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TÉCNDEPILAÇÃO EPILAÇÃO 
HIGIENIZAÇÃO E DESCARTE DE MATERIAL E NORMAS DE 
BIOSSEGURANÇA PARA PROFISSIONAIS E CLIENTES 
Érica Alves A. de Carvalho 
 
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OLÁ! 
Você está na unidade Higienização e Descarte de Material e Normas de Biossegurança 
para Profissionais e Clientes. Conheça os conceitos de biossegurança e boas práticas e seus 
procedimentos operacionais, contribuindo para a segurança e qualidade dos serviços na área da 
beleza. Entenda os fundamentos legais que direcionam os trabalhos do profissional de 
depilação e a importância das normas de vigilância sanitária para o pleno exercício da profissão. 
Aprenda a diferença entre assepsia e antissepsia, os métodos que devemos usar para 
proporcionar um ambiente limpo e seguro para a prática de depilação e o procedimento correto 
da higienização das mãos, a fricção antisséptica das mãos, a limpeza e a desinfecção de 
ambientes e a esterilização de materiais que entram em contato com o cliente. Compreenda a 
importância do uso dos equipamentos de proteção individual e coletiva e os riscos e perigos no 
ambiente profissional. Conheça ainda os procedimentos fundamentais de descarte seguro de 
resíduos para preservação do ambiente. 
 
 
Bons estudos! 
1 Conscientização, prevenção e biossegurança 
O crescimento na área da beleza fortaleceu o reconhecimento da profissão do depilador, 
gerando competitividade para o mercado de trabalho. As mudanças que ocorrem diariamente 
em sociedade nesse segmento passaram então a exigir do profissional uma melhor qualificação. 
O trabalho com o embelezamento eleva a autoestima das pessoas e é muito prazeroso, porém 
exige uma postura ética e de respeito com o cliente e consigo mesmo. É preciso entender os 
riscos da profissão, sobretudo pelas evidências científicas que apontam para a possibilidade de 
se contrair alguma infecção pela manipulação de instrumentos habitualmente utilizados em 
estabelecimentos de beleza e estética. É importante ter a formação profissional e muito 
conhecimento referente aos fatores de risco nas diversas formas de exposição, com o intuito de 
contribuir para a prevenção, minimização ou eliminação dos danos inerentes a todo tipo de 
atividade. Vamos tratar aqui dos procedimentos de higienização, limpeza e esterilização da área 
de embelezamento e especificamente da depilação. 
A Lei n.12.592/12 de 18 de janeiro de 2012 regulamenta as atividades dos diversos 
profissionais da área de bem-estar e beleza. Os profissionais de que trata essa lei deverão 
obedecer às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no 
atendimento a seus clientes. 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#section_1
2 
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa - é uma agência reguladora, vinculada ao 
Ministério da Saúde e integrante do Sistema Único de Saúde - SUS. Tem por 
missão “promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da 
produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação 
coordenada com os estados, os municípios e o Distrito Federal, de acordo com os 
princípios do Sistema Único de Saúde, para a melhoria da qualidade de vida da população 
brasileira”. 
De acordo com o capítulo I, artigo 6º §1º, entende-se por vigilância sanitária um conjunto de 
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, tendo o controle da prestação de 
serviços que se relaciona direta ou indiretamente com a saúde (BRASIL, 1990a). 
Cuidar da saúde das pessoas e do trabalhador, garantindo um ambiente de trabalho seguro e 
saudável, é responsabilidade de todos, indivíduos e sociedades. 
1.1 Prevenção e biossegurança 
O conceito de prevenção surgiu na década de 70. Havia na época grande preocupação com o 
profissional da beleza em relação à saúde do trabalhador contra riscos biológicos. Pensando na 
prevenção primária, a que engloba ações realizadas para evitar a ocorrência de doenças, suas 
estratégias são voltadas para a redução da exposição aos fatores de risco. 
 
Como nada melhor para compreender um tema além de conhecê-lo é saber os seus conceitos 
básicos e sua aplicação, vamos iniciar nosso estudo sobre biossegurança, analisando os 
conceitos e ideias fundamentais, compreendendo as implicações da saúde e bem-estar do 
profissional, dos clientes e do meio ambiente. 
 
A biossegurança é um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou, até 
mesmo, eliminar os riscos presentes nas atividades que possam interferir ou 
comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Tem como 
finalidade a proteção à saúde por meio de órgãos governamentais e de suas respectivas 
políticas de saúde pública. 
 
Bio significa vida, então podemos entender que o segmento abrange toda a segurança e 
proteção à vida em diferentes atividades. Todas as medidas de segurança e ações do 
cotidiano que buscam proteção são atitudes de biossegurança. 
 
As medidas de biossegurança envolvem diferentes riscos e podem prevenir danos químicos, 
biológicos, ergonômicos e psicológicos. Mesmo com o avanço tecnológico presente no processo 
de trabalho na área da beleza, as falhas na biossegurança se fazem presentes no cotidiano, 
exigindo dos profissionais melhorias e qualificação de suas práticas, a necessidade de 
atualização dos conhecimentos e a ampliação das ferramentas de sensibilização e proteção dos 
trabalhadores e clientes. 
 
Um exemplo claro de ações destinadas à segurança ocorreu com a propagação do vírus H1N1 
no mundo, que desencadeou a chamada “gripe suína” e despertou a população para a 
importância da prática de biossegurança na vida diária. Houve divulgação na mídia de técnicas 
clínicas de higienização das mãos, uso de material descartável e até assepsia com produtos 
antimicrobianos. 
 
2 Ambiente de trabalho e seus riscos 
Vamos conhecer agora alguns conceitos de riscos em ambientes de trabalho. 
3 
 
2.1 Conceito de risco e perigo 
O glossário de NR 10, norma do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) define risco como “a 
capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas” 
(BRASIL,1978). Sendo assim, risco é a probabilidade de ocorrer um evento bem definido 
no espaço e no tempo, que causa danos à saúde. 
Em relação ao perigo, o glossário da NR 10, o define como “situação ou condição de risco com 
probabilidade de causar lesão física ou danos à saúde por ausência de medidas de controle” 
(BRASIL,1978). Desse modo, perigo é a expressão de uma qualidade ambiental que 
apresente características de possível efeito maléfico para a saúde ou para o meio 
ambiente. 
2.2 Riscos ocupacionais 
Os tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho de forma geral estão regulamentados pela 
Portaria nº. 25, de 29 de dezembro de1994, do MTE (Anexo IV – NR. CIPA), que classifica os 
cinco grupos (Brasil, 1994b): 
 
GRUPO 1 =>Apresenta os riscos físicos, como ruído, vibrações, as radiações ionizantes e não 
ionizantes, o frio e o calor, as pressões anormais e a umidade. 
GRUPO 2 =>Representa os riscos químicos, como as poeiras, os fumos, as névoas, as 
neblinas, os gases, os vapores, bem como substâncias, compostos ou produtos químicos em 
geral. 
GRUPO 3 => epresenta os riscos biológicos, como os vírus, as bactérias, os protozoários, os 
fungos, os parasitas e os bacilos. 
GRUPO 4 =>Representa os riscos ergonômicos, como os esforços físicos intensos, o 
levantamento e o transporte manual de pesos, a exigência de postura inadequada, o controle 
rígido de produtividade, a imposição de ritmos excessivos, o trabalho em turno e noturno, as 
jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, e repetitividade e outras situações causadores de 
estresse físico ou psíquico. 
GRUPO 5 => Representa os riscos de acidentes, como o arranjo físico inadequado, máquinas e 
equipamentos sem proteção, as ferramentas inadequadas ou defeituosas, a iluminação 
inadequada, a eletricidade, a probabilidade de incêndio deexplosão, o armazenamento 
inadequado, os animais peçonhentos e outras situações de riscos que poderão contribuir para a 
ocorrência de acidentes. 
Na área da depilação, a maioria dos riscos pode ser prevenido, minimizado ou eliminado por 
meio da adoção de medidas adequadas de biossegurança. 
 
3 Controle de microrganismos 
Para fins didáticos, considerando a relevância do tema, abordaremos, a seguir, as terminologias 
básicas usadas no controle de microrganismo. 
 
LIMPEZA => Remoção das sujidades depositadas nas superfícies inanimadas utilizando-se 
meios mecânicos (fricção), físicos (temperatura) ou químicos (saneantes), em determinado 
período de tempo. 
Atenção! Superfícies limpas conseguem reduzir cerca de 80% dos microrganismos. 
4 
 
 
ASSEPSIA => Conjunto de procedimentos utilizados para evitar a infecção dos tecidos durante 
a intervenções cirúrgica. Engloba os seguintes procedimentos: esterilização, desinfecção e 
antissepsia. 
ANTISSEPSIA => Técnica de desinfecção química utilizada para promover a destruição ou a 
inativação dos microrganismos presentes na pele, nas mucosas, em tecidos vivos de animais ou 
humanos. Por exemplo, fazer antissepsia das mãos antes de realizar o procedimento de 
depilação. 
DERGEMAÇÃO => Técnica de retirada forçada dos microrganismos presentes na pele por meio 
do uso de antissépticos. Por exemplo o procedimento de passar o algodão com álcool antes da 
aplicação de uma injeção, ou antes dos procedimentos de depilação. 
DEDETIZAÇÃO => Adoção dos métodos ou produtos, físicos ou químicos, com a finalidade de 
matar ou inibir microrganismos patogênicos em superfícies ou ambientes, como salas de 
depilação, a ponto de não mais oferecer riscos de disseminação. 
DESINFECÇÃO => Processo que elimina a maioria ou todos os microrganismos patogênicos, 
que causam doenças, exceto os esporos bacterianos, em objetos inanimados. Utiliza-se 
processo químico por desinfetantes ou físico por temperatura. É classificado em níveis: baixo, 
médio e alto. Superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir cerca de 99% dos 
microrganismos. São exemplos de Desinfetantes: Álcool 70%, compostos fenólicos, quaternário 
de amônia, compostos liberadores de cloro ativo, ácido peracético, peróxido de hidrogênio. 
ESTERILIZAÇÃO => Remoção ou destruição total de microrganismos patogênicos e não 
patogênicos, presentes em determinado objeto ou material. O aquecimento é a técnica mais 
utilizada para destruir microrganismos. Por exemplo pinças utilizadas pelas depiladoras devem 
ser esterilizadas sempre após o uso, garantindo a segurança da próxima cliente 
GERMICIDAS => São agentes químicos, ou físicos capazes de eliminar os microrganismos. Por 
exemplo: fungicidas matam fungos e bactericidas matam bactérias. 
SANITIZAÇÃO =>Tratamento que ocasiona a redução de vida microbiana em 
equipamentos, até almejar níveis seguros de saúde pública 
SEPSE OU SEPTICEMIA => Contaminação bacteriana grave por microrganismos patogênicos. 
3.1 Classificação dos serviços na área da saúde 
Segundo a terminologia básica da Anvisa, as áreas dos serviços de saúde se classificam em: 
Áreas críticas: Áreas que oferecem maior risco de infecção devido ao estado grave dos 
pacientes e aos procedimentos invasivos. 
Áreas semicríticas: São as demais áreas onde se encontram pacientes internados, mas cujo 
risco de transmissão de infecção é menor do que nas áreas críticas. 
Áreas não críticas: São todas as áreas não ocupadas ou transitadas por clientes. 
Lembrando que o risco de infecção do cliente está relacionado aos procedimentos a que ele é 
submetido, independentemente da área em que ele se encontra. Isso deve nortear o 
gerenciamento dos processos de limpeza e a desinfecção de superfícies, assim como a divisão 
de atividades, dimensionamento de equipamentos, profissionais e materiais afins. 
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3.2 Classificação dos artigos nos procedimentos na área 
da saúde 
Em relação aos artigos, são classificados como: 
Artigo crítico: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas. 
Artigo semicrítico: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou 
seja, machucadas. 
Artigo não crítico: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não 
machucadas. 
4 Método de controle biológico 
Atualmente, existem métodos para o controle de microrganismos, sendo eles os vírus, as 
bactérias, os fungos, entre outros. Os métodos mais utilizados e indicados para área de 
depilação são os físicos e químicos. 
4.1 Métodos físicos 
São vários os métodos físicos de esterilização. O método mais utilizado na área da beleza é o 
método físico por temperatura, para controle do crescimento e eliminação de microrganismos e 
constitui um dos métodos mais antigos eficientes. Essa técnica pode ocorrer pelo calor úmido ou 
seco. 
Método de esterilização por calor úmido 
Autoclave: Método de esterilização que requer um equipamento chamado autoclave. A 
esterilização em autoclave é alcançada após 45 minutos a 115ºC ou 15 minutos a 121ºC. 
Método de esterilização por calor seco 
Forno de Pasteur e estufas: Método de esterilização capaz de promover, dentro de uma 
câmara, aquecimento mais rápido, controlado e uniforme. Recomendado para materiais 
resistentes ao calor, como pinças utilizadas em procedimentos de depilação. No forno de 
Pasteur existe um termostato que regula a temperatura desejada. Dessa forma você pode 
utilizar as seguintes temperaturas: 121ºC por 12 horas; 160ºC por 2 horas e 170ºC por 1 hora. 
Fornos elétricos ou equipamentos com lâmpada ultravioleta não esterilizam os materiais de 
metal, como espátulas e pinças. 
4.2 Métodos químicos 
Os métodos químicos de controle de microrganismos mais utilizados na área da beleza são: 
Sabão e detergentes: são utilizados nas primeiras etapas da desinfecção. 
Os álcoois: na concentração de 70% a 90%, possuem excelente aplicação para antissepsia da 
pele, a desinfecção de instrumentais, como pinças e espátulas. Nessa concentração estão 
classificados como nível intermediário. 
5 QUALIDADE 
A qualidade é um valor subjetivo conhecido por todos e definido de forma diferenciada por 
diferentes grupos de sociedade. A qualidade de produtos e serviços assume diferentes 
apreciações e conceitos quando projetada a visão do cliente e do profissional. 
Do ponto de vista do cliente de um estabelecimento de beleza, a qualidade está associada ao 
valor e à utilidade recomendada do serviço como empatia com o profissional, agilidade e 
rapidez no atendimento, eficácia no tratamento, produtos utilizados, limpeza, higiene e 
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organização do ambiente, utilização de normas de biossegurança, além do custo do 
serviço. 
Do ponto de vista do profissional, a qualidade se associa à concepção de prestação de um 
serviço que vá ao encontro das necessidades do cliente, o que deve ser definido de forma clara 
e objetiva e definir os requisitos de qualidade. 
5.1 Ferramentas utilizadas para a implementação de programas de 
qualidade 
Vamos conhecer agora as principais ferramentas para a implementação e uso de programas de 
qualidade. 
FLUXOGRAMA 
Permite o mapeamento individualizado de cada etapa de uma sequência 
 de trabalho de forma detalhada ou de forma sintética, em que os 
 setores envolvidos podem ser visualizados no processo. O objetivo 
principal do fluxograma é a padronização do processo na representação 
dos métodos, melhoria da leitura de rotinas, visualização dos responsáveis 
 pelas atividades e setores envolvidos e identificação dos pontos mais 
 importantes das atividades visualizadas, o que permite maior flexibilização 
 e melhor grau de analise como do processo como um todo. 
 
Figura 1 - Fluxograma aplicado à área da belezaFonte: Elaborado pelo autor, 2020. 
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#PraCegoVer: A imagem apresenta um modelo de fluxograma que pode ser aplicado à área de 
beleza. Nele constam etapas, atividades e os profissionais responsáveis em cada ação. 
FOLHA DE 
VERIFICAÇÃO 
É um formulário estruturado para viabilizar e facilitara coleta e posterior 
 análise de dados, sobre frequência de procedimentos. Um exemplo prático 
 é a utilização da folha de verificação com a finalidade de anotar a frequência 
 e outras informações na utilização da autoclave par esterilização de pinças, 
 espátulas e outros instrumentais. 
 
 
Clique para abrir a imagem no tamanho original 
Figura 2 - Folha de verificação de utilização da autoclave em um estabelecimento de belezaFonte: Elaborado pelo autor, 
2020. 
#PraCegoVer: A imagem apresenta o exemplo de folha de verificação de utilização da 
autoclave em um estabelecimento de beleza. 
PROCEDIMENTO 
OPERACIONAL 
PADRÃO (POP) 
Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) são documentos nos 
quais se registram os processos para o controle de dos itens mais 
críticos dentro de um estabelecimento. Devem servir como instrumentos 
 para a padronização de processos e procedimentos. Devem conter as 
 instruções sequenciais das operações e a frequência da execução, 
especificando o nome, a função dos responsáveis pelas atividades. 
Ao final da elaboração, os POPs aprovados datados e assinados pelo 
responsável do estabelecimento. Os POPs devem estar escritos de forma 
 clara e objetiva, a intenção deve ser a de evidenciar facilmente a maneira 
 como se executa o procedimento. 
Os itens a serem considerados nos POPs são os seguintes: 
1. Objetivo: descrever nesse item os objetivos do documento. 
2. Documento de referência: citar normas técnicas e legais que servem como base para o 
documento. 
3. Campo de aplicação: descrever para quais setores ou áreas o procedimento se aplica. 
4. Definições: definir termos usados. 
5. Responsabilidades: citar quem serão os responsáveis pela execução do procedimento. 
6. Descrição: nesta etapa devem ser descritos os procedimentos passo a passo. 
7. Monitorização: citar como será feita a monitorização do procedimento. 
8. Ação corretiva: descrever quais serão as ações corretivas para cada situação de não 
conformidade. 
Verificação: descrever de forma clara e objetiva, o quê, como, quando e quem executará os 
procedimentos. 
6 Boas práticas 
8 
 
O conceito de boas práticas é compreendido pela união da biossegurança e pela gestão da 
qualidade e constitui, em um sentido amplo, o conjunto de ações que permitem materializar 
no cotidiano o sistema de qualidade na entrega dos serviços. Essas práticas compreendem 
de um lado, o cumprimento das diretrizes e normas para controle dos processos, de outro lado, 
as condutas por parte de todos, para um nível satisfatório de segurança diante dos riscos 
identificados envolvendo o profissional, o cliente e o meio ambiente. A interpretação de boas 
práticas e gestão da qualidade demanda estratégias de motivação, participação, comunicação e 
solidariedade indo além da conotação normativa, sendo assim, a criatividade, a liderança, e a 
participação também são boas práticas a serem disseminadas. 
6.1 Boas práticas para o profissional 
Tão importante quanto ser especialista no que faz é ter uma boa postura e apresentação 
profissional. Nesse sentido, apenas o conhecimento técnico-científico não basta. É 
fundamental para os profissionais da área de beleza desenvolver com sensatez e competência 
suas atribuições, buscando novas formas de agir alinhados à conduta ética. Para tanto, os 
profissionais devem atentar-se para: 
Falar baixo 
Comunicar-se de forma clara e objetiva, evitando gírias. 
Agir com cordialidade e flexibilidade nas relações interpessoais. 
Cooperar com a equipe. 
Ser proativo na solução dos problemas. 
Valorizar e respeitar a diversidade. 
Manter o sigilo profissional no trato de informações. 
Não mascar chiclete durante o atendimento. 
Não comer, beber ou fumar no local de atendimento. 
Manter a higiene e asseio corporal. 
Manter a pele limpa 
Estar sempre com os dentes limpos e hálito saudável. 
Usar perfume suave. 
Usar maquiagem suave. 
Deixar o cabelo higienizado e preso, de forma que não atrapalhe a prática profissional. 
Manter as unhas limpas e curtas. 
Usar roupas discretas , sem decote a transparências , calça comprida e jaleco preferencialmente na cor 
branca ou clara 
Não utilizar adornos durante as práticas profissionais. 
 
PreviousNext 
São considerados adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógios de uso pessoal, colares, 
brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. 
Importante: A NR 32 proíbe o uso de adornos pelos trabalhadores, principalmente os que 
mantêm contato com agentes biológicos. Os adornos acumulam microrganismos capazes de 
adoecer profissionais e clientes! 
6.2 Higienização das mãos 
A higienização das mãos (HM) é o processo que tem por finalidade remover a sujidade, suor, 
oleosidade, pelos, células descamativas e alguns microrganismos da pele. É a medida 
individual mais simples e de baixo custo para prevenir a propagação das Infecções 
Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). IRAS atualmente é o que chamávamos de infecção 
hospitalar. O termo foi ampliado com o entendimento de que essas doenças não estão somente 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#carousel_0
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2379.64240/content/_4499282_1/index.html#carousel_0
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no hospital, mas também em qualquer local de atendimento à saúde, por exemplo, nos centros 
de embelezamento e consultórios odontológicos. 
Quanto mais esclarecimentos tivermos da microbiota normal da pele, melhor para realizarmos a 
higienização correta das mãos e aplicação das boas práticas. Se pensarmos na pele que 
reveste o nosso organismo, sabemos que ela isola componentes orgânicos do meio exterior, 
impedindo a ação de agentes externos de qualquer natureza, oferecendo a proteção 
imunológica de que precisamos. 
Devido à sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente exposta a vários tipos 
de microrganismos do ambiente, como fungos e bactérias, tais como: 
 
Microbiota infecciosa: Compõe microrganismos causadores de doenças, mais resistente à 
remoção pela higienização simples das mãos. 
 
Microbiota transitória: Pode compor microrganismos causadores de doenças, sobrevive por 
curto período de tempo, é removido pela higienização simples das mãos. 
 
Microbiota residente: Compõe microrganismos menos prováveis de infecções, vive 
permanentemente na pele, mais resistente à remoção apenas pela higienização simples das 
mãos. 
 
Vale lembrar ainda que fungos como Candida spp. e vírus da hepatite A, B, C, podem colonizar 
transitoriamente a pele, principalmente polpas digitais, após contato com clientes ou superfícies 
inanimadas. Uma pesquisa inédita sobre o “Custo das doenças do dia a dia”, feita em parceria 
com a Escola de Higiene Tropical de Londres, revelou que a família brasileira gasta, em média, 
R$ 1.151,55 por ano com episódios de doenças causadas por microrganismos, as quais 
poderiam ser evitadas pelo simples hábito de higienizar as mãos. Principais doenças detectadas 
pela pesquisa são: respiratória 33,3%, diarreicas 11,8% e infecções de pele 7,4%. 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a lavagem das mãos com sabonete pode 
reduzir infecções diarreicas em até 40%. As mãos são as principais ferramentas de trabalho do 
profissional da saúde e, portanto, a principal forma de transmissão de doenças. O termo 
“lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência 
deste procedimento. 
Existem quatro técnicas utilizadas para higienização das mãos na área da saúde, sendo elas: 
 HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS 
Lavatório, água corrente, sabonete líquido neutro, papel toalha e lixo. 
 HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS 
Lavatório, água corrente, sabonete líquido antisséptico, papel toalha e lixo. 
 FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS 
Solução Antisséptica por exemplo, álcool 70% gel, espuma de clorexidina, dentre outros. 
Contraindicado quando as mãos estiverem visivelmente sujas, assim como sua utilização 
imediatamenteapós a higienização com água e sabonete, devido à remoção excessiva da 
oleosidade natural da pele e maior ocorrência de irritação, lesões e dermatites. 
 ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS 
Realizada em processos cirúrgicos e procedimentos invasivos de alta complexidade. 
 
Relatório da Anvisa pontua que os profissionais da saúde higienizam as mãos menos da metade 
das vezes que deveriam e, desses, apenas 31% realizam a técnica de forma adequada. É 
preciso estar atento para realização adequada desta prática com a finalidade de minimizar os 
riscos de contaminação por agentes biológicos. 
Importante: antes de iniciar as técnicas, é necessário retirar os adornos (anéis, pulseiras, 
relógio, dentre outros), pois sob tais objetos acumulam-se microrganismos causadores 
de doenças! 
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De acordo com a Anvisa, seguem a seguir dicas de como higienizar as mãos com água e 
sabonete. 
1. Molhe as mãos com água. 
2. Aplique a quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das 
mãos. 
3. Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si. 
4. Friccione a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e 
vice-versa. 
5. Entrelace os dedos e friccione os espaços entre os dedos. 
6. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos 
de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 
7. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e 
vice-versa. 
8. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra 
a mão esquerda, e vice-versa. 
9. Enxágue bem as mãos com água. 
10. Seque as mãos com papel toalha descartável. 
11. No caso de torneira com fechamento manual, utilize sempre o papel toalha para fechar a 
torneira e jogue-o no lixo após o uso. 
12. Agora suas mãos estão limpas. 
Essa ação deve durar o tempo de 40 a 60 segundos (ANVISA). 
 
Vejamos agora como higienizar as mãos realizando a fricção antisséptica com preparações 
alcoólicas. 
1. Aplique a quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma das mãos em forma de 
concha, para cobrir todas as superfícies das mãos. 
2. Aplique a preparação alcoólica nas mãos friccionando-as entre si. 
3. Friccione a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e 
vice-versa. 
4. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais 
5. Friccione o dorso dos dedos de uma das mãos com a palma da mão oposta, com movimentos 
de vaivém, segurando os dedos e vice-versa. 
6. Friccione o polegar esquerdo em movimento circular, com o auxílio da palma da mão direita, e 
vice-versa. 
7. Friccione, fazendo movimento circular, as polpas dos dedos e as unhas da mão direita contra 
a mão esquerda, e vice-versa. 
8. Quando estiverem secas suas mãos estarão seguras. 
Essa ação deve durar o tempo de 20 a 30 segundos (ANVISA). 
 
 
Higienizar as mãos é uma prática de segurança e saúde que serve para todos. No entanto, 
os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantêm contato direto ou indireto 
com o cliente, devem redobrar esse cuidado e atenção. No ambiente profissional devemos 
realizar a higienização das mãos: 
 Antes da realização de procedimentos assépticos, ou seja, livres de microrganismos. 
 Antes e após o contato com o cliente. 
 Antes e após calçar luvas. 
 Após contato com áreas próximas ao cliente. 
 Após risco de exposição a fluidos ou secreções corporais. 
 Sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas. 
 Antes de comer ou manusear os alimentos. 
 Antes e após ir ao banheiro. 
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 Após assoar o nariz, tossir ou espirrar. 
 Após tocar em animais ou nos seus dejetos. 
 Após manusear lixos. 
 Após usar os transportes e ambientes públicos. 
6.3 Boas práticas na higienização das mãos 
Para a garantia das boas práticas na higienização das mãos, são recomendados alguns 
cuidados. Vamos conhecê-los agora: 
 Garantir a presença de dispositivos visuais para incentivo das boas práticas de higienização 
das mãos. 
 Disponibilizar lavatório ou pia, papel toalha, sabonete líquido e lixeira no local de atendimento. 
 Ter um lavatório, preferencialmente, exclusivo para higienização das mãos. 
 Ter uma torneira e lixeira, preferencialmente, acionadas por pedais ou demais dispositivos que 
dispensem o uso das mãos. 
 Não utilizar toalha de tecido para secagem das mãos. 
 Ter uma solução antisséptica (álcool gel 70%) no local de atendimento. 
 
 
7 Equipamento de Proteção Individual – EPI 
A NR 32 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho) estabelece as diretrizes básicas 
para a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. 
Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso 
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção dos riscos que ameaçam a 
segurança e a saúde no trabalho. É dever do empregador disponibilizar todos os EPIs 
necessários e treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado, assim como é dever do 
profissional conservá-los e utilizá-los adequadamente. 
 
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não devem ser utilizados fora do local de 
atendimento. Assim como não pode ser guardado junto a objetos pessoais. 
Equipamentos como extintores de incêndio e autoclave oferecem proteção coletiva são 
considerados Equipamento de Proteção Coletiva (EPC). Os extintores, por sua vez, devem estar 
visíveis, bem sinalizados, em local acessível a todos e dentro do prazo de validade. Exemplos 
de tipos de extintores: 
Produtos químicos: extintores PQS de pó. 
12 
 
Eletricidade: extintores a gás CO2. 
Papéis: extintores de água comprimida. 
Existem muitos tipos de EPIs, e eles são utilizados de acordo com o grau e tipo de riscos. Os 
mais utilizados na área da beleza são: 
GORRO Indicado para proteção dos cabelos e couro cabeludo contra os riscos biológico e químico. 
Utilizado como método de barreira por evitar a queda dos cabelos e sujidades do couro cabeludo na área 
do atendimento. Deve ser descartado em lixo infectante quando estiver visivelmente sujo, rasgado ou 
úmido. 
ÓCULOS DE PROTEÇÃO Indicado para proteção dos olhos contra os riscos biológico, 
químico e físico. Devem ser leves, confortáveis, transparentes e fechados lateralmente. Após o uso 
devem ser lavados com água corrente e detergente neutro, e armazenados em local limpo e seco. 
MÁSCARA CIRÚRGICA Proteção das mucosas do nariz e boca contra microrganismos por 
gotículas presentes na fala, tosse ou espirro. Utilizada como método de barreira por evitar a exposição 
de secreções expelidas pela boca e nariz do profissional na área do atendimento. Deve apresentar boa 
qualidade de filtração e ser segura para uso no período médio de duas horas. Sempre trocar quando 
estiver visivelmente suja, úmida ou rasgada. Evitar tocar no rosto/máscara quando munido de luvas. Não 
colocar no pescoço, cotovelo ou cabeça. Homens devem aparar barba ou cavanhaque, objetivando 
garantir a correta vedação do EPI. Após uso, descartar em lixo infectante. 
LUVAS DE PROCEDIMENTO Protege as mãos contra os riscos de exposição aos agentes 
biológicos e químicos. Respeitar a técnica de calçar e remover as luvas. Não tocar desnecessariamente 
nas superfícies quando calçado com as luvas (abrir portas, atender telefone, dentre outros). Descartar 
em lixo infectante sempre que estiverem visivelmente sujas ou rasgadas.Trocar as luvas a cada 
atendimento (não esquecendo de higienizar as mãos antes e após o seu uso). Durante o mesmo 
atendimento, trocam-se as luvas na mudança do campo de trabalho/área corporal (sempre iniciando no 
local menos para o mais contaminado). Não calçar uma luva sobre a outra, não é indicado a utilização de 
duplo enluvamento. Não reutilizar as luvas. 
LUVAS DE BORRACHA CANO LONGO Protegem as mãos contra o risco de exposição 
aos agentes biológicos e químicos. Após o uso, devem ser lavadas adequadamente com água corrente e 
detergente neutro e, após a completa secagem, armazenar emlocal limpo e seco. Trocar sempre que 
apresentar deformidades. 
JALECO Protege as vestimentas e corpo do profissional contra o risco biológico e químico. 
Necessário o uso em todos os atendimentos ou procedimentos. Não deve ser utilizado fora da área de 
trabalho (Lei Estadual 14.466/11). Quando estiverem visivelmente sujos, devem ser lavados 
adequadamente com água corrente e detergente neutro e, após completa secagem, armazenados em 
local limpo e seco. 
AVENTAL DESCARTÁVEL DE MANGA LONGA Protege as vestimentas e corpo do 
profissional contra o risco biológico e químico em procedimentos que mobilizam maior quantidade de 
secreções ou dispersem partículas no ar. Trocar quando estiver sujo, úmido ou rasgado. Descartar em 
lixo infectante. 
SAPATO Protege os pés contra os riscos físico, químico e biológico. Necessário o uso em todos os 
procedimentos. Deve ser totalmente fechado, impermeável, resistente à puntura e preferencialmente de 
cor clara. Quando estiver visivelmente sujo, deve ser lavado adequadamente com água corrente e 
detergente neutro e, após completa secagem, armazenado em local limpo e seco. 
 
Proteção das mucosas do nariz e boca contra microrganismos por gotículas presentes na fala, tosse 
 ou espirro. Utilizada como método de barreira por evitar a exposição de secreções expelidas pela 
boca e nariz do profissional na área do atendimento. Deve apresentar boa qualidade de filtração e 
ser segura para uso no período médio de duas horas. Sempre trocar quando estiver visivelmente 
suja, úmida ou rasgada. Evitar tocar no rosto/máscara quando munido de luvas. Não colocar 
no pescoço, cotovelo ou cabeça. Homens devem aparar barba ou cavanhaque, objetivando garantir 
 a correta vedação do EPI. Após uso, descartar em lixo infectante. 
13 
 
7.1 Boas práticas no uso de EPIs e EPCs 
Vamos conhecer agora as boas práticas na utilização de equipamentos de proteção tanto 
individuais como coletivos. 
 Presença de EPIs e EPCs necessários para as práticas profissionais desenvolvidas. 
 Todo EPI deve conter o Certificado de Aprovação (CA) pelo Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE). 
 EPIs não devem ser guardados junto a objetos pessoais. 
 EPI descartável não deve ser reutilizado. 
 
 
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8 Vacinação 
A vacinação se configura em uma medida de extrema importância para prevenção de doenças 
infectocontagiosas. Pesquisas revelam que o risco de o profissional da saúde contrair doenças 
no trabalho é muito grande, variando, desde doenças de pele (como as dermatites e micoses) 
até doenças mais graves e sem cura (como Hepatite B: risco de aquisição de infecção de 6% a 
30%, HIV: risco de 0,2% a 0,5%; e Hepatite C: aproximadamente 1,8%). Recomenda-se para os 
profissionais da saúde as seguintes vacinas: 
 Vacina dupla bacteriana do tipo adulto – dT: Protege contra a Difteria e o Tétano. 
 Vacina hepatite B: Infecção do fígado (hepatite) causada pelo vírus da hepatite B. 
 Influenza: Protege contra Gripes Sazonais 
 SCR: Protege contra Sarampo, Caxumba/Parotidite Infecciosa e Rubéola. 
 Varicela: Protege contra Varicela/Catapora). 
 
Todas essas vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 
caso de dúvidas, procure a Unidade de Saúde mais próxima ou a Vigilância Epidemiológica do 
seu município. 
Em relação às boas práticas de vacinação, precisamos estar atentos às recomendações: 
 Carteirinha de vacinação atualizada. 
 A vacinação não é um ato obrigatório, contudo, representa valiosa ferramenta de proteção 
para o profissional da saúde. 
 
14 
 
9 Ergonomia 
O campo da ergonomia atua na adaptação e/ou mudança do ambiente ao homem, objetivando a 
qualidade nas atividades diárias (dormir, praticar esportes, realizar afazeres domésticos etc.), no 
trabalho (posicionamento corporal, adequação de equipamentos etc.) e nos relacionamentos 
entre as pessoas (gentileza, comunicação assertiva, postura colaborativa etc.). Busca a garantia 
e manutenção da saúde física e mental, assim como da dignidade e prazer em viver e trabalhar. 
Consideram-se domínios da ergonomia: 
ERGONOMIA FISICA => Refere-se à postura no trabalho, manuseio de materiais e 
equipamentos, movimentos repetitivos, adequação do posto de trabalho, assim como Doenças 
Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dorts). 
ERGONOMIA COGNITIVA =>Refere-se aos processos mentais de percepção, memória, 
raciocínio, resposta motora aos estímulos ambientais e relacionamento interpessoal. 
ERGONOMIA ORGANIZACIONAL =>Refere-se ao gerenciamento de recursos físicos e 
humanos, objetivando a gestão da qualidade; tais como, organização temporal do trabalho, 
trabalho em grupo, cultura organizacional cooperativa e participativa. 
 
Na medida do possível, organize/planeje uma agenda de trabalho de forma que possibilite ao 
trabalhador a manutenção da sua saúde física e mental! Invista nas dicas ergonômicas abaixo! 
Em se tratando de cuidados, vejamos as dicas a seguir: 
Atenção à iluminação adequada 
 Preservar a acuidade visual, mantendo conforto visual e precisão no trabalho. 
 Optar pela luz branca, pois esta promove iluminação adequada para os processos de 
avaliação física do cliente em todos os procedimentos. 
 Utilizar, preferencialmente, luminária com lupa, pois esta promove iluminação ajunta com 
aumento das áreas corporais, em procedimentos de maior precisão visual. 
Atenção aos ruídos 
 Falar baixo e evitar conversa paralela durante o atendimento ao cliente, para um conforto 
auditivo, postura profissional e manutenção de ambiente relaxante. 
 Utilizar música ambiente para relaxamento, em volume que não atrapalhe o diálogo. O nível 
de ruído aceitável para efeito de conforto é de até 65 dB. 
Atenção à temperatura ambiente 
 Evitar o uso do ventilador devido à dispersão de partículas no ar. 
 Preferir a utilização do ar-condicionado na temperatura efetiva entre 20ºC e 23 ºC e umidade 
relativa do ar não inferior a 40%. 
 
Organização do ambiente 
 Armazenar, preferencialmente, os materiais pesados em armários e prateleiras alinhados à 
cintura, deixando os materiais leves abaixo da cabeça e acima do joelho. 
 Organizar os produtos, equipamentos e mobiliários da assistência da sala de atendimento de 
modo acessível, não atrapalhando as práticas assistenciais. 
 Manter no local apenas os materiais que forem utilizados na atividade exercida. 
 Organizar fora da área de atendimento os produtos e equipamentos de limpeza, para 
redução do risco de contaminação. 
 Posicionar e regular a maca corretamente, de modo que fiquem todos os lados alinhados 
aos padrões ergonômicos por práticas: (sentado – respeitando o ângulo de 90º dos 
cotovelos; em pé – no nível da cintura). 
Pausas 
15 
 
 Evitar a ocorrência de Dorts e manutenção da saúde mental com atitudes simples: 
 Respeitar as pausas para refeições. 
 Evitar jornada de trabalho prolongada. 
 Valorizar o período de férias. 
Atenção às posturas 
 Favorecer o movimento corporal e biomecânica. 
 Manter os joelhos flexionados sempre que aplicar pressão. 
 Fazer uso de sapatos que beneficiem o posicionamento da coluna (fechado, antiderrapante, 
confortável, sem salto). 
 Manter os ombros retos e alinhados, nunca encurvados. Antebraço alinhado à linha da 
cintura, evitar a sobrecarga das mãos utilizando o peso do corpo na aplicação de força. 
 Manter as costas sempre eretas, ombros relaxados, mover o tronco por inteiro, não 
sobrecarregar ao adotar posturas com olhar para baixo e movimento só do pescoço. 
Atividades sentado 
 Deixar o plano de trabalho ao nível adequado, trabalho de precisão, leve ou pesado. 
 Manter os equipamentos e materiais ao alcance. 
 Manter o corpo próximo da mesa. 
 Deixar a costas eretas e ombros relaxados. 
 Ter apoio para mãos e antebraços. 
 Manter a mesa com pontas arredondadas. 
 Não usar roupa apertada. 
Atividades em pé 
 Ter uma altura do plano de trabalho adequada, trabalho de precisão, leve ou pesado. 
Deixar os equipamentos e materiais ao alcance. 
 Garantir espaço suficiente para os pés. 
 Evitar curvar as costas. 
 Não usar roupa apertada. 
Alongamentos laborais 
 Fazer alongamentos para aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a 
viscosidade das articulações e tendões, proporcionando melhor utilização da capacidade 
funcional. 
 Realizar exercícios antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho ou atividades. 
Exercícios compensatórios 
 Evitar a ocorrência de Dorts. 
 Realizar ao longo do trabalho e atividades, de acordo com os grupos osteomusculares mais 
utilizados nas práticas. Duram de cinco a dez minutos, média de quinze segundos por 
postura. 
Cordialidade e postura colaborativa 
 Adotar uma postura profissional e ética, valorizando a construção coletiva, o trabalho 
compartilhado, a qualidade e segurança no atendimento. 
 Comunicar-se de forma clara e objetiva. 
 Ser cordial e flexível nas relações interpessoais. 
 Cooperar com a equipe. 
 Ser proativo na solução dos problemas. 
 Valorização e respeito à diversidade. 
 Sigilo profissional no trato de informações. 
 Respeito à privacidade do cliente. 
 
Valorize os momentos de relaxamento e desaceleração, faça pausas restaurativas! Usufrua das 
férias anualmente, semanalmente reserve um tempo para o lazer e prática de atividade física e, 
diariamente, tenha pensamentos úteis e positivos, invista na alimentação saudável e no sono 
reparador. Exerça o autocuidado! 
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Vejamos a seguir as boas práticas da ergonomia: 
 Ambiente organizado, com iluminação e ventilação adequada. 
 Presença de depósito de material para limpeza. 
 Maca e cadeira ajustáveis em altura e apoios. 
 Pausa de quinze minutos a cada duas horas, pausa de sessenta minutos para refeições, 
férias anuais. 
 Posturas adequadas. 
 Realização de alongamentos laborais e exercícios compensatórios. 
 Postura positiva e colaborativa. 
 
 
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10 Acidente com material biológico 
Vejamos neste tópico a caracterização do acidente. Acompanhe conosco: 
Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra. 
Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível. 
Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou 
exposição percutânea com material perfurocortante. 
10.1 Profilaxia no caso de acidentes com material biológico 
Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue entrarem em contato, caírem ou 
respingarem na pele íntegra, não machucada: Lave imediatamente a parte do corpo atingida 
com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. Em caso de 
aparecimento de sintomas variados, procure ajuda médica. 
Se o material orgânico, secreções corpóreas e sangue, entrarem em contato, caírem ou 
respingarem na pele não íntegra, machucada, em mucosas, nos olhos, na boca; ou perfurou a 
pele, acidentes com materiais perfurocortantes: Lave imediatamente a parte do corpo atingida 
com muita água limpa e sabonete. Tire as roupas contaminadas se necessário. E encaminhe a 
pessoa para atendimento médico especializado ou pronto atendimento imediatamente, 
preferencialmente no prazo de duas horas. 
O médico realizará a avaliação do risco de aquisição de doenças infectocontagiosas, poderá 
indicar ou não a quimioprofilaxia, administração de antirretrovirais, assim como fará o 
acompanhamento necessário ao caso. 
11 Ambiente de trabalho 
17 
 
Os espaços físicos nos locais com atividades de estética devem respeitar e se adequar à 
legislação sanitária vigente objetivando garantir, ao profissional e seus clientes, segurança e 
qualidade nos serviços prestados. Deste modo, a legislação sanitária orienta: 
 O estabelecimento deve ser independente da residência. Os locais de trabalho não poderão 
ter comunicação direta com dependências residenciais. 
 As instalações prediais livres de trincas, rachaduras e infiltrações. Importante conservar as 
estruturas com a finalidade de não acumular poeira e/ ou umidade, ser meio de entrada de 
animais e insetos causadores de doenças, causar risco de acidente e incêndio; garantindo a 
segurança para o profissional e clientes. 
 As áreas devem ser adequadas para cada atividade desenvolvida e possuir espaços 
específicos para o desenvolvimento adequado e seguro das atividades profissionais 
presentes, como sala de atendimento, recepção, sala para processamento de produtos, área 
para depósito de materiais de limpeza, dentre outros. 
 As paredes e pisos devem ser lisos, impermeáveis, resistentes, de cor clara, e que permitam 
fácil limpeza e higienização. A cor clara facilita a identificação de sujeira e, também, contribui 
para a iluminação do ambiente. 
 Móveis e bancadas devem ser revestidas com material não poroso, pois impedem a 
penetração e acúmulo de microrganismos e ser resistente à ação de desinfetantes. 
 A iluminação deve ser adequada e proporcionar boa visibilidade e conforto. 
 Garantir a ventilação natural com troca de ar com o ambiente externo, pois a ventilação 
contínua do ambiente para a área externa permite a renovação do ar, não confinando gases 
no seu interior. Quando houver ventilação artificial por ar-condicionado (este deve fazer 
renovação de ar com exterior), realizar limpeza periódica conforme orientação do fabricante, 
com finalidade de prevenir o acúmulo de sujeira no aparelho e provocar doenças 
respiratórias. 
 Garantir um lavatório na área de atendimento para a prática de higienização das mãos dos 
profissionais e clientes. 
 O local deve ser destinado à limpeza e descontaminação de materiais, no caso o Centro de 
Material e Esterilização (CME) para evitar a contaminação dos materiais limpos e acidentes. 
 O estabelecimento deve ter um sanitário e apresentar condições de limpeza para todos os 
usuários. 
 
 A água fornecida pela rede pública e presença de caixa d’água deve ser limpa a cada seis 
meses para garantir a continuidade do fornecimento de água (reservatório de água). A água 
deve ser potável, por isso, importante realizar a limpeza do reservatório periodicamente. 
 Que os ralos estejam com condições de fechamento. A instalação de tela milimétrica ou 
proteção escamoteável, tipo abre e fecha, evita a entrada de insetos ou animais que podem 
transmitir doenças. 
 Que o descarte da água utilizada seja feito na rede coletora de esgoto, pois é 
expressamente proibido o descarte de esgoto na rede de água pluvial. Seu descarte 
adequado reduz a poluição dos rios. 
 Importante cuidar do descarte da água de chuva na rede pluvial, pois é expressamente 
proibida a introdução direta ou indireta de águas pluviais, da chuva, ou resultantes de 
drenagem nos ramais prediais de esgotos. Evita a sobrecarga da rede coletora de esgoto e 
problemas no tratamento. 
 Os equipamentos e utensílios sejam resistentes e impermeáveis para evitar acúmulo de 
sujeira e proporcionar boa higienização e desinfecção. 
 As as lixeiras estejam com sacos plásticos, munidas com tampa e acionamento por pedal 
para evitar o contato das mãos com os resíduos já descartados. 
 Fundamental ter recipientes rígidos para descarte de materiais perfurocortantes, para manter 
em todas as salas com uso de perfurocortantes, como agulha, seringa, lâmina, entre outros, 
recipiente próprio para o descarte, evitando riscos de acidente no manuseio. 
18 
 
 Importante ter uma instalação elétrica suficiente para o número de equipamentos para evitar 
o uso de “T” e/ou extensões que sobrecarregam as tomadas, isso garante maior segurança 
para o profissional e clientes aos riscos de curto-circuito que podem danificar equipamentos 
e a rede elétrica. 
 A copa/cozinha seja exclusiva. O ambiente onde são realizadas as refeições não deve ser o 
mesmo onde se realizam atendimentos ou procedimentos técnicos. Assim como, não pode 
dar acesso direto a sanitários. 
 Os produtos utilizados estejam registrados pela Anvisa. Os produtosdevem possuir rótulo 
com os dados do fabricante, CNPJ, número de registro no MS/Anvisa, lote, validade. Quando 
importados, apresentar rotulagem em português com os dados do importador, dados do 
fabricante, CNPJ, número de registro no MS/ Anvisa, lote, validade. A conferência dessas 
informações permite o rastreamento dos produtos. 
 Os produtos fracionados sejam identificados para evitar uso inadequado e acidentes. 
 
 
11.1 Limpeza e desinfecção de superfícies 
Em se tratando de limpeza e desinfecção de superfícies, vale saber que em serviços de saúde, 
onde o risco biológico está presente e circulam pessoas com costumes diversificados, faz-se 
necessário adotar procedimentos de higienização/limpeza diferentes dos comumente utilizados 
em ambientes domésticos. 
Limpe sempre as superfícies caracterizadas pelos mobiliários: bancadas, pias, macas, 
divãs, suporte para soro, balança, computadores, pisos, paredes, divisórias, portas e 
maçanetas, tetos, janelas, vidros, equipamentos, instalações sanitárias, grades de aparelho de 
ar-condicionado, ventilador, exaustor, luminárias, bebedouro, aparelho telefônico e outros. 
Superfícies sujas e empoeiradas, úmidas ou molhadas e com condições precárias de 
revestimentos, além de hospedar microrganismos e facilitar a sua proliferação, prejudicam a 
correta higienização e limpeza. Nesse sentido, o processo de limpeza e desinfecção de 
superfícies além de promover sensação de bem-estar, segurança e conforto aos clientes e 
profissionais nos serviços de saúde, colabora para a redução das Infecções Relacionadas à 
Assistência à Saúde (Iras). 
19 
 
É proibido no local de atendimento por desfavorecer a limpeza a presença de animas e plantas, 
paredes com texturas, piso de madeira, varredura seca, estofados com tecidos permeáveis e 
rasgados, lixeiras inexistentes ou inadequadas, alimentos no local, desorganização do ambiente, 
dentre outros. 
Em se tratando dos tipos de limpeza, temos: 
Limpeza e desinfecção concorrente 
Mais superficial e objetiva o controle do crescimento microbiano. 
Superfícies envolvidas: aquelas que entram em contato com o cliente (maca, mesa acessória 
etc.). 
Periodicidade: antes e após o atendimento. 
Materiais utilizados: compressas/TNT/papel toalha, desinfetante, água e detergente neutro. 
Método passo a passo: 
 Realizar a higienização das mãos. 
 
 Preparar os materiais que serão utilizados. 
 Utilizar os EPIs apropriados. 
 Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fontes 
potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). 
Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente (visível): 
 Remover seu excesso com papel toalha e descartá-lo no lixo infectante. 
 Realizar a fricção do local com água e detergente neutro. 
 Repassar e secar. 
 Realizar a fricção mecânica das superfícies utilizando compressa/TNT/papel toalha com 
solução desinfetante, respeitando os princípios básicos (do mais limpo para o mais sujo, em 
sentido unidirecional). 
 Utilizar todos os lados da compressa de forma única. 
 Trocar a compressa de TNT ou papel toalha sempre que ela se apresentar visivelmente suja. 
 Desprezar adequadamente a compressa de TNT ou papel toalha e luvas no lixo infectante. 
 Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. 
 Realizar a higienização das mãos. 
Limpeza e desinfecção terminal 
Mais completa, objetiva a remoção microbiana. 
Superfícies envolvidas: todas as superfícies horizontais e verticais, do teto ao chão. 
Periodicidade: mínimo de quinze dias em áreas semicríticas, com data/horário preestabelecido. 
Materiais utilizados: Compressas de TNT e panos, desinfetante, água, detergente neutro, 
balde e rodo. 
Método passo a passo: 
 Realizar a higienização das mãos. 
 Preparar os materiais que serão utilizados. 
 Utilizar os EPIs apropriados. 
 Inspecionar a superfície, atentando para sua integridade e funcionalidade, assim como fontes 
potenciais para proliferação microbiana (sujidades, presença de matéria orgânica etc.). 
 Na presença de sujidade e matéria orgânica aparente: Remover seu excesso com papel toalha 
e descartá-lo no lixo infectante. 
 Realizar a fricção mecânica em todas as superfícies com água e detergente neutro, repassar e 
secar, respeitando os princípios básicos: 
 Do teto ao chão (ação da gravidade). 
 Do fundo da sala para a frente. 
 Realizar a fricção mecânica de todas as superfícies com solução desinfetante. 
 Desprezar adequadamente as compressas e EPIs descartáveis. 
 Proceder adequada higienização dos EPIs não descartáveis, como as luvas de borracha de 
cano longo, óculos de proteção, botas ou sapato de segurança, avental impermeável. 
 Organizar o ambiente, deixando-o preparado para uso. 
20 
 
 Realizar a higienização das mãos. 
Quando realizada a limpeza e desinfecção terminal das superfícies é obrigatório o seu registro 
no Manual de Rotinas e Procedimentos, que veremos como monta-lo criando um roteiro 
básico. Assim como se recomenda que estejam disponíveis/visíveis para verificação dos 
profissionais e clientes. Esses registros devem ser guardados pelo período de cinco anos para 
fins de fiscalização sanitária! 
Em se tratando de boas práticas de limpeza e desinfecção de superfícies, seguem 
algumas recomendações: 
 Não utilizar adornos 
 Utilizar EPIs apropriados. 
 Registro da Anvisa em todos os produtos saneantes utilizados. 
 Utilizar método compatível entre tipo de superfície e produto saneante (respeitando 
concentração e tempo de aplicação. 
 Panos de limpeza de piso e panos de mobília individualizados tanto para limpeza leve quanto 
para limpeza pesada. 
 Desinsetização periódica, semanalmente. 
 Evitar atividades que favoreçam a suspensão de partículas, como os aspiradores de pó, 
ventiladores e varredura seca. 
 Isolar áreas em reformas ou em construção. 
 Retirar vasos com flores e plantas das áreas assistenciais objetivando evitar fontes de fungos. 
 Prover registro da limpeza e desinfecção terminal, arquivando por cinco anos para fins de 
fiscalização sanitária. 
 
 
 
12 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde 
Durante atividades diárias, descartamos muitos materiais que não apresentam mais utilidades, 
como papel, plásticos, vidro, folhas, metal, resto de alimentos, resíduos líquidos, sangue, 
secreções corpóreas, entre outros. Esses materiais que rotineiramente chamamos de lixo são os 
resíduos. 
A origem dos resíduos pode ser: doméstica ou residencial, comercial, público e fontes especiais 
(industrial, radioativo, aeroportos, resíduos de serviços de saúde, entre outros), porém 
independentemente da origem, todos os geradores são responsáveis por seus resíduos! 
12.1 Responsabilidade compartilhada 
Dependendo de suas características, os resíduos podem ser perigosos quando 
gerenciados de forma inadequada, ou seja, podem causar prejuízos à saúde da coletividade, 
mortes e doenças, e ao meio ambiente. Por esse motivo a responsabilidade é compartilhada e 
21 
 
se estende dos geradores ao poder público e às empresas de coleta, tratamento e disposição 
final. Todas as pessoas e empresas devem se preocupar e cuidar dos resíduos por si 
produzidos. Reduzir o desperdício, separar e descartar corretamente os resíduos por tipo são 
ações importantes para sustentabilidade e necessárias para a manutenção da saúde pública, 
dos recursos naturais e do meio ambiente! 
Nas atividades de saúde, os resíduos gerados recebem o nome de Resíduos de Serviços de 
Saúde (RSS) e, segundo as Resoluções Conama nº 358 (2005), são classificados por grupo, 
como segue: 
 
 
 
#PraCegoVer: A tabela apresenta os tipos de resíduos de serviços de saúde, separados por 
seus grupos, definições, exemplos e tipos de coleta. 
O gerenciamento dos RSS é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão, 
planejados e implementados, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços 
de saúde, proporcionar-lhes encaminhamentoseguro e eficiente, assim como a proteção dos 
trabalhadores envolvidos. 
22 
 
 
Cuidados necessários e boas práticas para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: 
Grupo A: INFECTANTE 
 Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento, CME e 
manipulação de secreções corpóreas. 
 Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumínio 
etc.), possuir tampa com acionamento por pedal e ser identificado como lixo Infectante. 
 Tipo de saco de revestimento: Saco plástico branco leitoso identificado com o símbolo 
infectante. 
 Rotina de recolhimento interno: Três vezes ao dia (conforme protocolo institucional). 
 Acondicionamento temporário: Deve ser de material rígido, lavável (lixeira, contêiner, abrigo 
de alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, fechado (com lacre, cadeado, chave 
etc.), identificado com o símbolo infectante, em local que facilite a coleta especializada. 
 Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura 
Observação: Ao manipular o lixo infectante, é imprescindível o uso de EPIs e higienizar 
as mãos logo após o término da ação. 
Essas ações têm a finalidade de: 
 
1. Evitar a contaminação das mãos com os resíduos já descartados. 
2. Evitar a mistura dos resíduos. 
3. Evitar a sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. 
4. Evitar acidentes e contaminação. 
5. Reduzir os riscos à saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte 
dos resíduos. 
Grupo B: QUÍMICO 
 Locais necessários para disposição do coletor/lixeira: Locais geradores de resíduos 
químicos (laboratórios, sala de revelação de raios X, dentre outros. 
 Tipo de coletor/lixeira: Devem ser acondicionados em recipientes específicos, conforme seu 
estado físico e suas propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. 
 Rotina de recolhimento e armazenamento interno: Deve ser realizado por pessoas 
treinadas/capacitadas. O produto deve ser devidamente identificado (nome, símbolo de risco, 
quantidade, serviço de origem, responsável e data de descarte) e transportado e 
acondicionado temporariamente no abrigo para produtos químicos, até a coleta especializada. 
Essas ações têm a finalidade de: 
1. Evitar a mistura dos resíduos. 
2. Ao manipular o lixo químico, é imprescindível estar com EPIs apropriados. Após a manipulação, 
deve-se higienizar as mãos. 
Grupo C: RADIOATIVO 
Este tipo de resíduo não é encontrado em ambientes de depilação. 
Grupo D: COMUM: 
 Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais de atendimento/CME, 
copas, recepção, escritórios, banheiros, entre outros. 
 Tipo de lixeira/recipiente: Deve ser de material rígido, lavável (plástico resistente, alumínio 
etc.) e identificado como lixo comum. 
 Tipo de saco de revestimento: Saco plástico preto. 
 Rotina de recolhimento interno: Uma vez ao dia (conforme protocolo institucional). 
 Acondicionamento temporário: Deve ser de material lavável (lixeira, contêiner, abrigo de 
alvenaria etc.), estar protegido do sol e da umidade, identificado com o símbolo comum. 
 Tipo de coleta: Comum pública. 
Observação: O lixo comum pode ainda ser separado em lixo orgânico, lixo não reciclável 
e lixo reciclável. 
Essas ações têm a finalidade de: 
1. Evitar a mistura dos resíduos. 
23 
 
2. Evitar a sobrecarga do recipiente coletor e a geração de odores. 
3. Evitar contaminação ambiental e presença de insetos e animais. 
4. Preservar o ambiente, reduzindo os materiais reaproveitáveis nos aterros sanitários. 
Grupo E: PERFUROCORTANTE 
 Locais necessários para disposição do coletor: Todos os locais que utilizam 
perfurocortantes, como as salas de atendimento, CME etc. 
 Tipo de lixeira/recipiente: Recipiente rígido específico para descarte de perfurocortantes, 
disponível no mercado em materiais de plástico ou papelão. 
 Rotina de recolhimento interno: Deve ser recolhido antes de os resíduos perfurocortantes 
ultrapassarem a linha de segurança presente nos recipientes. Nesse momento, o recipiente 
deverá ser fechado, envolvido no saco branco leitoso e acondicionado temporariamente junto 
aos resíduos infectantes, até a coleta especializada. 
 Acondicionamento temporário: Deve ser o mesmo do resíduo infectante. 
 Tipo de coleta: Especializada, empresa privada ou parceria com prefeitura. 
Cuidados no descarte de perfurocortantes: 
 Devem ser descartados imediatamente após o uso. 
 Não é permitido reencapar as agulhas e similares. 
 Não é permitido retirar manualmente a agulha da seringa, sendo necessário descartar a 
seringa acoplada na agulha. 
 Deve-se utilizar pinça apropriada para remoção de lâminas dos bisturis. 
 Não quebrar ou entortar os materiais perfurocortantes após o uso. 
 Utilizar recipientes de coleta adequados. No caso de recipiente de papelão, este deve ser 
devidamente montado e identificado. 
 
Essas ações têm a finalidade de: 
1. Evitar acidente no transporte dos produtos. 
2. Esse recipiente deve garantir resistência à puntura e impermeabilidade. No caso de recipientes de 
papelão, não molhar. 
3. Evitar acidente durante o descarte do material e posterior descarte do recipiente. Reduzir os riscos à 
saúde pública e ao meio ambiente, por meio da correta manipulação e descarte dos resíduos. 
4. Evitar acidentes com perfurocortantes e contaminação do trabalhador. Responsabilização pela 
montagem do dispositivo. 
5. 
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) deve estar 
baseado nas características dos resíduos gerados e conter as seguintes informações: 
1. Dados e caracterização do estabelecimento. 
2. Caracterização dos aspectos ambientais. 
3. Tipos e quantidades de resíduos gerados. 
4. Tipo de acondicionamento. 
5. Coleta e transporte interno dos RSS. 
6. Armazenamento temporário dos RSS. 
7. Coleta e transporte externo dos RSS. 
8. Tratamento dos RSS 9. Disposição final dos RSS. 
 
Esse documento deve permanecer na empresa ou serviço de saúde como fonte de consultas e 
esclarecimentos para funcionários/colaboradores, assim como para fins de fiscalização sanitária. 
 
24 
 
 
13 Boas práticas no processamento de produtos: limpeza, desinfecção, 
esterilização e validação da esterilização 
Para a Anvisa, são considerados como produtos para saúde todos os artigos, instrumentos, 
utensílios, instrumentais cirúrgicos, objetos de natureza diversa e acessórios de equipamentos 
utilizados na assistência direta ou indireta ao cliente. O processamento de produtos para 
saúde é tudo o que se faz para deixar os produtos utilizados no atendimento ao cliente 
prontos e seguros para um novo uso, para um novo atendimento. São eles: limpeza, 
secagem, desinfecção, esterilização, embalagem e armazenamento. Não são todos os produtos 
podem ser reprocessados, ou seja, utilizado mais de uma vez. Para a RDC 156 (2006) os 
produtos são classificados como “passíveis de reprocessamento” ou como “reprocessamento 
proibido”, ou seja, de uso único. A Resolução nº 2605 dispõe a relação dos artigos proibidos de 
serem reprocessados. As ceras utilizadas para a depilação são de uso único, o 
reprocessamento é proibido. 
 
Reprocessar produtos de uso único é CRIME! 
Como saber qual processamento é mais adequado para os diversos produtos existentes na área 
de embelezamento, saúde e bem-estar: 
 
Passo 1: Classificar os produtos de acordo com seu potencial para transmissão de 
microrganismos, ou seja, o risco de transmissão de doenças: 
 
Não críticos: Aqueles que entram em contato com a pele íntegras, ou seja, não machucadas. 
Semicríticos: Aqueles que entram em contato com a pele ou mucosa não íntegras, ou seja, 
machucadas. 
Críticos: Aqueles que cortam ou penetram na pele e mucosas 
Passo 2: Verificar qual é o processamento mínimo de segurança preconizado pela Anvisa para 
cada classe de produto: 
Produtos não críticos: Limpeza 
Produtos semicríticos: Limpeza + Desinfecção de alto nívelProdutos críticos: Limpeza + Esterilização 
Todo processamento de produtos deve ocorrer em local apropriado, chamado Centro de 
Material e Esterilização (CME). Esse local deve manter-se limpo e ser organizado de modo que 
respeite o fluxo unidirecional de segurança, ou seja, os produtos devem movimentar-se da área 
suja para a limpa e estéril. 
Passo 3: Realizar o processamento de forma adequada, qualificada e segura. 
Sequência prática para melhor entendimento sobre os conceitos de limpeza, desinfecção, 
esterilização e armazenamento de produtos: 
Área suja: Realiza-se a limpeza 
Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização 
Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. 
25 
 
Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e 
RDC 15, 2012), o CME pode ser classificado como simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo 
orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, 
preferencialmente, fora da área de atendimento. 
Área suja: Realiza-se a limpeza 
 
Área limpa: Realiza-se a desinfecção e preparo para esterilização 
 
Área estéril: Realiza-se a guarda dos produtos esterilizados e desinfetados. 
Centro de Material e Esterilização: De acordo com as normas da Anvisa (RDC 50, 2002 e RDC 
15, 2012), o CME pode ser classificado como simplificado, classe 1 ou classe 2, havendo 
orientações específicas para eles. No entanto, todo CME deve ser organizado, 
preferencialmente, fora da área de atendimento. 
Vejamos os tipos de limpeza, de acordo com as etapas do processamento de produtos: 
 
Limpeza realizada em todos os produtos 
 Caracteriza-se pela remoção de sujidades e microrganismos presentes nos produtos, 
tornando-os seguros para manuseio e preparando-os para os processos de desinfecção ou 
esterilização. 
 
Pode ser realizada de duas formas: 
 
MANUAL => Materiais necessários: Água, detergentes, escovas. Executada por meio da fricção. 
Esfregar os produtos com acessórios não abrasivos e que não liberem partículas. 
AUTOMATIZADA =>Materiais necessários: Água, detergentes, lavadoras.Desenvolvida por 
meio de equipamentos que operam em diversas condições de temperatura e tempo. 
 
A utilização de esponjas e sabão em barra é proibida. Recomenda-se o uso do detergente 
enzimático para melhorar a qualidade da limpeza. 
Vejamos as boas práticas para a limpeza: 
 
Realizar a higienização das mãos, seguindo as normas de biossegurança. 
Colocar os EPIs: gorro, óculos de proteção, máscara cirúrgica, avental impermeável, luvas de 
borracha antiderrapante de cano longo e calçado fechado e impermeável. Prevenindo riscos 
biológicos, contato, respingos e liberação de aerossóis. 
 
Preparar o ambiente: Garantir a qualidade do processamento. 
 Realizar a limpeza e desinfecção concorrente nas bancadas. 
 Separar os materiais necessários, como as escovas, detergentes e recipientes de plástico 
para diluição e imersão dos produtos, lavadora. 
 Preparar solução enzimática conforme orientação do fabricante. 
 
A limpeza manual consiste em quatro fases distintas: 
 Preparar os produtos para a imersão em solução enzimática: deixar as pinças abertas e 
desmontar as partes removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocortantes 
descartáveis. 
 Emergir totalmente os produtos em recipiente com água e detergente enzimático, deixando 
agir por, no mínimo, cinco minutos. 
 Realizar a fricção dos produtos sob imersão ou água corrente. 
 Realizar o enxágue final abundante, garantindo a remoção da sujidade e do detergente. 
26 
 
 A limpeza automatizada consiste em quatro fases distintas: 
 Colocar os produtos no cesto da lavadora: deixar as pinças abertas e desmontar as partes 
removíveis, conferindo sua integridade e remoção de perfurocortantes descartáveis (agulhas 
e lâminas em geral). Separar as pinças de pontas traumáticas e lavar separadamente para 
evitar traumas. 
 Emergir totalmente os produtos no interior da lavadora contendo a solução enzimática. 
 Colocar a tampa, ligar a lavadora ultrassônica e respeitar o tempo de ação recomendado 
pelo fabricante. 
 Após o término do ciclo de lavagem, realizar o enxágue em água corrente abundante, 
garantindo a remoção da sujidade e do detergente. 
 
Atenção: Os produtos devem ficar totalmente cobertos pela solução enzimática tanto na limpeza 
manual quanto na limpeza automática. 
 
Dispor os produtos em bancada forrada com compressa/ TNT/papel toalha branco (para facilitar 
a inspeção) e realizar a secagem deles o mais rápido possível. Evitando a umidade, que além 
de favorecer a proliferação de microrganismos, provoca manchas nos produtos. 
Promover a inspeção dos produtos garantindo a adequada limpeza, integridade e 
funcionalidade. 
Organizar o ambiente, realizando as boas práticas de biossegurança. 
Realizar a limpeza e desinfecção concorrente (álcool 70%) das bancadas e equipamentos 
utilizados. 
Desprezar a solução enzimática no ralo da pia. 
Retirar os EPIs, desprezando adequadamente os descartáveis no lixo infectante, assim como 
procedendo a correta limpeza e desinfecção dos reutilizáveis, realizando boas práticas de 
biossegurança. 
Realizar a higienização das mãos, de acordo com a prática de biossegurança. 
 
 
Todo produto sujo deve retornar para novo processo de limpeza.

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