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Revista Brasileira de Geociências Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello 37(2):374-389, junho de 2007
Arquivo digital disponível on-line no site www.sbgeo.org.br374
 
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
Flávia Lopes Oliveira1 & Edson Farias Mello2
Resumo A bacia do rio São João, localizada no sudeste do estado Rio de Janeiro, vem sofrendo diversas 
intervenções antrópicas ao longo dos anos. Entre as décadas de 50 e 80, o rio São João e alguns dos seus afluen-
tes foram submetidos a diversas obras de retificação. Esta ação provocou a intensificação do fluxo hidráulico, 
resultando no aumento do transporte e deposição de areia, favorecendo assim a instalação de areais. A atividade 
de mineração, embora proporcionando o desassoreamento da calha fluvial, foi praticada sem estudos prévios e 
sem monitoramento, o que gerou conflitos de ordem locacional, motivando a avaliação dos impactos ambien-
tais decorrentes da extração de areia. Assim, este estudo teve como objetivo maior, avaliar a interferência da 
atividade de mineração na dinâmica fluvial do rio São João, a luz de outras formas de ocupação e uso do solo. 
Através de seções transversais ao rio, nos portos de areia, verificou-se uma grande disponibilidade de sedimen-
tos, com rápidas reposições das áreas lavradas. A análise dos mapas de uso e ocupação do solo da bacia, de três 
épocas distintas (1984, 1994 e 2000), permitiu identificar parte da proveniência dos sedimentos. O aumento 
das áreas devastadas devido ao intenso uso rural, deve ter proporcionado a aceleração da erosão laminar do 
solo, resultando no aumento da carga sedimentar do rio. Conclui-se, que a qualidade ambiental na bacia do rio 
São João encontra-se muito mais seriamente comprometida em função dos desequilíbrios causados pelas reti-
ficações dos canais fluviais e uso intenso do solo do que pela mineração de areia, que pode ser avaliada como 
de impacto ambiental secundário. Esta atividade pode até ser conduzida sem promover impactos ambientais 
adversos se forem mantidas as condições naturais de regime hidráulico do sistema fluvial que, no caso do rio 
São João, atualmente já se encontram comprometidas. 
Palavras-chave: mineração de areia, construção civil, impacto ambiental.
Abstract Sand mining and environmental impacts in the São João river basin, Rio de Janeiro state, 
Brazil. Over the years, the São João River basin in southeastern Rio de Janeiro State – Brazil, underwent 
several anthropic interventions. During the 1950s and 1980s, the courses of this river and some of its tributar-
ies were repeatedly straightened. Such actions intensified their flow-rates, increasing sand transportation and 
deposition, and sand- mining activities flourished. The sand exploitation, despite clearing silt and sediments 
from river channels, was undertaken without previous studies and monitoring which generated locational con-
flicts, and originated the assessment of the environmental impacts arising out of mining activities. The main 
purpose of this paper is to assess the effects of sand-mining on the São João River dynamics, while bearing 
in mind other types of land use and occupancy. In cross-sections of the river, studied at local ports, ample 
amounts of sediment were noted, with rapid replenishment in the mining areas. An analysis of the land use and 
occupancy maps of this river basin for three separate periods (1984, 1994 and 2000), allowed the identification 
of some of the sediment sources. The expansion of the devastated areas due to intensive rural use, probably 
gave its contribution speeding up the laminar soil erosion, and the result was an increase of the sediment burden 
in the river. Our conclusion is that the environmental quality of the São João River basin is more seriously 
endangered due to the sedimentary imbalance caused by the riverbed straightening projects and intensive land 
use than the sand-mining activities that may be assessed as producing a secondary environmental impact. In 
fact, sand-mining might even be carried out without adverse environmental impacts, if the natural conditions 
of the hydraulic mode of the fluvial system are kept, which particularly for the São João River are already 
jeopardized.
Keywords: Sand mining, civil construction, environmental impact.
1 – Programa de Pós Graduação, Depto. Geologia, IGEO, CCMN, UFRJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: flavialopes@oi.com.br
2 – Departamento de Geologia, IGEO, CCMN, UFRJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: mello@geologia.ufrj.br
fluxo e de transporte de sedimentos. 
As modificações das condições do canal podem 
ser propagadas a montante e jusante, bem como late-
ralmente, e por outro lado podem impactar os ecossis-
temas aquáticos. Os leitos ativos de rios são dinâmi-
cos e respondem rapidamente aos estímulos externos, 
incluindo a extração de areia. As operações de lavra 
INTRODUÇÃO A extração de materiais aluvionares 
em rios vem sendo fortemente condenada por diversos 
setores da sociedade em função dos desequilíbrios que 
esta atividade pode causar na dinâmica fluvial. O efeito 
imediato e direto desta ação é a redefinição dos limites 
do canal, seja pela retirada ou adição de materiais, que 
por sua vez pode promover uma mudança no padrão de 
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Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
podem causar um impacto direto nos parâmetros físicos 
da corrente fluvial, tais como geometria do canal, ele-
vação do leito, composição e estabilidade do substrato, 
velocidade, turbidez, transporte de sedimentos, vazão 
e temperatura (Rundquist 1980, Pauley et al. 1989, 
Kondolf 1994a, 1994b, 1997, 1998, Brown et al. 1998, 
Florsheim et al. 1998, Meador & Layher 1998, Langer 
& Glanzman 2003, Batalla 2003). A carga de fundo de 
um sistema fluvial tem relação direta com a geometria 
hidráulica do canal e quaisquer alterações envolvendo 
essa variável pode acarretar no desequilíbrio do perfil 
longitudinal do rio (Leopold et al. 1964). 
Em que pese os severos impactos que as ações 
antropogênicas podem promover à dinâmica fluvial e 
aos ecossistemas aquáticos, ainda assim é possível a 
extração de areia a partir de fontes localizadas em leito 
ativo de rio, sem criar impactos ambientais adversos, 
desde que dentro das condições naturais de regime hi-
dráulico do sistema fluvial, e mantida as salva guardas 
e práticas apropriadas (Langer & Glanzman 1993, Kon-
dolf 1994a, OWRRI 1995). 
Deve ser considerado ainda, que os impactos 
ambientais em ambiente fluvial são uma combinação 
de atividades humanas locais e regionais, sendo o resul-
tado de várias ações. Alguns destes impactos podem ser 
considerados impactos seqüentes, onde um impacto é o 
evento inicial de outro impacto e assim sucessivamente 
(Kondolf 1997).
Com uma produção de areia de 23,9 milhões de 
m3, o estado do Rio de Janeiro figurava como o segun-
do maior produtor nacional, ficando apenas abaixo do 
estado de São Paulo, com uma produção de 49 milhões 
de m3 (DNPM 2001). No Rio de Janeiro, o município 
de Silva Jardim era o terceiro maior produtor de areia, 
suas extrações tiveram início na década de 70, no curso 
médio-superior do rio São João, sendo posteriormente 
proibidas em 2002 pelos órgãos de fiscalização ambien-
tal, sob a alegação de promover impactos ambientais 
negativos no rio São João e o assoreamento da represa 
Juturnaíba.
A instalação dos portos de areia no curso mé-
dio-superior do rio São João ocorreu em resposta ao de-
sequilíbrio sedimentar imposto pelas retificações feitas, 
pelo extinto DNOS (Departamento Nacional de Obras 
e Saneamento), ao longo do curso superior e médio do 
rio São João e alguns de seus tributários, principalmen-
te durante a construção da represa, nas décadas de 70 
e 80 (Cunha 1995). Esta ação resultou em conflitos en-
tre os produtores de areia e os órgãos de fiscalização 
ambiental, em virtude dos desequilíbrios ambientais 
observados no curso médio-superiordo rio São João 
e atribuídos a esta atividade. Este estudo foi realizado 
no período de 2002 a 2004 com o objetivo de avaliar 
a interferência da atividade de mineração na dinâmica 
fluvial do rio São João, a luz de outras formas de ocu-
pação e uso do solo. 
CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO SÃO 
JOÃO Localizada ao sudeste do estado do Rio de Ja-
neiro, a bacia do rio São João integra parcialmente sete 
municípios e totalmente o município de Silva Jardim, 
onde se localizavam os portos de areia (Fig. 1). O rio 
São João nasce na serra do Sambê, complexo da serra 
do mar, a 700 m de altitude e percorre uma distância de 
150km até desaguar no oceano Atlântico, junto à cidade 
de Barra de São João. Entre os seus principais afluentes 
estão o Capivari, Bacaxá, Pirineus, Aldeia Velha, Dou-
rado e Iguape, além de outros de menor importância.
Com uma área em torno de 2.190km2 (SEMA-
DS 2001), a geologia no âmbito da bacia do rio São 
João é caracterizado conforme a seguir (CPRM 2001): 
sedimentos fluviais e flúvio-marinhos do Quaternário; 
Figura 1 - Localização da área de estudo (mapa do estado do Rio de Ja-
neiro / IBGE, 1997).
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
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rochas alcalinas Cretácicas; Gnaisse Tingüi (Comple-
xo Rio Negro); Cianita-sillimanita-granada-biotita xis-
to e gnaisse quartzo-feldspático (Complexo Búzios); 
Granada-biotita-sillimanita gnaisse quartzo-feldspático 
(Complexo Paraíba do Sul - Unidade São Fidélis); Hor-
nblenda-biotita ortognaisse cálci-alcalino, granodioríti-
co a tonalítico (Complexo Região dos Lagos). 
Sob o ponto de vista geomorfológico a bacia 
apresenta quatro unidades morfoesculturais: escarpas 
serranas, maciços alcalinos intrusivos, planícies flú-
vio-marinhas (baixadas) e superfícies aplainadas das 
baixadas litorâneas (Dantas 2001). Entre 20 a 40m de 
altitude encontra-se a unidade geomorfológica “bai-
xada do rio São João”, são planícies flúvio-marinhas, 
compreendendo os vales dos rios São João, Una e das 
Ostras, preenchidos por sedimentos de origem fluvial e 
flúvio-lagunar. Esses fundos de vales são delimitados 
pelas colinas baixas da superfície aplainada da Região 
dos Lagos ou por colinas isoladas e as vertentes íngre-
mes situadas no sopé da escarpa da serra do Taquaruçu 
(Fig. 2). 
A partir da década de 1950, o rio São João e 
alguns de seus afluentes, foram submetidos a diversas 
obras de retificação (Medeiros 1987) com o objetivo 
de sanear a planície de inundação, implantar o cultivo 
irrigado e facilitar a construção da rodovia federal BR-
101. Durante as décadas de 1970 e 1980, na ocasião da 
construção da represa Juturnaíba, as obras de retificação 
foram retomadas com maior amplitude. Atualmente, o 
canal do rio São João está 52% menor em extensão do 
que o original (Cunha 1995).
No curso superior do rio, os vales são muito en-
caixados até alcançar a larga planície aluvial, chegando 
na represa Juturnaíba. Os afluentes da margem esquerda 
são mais acidentados, pois nascem na área montanhosa, 
com declividade em torno de 50 a 65° (Fig. 3), sendo 
eles os que mais contribuem para o abastecimento hi-
dráulico; já os afluentes da margem direita são em me-
nor número e porte, com declividade média variando 
entre de 15 a 25° (Fig. 4), (Mello et al. 2003).
A represa Juturnaíba está situada ao leste do 
município de Silva Jardim, com área em torno de 
31km2 e profundidade máxima de 11m (Quintela & 
Cunha 1990). Antes do enchimento, era um corpo 
d’água de 4m de profundidade e de formato regular, 
com área em torno de 6km2, atingindo 8km2 nos perí-
odos de cheia (Medeiros 1987). A represa, além do rio 
São João, recebe as águas dos rios Capivari e Bacaxá, 
que nascem na serra Azul a 280 e 400m de altitude, 
respectivamente.
No que concerne às características climáticas, 
na bacia do rio São João predomina o clima tropical 
quente úmido, com temperaturas médias variando de 18 
a 24°C. Há uma influência, quase todo ano, da Massa 
Tropical Atlântica, o que mantém a estabilidade do 
tempo. Esta, entretanto, sofre freqüentemente a interfe-
rência das frentes ou descontinuidades polares e linhas 
de instabilidade tropical, que promovem instabilidade. 
Tais correntes perturbadoras respondem em grande par-
te pelos totais pluviométricos anuais, que são em torno 
de 2.000mm, com concentração nos meses de outubro 
a março (75% do total anual), sendo junho e julho os 
meses mais secos (Quintela & Cunha 1990).
Em relação à cobertura vegetal, observa-se na 
Figura 2 – Vista panorâmica da área próxima ao areal Sanches (rio São João) com 
a representação das unidades geomorfológicas (Foto: Cláudio L. Mello).
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bacia dois tipos principais: na planície, vastas exten-
sões marcadas basicamente por gramíneas, formando 
pastagens e, nas encostas das serras, assim como no tre-
cho médio-inferior do rio São João, onde se localiza a 
Reserva Biológica Poço das Antas, são encontrados re-
manescentes da Mata Atlântica (Oliveira et al. 1978).
A devastação da cobertura vegetal da bacia do 
rio São João remonta ao período da colonização do Bra-
sil, com a retirada de madeiras nobres, porém, o maior 
desmatamento ocorreu após a implantação do cultivo 
irrigado (IBDF 1981). Atualmente, o uso do solo é in-
tenso, principalmente na parte sul, com presença de 
terrenos descobertos e já esgotados devido, em grande 
parte, ao cultivo de cítricos. Há a presença, também, de 
capoeira (mata secundária), principalmente próxima às 
margens dos rios; de brejos, periodicamente inundados 
e de mata ciliar em vários locais, sendo que, na porção 
do rio onde se localizavam os areais, a mata ciliar é 
praticamente inexistente.
De acordo com dados do IBAMA (1999), no pe-
ríodo anterior à construção da represa Juturnaíba existia 
uma relevante atividade de pesca na bacia, predominan-
do a captura do bagre, tainha, robalo e camarão. Bizerril 
& Primo (2001), em estudo sobre peixes de águas in-
teriores do estado do Rio de Janeiro, concluem que o 
rio São João ainda compreende um ecossistema com 
alta biodiversidade. Porém, Mendonça (2004) constata 
a significativa redução da fauna original de peixes na 
represa Juturnaíba devido às retificações sofridas pelos 
rios e à construção da represa. 
MÉTODOS Neste estudo foram realizadas diversas 
campanhas de campo no período de 2002 a 2005, com 
ações orientadas basicamente para o levantamento do 
perfil da atividade, coleta de amostras para ensaios em 
laboratório, monitoramento da dinâmica fluvial, e le-
Figura 3 - Perfis longitudinais dos afluentes da margem esquerda do alto São João 
(Mello et al. 2003).
Figura 4 - Perfis longitudinais dos afluentes da margem direita do alto São João (Mello 
et al. 2003).
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
378 Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007
vantamento do uso e ocupação do solo e dos impactos 
ambientais negativos no curso médio-superior do rio 
São João.
Levantamento do perfil da atividade, amostragem 
e ensaios O perfil da atividade foi traçado mediante 
o cadastramento dos agentes de produção e visita a to-
dos os portos de areia. Foram obtidos dados sobre os 
equipamentos utilizados, capacidade produtiva instala-
da, pessoal envolvido e formas de operação dos equipa-
mentos, produção, destino e mecanismos de distribui-
ção da areia. Nas ações seguintes foram obtidas amos-
tras nas pilhas de areia dos areais (Fig. 5) para caracte-
rização tecnológica preliminar do material lavrado, que 
envolveu a determinação da composição mineralógica, 
morfologia dos grãos, granulometria, selecionamento, 
esfericidade, teor de material pulverulento, percentual 
de matéria orgânica e massa específica da areia.
Estabelecimento de perfis transversais ao canal flu-
vial Diversos pesquisadores vêm estudando a geo-
metria de canais fluviais atravésde seções transversais 
ao rio, com a finalidade de identificar as suas variações 
morfológicas, os processos sedimentares predominan-
tes e as influências de eventos naturais e antrópicos so-
bre a forma dos canais, destacando-se entre eles, Olson-
Rutz & Marlow (1992), Wharton (1992), Harrelson et 
al. (1994), Park (1995), Rosgen (1996), Vieira & Cunha 
(1999) e Fernandes et al. (2001).
Neste estudo os perfis transversais foram utili-
zados para monitoramento de longo prazo das condi-
ções fluviais e geomorfológicas do canal fluvial. Foram 
estabelecidas nove seções transversais, distribuídas em 
cinco areais, sendo que em quatro areais foi estabele-
cida uma seção no porto de areia e outra 100 metros a 
montante do ponto de extração, e em um areal somente 
uma seção no porto de areia (Figs. 5 e 6). As seções 
transversais tiveram por objetivo fornecer o perfil de 
elevação do rio, indicar as mudanças ocorridas com o 
tempo e, principalmente, fornecer a reposição de areia 
no local de extração. Os dados obtidos foram utilizados 
para avaliar as modificações na estabilidade do leito do 
rio, e saber se predominavam processos de agradação, 
erosão ou se o leito do rio manteve-se inalterado.
Em todas as seções transversais foram transpor-
tadas as cotas altimétricas de Referência de Nível (RN) 
topográfico mais próximos da área, através do banco de 
dados Geodésicos do IBGE. Também foram levantados 
e trabalhados dados históricos e atuais de três estações 
pluviométricas: Rio Dourado, Quartéis e Gaviões e 
uma fluviométrica: Correntezas, da Agência Nacional 
de Águas (ANA) / Companhia de Pesquisa de Recursos 
Minerais (CPRM), localizadas na bacia hidrográfica do 
rio São João.
As medidas foram sistematicamente tomadas, 
de 50 em 50cm, logo após o funcionamento das dragas 
e ao longo de vários dias depois. Após a interrupção 
da atividade mineira, o monitoramento prosseguiu por 
mais dois anos, para uma avaliação do comportamento 
da calha fluvial sem o funcionamento das dragas.
Análise do uso e ocupação do solo A análise do uso 
e ocupação do solo abrangeu toda a bacia do rio São 
João, e foi realizada através de técnicas de geoproces-
samento e sensoriamento remoto a partir de três ima-
gens de satélite LANDSAT TM5, órbita/ponto 216/76, 
R5G4B3, adquiridas em 05/07/84, 22/07/94 e 18/10/00, 
com controle de campo. Os mapas foram produzidos 
com a utilização do software SPRING 4.1 do Instituto 
Nacional de Pesquisa Espacial (INPE). As imagens fo-
ram registradas, recortadas, segmentadas (com limiar 
de similaridade 08 e limiar de área 30; nas imagens de 
1984 e 1994, as segmentações adotadas foram de 95% 
e na imagem de 2000 foi de 90%), e classificadas pelo 
ISOSEG (técnica de segmentação e classificação não-
supervisionada por regiões do SPRING 4.1) em cinco 
classes, gerando mapas no Scarta 4.1 e no Iplot 4.1 
(módulos do SPRING 4.1). Após a execução dos ma-
pas foram extraídas as áreas em km2 correspondentes às 
classes estabelecidas e calculados os valores de perda 
e expansão de cada classe, depois foram calculadas as 
porcentagens referentes a cada área.
RESULTADOS 
Caracterização da estrutura produtiva A estrutura 
produtiva no “Distrito Areeiro” de Silva Jardim com-
Figura 5 - Localização dos areais.
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Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
preendia dez empresas de mineração das quais sete es-
tavam em operação na ocasião do levantamento (julho 
de 2002). Em conjunto, apresentavam uma capacidade 
instalada de cerca de 312 mil m3 ao ano, com produção 
anual em 2000, 2001 e 2002, respectivamente, de 138, 
114 e 25,5 mil m3. Os equipamentos utilizados compre-
endiam dragas (balsa, motor e bomba), retro-escavadei-
ras, pá carregadeiras, peneiras e, de modo geral, toda a 
estrutura encontrava-se em estado de grande desgaste. 
Somente um areal contava com silo, os demais armaze-
navam a areia diretamente no pátio (Fig. 6). 
A comercialização da areia era feita predomi-
nantemente com venda através da associação dos are-
eiros (APAREIA), responsável também pela determi-
nação de preços, promoção, marketing e serviços de 
atendimento, sendo o transporte de responsabilidade do 
próprio cliente. Cerca de 90% do material extraído era 
destinado para os municípios de São Gonçalo e Nite-
rói e os outros 10% para os municípios de Casimiro de 
Abreu, Itaboraí e Região dos Lagos. Os preços prati-
cados variavam de R$ 7,00 a R$ 11,00 o m3 em 2002, 
sendo os maiores preços cotados para os materiais de 
maior granulometria, oriundos dos areais localizados 
mais a montante do rio (Figs. 5 e 7). 
CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL LAvRA-
DO A fração leve da areia é constituída por quartzo 
(55 a 75%), feldspato (08 a 15%) e mica (15 a 33%). Os 
minerais pesados ocorrem subordinadamente e são re-
presentados principalmente por biotita, granada, ilme-
nita e hornblenda; subordinadamente por monazita, es-
pinélio, limonita, magnetita, sillimanita e traços de zir-
cão e augita. Os cristais de quartzo mostraram-se muito 
angulosos a angulosos, os feldspatos sub-arredondados 
a arredondados e, em sua maioria alterados, com co-
loração amarelada, sendo parcialmente pulverulentos 
e com textura fosca. De modo geral a areia apresenta 
granulometria muito grossa a média (Tab. 1 e Fig. 7), 
selecionamento variando de moderado a mal selecio-
nada e exibem baixa esfericidade. O teor de material 
Figura 6 - Levantamento de seção transversal, areal Taquaruçu.
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
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pulverulento varia de 0,52% (areal Taquaruçu, rio São 
João) a 6,4% (areal Sanches), os percentuais de matéria 
orgânica variam de 0,26% no afluente Pirineus a 1,6% 
no rio São João (areal Taquaruçu) e as determinações 
de massa específica indicaram valores em torno do 
2,60g/cm3.
O regime pluviométrico e fluviométrico Uma par-
cela da carga sedimentar dos cursos d’água é obtida pela 
ação erosiva que as águas exercem sobre as margens e 
fundo do leito (Christofoletti 1981). A maior parte, en-
tretanto, é fornecida pela remoção detrítica das verten-
tes. Por essa razão, desde há muito tempo reconhece-se 
que o transporte de sedimento é governado por fatores 
hidrológicos que controlam as características e o regi-
me dos cursos de água. Dentre esses fatores destaca-
se a quantidade e a distribuição das precipitações. Os 
fluxos e transporte de sedimentos constituem respostas 
aos processos e ao estado de equilíbrio atuantes no sis-
tema fluvial.
O estudo da pluviosidade é muito importante 
em análises da evolução de perfis transversais ao rio, 
na medida que a precipitação influencia tanto no esco-
amento superficial nas encostas, como no escoamento 
canalizado, transporte e sedimentação dos materiais só-
lidos no canal fluvial.
Foram obtidos dados atuais e históricos de três 
estações pluviométricas da ANA/CPRM, localizadas 
na bacia hidrográfica do rio São João, num período de 
cinco anos de observação (1999 a 2003): estação Rio 
Dourado, localizada mais próxima à linha da costa, a 
12m de altitude; estação Quartéis, localizada em relevo 
montanhoso na parte norte da bacia, a 58m de altitude; 
e a estação Gaviões, localizada próximo à nascente do 
rio São João, a 1.620m de altitude. Estes dados per-
mitiram a avaliação do controle da linha da costa e do 
relevo nos índices pluviométricos. 
Adicionalmente, foram obtidos dados fluvio-
métricos da estação Correntezas, da ANA/CPRM, lo-
calizada no rio Bananeiras, a 23m de altitude, próximo 
ao areal Correntezas.
A estação pluviométrica Rio Dourado está mais 
susceptível às chuvas por convecção, devido a sua pro-
ximidade do oceano Atlântico (influência marítima) e, 
conseqüentemente, na grande capacidade de evapora-
ção. São chuvas rápidas apresentando uma média men-
sal de 142mm e totais anuais em torno de 1.700mm 
(Fig. 8).
As estações pluviométricas Quartéis e Gavi-
ões localizam-se próximas ao relevo acidentado,onde 
o clima é mais úmido, porém amenizado pela altitude. 
Estas áreas são caracterizadas pelas chuvas orográficas, 
apresentando maiores concentrações mensais e médias 
anuais (Fig. 8). 
A influência topográfica funciona como uma 
barreira natural à entrada de frentes frias, gerando chu-
vas concentradas, mesmo fora do período chuvoso. Tais 
concentrações podem ser vistas nos gráficos de distri-
buição diária na Fig. 9.
A estação pluviométrica Quartéis registrou 
167mm de média mensal e 1.620mm de total anual; já 
a estação Gaviões registrou 192mm de média mensal e 
2.300mm de total anual (Fig. 8). Os dados provenientes 
da estação Gaviões são mais indicados na análise da 
evolução das seções transversais ao rio, uma vez que 
esta estação localiza-se próxima à cabeceira do rio São 
João. Sendo assim, ela registra as chuvas que influen-
ciam diretamente o “Distrito Areeiro” de Silva Jardim.
Apesar do gráfico dos dados fluviométricos 
(Fig. 8) ter uma curva suave, devido aos escoamentos 
subsuperficiais que alimentam o rio de forma lenta e 
contínua, observa-se uma forte relação com os gráficos 
de distribuição de chuvas médias mensais, sendo em 
todos os gráficos os maiores índices encontrados nos 
meses de janeiro e dezembro.
Figura 7 - Distribuição granulométrica das areias do 
rio São João, “Distrito Areeiro” de Silva Jardim. (ima-
gem colorida disponível na versão on-line)
Tabela 1 - Resultados de análises de teor de material pulverulento, matéria orgânica e 
massa específica das areias do rio São João, “Distrito Areeiro” de Silva Jardim.
AreAis Material
pulverulento (%)
Matéria
orgânica (%)
Massa
específica (g/cm3)
Taquaruçu (São João) 0,56 1,6 2,61
Taquaruçu (Pirineus) 1,05 0,26 2,62
Correntezas (Bananeiras) 3,56 0,30 2,62
Correntezas (São João) 2,6 0,37 2,60
Sanches 6,4 1,04 2,61
Aveirense 2,53 0,62 2,56
Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007 381
Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
Os escoamentos fluviais incluem os chamados 
fluxos de chuva, os quais são gerados depois de deter-
minado tempo de chuva e, ao atingir o canal de dre-
nagem, aumentam sua vazão, e os fluxos de base, que 
são parte do fluxo canalizado que se mantém durante 
os períodos secos e são alimentados pela descarga da 
água subsuperficial residente nos solos e rochas. Essa 
água subterrânea representa chuvas passadas estocadas 
no solo (Coelho Netto 2003). 
Monitoramento da calha fluvial através de seções 
transversais Os dados obtidos nos perfis transver-
sais ao rio São João e tributários indicaram uma rápida 
reposição de areia nos areais localizados mais a mon-
tante, mesmo nos períodos com baixos índices pluvio-
métricos, como foi o caso do areal Taquaruçu (rio São 
Figura 8 - Médias pluviométricas e fluviométricas mensais de 1999 a 2003.
Figura 9 - Distribuição pluviométrica diária, estação Gaviões (Rep - correspon-
de ao período de reposição de areia na área lavrada).
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
382 Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007
João), onde foi registrada uma total reposição na área 
dragada em apenas quatro dias, em 12/10/2002. A área 
no perfil correspondente a esta reposição foi em torno 
de 16,8m2 (Fig. 10). Não sendo registrada pluviodidade 
no dia do levantamento da seção e, nem nos nove dias 
antecedentes (Fig. 9 – Rep. 1; Rep.: indica na figura o 
dia do levantamento da reposição de areia na área la-
vrada).
Os areais localizados nos afluentes também apre-
sentaram rápida reposição de areia. No areal Taquaruçu 
Figura 10 - Perfis transversais ao rio, seções nos portos de areia.
Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007 383
Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
(rio Pirineus), foi registrada uma reposição total em um 
mês e 19 dias, correspondendo a uma área de 20m2 no 
perfil (Fig. 10), entre os meses de julho e setembro de 
2002, sendo esse período de baixa pluviosidade, com 
um total de 116,5mm distribuídos em nove dias (Fig. 
9 – Rep. 2). Após esta data o rio foi novamente dragado 
e, um mês depois, foi observada uma reposição total 
de areia, correspondendo a uma área de 22m2 no per-
fil (Fig. 10), nesse período houve cinco dias de chuva 
com um total de 84mm (Fig. 10 – Rep. 3). No afluente 
Bananeiras, areal Correntezas, foi verificada completa 
reposição em 28 dias, entre os meses de agosto e se-
tembro de 2002, correspondendo a uma área no perfil 
de 14,4m2 (Fig. 10). Nesse intervalo foram registrados 
dois curtos períodos de chuva, com 46,6 e 40,3mm cada 
(Fig. 9 - Rep. 4). Depois, o rio foi dragado novamente 
e houve uma reposição correspondendo a uma área de 
25,5m2 no perfil, de outubro de 2002 a janeiro de 2003, 
sendo este intervalo de maiores índices pluviométricos 
(Fig. 9 – Rep. 5 e 10).
No areal Sanches, 7km abaixo do areal Taqua-
ruçu, foi observada uma reposição mais lenta do que 
nos areais a montante, demorando quatro meses e meio 
(entre os dias 02/11/2002 e 10/02/2003) para total re-
composição da área lavrada, de 33m2 em perfil (Fig. 
10), sendo necessário iniciar o período chuvoso (Fig. 9 
– Rep. 6). Como foi o caso, também, do areal Aveirense, 
localizado mais a jusante, onde a reposição de sedimen-
tos foi menos acelerada ainda, indicada pelo acréscimo 
de 12m2 no perfil, em dois meses (de agosto a outubro 
de 2002). O registro de total reposição ocorreu somente 
em fevereiro de 2003, correspondendo a uma área de 
68,36m2 no perfil (Fig.s 9 - Rep. 7 e 10).
Nas seções localizadas 100m acima da área dra-
gada, foi constatada a predominância dos processos de 
sedimentação. Somente no areal Taquaruçu, porto de 
areia no rio São João, foi observada em perfil, erosão 
de 4,5m2 da calha fluvial durante o período de extração 
de areia (Fig. 11).
De modo geral, os dados obtidos nos portos de 
areia, após a paralisação da lavra, indicaram um acú-
mulo de sedimentos areno-quartzosos na calha fluvial, 
culminando no assoreamento de alguns segmentos do 
rio (Fig. 12). Os trechos da calha fluvial onde foram 
observados maiores acúmulos de areia correspondem 
ao areal Taquaruçu (portos do rio São João e Pirineus), 
com respectivamente 32,5 e 40m2 de sedimentação 
em áreas nos perfis, e areal Correntezas (rio Bananei-
ras), com 23,4m2 de reposição no perfil (Fig.s 10). As 
medidas feitas 100m acima das dragas indicaram um 
acúmulo de areia mais acelerado em todos os pontos 
monitorados após a paralisação das atividades nos are-
ais, principalmente no areal Taquaruçu, no rio Pirineus, 
onde houve uma agradação de 37,4m2 (Fig. 11).
A análise dos dados pluviométricos aliada aos 
perfis transversais mostra uma relação direta entre a 
acelerada reposição de areia nas áreas lavradas e as 
chuvas concentradas nos meses de outubro a março. 
Entretanto, foram registradas rápidas reposições nos 
meses de agosto a setembro em resposta às chuvas 
Figura 11 - Perfis transversais ao rio, em seções 100m a montante dos portos de 
areia.
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
384 Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007
orográficas (Fig.s 9 e 10).
Estudo temporal do uso e ocupação do solo Os ma-
pas de uso e ocupação do solo evidenciaram transfor-
mações ocorridas na bacia do rio São João ao longo de 
16 anos. Para melhor comparação qualitativa e quanti-
tativa, foram separadas cinco classes. Na classe vege-
tação inclui-se tanto a floresta nativa como áreas com 
vegetação secundária; a classe área urbana refere-se aos 
núcleos urbanos; a classe uso agropastoril abrange toda 
a atividade pertinente à agricultura e/ou pasto, estejam 
elas com ou sem vegetação; a classe corpo d’água está 
relacionada a toda extensão da represa Juturnaíba e a 
classe sedimento em suspensão refere-se à parte da 
represa onde foi identificada uma concentração de se-
dimentos em suspensão. Devido à opção de reduzir a 
apenas um tipo de vegetação, definiu-se limiares que 
não identificaram as vias, gerando assim um menor nú-mero de classes.
No mapa de 1984 (Fig. 13), pode-se observar 
Figura 12 - Assoreamento da calha fluvial com formação de barras de areia, 
confluência dos rios São João e Bananeiras, onde se encontrava o areal San-
ches.
Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007 385
Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
Figura 13 - Mapas de uso e ocupação do solo da bacia do rio São João nos anos de 
1984, 1994 e 2000, elaborados com base na imagem de satélite Landsat TM5.
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
386 Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007
maior preservação da vegetação, não somente nas áreas 
de relevo montanhoso e na Reserva Biológica Poço das 
Antas, mas em toda a bacia, inclusive na parte sul. O 
uso agropastoril concentra-se ao sul e sudeste da bacia, 
principalmente, próximo às margens dos rios. Nesta 
época, já existia a represa Juturnaíba, porém, ela ocu-
pava uma área bem menor do que a atual. O rio São 
João era ligado à represa pelo canal Revólver e não foi 
observada a presença de sedimentos em suspensão.
O mapa de 1994 (Fig. 13) mostra maior devas-
tação da vegetação, com uma extensa presença de uso 
agropastoril. O rio São João passou a desaguar na re-
presa, devido à expansão de sua área, que quase tripli-
cou de tamanho.
No mapa de 2000 (Fig. 13), observa-se uma sig-
nificativa redução das áreas com vegetação e o predo-
mínio das áreas de uso agropastoril, inclusive na parte 
norte da bacia. Nesta região verificam-se manchas re-
manescentes de florestas de variados tamanhos, princi-
palmente, nos topos das colinas, possivelmente devido 
às leis ambientais, que regulam os desmatamentos nas 
nascentes das drenagens. Também é notório o grande 
crescimento urbano na faixa litoral, que tem resultado 
na devastação da vegetação de restinga e dos mangue-
zais. Outra observação importante na imagem de 2000 
refere-se aos sedimentos em suspensão na represa de 
Juturnaíba, próximo à foz dos rios Capivari e Bacaxá. 
Isto evidencia a intensificação dos processos erosivos 
na parte sul da bacia, possivelmente devido ao extenso 
e mau uso agropastoril do solo.
Foi constatada, no mapa de 2000 (Fig. 13) e em 
trabalhos de campo, a degradação do solo no entorno 
da represa, devido à devastação da cobertura vegetal, 
intenso uso agropastoril e à ocupações da margem da 
represa, com a retirada da mata ciliar.
Observando a distribuição em área das classes 
registradas nos mapeamentos (Tabs. 2, 3 e 4), verifica-
se que houve uma perda constante da vegetação princi-
palmente para o uso agropastoril. Foi registrado (Tab. 
2) um acréscimo na área da represa Juturnaíba, entre 
os anos de 1984 e 1994. Em 2000 a represa manteve, 
praticamente, a mesma extensão do ano anterior, porém 
foi registrada uma área de 7km2 com sedimentos em 
suspensão (Tab. 3). Os dados da tabela 4 mostram uma 
relação positiva entre a perda e expansão nas classes: 
vegetação (com uma perda de 19,69%) e uso agropas-
toril (com uma expansão de 17,26%), entre os anos de 
1984 e 2000, confirmando o aumento no uso do solo 
para atividades rurais na bacia. Há também uma expan-
são de 1,51% da área urbana bem menos expressiva 
quando comparada com a rural.
Impactos ambientais negativos gerados pela ativida-
de de mineração Os recursos hídricos são bastante 
sensíveis às atuações antrópicas, sendo a extração de 
areia uma delas, tornando-se mais problemática ainda 
quando feita de forma incorreta, sem os devidos crité-
rios e cuidados, o que pode acarretar graves agressões 
ao meio ambiente.
Foram identificados, através dos limites e cri-
térios estabelecidos pelo: Código de Mineração De-
creto 62.934/1968; Código Florestal Brasileiro Lei 
4.771/1965, como também a sua Medida Provisória 
2.166-67/2001 e a Resolução do CONAMA 302/2002; 
Deliberação Estadual CECA 4.222/2002; Lei Estadu-
al 1.130/1987 e pelo Folheto Explicativo destinado às 
Tabela 2 - Valores em áreas (km2) das classes de uso e ocupação do solo da 
bacia do rio São João entre 1984 e 1994.
Classes de uso e ocupação do solo
1984
(Km2)
1994
(Km2)
Perda
(Km2)
Expansão
(Km2)
Vegetação 1.103 779 324 -
Área urbana 97 113 - 16
Uso agropastoril 979 1.267 - 288
Corpo d’água 11 31 - 20
Tabela 3 - Valores em áreas (km2) das classes de uso e ocupação do solo da 
bacia do rio São João entre 1994 e 2000.
Classes de uso e ocupação do solo
1994
(Km2)
2000
(Km2)
Perda
(Km2)
Expansão
(Km2)
Vegetação 779 672 107 -
Área urbana 113 130 - 17
Uso agropastoril 1.267 1.357 - 90
Corpo d’água 31 24 7 -
Sedimentos em suspensão - 7 - 7
Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007 387
Flávia Lopes Oliveira & Edson Farias Mello
prefeituras do estado do Rio de Janeiro, publicado pela 
Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA / Batista 
1997), impactos negativos, decorrentes das ações ina-
dequadas nas áreas de mineração, sendo eles: devasta-
ção da Área de Proteção Permanente (APP) - fixação de 
pátio de operação, manobras e estocagem de areia; alte-
ração da paisagem pela formação de grandes montes de 
estocagem de areia no pátio de operações e, em alguns 
casos, muito próximos à margem do rio, na APP; des-
montes de margens fluviais ocasionados por dragagens 
feitas muito próximas ou até mesmo nas próprias mar-
gens; possível aceleração na velocidade de escoamento 
fluvial, devido à extração em grandes profundidades; 
vazamento de óleos e graxas; obstrução do canal flu-
vial pelo descarte de parte de equipamentos; extração 
de areia próxima à obra de arte (ponte); e equipamentos 
mal dimensionados para o porte do rio e com elevado 
grau de desgaste. 
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O “Distrito Are-
eiro” de Silva Jardim foi considerado um importante 
pólo produtor de areia para a Região Metropolitana do 
Rio de Janeiro, fornecendo insumo, principalmente, 
para os municípios de São Gonçalo e Niterói. Como 
um fator positivo, os empreendimentos contavam com 
facilidade de escoamento do produto e proximidade 
dos centros consumidores, sendo que o produto tinha 
boa aceitação no mercado. A facilidade de colocação do 
material no mercado deveu-se muito mais à proximi-
dade do mercado consumidor do que às características 
do material, uma vez que desvantagens, como a grande 
concentração de minerais micáceos, não constituíram 
empecilho para a sua comercialização.
As análises mostraram que as areias possuem 
algumas características tecnológicas favoráveis, de 
acordo com as normas da ABNT NBR’s 7214 (1982) e 
Projeto 7211 (2004), tais: baixos teores de matéria orgâ-
nica, boa distribuição granulométrica, alta concentração 
de quartzo, bons índices de massa específica e ausência 
de torrões de argila. Como características desfavoráveis 
apresentava: altos teores de material pulverulento (are-
ais Correntezas e Sanches), considerando o limite de 
material pulverulento para concreto sujeito a abrasão 
de 3% e para os demais concretos de 5% (Frazão et al. 
2002); alta concentração de mica em todas as amostras, 
com valores variando de 15 a 33%, considerando 2% o 
limite tolerado para a adesividade e a trabalhabilidade 
das argamassas e concretos; baixo grau de esfericidade 
dos grãos de quartzos e feldspatos; e a alta angulosida-
de dos grãos de quartzo. 
Dentre as motivações que suscitaram os estu-
dos na região havia a dúvida sobre os danos provocados 
pela mineração no leito do rio. As calhas fluviais nos 
portos de areia foram então sistematicamente monitora-
das e os resultados mostraram que havia uma rápida re-
posição de areia na maioria das áreas dragadas. A maior 
velocidade de reposição de areia ocorreu nos areais Ta-
quaruçu (rios São João e Pirineus) e Correntezas (rio 
Bananeiras), durante todo o ano, independentemente 
dos índices pluviométricos. Já nos areais localizados 
mais a jusante (Sanches e Aveirense), a reposição foi 
mais acentuada no período de maior índice pluviomé-
trico (outubro a março). Estes dados indicaram que os 
impactos negativos foram mais em decorrênciadas prá-
ticas inadequadas utilizadas pelos mineradores do que a 
retirada de areia propriamente dita.
Como corrobora Kondolf (1994b) a extração de 
areia em rios é possível de ser conduzida com seguran-
ça quando a taxa de extração de areia não excede a taxa 
de reposição, porém é necessário realizar uma pesquisa 
contínua, visto que, o fluxo e o transporte de sedimen-
tos para a maioria dos rios são altamente variáveis de 
ano a ano.
No âmbito geral da bacia do rio São João, a aná-
lise dos impactos ambientais mostrou que fatores nega-
tivos mais relevantes antecederam à mineração, sendo 
eles: as atividades agropastoris e a retificação dos ca-
nais fluviais. A análise comparativa dos mapas de uso e 
ocupação do solo da bacia do rio São João, dos anos de 
1984, 1994 e 2000, indica que as transformações sofri-
das pela bacia, em virtude das intervenções antrópicas 
agropastoris, desencadeou severos impactos ambientais 
negativos. Os mapas mostram uma contínua devastação 
da mata nativa, devido à ação antrópica, principalmen-
te, no que se refere ao alastramento do uso agropastoril 
na parte sul, que ocorreu devido às obras de drenagem 
sofridas pelos canais fluviais, destruindo assim muitas 
áreas de brejo e mangue. O aumento da erosão laminar 
decorrente ao intenso uso agropastoril é evidenciado 
pela presença de corpo d’água com concentração de 
sedimentos em suspensão, na parte sul da represa Ju-
turnaíba, próximo à desembocadura dos rios Capivari e 
Tabela 4 - Valores em percentuais das classes de uso e ocupação do solo da bacia do 
rio São João no período de 16 anos (1984 a 2000).
Classes de uso e ocupação do 
solo
1984
%
1994
%
2000
%
Perda
%
Expansão
%
Vegetação 50,37 35,57 30,68 19,69 -
Área urbana 4,43 5,16 5,94 - 1,51
Uso agropastoril 44,70 57,85 61,96 - 17,26
Corpo d’água 0,50 1,42 1.10 - 0,60
Sedimentos em suspensão - - 0,32 - 0,32
A mineração de areia e os impactos ambientais na bacia do rio São João, RJ
388 Revista Brasileira de Geociências, volume 37 (2), 2007
Bacaxá (vide Fig. 13), sendo assim, é possível afirmar 
que os afluentes da margem sul da represa podem ser 
considerados os agentes mais importantes no aporte de 
material em suspensão para a represa. Observa-se um 
avanço da degradação na APP tanto no topo de morros, 
quanto no entorno da represa, o que favorece a acele-
ração da erosão do solo, contribuindo, também, para a 
sedimentação na represa.
A análise dos dados das seções transversais 
aliada ao estudo temporal de uso e ocupação do solo 
sugere que a retificação dos canais fluviais, associada 
às intervenções antrópicas agropastoris, devem estar 
resultando num maior aporte de sedimentos na bacia 
hidrográfica. No período chuvoso, há um intenso flu-
xo hídrico superficial, decorrente das chuvas torren-
ciais, carreando uma grande carga de sedimentos. Os 
sedimentos finos, como silte e argila, são conduzidos 
em suspensão para a represa Juturnaíba e as partículas 
areno-quartzosas acumulam-se nos canais de escoa-
mento, progressivamente promovendo o assoreamen-
to das calhas fluviais. Neste contexto, a paralisação da 
mineração tem acentuado este desequilíbrio, na medida 
que deixou de retirar os excedentes de sedimentos das 
calhas fluviais. 
Uma conseqüência do assoreamento no rio São 
João foi observada recentemente, quando ocorreu o de-
sabamento da ponte sobre o rio São João no Km 228,5 
da BR-101, em Silva Jardim, no dia 08 de novembro de 
2005, em decorrência do transbordamento do rio.
Considerando-se os sérios danos causados pela 
retificação dos canais fluviais, a ausência da mata ci-
liar e o uso intenso do solo na bacia do rio São João, 
pode-se avaliar a atividade de mineração de areia no 
curso médio-superior do rio São João como de impac-
to ambiental secundário. Esta atividade pode até ser 
conduzida sem promover impactos ambientais adver-
sos se forem mantidas as condições naturais de regime 
hidráulico do sistema fluvial que, no caso do rio São 
João, atualmente já se encontra comprometida. Assim, 
o atual estado de degradação da bacia do rio São João 
requer, antes de tudo, ações que possibilitem o retorno 
do estado de equilíbrio ou semi-equilíbrio do rio São 
João e seus tributários.
A mineração em leito de rios pode ser tolera-
da, se não houver a remoção de maior quantidade de 
sedimentos que o sistema pode repor. A questão é de-
terminar a percentagem de carga de fundo transportada 
pela corrente fluvial. O problema pode ser abordado 
empiricamente pela observação das mudanças do canal 
fluvial, resultantes da extração do material aluvionar. A 
abordagem metodológica utilizada neste trabalho, dian-
te do quadro verificado na bacia do rio São João, e em 
consonância a estudos semelhantes em outras regiões, 
mostra que as modificações do canal podem ser moni-
toradas através de levantamentos efetuados diretamen-
te no terreno e pode-se sugerir um plano de monito-
ramento em dois estágios: no primeiro deve-se efetuar 
um diagnóstico da situação do rio antes das atividades 
de mineração, quando devem ser levantadas as conFig.
ções gerais do sistema fluvial e uso da terra nas escalas 
da bacia e local; no segundo estágio deverá ser imple-
mentado o monitoramento da calha fluvial, durante as 
atividades de mineração, através de seções transversais 
à calha fluvial. Estes dados poderão subsidiar a escolha 
do melhor local para extração de areia. 
Tendo em vista a manutenção das condições 
ambientais do rio, a mineração de areia pode até ser 
conduzida, desde que, amparada por critérios regula-
dores, principalmente, taxa de sedimentação e índices 
pluviométricos, aliados permanentemente ao monitora-
mento e a recuperação da mata ciliar e considerando a 
fragilidade do sistema hídrico, e as outras formas de 
uso dos recursos naturais e ocupação do solo.
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