: uma definição
dá-se pelo gênero próximo e pela diferença específica. Pelo gênero próximo, indica-se aquilo que o
objeto definido tem em comum com outros seres de espécies diferentes (no caso em tela, o gênero
animal); pela diferença específica, indica-se a espécie, isto é, o que distingue determinado ser dos
demais que pertencem ao mesmo gênero (no caso do ser humano, a racionalidade). Consequentemente,
sendo o ser humano definido pela racionalidade, é esta que assume o caráter de atributo essencial desse
ser.
Ora, assim entendido o ser humano, vê-se que, embora trabalhar e educar possam ser reconhecidos
como atributos humanos, eles o são em caráter acidental, e não substancial. Com efeito, o mesmo
Aristóteles, considerando como próprio do ser humano o pensar, o contemplar, reputa o ato produtivo, o
trabalho, como uma atividade não digna de seres humanos livres.
Diversamente, Bergson, ao analisar o desenvolvimento do impulso vital na obra Evolução criadora,
observa que “torpor vegetativo, instinto e inteligência” são os elementos comuns às plantas e aos
animais. E, definindo a inteligência pela fabricação de objetos, fenômeno identificado como comum aos
animais, encontra no ser humano a particularidade da fabricação de objetos artificiais, o que lhe permite
avançar à seguinte conclusão: “Se pudéssemos nos despir de todo orgulho, se, para definir nossa
espécie, nos ativéssemos estritamente ao que a história e a pré-história nos apresentam como a
característica constante do ser humano e da inteligência, talvez não disséssemos Homo sapiens, mas
Homo faber. Em conclusão, a inteligência, encarada no que parece ser o seu empenho original, é a
faculdade de fabricar objetos artificiais, sobretudo ferramentas para fazer ferramentas, e de diversificar
ao infinito a fabricação delas.”.
Demerval Saviani. Trabalho e educação:
fundamentos ontológicos e históricos. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
 
Em relação às ideias apresentadas no texto 11A1 e às relações de coerência nele presentes, julgue o
item que se segue.
As ideias do texto se desenvolvem a partir da premissa indicada no período inicial: trabalho e educação
são atividades intrínsecas da espécie humana.
Certo
Errado
www.tecconcursos.com.br/questoes/2844633
CEBRASPE (CESPE) - Ana Min (MPE TO)/MPE TO/Especializado/Letras/2024
Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
Texto 11A1
Trabalho e educação são atividades especificamente humanas. Isso significa que, rigorosamente falando,
apenas o ser humano trabalha e educa. Assim, a pergunta sobre os fundamentos ontológicos da relação
trabalho -educação traz imediatamente à mente a questão: quais são as características do ser humano
que lhe permitem realizar as ações de trabalhar e de educar? Ou: o que é que está inscrito no ser do
humano que lhe possibilita trabalhar e educar?
Perguntas desse tipo pressupõem que o ser humano esteja previamente constituído como ser que possui
propriedades que lhe permitem trabalhar e educar. Pressupõe-se, portanto, uma definição de ser humano
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2844633
970) 
que indique em que ele consiste, isto é, sua característica essencial a partir da qual se possa explicar o
trabalho e a educação como atributos desse ser. E, nesse caso, fica aberta a possibilidade de que
trabalho e educação sejam considerados atributos essenciais do ser humano, ou acidentais.
Na definição de ser humano mais difundida (animal racional), o atributo essencial é dado pela
racionalidade, consoante o significado clássico de definição estabelecido por Aristóteles: uma definição
dá-se pelo gênero próximo e pela diferença específica. Pelo gênero próximo, indica-se aquilo que o
objeto definido tem em comum com outros seres de espécies diferentes (no caso em tela, o gênero
animal); pela diferença específica, indica-se a espécie, isto é, o que distingue determinado ser dos
demais que pertencem ao mesmo gênero

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