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Rio de Janeiro 
2019 
REPENSANDO A GUERRA DA COREIA: O PAPEL DAS GRANDES 
POTÊNCIAS NA CRIAÇÃO E PERPETUAÇÃO DO CONFLITO NA 
PENÍNSULA COREANA 
Fabricia Felippe 
Centro Universitário IBMEC - Faculdade de Relações Internacionais 
Orientador: Doutor Renato Salgados Mendes 
 
Resumo 
Este trabalho busca analisar a Guerra da Coreia, sua relação com o impasse quanto à 
implementação dos mísseis THAAD e a Cúpula de Cingapura de 2018, tentando entender, 
ainda, como esses eventos se relacionam às grandes potências desde sua criação, a 
perpetuação e possível resolução do conflito. 
Palavras-chaves: Guerra da Coreia; Grandes Potências; Cúpula de Cingapura; Segurança 
Regional; 
 
Abstract 
This essay seeks to analyse The Korean War, its relation to the THAAD dispute and the 2018 
Singapore Summit and what is the world’s great powers part in the creation, perpetuation and 
possible resolution of the conflict. 
Keywords: Korean War; Great Powers; Singapore Summit; Regional security; 
 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO 
Segundo Geiger (2017, p.118), a Guerra da Coreia é um dos conflitos mais 
negligenciados pela academia. Tendo resultado na morte de mais de um milhão de coreanos 
e cerca de 142.000 soldados da ONU, a Guerra da Coreia foi tratada como "um conflito 
encapsulado e discreto", com 3 anos de duração e cuja origem era desconhecida até as 
décadas de 1970- 1980, onde ocorreu a reexaminação do conflito e sua consequente 
caracterização como uma guerra civil que viria a ser internacionalizada pela intervenção dos 
Estados Unidos da América. 
Assim sendo, este artigo busca analisar, segundo a Teoria Construtivista das Relações 
Internacionais, a Guerra da Coreia, os fatores que levaram a ela e as atuais consequências 
desta para a República da Coreia e a República Popular Democrática da Coreia. Assim sendo, 
este se encontra dividido em 8 partes: Introdução; da monarquia coreana ao império japonês; 
a separação da península e a formação dos Estados coreanos; a Guerra da Coreia; unificação, 
sunshine policy e o programa nuclear norte-coreano; Estados Unidos, China e a Coreia do 
Sul: a questão dos mísseis THAAD; Estados Unidos, China e a Coreia do Norte: a questão 
das conversas de paz de 2018 e; conclusão. 
Esta divisão foi escolhida por melhor abranger os aspectos que levariam à guerra e 
permitir uma narrativa concisa dos diferentes marcos históricos que se provam necessários 
para compreender o porquê da separação da península coreana não se tratar de uma 
consequência de um conflito cuja origem é desconhecida. E sim ser o produto de uma série 
de intervenções, diversas vezes não solicitadas, das grandes potências durante os 700.000 
anos de história da nação coreana. 
Assim sendo, na parte intitulada “da monarquia coreana ao império japonês” é 
realizada uma introdução da história da península, seus diversos reinos e monarquias no 
decorrer dos séculos até a colonização japonesa e a tentativa de dizimação da identidade 
coreana. Em seguida se trata da separação da península, com a divisão em zonas de influência 
americana e soviética e a posterior formação dos Estados sul e norte-coreanos. 
Após, realiza-se um breve narrativa da Guerra da Coreia contado como os EUA e a 
China tiveram participação especial nesta para, em seguida, retratar as primeiras tentativas 
de unificação, narrar a política externa sul-coreana para a Coreia do Norte, o 
desenvolvimento nuclear do Estado norte-coreano e a reaproximação após as olimpíadas de 
inverno de 2018. Em seguida, trata-se do papel dos EUA e da China na atual situação da 
península, ao analisar a situação dos mísseis THAAD e da Cúpula de Cingapura. 
3 
 
 
2. DA MONARQUIA COREANA AO IMPÉRIO JAPONÊS 
A história da nação coreana data de 700.000 anos atrás, na era paleolítica, quando os 
primeiros habitantes chegaram à região da Península Coreana e da Manchúria. Entretanto, os 
primeiros traços de um sistema político organizado não se demonstrariam até o ano de 2333 
a.C., quando o primeiro reino, Gojoseon1 (2333 a.C. - 108 a.C.), surgiu através da unificação 
das tribos locais, cujo o domínio territorial se expandia entre partes do atual território chinês 
de Liaoning até o Rio Taedonggang2. 
Após a queda de Gojoseon ocorreu um retorno aos estados tribais, até a formação do 
reino de Buyeo, que se estendia do Rio Songhuajiang, na Manchúria, até Jilin, no nordeste 
da China. Buyeo se desfez durante o processo de estabelecimento de uma confederação 
nacional. Simultaneamente ao processo de desmantelamento do reino de Buyeo iniciou-se o 
processo de formação daqueles que são conhecidos como Três Reinos: Baekje, Silla e 
Goguryeo, no final do século III d.C.. 
 
 
 
1 Gojoseon, em coreano, significa Antiga Joseon. É adicionado a partícula go a frente de Joseon, o verdadeiro 
nome do Reino, para esclarecer que se refere ao primeiro reino chamado Joseon uma vez que o nome seria 
utilizado posteriormente na história coreana por outra Dinastia. 
2Information Service Of The Republic Of Korea, [s.d.]d 
4 
 
Mapa 1: Os Três Reinos 
 
Fonte: Consulado da República da Coreia em São Paulo 
A política dos reinos, no século V, caracterizou-se pela busca da expansão territorial. 
O reino de Goguryeo, em 417, alterou sua capital para Pyongyang. Em seguida ocupou a 
capital de Baekje, Hansung - atualmente Seul -, áreas ao redor do rio Hangang até a atual 
província de Gyeonggi-do, ocupando a parte norte da Península Coreana e parte da 
Manchúria. 
Baekje, em 475, transferiu sua capital para Ungjin - atualmente Gongju -, após a perda 
dos territórios próximos ao rio Hangang para Goguryeo, e reforçou ainda sua aliança com 
Silla numa tentativa de confrontar Goguryeo e reaver seu território. Contudo, Baekje só 
conseguiria retomar as terras ao redor do Rio Hangang com a ascensão do rei Seong. 
Silla, durante o reinado de Jiajing, incorporou Usanguk - atualmente Ulleungdo e 
Dokdo - em 512, confiscou as terras ao redor do Rio Hangang de Baekje, conquistou Dae 
Gaya, em Goryeong, o território próximo ao rio Nakdonggang e expandiu seus território até 
Hamhung, na costa Leste. Além disso, durante o reinado de Beopheung, ocorreu também a 
incorporação de Geumgwan Gaya a Silla. 
Em 612, Goguryeo sofreu com ataques chineses mal sucedidos, que levaram à queda 
dos Sui e a ascensão dos Tang na China em 618. Estes também lançaram diversos ataques 
5 
 
não bem sucedidos contra Goguryeo. Ao mesmo tempo, Silla sofria com ataques frequentes 
realizados por Baekje, levando o reino a buscar auxílio de Goguryeo e a formar uma aliança 
com os Tang que levou a vitória de Silla contra Baekje, que se rendeu à aliança Silla-Tang 
em 660. As tropas de Silla-Tang voltaram-se então a Goguryeo, que caiu em 668. 
Sucedendo-se a conquista de Baekje e Goguryeo, os Tang tentaram exercer seu 
controle sobre a Península Coreana, o que levou a uma guerra entre Silla e os Tang, que 
foram derrotados e expulsos da península. Esta vitória marca a unificação da Península 
Coreana em 676, sob o domínio de Silla. 
O Reino de Balhae, mostrado no mapa abaixo, surgiu em 698, fundado por 
sobreviventes do antigo Reino de Goguryeo. E em 755 conquistaram novamente o controle 
sob a maior parte do antigo território de Goguryeo. O reino se expandiu e fortaleceu tanto 
que os Tangs passaram a se referir a ele como “Haedong seongguk” (“país próspero no 
leste”). Balhae encontrou seu fim em 926 após a invasão dos Khitan, povo Mongol que 
dominaria a região até o século XII d.C.3, e a erupção do vulcão Baekdu que causou enorme 
devastação.4 
 
 
3Britannica, [s.d] 
4Information Service Of The Republic Of Korea, [s.d.]c 
6 
 
Mapa 2: Silla e Balhae 
 
Fonte: Consulado da República da Coreia em São Paulo 
No século VIII, o Reino de Silla se encontrava enfraquecido pelas lutas de poder da 
nobreza, levando, no século X, à formação de novos reinos e a diminuição do território do 
Reino de Silla. Em918 foi formado Goryeo, que anexaria pacificamente a Silla Unificada 
(união de Silla com Balhae) em 935 e em 936 tomaria todo o território dos antigos Três 
Reinos.5 
 
 
5 Information Service Of The Republic Of Korea, [s.d.]f 
7 
 
Mapa 3: Goryeo 
 
Fonte:Consulado da República da Coreia em São Paulo 
No final do século XIV, Goryeo passava por conflitos internos e externos que levaram 
a ascensão do General Yi Seong-gye ao trono, criando assim Joseon ao assumir o trono sob 
o nome de Taejo. Joseon, contudo, não esteve livre de conflitos tendo sido invadida diversas 
vezes pelos japoneses. Dentre os principais conflitos se encontram os incidentes de 1510 e a 
Guerra Imjin, ou Guerra dos Sete Anos (1592-1598). Entre 1510-1555, Joseon sofreu 
repetidamente com pequenos ataques após negar um maior percentual de pagamento sob o 
comércio bilateral. O incidente culminaria na Guerra Imjin (1592-1598) e em uma 
aproximação ainda maior da dinastia Joseon e a dinastia Ming chinesa. 
 
 
8 
 
Mapa 4: Joseon 
 
Fonte: Consulado da República da Coreia em São Paulo 
A queda da Dinastia Joseon se deve a seu isolamento em meio à expansão do 
imperialismo europeu no século XVIII - período colonizatório da África e Ásia -, culminando 
na abertura forçada da China Qing e do Japão na metade do século XIX. Ao negar-se a fazer 
o mesmo, o reino de Joseon foi atacado em 1866 pelos franceses, e em 1871 pelos 
estadunidenses. 
É importante frisar que não foram somente os países ocidentais que tentaram forçar a 
abertura de Joseon. Em 1875 o Japão voltou a atacar Joseon e em 1876 o reino se viu forçado 
a assinar o Tratado Ganghwado6, firmando um tratado desigual de comércio com o Japão e 
encerrando o status coreano de estado tributário chinês7. Nos anos seguintes, outros países 
imperialistas atacaram Joseon, que em 1897 trocou seu nome para Coreia Imperial e 
implementou uma série de reformas políticas, incluindo a política de portas abertas.8 
 
 
6 O Tratado de Ganghwado é também conhecido como Tratado de Amizade Japão-Coreia ou somente como 
Tratado de Ganghwa. 
7 New World Encyclopedia 
8Information Service Of The Republic Of Korea, [s.d.]b 
9 
 
Em 1902 o Japão construiu para si uma forte posição ao entrar numa aliança com 
o Reino Unido, a potência europeia mais importante na região. O Japão reconheceu 
os interesse britânicos na China e em troca os britânicos reconheceram os interesses 
especiais do Japão na Coreia. Sentindo uma fraqueza na costa do território chinês, 
a Rússia começou a mover tropas para a Coreia e imediatamente entrou em conflito 
com o Japão. Numa tentativa de evitar uma guerra, o Japão propôs que os dois 
países dividissem a Coreia em esferas de influência, com o marco divisor sendo 
traçado no Paralelo 38 - a mesma linha escolhida pelos Estados Unidos para a 
divisão da Coreia depois da Segunda Guerra Mundial. (OBERDORFER; CARLIN, 
2014 p. 4) 
Os Estados Unidos da América (EUA, ou Estados Unidos), em 1905, assinaram um 
acordo secreto com o Japão aprovando a dominação japonesa da Península Coreana em troca 
da aceitação da colonização estadunidense das Filipinas. Ademais, no mesmo ano, os Estados 
Unidos participou como mediador no Tratado de Portsmouth (New Hampshire)9, entre 
Rússia e Japão, que consolidou os interesses políticos, econômicos e militares primordiais 
japoneses na Coreia. Sem oposição, os japoneses ocuparam a Coreia, em 1905, e a anexaram 
em 1910, dominando a península até sua derrota na Segunda Guerra Mundial.10 
Por motivos muito diferentes, historiadores japoneses e coreanos se protegem ao 
escrever sobre o período após 1910, usando-se dos mecanismos básicos de se fazer 
história: fontes primárias, arquivos documentais, entrevistas. Pegue qualquer uma 
das grandes histórias da Coreia, e verá que quase todas tratam do século XX como 
uma consideração posterior. Por quê?Por um lado, muitos dos documentos ainda 
são sigilosos - quase todos sobre a Coreia do Norte e do Sul pós-guerra, mas o 
Japão também demonstrou uma surpreendente relutância em abrir seus arquivos 
pré-guerra mesmo após seu rompimento com o militarismo em 1945. Contudo as 
causas são muito mais profundas; arquivos sigilosos por si só são o sintomas de 
problemas mais profundos. Para os historiadores coreanos o período colonial é, ao 
mesmo tempo, muito doloroso e muito saturado com mitos de resistência que não 
podem ser verificados em nenhum arquivo. A Coreia do Norte inventou tapeçarias 
inteiras de eventos que só existem na hagiografia de Kim Il-sung. No Sul uma 
década em particular - a de 1935 a 1945 - é um espaço em branco: milhões de 
pessoas usadas e abusadas pelos japoneses não conseguem acessos aos registros do 
que elas sabem ter acontecido com elas, e centenas de coreanos que trabalharam 
com os japoneses simplesmente apagaram essa parte da história como se ela nunca 
tivesse acontecido. (CUMINGS, 2005, p. 139) 
Na história registrada a colonização japonesa é comumente dividida em 3 períodos: o 
período Budan Seiji (1910-1920), ou de dominação militar; o período Bunka Seiji (1920-
1931), ou de dominação cultural; e o período de mobilização para a guerra (1931-1945). E, 
conforme aponta Vu (2007), são essas políticas intervencionistas que garantirão o 
crescimento econômico futuro e a industrialização da República da Coreia (RC ou Coreia do 
 
9 Quando recebido o Tratado, o imperador Sunjong não pretendia assiná-lo. Porém, com a ameaça iminente da 
invasão japonesa caso o tratado não fosse assinado, o imperador relutantemente adicionou seu selo imperial ao 
documento e enviou ao Primeiro Ministro Lee Wan-yong para que este assinasse o tratado. O fato de o tratado 
não conter a assinatura do imperador levou diversos governos subsequentes a questionarem a legalidade do 
tratado. 
10 Oberdorfer; Carlin, 2014, p. 4 
10 
 
Sul). Visentini et al. (2015) aponta ainda a importância da colonização japonesa no 
desenvolvimento da indústria pesada da República Popular Democrática da Coreia (RPDC, 
ou Coreia do Norte). 
A reação do povo coreano à ocupação japonesa foi inicialmente confusa, consolidando-
se depois em um movimento antijaponês de massa próximo ao final do período sob o domínio 
japonês. O tratamento recebido pelos coreanos durante a ocupação japonesa variou, sendo 
inicialmente um tratamento teoricamente igualitário ao dado aos japoneses, mas com 
restrições a algumas liberdades, como a de expressão, a fim de refrear o sentimento 
antijaponês. E, conforme os japoneses adentravam sua fase expansionista, próxima à 
Segunda Guerra Mundial, a política japonesa para os coreanos se voltou para uma 
assimilação completa da população, levando a resistência coreana ao domínio japonês a ser 
esmagada violentamente e forçando a população a focar na preservação da cultura e 
identidades coreanas.11 
Na primeira década de seu governo os colonizadores japoneses implementaram 
uma dura política militar (budan seiji), principalmente por conta da forte 
resistência à sua ascensão ao poder no período de 1905-10; até mesmo professores 
usavam uniformes e carregavam espadas. O governo-geral se encontrava acima da 
sociedade coreana, exercitando seu controle autoritário e coercitivo. Tendo 
conexão somente com a classe alta e com os emergentes coloniais, e mesmo essas 
eram tênues, projetada para cooptar e impedir a dissidência, e não para dar aos 
coreanos um papel significativo no aparato estatal. Os japoneses 
inquestionavelmente fortalecem o poder burocrático central na Coreia, destruindo 
o antigo equilíbrio e tensão com a aristocracia fundiária; operando de cima para 
baixo, eles penetram efetivamente abaixo do nível do país e nas aldeias pela 
primeira vez, e de certo modo nenhuma das Coreias pós-coloniais superou isso; 
[...] Por décadas os policiais casacos-pretos mantiveram a ordem e ajudaram a 
“trazer a colheita”, manejando as muralhas do circuito de produção de arroz, do 
campo até o intermediário, para o armazéme a plataforma de exportação, e daí 
para o Japão. Aqui está como Patti Tsurumi descreveu este novo e multifuncional 
sistema policial planejado em Taiwan por Goto Shimpei, e posteriormente 
transferido para a Coreia: Sob Goto, a polícia tornou-se a espinha dorsal da 
administração regional. Além das tarefas regulares de policiamento, a polícia 
supervisionou a coleta de impostos, a aplicação de medidas sanitárias e trabalhos 
relacionados aos monopólios de sal, cânfora e ópio [...] Eles supervisionaram as 
melhorias de estradas e irrigação, introduziram novos espécimes de plantas aos 
agricultores e incentivaram a educação. e o desenvolvimento de indústrias locais. 
(CUMINGS, 2005, p. 152) 
No meio de 1919 inicia-se a política cultural imperial, bunka seiji, buscando ensinar 
aos coreanos a esperarm uma independência distante12. Inaugurando consigo um período de 
 
11 Park; Ho, 2004, p. 16-17 
12 Entende-se que o processo de “ensinar aos coreanos a esperarem uma independência distante” não tinha por 
objetivo, realmente ensinar a população como administrar um país, conforme objetivado pela política. Em 
geral, as políticas japonesas para a Coreia, principalmente a política cultural (bunka seiji) buscas incorporar aos 
coreanos nos moldes japoneses, tanto culturais como sociais, de modo a desmantelar a cultura, e o jeito de vida, 
coreano e assimilar totalmente os coreanos ao Império Japonês. 
11 
 
resistência gradual ao colonialismo no qual os coreanos se aproveitaram do relaxamento das 
restrições à liberdade de expressão e reunião para organizar uma variedade de grupos 
nacionalistas, socialistas e comunistas aberta ou clandestinamente. A partir da mudança 
política podia-se comprar novamente jornais coreanos, o que levou ao surgimentos de novas 
publicações na língua coreana no início da década de 1920.13 
Quanto ao período de mobilização para a guerra, datado de 1931, se refere à apontada 
“industrialização protegida” de 1930, por Visentini et al, que se voltava sobretudo para a 
indústria pesada no norte, que objetivava “fornecer bens de capital para a indústria de defesa 
japonesa no esforço de guerra contra a China” em sua busca por expansão territorial e de 
esferas de influências, conforme indica Magno, que culminaria em uma série de pequenos 
conflitos envolvendo o Japão e a China, como o Incidente Mukden em 1931 que resultou na 
dominação japonesa do território da Manchúria e o Incidente da Ponte Marco Polo em 1937 
que levaria à Segunda Guerra Sino-Japonesa, conflito inicial da Guerra do Pacífico (1937-
1945). 
Com a Guerra do Pacífico (1937-1945), os coreanos sofreram ainda mais os efeitos 
da dominação japonesa, com exploração econômica, recrutamento e emigração 
forçados de mão de obra, perseguição política, obrigação de servir no exército 
como força auxiliar e o fenômeno das Mulheres do Prazer (Comfort Women) 
(VISENTINI et al., 2015, p. 20) 
O período colonial coreano terminou, conforme dito anteriormente, em 1945, com a 
derrota japonesa com o fim da Segunda Guerra Mundial. Conforme aponta Cumings, o 
período colonial foi “uma experiência intensa e amarga; e moldou a Coreia pós-guerra 
profundamente”. Trouxe consigo dualidades opostas como o desenvolvimento e 
subdesenvolvimento, a industrialização e o crescimento agrário, a mobilização política e sua 
desativação, comunismo e nacionalismo, resistência armada e colaboração. Mas, 
principalmente, deixou uma divisão profunda e um conflito que separa o povo coreano desde 
então. 
As relações entre a República da Coreia e a República Popular Democrática da Coreia 
só passam a existir com a divisão oficial da Península, em 1948. Contudo, a divisão 
ideológica da população começou ainda no período colonial japonês, com a ascensão dos 
movimentos nacionalistas, em 1919, como o Movimento Primeiro de Março e, 
posteriormente, a popularização dos grupos comunistas.14 
 
13 Cumings, 2005, p. 156 
14 Savada,1990 
12 
 
Este período deu origem a uma nova liderança política coreana, fruto tanto da 
resistência ao colonialismo japonês quanto das oportunidades criadas por sua existência. O 
surgimento dos primeiros grupos nacionalistas e comunistas datam da década de 1920, 
período no qual ocorre o início da divisão ideológica coreana e da transformação da 
aristocracia yangban.15 Na década de 1930 ocorreu a emergência da nova resistência armada, 
burocratas e, pela primeira vez, de líderes militares. O período colonial japonês tem, até hoje, 
uma grande influência em ambas as Coreias, seja através de suas elites ou conflitos 
políticos.16 
Visentin et al. (2015) aponta ainda que nesta fase ocorreu também uma polarização 
político-ideológica entre os movimentos de independência emergentes no país, que passaram 
a disputar adeptos. Sendo os liberais nacionalistas os mais favorecidos por sua associação 
com os Quatorze Pontos de Wilson, mas tinham ação limitada por conta de sua estreita base 
social dentro da Coreia e pela falta de interesse norte-americano na independência coreana. 
Enquanto os socialistas, por sua vez, tinham a desvantagem de serem perseguidos pela polícia 
japonesa, também tinham uma base popular potencialmente ampla. Esta polarização se 
demonstrou também geograficamente, sendo a região norte mais radical e favorável ao 
comunismo do que a região sul. 
No que tange a participação chinesa nos movimento de independência, os autores 
apontam ainda que, apesar da inexistência de relações formais entre os Estados, as relações 
interpessoais, sobretudo entre as elites ideológicas, ainda eram bastante forte. 
Assim, mesmo que de forma indireta, a China continuava influenciando a península 
coreana em termos políticos e ideológicos, bem como auxiliava os coreanos contra 
os japoneses. Os padrões identificados nas relações entre a China e a Coreia do 
Norte no período pré-colonial, de influência sociopolítica e de aliança contra 
inimigos em comum, portanto, prosseguiram no período do colonialismo japonês, 
de maneira indireta e informal. (VISENTINI et al., 2015, p. 38-39) 
Por conseguinte, Visentini et al. afirma que a influência do imperialismo japonês para 
a ascensão do comunismo na península coreana e, sequencialmente, na formação da Coreia 
do Norte, é esquematizada em quatro esferas sendo elas: a afloração do nacionalismo 
coreano, o crescimento da pobreza no campo, a implementação de bases industriais na 
península e a interação política e ideológica dos movimentos libertários com a China. 
 
15 Yangban é a palavra coreana para aristocracia. Cumings usa o termo yangban aristocracy, ou aristocracia 
yangban, para se referir aos aristocratas fundiários coreanos, criando assim uma separação entre a aristocracia 
japonesa e coreana na Coreia colonial. 
16 Cumings, 2005 
13 
 
Assim sendo, fica clara a importância do papel das potências estrangeiras no nascer das 
Coreias tanto anterior quanto posteriormente ao período de dominação japonesa. Deste 
modo, não é surpresa que os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas (URSS, ou União Soviética) tenham vindo a ter o papel decisivo na separação da 
Península, em 1943.(SANTOS; PASSOS, 2014) Este papel é marcado, inicialmente, pela 
Declaração do Cairo (1943), na qual consta que 
o Japão também será expulso de todos os outros territórios que tomou através de 
violência e ganância. As três grandes potências supracitadas [EUA, URSS e Reino 
Unido], conscientes da escravização do povo da Coreia, estão determinadas de que 
durante este percurso a Coreia deve se tornar livre e independente. 
Para que a península voltasse a ser independente, foi preciso que fosse formado um 
órgão administrativo ainda sob a administração japonesa. Este foi criado por Yo Un Yong, 
um revolucionário aposentado, no dia em que foi anunciada a rendição japonesa a pedido do 
governo colonial japonês. Este teria a função oficial de manter a ordem e proteger os 
japoneses de represália porparte da população coreana, contudo Yo - com auxílio de um 
grupo clandestino - garantiu a liberdade de 16.000 presos políticos através do Comitê de 
Preparação para a Coreia Independente (CPCI). Com a formação do CPCI, governos locais 
começaram a ser organizados, através de Comitês Populares, na maioria das províncias, que 
formam equipes de segurança e assumiram a maioria das funções pertencentes ao governo 
colonial. (VU, 2007, p. 33) 
Cumings (2005) aponta ainda que entre 1943-47 a alta diplomacia americana passou 
por uma fase internacionalista que se refletia na política de protetorado e no desejo de 
administração multilateral e temporária, realizada pelas grandes potências, da Península. A 
ideia inicial era de ocupar a Coreia e posteriormente implementar o protetorado em parceria 
com a Rússia, a China e o Reino Unido. 
Em 1945, na Conferência de Ialta Roosevelt, na época presidente dos EUA, propôs a 
formação de um protetorado Soviético-Chinês-Americano, contudo a ideia não foi bem aceita 
pelos britânicos e franceses, muito menos pelos coreanos que consideraram a divisão da 
península uma traição por parte dos americanos. 
 
14 
 
3. A SEPARAÇÃO DA PENÍNSULA E A FORMAÇÃO DOS ESTADOS 
COREANOS 
3.1. A SEPARAÇÃO DA PENÍNSULA E POLARIZAÇÃO DAS COREIAS 
A história da Coreia pré-colonização japonesa deixa evidente que não havia uma 
justificativa histórica para a divisão sumária realizada pelas potências após o final da Segunda 
Guerra Mundial. Para Cumings (2005), além de não haver uma razão histórica, não há 
também um pretexto interno para a escolha do Paralelo 38º como linha divisória para além 
da divisão político-ideológica que marca o contexto da Guerra Fria. Em suas palavras: “Ela 
começou, antes do começo da Guerra Fria global, na Coreia e hoje perdura ao final da Guerra 
Fria em qualquer outro lugar”(CUMINGS, 2005, p. 186). 
No final, a decisão da separação da península coube a dois jovens oficiais17 que foram 
mandados a uma sala adjacente ao prédio do executivo americano, ao lado da Casa Branca, 
para definir qual seria a Zona de Ocupação Americana (ZOA). 
Trabalhando com pressa e sob grande pressão, e usando um mapa do National 
Geographic como referência, eles propuseram que as tropas americanas ocupassem 
a área ao sul do 38º paralelo, que divide a península aproximadamente ao meio e 
que fica ao norte da cidade de Seul, e que os soviéticos ocupasssem a área ao norte. 
(OBERDORFER; CARLIN, 2014, p. 5) 
A decisão não envolveu nenhum especialista sobre a Coreia e, conforme Rusk admitiria 
posteriormente, nenhum dos envolvidos na decisão sabiam do antigo tratado russo-japonês 
que definia a separação da península entre as duas nações no paralelo 38º. Assim sendo, 
também não sabiam que ao escolher o paralelo como linha de divisão, estavam reconhecendo 
o direito russo sob o território. Rusk afirmou, a posteriori, que caso soubessem do acordo, 
haveriam escolhido outra demarcação. (OBERDORFER; CARLIN, 2014, p.5) 
Após a escolha, a decisão foi incorporada às pressas na Ordem Geral Número Um 
para a ocupação dos territórios japoneses. Apesar do fato de que as tropas 
americanas se encontravam a semanas de distância, os soviéticos cuidadosamente 
pararam sua marcha ao sul no paralelo. Assim, a Coreia se viu dividida em duas 
zonas de ocupação “temporária” que, conforme a Guerra Fria se aprofundava, 
tornou-se o local de dois regimes coreanos antagônicos baseados em princípios e 
patrocinadores diametralmente opostos. (OBERDORFER; CARLIN, 2014, p. 5) 
Posteriormente à ocupação, os americanos buscaram reforçar sua posição e resistir à 
reforma das estruturas coloniais presentes, resultando em uma revolta em massa por parte 
 
17 Esses oficiais foram o tenente-coronel Dean Rusk, que depois viria a secretário de Estado nas administrações 
Kennedy e Johnson, e Charles Bonesteel, que posteriormente se tornaria o comandante militar dos EUA na 
Coreia. 
15 
 
dos sul-coreanos. Durante a maior parte do primeiro ano de ocupação (1945-46), os 
americanos se viram lutando para reprimir o surgimento de comitês populares nas províncias, 
resultando novamente em uma revolta em massa nas quatro províncias no final do ano de 
1946. (CUMINGS, 2005, p. 192) 
Depois de suprimidas as revoltas, ativistas radicais desenvolveram um significativo 
movimento de guerrilha em 1948 e 1949. Eles também organizaram outra revolta 
no porto de Yeosu em outubro de 1948. Grande parte do motivo dessa desordem 
se deve a questão não resolvida das terras, enquanto conservadores detentores de 
terra usavam sua influência burocrática para bloquear a redistribuição de terras para 
os inquilinos plebeus. Os norte-coreanos, obviamente, procuraram utilizar o 
descontentamento a seu favor mas toda a evidência interna mostra que quase todos 
os dissidentes e guerrilheiros eram sul-coreanos, revoltados com as políticas sul-
coreanas. De fato, a força da esquerda vinha dessas províncias mais distantes do 
paralelo 38, na parte sul de Jeolla, que havia sido historicamente rebelde, e na parte 
sul das províncias de Gyeongsang, que haviam sofrido mais com o colonialismo 
japonês. (CUMINGS, 2005, p. 192) 
No sul, nas primeiras semanas após a expulsão japonesa, foi estabelecido um governo 
coreano através do Comitê de Preparação para a Independência Coreana, que era composto 
integralmente por membros da esquerda política. Nacionalistas conservadores e 
colaboradores do regime colonial japonês não foram convidados a formar o grupo. 
Deste modo, quando os membros do CPIC foram informados da iminente ocupação 
americana, formou-se a República Popular Coreana (RPC), ou Choson Inmin Kongwaguk18. 
Esta tinha uma composição mais “democrática”, contando com 13 nomes associados com 
grupos de direita - mesmo que a maioria destes se encontrasse fora do território e, com isso, 
não pudessem declarar sua vontade em participar - e 42 membros associados a esquerda, 
totalizando 55 membros pertencentes ao Comitê Central da RPC.19 
Uma semana antes, as tropas soviéticas chegaram a Pyongyang com um grupo de 
guerrilheiros coreanos liderados por Kim Il-Sung. Kim lutava contra os japoneses 
desde a década de 1930 como líder de um pequeno grupo guerrilheiro, primeiro na 
China e depois no Extremo Oriente Soviético. Após entrar na Coreia do Norte, Kim 
começou a construir sua base de poder no norte sob a égide soviética, ignorando 
na época a luta pelo poder em Seul. Em 1947, Pyongyang se tornaria a Meca dos 
políticos esquerdistas frustrados e dos revolucionários comunistas que fugiam do 
Sul. (VU, 2007, p.33) 
Duas semanas após a chegada da URSS em Pyongyang foi instalado o Governo Militar 
(GM) - sob ordens do General Hodge -, comandado pelos americanos com um conselho de 
ex-oficiais japoneses e colaboradores do governo colonial. Sob influência do conselho, 
Hodge não reconheceu a legitimidade da RPC, fazendo com que o governo se divide em dois 
 
18 Cumings, 2005 
19 Vu, 2007 
16 
 
grupos opostos - representando a esquerda o Partido Comunista Coreano (PCC), revivido por 
Park Hong Yong, e , representando a direita, o Partido Democrático da Coreia (PDC) -, 
causando a divisão política de Seul. 
Foi neste contexto que Syngman Rhee, proeminente nacionalista e futuro presidente da 
RC que passara anos exilado nos EUA, tendo sido trazido de volta do exílio pelo governo 
americano em outubro de 1945, formou o Conselho Central para Aceleração da 
Independência da Coreia (CCAIC). Para além, um outro movimento para independência foi 
organizado por Kim Ku (outro líder de direita), com o auxílio dos grupos de esquerda, buscou 
acabar com a ocupação através de um coup d'état que foi rapidamente reprimido pelo GM. 
Ainda em outubro de 1945, os futuros líderes de ambas as Coreias - Syungman Rhee, 
que viria a ser Presidente da Coreia do Sul, e Kim Il-sung, na Coreia do Norte, tiveram a 
oportunidade de realizar um discurso para a população coreana.20 Pouco após,por ordem do 
General MacArthur21 foi instaurado uma Comissão Governamental, comandada por Kim 
Ku. Esta foi integrada ao Governo Militar do Exército dos EUA na Coreia e, posteriormente, 
o sucederia com os americanos mantendo poder de veto sobre qualquer atividade. Para que 
a comissão fosse mantida o acordo de protetorado entre a União Soviética e os Estados 
Unidos foi alterado. 
Em 1946, o GM formou ainda o Comitê de Coalizão Direita-Esquerda (1946 - 1947) 
que excluía os membros mais radicais dos partidos, comandado por Yo Un Hyong e Kim 
Kyu Sik. Este objetivava conciliar os pólos políticos. Esta foi considerada em sua missão já 
que a tensão entre o PCC e o governo aumentava, o que fica evidente quando os sindicalistas 
esquerdistas iniciam uma greve geral que envolveu cerca de 30% dos condados da Coreia do 
Sul e contou com cerca de 2,3 milhões de participantes22, em oposição à política de coleta 
forçada de arroz. A greve foi reprimida com força, levando a milhões de prisões e a fuga 
forçada de líderes comunistas para o Norte. Conforme as relações entre os EUA e a URSS se 
deterioraram, em meados de 1947, o Comitê foi deixado de lado e Rhee, sendo o político 
mais proeminente da direita e forte apoiador de eleições separadas para o Sul, ascendeu em 
status perante o governo, que se voltará para ele por conta de seu extremo anticomunismo. 
 
20 Foi após este evento e antes de seu retorno a Coreia do Norte que Kim Il-sung foi escolhido como figura 
máxima, mesmo havendo outros guerrilheiros de patente mais alta presentes. Esta escolha se deu, 
principalmente, pela sua reputação (ele já havia ganhado o título de herói durante a resistência aos japoneses) e 
força pessoal. 
21 MacArthur foi um importante chefe militar durante a Guerra do Pacífico, líder da ocupação americana na 
Coreia e futuro comandante das tropas da ONU na Guerra da Coreia. 
22 Vu, 2007, p.34 
17 
 
“O anticomunismo extremo e consistente de Rhee havia valido a pena. [...] todas as 
alternativas moderadas foram eliminadas ou expulsas da Coreia do Sul em 1950, deixando o 
extremista de direita Rhee no comando.” (VU, 2007, p. 34) Assim sendo, em 1948 é fundada 
a República da Coreia, que têm a base do seu sistema político na Comissão Governamental. 
Ela foi construída nos últimos meses da ocupação americana. A República Popular 
Democrática da Coreia, por sua vez, foi fundada em 9 de Setembro de 1948, 3 semanas após 
o nascimento do Estado sul-coreano. Contudo sua formação se difere da de sua nação-irmã, 
conforme apontam Visentini et al (p. 50-51): 
No breve espaço de tempo entre o colapso da administração colonial japonesa e a 
chegada das autoridades de ocupação estrangeira, os coreanos tentaram criar suas 
próprias organizações políticas, tanto na capital como nas províncias. Contudo, por 
causa da rapidez do processo, as organizações locais que emergiram tomaram uma 
variedade de formas e nomes, as quais ficaram conhecidas, genericamente, como 
Comitês Populares (inmin wiwonhoe). Os soviéticos reconheceram a autoridade 
dos comitês populares, ao mesmo tempo que tentavam torná-los mais favoráveis a 
suas políticas. Assim, diferentemente da firme autoridade exercida pelos EUA no 
sul, de agosto de 1945 a janeiro de 1946,a URSS não chegou a estabelecer qualquer 
tipo de administração central, mas sim um governo provisório misto, no qual a 
Administração Civil Soviética (ACS), criada em agosto de 1946, coordenava-se 
com os Comitês Populares. 
Figura 1 - Polarização Política das Coreias 
 
Fonte: Vu, Tuong 
3.2. A REPÚBLICA DA COREIA 
Conforme visto anteriormente, a polarização política resultou no banimento daqueles 
pertencentes a partidos políticos e grupos de esquerda. Para além, os grupos moderados 
também foram eliminados do espectro político sul-coreano resultando, assim, na 
sobressaliência dos conservadores e políticos anticomunistas. Deste modo, 
O poder político se concentrava agora nas mãos de um restrito grupo que 
compartilhava uma intensa ideologia anticomunista. A participação desses 
colaboradores, incluindo burocratas coloniais, policiais, latifundiários e industriais, 
em um novo governo liderado por um líder ferozmente anticolonial não foi uma 
coincidência, mas o resultado da polarização ao longo de linhas ideológicas. Ao 
mesmo tempo, a supressão bem-sucedida dos C.P. locais e movimentos de massa 
permitiu que o novo Estado não apenas construísse uma nova estrutura centralizada 
apesar do caos, mas também reviver instituições burocráticas e coercitivas 
coloniais desintegradas, reorganizá-las sob o comando coreano, testá-las em 
batalhas e reorientá-los para a repressão do comunismo. (VU, 2007, p. 35) 
18 
 
O governo Rhee, apesar de ter conseguido eliminar a oposição política, continuava a 
sofrer restrições institucionais e oposição organizada, realizada por um pequeno grupo do 
PDC na Assembleia Nacional. Ademais, a Assembleia Nacional - eleita durante o GM e que 
continha desde 1948 o direito de eleger o presidente e aprovar o primeiro-ministro, assim 
como outras autoridades constitucionais significativas - era o principal órgão controlador do 
poder de Rhee. (VU, 2007) 
Isto não impediu, contudo, que Rhee construísse uma rede de confiança com os 
burocratas, criasse aparatos de Estado coercivos, assassinasse seus oponente ou mesmo 
eliminasse a coalizão esquerdista23. O que garantiu, segundo Vu (2007), que o sistema 
político garantisse a dominação estatal a longo prazo e criasse um ambiente social favorável 
ao capitalismo. 
Em dezembro de 1948, após a revolução comunista, foi declarada a Lei de Segurança 
Nacional que, segundo Seo (1996, p.85-86 apud VU, 2007, p.37) era voltada a “qualquer 
associação, grupos ou organizações que conspiram contra o Estado”. Com a lei declarada, 
Rhee agora tinha o poder de controlar a imprensa, banir atividades políticas de organizações 
religiosas e de sindicatos trabalhistas, além de poder aprisionar ativistas antiamericanos e 
efetivamente todos os esquerdistas. (REEV, 1963, p.41 apud VU, 2017, p. 37) 
Em 1958, Rhee reformulou ainda mais a lei, dando aos policiais autoridades mais 
amplas para “suprimir os comunistas”. Quando os legisladores dos partidos de 
oposição organizaram uma greve para protestar contra essa lei, os seguranças de 
Rhee os retiraram da Assembléia e os trancaram. Enquanto os seus apoiadores na 
Assembleia Nacional aprovaram o projeto de lei. [...] Rhee interveio para proteger 
altos funcionários da polícia, mobilizou seus partidários para protestar contra a 
Assembléia e ordenou a prisão de sete membros da assembléia, incluindo o vice-
presidente, aparentemente por serem comunistas. (VU, 2007, p. 37) 
Assim, Rhee eliminou a oposição parlamentar enquanto mantinha os aparatos estatais. 
A partir de 1949 Rhee buscou implementar um programa de reeducação maciça que visava 
monitorar, registrar e reeducar aqueles suspeitos de terem conexões com organizações 
esquerdistas. Este programa era chamado de Podo Yongmaeng, que significa mantendo a 
aliança, e resultou na prisão de cerca de 300.000 pessoas24. Resumidamente, “Ao isolar, 
aterrorizar e manter a vigilância da esquerda, Rhee efetivamente eliminou sua influência e 
institucionalizou a submissão social de longo prazo” (idem, 2007, p.37) 
 
23 Vu, 2007 
24 Seo, 1996, p.104-106 apud Vu, 2007, p.37 
19 
 
3.3. A REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA DA COREIA 
A formação do Estado norte-coreano se diferencia da formação sul-coreana, conforme 
visto anteriormente, principalmente em função da política de ocupação soviética. Contudo a 
divisão política da região não era tão diferente da ao sul do paralelo 38. Os CPs eram 
divididos, majoritariamente, em 3 forças políticas: os comunistas, os cristãos nacionalistas e 
os cheondoítas25. Deste modo, os partidos que compunham os CPs eram o Partido 
Democrático Choson - que era composto pelos cristãos nacionalistas -, o Partido dos Amigos 
- que era compostos pelos cheondoítas-, e o movimento comunista, que por sua vez era 
dividido em duas principais vertentes: os leninistas ortodoxos e os nacionalistas maoístas. 
O primeiro passo em direção à unificação dos movimentos comunistas existentes 
foi dado na Conferência dos Membros de Partidos Comunistas Coreanos e 
Entusiastas nas Cinco Províncias do Noroeste que ocorreu em Pyongyang, de 10 a 
13 de outubro de 1945. O encontro resultou na criação de um novo Partido 
Comunista da Coreia (PCC). Além disso, a Conferência contou com a destacada 
presença de Kim Il-sung, que defendeu ativamente, em oposição aos “leninistas 
ortodoxos”, a formação de uma coalizão política ampla, independente de classe 
social, em bases nacionalistas, compondo uma “frente unida nacional” para 
reconstruir e reunificar o país (na mesma linha do que ocorria nas Democracias 
Populares do Leste Europeu). Naquele momento, as propostas de Kim foram 
rejeitadas em prol da visão mais ortodoxa, defendida por O Kisop, que queria 
estabelecer a revolução com base na luta de classes, conforme pregava o leninismo 
clássico. A posição mais abrangente e nacionalista de Kim Il-sung ganhou força 
em fins de 1945, convergindo com a visão soviética. (VISENTINI et al, 2015, p. 
52) 
A partir desta mudança, o PCC começou a focar na eliminação dos vestígios feudais e 
coloniais e na unificação do povo coreano, a favor da classe operária. Assim, segundo 
Armstrong (2003, p.60) “[...] a nação tornou-se uma espécie de substituto para a classe 
operária como sujeito primordial da revolução, um movimento que poder ser chamado de 
‘nacionalismo proletário’”. Assim sendo, o movimento se tornaria mais parecido com o 
maoísmo ao se voltar mais para a mobilização popular, especialmente em detrimento da 
influência chinesa exercida durante a guerrilha da Manchúria na liderança esquerdista. 
A influência soviética, por sua vez, se demonstra, de acordo com Lee (1996) na crença 
de Kim que a mudança deveria ocorrer de cima para baixo, ou seja, que ainda que a liderança 
do PCC devesse se atentar às demandas da população, não deveria ser a massa que ditaria a 
mudança conforme dizia Mao Tsé-tung. Assim, segundo Armstrong (2003, p. 65) 
O comunismo coreano de Kim era populista, mas não continha os exageros 
espontaneístas e, mesmo anarquistas, do comunismo chinês de Mao. A Coreia do 
 
25 Seguidores do Cheondoísmo (em coreano Chong), religião nativa da região. 
20 
 
Norte, para o bem ou para o mal, teria, no longo prazo, uma política muito mais 
disciplinada e estável que a China comunista. 
Visentini et al. (2015, p. 54-55) indica como principal fator dessa mudança a influência 
e, posteriormente, fusão com a facção Yenan - veteranos coreanos da Revolução Chinesa -, 
também conhecidos como Exército Voluntário Coreano. E que, posteriormente, formariam o 
Novo Partido Popular Coreano, que pregava a inseparabilidade da revolução popular com a 
libertação nacional uma vez que este era fortemente influenciado pelo populismo camponês 
de Mao, conforme aponta Armstrong (2003, p.65). Foi através da fusão do Partido Comunista 
da Coreia com o Novo Partido Popular Coreano, que surgiu o Partido do Trabalho da Coreia 
do Norte (PTNC), em 1946. Este, por sua vez, se uniria a Partido do Trabalho da Coreia do 
Sul, em 1949, para formar o Partido do Trabalho da Coreia. 
No início de 1946, emergiu um regime de coalizão entre o PTCN, o Partido 
Democrático Coreano e o Partido dos Amigos.Este viria a ruir com a implementação do 
tratado de Moscou, que gerou um confronto entre os soviéticos e os nacionalistas 
conservadores e a prisão de Cho Man Sik -um dos antigos líderes do movimento nacionalista 
coreano-. Isto fez com que Kim a convocasse a Conferência dos Líderes dos Partidos Norte-
Coreanos a fim de criar uma administração governamental central sobre o nome de Comitê 
Popular Provisório da Coreia do Norte. Assim, é neste contexto que 
[...] em novembro de 1946, foram realizadas eleições para o Comitê Popular 
Nacional da Coreia do Norte, não mais “provisório”, nas quais o PTCN, conquistou 
a grande maioria dos assentos, enquanto o PDC e o Partido dos Amigos alcançaram 
apenas uma pequena parcela da representação, ficando subordinada a Kim Il-sung. 
A partir daí se iniciou o processo de construção explícita do regime, com o controle 
de imprensa e a repressão aos cristãos e outras entidades que tivessem 
envolvimento político. Tal fenômeno (o enquadramento da oposição) atingia toda 
a península, em sentidos opostos, marcando o acirramento do confronto entre 
revolução e contrarrevolução. 
Deste modo, foi possível controlar a oposição, permitindo que alguns partidos não 
comunistas continuassem a existir sobre uma frente única, contudo sem poder. Assim como 
a direita na Coreia do Sul, a intenção era eliminar os centro alternativos de poder. Entretanto, 
a implementação prática foi diferente, em detrimento dos grupos numericamente pequenos, 
e das práticas políticas de reeducação e reforma dos dissidentes políticos. Mesmo mais 
seletivo com sua violência, nem o Norte nem o Sul tiveram escrúpulos ao fazer uso da 
violência para fins políticos. (CUMINGS, 1997, p.253 apud VISENTINI et al, 2015, p.55) A 
República Popular Democrática da Coreia foi fundada em 9 de setembro de 1948, como 
resposta à fundação da República da Coreia três semanas antes. 
21 
 
4. GUERRA DA COREIA 
Conforme observado, a formação dos Estados Coreanos foi marcada pela polarização 
da elite e repressão das massas, principalmente na Coreia do Sul, fato este que se encontra 
entre os fatores causadores da Guerra da Coreia, que têm em sua raiz o contexto de 
polarização mundial pós Segunda Guerra Mundial - representada pela polarização política da 
península -, a colonização japonesa e a política de protetorado. Assim mesmo que a 
[...] Coreia do Norte tenha realizado os primeiros ataques, os pedidos repetidos e 
reiterados de Rhee por uma "marcha para o norte" podem ter contribuído para o 
aumento das tensões que levaram à guerra. Ele e Kim Il-sung supervisionaram as 
prisões e assassinatos em massa de cada regime. A violência intensificou o que já 
havia sido o antiamericanismo extremo ao norte e o anticomunismo extremo ao 
sul. As massas não foram espectadoras passivas: durante a guerra, milhões de 
norte-coreanos, especialmente latifundiários e cristãos, fugiram para o sul, 
enquanto muitos políticos de esquerda e ativistas do sul foram para o norte. Kim 
Il-sung foi salvo do ressentimento purulento dos cristãos do norte enquanto Rhee 
ganhou um eleitorado fortemente anticomunista. A guerra homogeneizou as duas 
sociedades e reforçou suas elites extremistas. (VU, 2007, p. 38) 
A Guerra da Coreia, iniciada no ano de 1950 e “terminada”26 em 1953 com o Acordo 
de Armistício, assinado em Panmunjon, foi o único conflito armado entre as potências polos 
da Guerra Fria. Este é facilmente divido, conforme aponta Cumings (2010, p. 11), em 3 
partes: a guerra em direção ao Sul, no verão de 1950; a guerra em direção ao norte, no outono 
e inverno de 1950; e, por último , a intervenção chinesa. 
A União Soviética apoiou a Coreia do Norte no início da guerra, dando-lhe armas, 
tanques e conselhos estratégicos. Mas a China logo emergiu como seu aliado mais 
importante, enviando soldados para lutar na Coreia como forma de manter o conflito longe 
de suas fronteiras e consolidar o comunismo na península, o que fica claro no telegrama 
enviado por Mao a Stalin em outubro de 1950. 
[o PCC] decidiu enviar parte de nossas tropas, sob o nome de Voluntários Chineses, 
para lutar contra os americanos e as forças de [Syngman] Rhee na Coreia e para 
ajudar os nossos camaradas coreanos. [...] Nós pensamos que este é um passo 
necessário, porque se permitimos que a Coreia seja ocupada pelos norte-
americanos, as forças revolucionárias coreanas serão completamente destruídas. 
Veremos então os invasoresamericanos mais desenfreados, o que será muito 
desfavorável para todo o Oriente. (Telegrama de Mao a Stalin em outubro de 1950 
apud MANNARINO; DOURADO, 2011, p. 1) 
As tropas enviadas por Mao foram constituídas por soldados de origem coreana que 
haviam lutado no Exército de Libertação Popular durante a Revolução Chinesa. Eles 
 
26 Devido a falta de um Acordo de Paz, a Guerra da Coreia perdura até hoje. 
22 
 
cruzaram a fronteira, em sua maioria, munidos de seus equipamentos o que, conforme 
apontam Mannarino e Dourado (2011, p. 4) é evidência da participação da China nos 
preparativos para a guerra. 
No dia 25 de junho de 1950 os norte-coreanos atacaram o sul, fazendo com que os sul-
coreanos, que se encontravam militarmente mais fracos, recuassem para o sul da península, 
culminando na conquista de Seul em semanas. Contudo, no dia 27, em uma decisão 
inesperada, os Estados Unidos declara guerra à Coreia do Norte, se juntando à guerra ao lado 
da Coreia do Sul. 
Aproveitando-se do boicote soviético ao Conselho de Segurança das Nações Unidas 
(CSNU) em razão da representação chinesa no CSNU - a época representada pela China 
Nacionalista (Taipé) ao invés da China Continental (Pequim) -, os Estados Unidos busca 
auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU) para a guerra. 
Deste modo, os Estados Unidos conseguiu levar ao CSNU a questão da Guerra da 
Coreia ao solicitar a este 4 coisas em seus projetos de resoluções: que fosse determinado que 
o ataque armado da Coreia do Norte - ocorrido em junho de 1950 - fosse considerado uma 
violação a paz; que fosse solicitado que a Coreia do Norte retirasse imediatamente suas forças 
do paralelo 38º; que os outros Estados Membros fossem convocados a prestar assistência 
militar à Coreia do Sul; e que fosse autorizado o comando unificado sobre a bandeira das 
Nações Unidas. 
É importante frisar que a resolução submetida ao CSNU não mencionava o Capítulo 
VII da Carta das Nações Unidas, que diz respeito a “ação relativa a ameaças à paz, ruptura 
da paz e atos de agressão” e onde estão estabelecidos as medidas de aplicação das decisões 
do conselho quando este não consegue solucionar um conflito por vias diplomáticas, 
conforme estabelecidos no Capítulo VI da Carta, sendo estes: embargo de armas, sanções 
econômicas e, em última instância, o uso da força. O capítulo VII só pode ser convocado em 
3 casos: quando há uma ameaça para a paz, uma violação da paz ou um ato de agressão. 
Deste modo, sem oposição no CSNU uma vez que a União Soviética não se encontrava 
presente para votar e o único outro aliado da Coreia do Norte no CSNU com poder de veto - 
a China -, se encontrava representada pelo governo não comunista - e, portanto, este se 
encontrava alinhado com as políticas dos EUA -, os Estados Unidos da América conseguiram 
passar seus projetos de resolução e formar as Forças das Nações Unidas na Coreia. 
A resolução passada inicialmente foi a Resolução 82, que determina que o ataque da 
Coreia do Norte “representa uma ruptura da paz”, “Apela à cessação imediata das 
23 
 
hostilidades;” e “insta as autoridades da Coreia do Norte a retirar imediatamente as suas 
forças armadas ao paralelo 38º”. Contudo, a Coreia do Norte não acatou com as solicitações 
do CSNU, levando a aprovação da Resolução 83 que reconhece o ataque como uma violação 
da paz dando respaldo à intervenção militar por parte das Nações Unidas. Além disto foi 
aprovado ainda a Resolução 84 que solicita o envio de tropas por parte dos Estados Membros, 
autoriza o uso da bandeira da ONU junto com a dos Estados membros da missão e, mais 
importante, reconhece o comando unificado desta sob o comando dos EUA. 
É importante frisar que mesmo operando sobre a bandeira da ONU, a Guerra da Coreia 
não pode e não foi caracterizada como uma operação de paz27 já que as forças não respondiam 
diretamente ao Secretário Geral e ocorreu o uso da força. Ademais, também não é 
considerada uma operação de execução sob o capítulo VII dado que o CSNU não tinha 
controle sobre a operação e a resolução passada no conselho não invocava o capítulo. 
O exército da ROK28 continua resistindo aos ataques enquanto o Comando das 
Nações Unidas iam se posicionando de maneira estratégica começando em Seul e 
indo rumo ao sul, passando por Pyeongtaek, Chochiwon, Taejon, Taegu e 
terminando em Pusan. Entretanto, os ataques da Coreia do Norte se mantinha fortes 
e com bastante sucesso, fazendo com que ganhassem espaço no sul da península. 
(SANTOS; PASSOS, 2014, p. 31) 
Em agosto de 1950 ocorreu uma das batalhas mais importantes da Guerra da Coreia, a 
Batalha no Perímetro de Busan. Era lá que o comando da ONU se organizava desde julho, 
tendo construído uma linha de defesa contra a Coreia do Norte. Tendo passado os últimos 
meses lutando contra ataques cada vez mais intensos, as tropas da ONU chegaram a lutar por 
suas vidas, sem conseguir executar estratégias muito grandes enquanto a RPC fazia seu 
caminho em direção a Busan. (SANTOS; PASSOS, 2014, p. 32) 
As tropas da ONU não só conseguiram manter sua posição como causaram a retirada 
das tropas norte-coreanas em meados de setembro depois de causar a perda de grande parte 
dos homens do exército norte-coreano. Conseguiram ainda garantir o abastecimento de 
 
27 As operações de paz são divididas, tradicionalmente, em 3 categorias: peacebuilding, peace keeping e peace 
enforcement, cada uma têm um caráter específico estipulado na resolução do Conselho de Segurança que 
autoriza a missão. Scortegagna e Ribeiro (2019) apontam que no que tange o uso da força as operações de 
peacebuilding não podem fazer uso da força a não ser em casos de legítima defesa e são caracterizadas pela 
busca da transição de uma autoridade soberana a outra de modo que o aparato estatal possa continuar a 
funcionar, enquanto as operações de peacekeeping têm o objetivo de “preservar a paz após o término do conflito 
e auxiliar na implementação do acordo” (Scortegagna e Ribeiro, 2019, p. 8) e podem se utilizar da força para 
defender a si mesmos e ao mandato, e as operações de peace enforcement “tem caráter coercitivo e mais 
agressivo pois utiliza a força de forma precisa e tática” (Scortegagna e Ribeiro, 2019, p. 11) 
28 Os autores utilizaram a escrita e siglas em inglês, deste modo deixo aqui seus equivalentes em português: 
ROK (Republic of Korea) = RC (República da Coreia), Pyeongtaek = Pyeongtaek, Pusan = Busan, seoul = 
seul. 
24 
 
suprimentos, além da chegada de novas tropas. Foi em setembro, também, que novas tropas 
da ONU chegaram no porto de Incheon - que se encontrava atrás das linhas inimigas -, o que 
mudaria completamente o curso da guerra. 
É a partir de então que entramos no segundo momento da guerra, quando as tropas da 
ONU passam a recuperar o território tomado pela Coreia do Norte, avançando em direção ao 
paralelo 38º. Tendo recuperado a capital após uma das mais memoráveis operações militares 
da história dos EUA, a Batalha de Incheon, os sul-coreanos se deparam com o dilema: 
declarar vitória, uma vez que já avisam recuperado seu território inicial, ou seguir com a 
guerra e unificar a península. 
Assim, a Organização da Nações Unidas passa a Resolução 376 que autoriza o avanço 
das tropas para buscar a unificação do território coreano. Além disso, a resolução trata ainda 
de outros tópicos como novas eleições que visam a instituição de um governo democrático 
para a Coreia unificada e o fim da ação das tropas da ONU no território. 
Deste modo, as tropas da ONU, sob o comando americano, seguem em direção ao 
norte, o que precipita a entrada ativa da China no conflito. Agora, com as tropas se 
aproximando da fronteira com a China, o envolvimento da China passa de uma 
responsabilidade ideológica para uma questão de segurança nacional, já que representava um 
risco para o governo. (MANNARINO; DOURADO, 2011, p. 6) “Neste contexto se dá a 
entrada do Exército Chinês da Libertação Popularno conflito, forçado a evacuação das tropas 
sul-coreanas a partir do norte.” (GEIGER, 2017, p.119). Assim sendo, a partir de outubro de 
1950 milhares de voluntários chineses se juntam ao exército norte-coreano, assim como 
pilotos soviéticos que auxiliaram nas batalhas aéreas. 
O apoio das Forças Comunistas Chinesas ficou evidente quando estes deram sua 
primeira ofensiva. Os americanos, que acreditavam que a guerra estava chegando 
ao fim com a conquista do lado norte da península, custaram a acreditar no que 
ocorria. Isso somente demonstrava o quão forte era a aliança entre a Coreia do 
Norte e a China, principalmente por conta de sua aproximação política. (SANTOS; 
PASSOS, 2014, p. 33) 
Deste modo, nos encontramos agora no terceiro momento da guerra: a intervenção 
chinesa, e é com ela que temos uma nova mudança no rumo da guerra. Com o apoio das 
tropas chinesas os norte-coreanos passam a forçar o recuo das tropas da ONU, que chegam a 
bater em retirada, abandonando Seul. É a partir deste momento que a guerra começa a ser 
travada por pequenas batalhas, fazendo com que os principais territórios (Seul e a área do 
paralelo 38) ficasse ora sob domínio do sul, ora do norte. 
25 
 
Neste ponto, já havia se tornado óbvio que as tropas do sul não conseguiram unificar a 
península sem arriscar que uma nova guerra mundial estourasse. Truman substitui MacArthur 
pelo General Matthew Ridgway,em março de 1951, após MacArthur fazer uma declaração 
dizendo que não haveria um substituto para a vitória contra o comunismo em uma carta a 
Joseph Martin, líder republicano, que foi levada a público. 
A mudança na chefia não alterou o ritmo da guerra, que continuava a ser travada por 
pequenas batalhas - com exceção de um ataque em massa realizado pelos norte-coreanos em 
abril de 1951 (250 mil homens, organizados em 27 divisões) que levou as tropas da ONU 
para 40 milhas ao norte de Seul, e novamente em maio -, e tinham se concentrado na região 
do triângulo de ferro (região das cidades de Cheorwon, Pyongyang e Kumagawa) e durou até 
junho de 1951. 
Foi em junho de 1951 que Trygve Lie, Secretário Geral da Nações Unidas, realizou a 
primeira oferta de negociação de um tratado de paz. A proposta levou a URSS, através de 
seu delegado Jacob Malik, a propor um cessar fogo e Ridgway a convocar os chefes do 
exército norte-coreano e chinês para as primeiras conversas sobre o armistício. 
Segundo Goldstein e Maihafer (2000), as reuniões foram tumultuadas, considerando as 
opiniões conflituosas das partes,e demoraram até para construir a agenda. E, durante elas, 
por conta da presença de soldados socialistas em zonas neutras, o cessar fogo foi 
interrompido, levando ao retorno ainda mais violento dos conflitos armados. 
No ano de 1951 os rápidos movimentos e reviravoltas da guerra diminuem, o 
conflito fica mais localizado próximo ao paralelo 38°. Os combates, no entanto, 
atingem seu período mais sangrento. A Guerra da Coreia chega ao fim apenas em 
Julho de 1953 com a assinatura do Armistício em Panmunjom. A divisão existente 
no início da Guerra entre Coreia do Sul e Coreia do Norte foi mantida e dura até os 
nossos dias. Segundo Jonathan Spence o número de baixas foi enorme: 160 mil 
norte-americanos (incluindo mortos, feridos e desaparecidos), 400 mil da Coreia 
do Sul, 600 mil da Coreia do Norte e entre 700 a 900 mil chineses. (MANNARINO; 
DOURADO, 2011, p. 6) 
Mapa 5 - Fases da Guerra da Coreia 
26 
 
 
Fonte: LITTELL, McDougal 
Essa guerra provocou enormes sofrimentos e perdas para o povo coreano - cerca 
de dois milhões de militares e três milhões de civis morreram. Isso criou uma 
geração inteira de viúvas e órfãos e uma perda maciça de infraestrutura da qual a 
Coreia custou a se recuperar. Uma grande campanha de bombardeio aéreo [se] 
iniciou com o General MacArthur no comando, ordenando a destruição de qualquer 
aspecto de infraestrutura e sociedade humana, mesmo casa de aldeias, na Coreia 
do Norte. A capital, Pyongyang, foi praticamente destruída. A guerra nada 
resolveu, obteve pouco além de destruição, com os dois estados rivais no final 
ainda se enfrentando após um acordo de cessar-fogo ao longo do paralelo de 
latitude 38. (Mason, 2017, p. 305) 
O armistício de 1953 foi assinado entre o Comando da ONU, os norte-coreanos e os 
chineses, com a recusa do governo sul-coreano, segundo Geiger (2017), de assinar o tratado. 
Neste, foram traçados os aspectos beligerantes e militares do cessar-fogo e a criação da Zona 
Desmilitarizada (ZDM) ao redor do paralelo 38º (demarcado no mapa anexo ao tratado e 
especificado no art. 1§ 2º), conforme visto abaixo 
Os signatários, o comandante-em-chefe do Comando das Nações Unidas, por um 
lado, e o Comandante Supremo do Exército do Povo da Coreia e o comandante dos 
Voluntários do Povo Chinês, por outro lado, no interesse de parar o conflito 
coreano, com sua grande labuta de sofrimento e derramamento de sangue em 
ambos os lados, e com o objetivo de estabelecer um armistício que assegurará a 
cessação completa das hostilidades e de todos os atos da força armada na Coreia 
até que um acordo pacífico final seja alcançado, acordam individualmente, 
coletivamente, e mutuamente em aceitar e vincular e reger pelas condições e termos 
de armistício estabelecidos nos seguintes artigos e parágrafos, que as referidas 
condições e termos pretendem ser de caráter puramente militar e dizem respeito 
27 
 
apenas aos beligerantes na Coreia: [...] 1. Uma linha de demarcação militar será 
fixada e ambos os lados deverão se afastar por dois (2) quilômetros desta linha de 
forma a estabelecer uma zona desmilitarizada entre forças opostas. Uma zona 
desmilitarizada deve ser estabelecida como uma zona de prevenir a ocorrência de 
incidentes que possam levar a uma retomada das hostilidades. (Preâmbulo e Artigo 
1 § 1º do Acordo de Armistício coreano, 1953) 
Contudo, a escolha do governo sul-coreano de não assinar o armistício não quis dizer 
que este não o respeitaria ou que não participaria de nenhum outro acordo que buscasse a paz 
no Pacífico. Assim, no dia 1º de outubro de 1953, o governo sul-coreano e o governo dos 
EUA viriam a assinar o Tratado de Defesa Mútua entre os Estados Unidos e a República da 
Coreia. Onde lê-se: 
As partes no presente Tratado, 
Reafirmando seu desejo de viver em paz com todos os povos e governos, e 
desejando fortalecer o tecido da paz na região do Pacífico, 
Desejando declarar pública e formalmente sua determinação comum de defender-
se contra ataques armados externos, de modo que nenhum agressor potencial possa 
estar sob a ilusão de que qualquer um deles esteja sozinho na área do Pacífico, 
Desejando reforçar ainda mais os seus esforços de defesa colectiva para a 
preservação da paz e segurança, enquanto se aguarda o desenvolvimento de um 
sistema mais abrangente e eficaz de segurança regional na região do Pacífico; 
ARTIGO I 
As Partes comprometem-se a resolver quaisquer controvérsias internacionais em 
que possam estar envolvidas por meios pacíficos, de tal maneira que a paz 
internacional, a segurança e a justiça não sejam ameaçadas e a absterem-se, em 
suas relações internacionais, da ameaça ou uso da força de qualquer maneira 
inconsistente com os Propósitos das Nações Unidas, ou obrigações assumidas por 
qualquer Parte em relação às Nações Unidas. (Preâmbulo e Artigo 1 do Tratado de 
Defesa Mútua entre os Estados Unidos e a República da Coreia, 1953) 
“A Declaração de Panmunjom incluiu ainda um compromisso conjunto histórico 
de cooperar no estabelecimento de um regime de paz permanente e sólido na 
península coreana, pondo fim ao atual estado de armistício que persistiu desde que 
os combates cessaram na Guerra da Coreia há mais de 60 anos. Como parte desses 
esforços, os líderes concordaram em realizar o desarmamento de forma faseada, 
através da redução de tensões militares e medidas de fortalecimento da confiança, 
e de realizar reuniões de três partes, envolvendo a Coreia doNorte, a Coreia do Sul 
e os Estados Unidos. ou reuniões de quatro partes, envolvendo também a China, 
dentro de um ano. O objetivo seria declarar o fim da guerra e transformar o 
armistício em um tratado de paz. Finalmente, e o mais importante de tudo, os 
líderes do sul e do norte-coreano confirmaram o objetivo comum de realizar, 
através da desnuclearização completa, uma Península Coreana livre de armas 
nucleares.” (Moon, 2018) 
5. UNIFICAÇÃO, SUNSHINE POLICY E O PROGRAMA BALÍSTICO 
NORTE-COREANO 
Tendo em vista o cessar-fogo do conflito em 1953, a península passou a viver uma era 
de relativa estabilidade até o fim da Guerra Fria. Com o fim desta, a agenda internacional 
passou a se focar em diferentes tópicos que não a bipolaridade Comunismo vs. Capitalismo 
para, por exemplo, a agenda de desarmamento. Isto levou levou à alteração da agenda 
nacional e internacional das Coreias. Estas passam então, a ter uma participação mais ativa 
28 
 
no cenário internacional, o que fica evidente pelo número de tratados assinados por elas a 
partir de 1963. 
A República da Coreia ratificou o total de 10 tratados de desarmamento29 antes da 
virada do milênio, enquanto a República Popular Democrática da Coreia ratificou 530. Em 
1º de julho de 1968 a República da Coreia assinou o Tratado de Não Proliferação de 
Armamentos Nucleares (TNPAN), que foi ratificado em 23 de abril de 1975. E, similarmente, 
a República Popular Democrática da Coreia fez o mesmo, em 12 de dezembro de 198531. 
Contudo, a ratificação do TNPAN por parte da Coreia do Norte não se deu sem uma 
série de promessas do governo dos EUA. Essas incluíram a construção de dois reatores 
nucleares (até 2003) e a criação da Organização de Desenvolvimento Energético da Península 
Coreana, que comprometeram os EUA, a RC e o Japão a fornecerem o know-how e os meios 
financeiros (US $ 5 bilhões ) para a construção dos respectivos reatores. 32 
No âmbito nacional, após o cessar-fogo, ambos os lados voltaram-se para políticas de 
unificação. Planejando para o dia em que conseguiriam reunir todo o povo coreano sob um 
único regime. É a partir deste momento que, segundo Bleiker (2001), o mito da 
homogeneidade identitária toma um papel central para a compreensão da continuidade das 
tensões na península. 
Para ser mais preciso, os dilemas atuais de segurança podem ser vistos como 
emergentes de uma tensão fundamental, mas largamente ignorada, entre a ideia de 
identidade coreana e sua aplicação prática bastante diferente. Uma visão forte e 
quase mítica da homogeneidade permeia as duas partes da Coreia. Retrata a divisão 
da península como um perturbação temporária da identidade coreana e pressupõe 
que a unificação eventualmente recuperar a unidade nacional perdida [...] Em 
contraste com essa homogeneidade mítica, encontramos a realidade de meio século 
de divisão política, durante a qual as duas Coréias desenvolveram identidades que 
não são apenas distintas, mas também articuladas em direta e gritante oposição 
umas contra as outras.(BLEIKER, 2001, p. 123) 
Ainda segundo Bleiker (2001, p.129) neste aspecto, as abordagens sul-coreanas à 
unificação são um ótimo exemplo de tensão entre a prática identitária de oposição e o mito 
da homogeneidade. Estas podem ser divididas em 2 linhas estratégicas, uma linha dura em 
relação a RPDC, visando minar o regime de maneira rápida, levando-o ao colapso para 
posterior absorção. E uma linha mais suave, e amplamente aceita, baseada em uma 
aproximação gradual que impediria o colapso súbito do regime norte-coreano e as 
 
29 UNODA, [s/d]a 
30 UNODA, [s/d]b 
31 Em 2003, o governo norte-coreano denunciaria o tratado e viria a se retirar deste. 
32 INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, 1994. 
29 
 
subsequentes consequências deste. Deste modo, o segundo cenário se popularizou entre as 
grandes potências envolvidas no conflito coreano. 
Destarte, em 1998 foi-se estipulada a Política de Envolvimento Abrangente para a 
Coreia do Norte, que ficou conhecida pelo nome de Sunshine Policy (Política do Brilho do 
Sol). O termo Sunshine Policy é originado do fábula de Esopo “O Vento do Norte e o Sol”33, 
uma metáfora usada por Kim Dae-jung após sua eleição, onde ele “sugeriu metaforicamente 
que, como na famosa fábula de Esopo, ele usaria a ‘luz do sol’ como veículo para persuadir 
a Coreia do Norte a desistir de sua hostilidade e acabar com seu isolamento 
internacional.”(LEVIN; HAN, 2002, p.23). 
A essência da Política do Brillho de Sol foi derivada de Ostpolitik, um famoso 
esforço de normalização da Alemanha Ocidental em relação à Alemanha Oriental, 
no qual o governo da Alemanha Ocidental reconheceu a Alemanha Oriental não 
apenas como uma nação normal e independente, mas também como uma nação 
muito próxima. [...] Com base na política bem-sucedida da Alemanha Ocidental, 
que levou à bem-sucedida unificação com a Oriental, o Presidente Kim apresentou 
três princípios fundamentais para a Política Sunshine, considerando a singularidade 
da península coreana. (MIN, 2017) 
Segundo Levin e Han (2002, p.23-24), em seu discurso inaugural, Kim já iniciaria uma 
mudança em relação a Coreia do Norte ao definir a reconciliação e cooperação com o governo 
norte-coreano como uma das prioridades de sua administração. E, posteriormente, viria a 
banir a palavra unificação das políticas de seu governo para com a República Popular 
Democrática da Coreia com o intuito de evitar criar o medo no governo norte-coreano de ser 
absolvido. 
 Deste modo, passou-se a utilizar termos como Política de EnvolvimentoAbrangente. 
Assim, a administração Kim “comunicou duas mega-mensagens: que os objetivos de sua 
administração seriam a coexistência pacífica, não a unificação; e que suas políticas 
procurariam tranquilizar o regime norte-coreano, não minar a confiança, nas boas intenções 
da Coreia do Sul.”. 
Para alcançar tal objetivo, a sunshine policy estipulou 3 princípios guias, sendo eles: a 
política de tolerância zero a provocações armadas do Norte; a não absorção do Norte pelo 
Sul, e; a busca por cooperação ativa por parte do Sul. Estes foram criados para comunicar 
que apesar da manutenção da postura sul-coreana, ela buscaria não provocar a queda do 
regime norte-coreano. Pelo contrário, buscaria aumentar a colaboração bilateral e facilitar as 
 
33 Min, 2017 
30 
 
interações de Pyongyang com Washington, Tóquio e o resto da comunidade internacional. 
(LEVIN; HAN, 2002, p.24) 
De modo a implementar a política do brilho d sol, segundo Han (2002, p.41), foram 
estipuladas 5 tarefas a serem realizadas a fim de desmantelar a antiga estrutura da Guerra 
Fria na península coreana. São elas: eliminação da desconfiança e do confronto entre as 
Coreias em prol de uma reconciliação e da cooperação; normalização das relações entre a 
Coreia do Norte, os Estados Unidos da América e o Japão; remoção das armas de destruição 
em massa da península assim como uma política de controle de armas mais significativa no 
processo de desmantelamento das estruturas remanescentes da Guerra Fria; abertura e 
transformação da RPDC em favor de uma economia de mercado, bem como a facilitação de 
outros países para criação de um clima propício à mudança política norte-coreana, e; a 
substituição do Tratado de Armistício Coreano por um Tratado de Paz, e que a unificação de 
facto da península deveria ser realizada anteriormente a unificação de jure. 
A nova abordagem de Kim recebeu amplo apoio dos aliados da Coreia do Sul - 
uma tendência que é exemplificada pelo relatório do ex-secretário de Defesa dos 
EUA, William Perry. Requisitado pelo presidente Clinton para conduzir uma 
extensa revisão da política dos EUA em relação à Coreia do Norte, Perry e seus 
colaboradores concluíram, em outubro de 1999, que “uma revisão fundamental da 
política dos EUA era de fato necessária” [...] O resultado mais espetacular dessas 
novas e mais tolerantes abordagens dos EUA e da Coreia doSul, sem dúvida, 
ocorreu entre 13 e 15 de junho, quando o Presidente Kim Dae-jung visitou 
Pyongyang para se reunir com Kim Jong-il, o Secretário Geral do Partido dos 
Trabalhadores da Coreia. Há, é claro, uma variedade de fatores que levaram à 
reunião de cúpula, não menos a necessidade desesperada da Coreia do Norte de 
assistência econômica depois de cinco anos de fome devastadora que teriam 
causado a morte de cerca de 2 milhões de pessoas, ou cerca de 10 por cento da 
população. Mas, independentemente de suas causas, os eventos diplomáticos que 
ocorreram na Coreia nos últimos dois anos são de importância histórica e 
significam um grande passo para a redução da tensão militar nesta perene parte 
volátil do mundo. (Bleiker, 2002, p. 130) 
Como fruto da sunshine policy foi realizada a primeira cúpula inter-coreana, entre os 
dias 13 e 15 de junho de 2000, em Pyongyang. Onde foi-se assinado a Declaração Conjunta 
Sul-Norte (2000), que lê: 
Os líderes do Sul e do Norte, reconhecendo que a reunião e as conversas da cúpula, 
as primeiras desde a divisão do país, foram de grande importância na promoção do 
entendimento mútuo, desenvolvendo as relações Sul-Norte e realizando a 
reunificação pacífica, declararam o seguinte: 
1. O Sul e o Norte concordaram em resolver a questão da reunificação por iniciativa 
própria e por meio dos esforços conjuntos do povo coreano, que é o senhor do país. 
2. Reconhecendo que há elementos comuns na proposta do Sul para uma 
confederação e na proposta do Norte de uma federação de baixo escalão como 
fórmulas para alcançar a reunificação, o Sul e o Norte concordaram em promover 
a reunificação nesse sentido. 
31 
 
3. O Sul e o Norte concordaram em resolver prontamente questões humanitárias, 
como a troca de visitas de familiares e parentes separados por ocasião do Dia 
Nacional de Libertação de 15 de agosto e a questão dos ex-prisioneiros de longo 
prazo que se recusaram a renunciar ao comunismo. 
4. O Sul e o Norte concordaram em consolidar a confiança mútua promovendo o 
desenvolvimento equilibrado da economia nacional por meio da cooperação 
econômica e estimulando a cooperação e o intercâmbio nos campos cívico, 
cultural, esportivo, de saúde pública, ambiental e todos os demais. 
5. O Sul e o Norte concordaram em manter um diálogo entre autoridades relevantes 
no futuro próximo para implementar o acordo acima expedito. 
O presidente Kim Dae-jung convidou cordialmente o presidente da Comissão de 
Defesa Nacional, Kim Jong-il, para visitar Seul, e o presidente Kim Jong-il decidiu 
visitar Seul no momento apropriado. 
Neste sentido, Moon relata: 
Ele normalizou com sucesso as relações inter-coreanas, e os dois líderes 
concordaram em “manter diálogo e negociações em vários campos, inclusive em 
alto nível, e tomar medidas ativas para implementar os acordos alcançados na 
Cúpula”. Eles estabelecerão um escritório de ligação conjunto com representantes 
residentes de ambos os lados e incentivar a cooperação ativa, intercâmbios, visitas 
e contatos em todos os níveis. Eles também concordaram em continuar com os 
programas de reunião para famílias divididas entre a Coréia do Norte e a Coréia do 
Sul, por ocasião do Dia da Libertação Nacional em 15 de agosto. Haverá medidas 
práticas para conectar e modernizar ferrovias e estradas, com base em um acordo 
de 2007.” (Moon, 2018) 
Conforme aponta Straub (2018, p.18-19) nos meses que se seguiram, realmente 
ocorreram diálogos entre as Coreias contudo estes não resultaram em um progresso 
significativo nas relações intercoreanas. Ademais, com o início da administração Bush, o 
governo norte-coreano se tornou cada vez mais não-colaborativo em relação ao governo sul-
coreano - resultando no fim da colaboração na península no final do ano 2000. Assim se 
manteve a relação entre as Coreias até que, em outubro de 2002, foi revelado que o governo 
norte-coreano havia violado o acordo com os EUA - e o TNPAN - e seguido com o programa 
de enriquecimento de urânio para a produção de armamentos nucleares. Agora sobre a 
administração de Roh Moo-hyun, a sunshine policy seria renomeada peace and prosperity 
policy (política da paz e prosperidade). Entretanto não ocorreriam mudanças significativas 
nas diretrizes da política quando comparada à sunshine policy. 
“[...] a Coreia do Norte está desenvolvendo instalações nucleares capazes de 
produzir combustíveis para armamentos militares, e em 1998 testou um míssil 
balístico de longo alcance no Pacífico. Estima-se que esse míssil Taepodong tenha 
um alcance de 2.000km - o bastante para atingir toda a Coreia do Sul e grande parte 
do Japão. O programa nuclear da Coreia do Norte foi suspenso em 1994 quando os 
governos americano, japonês e sul-coreano concordaram em prover a Coreia do 
Norte com dois reatores nucleares de água leve - um tipo não adequado para 
extração de material para armamentos militares - e 500.000 toneladas ao ano de 
óleo combustível até que os reatores estivessem funcionando. Contudo os Estados 
Unidos renunciaram a esse acordo em 2002, com base no fato de que a Coreia do 
Norte havia retomado seu programa de armas nucleares.” (Mason, 2017, p. 308) 
32 
 
No entanto, a resposta de Kim Jong-il à busca de reconciliação de Roh com o Norte 
limitou-se em grande parte à cooperação em dois dos projetos assinados por Kim 
Dae-jung, ambos os que acumulam divisas para o Norte. Kim Jong-il continuou a 
permitir que os sul-coreanos fizessem uma excursão pela cênica área do Monte 
Kumgang, na Coréia do Norte, e cooperou na abertura e expansão do parque 
industrial de Kaesong, no norte, onde as empresas sul-coreanas empregavam a 
fábrica norte-coreana a baixo custo. Quanto ao resto, os norte-coreanos usaram a 
desculpa de que uma política hostil dos EUA tornou infrutífero o engajamento com 
o que consideravam como um sul não totalmente soberano. Assim, não foi até 
outubro de 2007 que Kim Jong-il finalmente concordou com uma visita de Roh a 
Pyongyang para uma única reunião. A cúpula ocorreu apenas dois meses antes da 
eleição presidencial sul-coreana, resultando em acusações da oposição na Coreia 
do Sul e suspeitas generalizadas de que Kim e Roh estavam tentando influenciar o 
resultado a seu favor. (STRAUB, 2018, p.19) 
Conforme dito anteriormente, em outubro de 2002, foi descoberto que a Coreia do 
Norte havia violado múltiplos acordos ao reativar seu programa nuclear secretamente. Dois 
meses depois, o governo norte-coreano anuncia a reativação de sua planta nuclear em 
Yongbyon e, em janeiro de 2003, denuncia e se retira do Tratado de Não Proliferação de 
Armas Nucleares. Com o aumento da tensão na região, em agosto de 2003, inicia-se uma 
tentativa diplomática para lidar com questão da segurança da região, o Six Party Talks34. 
[...] A Coreia do Norte, a partir de janeiro de 2002, deu início a um processo de 
reformas econômicas e aberturas, sob o rótulo de Melhoria da Gestão Econômica, 
dando início a um processo de ajustes domésticos na economia norte-coreana e 
buscando formas de inserção gradual na economia capitalista internacional. No 
entanto, a partir do reconhecimento de que se tinha retomado os processo de 
enriquecimento de urânio, a Coreia do Norte, em janeiro de 2003 retirou-se do 
Tratado de Não Proliferação Nuclear e retomou sua estratégia de "Diplomacia 
Nuclear" e instalou as preocupações regionais e internacionais sobre um possível 
desastre nuclear. (OLIVEIRA, 2005, p.2) 
O Six Party Talks foi uma cúpula entre a Coreia do Norte, a Coreia do Sul, a China, os 
Estados Unidos da América, o Japão e a Rússia que não atingiria grandes resultados até 2005, 
quando os países assinam uma Declaração Conjunta na qual a Coreia do Norte se 
compromete a abandonar sua busca por armamento nuclear e implementar as medidas de 
segurança da Agência Internacional de Energia Atômica. 
Contudo, em 2006 o governo norte-coreano realiza seu primeiro teste nuclear e testa 7 
mísseis de curto, médio e longo alcance. Resultando na condenaçãoe em sanções do 
Conselho de Segurança da ONU. Straub (2018, p.9), relata a reação dos membros do Six 
Party Talks da seguinte maneira: 
Embora a Coreia do Norte tenha testado seu primeiro dispositivo nuclear no ano 
anterior, mesmo tendo concordado em princípio com as negociações do Six-Party 
em Pequim de desistir de seu programa de armas nucleares, a única referência ao 
 
34 Council on Foreign Affairs, 2019. 
33 
 
problema na declaração conjunta foi uma promessa de “‘trabalhar’ juntos para 
implementar sem problemas a Declaração Conjunta de 19 de setembro de 2005 [já 
violada] e o Acordo de 13 de fevereiro de 2007 alcançado nas Six Party Talks.”. 
Esta segunda declaração conjunta foi consideravelmente mais detalhada do que o 
acordo intercoreano de junho de 2000, mas no custo de incorporar o que eram, para 
muitos sul-coreanos, disposições altamente controversas, como a criação de uma 
área de pesca conjunta na área disputada do Mar Ocidental (Mar Amarelo). [...]Na 
eleição presidencial de 19 de dezembro de 2007, o candidato conservador, Lee 
Myung-bak, venceu por uma margem de quase dois para um sobre seu oponente 
progressista. (Os eleitores foram motivados principalmente por preocupações 
sobre a economia e não por objeções ao apoio do candidato progressista à Política 
Sunshine). Como candidato, Lee não lançou uma ofensiva total à Política Sunshine, 
mas parece ter tentado dar aos eleitores a impressão de que suas opiniões sobre a 
Coreia do Norte não eram realmente "conservadoras". Como presidente, Lee 
também procurou melhorar as relações com Pyongyang incluindo uma reunião de 
cúpula com Kim Jong-il. Ele contestou, no entanto, quando os norte-coreanos em 
2009 exigiram dez bilhões de dólares e meio milhão de toneladas de alimentos para 
uma cúpula.(STRAUB, 2019, p.19-20) 
Em 2008, a Coreia do Norte já possuía 15 plantas nucleares e declarava ter 30 kg de 
plutônio, o que leva Washington arranjar conversas a respeito de uma verificação americana 
das plantas nucleares. Isto faz com que o governo americano a anuncie a retirada do país da 
lista de Estados patrocinadores do terrorismo e de algumas das sanções contra Pyongyang, 
como parte das negociações. Contudo, após um desentendimento em outubro, as conversas 
a respeito da verificação são suspensas. 
Em 2009 ocorre um novo teste balístico de longo alcance e o primeiro encontro bilateral 
entre representantes dos EUA e da RPDC. Em novembro de 2010, o governo norte-coreano 
anuncia uma nova centrífuga de enriquecimento de urânio e que estaria construindo um reator 
a base d’água. De modo que fica claro que, apesar das sanções internacionais implementadas 
contra o governo, este continua seguindo com seu programa nuclear, o que gera ainda mais 
tensão na península coreana. Neste ano, ocorre também o fim das relações econômicas entre 
as Coreias, após o governo norte-coreano negar ter matado 46 sul-coreanos em um ataque ao 
navio Cheonan. 
Em 2012, na Coreia do Sul, foi eleita Park Geun-hye, cuja política em relação a Coreia 
do Norte seguia a mesma linha “conservadora” de Lee. No início de seu mandato, novas 
sanções contra Pyongyang fora estipuladas pelo Conselho de Segurança da ONU após o 
lançamento de um foguete no final de 2011. Em resposta, o governo norte-coreano anunciou 
um novo teste nuclear, de um míssil de longo alcance cujo principal alvo seria os EUA. 
A Coreia do Norte realizou um teste nuclear em 12 de fevereiro de 2013, o terceiro, 
apenas duas semanas antes da inauguração de Park. Dois meses depois, Pyongyang 
produziu uma crise sobre o exercício militar anual sul-coreano e, em 8 de abril, 
ordenou que todos os seus trabalhadores abandonassem o parque industrial de 
Kaesong. Park manteve-se firme e Pyongyang finalmente devolveu os 
trabalhadores a Kaesong em 16 de setembro de 2013. (STRAUB, 2018, p.20) 
34 
 
Em 2017, sucedendo o governo Park, inicia-se a administração de Moon Jae In. Como 
presidente, Moon se aproveita de uma linguagem mais amena no discurso de ano novo de 
Kim para realizar a reabertura dos canais de dialogar inter coreanos, enviando um convite 
para que uma equipe norte-coreana participasse dos jogos olímpicos de inverno, que tinham 
como sede a República da Coreia. 
Trocando pouco mais do que olhares gelados com o vice-presidente dos EUA, nas 
olimpíadas, Mike Pence, a irmã mais nova de Kim apresentou uma carta a Moon 
que sugeria o interesse de seu irmão em melhorar as relações com os Estados 
Unidos. No início de março, logo após a conclusão dos Jogos Olímpicos, Kim 
recebeu calorosamente um grupo de enviados sul-coreanos a Pyongyang, liderados 
pelo conselheiro de segurança nacional sul-coreano, Chung Eui-yong. Depois de 
dois dias de reunião, Kim concordou em entrar no sul para uma cúpula intercoreana 
no final de abril. Ele também prometeu uma moratória sobre o teste de mísseis e 
testes nucleares, dependendo do diálogo com os Estados Unidos. Segundo os sul-
coreanos, Kim disse que a “desnuclearização da península coreana” era possível se 
a ameaça dos EUA ao seu país fosse removida. [...] Para a Coreia do Sul, a iminente 
ameaça de agressão norte-coreana durante as Olimpíadas de Inverno, bem como as 
preocupações de longo prazo sobre uma nova campanha de mísseis e testes 
nucleares norte-coreanos após a conclusão dos Jogos Paralímpicos no final de 
março, tornaram a engenharia uma forma de desanuviamento, um imperativo 
estratégico. Enquanto isso, a aparente mudança da Coreia do Norte provavelmente 
deriva da queda econômica resultante da campanha de pressão máxima de Trump, 
que cortou as importações de petróleo e as exportações de carvão, secou o fluxo de 
moeda forte e aumentou o preço das commodities no país. De acordo com 
funcionários do governo de Trump, as sanções levaram o preço do gás norte-
coreano a triplicar e reduziram as exportações do país em mais de US $ 2,7 bilhões. 
” (CHA; KATZ, 2018, p.89-90) 
Assim, dois meses após as olimpíadas, aconteceria de 3ª cúpula inter-coreana, pela 
primeira vez na Coreia do Sul. Esta foi a primeira vez que um líder norte-coreano botou pés 
na RC desde a Guerra da Coreia. Como resultado, foi-se emitida a Declaração Conjunta de 
Pyongyang, onde se lê 
Moon Jae-in, presidente da República da Coreia e Kim Jong-un, presidente da 
Comissão de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, 
realizaram a Reunião de Cúpula Inter-Coreana em Pyeongyang, de 18 a 20 de 
setembro de 2018. 
Os dois líderes avaliaram os excelentes progressos feitos desde a adoção da 
histórica Declaração de Panmunjeom, como o estreito diálogo e comunicação entre 
as autoridades dos dois lados, intercâmbios civis e cooperação em muitas áreas, e 
medidas de época para aliviar a tensão militar. 
Os dois líderes reafirmaram o princípio da independência e autodeterminação da 
nação coreana, e concordaram em desenvolver de forma consistente e contínua as 
relações inter-coreanas para reconciliação e cooperação nacional, e firmar a paz e 
a co-prosperidade, e fazer esforços para concretizar políticas a aspiração e a 
esperança de todos os coreanos de que a atual evolução das relações inter-coreanas 
leve à reunificação. 
Os dois líderes realizaram discussões francas e aprofundadas sobre várias questões 
e medidas práticas para avançar as relações inter-coreanas para uma nova e maior 
dimensão através da implementação da Declaração de Panmunjeom, 
compartilhando a visão de que a Cúpula de Pyeongyang será um marco histórico 
importante, e declaram da seguinte forma. 
35 
 
1. Os dois lados concordaram em expandir a cessação da hostilidade militar em 
regiões de confronto, como a DMZ, para a remoção substancial do perigo de guerra 
em toda a península coreana e uma resolução fundamental das relações hostis. 
[...]2. As duas partes concordaram em adotar medidas substanciais para avançar 
ainda mais nos intercâmbios e na cooperação, com base no espírito de benefício 
mútuo e prosperidade compartilhada, e de desenvolvera economia da nação de 
maneira equilibrada. 
[...]3. Os dois lados concordaram em fortalecer a cooperação humanitária para 
resolver fundamentalmente a questão das famílias separadas. 
[...]4. Os dois lados concordaram em promover ativamente intercâmbios e 
cooperação em vários campos, de modo a melhorar a atmosfera de reconciliação e 
unidade e demonstrar o espírito da nação coreana interna e externamente. 
[...]5. Os dois lados compartilharam a opinião de que a Península Coreana deve ser 
transformada em uma terra de paz livre de armas nucleares e ameaças nucleares, e 
que um progresso substancial nesse sentido deve ser feito de maneira imediata. 
(DECLARAÇÃO CONJUNTA DE PYONGYANG, 2018) 
6. ESTADOS UNIDOS, CHINA E A COREIA DO SUL NA 
CONTEMPORANEIDADE: A QUESTÃO DOS MÍSSEIS THAAD. 
A ameaça à segurança nacional sul-coreana intensificou-se, fazendo com que a aliança 
militar entre os EUA e a RC entrasse em ação. Assim, foi enviado à Coreia do Sul o sistema 
de defesa antimísseis THAAD (Terminal High-altitude Area Defense35) norte-americano. 
Entretanto, a decisão sul-coreana de receber o sistema THAAD não foi bem aceita pelo 
governo chinês, que viu no sistema uma ameaça a sua segurança nacional. 
Conforme dito anteriormente, o THAAD é um sistema defensivo. Este têm por objetivo 
destruir mísseis lançados a uma altitude mínima de 150 km. Enquanto o governo chinês têm 
diversas oposições a implementação do sistema, sua principal preocupação é com o radar 
AN/TPY‐2 X‐Band, que teria capacidade para detectar mísseis vindos da China e poderia 
“estar ligado a outras ameaças ao sistema de defesa de mísseis doméstico e degradar a 
capacidade do ELP36 Rocket Force de realizar um segundo ataque nuclear em uma guerra 
contra os Estados Unidos." (PANDA, 2017). 
No entanto, dois radares AN / TPY-2 com especificações semelhantes já foram 
instalados no Japão e o EWR de longo alcance de UHF baseado em AN / FPS-115 
Pave Paws, conhecido como o radar mais forte do mundo, foi construído em 
Taiwan em 2009. Apesar da instalação desses radares no Japão e em Taiwan, a 
China teve uma resposta muito mais forte à sua implantação na Coreia do Sul. Nos 
últimos meses, as autoridades chinesas têm expressado repetidamente suas 
preocupações e enfatizam que, embora a implantação do THAAD destina-se a 
proteger as 28.000 tropas americanas, a Coreia do Sul deve exercer o seu direito 
como Estado soberano e expressar a oposição.(WOO; BLOCK, 2015, p.1) 
 
35 Defesa Da Área De Alta Altitude Terminal 
36 Exército de Libertação do Povo 
36 
 
Existem ainda 4 discordâncias técnicas entre os governos chinês e sul-coreano. A 
primeira sendo a descrença do governo chinês na efetividade do sistema contra os mísseis 
norte-coreanos. E a segunda sendo à falta de acesso direto do governo sul-coreano ao sistema, 
de modo que este não poderia garantir que o território chinês não estaria ao alcance do radar. 
A terceira que “Seul afirma que os radares X-band são mais úteis na detecção de mísseis de 
entrada (em vez de de saída), enquanto Pequim sugere que aqueles na Coreia do Sul podem 
realmente fornecer informações críticas no lado traseiro de ICBMs chineses lançados em seu 
Nordeste.”. E a quarta a visão chinesa de que a implementação do sistema levaria Seul a se 
juntar ao sistema de defesa contra mísseis liderado pelos EUA. (HO, 2018, p.74-75) 
Outro motivo para a oposição chinesa é dado por Woo e Block (2015), que dizem que 
a China busca manter o atual status quo da região. Este sendo o de uma vantagem estratégica 
norte-coreana que, ao possuir seu próprio sistema de mísseis balísticos e de armas nucleares, 
está em uma situação superior à da Coreia do Sul, que depende da deterrence norte-americana 
para se proteger da ameaça. “Portanto, qualquer mudança nas capacidades de defesa da 
Coreia do Sul para deter os mísseis da Coreia do Norte mudaria a situação estratégica na 
região, o que é altamente indesejável para a China”. 
Deste modo, apesar das oposições chinesas, no dia 8 de julho de 2016 o governo sul-
coreano anunciaria a decisão de permitir a implementação do sistema THAAD em seu 
território. Assim, por conta da vulnerabilidade econômica sul-coreana em relação à China, o 
governo chinês iniciaria uma série de embargos não-oficiais à economia da Coreia do Sul. 
Esta vulnerabilidade se deve, conforme explica Ho (2018, p.73) a importância dada às 
relações sino-sul-coreanas 
[...] enquanto as relações econômicas eram a pedra angular das relações sino-sul-
coreanas antes e depois da normalização diplomática -complementaridade mútua e 
crescente interdependência caracterizaram a crescente comércio e investimento 
entre os dois - a rápida “ascensão” da China alterou significativamente estrutura 
das relações econômicas, introduzindo amplo espaço para as disparidades de 
dependência. O comércio bilateral aumentou de US $19 milhões em 1979 para US 
$239,9 bilhões em 2017, assim, a China é o principal parceiro comercial da Coreia 
do Sul e a Coreia do Sul tem sido o quarto maior parceiro comercial da China 
durante vários anos. Desde 1992, a Coreia do Sul não tem tido déficits comerciais 
com a China. Como Seul há muito valoriza o comércio, o investimento e o turismo 
como interesses nacionais centrais, a ascensão econômica da China significou uma 
crescente de vulnerabilidade para a Coreia do Sul 
Assim, com a decisão de Pequim de sancionar extraoficialmente o comércio sino-sul-
coreano a economia sul-coreana entrou num processo de recessão, tendo significativa 
diminuição nas áreas comercial e turística, em 2017, que haviam experimentado uma 
37 
 
expansão após a entrada do mercado chinês na economia sul-coreana até o ano anterior, 
conforme visto abaixo. 
 
Fonte: HO, 2018, p.73 
O embargo - iniciado em novembro de 2016, com uma série de proibições de entrada 
de atores e cantores sul-coreanos -, não seria levantado até o fim de 2017 e as relações 
comerciais entre os dois países não se normalizaram até 2018. Para que os embargos fossem 
levantados, o governo sul-coreano precisaria fazer 3 concessões ao governo chinês: a não 
implementação adicional do THAAD, a não utilização do sistema de defesa antimíssil dos 
EUA e a não aderência a aliança com os EUA e o Japão. Quanto a oposição chinesa a 
implementação do THAAD na península, Klingner (2015, p.2), diz 
A implantação do THAAD na península coreana aumentaria a defesa da Coreia do 
Sul contra ataques nucleares, biológicos ou químicos potencialmente catastróficos, 
além de impedir a capacidade de Pyongyang de se envolver em diplomacia 
coerciva. A decisão de implantar o THAAD é um direito soberano que Seul, que 
deve basear-se em objetivos de segurança nacional e nas necessidades defensivas 
da nação. Até o momento, o governo de Park Geun-hye se recusou a corrigir um 
déficit de segurança nacional devido à preocupação de agitar Pequim. Seul não 
deve subjugar a defesa de seus cidadãos à chantagem econômica de Pequim. Seul 
e Washington devem deixar claro para Pequim que as táticas chinesas de pressão 
seriam mais bem aplicadas a sua aliada Coreia do Norte, cujo desenvolvimento de 
armas e mísseis nucleares causou a Coreia do Sul e os EUA para tomar ações 
defensivas. 
38 
 
7. ESTADOS UNIDOS, CHINA E COREIA DO NORTE NA 
CONTEMPORANEIDADE: A QUESTÃO DAS CONVERSAS DE PAZ DE 2018 
De certo modo, os interesses de Washington e de Pequim na península coreana são os 
mesmos: desnuclearização e paz na região, um regime de crescimento econômico e líderes 
que mantenham boas relações com ambos os países. 
Entretanto, na prática, a animosidade sino-americana têm seu impacto nas perspectivas 
de unificação: a China, por exemplo, não é favorável a uma coreia unificada alinhada aos 
EUA. Porém o impacto dessa animosidade não fica somente no imaginário, tendo 
repercussões reais na atual tentativa de conciliação uma vez que 
Os esforços atuais para resolver a questão nuclear norte-coreana vêm no contextode uma relação cada vez mais antagônica entre Washington e Pequim. Os Estados 
Unidos classificaram a China como um "competidor estratégico" e os dois países 
estão envolvidos em uma guerra comercial e uma rivalidade tecnológica. Um dos 
principais desafios para os Estados Unidos é manter a coordenação com a China 
nos esforços em relação à Coreia do Norte, separados das discussões sobre outras 
questões bilaterais. (USIP SENIOR GROUP, 2019, p. 16) 
Sabendo da importância da China e dos EUA para a resolução do conflito, trataremos 
agora das medidas tomadas por estes para garantir a paz na região, no ano de 2018. Assim 
sendo, conforme visto anteriormente, as relações entre os governos norte-coreano e chinês 
são históricas, datando da península unificada e, posteriormente, da revolução chinesa. Tendo 
participado ativamente na formação da RPDC, a China se mantém como uma parceira 
estratégica do governo de Kim Jong-un. 
Por ser um dos poucos Estados dispostos a comercializar com a Coreia do Norte, além 
de ter assumido uma postura defensora no sistema internacional - principalmente no 
Conselho de Segurança impedindo a aprovação de medidas severas contra a Coreia do Norte 
-, o governo chinês é é um dos poucos a reconhecer o governo de Kim Jong-un como 
legítimo. 
Entretanto, no que tange à política externa chinesa em relação à Coreia do Norte, esta 
vem sofrendo alterações. Nos últimos anos, a China passou a apoiar as sanções contra 
Pyongyang, devido à sua insistência em desenvolver um programa de armamento nuclear, 
situação demonstrada através do seu apoio à Resolução 1718 do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas, em 2006. Apesar disto, as relações comerciais entre os Estados têm se 
mantido estáveis. A China é responsável por aproximadamente 90% das importações na 
balança comercial norte-coreana, provendo o Estado com energia, alimentos, entre outros. 
39 
 
A RPDC também tem participação na balança comercial chinesa. O país registrou, em 2017, 
uma queda de 16.7% de importações originadas na Coreia do Norte, após instituir uma série 
de restrições comerciais a diferentes setores econômicos como o setor têxtil e a comida 
marítima. Veja abaixo o volume de comércio entre China e Coreia do Norte (2000-2016) 
 
Fonte: ALBERT, 2018 
Assim sendo, conforme visto anteriormente, o governo chinês vem fazendo o máximo 
para manter o atual status quo da região - que o põe como um hegemon regional- enquanto, 
ao mesmo tempo, tem também buscado participar das negociações de paz do conflito. Neste 
sentido, a não-participação participação chinesa nas múltiplas conversas de paz de 2018 foi 
particularmente significativa. 
A China observará atentamente a cúpula Trump-Kim com a esperança de que 
passos cruciais sejam dados em direção à paz na península, que servem aos 
melhores interesses da China. Mas Pequim também está seriamente preocupada 
com os detalhes dos acordos, bem como com o papel que pode desempenhar 
enquanto as negociações avançam. Embora por muito tempo tenha desempenhado 
um papel significativo de mediador, Pequim precisou afastar-se e observar de fora 
o desenvolvimento desse importante problema de segurança para a região. Para se 
manter mais diretamente envolvido no processo, Pequim está pressionando para 
que a cúpula Trump-Kim ocorra na China, o que pode ser uma escolha racional, 
dada não apenas a conveniência do local para Kim, cujo avião especial é muito 
pobre para percorrer longas distâncias, mas também dado o papel histórico da 
China como mediador. (HUANG, 2018) 
40 
 
A cúpula contudo, viria a ser realizada em Cingapura, no dia 12 de junho de 2018. A 
cúpula resultou na confecção de um Documento Comum, assinado por ambos os líderes, no 
qual se acordou o seguinte: 
1. Os Estados Unidos e a RPDC se comprometem a estabelecer novas relações 
entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, de acordo com o desejo de paz e de 
prosperidade dos povos dos dois países. 
2. Os Estados Unidos e a RPDC unirão seus esforços para construir um regime de 
paz duradoura e estável na península coreana. 
3. Reafirmando a Declaração de Panmunjom de 27 de abril de 2018 (publicada em 
uma cúpula intercoreana, N.R.), a RPDC se compromete a trabalhar para a 
desnuclearização completa da península coreana. 
4. Os Estados Unidos e a RPRC se comprometem a recuperar os restos mortais de 
prisioneiros de guerra e desaparecidos em ação, incluindo a repatriação imediata 
daqueles já identificados. 
Ademais, foi também concordado a troca de visitas entre Trump e Kim e a continuidade 
das negociações, que serão realizadas pelo secretário de Estado dos EUA e um homólogo da 
RPDC. Para além disso, as sanções contra a Coreia do Norte serão mantidas até que possa 
ser averiguado que o armamento nuclear do país não é mais um risco e os exercícios militares 
conjunto dos EUA com a Coreia do Sul, que são considerados pelos norte-coreanos uma 
provocação e são pauta de contestação norte-’coreana a anos, serão suspensos. 
Contudo, o que ocorreu foi uma série de congelamentos e descongelamentos nas 
conversas de paz, levando a realização da segunda cúpula somente no ano de 2019, a 
continuidade do programa nuclear norte-americano e dos exercícios militares entre a Coreia 
do Sul e os EUA. 
8. CONCLUSÃO 
Conclui-se, portanto, que sem a intervenção das grandes potências regionais e 
internacionais em sua busca por novos mercados consumidores, mão-de-obra e matéria-
prima, dificilmente ocorreria a separação da península coreana. Mesmo que a Guerra (Civil) 
da Coreia ainda viesse a acontecer, é impossível analisar a história da Guerra da Coreia e não 
perceber que, sem a intervenção americana e posterior intervenção sino-soviética, esta teria 
terminado com a unificação da península sob um governo ou outro. Deste modo, pode-se 
dizer que a da Coreia não seria a mesma caso não ocorresse a intervenção das grandes 
potências. 
Para além, é sensato imaginar que a Guerra da Coreia não terá um fim até que se realize 
o que falharam em realizar em 1953 - fazer com que todas as partes envolvidas direta ou 
41 
 
indiretamente se sentem e dialoguem, de modo a sanar todos os medos e receios para que, 
enfim, possa-se chegar a um Acordo de Paz. 
 
42 
 
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