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1 TÉCNDEPILAÇÃO EPILAÇÃO HIGIENIZAÇÃO E DESCARTE DE MATERIAL E NORMAS DE BIOSSEGURANÇA PARA PROFISSIONAIS E CLIENTES Érica Alves A. de Carvalho Iniciar OLÁ! Você está na unidade Higienização e Descarte de Material e Normas de Biossegurança para Profissionais e Clientes. Conheça os conceitos de biossegurança e boas práticas e seus procedimentos operacionais, contribuindo para a segurança e qualidade dos serviços na área da beleza. Entenda os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de depilação e a importância das normas de vigilância sanitária para o pleno exercício da profissão. Aprenda a diferença entre assepsia e antissepsia, os métodos que devemos usar para proporcionar um ambiente limpo e seguro para a prática de depilação e o procedimento correto da higienização das mãos, a fricção antisséptica das mãos, a limpeza e a desinfecção de ambientes e a esterilização de materiais que entram em contato com o cliente. Compreenda a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e coletiva e os riscos e perigos no ambiente profissional. Conheça ainda os procedimentos fundamentais de descarte seguro de resíduos para preservação do ambiente. Bons estudos! 1 Conscientização, prevenção e biossegurança O crescimento na área da beleza fortaleceu o reconhecimento da profissão do depilador, gerando competitividade para o mercado de trabalho. As mudanças que ocorrem diariamente em sociedade nesse segmento passaram então a exigir do profissional uma melhor qualificação. O trabalho com o embelezamento eleva a autoestima das pessoas e é muito prazeroso, porém exige uma postura ética e de respeito com o cliente e consigo mesmo. É preciso entender os riscos da profissão, sobretudo pelas evidências científicas que apontam para a possibilidade de se contrair alguma infecção pela manipulação de instrumentos habitualmente utilizados em estabelecimentos de beleza e estética. É importante ter a formação profissional e muito conhecimento referente aos fatores de risco nas diversas formas de exposição, com o intuito de contribuir para a prevenção, minimização ou eliminação dos danos inerentes a todo tipo de atividade. Vamos tratar aqui dos procedimentos de higienização, limpeza e esterilização da área de embelezamento e especificamente da depilação. A Lei n.12.592/12 de 18 de janeiro de 2012 regulamenta as atividades dos diversos profissionais da área de bem-estar e beleza. Os profissionais de que trata essa lei deverão obedecer às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clientes. https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#section_1 2 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa - é uma agência reguladora, vinculada ao Ministério da Saúde e integrante do Sistema Único de Saúde - SUS. Tem por missão “promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada com os estados, os municípios e o Distrito Federal, de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde, para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira”. De acordo com o capítulo I, artigo 6º §1º, entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, tendo o controle da prestação de serviços que se relaciona direta ou indiretamente com a saúde (BRASIL, 1990a). Cuidar da saúde das pessoas e do trabalhador, garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável, é responsabilidade de todos, indivíduos e sociedades. 1.1 Prevenção e biossegurança O conceito de prevenção surgiu na década de 70. Havia na época grande preocupação com o profissional da beleza em relação à saúde do trabalhador contra riscos biológicos. Pensando na prevenção primária, a que engloba ações realizadas para evitar a ocorrência de doenças, suas estratégias são voltadas para a redução da exposição aos fatores de risco. Como nada melhor para compreender um tema além de conhecê-lo é saber os seus conceitos básicos e sua aplicação, vamos iniciar nosso estudo sobre biossegurança, analisando os conceitos e ideias fundamentais, compreendendo as implicações da saúde e bem-estar do profissional, dos clientes e do meio ambiente. A biossegurança é um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou, até mesmo, eliminar os riscos presentes nas atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Tem como finalidade a proteção à saúde por meio de órgãos governamentais e de suas respectivas políticas de saúde pública. Bio significa vida, então podemos entender que o segmento abrange toda a segurança e proteção à vida em diferentes atividades. Todas as medidas de segurança e ações do cotidiano que buscam proteção são atitudes de biossegurança. As medidas de biossegurança envolvem diferentes riscos e podem prevenir danos químicos, biológicos, ergonômicos e psicológicos. Mesmo com o avanço tecnológico presente no processo de trabalho na área da beleza, as falhas na biossegurança se fazem presentes no cotidiano, exigindo dos profissionais melhorias e qualificação de suas práticas, a necessidade de atualização dos conhecimentos e a ampliação das ferramentas de sensibilização e proteção dos trabalhadores e clientes. Um exemplo claro de ações destinadas à segurança ocorreu com a propagação do vírus H1N1 no mundo, que desencadeou a chamada “gripe suína” e despertou a população para a importância da prática de biossegurança na vida diária. Houve divulgação na mídia de técnicas clínicas de higienização das mãos, uso de material descartável e até assepsia com produtos antimicrobianos. 2 Ambiente de trabalho e seus riscos Vamos conhecer agora alguns conceitos de riscos em ambientes de trabalho. 3 2.1 Conceito de risco e perigo O glossário de NR 10, norma do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) define risco como “a capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas” (BRASIL,1978). Sendo assim, risco é a probabilidade de ocorrer um evento bem definido no espaço e no tempo, que causa danos à saúde. Em relação ao perigo, o glossário da NR 10, o define como “situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde por ausência de medidas de controle” (BRASIL,1978). Desse modo, perigo é a expressão de uma qualidade ambiental que apresente características de possível efeito maléfico para a saúde ou para o meio ambiente. 2.2 Riscos ocupacionais Os tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho de forma geral estão regulamentados pela Portaria nº. 25, de 29 de dezembro de1994, do MTE (Anexo IV – NR. CIPA), que classifica os cinco grupos (Brasil, 1994b): GRUPO 1 =>Apresenta os riscos físicos, como ruído, vibrações, as radiações ionizantes e não ionizantes, o frio e o calor, as pressões anormais e a umidade. GRUPO 2 =>Representa os riscos químicos, como as poeiras, os fumos, as névoas, as neblinas, os gases, os vapores, bem como substâncias, compostos ou produtos químicos em geral. GRUPO 3 => epresenta os riscos biológicos, como os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos. GRUPO 4 =>Representa os riscos ergonômicos, como os esforços físicos intensos, o levantamento e o transporte manual de pesos, a exigência de postura inadequada, o controle rígido de produtividade, a imposição de ritmos excessivos, o trabalho em turno e noturno, as jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, e repetitividade e outras situações causadores de estresse físico ou psíquico. GRUPO 5 => Representa os riscos de acidentes, como o arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, as ferramentas inadequadas ou defeituosas, a iluminação inadequada, a eletricidade, a probabilidade de incêndio deexplosão, o armazenamento inadequado, os animais peçonhentos e outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. Na área da depilação, a maioria dos riscos pode ser prevenido, minimizado ou eliminado por meio da adoção de medidas adequadas de biossegurança. 3 Controle de microrganismos Para fins didáticos, considerando a relevância do tema, abordaremos, a seguir, as terminologias básicas usadas no controle de microrganismo. LIMPEZA => Remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando-se meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em determinado período de tempo. Atenção! Superfícies limpas conseguem reduzir cerca de 80% dos microrganismos. 4 ASSEPSIA => Conjunto de procedimentos utilizados para evitar a infecção dos tecidos durante a intervenções cirúrgica. Engloba os seguintes procedimentos: esterilização, desinfecção e antissepsia. ANTISSEPSIA => Técnica de desinfecção química utilizada para promover a destruição ou a inativação dos microrganismos presentes na pele, nas mucosas, em tecidos vivos de animais ou humanos. Por exemplo, fazer antissepsia das mãos antes de realizar o procedimento de depilação. DERGEMAÇÃO => Técnica de retirada forçada dos microrganismos presentes na pele por meio do uso de antissépticos. Por exemplo o procedimento de passar o algodão com álcool antes da aplicação de uma injeção, ou antes dos procedimentos de depilação. DEDETIZAÇÃO => Adoção dos métodos ou produtos, físicos ou químicos, com a finalidade de matar ou inibir microrganismos patogênicos em superfícies ou ambientes, como salas de depilação, a ponto de não mais oferecer riscos de disseminação. DESINFECÇÃO => Processo que elimina a maioria ou todos os microrganismos patogênicos, que causam doenças, exceto os esporos bacterianos, em objetos inanimados. Utiliza-se processo químico por desinfetantes ou físico por temperatura. É classificado em níveis: baixo, médio e alto. Superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir cerca de 99% dos microrganismos. São exemplos de Desinfetantes: Álcool 70%, compostos fenólicos, quaternário de amônia, compostos liberadores de cloro ativo, ácido peracético, peróxido de hidrogênio. ESTERILIZAÇÃO => Remoção ou destruição total de microrganismos patogênicos e não patogênicos, presentes em determinado objeto ou material. O aquecimento é a técnica mais utilizada para destruir microrganismos. Por exemplo pinças utilizadas pelas depiladoras devem ser esterilizadas sempre após o uso, garantindo a segurança da próxima cliente GERMICIDAS => São agentes químicos, ou físicos capazes de eliminar os microrganismos. Por exemplo: fungicidas matam fungos e bactericidas matam bactérias. SANITIZAÇÃO =>Tratamento que ocasiona a redução de vida microbiana em equipamentos, até almejar níveis seguros de saúde pública SEPSE OU SEPTICEMIA => Contaminação bacteriana grave por microrganismos patogênicos. 3.1 Classificação dos serviços na área da saúde Segundo a terminologia básica da Anvisa, as áreas dos serviços de saúde se classificam em: Áreas críticas: Áreas que oferecem maior risco de infecção devido ao estado grave dos pacientes e aos procedimentos invasivos. Áreas semicríticas: São as demais áreas onde se encontram pacientes internados, mas cujo risco de transmissão de infecção é menor do que nas áreas críticas. Áreas não críticas: São todas as áreas não ocupadas ou transitadas por clientes. Lembrando que o risco de infecção do cliente está relacionado aos procedimentos a que ele é submetido, independentemente da área em que ele se encontra. Isso deve nortear o gerenciamento dos processos de limpeza e a desinfecção de superfícies, assim como a divisão de atividades, dimensionamento de equipamentos, profissionais e materiais afins. 5 3.2 Classificação dos artigos nos procedimentos na área da saúde Em relação aos artigos, são classificados como: Artigo crítico: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas. Artigo semicrítico: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou seja, machucadas. Artigo não crítico: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não machucadas. 4 Método de controle biológico Atualmente, existem métodos para o controle de microrganismos, sendo eles os vírus, as bactérias, os fungos, entre outros. Os métodos mais utilizados e indicados para área de depilação são os físicos e químicos. 4.1 Métodos físicos São vários os métodos físicos de esterilização. O método mais utilizado na área da beleza é o método físico por temperatura, para controle do crescimento e eliminação de microrganismos e constitui um dos métodos mais antigos eficientes. Essa técnica pode ocorrer pelo calor úmido ou seco. Método de esterilização por calor úmido Autoclave: Método de esterilização que requer um equipamento chamado autoclave. A esterilização em autoclave é alcançada após 45 minutos a 115ºC ou 15 minutos a 121ºC. Método de esterilização por calor seco Forno de Pasteur e estufas: Método de esterilização capaz de promover, dentro de uma câmara, aquecimento mais rápido, controlado e uniforme. Recomendado para materiais resistentes ao calor, como pinças utilizadas em procedimentos de depilação. No forno de Pasteur existe um termostato que regula a temperatura desejada. Dessa forma você pode utilizar as seguintes temperaturas: 121ºC por 12 horas; 160ºC por 2 horas e 170ºC por 1 hora. Fornos elétricos ou equipamentos com lâmpada ultravioleta não esterilizam os materiais de metal, como espátulas e pinças. 4.2 Métodos químicos Os métodos químicos de controle de microrganismos mais utilizados na área da beleza são: Sabão e detergentes: são utilizados nas primeiras etapas da desinfecção. Os álcoois: na concentração de 70% a 90%, possuem excelente aplicação para antissepsia da pele, a desinfecção de instrumentais, como pinças e espátulas. Nessa concentração estão classificados como nível intermediário. 5 QUALIDADE A qualidade é um valor subjetivo conhecido por todos e definido de forma diferenciada por diferentes grupos de sociedade. A qualidade de produtos e serviços assume diferentes apreciações e conceitos quando projetada a visão do cliente e do profissional. Do ponto de vista do cliente de um estabelecimento de beleza, a qualidade está associada ao valor e à utilidade recomendada do serviço como empatia com o profissional, agilidade e rapidez no atendimento, eficácia no tratamento, produtos utilizados, limpeza, higiene e 6 organização do ambiente, utilização de normas de biossegurança, além do custo do serviço. Do ponto de vista do profissional, a qualidade se associa à concepção de prestação de um serviço que vá ao encontro das necessidades do cliente, o que deve ser definido de forma clara e objetiva e definir os requisitos de qualidade. 5.1 Ferramentas utilizadas para a implementação de programas de qualidade Vamos conhecer agora as principais ferramentas para a implementação e uso de programas de qualidade. FLUXOGRAMA Permite o mapeamento individualizado de cada etapa de uma sequência de trabalho de forma detalhada ou de forma sintética, em que os setores envolvidos podem ser visualizados no processo. O objetivo principal do fluxograma é a padronização do processo na representação dos métodos, melhoria da leitura de rotinas, visualização dos responsáveis pelas atividades e setores envolvidos e identificação dos pontos mais importantes das atividades visualizadas, o que permite maior flexibilização e melhor grau de analise como do processo como um todo. Figura 1 - Fluxograma aplicado à área da belezaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 7 #PraCegoVer: A imagem apresenta um modelo de fluxograma que pode ser aplicado à área de beleza. Nele constam etapas, atividades e os profissionais responsáveis em cada ação. FOLHA DE VERIFICAÇÃO É um formulário estruturado para viabilizar e facilitara coleta e posterior análise de dados, sobre frequência de procedimentos. Um exemplo prático é a utilização da folha de verificação com a finalidade de anotar a frequência e outras informações na utilização da autoclave par esterilização de pinças, espátulas e outros instrumentais. Clique para abrir a imagem no tamanho original Figura 2 - Folha de verificação de utilização da autoclave em um estabelecimento de belezaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. #PraCegoVer: A imagem apresenta o exemplo de folha de verificação de utilização da autoclave em um estabelecimento de beleza. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) são documentos nos quais se registram os processos para o controle de dos itens mais críticos dentro de um estabelecimento. Devem servir como instrumentos para a padronização de processos e procedimentos. Devem conter as instruções sequenciais das operações e a frequência da execução, especificando o nome, a função dos responsáveis pelas atividades. Ao final da elaboração, os POPs aprovados datados e assinados pelo responsável do estabelecimento. Os POPs devem estar escritos de forma clara e objetiva, a intenção deve ser a de evidenciar facilmente a maneira como se executa o procedimento. Os itens a serem considerados nos POPs são os seguintes: 1. Objetivo: descrever nesse item os objetivos do documento. 2. Documento de referência: citar normas técnicas e legais que servem como base para o documento. 3. Campo de aplicação: descrever para quais setores ou áreas o procedimento se aplica. 4. Definições: definir termos usados. 5. Responsabilidades: citar quem serão os responsáveis pela execução do procedimento. 6. Descrição: nesta etapa devem ser descritos os procedimentos passo a passo. 7. Monitorização: citar como será feita a monitorização do procedimento. 8. Ação corretiva: descrever quais serão as ações corretivas para cada situação de não conformidade. Verificação: descrever de forma clara e objetiva, o quê, como, quando e quem executará os procedimentos. 6 Boas práticas 8 O conceito de boas práticas é compreendido pela união da biossegurança e pela gestão da qualidade e constitui, em um sentido amplo, o conjunto de ações que permitem materializar no cotidiano o sistema de qualidade na entrega dos serviços. Essas práticas compreendem de um lado, o cumprimento das diretrizes e normas para controle dos processos, de outro lado, as condutas por parte de todos, para um nível satisfatório de segurança diante dos riscos identificados envolvendo o profissional, o cliente e o meio ambiente. A interpretação de boas práticas e gestão da qualidade demanda estratégias de motivação, participação, comunicação e solidariedade indo além da conotação normativa, sendo assim, a criatividade, a liderança, e a participação também são boas práticas a serem disseminadas. 6.1 Boas práticas para o profissional Tão importante quanto ser especialista no que faz é ter uma boa postura e apresentação profissional. Nesse sentido, apenas o conhecimento técnico-científico não basta. É fundamental para os profissionais da área de beleza desenvolver com sensatez e competência suas atribuições, buscando novas formas de agir alinhados à conduta ética. Para tanto, os profissionais devem atentar-se para: Falar baixo Comunicar-se de forma clara e objetiva, evitando gírias. Agir com cordialidade e flexibilidade nas relações interpessoais. Cooperar com a equipe. Ser proativo na solução dos problemas. Valorizar e respeitar a diversidade. Manter o sigilo profissional no trato de informações. Não mascar chiclete durante o atendimento. Não comer, beber ou fumar no local de atendimento. Manter a higiene e asseio corporal. Manter a pele limpa Estar sempre com os dentes limpos e hálito saudável. Usar perfume suave. Usar maquiagem suave. Deixar o cabelo higienizado e preso, de forma que não atrapalhe a prática profissional. Manter as unhas limpas e curtas. Usar roupas discretas , sem decote a transparências , calça comprida e jaleco preferencialmente na cor branca ou clara Não utilizar adornos durante as práticas profissionais. PreviousNext São considerados adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. Importante: A NR 32 proíbe o uso de adornos pelos trabalhadores, principalmente os que mantêm contato com agentes biológicos. Os adornos acumulam microrganismos capazes de adoecer profissionais e clientes! 6.2 Higienização das mãos A higienização das mãos (HM) é o processo que tem por finalidade remover a sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e alguns microrganismos da pele. É a medida individual mais simples e de baixo custo para prevenir a propagação das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). IRAS atualmente é o que chamávamos de infecção hospitalar. O termo foi ampliado com o entendimento de que essas doenças não estão somente https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#carousel_0 https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#carousel_0 9 no hospital, mas também em qualquer local de atendimento à saúde, por exemplo, nos centros de embelezamento e consultórios odontológicos. Quanto mais esclarecimentos tivermos da microbiota normal da pele, melhor para realizarmos a higienização correta das mãos e aplicação das boas práticas. Se pensarmos na pele que reveste o nosso organismo, sabemos que ela isola componentes orgânicos do meio exterior, impedindo a ação de agentes externos de qualquer natureza, oferecendo a proteção imunológica de que precisamos. Devido à sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente, como fungos e bactérias, tais como: Microbiota infecciosa: Compõe microrganismos causadores de doenças, mais resistente à remoção pela higienização simples das mãos. Microbiota transitória: Pode compor microrganismos causadores de doenças, sobrevive por curto período de tempo, é removido pela higienização simples das mãos. Microbiota residente: Compõe microrganismos menos prováveis de infecções, vive permanentemente na pele, mais resistente à remoção apenas pela higienização simples das mãos. Vale lembrar ainda que fungos como Candida spp. e vírus da hepatite A, B, C, podem colonizar transitoriamente a pele, principalmente polpas digitais, após contato com clientes ou superfícies inanimadas. Uma pesquisa inédita sobre o “Custo das doenças do dia a dia”, feita em parceria com a Escola de Higiene Tropical de Londres, revelou que a família brasileira gasta, em média, R$ 1.151,55 por ano com episódios de doenças causadas por microrganismos, as quais poderiam ser evitadas pelo simples hábito de higienizar as mãos. Principais doenças detectadas pela pesquisa são: respiratória 33,3%, diarreicas 11,8% e infecções de pele 7,4%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a lavagem das mãos com sabonete pode reduzir infecções diarreicas em até 40%. As mãos são as principais ferramentas de trabalho do profissional da saúde e, portanto, a principal forma de transmissão de doenças. O termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. Existem quatro técnicas utilizadas para higienização das mãos na área da saúde, sendo elas: HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS Lavatório, água corrente, sabonete líquido neutro, papel toalha e lixo. HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS Lavatório, água corrente, sabonete líquido antisséptico, papel toalha e lixo. FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS Solução Antisséptica por exemplo, álcool 70% gel, espuma de clorexidina, dentre outros. Contraindicado quando as mãos estiverem visivelmente sujas, assim como sua utilização imediatamenteapós a higienização com água e sabonete, devido à remoção excessiva da oleosidade natural da pele e maior ocorrência de irritação, lesões e dermatites. ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS Realizada em processos cirúrgicos e procedimentos invasivos de alta complexidade. Relatório da Anvisa pontua que os profissionais da saúde higienizam as mãos menos da metade das vezes que deveriam e, desses, apenas 31% realizam a técnica de forma adequada. É preciso estar atento para realização adequada desta prática com a finalidade de minimizar os riscos de contaminação por agentes biológicos. Importante: antes de iniciar as técnicas, é necessário retirar os adornos (anéis, pulseiras, relógio, dentre outros), pois sob tais objetos acumulam-se microrganismos causadores de doenças! 10 De acordo com a Anvisa, seguem a seguir dicas de como higienizar as mãos com água e sabonete. 1. Molhe as mãos com água. 2. Aplique a quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos. 3. Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si. 4. Friccione a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa. 5. Entrelace os dedos e friccione os espaços entre os dedos. 6. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 7. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e vice-versa. 8. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra a mão esquerda, e vice-versa. 9. Enxágue bem as mãos com água. 10. Seque as mãos com papel toalha descartável. 11. No caso de torneira com fechamento manual, utilize sempre o papel toalha para fechar a torneira e jogue-o no lixo após o uso. 12. Agora suas mãos estão limpas. Essa ação deve durar o tempo de 40 a 60 segundos (ANVISA). Vejamos agora como higienizar as mãos realizando a fricção antisséptica com preparações alcoólicas. 1. Aplique a quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma das mãos em forma de concha, para cobrir todas as superfícies das mãos. 2. Aplique a preparação alcoólica nas mãos friccionando-as entre si. 3. Friccione a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa. 4. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 5. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 6. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e vice-versa. 7. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra a mão esquerda, e vice-versa. 8. Quando estiverem secas suas mãos estarão seguras. Essa ação deve durar o tempo de 20 a 30 segundos (ANVISA). Higienizar as mãos é uma prática de segurança e saúde que serve para todos. No entanto, os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantêm contato direto ou indireto com o cliente, devem redobrar esse cuidado e atenção. No ambiente profissional devemos realizar a higienização das mãos: Antes da realização de procedimentos assépticos, ou seja, livres de microrganismos. Antes e após o contato com o cliente. Antes e após calçar luvas. Após contato com áreas próximas ao cliente. Após risco de exposição a fluidos ou secreções corporais. Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas. Antes de comer ou manusear os alimentos. Antes e após ir ao banheiro. 11 Após assoar o nariz, tossir ou espirrar. Após tocar em animais ou nos seus dejetos. Após manusear lixos. Após usar os transportes e ambientes públicos. 6.3 Boas práticas na higienização das mãos Para a garantia das boas práticas na higienização das mãos, são recomendados alguns cuidados. Vamos conhecê-los agora: Garantir a presença de dispositivos visuais para incentivo das boas práticas de higienização das mãos. Disponibilizar lavatório ou pia, papel toalha, sabonete líquido e lixeira no local de atendimento. Ter um lavatório, preferencialmente, exclusivo para higienização das mãos. Ter uma torneira e lixeira, preferencialmente, acionadas por pedais ou demais dispositivos que dispensem o uso das mãos. Não utilizar toalha de tecido para secagem das mãos. Ter uma solução antisséptica (álcool gel 70%) no local de atendimento. 7 Equipamento de Proteção Individual – EPI A NR 32 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho) estabelece as diretrizes básicas para a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção dos riscos que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho. É dever do empregador disponibilizar todos os EPIs necessários e treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado, assim como é dever do profissional conservá-los e utilizá-los adequadamente. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não devem ser utilizados fora do local de atendimento. Assim como não pode ser guardado junto a objetos pessoais. Equipamentos como extintores de incêndio e autoclave oferecem proteção coletiva são considerados Equipamento de Proteção Coletiva (EPC). Os extintores, por sua vez, devem estar visíveis, bem sinalizados, em local acessível a todos e dentro do prazo de validade. Exemplos de tipos de extintores: Produtos químicos: extintores PQS de pó. 12 Eletricidade: extintores a gás CO2. Papéis: extintores de água comprimida. Existem muitos tipos de EPIs, e eles são utilizados de acordo com o grau e tipo de riscos. Os mais utilizados na área da beleza são: GORRO Indicado para proteção dos cabelos e couro cabeludo contra os riscos biológico e químico. Utilizado como método de barreira por evitar a queda dos cabelos e sujidades do couro cabeludo na área do atendimento. Deve ser descartado em lixo infectante quando estiver visivelmente sujo, rasgado ou úmido. ÓCULOS DE PROTEÇÃO Indicado para proteção dos olhos contra os riscos biológico, químico e físico. Devem ser leves, confortáveis, transparentes e fechados lateralmente. Após o uso devem ser lavados com água corrente e detergente neutro, e armazenados em local limpo e seco. MÁSCARA CIRÚRGICA Proteção das mucosas do nariz e boca contra microrganismos por gotículas presentes na fala, tosse ou espirro. Utilizada como método de barreira por evitar a exposição de secreções expelidas pela boca e nariz do profissional na área do atendimento. Deve apresentar boa qualidade de filtração e ser segura para uso no período médio de duas horas. Sempre trocar quando estiver visivelmente suja, úmida ou rasgada. Evitar tocar no rosto/máscara quando munido de luvas. Não colocar no pescoço, cotovelo ou cabeça. Homens devem aparar barba ou cavanhaque, objetivando garantir a correta vedação do EPI. Após uso, descartar em lixo infectante. LUVAS DE PROCEDIMENTO Protege as mãos contra os riscos de exposição aos agentes biológicos e químicos. Respeitar a técnica de calçar e remover as luvas. Não tocar desnecessariamente nas superfícies quando calçado com as luvas (abrir portas, atender telefone, dentre outros). Descartar em lixo infectante sempre que estiverem visivelmente sujas ou rasgadas.Trocar as luvas a cada atendimento (não esquecendo de higienizar as mãos antes e após o seu uso). Durante o mesmo atendimento, trocam-se as luvas na mudança do campo de trabalho/área corporal (sempre iniciando no local menos para o mais contaminado). Não calçar uma luva sobre a outra, não é indicado a utilização de duplo enluvamento. Não reutilizar as luvas. LUVAS DE BORRACHA CANO LONGO Protegem as mãos contra o risco de exposição aos agentes biológicos e químicos. Após o uso, devem ser lavadas adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após a completa secagem, armazenar emlocal limpo e seco. Trocar sempre que apresentar deformidades. JALECO Protege as vestimentas e corpo do profissional contra o risco biológico e químico. Necessário o uso em todos os atendimentos ou procedimentos. Não deve ser utilizado fora da área de trabalho (Lei Estadual 14.466/11). Quando estiverem visivelmente sujos, devem ser lavados adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após completa secagem, armazenados em local limpo e seco. AVENTAL DESCARTÁVEL DE MANGA LONGA Protege as vestimentas e corpo do profissional contra o risco biológico e químico em procedimentos que mobilizam maior quantidade de secreções ou dispersem partículas no ar. Trocar quando estiver sujo, úmido ou rasgado. Descartar em lixo infectante. SAPATO Protege os pés contra os riscos físico, químico e biológico. Necessário o uso em todos os procedimentos. Deve ser totalmente fechado, impermeável, resistente à puntura e preferencialmente de cor clara. Quando estiver visivelmente sujo, deve ser lavado adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após completa secagem, armazenado em local limpo e seco. Proteção das mucosas do nariz e boca contra microrganismos por gotículas presentes na fala, tosse ou espirro. Utilizada como método de barreira por evitar a exposição de secreções expelidas pela boca e nariz do profissional na área do atendimento. Deve apresentar boa qualidade de filtração e ser segura para uso no período médio de duas horas. Sempre trocar quando estiver visivelmente suja, úmida ou rasgada. Evitar tocar no rosto/máscara quando munido de luvas. Não colocar no pescoço, cotovelo ou cabeça. Homens devem aparar barba ou cavanhaque, objetivando garantir a correta vedação do EPI. Após uso, descartar em lixo infectante. 13 7.1 Boas práticas no uso de EPIs e EPCs Vamos conhecer agora as boas práticas na utilização de equipamentos de proteção tanto individuais como coletivos. Presença de EPIs e EPCs necessários para as práticas profissionais desenvolvidas. Todo EPI deve conter o Certificado de Aprovação (CA) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). EPIs não devem ser guardados junto a objetos pessoais. EPI descartável não deve ser reutilizado. Clique para abrir a imagem no tamanho original 8 Vacinação A vacinação se configura em uma medida de extrema importância para prevenção de doenças infectocontagiosas. Pesquisas revelam que o risco de o profissional da saúde contrair doenças no trabalho é muito grande, variando, desde doenças de pele (como as dermatites e micoses) até doenças mais graves e sem cura (como Hepatite B: risco de aquisição de infecção de 6% a 30%, HIV: risco de 0,2% a 0,5%; e Hepatite C: aproximadamente 1,8%). Recomenda-se para os profissionais da saúde as seguintes vacinas: Vacina dupla bacteriana do tipo adulto – dT: Protege contra a Difteria e o Tétano. Vacina hepatite B: Infecção do fígado (hepatite) causada pelo vírus da hepatite B. Influenza: Protege contra Gripes Sazonais SCR: Protege contra Sarampo, Caxumba/Parotidite Infecciosa e Rubéola. Varicela: Protege contra Varicela/Catapora). Todas essas vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de dúvidas, procure a Unidade de Saúde mais próxima ou a Vigilância Epidemiológica do seu município. Em relação às boas práticas de vacinação, precisamos estar atentos às recomendações: Carteirinha de vacinação atualizada. A vacinação não é um ato obrigatório, contudo, representa valiosa ferramenta de proteção para o profissional da saúde. 14 9 Ergonomia O campo da ergonomia atua na adaptação e/ou mudança do ambiente ao homem, objetivando a qualidade nas atividades diárias (dormir, praticar esportes, realizar afazeres domésticos etc.), no trabalho (posicionamento corporal, adequação de equipamentos etc.) e nos relacionamentos entre as pessoas (gentileza, comunicação assertiva, postura colaborativa etc.). Busca a garantia e manutenção da saúde física e mental, assim como da dignidade e prazer em viver e trabalhar. Consideram-se domínios da ergonomia: ERGONOMIA FISICA => Refere-se à postura no trabalho, manuseio de materiais e equipamentos, movimentos repetitivos, adequação do posto de trabalho, assim como Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dorts). ERGONOMIA COGNITIVA =>Refere-se aos processos mentais de percepção, memória, raciocínio, resposta motora aos estímulos ambientais e relacionamento interpessoal. ERGONOMIA ORGANIZACIONAL =>Refere-se ao gerenciamento de recursos físicos e humanos, objetivando a gestão da qualidade; tais como, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, cultura organizacional cooperativa e participativa. Na medida do possível, organize/planeje uma agenda de trabalho de forma que possibilite ao trabalhador a manutenção da sua saúde física e mental! Invista nas dicas ergonômicas abaixo! Em se tratando de cuidados, vejamos as dicas a seguir: Atenção à iluminação adequada Preservar a acuidade visual, mantendo conforto visual e precisão no trabalho. Optar pela luz branca, pois esta promove iluminação adequada para os processos de avaliação física do cliente em todos os procedimentos. Utilizar, preferencialmente, luminária com lupa, pois esta promove iluminação ajunta com aumento das áreas corporais, em procedimentos de maior precisão visual. Atenção aos ruídos Falar baixo e evitar conversa paralela durante o atendimento ao cliente, para um conforto auditivo, postura profissional e manutenção de ambiente relaxante. Utilizar música ambiente para relaxamento, em volume que não atrapalhe o diálogo. O nível de ruído aceitável para efeito de conforto é de até 65 dB. Atenção à temperatura ambiente Evitar o uso do ventilador devido à dispersão de partículas no ar. Preferir a utilização do ar-condicionado na temperatura efetiva entre 20ºC e 23 ºC e umidade relativa do ar não inferior a 40%. Organização do ambiente Armazenar, preferencialmente, os materiais pesados em armários e prateleiras alinhados à cintura, deixando os materiais leves abaixo da cabeça e acima do joelho. Organizar os produtos, equipamentos e mobiliários da assistência da sala de atendimento de modo acessível, não atrapalhando as práticas assistenciais. Manter no local apenas os materiais que forem utilizados na atividade exercida. Organizar fora da área de atendimento os produtos e equipamentos de limpeza, para redução do risco de contaminação. Posicionar e regular a maca corretamente, de modo que fiquem todos os lados alinhados aos padrões ergonômicos por práticas: (sentado – respeitando o ângulo de 90º dos cotovelos; em pé – no nível da cintura). Pausas 15 Evitar a ocorrência de Dorts e manutenção da saúde mental com atitudes simples: Respeitar as pausas para refeições. Evitar jornada de trabalho prolongada. Valorizar o período de férias. Atenção às posturas Favorecer o movimento corporal e biomecânica. Manter os joelhos flexionados sempre que aplicar pressão. Fazer uso de sapatos que beneficiem o posicionamento da coluna (fechado, antiderrapante, confortável, sem salto). Manter os ombros retos e alinhados, nunca encurvados. Antebraço alinhado à linha da cintura, evitar a sobrecarga das mãos utilizando o peso do corpo na aplicação de força. Manter as costas sempre eretas, ombros relaxados, mover o tronco por inteiro, não sobrecarregar ao adotar posturas com olhar para baixo e movimento só do pescoço. Atividades sentado Deixar o plano de trabalho ao nível adequado, trabalho de precisão, leve ou pesado. Manter os equipamentos e materiais ao alcance. Manter o corpo próximo da mesa. Deixar a costas eretas e ombros relaxados. Ter apoio para mãos e antebraços. Manter a mesa com pontas arredondadas. Não usar roupa apertada. Atividades em pé Ter uma altura do plano de trabalho adequada, trabalho de precisão, leve ou pesado. Deixar os equipamentos e materiais ao alcance. Garantir espaço suficiente para os pés. Evitar curvar as costas. Não usar roupa apertada. Alongamentos laborais Fazer alongamentos para aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões, proporcionando melhor utilização da capacidade funcional. Realizar exercícios antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho ou atividades. Exercícios compensatórios Evitar a ocorrência de Dorts. Realizar ao longo do trabalho e atividades, de acordo com os grupos osteomusculares mais utilizados nas práticas. Duram de cinco a dez minutos, média de quinze segundos por postura. Cordialidade e postura colaborativa Adotar uma postura profissional e ética, valorizando a construção coletiva, o trabalho compartilhado, a qualidade e segurança no atendimento. Comunicar-se de forma clara e objetiva. Ser cordial e flexível nas relações interpessoais. Cooperar com a equipe. Ser proativo na solução dos problemas. Valorização e respeito à diversidade. Sigilo profissional no trato de informações. Respeito à privacidade do cliente. Valorize os momentos de relaxamento e desaceleração, faça pausas restaurativas! Usufrua das férias anualmente, semanalmente reserve um tempo para o lazer e prática de atividade física e, diariamente, tenha pensamentos úteis e positivos, invista na alimentação saudável e no sono reparador. Exerça o autocuidado! 16 Vejamos a seguir as boas práticas da ergonomia: Ambiente organizado, com iluminação e ventilação adequada. Presença de depósito de material para limpeza. Maca e cadeira ajustáveis em altura e apoios. Pausa de quinze minutos a cada duas horas, pausa de sessenta minutos para refeições, férias anuais. Posturas adequadas. Realização de alongamentos laborais e exercícios compensatórios. Postura positiva e colaborativa. Clique para abrir a imagem no tamanho original 10 Acidente com material biológico Vejamos neste tópico a caracterização do acidente. Acompanhe conosco: Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra. Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível. Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material perfurocortante. 10.1 Profilaxia no caso de acidentes com material biológico Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue entrarem em contato, caírem ou respingarem na pele íntegra, não machucada: Lave imediatamente a parte do corpo atingida com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. Em caso de aparecimento de sintomas variados, procure ajuda médica. Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue, entrarem em contato, caírem ou respingarem na pele não íntegra, machucada, em mucosas, nos olhos, na boca; ou perfurou a pele, acidentes com materiais perfurocortantes: Lave imediatamente a parte do corpo atingida com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. E encaminhe a pessoa para atendimento médico especializado ou pronto atendimento imediatamente, preferencialmente no prazo de duas horas. O médico realizará a avaliação do risco de aquisição de doenças infectocontagiosas, poderá indicar ou não a quimioprofilaxia, administração de antirretrovirais, assim como fará o acompanhamento necessário ao caso. 11 Ambiente de trabalho 17 Os espaços físicos nos locais com atividades de estética devem respeitar e se adequar à legislação sanitária vigente objetivando garantir, ao profissional e seus clientes, segurança e qualidade nos serviços prestados. Deste modo, a legislação sanitária orienta: O estabelecimento deve ser independente da residência. Os locais de trabalho não poderão ter comunicação direta com dependências residenciais. As instalações prediais livres de trincas, rachaduras e infiltrações. Importante conservar as estruturas com a finalidade de não acumular poeira e/ ou umidade, ser meio de entrada de animais e insetos causadores de doenças, causar risco de acidente e incêndio; garantindo a segurança para o profissional e clientes. As áreas devem ser adequadas para cada atividade desenvolvida e possuir espaços específicos para o desenvolvimento adequado e seguro das atividades profissionais presentes, como sala de atendimento, recepção, sala para processamento de produtos, área para depósito de materiais de limpeza, dentre outros. As paredes e pisos devem ser lisos, impermeáveis, resistentes, de cor clara, e que permitam fácil limpeza e higienização. A cor clara facilita a identificação de sujeira e, também, contribui para a iluminação do ambiente. Móveis e bancadas devem ser revestidas com material não poroso, pois impedem a penetração e acúmulo de microrganismos e ser resistente à ação de desinfetantes. A iluminação deve ser adequada e proporcionar boa visibilidade e conforto. Garantir a ventilação natural com troca de ar com o ambiente externo, pois a ventilação contínua do ambiente para a área externa permite a renovação do ar, não confinando gases no seu interior. Quando houver ventilação artificial por ar-condicionado (este deve fazer renovação de ar com exterior), realizar limpeza periódica conforme orientação do fabricante, com finalidade de prevenir o acúmulo de sujeira no aparelho e provocar doenças respiratórias. Garantir um lavatório na área de atendimento para a prática de higienização das mãos dos profissionais e clientes. O local deve ser destinado à limpeza e descontaminação de materiais, no caso o Centro de Material e Esterilização (CME) para evitar a contaminação dos materiais limpos e acidentes. O estabelecimento deve ter um sanitário e apresentar condições de limpeza para todos os usuários. A água fornecida pela rede pública e presença de caixa d’água deve ser limpa a cada seis meses para garantir a continuidade do fornecimento de água (reservatório de água). A água deve ser potável, por isso, importante realizar a limpeza do reservatório periodicamente. Que os ralos estejam com condições de fechamento. A instalação de tela milimétrica ou proteção escamoteável, tipo abre e fecha, evita a entrada de insetos ou animais que podem transmitir doenças. Que o descarte da água utilizada seja feito na rede coletora de esgoto, pois é expressamente proibido o descarte de esgoto na rede de água pluvial. Seu descarte adequado reduz a poluição dos rios. Importante cuidar do descarte da água de chuva na rede pluvial, pois é expressamente proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais, da chuva, ou resultantes de drenagem nos ramais prediais de esgotos. Evita a sobrecarga da rede coletora de esgoto e problemas no tratamento. Os equipamentos e utensílios sejam resistentes e impermeáveis para evitar acúmulo de sujeira e proporcionar boa higienização e desinfecção. As as lixeiras estejam com sacos plásticos, munidas com tampa e acionamento por pedal para evitar o contato das mãos com os resíduos já descartados. Fundamental ter recipientes rígidos para descarte de materiais perfurocortantes, para manter em todas as salas com uso de perfurocortantes, como agulha, seringa, lâmina, entre outros, recipiente próprio para o descarte, evitando riscos de acidente no manuseio. 18 Importante ter uma instalação elétrica suficiente para o número de equipamentos para evitar o uso de “T” e/ou extensões que sobrecarregam as tomadas, isso garante maior segurança para o profissional e clientes aos riscos de curto-circuito que podem danificar equipamentos e a rede elétrica. A copa/cozinha seja exclusiva. O ambiente onde são realizadas as refeições não deve ser o mesmo onde se realizam atendimentos ou procedimentos técnicos. Assim como, não pode dar acesso direto a sanitários. Os produtos utilizados estejam registrados pela Anvisa. Os produtosdevem possuir rótulo com os dados do fabricante, CNPJ, número de registro no MS/Anvisa, lote, validade. Quando importados, apresentar rotulagem em português com os dados do importador, dados do fabricante, CNPJ, número de registro no MS/ Anvisa, lote, validade. A conferência dessas informações permite o rastreamento dos produtos. Os produtos fracionados sejam identificados para evitar uso inadequado e acidentes. 11.1 Limpeza e desinfecção de superfícies Em se tratando de limpeza e desinfecção de superfícies, vale saber que em serviços de saúde, onde o risco biológico está presente e circulam pessoas com costumes diversificados, faz-se necessário adotar procedimentos de higienização/limpeza diferentes dos comumente utilizados em ambientes domésticos. Limpe sempre as superfícies caracterizadas pelos mobiliários: bancadas, pias, macas, divãs, suporte para soro, balança, computadores, pisos, paredes, divisórias, portas e maçanetas, tetos, janelas, vidros, equipamentos, instalações sanitárias, grades de aparelho de ar-condicionado, ventilador, exaustor, luminárias, bebedouro, aparelho telefônico e outros. Superfícies sujas e empoeiradas, úmidas ou molhadas e com condições precárias de revestimentos, além de hospedar microrganismos e facilitar a sua proliferação, prejudicam a correta higienização e limpeza. Nesse sentido, o processo de limpeza e desinfecção de superfícies além de promover sensação de bem-estar, segurança e conforto aos clientes e profissionais nos serviços de saúde, colabora para a redução das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Iras). 19 É proibido no local de atendimento por desfavorecer a limpeza a presença de animas e plantas, paredes com texturas, piso de madeira, varredura seca, estofados com tecidos permeáveis e rasgados, lixeiras inexistentes ou inadequadas, alimentos no local, desorganização do ambiente, dentre outros. Em se tratando dos tipos de limpeza, temos: Limpeza e desinfecção concorrente Mais superficial e objetiva o controle do crescimento microbiano. Superfícies envolvidas: aquelas que entram em contato com o cliente (maca, mesa acessória etc.). Periodicidade: antes e após o atendimento. Materiais utilizados: compressas/TNT/papel toalha, desinfetante, água e detergente neutro. Método passo a passo: Realizar a higienização das mãos. Preparar os materiais que serão utilizados. Utilizar os EPIs apropriados. Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fontes potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente (visível): Remover seu excesso com papel toalha e descartá-lo no lixo infectante. Realizar a fricção do local com água e detergente neutro. Repassar e secar. Realizar a fricção mecânica das superfícies utilizando compressa/TNT/papel toalha com solução desinfetante, respeitando os princípios básicos (do mais limpo para o mais sujo, em sentido unidirecional). Utilizar todos os lados da compressa de forma única. Trocar a compressa de TNT ou papel toalha sempre que ela se apresentar visivelmente suja. Desprezar adequadamente a compressa de TNT ou papel toalha e luvas no lixo infectante. Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. Realizar a higienização das mãos. Limpeza e desinfecção terminal Mais completa, objetiva a remoção microbiana. Superfícies envolvidas: todas as superfícies horizontais e verticais, do teto ao chão. Periodicidade: mínimo de quinze dias em áreas semicríticas, com data/horário preestabelecido. Materiais utilizados: Compressas de TNT e panos, desinfetante, água, detergente neutro, balde e rodo. Método passo a passo: Realizar a higienização das mãos. Preparar os materiais que serão utilizados. Utilizar os EPIs apropriados. Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fontes potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente: Remover seu excesso com papel toalha e descartá-lo no lixo infectante. Realizar a fricção mecânica em todas as superfícies com água e detergente neutro, repassar e secar, respeitando os princípios básicos: Do teto ao chão (ação da gravidade). Do fundo da sala para a frente. Realizar a fricção mecânica de todas as superfícies com solução desinfetante. Desprezar adequadamente as compressas e EPIs descartáveis. Proceder adequada higienização dos EPIs não descartáveis, como as luvas de borracha de cano longo, óculos de proteção, botas ou sapato de segurança, avental impermeável. Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. 20 Realizar a higienização das mãos. Quando realizada a limpeza e desinfecção terminal das superfícies é obrigatório o seu registro no Manual de Rotinas e Procedimentos, que veremos como monta-lo criando um roteiro básico. Assim como se recomenda que estejam disponíveis/visíveis para verificação dos profissionais e clientes. Esses registros devem ser guardados pelo período de cinco anos para fins de fiscalização sanitária! Em se tratando de boas práticas de limpeza e desinfecção de superfícies, seguem algumas recomendações: Não utilizar adornos Utilizar EPIs apropriados. Registro da Anvisa em todos os produtos saneantes utilizados. Utilizar método compatível entre tipo de superfície e produto saneante (respeitando concentração e tempo de aplicação. Panos de limpeza de piso e panos de mobília individualizados tanto para limpeza leve quanto para limpeza pesada. Desinsetização periódica, semanalmente. Evitar atividades que favoreçam a suspensão de partículas, como os aspiradores de pó, ventiladores e varredura seca. Isolar áreas em reformas ou em construção. Retirar vasos com flores e plantas das áreas assistenciais objetivando evitar fontes de fungos. Prover registro da limpeza e desinfecção terminal, arquivando por cinco anos para fins de fiscalização sanitária. 12 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde Durante atividades diárias, descartamos muitos materiais que não apresentam mais utilidades, como papel, plásticos, vidro, folhas, metal, resto de alimentos, resíduos líquidos, sangue, secreções corpóreas, entre outros. Esses materiais que rotineiramente chamamos de lixo são os resíduos. A origem dos resíduos pode ser: doméstica ou residencial, comercial, público e fontes especiais (industrial, radioativo, aeroportos, resíduos de serviços de saúde, entre outros), porém independentemente da origem, todos os geradores são responsáveis por seus resíduos! 12.1 Responsabilidade compartilhada Dependendo de suas características, os resíduos podem ser perigosos quando gerenciados de forma inadequada, ou seja, podem causar prejuízos à saúde da coletividade, mortes e doenças, e ao meio ambiente. Por esse motivo a responsabilidade é compartilhada e 21 se estende dos geradores ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição final. Todas as pessoas e empresas devem se preocupar e cuidar dos resíduos por si produzidos. Reduzir o desperdício, separar e descartar corretamente os resíduos por tipo são ações importantes para sustentabilidade e necessárias para a manutenção da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente! Nas atividades de saúde, os resíduos gerados recebem o nome de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e, segundo as Resoluções Conama nº 358 (2005), são classificados por grupo, como segue: #PraCegoVer: A tabela apresenta os tipos de resíduos de serviços de saúde, separados por seus grupos, definições, exemplos e tipos de coleta. O gerenciamento dos RSS é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços de saúde, proporcionar-lhes encaminhamentoseguro e eficiente, assim como a proteção dos trabalhadores envolvidos. 22 Cuidados necessários e boas práticas para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: Grupo A: INFECTANTE Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento, CME e manipulação de secreções corpóreas. Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumínio etc.), possuir tampa com acionamento por pedal e ser identificado como lixo Infectante. Tipo de saco de revestimento: Saco plástico branco leitoso identificado com o símbolo infectante. Rotina de recolhimento interno: Três vezes ao dia (conforme protocolo institucional). Acondicionamento temporário: Deve ser de material rígido, lavável (lixeira, contêiner, abrigo de alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, fechado (com lacre, cadeado, chave etc.), identificado com o símbolo infectante, em local que facilite a coleta especializada. Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura Observação: Ao manipular o lixo infectante, é imprescindível o uso de EPIs e higienizar as mãos logo após o término da ação. Essas ações têm a finalidade de: 1. Evitar a contaminação das mãos com os resíduos já descartados. 2. Evitar a mistura dos resíduos. 3. Evitar a sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. 4. Evitar acidentes e contaminação. 5. Reduzir os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte dos resíduos. Grupo B: QUÍMICO Locais necessários para disposição do coletor/lixeira: Locais geradores de resíduos químicos (laboratórios, sala de revelação de raios X, dentre outros. Tipo de coletor/lixeira: Devem ser acondicionados em recipientes específicos, conforme seu estado físico e suas propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Rotina de recolhimento e armazenamento interno: Deve ser realizado por pessoas treinadas/capacitadas. O produto deve ser devidamente identificado (nome, símbolo de risco, quantidade, serviço de origem, responsável e data de descarte) e transportado e acondicionado temporariamente no abrigo para produtos químicos, até a coleta especializada. Essas ações têm a finalidade de: 1. Evitar a mistura dos resíduos. 2. Ao manipular o lixo químico, é imprescindível estar com EPIs apropriados. Após a manipulação, deve-se higienizar as mãos. Grupo C: RADIOATIVO Este tipo de resíduo não é encontrado em ambientes de depilação. Grupo D: COMUM: Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento/CME, copas, recepção, escritórios, banheiros, entre outros. Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumínio etc.) e identificado como lixo comum. Tipo de saco de revestimento: Saco plástico preto. Rotina de recolhimento interno: Uma vez ao dia (conforme protocolo institucional). Acondicionamento temporário: Deve ser de material lavável (lixeira, contêiner, abrigo de alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, identificado com o símbolo comum. Tipo de coleta: Comum pública. Observação: O lixo comum pode ainda ser separado em lixo orgânico, lixo não reciclável e lixo reciclável. Essas ações têm a finalidade de: 1. Evitar a mistura dos resíduos. 23 2. Evitar a sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. 3. Evitar contaminação ambiental e presença de insetos e animais. 4. Preservar o ambiente, reduzindo os materiais reaproveitáveis nos aterros sanitários. Grupo E: PERFUROCORTANTE Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais que utilizam perfurocortantes, como as salas de atendimento, CME etc. Tipo de lixeira/recipiente: Recipiente rígido específico para descarte de perfurocortantes, disponível no mercado em materiais de plástico ou papelão. Rotina de recolhimento interno: Deve ser recolhido antes de os resíduos perfurocortantes ultrapassarem a linha de segurança presente nos recipientes. Nesse momento, o recipiente deverá ser fechado, envolvido no saco branco leitoso e acondicionado temporariamente junto aos resíduos infectantes, até a coleta especializada. Acondicionamento temporário: Deve ser o mesmo do resíduo infectante. Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura. Cuidados no descarte de perfurocortantes: Devem ser descartados imediatamente após o uso. Não é permitido reencapar as agulhas e similares. Não é permitido retirar manualmente a agulha da seringa, sendo necessário descartar a seringa acoplada na agulha. Deve-se utilizar pinça apropriada para remoção de lâminas dos bisturis. Não quebrar ou entortar os materiais perfurocortantes após o uso. Utilizar recipientes de coleta adequados. No caso de recipiente de papelão, este deve ser devidamente montado e identificado. Essas ações têm a finalidade de: 1. Evitar acidente no transporte dos produtos. 2. Esse recipiente deve garantir resistência à puntura e impermeabilidade. No caso de recipientes de papelão, não molhar. 3. Evitar acidente durante o descarte do material e posterior descarte do recipiente. Reduzir os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte dos resíduos. 4. Evitar acidentes com perfurocortantes e contaminação do trabalhador. Responsabilização pela montagem do dispositivo. 5. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) deve estar baseado nas características dos resíduos gerados e conter as seguintes informações: 1. Dados e caracterização do estabelecimento. 2. Caracterização dos aspectos ambientais. 3. Tipos e quantidades de resíduos gerados. 4. Tipo de acondicionamento. 5. Coleta e transporte interno dos RSS. 6. Armazenamento temporário dos RSS. 7. Coleta e transporte externo dos RSS. 8. Tratamento dos RSS 9. Disposição final dos RSS. Esse documento deve permanecer na empresa ou serviço de saúde como fonte de consultas e esclarecimentos para funcionários/colaboradores, assim como para fins de fiscalização sanitária. 24 13 Boas práticas no processamento de produtos: limpeza, desinfecção, esterilização e validação da esterilização Para a Anvisa, são considerados como produtos para saúde todos os artigos, instrumentos, utensílios, instrumentais cirúrgicos, objetos de natureza diversa e acessórios de equipamentos utilizados na assistência direta ou indireta ao cliente. O processamento de produtos para saúde é tudo o que se faz para deixar os produtos utilizados no atendimento ao cliente prontos e seguros para um novo uso, para um novo atendimento. São eles: limpeza, secagem, desinfecção, esterilização, embalagem e armazenamento. Não são todos os produtos podem ser reprocessados, ou seja, utilizado mais de uma vez. Para a RDC 156 (2006) os produtos são classificados como “passíveis de reprocessamento” ou como “reprocessamento proibido”, ou seja, de uso único. A Resolução nº 2605 dispõe a relação dos artigos proibidos de serem reprocessados. As ceras utilizadas para a depilação são de uso único, o reprocessamento é proibido. Reprocessar produtos de uso único é CRIME! Como saber qual processamento é mais adequado para os diversos produtos existentes na área de embelezamento, saúde e bem-estar: Passo 1: Classificar os produtos de acordo com seu potencial para transmissão de microrganismos, ou seja, o risco de transmissão de doenças: Não críticos: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não machucadas. Semicríticos: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou seja, machucadas. Críticos: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas Passo 2: Verificar qual é o processamento mínimo de segurança preconizado pela Anvisa para cada classe de produto: Produtos não críticos: Limpeza Produtos semicríticos: Limpeza + Desinfecção de alto nívelProdutos críticos: Limpeza + Esterilização Todo processamento de produtos deve ocorrer em local apropriado, chamado Centro de Material e Esterilização (CME). Esse local deve manter-se limpo e ser organizado de modo que respeite o fluxo unidirecional de segurança, ou seja, os produtos devem movimentar-se da área suja para a limpa e estéril. Passo 3: Realizar o processamento de forma adequada, qualificada e segura. Sequência prática para melhor entendimento sobre os conceitos de limpeza, desinfecção, esterilização e armazenamento de produtos: Área suja: Realiza-se a limpeza Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. 25 Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e RDC 15, 2012), o CME pode ser classificado como simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, preferencialmente, fora da área de atendimento. Área suja: Realiza-se a limpeza Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e RDC 15, 2012), o CME pode ser classificado como simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, preferencialmente, fora da área de atendimento. Vejamos os tipos de limpeza, de acordo com as etapas do processamento de produtos: Limpeza realizada em todos os produtos Caracteriza-se pela remoção de sujidades e microrganismos presentes nos produtos, tornando-os seguros para manuseio e preparando-os para os processos de desinfecção ou esterilização. Pode ser realizada de duas formas: MANUAL => Materiais necessários: Água, detergentes, escovas. Executada por meio da fricção. Esfregar os produtos com acessórios não abrasivos e que não liberem partículas. AUTOMATIZADA =>Materiais necessários: Água, detergentes, lavadoras.Desenvolvida por meio de equipamentos que operam em diversas condições de temperatura e tempo. A utilização de esponjas e sabão em barra é proibida. Recomenda-se o uso do detergente enzimático para melhorar a qualidade da limpeza. Vejamos as boas práticas para a limpeza: Realizar a higienização das mãos, seguindo as normas de biossegurança. Colocar os EPIs: gorro, óculos de proteção, máscara cirúrgica, avental impermeável, luvas de borracha antiderrapante de cano longo e calçado fechado e impermeável. Prevenindo riscos biológicos, contato, respingos e liberação de aerossóis. Preparar o ambiente: Garantir a qualidade do processamento. Realizar a limpeza e desinfecção concorrente nas bancadas. Separar os materiais necessários, como as escovas, detergentes e recipientes de plástico para diluição e imersão dos produtos, lavadora. Preparar solução enzimática conforme orientação do fabricante. A limpeza manual consiste em quatro fases distintas: Preparar os produtos para a imersão em solução enzimática: deixar as pinças abertas e desmontar as partes removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocortantes descartáveis. Emergir totalmente os produtos em recipiente com água e detergente enzimático, deixando agir por, no mínimo, cinco minutos. Realizar a fricção dos produtos sob imersão ou água corrente. Realizar o enxágue final abundante, garantindo a remoção da sujidade e do detergente. 26 A limpeza automatizada consiste em quatro fases distintas: Colocar os produtos no cesto da lavadora: deixar as pinças abertas e desmontar as partes removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocortantes descartáveis (agulhas e lâminas em geral). Separar as pinças de pontas traumáticas e lavar separadamente para evitar traumas. Emergir totalmente os produtos no interior da lavadora contendo a solução enzimática. Colocar a tampa, ligar a lavadora ultrassônica e respeitar o tempo de ação recomendado pelo fabricante. Após o término do ciclo de lavagem, realizar o enxágue em água corrente abundante, garantindo a remoção da sujidade e do detergente. Atenção: Os produtos devem ficar totalmente cobertos pela solução enzimática tanto na limpeza manual quanto na limpeza automática. Dispor os produtos em bancada forrada com compressa/ TNT/papel toalha branco (para facilitar a inspeção) e realizar a secagem deles o mais rápido possível. Evitando a umidade, que além de favorecer a proliferação de microrganismos, provoca manchas nos produtos. Promover a inspeção dos produtos garantindo a adequada limpeza, integridade e funcionalidade. Organizar o ambiente, realizando as boas práticas de biossegurança. Realizar a limpeza e desinfecção concorrente (álcool 70%) das bancadas e equipamentos utilizados. Desprezar a solução enzimática no ralo da pia. Retirar os EPIs, desprezando adequadamente os descartáveis no lixo infectante, assim como procedendo a correta limpeza e desinfecção dos reutilizáveis, realizando boas práticas de biossegurança. Realizar a higienização das mãos, de acordo com a prática de biossegurança. Todo produto sujo deve retornar para novo processo de limpeza.