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Circuitos Anestésicos Após estabelecido o fluxo de gases frescos e a quantidade de anestésico administrada, temos os circuitos anestésicos. Infelizmente não há apenas um que seja possível de ser utilizados para todas as espécies. Assim, temos que adaptar o circuito ao nosso paciente. Podemos dividir os circuitos de diversas maneiras. Didaticamente, vamos dividi-los em “Reinalatórios” e “Não Reinalatórios“. Circuitos Reinalatórios Animação do fluxo de gases no circuito circular valvular, destacando as válvulas unidirecionais e a cal sodada. Os circuitos reinalatórios permitem que o gás expirado seja reaproveitado. Com isso há economia de anestésico, gases medicinais e menor poluição ambiental. Historicamente haviam alguns tipos de circuitos nessa classe, como o “To-and- Fro” de Waters. Atualmente utilizamos apenas o circuito circular valvular, o qual contém válvulas unidirecionais que forçam a mistura de gases sempre a seguir uma única direção, e a cal sodada, que absorve CO2 e libera O2. Assim, parte do gás expirado continua no sistema e é reinalado pelo paciente. Esse circuito deve ser sempre priorizado, devido suas vantagens, que são economia de anestésico e gases medicinais, menor poluição ambiental, manutenção de umidade e temperatura do paciente. Todavia, ele não é ideal para ser utilizado em pacientes com menos de 5kg, pois esses animais não tem capacidade ventilatória suficiente para vencer a resistência mecânica do circuito. Então, a alta resistência mecânica é uma desvantagem desse circuito. Circuitos Não Reinalatórios Os circuitos não reinalatórios são indicados para pacientes com menos de 5 kg. A animação mostra o fluxo de gás no circuito de Bain, um dos muitos modelos disponíveis. Esses circuitos muito simples, basicamente formados por uma traqueia corrugada e um balão reservatório. Há diversos modelos, muitos deles não mais utilizados. Os mais difundidos na veterinária são o Circuito de Baraka, de Bain e o de Jackson Rees. A grande vantagem desses circuitos é a resistência mecânica praticamente nula. Entretanto, eles devem ser utilizados apenas em pacientes com menos de 5 kg. Isso porque, como não possuem cal sodada, não há reaproveitamento de gases expirados, elevando o consumo de anestésico e gases, além de elevada poluição ambiental. Alguns livros recomendam que esse circuito seja utilizado em pacientes até 10 kg, pois alguns pacientes entre 5 e 10 kg podem não ter força suficiente para vencer a resistência do circuito circular valvular. Então, nesses casos, considere a capacidade ventilatória do paciente para a escolha do circuito correto. Balão Reservatório O balão reservatório é a peça distensível do circuito, sendo comum em qualquer configuração. O ideal é que tenhamos um balão nem muito pequeno nem muito grande. Geralmente utilizamos balões com 3 vezes o volume corrente do paciente. Válvula de Escape (pop-off) A válvula de escape também é uma peça comum nos circuitos. Independente do tipo, alguma parte do fluxo de gases deverá ser removida do sistema. No caso dos circuitos não reinalatórios, todo o gás fresco deve ser removido do sistema. Assim, essa válvula fica total ou parcialmente aberta durante o procedimento anestésico. Devemos lembrar que esse gás deve ser filtrado e expurgado da sala cirúrgica, para que não promova poluição ambiental residual. Há no mercado sistemas de antipoluição a base de carvão ativado que retém o anestésico e libera o restante para a atmosfera. Outra possibilidade é o sistema venturi, que expurga o gás da sala cirúrgica, mas não filtra. Por fim, temos os sistemas passivos, os quais apenas removem o gás da sala, expurgando para o ambiente. Infelizmente, os sistemas passivos são a realidade brasileira (e de muitos países também). O gás é removido da sala mas a poluição ambiental não é eliminada.