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Direito Penal 
 
Tema: Do crime (1.9.1.2) 
1 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Nos termos do Código Penal, o crime será considerado doloso nos casos em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo. A doutrina, por sua vez, apresenta diversas espécies de dolo. Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta: 
A) A comprovação do dolo eventual não será extraída da mente do autor, mas das circunstâncias do caso em concreto. 
B) A principal diferença entre o dolo de segundo grau e o dolo eventual reside na consciência, por parte do autor, que, no dolo 
de segundo grau, os efeitos colaterais inevitavelmente ocorrerão, o que não acontece no dolo eventual. 
C) Na progressão criminosa, tem-se o chamado dolo cumulativo. 
D) O dolo indeterminado divide-se, doutrinariamente, em dolo de 1º grau e dolo de 2º grau. 
E) Parcela da doutrina defende a existência do chamado dolo de 3º grau, que decorreria do resultado colateral do resultado 
colateral inicial, ou seja, a consequência da consequência. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Trata-se de entendimento firmado pelo 
STJ, que decidiu que “o dolo eventual, na prática, não é extraído da mente do autor, mas, isto sim, das circunstâncias. Nele, não 
se exige que o resultado seja aceito como tal, o que seria adequado ao dolo direito, mas isto sim, que a aceitação se mostre no 
plano do possível, provável.” (HC 503796/RS, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo – Des. Convocado do TJPE, 5ª T., j. 
01/10/2019). 
B – CORRETA: Na lição de Jamil Chaim Alves, no dolo de segundo grau o agente sabe que os efeitos colaterais necessariamente 
ocorrerão, a exemplo do agente que explode avião para matar inimigo, sabendo que os demais tripulantes morrerão. Já no dolo 
eventual, o agente assume o risco de produzir o resultado, que pode ou não ocorrer, a exemplo do agente que atira contra o motorista 
de um ônibus em movimento, assumindo o risco de que ocorra um acidente, potencialmente causando a morte dos passageiros. 
C – CORRETA: Dolo cumulativo, conforme ensinamento de Jamil Chaim Alves, significa que o agente tem a vontade de atingir 
um determinado resultado, evoluindo em seguida para a vontade de atingir outro resultado, sendo caso de progressão criminosa. 
Como exemplo, o autor cita o agente que rouba determinada vítima e, na sequência, decide estuprá-la. 
D – INCORRETA: O dolo indeterminado nada mais é que um sinônimo de dolo indireto, ou seja, a vontade do agente não é fixa 
em determinado objetivo, mas admite outras possibilidades. Na lição de Flávio Monteiro de Barros, a vontade do agente não se fixa 
em um só sentido ou direção, não há vontade específica de produzir determinado resultado. O dolo indireto ou indeterminado se 
divide em dolo eventual, no qual o agente visa determinado resultado, mas assume o risco da produção de outro resultado (teoria 
do assentimento), e dolo alternativo, no qual o agente, ao praticar sua conduta, visualiza a possibilidade de mais de um resultado e 
não se importa com a realização de um ou outro resultado. 
E – CORRETA: Ainda na lição de Jamil Chaim Alves, o dolo de terceiro grau é entendido como a decorrência do resultado colateral, 
ou seja, o resultado colateral do resultado colateral inicial, ou a consequência da consequência. Exemplo clássico trazido pela 
doutrina que facilita o entendimento do tema se dá no caso em que o agente, visando eliminar determinado inimigo, coloca uma 
bomba em um avião, sabendo que inevitavelmente mataria outras pessoas, dentre elas uma mulher grávida. Assim, quanto ao inimigo 
há dolo de primeiro grau; quanto as demais pessoas que se encontram no avião, dolo de segunda grau; e, por fim, o aborto ou 
eliminação do feto se daria em decorrência do dolo de terceiro grau. 
GABARITO: D. 
 
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Tema: Dos crimes contra a pessoa (1.9.2.1) 
2 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca do crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146 do Código Penal, assinale a alternativa correta: 
A) Há, de forma expressa, duas causas de exclusão da tipicidade no tipo em comento, quais sejam, a intervenção médica ou 
cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida, e a 
coação exercida para impedir o suicídio, não obstante parcela da doutrina entender que se tratam de causas de exclusão da 
antijuridicidade. 
B) As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, e 
em triplo quando há emprego de armas. 
C) O crime de constrangimento ilegal só pode ser praticado mediante violência própria, em respeito ao princípio da legalidade 
estrita. 
D) Caso o agente pratique lesões corporais durante o cometimento do constrangimento ilegal, esta será absorvida, com base 
no princípio da consunção. 
E) O constrangimento ilegal é crime formal, que não depende da realização do resultado para sua consumação. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Inicialmente, encontra-se previsto no art. 146, §3º, I e II, Código Penal, que “não se compreendem na disposição 
deste artigo a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por 
iminente perigo de vida; e a coação exercida para impedir suicídio. Segundo Jamil Chaim Alves, tratam-se de causas especiais de 
exclusão da tipicidade, posição também adotada por Bitencourt, Damásio e Nucci. Contudo, o próprio autor indica que há 
entendimento em sentido contrário, a exemplo do entendimento adotado por Nélson Hungria, no sentido de tratar-se de causa de 
exclusão da antijuridicidade. 
B – INCORRETA: Determina o art. 146, §1º, CP, que as penas se aplicam cumulativamente e em dobro, quando, para a execução 
do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. 
C – INCORRETA: O tipo penal assevera que configura constrangimento ilegal constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a 
fazer o que ela não manda. Portanto, a parte final do tipo admite a chamada violência imprópria, na qual o agente utiliza-se de 
meio que impossibilite a defesa ou resistência da vítima. 
D – INCORRETA: Há, no art. 146, §2º, CP, expressa previsão no sentido de que além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentes à violência, portanto, resultando em lesões corporais, responde o agente pelos dois crimes, somando-se as penas 
com base no sistema do cúmulo material. 
E – INCORRETA: Na lição de Jamil Chaim Alves, o constrangimento ilegal é crime material, e se consuma no momento em que a 
vítima faz ou deixa de fazer aquilo a que foi constrangida, logo, o advento do resultado é imprescindível para que o delito se 
consume. 
GABARITO: A. 
 
Tema: Dos Crimes contra o Estado Democrático de Direito (1.9.2.12) 
3 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
A Lei 14.197/21 introduziu no ordenamento jurídico brasileiro os crimes contra o Estado Democrático de Direito, além de revogar 
a Lei 7.170/83 (lei de segurança nacional), tendo sido publicada em setembro de 2021, passando a vigorar depois do período de 
vacatio legis de noventa dias. Acerca do tema, analise as alternativas abaixo, assinalando a incorreta: 
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A) Praticar violência ou grave ameaça com a finalidade de desmembrar parte do território nacional para constituir país 
independente configura crime de atentado à integridade nacional, tratando-se de crime contra a soberania nacional. 
B) Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o 
exercício dos poderes constitucionais configura crime de espionagem, tratando-se de crime contra a soberania nacional. 
C) Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça,o governo legitimamente constituído configura crime de golpe de 
estado, espécie de crime contra as instituições democráticas. 
D) Destruir ou inutilizar meios de comunicação ao público, estabelecimentos, instalações ou serviços destinados à defesa 
nacional, com o fim de abolir o Estado Democrático de Direito configura crime de sabotagem, espécie de crime contra o 
funcionamento dos serviços essenciais. 
E) Negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País 
ou invadi-lo configura crime de atentado à soberania, tratando-se de crime contra a soberania nacional. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Nos termos do art. 359-J do Código Penal, aquele que praticar violência ou grave ameaça com a finalidade de 
desmembrar parte do território nacional para constituir país independente deverá responder pelo crime de atentado à integridade 
nacional, uma das figuras previstas nos crimes contra a soberania nacional. 
B – INCORRETA: Apesar do crime de espionagem tratar-se de crime contra a soberania nacional, restará configurado quando o 
agente entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a organização criminosa estrangeira, em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, documento ou informação classificados como secretos ou ultrassecretos nos termos da lei, cuja revelação 
possa colocar em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional, nos termos do art. 359-K, Código Penal. 
Em contrapartida, aquele que tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo 
ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, responderá pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de 
Direito, previsto no art. 359-L, CP, tratando-se de crime contra as instituições democráticas. 
C – CORRETA: Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído configura crime de 
golpe de estado, espécie de crime contra as instituições democráticas, previsto no art. 359-M, CP. 
D – CORRETA: Nos termos do art. 359-R, CP, o crime de sabotagem se configura quando o agente destruir ou inutilizar meios de 
comunicação ao público, estabelecimentos, instalações ou serviços destinados à defesa nacional, com o fim de abolir o Estado 
Democrático de Direito, e se trata de crime contra o funcionamento dos serviços essenciais. 
E – CORRETA: Nos termos do art. 359-I, CP, negociar com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar 
atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo configura crime de atentado à soberania, tratando-se de crime contra a soberania 
nacional. 
GABARITO: B. 
 
Tema: Causas de extinção de punibilidade/Prescrição 
4 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Tício, praticou dois crimes de furto qualificado mediante concurso de pessoas (art. 155, § 4º, IV, CP – pena: reclusão de dois a oito 
anos, e multa) em continuidade delitiva. Na primeira fase da dosimetria da pena, o magistrado fixou a pena-base no mínimo legal. 
Em seguida, na última fase, reconheceu a continuidade delitiva e exasperou a pena em 1/6. Não houve recurso das partes e a sentença 
penal condenatória transitou em julgado. Considerando a situação do réu Tício, a extinção da punibilidade pela prescrição ocorrerá 
em: 
A) 3 anos 
B) 4 anos 
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C) 8 anos 
D) 2 anos 
E) 12 anos 
 
COMENTÁRIOS 
A questão trata de extinção da punibilidade pela prescrição nos crimes cometidos em continuidade delitiva. O art. 71, caput do CP, 
descreve o conceito de crime continuado: 
Crime continuado 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições 
de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, 
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços. 
No caso em tela, aplica-se a súmula 497 do STF: "Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta 
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação." 
Tendo em vista que, já houve o trânsito em julgado da sentença condenatória, trata-se de prescrição da pretensão executória, que 
regula-se pela pena aplicada, de acordo com o art. 110, caput do CP. Ademais, a questão afirma que a pena-base foi fixada no 
mínimo legal, qual seja, de 2 anos. Sendo assim, a prescrição no caso em tela ocorrerá no prazo de 4 anos, conforme o art. 109, 
inciso V do Código Penal, in verbis: 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se 
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 
Conclui-se, portanto, que o gabarito da questão é a letra B, qual seja, 4 anos. 
GABARITO: B 
 
Tema: Crimes contra a administração pública 
5 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca dos crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa incorreta: 
A) O patrocínio de interesse privado ilegítimo perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário, 
caracteriza a figura qualificada do delito de advocacia administrativa, prevista no parágrafo único do artigo 321 do Código 
Penal. 
B) O funcionário público que exerce cargo em comissão ou função de direção ou assessoramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, representa uma causa de 
aumento de pena dos crimes por ele praticados contra a administração pública. 
C) A Súmula 599 do Superior Tribunal de Justiça veda a aplicação do princípio da insignificância ao crime de contrabando. 
D) Se o crime de exercício arbitrário das próprias razões não for cometido com emprego de violência, somente se procede 
mediante representação. 
E) No crime de peculato culposo, quando há reparação do dano após a sentença irrecorrível reduz em 1/2 a pena imposta. 
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COMENTÁRIOS 
A – Correta. O crime de advocacia administrativa quando o interesse privado é ilegítimo, configura a qualificadora do art. 321, 
parágrafo único, do CP, in verbis: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
B – Correta. O funcionário público terá aumentada a sua pena em 1/3, conforme art. 327, §2º do CP: 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para 
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração 
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos 
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, 
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
C –Correta. A referida súmula trata da inaplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes contra a administração pública. 
Súmula 599, STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. 
Sendo assim, pelo fato de o crime de contrabando ser crime contra a administração pública, previsto no art. 334-A do Código Penal, 
o princípio da insignificância é inaplicável ao referido delito. 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. 
Importante lembrarmos das jurisprudências relacionadas ao tema: 
Em regra, é inaplicável o princípio da insignificância ao crime de contrabando, uma vez que o bem juridicamente tutelado vai além 
do mero valor pecuniário do imposto elidido, alcançando também o interesse estatal de impedir a entrada e a comercialização de 
produtos proibidos em território nacional. Trata-se, assim, de um delito pluriofensivo. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1744739/RS, 
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 02/10/2018. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1717048/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado 
em 11/09/2018. STF. 1ª Turma. HC 133958 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 06/09/2016. 
Vale ressaltar, no entanto, que o STJ possui alguns precedentes admitindo, de forma excepcional, a aplicação deste princípio para o 
caso de contrabando de pequena quantidade de medicamento para uso próprio: 
A importação de pequena quantidade de medicamento destinada a uso próprio denota a mínima ofensividade da conduta do agente, 
a ausência de periculosidade social da ação, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da 
lesão jurídica provocada, tudo a autorizar a excepcional aplicação do princípio da insignificância. 
STJ. 5ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1708371/PR, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/04/2018. 
D – Incorreta. Sendo a alternativa a ser assinalada. O crime de exercício arbitrário das próprias razões se não houver emprego de 
violência, somente de procede mediante QUEIXA, de acordo com o art. 345, parágrafo único do CP: 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
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E – Correta. A alternativa está de acordo com o art. 312, §3º do CP: 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta. 
GABARITO: D 
 
Tema: Tipicidade 
6 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com o Código Penal, marque a alternativa incorreta: 
A) Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, se o agente voluntariamente reparada o dano ou restituída 
a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa, a pena será reduzida de um a dois terços. 
B) A tentativa não é punível quando, o meio é absolutamente ineficaz ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
o crime ser consumado. 
C) O erro sobre a ilicitude do fato quando inevitável, isenta de pena, porém se o erro é evitável, poderá diminuí-la de um a 
dois terços. 
D) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas é possível a punição por crime culposo. 
E) Salvo disposição expressa em contrário, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado, não são puníveis o ajuste, a 
determinação ou instigação e o auxílio. 
 
COMENTÁRIOS 
A questão cobra do candidato o conhecimento acerca do Código Penal, da importância da lei seca, que é muito exigida pela banca 
Vunesp. Diante disso, vamos analisar as alternativas: 
A – Correta. A alternativa cobra o conhecimento do arrependimento posterior, conforme art. 16 do Código Penal, in verbis: 
 Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
B – Correta. A alternativa trata do crime impossível, previsto no art. 17 do Código Penal: 
Crime impossível 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
C – Incorreta. Trata-se de erro de proibição, que a causa de diminuição, quando evitável o erro, é de um sexto a um terço, conforme 
art. 21 do CP, in verbis: 
Erro sobre a ilicitude do fato 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
D – Correta. Trata-se do erro de tipo, previsto no art. 20 do Código Penal: 
Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se 
previsto em lei. 
E – Correta. A alternativa está de acordo com o art. 31 do Código Penal: 
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Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime 
não chega, pelo menos, a ser tentado. 
GABARITO: C 
 
Tema: 1.2 Princípios fundamentais do Direito Penal. 
7 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre os princípios do Direito Penal, assinale a alternativa incorreta: 
A) O princípio da insignificância ou da criminalidade de bagatela advém do Direito Civil, diante da expressão minimus non 
curat praetor, trazendo a lição de que o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem 
jurídico tutelado. 
B) O art. 5º, inciso XXXIX, da Constituição da República define que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal. Tal afirmativa constitucional se trata de cláusula pétrea, sendo vedada a edição de medida 
provisória para tratar sobre matéria relativa a Direito Penal. 
C) Criado por Claus Roxin, o princípio da alteridade se funda na premissa de que se deve confiar que o comportamento dos 
outros se dará de acordo com as regras de experiência, levando-se em conta um juízo estatístico alicerçado naquilo que 
normalmente acontece (id quod plerumque accidit). 
D) O caráter fragmentário do Direito Penal – também conhecido como princípio da fragmentaridade – estabelece que nem 
todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra os valores fundamentais para o progresso 
do ser humano e da sociedade, de modo que o Direito Penal é a última etapa para a proteção do bem jurídico. 
E) De acordo com o princípio da subsidiariedade, a atuação do Direito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do 
Direito e os demais meios estatais de controle social tiverem se relevado impotentes para o controle da ordem pública. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Conforme a doutrina de Cleber Masson, o princípio da insignificância ou da criminalidade de bagatela surgiu no 
Direito Civil, derivado do brocardo de minimus non curat praetor, trazendo a lição de que o Direito Penal não deve se ocupar de 
assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico legalmente tutelado. Na década de 70 do século passado, foi incorporado ao 
Direito Penal pelos estudos de Claus Roxin. 
b) CORRETA. De fato, o dispositivo constitucional mencionado se trata de cláusula pétrea, de modo que, ainda que o art. 1º do 
Código Penal (que possui redação similar) seja revogado, o princípio da reserva legal – ou da estrita legalidade – continuará atuando 
como vetor do sistema,por força do mandamento constitucional. Frise-se, ainda, que o art. 62, §1º, da Constituição da República 
veda a edição de medidas provisórias sobre matérias relativas a Direito Penal. 
c) ERRADA. Criado por Claus Roxin, o princípio da alteridade proíbe a incriminação de atitude meramente interna do agente, bem 
como do pensamento ou de condutas moralmente censuráveis, incapazes de invadir o patrimônio jurídico alheio. Em síntese, 
ninguém pode ser punido por causar mal apenas a si próprio. Esse princípio fundamenta a impossibilidade de punição da autolesão. 
Já o princípio da confiança se funda na premissa de que se deve confiar que o comportamento dos outros se dará de acordo com as 
regras de experiência, levando-se em conta um juízo estatístico alicerçado naquilo que normalmente acontece. 
d) CORRETA. Em resumo, o princípio da fragmentaridade define que todo o ilícito penal será também ilícito perante os demais 
ramos do Direito, mas a recíproca não é verdadeira. 
e) CORRETA. Em outras palavras, o Direito Penal funciona como um executor de reserva, entrando em cena somente quando outros 
meios estatais de proteção mais brandos e, portanto, menos invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a proteção 
do bem jurídico tutelado. GABARITO: C 
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Tema: 1.9.2.1 Título I: Dos Crimes contra a Pessoa. 
8 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em atenção ao art. 121 do Código Penal, com as inclusões da Lei nº 14.344/2022, assinale a alternativa incorreta: 
A) considera-se homicídio qualificado quando praticado contra menor de 14 (quatorze) anos. Nessa hipótese, a pena é 
aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de 
sua vulnerabilidade. 
B) a pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado na presença física ou virtual de 
descendente ou de ascendente da vítima. 
C) no homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou ofício. Tal causa de aumento também se aplica se o agente foge para evitar prisão em flagrante. 
D) se o agente comete o crime de homicídio impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço 
E) a pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada até a metade se o autor é ascendente, padrasto ou 
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tiver autoridade sobre ela. 
 
COMENTÁRIOS 
Nos temos da redação dada pela Lei nº 14.344/2022, a pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de 2/3 (e 
não até a metade) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou 
empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. 
As demais alternativas estão de acordo com a legislação, in verbis: 
Art. 121. Matar alguem: 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo 
em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
(...) 
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência 
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) (...) 
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 
2022) Vigência 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua 
vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou 
empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência 
(...). 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação 
de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, 
de 2015) 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com doenças degenerativas que acarretem condição limitante 
ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência 
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III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 
7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) 
GABARITO: E 
 
(Tema: Direito Penal – parte geral. Extinção da punibilidade) 
9 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca da extinção da punibilidade, assinale a alternativa correta. 
A) O artigo 107 do Código Penal, definidor das causas extintivas da punibilidade, por interferir frontalmente no direito de o 
Estado impor sanções penais a determinado agente, é numerus clausus; 
B) O decreto de graça reveste-se de alta carga de discricionariedade do Chefe do Executivo, podendo, inclusive, atingir fins 
pessoais não afetos ao interesse público; 
C) A extinção da punibilidade do crime-fim, atinge, igualmente, a pretensão punitiva estatal em relação ao crime-meio; 
D) Nem todo acórdão condenatório recorrível possui o condão de interromper a prescrição, em especial o redutor de quantum 
punitivo; 
E) Se, na data da sentença, o réu possuir idade superior a 70 anos, a prescrição será reduzida pela metade, não podendo haver 
extensão da benesse àqueles que atingirem referida idade entre a data da sentença e o julgamento dos embargos 
declaratórios. 
 
COMENTÁRIOS 
a) INCORRETA. Quando a expressão em latim “numerus clausus” é juridicamente utilizada para referir-se a uma norma que traz 
determinado rol, indica-se sua taxatividade. 
O art. 107, CP, define, de fato, hipóteses de causas extintivas da punibilidade. Porém, a norma não o faz de modo a esgotar a temática 
– há previsões em outras normas esparsas, e até mesmo de modo supralegal, por meio da Súmula 554, STF: “O pagamento de 
cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”. 
Algumas previsões de causas de extinção do jus puniendi merecem destaque: 
(1) Reparação do dano produzido pelo peculato culposo, desde que até a sentença irrecorrível (art. 312, §3º, CP): 
“Art. 312, § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta”. 
(2) Suspensão condicional do processo, após o esgotamento do período de prova, sem revogação (art., Lei 9.099/95): 
“Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério 
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja 
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, 
submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: 
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade”. 
(3) Perdão judicial na colaboração premiada, conforme disciplinado pela Lei 12.850/13: 
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“Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de 
liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e 
com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: 
(...) 
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos 
autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de 
perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, 
o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal)”. 
b) INCORRETA. O instituto da graça – ou indulto individual – é concedida via decreto presidencial, e consiste em causa extintiva 
da punibilidade, afastando-se o direito do Estado de emitir qualquer punição. 
Constitucionalmente, veda-se a concessão de graça (assim como de anistia) aos crimes de tortura, tráfico de entorpecentes, 
terrorismo e hediondos (art. 5º, XLIII, CF). 
Afastam-se dos agraciados o efeito primário da condenação, qual seja, a própria pena ou medida de segurança. Destaca-se que a 
graça NÃO afasta os efeitos secundários, quais sejam: 
- penais, tais como a reincidência, a suspensão condicional da pena e do processo, a liberdade condicional; 
- extrapenais, tais como a obrigação de reparação ao dano, a perda do produto do crime (e demais hipóteses previstas no art. 91, 
CP), e a perda do cargo, a inabilitação para dirigir veículo (e demais hipóteses do art. 92, CP). 
Vale destacar que essa limitação da extensão da graça encontra-se sumulada pelo STJ: 
“Súmula 631: o indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge os efeitos secundários, 
penais ou extrapenais”. 
Dito isso, enfrentemos diretamente a assertiva: o STF, em recente decisão dada em sede de ADPF, entendeu pela 
INCONSTITUCIONALIDADE do decreto presidencial que concedeu graça (indulto individual) com base unicamente em interesse 
personalíssimo, e sem qualquer observância do viés público necessário. Ainda que haja, efetivamente, carga relevante de 
discricionariedade do chefe do Executivo, essa encontra limites no interesse público. Do contrário, conforme a Corte Suprema, há 
desvio de finalidade e violação à moralidade administrativa e à impessoalidade, inafastáveis da função eletiva. 
Assim: 
“É inconstitucional decreto presidencial que, ao conceder indulto individual (graça em sentido estrito), visa atingir objetivos 
distintos daqueles autorizados pela Constituição Federal de 1988, eis que observa interesse pessoal ao invés do público. 
Há, no caso, violação aos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa (art. 37, “caput”, CF/88), além de desvio 
de finalidade” (STF. Plenário. ADPF 964/DF, ADPF 965/DF, ADPF 966/DF e ADPF 967/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
10/5/2023. Informativo 1094). 
c) CORRETA. A relação crime-meio e crime-fim encontra amparo no conflito aparente de normas, especificamente no princípio 
da consunção. Trata esta resolução de aparente choque normativo das situações em que um fato mais amplo e mais grave absorve 
os demais fatos menos amplos e menos lesivos. Estes agem enquanto meio normal de preparo ou execução do delito, ou como 
simples exaurimento deste. Em outras palavras, há uma relação de continente e conteúdo, em que este viola de modo mais restrito 
um bem jurídico, restando tal violação já abrangida por aquele, mais amplo, mais grave. 
Se há, portanto, esta relação de absorção, evidentemente que a extinção da punibilidade do crime consuntivo/continente/fim reflete-
se, de modo idêntico, no crime consumido/conteúdo/meio. Mas veja: na relação de consunção, há a perda de autonomia do crime-
meio, que não subsiste de per si. É o caso, por exemplo, do falso que se exaure no estelionato, ou da falsidade ideológica no 
descaminho: 
“Súmula 17 do STJ. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. 
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“Responderá apenas pelo crime de descaminho, e não por este em concurso com o de falsidade ideológica, o agente que, com o 
fim exclusivo de iludir o pagamento de tributo devido pela entrada de mercadoria no território nacional, alterar a verdade sobre o 
preço desta. (STJ. 5ª Turma. RHC 31321-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/5/2013. Informativo 523). 
Nesta última decisão citada, o STJ enfrentou a questão da punibilidade, deixando absolutamente claro que a extinção da punibilidade 
do descaminho será igualmente refletida na falsidade ideológica: 
“No caso em que a falsidade ideológica tenha sido praticada com o fim exclusivo de proporcionar a realização do crime de 
descaminho, a extinção da punibilidade quanto a este – diante do pagamento do tributo devido – impede que, em razão daquela 
primeira conduta, considerada de forma autônoma, proceda-se à persecução penal do agente. Isso porque, nesse contexto, 
exaurindo-se o crime-meio na prática do crime-fim, cuja punibilidade não mais persista, falta justa causa para a persecução pelo 
crime de falso, porquanto carente de autonomia”. 
Note, porém, uma diferença altamente relevante entre os institutos da consunção, do crime acessório, do crime complexo e do crime 
conexo – nestes três, a extinção da punibilidade do crime pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante (leia-se, 
também, majorante e qualificadora) de outro NÃO se estenderá ao outro delito. Essa é a regra do art. 108, CP, que anuncia o princípio 
da autonomia: 
“Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não 
se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena 
resultante da conexão”. 
A explicação encontra-se bastante elucidada na obra de Cleber Masson, a quem nos referimos integralmente: 
“Crime acessório, também denominado de crime de fusão ou parasitário, é aquele cuja existência depende da prática anterior de 
outro crime, chamado de principal. A extinção da punibilidade do crime principal não se estende ao crime acessório. Exemplo: a 
lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998, art. 1º) será punível mesmo com a extinção da infração penal que permitiu a sua prática. 
Crime complexo, por sua vez, é aquele que resulta da união de dois ou mais crimes. A extinção da punibilidade da parte (um dos 
crimes) não alcança o todo (crime complexo). Exemplo: eventual prescrição do roubo não importa na automática extinção da 
punibilidade do latrocínio. 
Crime conexo, finalmente, é o praticado para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. É o 
que se dá com indivíduo que, para vender drogas, mata um policial que o investigava. A ele serão imputados os crimes de homicídio 
qualificado pela conexão (CP, art. 121, §2º, V) em concurso material com o tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33). E de 
acordo com o art. 108 do Código Penal, ainda que ocorra a prescrição do tráfico de drogas, subsiste, no tocante ao homicídio, a 
qualificadora da conexão” (MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120). V. 1. 15ª ed. Rio de Janeiro: Forense: 
Método, 2021, p. 782). 
Outros exemplos, por fim, para melhor visualizaçãoda temática: 
- relação crime principal e acessório: furto e receptação. Este pressupõe crime anterior. O furto, nesse exemplo, é pressuposto da 
receptação. Extinta a punibilidade do furto, pela morte do furtador, não se impede a punição do autor da receptação; 
- crime complexo: fusão de dois ou mais tipos penais – roubo (furto + constrangimento ilegal); extorsão mediante sequestro (extorsão 
+ sequestro). A extinção da punibilidade é analisada no todo: no roubo, na extorsão mediante sequestro. Assim, não se analisa, por 
exemplo, a extinção da punibilidade do furto ou da extorsão. Caso, em abstrato, fosse possível identificar, por exemplo, a prescrição 
do furto, em NADA seria o roubo afetado; 
- circunstância agravante, qualificadora, majorante: caso, por exemplo, do crime de estupro qualificado pela lesão grave. A análise 
da extinção da punibilidade do crime sexual é analisada de modo absolutamente independente da lesão grave que o qualifica; 
- crime conexo: o homicídio continuará qualificado mesmo que o crime cuja execução procurou se assegurar (exemplo do tráfico 
de drogas) tenha sua punibilidade extinta. Imagine o caso em que o tráfico de drogas reste prescrito. Ora, evidentemente que não há 
qualquer lógica em afastar do Estado o direito de punir o homicídio que, como dito, seguirá qualificado. 
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d) INCORRETA. Dentre as causas interruptivas da prescrição, encontra-se a publicação da sentença ou acordão condenatórios. 
Vejamos: 
“Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II - pela pronúncia; 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
VI - pela reincidência” 
Após intensos debates nos Tribunais Superiores, o STF, em 2020, pacificou a celeuma, entendendo que o acórdão que confirma a 
sentença interromperá a prescrição, seja ele aumentando, reduzindo ou mantendo a sentença outrora imposta: 
“Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre interrompe a prescrição, inclusive 
quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a pena anteriormente imposta” (STF. 
Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020). 
O STJ passou a seguir esse entendimento, e, em 2022, fixou a mesma tese em sede de recurso repetitivo. Vejamos: 
“O acórdão condenatório de que trata o inciso IV do art. 117 do Código Penal interrompe a prescrição, inclusive quando 
confirmatório de sentença condenatória, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a pena anteriormente imposta” (STJ. 3ª Seção. 
REsp 1.930.130-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 10/08/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1100). Informativo 
744). 
e) INCORRETA. Dita o art. 115, CP, que o prazo prescricional será reduzido da metade caso o criminoso, na data da sentença, for 
maior de 70 anos: 
“Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) 
anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos”. 
Recentemente, O STJ ampliou esse entendimento, determinando a aplicação da benesse àqueles que alcançam citada idade não 
apenas na data da sentença, mas entre ela e o julgamento dos embargos declaratórios: 
“É cabível a redução do prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP) se, entre a sentença condenatória e o julgamento dos 
embargos de declaração, o réu atinge a idade superior a 70 anos, tendo em vista que a decisão que julga os embargos integra a 
própria sentença condenatória. (STJ. 6ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1.877.388-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, 
julgado em 2/5/2023. Informativo 773). 
Gabarito: C. 
 
Tema: Direito Penal – Parte geral: Escolas Penais 
10 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Assinale a alternativa que efetua a correta correspondência entre a Escola Penal, seus autores e as respectivas definições: 
A) Enrico Ferri, enquanto Positivista, sucedeu Césare Lombroso, alargando seus estudos para além do simples determinismo 
biológico, inserindo fatores exógenos de cunho social na delimitação dos perfis criminais; 
B) Luiz Jiménez de Asúa destaca-se enquanto expoente do Tecnicismo jurídico-penal, que se configurou reativo tanto à Escola 
Clássica quanto à Escola Positiva; 
C) Cesare Lombroso, grande expoente da Escola Positivista, traçou cinco grandes perfis de tipos criminosos, a saber: 
criminoso nato, louco, habitual, ocasional e passional; 
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D) Feuerbach, autor clássico, por meio de sua emblemática obra “Dos delitos e das penas”, registrou que o delito é a quebra 
do pacto social, razão pela qual a pena representa a reparação lógica ao dano provocado e, também, um sistema de defesa 
social; 
E) O correcionalismo penal, que, dentre outros, tem como expoente o autor Pedro Dorado Montero, opôs-se ao viés da punição 
carregado de prevenção especial do delinquente. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Ferri de fato sucedeu Lombroso nos estudos da Escola Positivista, agregando fatores sociológicos (tais como a 
densidade demográfica, a família, a religião) e físicos (como temperatura, estações do ano) ao estudo do criminoso. Por muitos, 
inclusive, é intitulado pai da sociologia criminal. Esse alargamento do escopo, em relação a seu precursos, fica bastante claro quando 
da classificação dos criminosos feita por Ferri, a saber: 
I - Delinquente Nato, Instintivo: É o tipo instintivo de criminoso, dotado da completa atrofia do senso moral. Ferri o classifica como 
o de maior periculosidade, ante suas condições de anormalidade fisiopsíquica; 
II - Delinquente Louco: É levado ao crime não apenas por sua enfermidade mental, mas também por sua atrofia do senso moral; 
III - Delinquente Habitual: É aquele que, segundo Ferri, nascido e criado em ambientes de miséria material e moral, começa desde 
logo com leves faltas para, depois, pela influência do encarceramento, pela falta de oportunidades e pela aprendizagem da 
delinquência, recai na atividade criminal como modo de vida; 
IV - Delinquente Ocasional: É considerado o de menor periculosidade e de maior corrigibilidade. Delinque devido a fortes 
influências do ambiente, necessidades familiares, provocações externas. Aqui se encaixa perfeitamente o dito popular "a ocasião 
faz o ladrão. Não é o delito resultado de uma atrofia moral. Na maioria dos casos, os delitos cometidos são leves. 
V Delinquente Passional: impelido ao crime por paixões, sejam elas de ordem pessoal, política ou social. 
B) INCORRETA. Luiz Jiménez Asúa era, em verdade, adepto à Escola Correcionalista, e não do tecnicismo jurídico-penal. 
Os principais expoentes do correcionalismo, para além de Jiménez Asúa, são: Pedro Dorado Montero, Concepción Arenal, Giner 
de Los Ríos, Romero Gíron, Félix de Aramburu y Zuloaga, Rafael Salilas. 
Os correcionalistas repudiam os ditames da Escola Clássica, visto que consideram o criminoso um ser inferior, débil, merecedor de 
uma pena sem limites temporais, até que seja possível estabelecer uma cura, uma regeneração desse indivíduo. 
Por fim, sobre o tecnicismo jurídico-penal, tracemos algumas considerações: 
- Seus principais expoentes são: Arturo Rocco, Karl Binding, Vincenzo Manzini, Eduardo Massari, Giacomo Delitala e Ottorino 
Vannini; 
- Reagiu à Escola Positivista, porque se afastou de seu conteúdo determinista (biológico, antropológico, sociológico); 
- Reagiu, também, à Escola Clássica, uma vez que repudiava o estudo do Direito Penal para além da mera positivação jurídica. 
C) INCORRETA. Como dito acima, as cinco classificações dos tipos criminosos pertencem à obra de Enrico Ferri, e não de 
Lombroso. Este tratava tão somente do primeiro, o criminoso nato, que era, para o autor, um ser atávico, com aspectos físicos 
indicadoresdo impulso criminoso, tais como: fronte fugidia, assimetria craniana, rosto largo e achatado, maçãs do rosto bem 
desenvolvidas, lábios finos, muitas vezes os criminosos eram canhotos, com cabelos abundantes, barbas ralas, olhar errante, oblíquo. 
D) INCORRETA. A despeito de Feuerbach pertencer à Escola Clássica, o autor da obra “Dos delitos e das penas” é, em verdade 
Cesare Beccaria. A assertiva, porém, em sua parte final, ao aduzir que a obra registra que o delito é a quebra do pacto social, sendo 
a pena sua resposta lógica, direcionada tanto a reparar o dano como a integrar um sistema de defesa social. 
Essa é, no geral, a racionalidade dos Clássicos – envoltos no espírito Iluminista, seus adeptos encaravam o delito como uma quebra 
do pacto social por livre escolha do indivíduo. Era o crime, ainda, um ente jurídico, ao qual a resposta deveria ser igualmente 
jurídica, ou seja, racional, proporcional e limitada pela lei, contrapondo-se ao regime absolutista anterior. 
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e) INCORRETA. Pedro Dorado Montero, assim como Concepción Arenal, Giner de Los Ríos, Romero Gíron, Félix de Aramburu 
y Zuloaga, Rafael Salilas e Luis Jiménez de Asúa, foram os grandes nomes do Correcionalismo Penal. Esta Escola propugnava que, 
por ser inferior, débil, deveria o criminoso ser tratado, curado, regenerado. Assim, a função da pena era especialmente de prevenção 
especial do delinquente. 
Lembre-se: a prevenção especial é a direcionada à pessoa do condenado, e surge, assim, no momento da aplicação da pena. Sob o 
espectro negativo, procura neutralizar o delinquente. Sob o aspecto positivo, preocupa-se com a ressocialização, readaptação do 
condenado ao seio social. 
A prevenção geral, por outro lado, direciona-se à sociedade como um todo. A seu viés positivo, atribui-se à pena o caráter de reforço 
do bom funcionamento do Estado, de conformação social com as regras prescritas no ordenamento jurídico. Já a seu viés negativo, 
a prevenção geral atua com o efeito intimidatório da punição, desencorajando os cidadãos à atividade criminosa. 
Gabarito: A. 
 
Tema: Direito Penal – parte especial. Crimes contra o patrimônio. Crimes contra a administração pública. Crimes contra a 
pessoa. Crimes contra a incolumidade pública 
11 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Considerando os mais diversos crimes previstos na Parte Especial do Código Penal, assinale a alternativa correta. 
I) Presume-se o perigo no crime de causação de incêndio; 
II) Aquele que sabe da falsa imputação criminosa e, mesmo assim, a propala ou a divulga, incorrerá nas penas previstas no caput 
do delito de calúnia, com aumento de 1/3; 
III) Na hipótese de ser o receptador primário, ser a coisa produto de crime de pequeno valor, e, ainda, ser o delito praticado na sua 
modalidade dolosa, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena; 
IV) Crime contra a administração pública praticado por Desembargador, no exercício da função pública e em razão dela, deverá ter 
a pena aumentada da terça parte, em razão da imposição hierárquica inerente ao cargo; 
V) Não havendo emprego de violência, o crime de exercício arbitrário das próprias razões deve ser processado mediante 
representação do ofendido. 
A) Estão corretas I e II, apenas; 
B) Estão corretas II e IV, apenas; 
C) Estão corretas, III, IV e V, apenas; 
D) Todas estão corretas; 
E) Todas estão incorretas. 
 
COMENTÁRIOS 
I) INCORRETA. O art. 250, CP, disciplina o crime de incêndio: 
“Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem”. 
A expressão “expondo a perigo de vida” identifica que o delito é de perigo concreto. A conduta, para ser típica, deverá expor o bem 
jurídico (incolumidade pública) a um perigo concreto, demonstrável, aferível, e não presumido. Em outras palavras, não existe 
presunção legal da ocorrência do perigo, tal qual nos crimes de perigo abstrato – deve haver demonstração concreta de que existiu 
risco de perigo e de lesão. 
II) INCORRETA. Aquele que tem conhecimento da calúnia/falsa imputação criminosa, incorrerá nas mesmas penas previstas no 
caput, não havendo qualquer previsão de causa de aumento para tanto: 
“Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
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§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga”. 
As causas de aumento previstas para os crimes contra a honra, de modo comum, encontram-se disciplinadas no art. 141, CP: 
“Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados 
ou do Supremo Tribunal Federal; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
IV - contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência, exceto na hipótese prevista no § 
3º do art. 140 deste Código. 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se 
em triplo a pena”. 
III) INCORRETA. A assertiva mistura as consequências legais das benesses previstas para a receptação dolosa e a culposa. 
Vejamos: 
→ Receptação culposa: 
Trata-se da modalidade prevista no art. 180, §3º, CP: 
“§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a 
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso”. 
À hipótese culposa, o CP, no art. 180, §5º, estatui que caberá o perdão judicial, ou seja, a não aplicação da pena, desde que 
obedecidos os seguintes requisitos: 
- primariedade do agente; 
- circunstâncias do crime indicam que o fato não se reveste de especial gravidade. Para a doutrina e a jurisprudência, essa ausência 
de especial gravidade consubstancia-se no pequeno valor da coisa e na ausência de antecedentes criminais (MASSON, Cleber. 
Direito Penal: parte especial (arts. 121 a 212. V. 2. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense; Método, 2021, p. 628). 
“Art. 180, § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de 
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155”. 
De outro lado, à receptação dolosa caberá o benefício do privilégio, previsto expressamente no art. 155, §2º, CP, a saber: 
“§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, 
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”. 
Veja, portanto, que a despeito de primariedade e pequeno valor da coisa serem requisitos comuns ao perdão judicial e à figura 
privilegiada, aquele apenas se aplica à modalidade culposa da receptação. Em outras palavras: mesmo que primário, e de pequeno 
valor a coisa receptada, à figura dolosa APENAS caberá a modalidade privilegiada, e não o perdão judicial. 
IV) INCORRETA. O art. 327, CP, que traz o conceito de funcionário público para fins penais, prevê causa de aumento, assim 
descrita: 
“§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos 
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa 
pública ou fundação instituída pelo poder público”. 
O STF tratou sobre referido parágrafo, determinando a necessidade de avaliar, in casu, a existência do que convencionou chamar 
de imposição hierárquica no mandato eletivo,não sendo a majorante, portanto, aplicável automaticamente a todo agente político: 
“A causa de aumento prevista no § 2º do art. 327 do Código Penal pode ser aplicada aos agentes detentores de mandato eletivo 
(agentes políticos) que exercem, cumulativamente, as funções política e administrativa. (STF. 2ª Turma. RHC 110513/RJ, rel. Min. 
Joaquim Barbosa, 29/5/2012). 
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16 
 
“O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa de aumento do art. 327, § 2º, do 
CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico” (STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 02 e 03/03/2016. Informativo 816). 
Essa posição de superior hierárquico foi chamada pela Suprema Corte de imposição hierárquica e a temática, mais recentemente, 
foi tratada pelo STJ, quando do julgamento de réu Desembargador. O raciocínio desenvolvido foi na mesma esteira, entendendo o 
Tribunal Superior que a imposição hierárquica, a função de direção deve estar descrita, não sendo presumível pelo simples exercício 
do cargo (STJ. Corte Especial. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 04/05/2022. Informativo 736). 
V) INCORRETA. O crime de exercício arbitrário das próprias razões consiste no ato de fazer justiça com as próprias mãos, a fim 
de satisfazer pretensão legítima, nos casos não permitidos pela lei. É processado via ação penal pública incondicionada, salvo no 
caso previsto no parágrafo único do art. 345, CP, qual seja, quando inexistente o emprego de violência. Nessa situação, ao revés do 
afirmado na assertiva, não se procede via representação, mas mediante queixa (ação penal privada). Vejamos: 
“Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa”. 
Gabarito: E. 
 
Tema: Crimes contra a administração pública 
12 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Quanto aos crimes contra a administração pública, assinale a assertiva correta. 
A) Aumenta-se a pena do crime de coação no curso do processo em metade, caso o processo envolva crime contra a dignidade 
sexual; 
B) Há escusa absolutória nos casos em que o crime de favorecimento real for cometido por auxílio do ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão do criminoso; 
C) Determinado titular de Ofício de Registro de Imóveis exigia, frequentemente, emolumentos de forma excessiva em 
determinada operação. A constatada dificuldade exegética da norma correspondente, no entanto, não é capaz de afastar o 
crime de excesso de exação; 
D) A pena cominada àquele que afasta ou tenta afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento 
de vantagem de qualquer tipo, é mais severa se comparada à prevista para aquele que se abstém ou desiste de licitar em 
razão da vantagem oferecida; 
E) O peculato, na sua modalidade desvio, é crime formal, não demandando que o agente público obtenha vantagem, bastando, 
para tanto, que ao valor se dê destinação diversa da determinada pela Administração Pública. 
 
COMENTÁRIOS 
a) INCORRETA. A pena será de 1/3 até a metade caso o processo em que a coação se verificar, versar sobre crime contra a 
dignidade sexual. Vejamos: 
“Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou 
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual”. 
b) INCORRETA. A previsão de isenção de pena/escusa absolutória para ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso 
é relativa ao favorecimento PESSOAL, e não ao favorecimento real (hipótese delitiva em que o auxílio prestado é destinado a tornar 
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seguro o proveito do crime). Naquele, o auxílio é para que o autor do crime se subtraia à ação da autoridade pública, e apenas nos 
casos em que o tipo penal cominado for punível com reclusão. Vejamos: 
“Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena”. 
“Favorecimento real 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do 
crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa”. 
c) INCORRETA. O crime de excesso de exação encontra-se tipificado no art. 316, §1º, CP: 
“Excesso de exação 
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na 
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”. 
Antes de analisar o caso narrado na assertiva, lembre-se que os titulares de cartórios de notas e de registro são considerados 
servidores públicos para fins penais, pois, por meio de concurso público, recebem delegação do poder público para atuação na esfera 
cartorária. 
Enfrentemos a situação em questão: exegese traduz-se, em suma, em interpretação. A assertiva narra o caso em que o titular do 
Cartório cobrava de modo excessivo em determinada situação, mas amparado por dificuldade exegética, ou seja, dificuldade 
interpretativa. Se devidamente demonstrada a problemática no processo interpretativo da norma, não se pode imputar o delito de 
excesso de exação, especialmente por demandar elemento subjetivo doloso. 
Nesse sentido é a decisão do STJ: 
“A mera interpretação equivocada da norma tributária não configura o crime de excesso de exação”. (STJ. 6ª Turma. REsp 
1.943.262-SC, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 05/10/2021. Informativo 712). 
No mesmo sentido, a doutrina: 
“se a dúvida é escusável diante da complexidade de determinada lei tributária, não se configura o delito” (PRADO, Luiz 
Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, Parte Geral e Parte Especial. Luiz Regis Prado, Érika Mendes de Carvalho, Gisele Mendes 
de Carvalho. 14ª ed. São Paulo: RT, 2015, p. 1.342). 
(Comentários extraídos de: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito. 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/informativo/detalhes/2838023a778dfaecdc212708f721b788). 
d) INCORRETA. Tanto quem afasta ou tenta afastar o licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 
vantagem, como aquele que se abstém ou desiste de licitar em razão de tal vantagem, têm contra si idêntica pena cominada. Vejamos: 
“Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de 
qualquer tipo: 
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida”. 
e) CORRETA. O art. 312, CP, in fine, dprev6e a modalidade desvio do crime de peculato: 
“Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem 
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
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Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa”. 
Pergunta-se: a consumação do peculato-desvio se dá com o desvio em si, ou com a obtenção de proveitopróprio ou alheio? 
Conforme o STJ, no momento em que o funcionário público dá destinação diversa da prevista legitimamente. 
Vejamos o que diz a doutrina: 
“No caso de peculato-desvio, a consumação se concretiza quando o agente, traindo a confiança que lhe fora depositada, dá à coisa 
destinação diversa daquela determinada pela Administração Pública, no intuito de beneficiar a si próprio ou a terceiro. Não há 
necessidade, porém, de que o agente obtenha o proveito visado, bastando para a consumação que ocorra o desvio” (PRADO, Luiz 
Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, Volume II – Parte Especial. 16ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018, p. 783). 
O STJ, em 2019, decidiu nesse exato sentido, no seguinte caso: Governador, diante da crise financeira do Estado, determinou à 
Secretaria de Administração e Planejamento que os empréstimos consignados pelos servidores públicos, descontados em folha, não 
deveriam ser repassados ao banco naquele momento, mas usados pelo ente para quitação das dívidas. 
O delito, assim, se consumou no momento em que se deu destinação diversa – a não transferência dos valores ao banco credor – 
pouco importando se houve obtenção de proveito pelo agente, tratando-se, assim, de crime formal. 
Assim, resumindo, decidiu o STJ: 
 “O administrador que desconta valores da folha de pagamento dos servidores públicos para quitação de empréstimo consignado 
e não os repassa a instituição financeira pratica peculato-desvio, sendo desnecessária a demonstração de obtenção de proveito 
próprio ou alheio, bastando a mera vontade de realizar o núcleo do tipo” (STJ. Corte Especial. APn 814-DF, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 06/11/2019 (Info 664) (Comentários extraídos de: 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Pratica o crime de peculato-desvio o Governador que determina que os valores 
descontados dos contracheques dos servidores para pagamento de empréstimo consignado não sejam repassados ao banco, 
mas sim utilizados para quitação de dívidas do Estado. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/448d5eda79895153938a8431919f4c9f>). 
Gabarito: E. 
 
Direito Processual Penal 
 
 
Tema: Do inquérito policial (2.14.2) 
13 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Entende-se por notitia criminis o conhecimento por parte da autoridade policial, de forma espontânea ou provocada, de informações 
que demonstrem a existência de um fato delituoso. Acerca das classificações doutrinárias de notitia criminis, assinale a alternativa 
incorreta: 
A) Notitia criminis inqualificada, consubstanciada na chamada denúncia apócrifa, ou seja, é a denúncia realizada por pessoa 
que não deseja se identificar, em regra, por temer sofrer represálias. 
B) Notitia criminis de cognição coercitiva, se dá nos casos em que o autor de determinada infração penal se apresenta 
espontaneamente a autoridade policial, o que impede a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
C) Notitia criminis de cognição imediata, na qual a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através das suas 
atividades rotineiras, espontaneamente. 
D) Notitia criminis de cognição provocada, se dá através de expedientes escritos dirigidos à autoridade policial. 
E) Delatio criminis, espécie de notitia criminis, configurada quando qualquer do povo, e não a vítima ou seu representante 
legal, comunica determinado crime a autoridade policial. 
 
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COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Notitia criminis inqualificada é, nas lições de Renato Brasileiro de Lima, a chamada denúncia anônima ou apócrifa, 
ou seja, é a denúncia realizada por pessoa que não deseja se identificar por temer sofrer represálias. Inclusive, é importante recordar-
se sobre o tema que, diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de instaurar o inquérito policial, valer-se do 
chamado VPI, verificação da procedência das informações, até mesmo para evitar qualquer possibilidade de incorrer no artigo 27, 
caput, da Lei de abuso de autoridade, que criminaliza a conduta de requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório 
de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou 
de infração administrativa. 
(OBS: Importante ressaltar que as condutas descritas na Lei que constituem crime de abuso de autoridade só estarão configuradas, 
em regra, quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, 
ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal). 
B – INCORRETA: Ao revés, ensina Renato Brasileiro de Lima que a notitia criminis de cognição coercitiva se dá nos casos em que 
a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação do indivíduo preso em flagrante. Desta forma, 
comprovado o estado flagrancial e convencido da autoria e materialidade de determinada infração penal, a notitia criminis de 
cognição coercitiva ensejará a lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial. Sobre a apresentação espontânea, 
ensina Rafael Francisco Marcondes de Moraes que a redação do art. 304 do Código de Processo Penal esclarece que o suspeito 
capturado deve ser “apresentado” à autoridade competente, vale dizer, pressupõe a ideia de que fora ele conduzido, contra sua 
vontade, à presença do Delegado de Polícia, indicando uma distinção entre “apresentado” e “apresentar-se”. Ademais, não há na 
apresentação espontânea subsunção a nenhuma das hipóteses em que a pessoa é legalmente considerada em estado flagrancial e que 
autorizariam sua prisão em flagrante delito. Nesse ponto, importante consignar que no âmbito da Polícia Civil do Estado de São 
Paulo existe a Recomendação DGP nº 1, de 13 de junho de 2005, que preconiza em seu item XV: O emprego da palavra 
“apresentado”, no artigo 304, do CPP, não equivalente a “apresentando-se”, afasta a possibilidade de prisão em flagrante daquele 
que, comparecendo espontaneamente perante a autoridade policial, comunique a prática de uma infração penal até então ignorada 
desta. Cumpre ressaltar que, ainda que o indivíduo compareça espontaneamente, se o Delegado de Polícia entender cabíveis e 
necessárias, deverá representar pela prisão temporária ou prisão preventiva a autoridade judiciária competente, comprovando o 
cumprimento dos seus respectivos requisitos. 
C – CORRETA: Na notitia criminis de cognição imediata ou espontânea a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso 
através das suas atividades rotineiras, espontaneamente, a exemplo da autoridade policial que toma conhecimento a respeito de 
determinado crime de grande repercussão através da mídia televisiva. 
D – CORRETA: Na notitia criminis de cognição mediata ou provocada, a autoridade policial toma conhecimento dos fatos 
delituosos através de expedientes escrito, a exemplo de requisições oriundas do Ministério Público ou mesmo de representação do 
ofendido. 
E – CORRETA: Ensina Renato Brasileiro de Lima que delatio criminis é espécie de notitia criminis, consubstanciada na 
comunicação de uma infração penal feita por qualquer pessoa do povo à autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante 
legal. A depender do caso concreto pode ser considerada notitia criminis de cognição imediata ou mesmo mediata. 
GABARITO: B. 
 
Tema: Do inquérito policial (2.14.2) 
14 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca do acordo de não persecução penal, assinale a alternativa correta: 
A) Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua 
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. 
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B) Dentre os requisitos legais para a propositura do acordo de nãopersecução penal está a necessidade de que seja possível a 
aplicação da transação penal. 
C) Tendo em vista tratar-se de negócio jurídico pré-processual, a reparação do dano é indispensável, em qualquer hipótese, 
para a propositura do acordo de não persecução penal. 
D) Não há, nos termos da lei, necessidade de comunicação à vítima de quaisquer dos atos envolvendo o acordo de não 
persecução penal. 
E) O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo 
investigado e, facultativamente, por seu defensor. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Nos exatos termos do art. 28-A, §4º, Código de Processo Penal, para a homologação do acordo de não persecução 
penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença 
do seu defensor, e sua legalidade. 
B – INCORRETA: Ao revés, nos termos do art. 28-A, §2º, I, CPP, o disposto no caput deste artigo não se aplica em determinadas 
hipóteses, dentre elas nos casos em que for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos 
da lei. 
C – INCORRETA: Importantíssimo o conhecimento dos detalhes que envolvem o acordo de não persecução penal, tendo em vista 
a alta probabilidade de cobrança nas provas. Assim, recorde-se que, nos termos do art. 28-A, CPP, não sendo caso de arquivamento 
e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com 
pena mínima inferior a quatro anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (I) 
reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo. Portanto, havendo a impossibilidade de reparação 
do dano, ainda assim poderá ser proposto o acordo de não persecução penal. 
D – INCORRETA: Ao contrário do apresentado, a vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de 
seu descumprimento, nos termos do art. 28-A, §9º, CPP. 
E – INCORRETA: A presença do defensor é indispensável em todas as etapas do acordo de não persecução penal, principalmente 
no momento de sua formalização. Nos termos do art. 28-A, § 3º, CPP, o acordo de não persecução penal será formalizado por escrito 
e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
GABARITO: A. 
 
Tema: Da prova (2.14.7) 
15 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
A cadeia de custódia, nos termos do art. 158-B do Código de Processo Penal, compreende o rastreamento do vestígio em diversas 
etapas, minuciosamente descritas no referido diploma legal. Acerca das etapas da cadeia de custódia, assinale a alternativa correta: 
A) Descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e a indispensável autorização 
judicial. 
B) Fixação: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características 
biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por 
perito. 
C) Acondicionamento: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e 
natureza. 
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D) Isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e 
relacionado aos vestígios e local de crime, sendo atribuição de qualquer policial responsável pela preservação a liberação 
do local, momento em que será possível a entrada de pessoas e a remoção dos vestígios. 
E) Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações 
referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem 
transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação 
de quem o recebeu. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Previsto no art. 158-B, X, CPP, o descarte compreende o procedimento referente à liberação do vestígio, 
respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. Assim, a autorização judicial não será sempre 
necessária, como leva a crer a alternativa. 
B – INCORRETA: A fixação é, na realidade, a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo 
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua 
descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento. Em contrapartida, o processamento é o exame 
pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, 
a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito. 
C – INCORRETA: A alternativa buscou confundir o candidato ao inverter conceitos. A coleta é o ato de recolher o vestígio que 
será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza, enquanto o acondicionamento é o procedimento por 
meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e 
biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento, nos termos 
do art. 158-B, incisos IV e V, respectivamente, do CPP. 
D – INCORRETA: Inicialmente, cumpre salientar que, de fato, o isolamento é ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo 
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime. Contudo, nos termos do art. 158-B, 
§2º, CPP, é proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação 
por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. Portanto, o erro se encontra na parte final 
da alternativa. 
E – CORRETA: Nos termos do art. 158-B, VII, CPP, o recebimento é o ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve 
ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, 
local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, 
assinatura e identificação de quem o recebeu 
GABARITO: E. 
 
Tema: Aplicação da lei processual penal. 
16 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca da lei processual penal, assinale a alternativa incorreta. 
A) Em benefício do réu, de acordo com as regras de sucessão da lei no tempo, aplicar-se-á a norma de direito material mais 
benéfica, não se podendo dizer o mesmo das normas genuinamente processuais; 
B) Em uma mesma fase processual é absolutamente permitido que mais de uma lei processual penal seja aplicada; 
C) Quando o Código de Processo Penal prevê que o juiz poderá realizar o interrogatório de réu preso por vídeo conferência 
ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, utiliza-se da regra da interpretação extensiva; 
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D) Conforme leciona o Código de Processo Penal, atos processuais efetuados sob normativa anterior não precisam ser 
renovados quando da vigência de nova lei; 
E) Para além da aplicação analógica e da interpretação extensiva, o Código de Processo Penal prevê, de modo expresso, a 
suplementação por meio dos princípios gerais de direito. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Normas de direito material são normas essencialmente de Direito Penal, não havendo maiores dúvidas quanto à sua 
aplicabilidade no tempo – a lei penal não retroagirá, salvo se mais benéfica.À esta, confere-se o caráter de extratividade: há 
ultratividade quando a norma, mesmo após revogada, continua a regular fatos ocorridos enquanto vigente; há retroatividade quando 
a norma regula fatos anteriores à sua vigência. 
O mesmo, porém, não se fala das normas genuinamente processuais, que, conforme o disciplinado no art. 2º, CPP: “A lei processual 
penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Isso se traduz no fato 
de que a lei processual penal é aplicável desde logo, tão logo entre em vigência, pouco importando seu conteúdo (se mais benéfico 
ou mais gravoso ao réu). O princípio que rege essa imediatidade é o chamado de tempus regit actum, e seu fundamento reside na 
presunção de que a nova norma seja mais perfeita do que a anterior, mais justa (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo 
Penal. Volume único. 9ª ed. Salvador: JusPodivm, 2021, p. 84). 
Uma ressalva importante – a assertiva aduziu corretamente que normas genuinamente processuais não se submetem ao princípio da 
retroatividade mais benéfica, o que, como visto, encontra-se absolutamente correto. A nuance que não pode escapar ao candidato é 
a de que existem normas ditas processuais materiais, híbridas ou mistas, que contêm, ao mesmo tempo, regra de direito penal 
(material) e de direito processual. Nesses casos, a solução é aplicar a solução da sucessão no tempo dada à lei penal (extratividade 
benéfica). E quais seriam essas normas? Aqui, para compreensão maior do tema, vale o destaque da obra de Renato Brasileiro: 
“Não há consenso na doutrina acerca do conceito de normas processuais materiais ou mistas. Uma primeira corrente sustenta que 
normas processuais materiais ou mistas são aquelas que, apesar de disciplinadas em diplomas processuais penais, dispõem sobre 
o conteúdo da pretensão punitiva, tais como aquelas relativas ao direito de queixa, ao de representação, à prescrição e à 
decadência, ao perdão, à perempção, etc. Uma segunda corrente, de caráter ampliativo, sustenta que normas processuais materiais 
são aquelas que estabelecem condições de procedibilidade, meios de prova, liberdade condicional, prisão preventiva, fiança, 
modalidade de execução da pena e todas as demais normas que produzem reflexos no direito de liberdade do agente -, ou seja, 
todas as normas que tenham por conteúdo matéria que seja direito ou garantia constitucional do cidadão. Independentemente da 
corrente que se queira adotar, é certo que às normas processuais materiais se aplica o mesmo critério do direito penal, isto é, 
tratando-se de norma benéfica ao agente, mesmo depois de sua revogação, referida lei continuará a regular os fatos ocorridos 
durante a sua vigência (ultratividade da lei processual penal mista mais benéfica); na hipótese de novatio legis in mellius, 
referida norma será dotada de caráter retroativo, a ela se conferindo o poder de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos 
ocorridos anteriormente a sua vigência” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume único. 9ª ed. Salvador: 
JusPodivm, 2021, p. 84). 
b) CORRETA. Mais uma vez, é o que estabelece o art. 2º, CPP, ao aduzir que a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem 
prejuízo das outrora aplicadas. Se a lei processual penal regula todos os atos praticados a partir de sua vigência, independentemente 
de outras normas anteriores terem, no mesmo feito, produzido seus efeitos, é correto dizer que a teoria encampada pelo direito 
processual penal brasileiro é a do Isolamento dos atos processuais. 
Aqui, vale fazer uma breve revisão sobre as demais teorias que explicam a aplicação da lei processual penal no tempo: 
→ Teoria da unidade processual: a nova lei processual penal não pode ser aplicada aos processos penais que já se encontram em 
andamento. Restringem-se a processos novos, futuros; 
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→ Teoria das fases processuais: uma nova lei processual penal apenas pode ser aplicada uma nova fase processual. Por exemplo, 
caso o inquérito policial tenha sido regido pela lei “X”, e, no seu curso, uma nova lei processual “Y” é editada, esta não será, nessa 
fase, aplicada. A lei “Y” apenas produzirá seus efeitos na ação penal. 
c) INCORRETA. Dita o art. 185, §2º, CPP: 
“Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do 
réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades (...)”. 
A expressão “ou outro recurso” consiste em técnica de interpretação analógica, permitida em processo penal, aplicável nas 
hipóteses em que o próprio legislador permite a ampliação de seu alcance, sabendo que impossível, textualmente, regrar todas as 
hipóteses a serem abrangidas pela norma. Estabelece-se uma fórmula casuística (cabimento de videoconferência) e, na sequência, 
uma fórmula genérica (ou outro recurso). 
Assim, a questão erra ao aduzir que se trata de técnica de interpretação extensiva – esta, em verdade, trata das hipóteses em que o 
legislador diz menos do que deveria, de modo involuntário, ficando a cargo do intérprete sua ampliação. O exemplo trazido pela 
doutrina é a aplicação do Recurso em Sentido Estrito, previsto em rol exemplificativo no art. 581, CPP. Para o autor Renato 
Brasileiro, diversas alterações foram realizadas no CPP ao longo dos últimos anos, sem que se realizasse a devida atualização do 
rol de cabimento de referida via recursal. Vejamos: 
“Prevalece, no entanto, o entendimento no sentido da possibilidade de interpretação extensiva das hipóteses de cabimento do 
recurso em sentido estrito. Na verdade, o que não se admite é a ampliação para casos em que a lei evidentemente quis excluir. 
Exemplificando, na hipótese de recebimento da peça acusatória, não se pode cogitar do cabimento do RESE, já que ficou clara a 
intenção do legislador de só admitir o recurso quando houver o não recebimento da inicial acusatória. Porém, como a lei prevê 
o cabimento de RESE contra a decisão que não receber a denúncia ou a queixa (CPP, art. 581, I), não há razão lógica para não 
se admitir o cabimento do recurso também para a hipótese de rejeição do aditamento. Cuida-se, na verdade, de omissão 
involuntária do legislador, que pode ser suprida pela interpretação analógica” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo 
Penal. Volume único. 9ª ed. Salvador: JusPodivm, 2021, pgs. 88/89). 
Para não confundir, seguem breves apontamentos acerca da analogia, interpretação extensiva e interpretação analógica, todas 
admitidas em processo penal: 
 CONCEITO EXEMPLO 
INTERPRETAÇÃO 
EXTENSIVA 
A lei diz menos do que deveria dizer, de 
modo involuntário, e o intérprete deve 
ampliar sua incidência 
Hipóteses de cabimento do Recurso em 
sentido estrito 
INTERPRETAÇÃO 
ANALÓGICA 
Legislador permite, expressamente, 
por meio de uma fórmula genérica, 
norteada por uma fórmula casuística 
Videoconferência (art. 185, §2º, CPP) 
 
ANALOGIA Forma de autointegração da norma 
(não é método de interpretação). 
Aplica-se hipótese não prevista em lei a 
uma disposição legal referente a caso 
similar. Onde vige a mesma razão, vige 
o mesmo direito. 
Como o CPP não dispõe sobre a 
superveniência da lei processual 
modificando regras de competência, admite-
se a aplicação subsidiária do CPC (regra da 
perpetuatio jurisdictionis, prevista no art. 43, 
CPC). 
(Tabela com base na obra de: (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume único. 9ª ed. Salvador: JusPodivm, 
2021, pgs. 88/90). 
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d) CORRETA Não há necessidade de renovação de atos processuais quando da sucessão de leis processuais penais. Essa regra, 
inclusive, encontra-se estampada no art. 2º, CPP: “A lei processual penal aplicar-se-á desdelogo, sem prejuízo da validade dos 
atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Isso se fundamenta na já mencionada teoria do isolamento dos atos processuais. 
E) CORRETA.Pode, conforme previsão expressa do CPP, ser a lei processual penal interpretada de modo extensivo, integrada pela 
analogia e suplementada por princípios gerais de direito: 
“Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios 
gerais de direito”. 
Gabarito: C 
 
Tema: Provas 
17 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Com base no Código de Processo Penal, na doutrina majoritária e na jurisprudência mais recente, acerca do tema Provas em 
processo penal, assinale a alternativa correta. 
A) Ainda que não possa ser utilizado isoladamente para sustentar uma acusação, o chamado testemunho indireto não é vedado 
no direito processual penal; 
B) Em juízo, as perguntas das partes serão requeridas ao magistrado, que as formulará à testemunha; 
C) Há prioridade na realização do exame de corpo de delito nos casos envolvendo violência doméstica e familiar e violência 
contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência; 
D) Veda-se o agir oficioso do magistrado na ordenação de realização do exame de insanidade mental; 
E) Laudos periciais serão realizados no improrrogável prazo de 10 dias. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA Testemunho direto ou visual é o dado por quem presencia os fatos. De outro lado, testemunho auricular, 
testemunho indireto, ou, ainda, hearsay rule, é o prestado por pessoa que não presenciou diretamente o fato delituoso 
perquirido, mas que apenas ouviu falar a seu respeito. Ao contrário de alguns ordenamentos jurídicos, não há, no Brasil, 
vedação à sua valoração pelo juiz – o que torna a assertiva em análise correta. 
O que se veda aqui é a sua utilização isolada, despida de outros elementos probatórios que o corroborem, conforme 
recentemente decidiu a Corte Superior: 
“O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e justificar a instauração 
do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos probatórios substanciais” (STJ. 5ª Turma. AREsp 
2.290.314-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/5/2023. Informativo 776). 
Vale dizer que nem mesmo em sede de pronúncia, no Tribunal do Júri, em que a análise mais aprofundada do arcabouço probatório 
será feita em Plenário, a testemunha indireta pode servir de base isolada. Vejamos o que já decidiu o STJ: 
“Muito embora a análise aprofundada dos elementos probatórios seja feita somente pelo Tribunal do Júri, não se pode admitir, em 
um Estado Democrático de Direito, a pronúncia baseada, exclusivamente, em testemunho indireto (por ouvir dizer) como prova 
idônea de per si, para submeter alguém a julgamento pelo Tribunal Popular” (STJ. 5ª Turma. HC 673.138-PE, Rel. Min. Reynaldo 
Soares da Fonseca, julgado em 14/09/2021. Informativo 709) (STJ. 6ª Turma. REsp 1649663/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 14/09/2021). 
b) INCORRETA. Para coleta de depoimentos testemunhais, o CPP determina que as perguntas serão feitas pelas partes 
DIRETAMENTE às testemunhas, sem que haja necessidade de requerimento ao magistrado. Vejamos: 
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“Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir 
a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. 
Perguntas formuladas pelo juiz, assim, apenas serão dadas após as formulações das partes, e apenas de modo complementar, sobre 
pontos não esclarecidos. 
c) INCORRETA. A prioridade dada aos exames de corpo e de delito, conforme expressa previsão do CPP, art. 158, parágrafo 
único, ocorrerá em casos de violência contra criança, adolescente, e idoso e pessoa com deficiência, assim como nos casos de 
violência doméstica e familiar CONTRA A MULHER. Não se trata, portanto, de toda e qualquer hipótese de violência doméstica 
e familiar, mas sim, mais estritamente, das situações que envolvam vítimas mulheres: 
“Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: 
I - violência doméstica e familiar contra mulher; 
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência”. 
d) INCORRETA. NÃO se veda a atuação de ofício do juiz na determinação de realização do exame de insanidade mental, conforme 
previsão textual do art. 149, CPP: 
“Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal”. 
e) INCORRETA. O art. 160, parágrafo único, CPP, determina que laudos periciais serão elaborados no prazo de 10 dias, podendo 
este prazo ser PRORROGADO, excepcionalmente, a pedido do perito: 
“O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a 
requerimento dos peritos”. 
Gabarito: A 
 
Tema: Questões e processos incidentais 
18 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das questões e dos processos incidentais, analise as afirmativas abaixo e assinale a correta. 
I) Caso seja a exceção de suspeição julgada procedente, nulos serão os atos do processo principal, devendo o juiz pagar as custas, 
mesmo que se trate de erro escusável; 
II) Ainda que já transitada em julgado a sentença, os instrumentos cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato 
ilícito, não poderão ser restituídos, sem exceção; 
III) Inexistindo dúvidas quanto ao direito do reclamante, não há vedação à restituição de coisas, pelo Delegado de Polícia, desde 
que sempre seja o Ministério Público ouvido; 
IV) Não se pronuncia decisão nos embargos ao sequestro enquanto não transitada em julgado a sentença condenatória; 
V) É impositiva a suspensão do processo penal caso a questão penal dependa de solução da controvérsia sobre o estado civil das 
pessoas, devendo a celeuma, ainda, ser reputada série e fundada. 
Estão corretas: 
A) I e II, apenas; 
B) II e IV, apenas; 
C) III e V, apenas; 
D) II, III e IV, apenas; 
E) III, IV e V, apenas. 
 
 
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COMENTÁRIOS 
I) INCORRETA. O pagamento das custas, pelo juiz julgado suspeito, somente será feito no caso de erro INESCUSÁVEL, a teor 
do art. 101, CPP: 
“Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso de erro 
inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de 
réis”. 
II) INCORRETA. A procedimento de restituição de coisas apreendidas consiste na devolução a quem de direito de coisa apreendida 
durante o inquérito ou a ação penal. Duas, porém, são as vedações à restituição: 
→ enquanto interessarem à persecução penal: “Art. 118, CPP. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas 
não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo”; 
→ se consistirem nas coisas referidas no art. 91, CP, quais sejam: 
• instrumentos do crime que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
• produtos ou proveitos auferidos pelo agente com o crime; 
• dúvida quanto ao direito do reclamante; 
• sem o comparecimento pessoal do acusado. 
Importante, porém, compreender que, por evidente, as coisas descritas no art. 91, CP, NÃO poderão restar indisponíveis se 
pertencentes a terceiro de boa-fé. É, inclusive, a literalidade do art. 119, CPP: 
“Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmodepois de transitar 
em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé”. 
OBS: Os dispositivos citados são anteriores a 1984, e hoje, correspondem ao art. 91, CP. 
III) CORRETA. A restituição de coisas apreendidas, de fato, poderá ocorrer por ordenação do Delegado de Polícia no curso do 
inquérito: 
“Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde 
que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante”. 
Mas essa possibilidade somente ocorrerá se, cumulativamente: 
a) demonstrar-se que a coisa não mais interessa ao processo (Art. 118, CPP: Antes de transitar em julgado a sentença final, 
as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo); 
b) não se tratar de bem cuja restituição é vedada (artigo 119, CPP, conforme já citado no item II da presente questão) e; 
c) não houver qualquer dúvida acerca do direito do reclamante (art. 120, CPP). 
Por fim, destaca-se que em TODOS os casos de pedido de restituição DEVERÁ o MP ser ouvido, conforme CPP, art. 120, §3º: 
“Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público”. 
IV) CORRETA. O sequestro é autuado de modo apartado, e admite embargos: 
→ do terceiro a quem os bens pertençam; 
→ do acusado, se não adquiriu os bens com os proventos da infração; 
→ do terceiro que adquiriu os bens de boa-fé e mediante contraprestação onerosa. 
Essa é a lição dos arts. 129 e 130, CPP, a saber: 
“Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro. 
 Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado: 
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; 
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé”. 
A decisão em referidos embargos, porém, somente poderá se dar APÓS o trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme 
disciplina o parágrafo único do mesmo artigo: 
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“Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado a sentença condenatória”. 
V) CORRETA. Trata a assertiva, corretamente, de questão prejudicial devolutiva absoluta heterogênea. Vejamos: 
→ prejudicial: questão que contém valoração penal ou extrapenal que deve ser enfrentada antes do julgamento dos fatos. Está ligada 
ao mérito principal, mas deve ser resolvida antes deste. 
→ absoluta ou obrigatória: deve ser solucionada, de modo obrigatório, por um juízo não penal. 
→ heterogênea: chamada também de jurisdicional ou perfeita, é a questão prejudicial que versa sobre outro ramo do direito. 
O art. 92, CPP, cuida justamente dessa hipótese: no caso de a decisão sobre a própria existência da infração penal depender da 
solução de controvérsia, reputada pelo juiz como série fundada, sobre o estado civil das pessoas, DEVERÁ o juiz penal suspender 
o curso da ação penal, até que a controvérsia reste decidida pelo juízo cível, em sentença passada em julgado. Vejamos: 
“Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado 
civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada 
em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente”. 
Diferente é o caso do art. 93, CPP, que disciplina que, nos casos de competência do juízo cível, não relativos ao estado civil das 
pessoas, o juiz penal PODERÁ suspender o curso processual, desde que a questão seja de difícil solução e não verse sobre direito 
cuja prova a lei civil limite. Trata-se de hipótese de questão prejudicial devolutiva relativa heterogênea (não inerente ao estado civil 
das pessoas). 
“Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo 
anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que 
essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a 
inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente”. 
Gabarito: E. 
 
(Tema: Citações e intimações) 
19 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das citações e intimações, assinale a alternativa incorreta. 
A) Acusado é citado por edital relativamente ao oferecimento de denúncia pela prática de delito punido com pena máxima em 
abstrato de 6 anos. Não comparecendo, nem nomeando advogado, ficará o prazo prescricional suspenso pelo prazo de 12 
anos; 
B) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo 
prescricional até a efetiva data da comunicação processual; 
C) Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, far-se-á sua citação pela modalidade editalícia; 
D) Decidiu o STJ que não há vedação na citação do acusado via WhatsApp, desde que sejam adotadas providencias para atestar 
tanto a autenticidade do número do telefone como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual; 
E) A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido 
da publicidade dos atos judiciais da comarca, e, caso não faça incluir o nome do acusado, haverá nulidade. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Conforme disciplina o art. 366, CPP, se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir defesa, 
suspensos serão o curso do processo e o prazo prescricional: 
“Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão 
preventiva, nos termos do disposto no art. 312”. 
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Mas até quando essa suspensão do prazo prescricional é permitida? Conforme decisão do STF, em sede de repercussão geral, o 
impedimento do fluxo da prescrição (suspensão) ficará limitado ao tempo de prescrição da pena máxima cominada em abstrato ao 
crime: 
Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal como 
imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena máxima em 
abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso. (STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). 
Voltemos ao caso da assertiva: o crime imputado ao acusado é apenado, em seu máximo abstratamente cominado, em 6 anos. O 
prazo respectivo para verificação da prescrição é de, efetivamente, 12 anos. Vejamos a lição do art. 109, CP: 
“Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-
se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano”. 
Assim, se o prazo prescricional para crime punido com pena máximo em abstrato de 6 anos é de 12 anos (inciso III), o período de 
suspensão da prescrição será, igualmente, de 12 anos. 
b) CORRETA. Afirmao art. 368, CPP, acerca da carta rogatória: 
“Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de 
prescrição até o seu cumprimento”. 
O STJ, em 2021, deu contornos mais precisos ao prazo de suspensão da prescrição, determinando que este perdurará não até a 
juntada da carta aos autos, mas da data em que efetivada a comunicação processual no estrangeiro: 
“O termo final da suspensão do prazo prescricional pela expedição de carta rogatória para citação do acusado no exterior é a 
data da efetivação da comunicação processual no estrangeiro, ainda que haja demora para a juntada da carta rogatória cumprida 
aos autos” (STJ. 5ª Turma. REsp 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/04/2021 (Info 691). 
Aliás, vale destacar o entendimento já sumulado pelo STF: 
Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da 
carta precatória ou de ordem. 
c) INCORRETA. A citação por hora certa ocorre nas hipóteses em que o oficial de justiça verifica que o réu se oculta para não ser 
citado. Antes de 2008, a ocultação gerava a citação por edital, mas a nova redação legal inaugurou a possibilidade já prevista em 
sede do processo civil. O procedimento é, em breves linhas, o seguinte: 
→ quando por duas vezes oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio e suspeitar de sua ocultação, deverá intimar 
qualquer pessoa da família, ou, na falta, qualquer vizinho, informando que, no dia útil imediato, em hora designada, retornará para 
proceder à citação. 
→ na data e hora designados, retornará, sem necessidade de novo despacho. 
→ completada a citação por hora certa, caso o acusado não compareça, será nomeado defensor dativo. Aqui, justamente, reside o 
erro da assertiva, uma vez que não há mais que se falar em citação por edital. Vejamos o determinado no art. 362, parágrafo único, 
CPP: 
“Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo”. 
d) CORRETA. O item encontra-se em perfeita consonância com o julgado pelo STJ: 
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“É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a 
autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual” (STJ. 5ª Turma. HC 
641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688). 
e) CORRETA. É a dicção do art. 370, §1º, CPP: 
“A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da 
publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado”. 
Vale aqui fazer uma ressalva: o §4º do mesmo artigo diz que “A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será 
pessoal”. Aqui, incluem-se defensores públicos e defensores dativos. Perceba que, quanto aos constituídos, a regra é a do §1º, qual 
seja, intimação por publicação em órgão de publicidade de atos judiciais. 
Gabarito: C 
 
Tema: Inquérito Policial. Organização criminosa. Provas. Ação Penal. 
20 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca do inquérito policial e temas correlatos, assinale a alternativa incorreta. 
A) A instauração do inquérito policial pode se dar via notitia criminis de cognição espontânea, não havendo, a princípio, óbice 
na abertura do procedimento com base em notícias jornalísticas; 
B) Via notitia criminis de cognição imediata, apenas poderá o inquérito ser instaurado se o delito for processável mediante 
ação penal pública incondicionada; 
C) Em se tratando de organização criminosa, conforme dita a Lei 12.850/13, caberá representação do Delegado pela infiltração 
de agentes. Havendo deferimento, que se dará em 48 horas, apenas terão acesso aos autos o juiz, o MP e a autoridade 
policial, disponibilizando-se os autos à defesa, com as informações da infiltração, juntamente com a denúncia; 
D) Caso o crime, em tese imputado, fosse o de extorsão mediante sequestro, poderá o Delegado requisitar, diretamente, de 
órgãos do poder público ou de empresas de iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou dos suspeitos. 
O mesmo, porém, não se diz da possibilidade de representação, judicialmente autorizada, a empresas de telecomunicações, 
de sinais que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos; 
E) Caso o crime a ser investigado, em tese, fosse o de estelionato praticado contra idoso com 61 anos de idade, estaria o 
Delegado impedido de iniciar o inquérito policial sem a devida representação da vítima ou de seu representante legal. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Caso a autoridade policial tome conhecimento de delito no exercício de suas atividades corriqueiras, deverá 
(havendo fundamento válido e suficiente para tanto) instaurar inquérito policial, independentemente da provocação de qualquer 
pessoa. Essa forma de instauração é o que se denomina notitia criminis de cognição imediata ou espontânea, e a iniciativa de ofício 
é prevista, inclusive, no próprio CPP: 
‘Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício (...)”. 
Não há óbice, a princípio, na instauração do procedimento com base em matéria jornalística, o que, aliás, encontra fundamento 
jurisprudencial. Vejamos: 
“É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística” (STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. 
Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652). 
Relembre as demais modalidades de notitia criminis, que se traduz como o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte do 
Delegado de Polícia, acerca de uma infração penal: 
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→ cognição imediata, espontânea: como já dito, trata-se da hipótese em que a autoridade policial toma conhecimento do delito por 
meio de suas atividades rotineiras; 
→ cognição mediata, provocada: toma-se ciência do delito a partir de uma provocação de terceiro, dada por escrito – representação 
do ofendido, requisição do MP; 
→ cognição coercitiva: o conhecimento do delito se dá via prisão em flagrante; 
→ delatio criminis: qualquer do povo comunica a infração à autoridade policial. Pode tanto se dar na forma imediata (quando a 
comunicação se faz durante as atividades diárias do Delegado), como de modo mediato (por expediente escrito); 
→ inqualificada: ciência da infração penal por meio de denúncia anônima. 
b) CORRETA. Nas infrações penais de ação penal pública incondicionada, pode o inquérito policial ser instaurado de cinco 
diferentes formas: 
1) de ofício; 
2) via requisição do MP; 
3) via requerimento do ofendido ou de seu representante legal; 
4) por meio de notícia formulada por qualquer do povo (delatio criminis); 
5) mediante auto de prisão em flagrante. 
À possibilidade de inauguração do IP, de modo oficioso (de ofício), porém, há importante ressalva feita pelo CPP – APENAS cabe 
aos crimes processados via ação penal pública incondicionada, o mesmo não se podendo falar dos delitos de ação penal pública 
condicionada à representação e de ação penal privada. Aos primeiros, a instauração do procedimento investigativo está condicionada 
à representação do ofendido ou à requisição do MP, e aos últimos, ao requerimento do ofendido ou de seu representante legal, na 
forma de queixa-crime: 
“§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la”. 
c) INCORRETA. Primeiramente, relembre o conceito legal de organização criminosa (art. 1º, Lei 12.850/13): 
“Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações 
penais correlatase o procedimento criminal a ser aplicado. 
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada 
pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, 
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter 
transnacional. 
§ 2º Esta Lei se aplica também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos”. 
Quanto à infiltração de agentes – técnica especial de investigação, prevista na Lei 12.850/13 – certo é que poderá, sim, o Delegado 
de Polícia, representar por sua realização. Alguns apontamentos merecem destaque: 
→ Deve haver autorização judicial (trata-se de hipótese gravada com cláusula de reserva de jurisdição absoluta), e o juiz, ao deferir 
a medida, estabelecerá seus limites; 
→ Antes de decidir, o juiz ouvirá o MP, caso se trate de representação da autoridade policial. Se a medida for solicitada pelo MP 
no curso do inquérito, deverá ser precedida de manifestação técnica do Delegado; 
→ Só é admitida se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis, ou seja, é medida subsidiária; 
→ Seu prazo de duração é de até seis meses, renováveis, desde que demonstrada a necessidade da extensão da medida; 
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→ Caso se trate de infiltração no ambiente virtual, o prazo será de até seis meses, renováveis, desde que não se exceda o limite de 
720 dias, demonstrada, também, a necessidade de renovação; 
→ No ECA, há igual previsão de infiltração de agentes, o prazo é de até 90 dias, não podendo exceder os mesmos 720 dias; 
→ O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, e apenas terão acesso aos autos o juiz, o MP e o Delegado de Polícia. À 
defesa, as informações sobre a operação serão disponibilizadas juntamente com a denúncia; 
→ O juiz decidirá no prazo de 24 HORAS acerca da medida (encontrando-se, aqui, o erro da assertiva em questão). 
Vejamos os artigos que fundamentam referidos apontamentos: 
“Lei 12.850/2013. 
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo 
Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será 
precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. 
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. 
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida 
por outros meios disponíveis. 
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada 
sua necessidade. 
(...) 
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, 
com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por organizações criminosas, desde que 
demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, 
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas. 
(...) 
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial 
fundamentada e desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja comprovada sua necessidade. 
(...) 
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da 
medida, que zelará por seu sigilo. 
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado 
de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. 
(...) 
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam indicar a operação 
a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado. 
§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá 
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do delegado de 
polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado. 
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando 
serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente”. 
“Lei 8.069/1990 (ECA). 
Art. 190-A. II – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não 
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial”. 
d) CORRETA. A questão é absolutamente correta, quando, de um lado, permite a requisição direta de dados cadastrais e, de outro, 
veda a possibilidade de representação ao juiz pela obtenção de sinais de localização. Isso porque o crime, em tese, imputado, é o de 
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO, previsto no art. 159, CP, para o qual o CPP prevê apenas a primeira medida. A obtenção 
de sinais de localização da vítima ou dos suspeitos é franqueada APENAS quando o crime investigado é o de TRÁFICO DE 
PESSOAS (art. 149-A, CP). 
Vejamos as diretrizes estabelecidas no CPP: 
→ Obtenção direta (ou seja, sem necessidade de autorização judicial prévia) de dados cadastrais da vítima ou de suspeitos: 
“Art. 13-A, CPP. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no §3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-lei n. 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o 
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas 
da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeito”. 
→ Obtenção, via ordem judicial, de sinais de localização das vítimas ou dos suspeitos, APENAS no crime de tráfico de pessoas (art. 
149-A, CP): 
 “Art. 13-B, CPP. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério 
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de 
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e 
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso”. 
e) CORRETA. Diz o CP, em seu art. 171, §5º, que a ação penal correspondente ao delito de estelionato é, via de regra, a pública 
condicionada à representação. Excepcionalmente, procede-se mediante ação pública incondicionada nos seguintes casos: 
“Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: 
 I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
 II - criança ou adolescente; 
 III - pessoa com deficiência mental; ou 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz”. 
Conforme o Estatuto do Idoso (Art. 1º: Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a regular os direitos assegurados 
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos), são consideradas pessoas idosas aquelas com 60 ou mais anos de 
idade.Todavia, a ressalva do CPP é cristalina – será pública incondicionada a ação penal somente no caso de o idoso ter idade 
superior a 70 anos. Não se trata, porém, de hipótese afeta a todo e qualquer idoso, de modo que, no caso proposto, tendo a vítima 
61 anos, necessária será sua representação (ou de seu representante legal). 
Por fim, de acordo com o que já se destacara na assertiva “B” da presente questão, em sendo caso de representação, não poderá o 
Delegado iniciar o inquérito policial sem esta provocação: 
“Art. 5º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado”. 
Gabarito: C 
 
TEMA: 2.14.7 DA PROVA. 
21 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre provas, assinale a alternativa correta acerca das disposições legais previstas no Código de Processo Penal (CPP): 
A) Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, 
desde que haja requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. 
B) O Código de Processo Penal, atualmente, adota o sistema presidencialista, dispondo que as perguntas das partes serão 
requeridas ao juiz que as formulará à testemunha. 
C) A confissão será indivisível e irretratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em 
conjunto. 
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D) O depoimento testemunhal indireto possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e justificar a instauração 
do processo penal. 
E) São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo 
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 234 do CPP. Vejamos: 
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, 
INDEPENDENTEMENTE de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. 
Portanto, aqui há uma possibilidade de ativismo probatório por parte do magistrado. Segundo Renato Brasileiro de Lima (2021) 
trata de mais um dispositivo que consagra poderes instrutórios aos juiz no curso do processo penal. 
B) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que após a alteração processual de 2008 não vigora mais o trazido 
pela alternativa. Vejamos o art. 212 do Código de Processo Penal: 
Art. 212. As perguntas serão FORMULADAS PELAS PARTES DIRETAMENTE À TESTEMUNHA, não admitindo o juiz 
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. 
Segundo Renato Brasileiro de Lima (2021) “A SALUTAR ABOLIÇÃO DO SISTEMA PRESIDENCIAL, no qual o juiz 
perguntava primeiro e as partes faziam perguntas por intermédio do magistrado, pela adoção do método acusatório (as partes iniciam 
a inquirição e o juiz a encerra), veio tornar mais eficaz a produção da prova oral, visto que permite o efetivo exame direto e cruzado 
do contexto das declarações tomadas, o que melhor delineia as atividades de acusar, defender e julgar”. 
ATUALMENTE, portanto, em virtude da alteração do art. 212 do CPP, a testemunha será colocada, inicialmente, em contato direto 
com as partes, sendo inquirida, primeiramente, por quem a arrolou (DIRECT-EXAMINATION) e, em seguida, submetida ao 
exame cruzado pela parte contrária (CROSS-EXAMINATION), cabendo ao magistrado, nesse momento, apenas decidir sobre a 
admissibilidade das perguntas, indeferindo aquelas que possam induzir a resposta, não tenham relação com a causa ou que importem 
na repetição de outra já respondida. Posteriormente, defere-se ao magistrado a possibilidade de complementar a inquirição quanto 
aos pontos não esclarecidos (CPP, art. 212, parágrafo único). 
Logo, a alternativa se encontra incorreta, uma vez que a partir da alteração feita em 2008, retira-se esse sistema presidencialista na 
parte relativa a colheita de depoimento de testemunhas e assinala pelo denominado “DIRECT-EXAMINATION X CROSS-
EXAMINATION). 
Cabe assinalar que, conforme traz o professor Renato Brasileiro (2021) à luz da jurisprudência: 
De seu turno, o Supremo Tribunal Federal entendeu que A INVERSÃO DA ORDEM DE INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS, 
fazendo o magistrado suas perguntas em primeiro lugar para, somente depois, permitir que as partes o façam, caracteriza 
NULIDADE RELATIVA, razão pela qual, além da demonstração de prejuízo, também deveria haver arguição oportuna, sob pena 
de preclusão. 
C) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 200 do CPP, que prevê: 
Art. 200. A confissão será DIVISÍVEL e RETRATÁVEL, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das 
provas em conjunto. 
Dentre as características da confissão, destacam-se: 
a) Ato personalíssimo; 
b) Ato livre e espontâneo; 
c) Ato retratável; 
d) Ato divisível. 
Portanto, a alternativa encontra-se em dissonância com a literalidade do CPP. 
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D) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com entendimento do Superior Tribunal 
de Justiça, vejamos: 
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e justificar a instauração 
do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos probatórios substanciais. STJ. 5ª Turma.AREsp 
2.290.314-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/5/2023 (Info 776). 
Para fins de complementação doutrinária, vejamos o que traz o professor Renato Brasileiro de Lima (2021): 
TESTEMUNHA INDIRETA: também conhecida como testemunha auricular, essa pessoa não presenciou diretamente o fato 
delituoso, mas ouviu falar sobre ele. Em regra, a testemunha depõe a partir de seu conhecimento pessoal sobre os fatos que ela foi 
chamada a comprovar; qualquer outro tipo de declaração é considerado testemunho indireto (em inglês, HEARSAY). 
Quanto ao seu valor probatório, oportuna é a lição da 6ª Turma do STJ: “(...) A norma segundo a qual a testemunha deve depor pelo 
que sabe per proprium sensum et non per sensum alterius impede, em alguns sistemas – como o norte-americano – o depoimento 
da testemunha indireta, por ouvir dizer (HEARSAY RULE). No Brasil, embora não haja impedimento legal a esse tipo de 
depoimento, ‘não se pode tolerar que alguém vá a juízo repetir a vox publica. Testemunha que depusesse para dizer o que lhe 
contou, o que ouviu, sem apontar seus informantes, não deveria ser levada em conta’. 
E) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que está de acordo com o art. 207 do CPP, vejamos: 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo 
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
Para fins de complementação do nosso estudo, vale trazer uma importante decisão do Superior Tribunal de Justiça recentemente, 
vejamos: 
Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou atendimento médico-hospitalar por ter praticado 
manobras abortivas, uma vez que se mostra como confidente necessário, estando proibido de revelar segredo do qual tem 
conhecimento, bem como de depor a respeito do fato como testemunha. STJ. 6ª Turma. HC 783.927/MG, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, julgado em 14/3/2023 (Info 767). 
GABARITO: E 
 
Tema: 2.14.9 Da Prisão, Das Medidas Cautelares E Da Liberdade Provisória. 
22 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em relação à fiança, assinale a alternativa correta. 
A) Na presença de motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, a fiança só poderá ser concedida pela autoridade 
judicial. 
B) Será quebrada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação dodelito. 
C) Entender-se-á cassado, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do 
cumprimento da pena definitivamente imposta. 
D) A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será perdida em qualquer fase do processo. 
E) A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 324, IV do CPP, vejamos: 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das 
obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
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II - em caso de prisão civil ou militar; 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). 
Presente os requisitos legais dispostos no art. 312 do CPP a fiança não poderá ser concedida, SEJA PELA AUTORIDADE 
JUDICIAL OU POLICIAL. 
Aqui vale uma integração com o que dispõe a Lei Maria da Penha que prevê uma hipótese em que apesar de o delito não possuir 
uma pena máxima superior a 4 anos, a autoridade Policial não poderá arbitrar fiança, trata-se do delito de descumprimento de medida 
protetiva, vejamos: 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos 
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. 
Conforme Renato Brasileiro de Lima (2021) “falece atribuição ao Delegado de Polícia para conceder liberdade provisória com 
fiança ao flagranteado pela prática do crime do art. 24-A. Isso significa dizer que o indivíduo deverá ser preso em flagrante e, na 
sequência, conduzido a uma audiência de custódia, quando, então, o juiz competente deverá proceder à convalidação judicial do 
flagrante (CPP, art. 310)”. 
Portanto, trata-se de alternativa incorreta, (ATENÇÃO) apesar de estarmos diante de questões de Direito Processual Penal, não é 
impossível que haja questão que integre os diversos diplomas legais. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 339 do Código de Processo Penal, vejamos: 
Art. 339. Será também CASSADA a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na 
classificação do delito. 
Não se trata de hipótese de quebra da fiança, e sim a sua cassação. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 344 do Código de Processo Penal, vejamos: 
Art. 344. Entender-se-á PERDIDO, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do 
cumprimento da pena definitivamente imposta. 
Portanto, transitada em julgado a sentença condenatória, não pode o condenado frustrar a efetivação da punição, ESQUIVANDO-
SE DA APRESENTAÇÃO À PRISÃO, ou EVADINDO-SE PARA NÃO SER ENCONTRADO pelo oficial ou outra autoridade 
encarregada de levá-lo ao cárcere. Se o fizer, a fiança será julgada perdida. 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 388 do CPP, vejamos: 
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será CASSADA em qualquer fase do processo. 
As questões da VUNESP, sobretudo a partir de uma análise das últimas provas de Delegado, não fogem à regra, deve-se prestar 
atenção na literalidade dos dispositivos em relação às hipóteses de quebra, cassação, perda e reforço da fiança. 
A alternativa mais uma vez encontra-se incorreta por se tratar de cassação, e não de perda. 
A fiança deverá ser CASSADA em qualquer fase do processo nas seguintes hipóteses: 
a) quando for concedida por equívoco (CPP, art. 338); 
b) quando ocorrer uma inovação na tipificação do delito, reconhecendo-se a existência de infração inafiançável (art. 339, CPP); 
c) se houver aditamento da denúncia, acarretando a inviabilidade de concessão de fiança. 
Portanto, realize a leitura integral dos dispositivo (art. 321-350 do CPP). 
E) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que está de acordo com o art. 334 do CPP, vejamos: 
Art. 344. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. 
Trata-se do nosso GABARITO! 
GABARITO: E 
 
 
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Tema: 2.6 Interpretação E Aplicação Da Lei Processual Penal. 
23 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em relação à interpretação e aplicação da Lei Processual Penal no ordenamento jurídico pátrio, bem como o estudo das normas 
processuais, assinale a alternativa correta. 
A) O denominado princípio tempus regit actum não se aplica às normas genuinamente processuais. 
B) A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
C) Normas processuais híbridas são aquelas que, por exemplo, cuidam de procedimentos, atos processuais e técnicas do 
processo. 
D) A lei processual penal não admitirá o suplemento dos princípios gerais de direito. 
E) A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva, embora se admita a aplicação analógica. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com a doutrina e o Código de Processo Penal, vejamos 
o que dispõe o professor Renato Brasileiro de Lima (2021): 
De acordo com o ART. 2º DO CPP, que consagra o denominado PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM, “a lei processual penal 
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior”. Como se vê, por força do art. 
2º do CPP, incide no processo penal o PRINCÍPIO DA APLICABILIDADE IMEDIATA, no sentido de que a norma processual 
se aplica tão logo entre em vigor, sem prejuízo da validade dos atos já praticados anteriormente. 
A par da explicação acima, continua o professor: 
Em relação às NORMAS GENUINAMENTE PROCESSUAIS que são aquelas que cuidam de procedimentos, atos processuais, 
técnicas do processo. A elas se aplica o art. 2º do CPP (PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM). 
Portanto, o item encontra-se em desacordo com o tema, pois se aplica sim às normas genuinamente processuais o princípio descrito. 
B) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que está em acordo com o art. 2º do Código de Processo Penal, 
vejamos: 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, SEM prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Para fins de complementação, o professor Renato Brasileiro de Lima (2021), dispõe: 
O fundamento da aplicação imediata da lei processual é que se presume seja ela mais perfeita do que a anterior, por atentar mais aos 
interesses da Justiça, salvaguardar melhor o direito das partes, garantir defesa mais ampla ao acusado, etc. Portanto, AO 
CONTRÁRIO DA LEI PENAL, que LEVA EM CONTA O MOMENTO DA PRÁTICA DELITUOSA (tempus delicti), a 
APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI PROCESSUAL leva em consideração O MOMENTO DA PRÁTICA DO ATO 
PROCESSUAL (tempus regit actum). 
Importante apontamento a diferença entre o Direito Penal e Processual Penal, mas se deve ter atenção em relação às normas 
processuais híbridas (mistas), objeto de explicação abaixo (próximo item). 
C) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que a alternativa traz exemplos de normas genuinamente 
processuais, vejamos a diferença (LIMA, 2021, p. 92): 
a) NORMAS GENUINAMENTE PROCESSUAIS: são aquelas que cuidam de procedimentos, atos processuais, técnicas do 
processo. A elas se aplica o art. 2º do CPP; 
b) NORMAS PROCESSUAIS MATERIAIS (MISTAS OU HÍBRIDAS): são aquelas que abrigam naturezas diversas, de caráter 
penal e de caráter processual penal. Normas penais são aquelas que cuidam do crime, da pena, da medida de segurança, dos efeitos 
da condenação e do direito de punir do Estado (v.g., causas extintivas da punibilidade).De sua vez, normas processuais penais são 
aquelas que versam sobre o processo desde o seu início até o final da execução ou extinção da punibilidade. Assim, se um dispositivo 
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legal, embora inserido em lei processual, versa sobre regra penal, de direito material, a ele serão aplicáveis os princípios que 
regem a lei penal, de ultratividade e retroatividade da lei mais benigna. 
Atenção com a classificação. 
Embora não seja objeto da nossa questão, vale a pena conferir mais uma classificação, as denominadas normas processuais 
heterotópicas. Conforme trazido por Renato Brasileiro (2021), temos: 
c) NORMAS PROCESSUAIS HETEROTÓPICAS: Há determinadas regras que, não obstante previstas em diplomas processuais 
penais, possuem conteúdo material, devendo, pois, retroagir para beneficiar o acusado. Outras, no entanto, inseridas em leis 
materiais, são dotadas de conteúdo processual, a elas sendo aplicável o critério da aplicação imediata (tempus regit actum). É aí que 
surge o fenômeno denominado de heterotopia, ou seja, situação em que, apesar de o conteúdo da norma conferir-lhe uma 
determinada natureza, encontra-se ela prevista em diploma de natureza distinta. 
D) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 3º do CPP, vejamos: 
 Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o SUPLEMENTO DOS 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO. 
Conforme dispõe a parte final do dispositivo, caberá o suplemento dos princípios gerais de direito às normas processuais. 
Tornando, por conseguinte, a alternativa incorreta. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 3º do CPP, vejamos: 
Art. 3o A lei processual penal admitirá INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito. 
Logo, o diploma processual admite ambas, diferentemente do que aduz a alternativa, tornando-a incorreta. 
GABARITO: B 
 
24 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) – TEMA: 2.14.7 DA PROVA. 
Assinale a alternativa incorreta acerca das disposições previstas sobre provas no Processo Penal Brasileiro. 
A) O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
B) A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem 
que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
C) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior, após 
prestar o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
D) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-
lhe a falta. 
E) No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, 
acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a questão exige do aluno que assinale a opção incorreta. Conforme o 
CPP, temos: 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. (SISTEMA LIBERATÓRIO). 
Para fins de acrescentar a literalidade da lei, expresso abaixo um trecho do livro do professor Renato Brasileiro de Lima (2021): 
SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DOS LAUDOS PERICIAIS 
a) SISTEMA VINCULATÓRIO: de acordo com esse sistema, o magistrado fica vinculado ao laudo pericial, não podendo decidir 
de modo a contrariá-lo. 
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b) SISTEMA LIBERATÓRIO: por meio desse sistema, o juiz não fica vinculado ao laudo pericial, podendo aceitar ou rejeitá-lo. 
É esse o sistema adotado pelo CPP, não só por força do sistema da livre persuasão racional do juiz (CPP, art. 155, caput), como 
também por expressa disposição legal (CPP, art. 182). 
Portanto, encontra-se em consonância com a doutrina e o dispositivo legal. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a questão exige do aluno que assinale a opção incorreta, de acordo com 
o CPP, temos: 
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos SEIS HORAS depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, 
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que 
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a 
verificação de alguma circunstância relevante. 
C) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que a questão está em DESENCONTRO do previsto no Código de Processo 
Penal, vejamos: 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
A primeira parte está correta, mas a final não. Segundo o CPP, faz-se necessário o COMPROMISSO na hipótese de PERITOS 
NÃO OFICIAIS. 
Segundo o art. 159. 
§1º. NA FALTA DE PERITO OFICIAL, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso 
superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
§2o . Os PERITOS NÃO OFICIAIS PRESTARÃO O COMPROMISSO DE BEM E FIELMENTE DESEMPENHAR O 
ENCARGO. 
Portanto, a alternativa encontra-se incorreta, pois o perito oficial NÃO PRECISA PRESTAR O COMPROMISSO conforme dispõe 
o artigo e o seus parágrafos expressos acima. 
Trata-se, pois, do nosso GABARITO! 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a questão exige do aluno que assinale a opção incorreta, conforme o CPP: 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-
lhe a falta. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está de acordo com o interessante artigo do Código de 
Processo Penal, vejamos: 
Art. 177. Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo DEPRECADO. Havendo, porém, no caso 
de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz DEPRECANTE. 
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória. 
GABARITO: C 
 
Legislação Especial 
 
Tema: Lei Maria da Penha 
25 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca da Lei Maria da Penha, julgue os itens seguintes de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, e aponte a 
alternativa correta: 
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A) Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher não é possível a aplicação da pena de multa isoladamente, 
exceto no caso do crime de ameaça que prevê, em seu preceito secundário, a pena de multa de forma autônoma. 
B) A vítima de violência doméstica deve ser ouvida para que se verifique a necessidade de prorrogação das medidas protetivas, 
exceto no caso de ter ocorrido a extinção de punibilidade do autor. 
C) A audiência prevista no art. 16 da Lei nº 11.340/2006 tem por objetivo confirmar a representação, e não pode ser designada 
de ofício pelo juiz. Sua realização somente é necessária caso haja manifestação do desejo da vítima de se retratar trazida 
aos autos antes do recebimento da denúncia. 
D) João e Maria moram em Indaiatuba (SP), foram passear em Belo Horizonte (MG), ocasião em que João agrediu a Maria. 
De acordo com o exposto, o juízo de Indaiatuba (SP) será competente para as deferir as medidas protetivas de urgência. 
E) O autor da violência será citado para contestar o pedido de medidas cautelares dos incisos I, II e III do art. 22 da Lei Maria 
da Penha, pois colocam em risco o seu direito de locomoção. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Incorreta. A alternativa está errada, pois em nenhuma hipótese poderá ser aplicada a pena de multa isolada nos casos que 
envolvemviolência doméstica e familiar contra a mulher, conforme entendimento do STJ: 
Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher não é possível a aplicação da pena de multa isoladamente, mesmo 
no caso do crime de ameaça que prevê, em seu preceito secundário, a pena de multa de forma autônoma 
A vedação constante do art. 17 da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) obsta a imposição, nos casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, de pena de multa isoladamente, ainda que prevista de forma autônoma no preceito secundário do tipo 
penal imputado. 
LMP/Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou 
outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. 
CP/Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. STJ. 3ª Seção. REsp 2.049.327-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
14/6/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1189) (Info 779). 
B – Incorreta. A alternativa peca ao afirmar que no caso de ter ocorrido a extinção de punibilidade do autor, a vítima não deve ser 
ouvida para verificação da necessidade de prorrogação das medidas protetivas, indo de encontro com entendimento firmado pelo 
STJ: 
Independentemente da extinção de punibilidade do autor, a vítima de violência doméstica deve ser ouvida para que se verifique 
a necessidade de prorrogação/concessão das medidas protetivas 
O STJ possui vários julgados afirmando que, se for extinta a punibilidade do autor do fato, não subsistem mais os fatores para a 
manutenção/concessão de medidas protetivas, sob pena de eternização da restrição de direitos individuais. 
Embora a lei penal/processual não preveja um prazo de duração da medida protetiva, não é possível a eternização da restrição a 
direitos individuais, devendo a questão ser examinada à luz dos princípios da proporcionalidade e da adequação. 
Se não há prazo legal para a propositura de ação (normalmente criminal, pela competência ordinária para o processo da violência 
doméstica), tampouco se pode admitir eterna restrição de direitos por medida temporária e de urgência. 
Vale ressaltar, contudo, que a revogação de medidas protetivas de urgência exige a prévia oitiva da vítima para que seja avalie 
se ainda existe situação de risco à sua integridade física, moral, psicológica, sexual e patrimonial. 
O direito de alguém de não sofrer violência não é menos valioso do que o direito de alguém de ter liberdade de contato ou 
aproximação. Na ponderação dos valores não pode ser aniquilado o direito à segurança e à proteção da vítima. 
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Assim, antes do encerramento da cautelar protetiva, a defesa deve ser ouvida, notadamente para que a situação fática seja 
devidamente apresentada ao Juízo competente, que diante da relevância da palavra da vítima, verifique a necessidade de 
prorrogação/concessão das medidas, independente da extinção de punibilidade do autor. 
STJ. 3ª Seção. REsp 1.775.341-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/4/2023 (Info 770). 
C – Incorreta. A alternativa está errada, porque afirma que a audiência tem por objetivo confirmar a representação, que na verdade 
é para confirmar a RETRATAÇÃO, e não a representação. 
A audiência do art. 16 da Lei Maria da Penha não é um ato processual obrigatório determinado pela lei; a realização dessa 
audiência configura apenas um direito da vítima, caso ela manifeste o desejo de se retratar 
A audiência prevista no art. 16 da Lei nº 11.340/2006 tem por objetivo confirmar a retratação, não a representação, e não pode 
ser designada de ofício pelo juiz. Sua realização somente é necessária caso haja manifestação do desejo da vítima de se retratar 
trazida aos autos antes do recebimento da denúncia. STJ. 3ª Seção.REsp 1977547-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 8/3/2023 (Recurso Repetitivo – Tema 1167) (Info 766). 
D – Correta. O juízo do domicílio da vítima de violência doméstica é competente para deferir as medidas protetivas de urgência, 
mesmo que a agressão tenha ocorrido em outra comarca, portanto, como no caso em tela, Maria mora em Indaiatuba (SP), este será 
o juízo competente para deferir as medidas protetivas de urgência. Importante ressaltar que, o juízo do local dos fatos é competente 
para julgar o crime, conforme entendimento do STJ no Informativo 764: 
O juízo do domicílio da mulher vítima de violência doméstica é competente para deferir as medidas protetivas de urgência, 
mesmo que a agressão tenha ocorrido em outra comarca; vale ressaltar, contudo, que a competência para julgar o crime é do 
local dos fatos 
A interpretação sistemática do art. 13 da Lei nº 11.340/2006, em conjunto com o art. 147 do ECA e do art. 80 do Estatuto do Idoso, 
permite a aplicação do princípio do juízo imediato às ações em que se pleiteiam medidas protetivas de urgência de caráter penal 
no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Assim, independentemente do local onde tenham inicialmente ocorrido as supostas condutas criminosas que motivaram o pedido 
da vítima, o juízo do domicílio da mulher em situação de violência doméstica e familiar é competente para processar e julgar o 
pleito de medidas protetivas de urgência por aplicação do princípio do juízo imediato. 
Vale ressaltar, contudo, que a competência para examinar as medidas protetivas de urgência atribuída ao juízo do domicílio da 
vítima não altera a competência do juízo natural para o julgamento de eventual ação penal por crimes praticados no contexto de 
violência doméstica e familiar contra a mulher, que deve ser definida conforme as regras gerais fixadas pelo Código de Processo 
Penal. 
Exemplo hipotético: casal mora em Indaiatuba (SP); foi passear em Belo Horizonte; o homem agrediu a mulher; o juízo de 
Indaiatuba será competente para as medidas protetivas de urgência e o de Belo Horizonte para julgar o crime. 
STJ. 3ª Seção. CC 190666-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 8/2/2023 (Info 764). 
E – Incorreta. O requerido não será citado para contestar, de acordo com o Informativo 756 do STJ: 
O requerido (autor da violência) não será citado para contestar o pedido de medidas cautelares dos incisos I, II e III do art. 22 
da Lei Maria da Penha 
As medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do art. 22 da Lei Maria da Penha têm natureza de cautelares 
penais, não cabendo falar em citação do requerido para apresentar contestação, tampouco a possibilidade de decretação da 
revelia, nos moldes da lei processual civil. 
STJ. 5ª Turma. REsp 2009402-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/11/2022 (Info 756). 
Gabarito: D 
 
 
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Tema: Preconceito Racial 
26 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com a Lei nº 7.716/89, julgue as assertivas seguintes: 
I – O crime de injúria racial, previsto no art. 2º-A da referida lei, terá a sua pena majorada se for cometido em concurso de duas ou 
mais pessoas. 
II – Se uma pessoa veicula propaganda utilizando a cruz suástica com a finalidade de divulgação do nazismo no contexto de 
atividades culturais destinadas ao público, a ela será imputada pena de reclusão, de 2 a 5 anos e proibição de frequência, por 3 (três) 
meses, a locais destinados a práticas culturais destinadas ao público. 
III – Os crimes previstos na lei supracitada terão as penas aumentadas de 1/3 até a metade, quando praticados por funcionário 
público, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. 
Marque a alternativa que apresente a(s) assertiva(s) correta(s): 
A) I 
B) I e II 
C) I, II e III 
D) II e III 
E) I e III 
 
COMENTÁRIOS 
A questão cobra o conhecimento acerca das novidades legislativas trazidas para a Lei de PreconceitoRacial incluídos pela Lei nº 
14.532/2023, que provavelmente serão cobradas nas próximas provas. Vamos analisar as afirmativas: 
I – Correta. O crime de injúria racial terá a sua pena majorada em metade, se for cometido em concurso de duas ou mais pessoas. 
Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional. (Incluído 
pela Lei nº 14.532, de 2023) 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas. 
(Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) 
II – Incorreta. A afirmativa está errada, tendo em vista que, a proibição de frequência será por 3 (três) ANOS e não por 3 meses. 
Insta salientar ainda que, se qualquer dos crimes previstos no art. 20 da lei em estudo for cometido no contexto de atividades 
esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas ao público, irá incorrer na figura qualificada prevista no art. 20, §2º-A. 
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
Pena: reclusão de um a três anos e multa. 
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a 
cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. 
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. 
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido por intermédio dos meios de comunicação social, de publicação em 
redes sociais, da rede mundial de computadores ou de publicação de qualquer natureza: 
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. 
§ 2º-A Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou 
culturais destinadas ao público: (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e proibição de frequência, por 3 (três) anos, a locais destinados a práticas esportivas, 
artísticas ou culturais destinadas ao público, conforme o caso. 
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III – Incorreta. As penas serão aumentadas de 1/3 até a metade, quando praticados por funcionário público, no exercício de suas 
funções ou a pretexto de exercê-las, apenas nos crimes de injúria racial (art. 2º-A) e de incitação ao racismo (art. 20), conforme 
previsto no art. 20-B, in verbis: 
Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei terão as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando 
praticados por funcionário público, conforme definição prevista no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), 
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) 
Gabarito: A 
 
Tema: Estatuto do Desarmamento 
27 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, marque a alternativa incorreta: 
A) São inconstitucionais os decretos que flexibilizaram os critérios e requisitos para a aquisição de armas de fogo. 
B) É atípica a conduta de colecionador, com registro para a prática desportiva e guia de tráfego, que se dirigia ao clube de 
tiros sem portar consigo a guia de trânsito da arma de fogo. 
C) A apreensão de ínfima quantidade de munição desacompanhada da arma de fogo não implica, por si só, a atipicidade da 
conduta. 
D) O crime de porte de arma de fogo, na modalidade transportar, admite participação. 
E) Não caracteriza ilícito penal o porte ilegal de arma de fogo com registro de cautela vencido, sendo mera irregularidade 
administrativa. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Correta. A alternativa está de acordo com o entendimento do plenário do STF, informativo 1069: 
São inconstitucionais os decretos flexibilizaram os critérios e requisitos para a aquisição de armas de fogo 
A flexibilização, via decreto presidencial, dos critérios e requisitos para a aquisição de armas de fogo prejudica a fiscalização do 
Poder Público, além de violar a competência legislativa em sentido estrito para a normatização das hipóteses legais quanto à sua 
efetiva necessidade. STF. Plenário. ADI 6119 MC-Ref/DF, ADI 6139 MC-Ref/DF e ADI 6466 MC-Ref/DF, Rel. Min. Edson Fachin, 
julgados em 20/9/2022 (Info 1069). 
B – Correta. A alternativa descreve o entendimento da 5ª Turma do STJ: 
É atípica a conduta de colecionador, com registro para a prática desportiva e guia de tráfego, que se dirigia ao clube de tiros 
sem portar consigo a guia de trânsito da arma de fogo 
A acusação imputou ao paciente o crime previsto no art. 14 da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), em virtude de o 
agente estar transportando uma arma de fogo de uso permitido sem portar a necessária guia de tráfego no momento da abordagem. 
Todavia, não é possível a imputação de uma conduta como típica sem analisar a proporcionalidade entre o fato e a respectiva 
sanção penal. 
O acusado possui o certificado de registro para a prática de tiro desportivo, bem como a guia de tráfego para transportar a arma 
até o clube de tiros, e o Ministério Público ofereceu a denúncia apenas por ter o agente se olvidado de carregar consigo a referida 
guia quando se deslocava da sua residência para o clube. 
Dessa forma, conclui-se que a tipificação dessa conduta como crime ofende o princípio da proporcionalidade e deve ser repelida, 
por não encontrar abrigo no moderno Direito Penal. 
A simples ausência de cumprimento de uma formalidade não pode fazer com que o agente possa ser considerado criminoso, até 
porque ele é colecionador de armas e não praticou nenhum ato que pudesse colocar em risco a incolumidade de terceiros, pois a 
sua conduta não pode ser considerada como ilícito penal. 
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STJ. 5ª Turma. AgRg no AgRg no RHC 148516-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 09/08/2022 (Info 753). 
C – Correta. De acordo com o entendimento firmado pelos tribunais superiores: 
A apreensão de ínfima quantidade de munição desacompanhada da arma de fogo não implica, por si só, a atipicidade da conduta 
O simples fato de os cartuchos apreendidos estarem desacompanhados da respectiva arma de fogo não implica, por si só, a 
atipicidade da conduta, de maneira que as peculiaridades do caso concreto devem ser analisadas a fim de se aferir: 
a) a mínima ofensividade da conduta do agente; 
b) a ausência de periculosidade social da ação; 
c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e 
d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
No caso concreto, embora o réu tenha sido preso com apenas uma munição de uso restrito, desacompanhada de arma de fogo, ele 
foi também condenado pela prática dos crimes descritos nos arts. 33 e 35, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico de drogas e associação 
para o tráfico), o que afasta o reconhecimento da atipicidade da conduta, por não estarem demonstradas a mínima ofensividade 
da ação e a ausência de periculosidade social exigidas para tal finalidade. 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1856980-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 22/09/2021 (Info 710). 
Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de posse ou porte ilegal de munição, 
quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de drogas. 
STF. 1ª Turma. HC 206977 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2021. 
D – Correta. A alternativa está de acordo com o Informativo 721 do STJ: 
O crime de porte de arma de fogo, na modalidade transportar, admite participação 
O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade transportar, admite participação. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1887992-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/12/2021 (Info 721). 
E – Incorreta. Não se pode confundir o crime de posse ilegal de arma de fogo que, uma vez realizado o registro da arma, o 
vencimento da autorização não caracteriza ilícito penal, mas merairregularidade administrativa, com o crime de porte ilegal de arma 
de fogo, conforme entendimento do STJ: 
Caracteriza ilícito penal o porte ilegal de arma de fogo (art. 14 da Lei 10.826/2003) ou de arma de fogo de uso restrito (art . 16 
da Lei 10.826/2003) com registro de cautela vencido 
A Corte Especial do STJ decidiu que, uma vez realizado o registro da arma, o vencimento da autorização não caracteriza ilícito 
penal, mas mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa (APn n. 686/AP, Rel. 
Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe de 29/10/2015). 
Tal entendimento, todavia, é restrito ao delito de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/2003), 
não se aplicando ao crime de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso 
restrito (art. 16), cujas elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 885281-ES, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 28/04/2020 (Info 671). 
Gabarito: E 
 
Tema: 4.4. Lei no 4.737/1965 (Crimes Eleitorais). 
28 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca dos crimes eleitorais previstos na Lei nº 4.737/1965, assinale a alternativa incorreta: 
A) constitui crime eleitoral divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe 
inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado. Nessa hipótese, 
aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime for cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por 
meio da internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real. 
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B) constitui crime eleitoral assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo 
ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou 
etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. 
Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime for cometido contra mulher gestante. 
C) constitui crime eleitoral dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação 
administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato 
infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral. A pena é aumentada de sexta parte quem, comprovadamente 
ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato 
que lhe foi falsamente atribuído. 
D) constitui crime eleitoral injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro. O juiz pode deixar de aplicar a pena se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a 
injúria. 
E) constitui crime eleitoral caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente 
fato definido como crime. A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida se o fato é imputado 
ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Veja-se: Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe 
inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado: (...) § 2º Aumenta-se a 
pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime: I - é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da internet ou 
de rede social, ou é transmitido em tempo real; II - envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça 
ou etnia. (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021) 
b) CORRETA. Veja-se: Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo 
eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou 
etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher: 
I - gestante; (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021) 
II - maior de 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021) 
III - com deficiência. (Incluído pela Lei nº 14.192, de 2021) 
c) ERRADA, pois a última parte da alternativa não se trata de uma hipótese de aumento de pena. Veja-se: Art. 326-A. Dar causa à 
instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade 
eleitoral: (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019) 
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anonimato ou de nome suposto. (Incluído pela Lei nº13.834, de 
2019) 
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. (Incluído pela Lei nº13.834, de 2019) 
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com finalidade 
eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído. (Incluído pela Lei 
nº13.834, de 2019) 
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d) CORRETA. Veja-se: Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro: 
 Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
 § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
 I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
 II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes: 
 Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência prevista 
no Código Penal. 
e) CORRETA. Veja-se: Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, imputando-lhe 
falsamente fato definido como crime: 
 Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa. 
 § 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
 § 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida: 
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por sentença irrecorrível; 
 II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
GABARITO: C 
 
Tema: 4.55 Lei 14.344/2022 (Lei Henry Borel). 
 29 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das disposições da Lei nº 14.344/2022 (Lei Henry Borel), assinale a alternativa incorreta: 
A) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada de ofício 
pelo juiz, ou a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial. 
B) recebido o expediente com o pedido em favor de criança e de adolescente em situação de violência doméstica e familiar, 
caberá ao juiz, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do 
agressor. 
C) as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz,a requerimento do Ministério Público, da autoridade 
policial, do Conselho Tutelar ou a pedido da pessoa que atue em favor da criança e do adolescente. 
D) as medidas protetivas de urgência serão, após sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados mantido e 
regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria 
Pública, dos órgãos de segurança pública e de assistência social e dos integrantes do Sistema de Garantia dos Direitos da 
Criança e do Adolescente, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. 
E) o responsável legal pela criança ou pelo adolescente vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar, desde que não 
seja o autor das agressões, deverá ser notificado dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes 
ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. 
 
COMENTÁRIOS 
a). INCORRETA. A prisão preventiva deverá se dar mediante prévio requerimento dos legitimados, e não de ofício pelo juiz. Veja-
se: Art. 17. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo 
juiz, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial. 
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b). CORRETA. Veja-se: Art. 15. Recebido o expediente com o pedido em favor de criança e de adolescente em situação de violência 
doméstica e familiar, caberá ao juiz, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas: 
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência; 
II - determinar o encaminhamento do responsável pela criança ou pelo adolescente ao órgão de assistência judiciária, quando for 
o caso; 
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis; 
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor. 
c) CORRETA. Veja-se: Art. 16. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério 
Público, da autoridade policial, do Conselho Tutelar ou a pedido da pessoa que atue em favor da criança e do adolescente. 
d) CORRETA. Veja-se: Art. 19. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. Parágrafo único. As 
medidas protetivas de urgência serão, após sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados mantido e regulamentado 
pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos órgãos de 
segurança pública e de assistência social e dos integrantes do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, com 
vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. 
e) CORRETA. Veja-se: Art. 18. O responsável legal pela criança ou pelo adolescente vítima ou testemunha de violência doméstica 
e familiar, desde que não seja o autor das agressões, deverá ser notificado dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente 
dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. 
GABARITO: A 
 
Tema: 4.34. Lei no 11.340/2006 (Lei “Maria da Penha”) 
30 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das disposições da Lei no 11.340/2006 (Lei “Maria da Penha”), assinale a alternativa incorreta: 
A) aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher 
fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a 
tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência 
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas 
unidades de saúde que prestarem os serviços. 
B) os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das 
vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. 
C) em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade 
policial verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos 
autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão 
do porte. 
D) verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local 
de convivência com a ofendida pelo policial, quando o Município não for sede de comarca. 
E) as medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento 
de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do art. 9º, §4º, da Lei Maria da Penha. 
b) CORRETA, nos termos do art. 9º, §5, da Lei Maria da Penha. 
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c) CORRETA, nos termos do ar. 12, VI-A, da Lei Maria da Penha. 
d) ERRADA. Quando o Município não for sede de comarca, a diligência descrita na alternativa verá ser realizada pelo Delegado de 
Polícia, e não pelo policial. Veja-se: Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou 
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente 
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: 
I - pela autoridade judicial; 
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia. 
e) CORRETA, nos termos do art. 19, §5º, da Lei Maria da Penha. (Incluído pela Lei nº 14.550, de 2023) 
GABARITO: D 
 
Tema: Lei de recuperação de empresas e falência. Lei 11.101/2005 
31 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Dentre as pessoas jurídicas abaixo listadas, é certo dizer que a Lei de recuperação de empresas e falências não se aplica a: 
A) empresas públicas e sociedades de economia mista; 
B) sociedades operadoras de planos de assistência à saúde e seguradoras; 
C) instituições financeiras privadas ou públicas; 
D) todas as anteriores; 
E) nenhuma das anteriores. 
 
COMENTÁRIOS 
O art. 2º, da Lei 11.101/2005, traz o rol de instituições às quais NÃO será aplicável. Vejamos: 
“I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade 
operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores”. 
Como se nota, todas as pessoas jurídicas listadas na questão NÃO estão abrangidas pela lei. Assim, a resposta adequada corresponder 
à letra D. 
Gabarito: D 
 
Tema: Código de Trânsito Brasileiro. Lei 9.503/1997 
32 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca dos dispositivos legais previstos no Código de Trânsito Brasileiro, assinale a alternativa incorreta: 
A) Sempre agravará a pena o fato de o crime ter sido cometido com carteira de habilitação de categoria diferente da do veículo 
conduzido; 
B) Caso o crime de trânsito produza lesão corporal culposa, poderá o agente ser beneficiado com a composição civil dos 
danos, salvo, dentre outras hipóteses previstas na lei, se cometeu o delito com dano potencial para duas ou mais pessoas; 
C) Tanto no homicídio como na lesão corporal culposos, a penaserá aumentada de 1/3 até a metade caso, dentre outras 
hipóteses, se o agente deixar de prestar socorro à vítima, caso ausente risco pessoal; 
D) Caso o acidente seja provocado por veículo transitando a 120 km/h, em via com limite máximo de 90 km/h, e o resultado 
do delito seja lesão corporal culposa, ainda assim será possível se falar em transação penal; 
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E) Transitado em julgado a sentença condenatória, o réu deverá entregar sua habilitação ao juiz, após devidamente intimado, 
no prazo de 48 horas. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. O art. 298, CTB lista as circunstâncias que SEMPRE agravarão a penalidade do crime de trânsito. Dentre elas, de 
fato, está a direção de veículo de categoria diferente daquela constante da habilitação do motorista. Vejamos: 
“Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a 
infração: 
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; 
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; 
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; 
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; 
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu 
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; 
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres”. 
b) INCORRETA. A assertiva trouxe hipótese de agravação da pena, e não de afastamento das benesses previstas na Lei 9.099/95, 
quais sejam, a composição civil dos danos, a transação penal e o processamento via ação penal pública condicionada à representação. 
Vejamos o que diz o art. 291, §1º: 
“§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, exceto se o agente estiver: 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). 
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. 
§ 3º (VETADO). 
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime”. 
Dentre essas hipóteses, NÃO está incluída o fato de o delito ser cometido com potencial dano para duas ou mais pessoas. Essa 
situação, como já visto na assertiva “A”, é causa agravante da pena (art. 298, I). 
Para não confundir, tenha em mente o seguinte quadro: 
CIRCUNSTÂNCIAS QUE SEMPRE 
AGRAVAM A PENA 
NA LESÃO CORPORAL CULPOSA, SÃO CIRCUNSTÂNCIAS 
QUE AFASTAM OS ARTS. 74, 76 E 88, LEI 9.099/95 
I - dano potencial para duas ou mais pessoas ou com 
grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; 
II - veículo sem placas, com placas falsas ou 
adulteradas; 
III - sem Permissão para Dirigir ou CNH; 
IV - com Permissão para Dirigir ou CNH de 
categoria diferente da do veículo; 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que 
determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição 
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de 
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 
50 km/h. 
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V - profissão ou atividade exigir cuidados especiais 
com o transporte de passageiros ou de carga; 
VI - utilizando veículo em que tenham sido 
adulterados equipamentos ou características que 
afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de 
acordo com os limites de velocidade prescritos nas 
especificações do fabricante; 
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou 
permanentemente destinada a pedestres 
 
 
c) CORRETA. É a exata dicção do art. 302, §1º, III e 303, §1º, normas que trazem as hipóteses de majoração da pena do homicídio 
culposo e da lesão culposa, respectivamente: 
“Art. 302, § 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, 
se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do sinistro; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. 
 Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: 
(...) 
§ 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302”. 
d) CORRETA. Como á colacionado acima, o art. 291, §1º, listas as situações em que composição civil dos danos, transação penal 
e representação NÃO serão aplicáveis às lesões corporais culposas. Dentre elas, a hipótese de transitar em velocidade superior à 
máxima em 50 km/h. no caso proposto, para que as benesses fossem afastadas, o condutor deveria estar transitando em uma 
velocidade superior a 140 km/h (excedendo em 50 km/h o limite da via, que, como dito, é de 90 km/h). 
Assim, caso o resultado seja a lesão culposa, e o motorista não tenha – ainda que acima da velocidade – não tenha a excedido em 
50 km/h, não se falará em afastamento dos institutos acima destacados. 
E) CORRETA. A assertiva se encontra em perfeita consonância com o descrito o art. 293, §1º, a saber: 
“Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor , 
tem a duração de dois meses a cinco anos. 
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito 
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação”. 
Gabarito: B 
 
Tema: Programa de proteção à testemunha. Lei 9.807/1999 
33 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Conforme disciplina a lei 9.807/99, que estabelece o Programa de Proteção às Testemunhas, é correto dizer que 
A) As medidas de proteção podem ser requeridas por vítimas ou por testemunhas de infrações penais; 
B) União, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão celebrar convênios entre si objetivando a realização dos programas; 
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C) A proteção concedida e as medidas a serem adotadas levarão em conta não apenas a gravidade da coação ou ameaça à 
integridade física, mas também à psicológica, a dificuldade de as prevenir ou reprimir e a sua importância para a produção 
da prova; 
D) Aqueles que se encontram cumprindo medida cautelar diversa da prisão estão excluídos da proteção, o que, porém, não 
traz prejuízo a eventual adoção de medidas de preservação de sua integridade física; 
E) Veda-se à autoridade policial solicitar a inclusão de vítima ou testemunha em programa de proteção. 
 
COMENTÁRIOS 
a) INCORRETA. Conforme aduz o art. 1º, caput, as medidas de proteção caberão às vítimas ou às testemunhas de CRIMES, e 
não de infrações penais, nas quais se incluem as contravenções penais. 
“Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave 
ameaça em razãode colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo 
Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições 
desta Lei”. 
b) INCORRETA. O §1º do art. 1º, NÃO traz a hipótese de Municípios realizarem convênios, destacando apenas União, Estados e 
Distrito Federal, entre si, ou em parceria com entidades não governamentais. Vejamos: 
“§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com 
entidades não-governamentais objetivando a realização dos programas”. 
c) CORRETA Tanto a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física como à integridade psicológica será analisada no 
momento de definir a concessão da proteção e adoção das respectivas medidas. Vejamos: 
“Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da 
ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua 
importância para a produção da prova”. 
d) INCORRETA. Conforme dicção do art. 2º, §2º, estão excluídos da proteção conferida pela Lei: 
→ aqueles indivíduos cuja personalidade seja incompatível com o programa; 
→ condenados cumprindo penal; 
→ indiciados ou acusados sob PRISÃO CAUTELAR, em qualquer das suas modalidades. 
A norma não exclui, portanto, acusados/indiciados que estejam sob medida cautelar diversa da prisão. Vejamos: 
“§ 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de 
comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão 
cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação 
da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública”. 
 e) INCORRETA. A solicitação de inclusão de vítimas ou testemunhas pode sim ser efetuada pelo Delegado de Polícia, conforme 
disciplinado no art. 5º: 
“Art. 5º A solicitação objetivando ingresso no programa poderá ser encaminhada ao órgão executor: 
I - pelo interessado; 
II - por representante do Ministério Público; 
III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal; 
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal; 
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos”. 
Gabarito: C 
 
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Tema: Colaboração premiada. Lei 12.850/2013. 
34 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Trata-se a colaboração premiada de negócio jurídico processual personalíssimo e meio de obtenção de prova que pressupõe utilidade 
e interesse públicos, disciplinada na Lei 12.850/13. Sobre o tema, julgue os itens adiante e assinale a alternativa correta: 
I) O recebimento da proposta para formalização do acordo demarca o início das negociações e constitui, também, marco de 
confidencialidade; 
II) Em caso de acordo celebrado por autoridade policial, é impositiva anuência do Ministério Público, sob pena de ineficácia da 
avença; 
III) Em toda e qualquer hipótese fica vedado ao Juiz decidir pela publicidade do acordo, que será mantido em sigilo até o 
oferecimento da denúncia ou da queixa-crime; 
IV) O colaborador, nos depoimentos que prestar, poderá fazer uso do direito ao silêncio; 
V) Comete o crime de calúnia aquele que falsamente, sob o pretexto de colaborar, revela informações acerca da estrutura da 
organização criminosa que sabe inverídicas. 
A) I-V; II-V; III-F; IV-F; V-F 
B) I-V; II-V; III-V; IV-F; V-F 
C) I-V; II-V; III-V; IV-F; V-V 
D) I-V; II-F; III-F; IV-F; V-V 
E) I-F; II-F; III-V; IV-V; V-F 
 
COMENTÁRIOS 
I) VERDADEIRA. É a exata disciplina do art. 3º-B: 
“Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de colaboração demarca o início das negociações e constitui 
também marco de confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais 
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial”. 
II) VERDADEIRA. Conforme decidido pelo STJ, na hipótese em que o acordo é celebrado pelo Delegado de Polícia, deverá o MP 
anuir, como condição de eficácia do acordo. 
"Considerada a estrutura acusatória dada ao processo penal conformado à Constituição Federal, a anuência do Ministério Público 
deve ser posta como condição de eficácia do acordo de colaboração premiada celebrado pela autoridade policial. " STF, Pet 8482 
AgR / DF, rel. min. EDSON FACHIN, j. em 31/05/2021, p. em 21/09/2021. 
III) FALSA. O Juiz, de fato, não poderá decidir sobre a publicidade do acordo, que se inicia com o recebimento da proposta 
(conforme art. 3º-B, supracitado) e finaliza com o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME (e não com o 
oferecimento da denúncia ou queixa): 
“Art. 7º, § 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da 
denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese”. 
IV) FALSA. Conforme disciplina do art. 4º, §14º, o colaborador renunciará ao direito ao silêncio, nos depoimentos que prestar: 
“Art. 4º, § 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará 
sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade”. 
V) FALSA. A Lei 12.850/13 trouxe a previsão do crime previsto no art. 19, abaixo colacionado, consistente na falsa imputação a 
pessoa q sabe inocente, da prática de infração penal, a pretexto de realizar acordo de colaboração premiada. Ou, ainda, também sob 
esse mesmo pretexto, revelar informações sobre a estrutura de uma organização criminosa que sabe inverídicas. Esse delito é 
ESPECIAL em relação ao crime de calúnia e, em razão do princípio da especialidade, é o aplicável ao caso: 
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“Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, 
ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”. 
Gabarito: A 
 
Direito Constitucional 
 
Tema: Partidos políticos 
35 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre partidos políticos, assinale a alternativa correta: 
A) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal 
Regional Eleitoral. 
B) É assegurada aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições 
majoritárias, permitida a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as 
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina 
e fidelidade partidária. 
C) Os partidos políticos que obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos 
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 3% (três por cento) dos votos 
válidos em cada uma delas, terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão. 
D) Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na 
manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses 
intrapartidários. 
E) O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas 
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas 
candidatas,deverão ser de no mínimo 20% (vinte por cento), proporcional ao número de candidatas. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Incorreta. Os partidos políticos registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral, conforme previsto no art. 17, §2º da 
CF/88. 
Art. 17. (...) 
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal 
Superior Eleitoral. 
B – Incorreta. A alternativa está errada, pois é vedada a celebração de coligações nas eleições proporcionais, de acordo com o art. 
17, §1º da CF/88. 
Art. 17. (...) 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação 
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha 
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade 
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer 
normas de disciplina e fidelidade partidária. 
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C – Incorreta. A alternativa trocou a porcentagem dos votos válidos em geral com os votos válidos em cada uma das unidades da 
federação. Vide art. 17, §3º, inciso I, da CF/88: 
Art. 17. (...) 
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos 
políticos que alternativamente: 
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo 
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou 
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. 
D – Correta. A alternativa está em conformidade com o art. 17, §7º da CF/88. 
Art. 17. (...) 
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na 
manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses 
intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) 
E – Incorreta. A porcentagem correta é de no mínimo 30% (trinta por cento), de acordo com a literalidade do art. 17, §8º da CF/88. 
Art. 17. (...) 
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas 
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas 
candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser 
realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia 
e o interesse partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) 
Gabarito: D 
 
Tema: Competência legislativa 
36 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Com relação ao sistema de competências dos entes da Federação, assinale a alternativa correta. 
A) É constitucional lei estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de armas de fogo para os 
vigilantes de empresas de segurança privada. 
B) É inconstitucional lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos. 
C) É constitucional lei estadual que prevê a modalidade de venda direta de arma de fogo aos membros de seus órgãos de 
segurança pública. 
D) É constitucional lei estadual que concede isenção da tarifa de energia elétrica para os consumidores atingidos por enchentes. 
E) No exercício de sua competência constitucional para suplementar as normas gerais fixadas pela União sobre matéria 
atinente à segurança pública, os Estados podem editar normas específicas quanto ao porte de arma de fogo, desde que mais 
restritivas. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Incorreta. A referida lei estadual é inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União. 
É inconstitucional lei estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de armas de fogo para os 
vigilantes de empresas de segurança privada 
É inconstitucional lei estadual que reconhece o risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de armas de fogo para os 
vigilantes de empresas de segurança privada. 
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Essa norma invade a competência exclusiva da União para autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (art. 
21, VI, CF/88), e a competência privativa da União para legislar sobre material bélico (art. 22, XXI, CF/88). 
Tese fixada pelo STF: É inconstitucional, por violação à competência legislativa privativa da União, lei estadual que reconhece o 
risco da atividade e a efetiva necessidade do porte de armas de fogo para os vigilantes de empresas de segurança privada. 
STF. Plenário. ADI 7.252/TO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1092). 
B – Incorreta. A lei municipal é constitucional por dispor de matérias de competência legislativa concorrente, e estabelecer restrição 
necessária, adequada e proporcional no âmbito de sua competência suplementar e nos limites de seu interesse local. 
É constitucional lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos 
É constitucional — por dispor sobre a proteção do meio ambiente e a proteção e defesa da saúde, matérias de competência 
legislativa concorrente entre a União, estados e DF (art. 24, VI e XII, CF/88), e estabelecer restrição necessária, adequada e 
proporcional no âmbito de sua competência suplementar e nos limites de seu interesse local (art. 30, I e II, CF/88) — lei municipal 
que veda a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos produtores de estampidos. 
Tese fixada pelo STF: 
É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos 
produtores de estampidos. STF. Plenário. RE 1.210.727/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9/5/2023 (Repercussão Geral – Tema 
1056) (Info 1093). 
C – Incorreta. É inconstitucional a lei em comento, veja os motivos abaixo: 
É inconstitucional lei estadual que prevê a modalidade de venda direta de arma de fogo aos membros de seus órgãos de segurança 
pública 
É inconstitucional norma estadual que prevê a modalidade de venda direta de arma de fogo aos membros de seus órgãos de 
segurança pública. 
Essa previsão viola a competência privativa da União para legislar sobre material bélico (arts. 21, VI; e 22, XXI, CF/88) e para 
editar normas gerais sobre licitações e contratos (art. 22, XXVII, CF/88), cujo prévio procedimento licitatório é requisito necessário 
para a contratação de obras, serviços, compras e alienações pela Administração Pública (art. 37, XXI, CF/88). 
STF. Plenário. ADI 7004/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2023 (Info 1091). 
D – Incorreta. De acordo com o plenário do STF, a lei em comento é inconstitucional. 
É inconstitucional lei estadual que concede isenção da tarifa de energia elétrica para os consumidores atingidos por enchentes 
É inconstitucional lei estadual que confere ao Governador poderes para conceder isenção de tarifa de energia elétrica aos 
consumidores residenciais, industriais e comerciais atingidos por enchentes no estado. 
Essa lei viola a competência da União para legislar sobre energia elétrica (art. 22, IV, da CF/88), para explorar, diretamente ou 
por delegação, os serviços e instalações de energia elétrica (art. 21, XI, “e”), e para dispor sobre política de concessão de serviços 
públicos (art. 175, parágrafo único, III). 
Leis estaduais não podem interferir em contratos de concessão de serviços federais, alterando as condições que impactam na 
equação econômico-financeiracontratual e afetando a organização do setor elétrico. 
STF. Plenário. ADI 7337 MC-Ref/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/03/2023 (Info 1084). 
E – Correta. A alternativa está de acordo com o Informativo 1081 do STF. 
No exercício de sua competência constitucional para suplementar as normas gerais fixadas pela União sobre matéria atinente à 
segurança pública, os estados podem editar normas específicas quanto ao porte de arma de fogo, desde que mais restritivas 
É constitucional ato normativo estadual que, respeitando as condições mínimas definidas em diploma federal de normas gerais, 
estabelece exigência adicional para a manutenção do porte de arma de fogo por servidores estaduais aposentados das forças de 
segurança pública.STF. Plenário. ADI 7024/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/12/2022 (Info 1081). 
Gabarito: E 
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Tema: Medidas provisórias 
37 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das medidas provisórias, assinale a alternativa correta: 
A) As medidas provisórias terão sua votação iniciada no Senador Federal. 
B) As medidas provisórias possuem o prazo de vigência de 45 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período, se não tiver 
a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
C) Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, 
podendo editar medida provisória para a sua regulamentação. 
D) O Presidente da República pode vetar projeto de lei e, no mesmo dia, editar uma medida provisória tratando sobre o mesmo 
tema. 
E) Não é possível edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Incorreta. A votação será iniciada na Câmara dos Deputados, de acordo com o art. 62, §8º, CF/88: 
Art. 62. (...) 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
B – Incorreta. O prazo de vigência das medidas provisórias é de 60 dias, prorrogáveis por igual período, conforme art. 62, §7º da 
CF/88: 
Art. 62. (...) 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de 
sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. 
C – Incorreta. A alternativa está errada, pois no caso em tela é vedada a edição de medida provisória. Vide art. 25, §2º, CF/88: 
Art. 25. (...) 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada 
a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
D – Correta. A alternativa está de acordo com entendimento do Plenário do STF, no Informativo 1026. 
Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a edição de MP no mesmo dia em que o Presidente 
sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo semelhante 
É vedada a edição de medida provisória tratando sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional 
e que está pendente de sanção ou veto. Isso é proibido pelo art. 62, § 1º, IV, da CF/88. 
Assim, se o Presidente da República estiver com um projeto de lei aprovado pelo Congresso na sua “mesa” para análise de sanção 
ou veto, ele não poderá editar uma MP sobre o mesmo assunto. 
Por outro lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo dia, edite uma medida provisória 
tratando sobre o mesmo tema. Neste caso, não haverá afronta ao art. 62, § 1º, IV, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 2601/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/8/2021 (Info 1026). 
E – Incorreta. Conforme jurisprudência do STF, é possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas 
sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. 
É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas favoráveis ao 
meio ambiente. 
Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com 
amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgão e instituições de proteção ambiental, como forma de 
assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
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Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, 
especialmente em se tratando de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente danosas 
e graves ao ecossistema protegido. 
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste expressamente 
do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. 
STF. Plenário.ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896). 
Gabarito: D 
 
Tema: Direitos e garantias fundamentais 
38 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com os direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa correta: 
A) Lei estadual pode obrigar as empresas do setor têxtil a colocarem etiquetas em braile ou outro meio acessível nas peças de 
vestuário para atender as pessoas com deficiência visual. 
B) É constitucional lei estadual que determina que os hospitais façam a coleta compulsória do material genético de mães e 
recém nascidos na sala de parto e o subsequente armazenamento para o fim de evitar a troca de bebês. 
C) É inconstitucional lei estadual de origem parlamentar, que cria Bolsa Aluguel para famílias em situação de risco ou atingida 
por catástrofes, utilizando o salário mínimo como parâmetro para a concessão do benefício. 
D) Lei estadual não pode reservar assentos especiais para pessoas com obesidade nos espaços culturais e nos meios de 
transporte coletivo. 
E) É inconstitucional lei estadual que determina a reserva de vagas, na mesma escola, para irmãos que frequentem a mesma 
etapa ou o mesmo ciclo escolar. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Correta. Conforme informativo 1099 do STF. 
Lei estadual pode obrigar as empresas do setor têxtil a colocarem etiquetas em braile ou outro meio acessível nas peças de 
vestuário para atender as pessoas com deficiência visual 
É constitucional lei estadual que obriga empresas do setor têxtil a identificarem as peças de roupa com etiquetas em braile ou outro 
meio acessível que atenda as pessoas com deficiência visual. 
Essa lei não viola os princípios da livre iniciativa (arts. 1º, IV; e 170, “caput”), da livre concorrência (art. 170, IV), da propriedade 
privada (art. 170, II) e da isonomia (arts. 5º, “caput”; e 19, III). 
A norma também não invade a competência privativa da União para legislar sobre comércio interestadual (art. 22, VIII). 
STF. Plenário. ADI 6.989/PI, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/6/2023 (Info 1099). 
B – Incorreta. A referida lei é inconstitucional, de acordo com a jurisprudência. 
É inconstitucional lei estadual que determina que os hospitais façam a coleta compulsória do material genético de mães e recém 
nascidos na sala de parto e o subsequente armazenamento para o fim de evitar a troca de bebês 
É inconstitucional norma estadual que determina a hospitais, casas de saúde e maternidades a coleta compulsória de material 
genético de mães e bebês na sala de parto e o subsequente armazenamento à disposição da Justiça para o fim de evitar a troca de 
recém-nascidos nas unidades de saúde. Essa previsão viola os direitos à intimidade e à privacidade (art. 5º, X, CF/88), bem como 
os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, na dimensão da proibição do excesso. 
Tese fixada pelo STF: 
É inconstitucional a lei estadual que preveja o arquivamento de materiais genéticos de nascituros e parturientes, em unidades de 
saúde, com o fim de realizar exames de DNA comparativo em caso de dúvida. 
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STF. Plenário. ADI 5545/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/4/2023 (Info 1090). 
C –Incorreta. De acordo com o STF, é constitucional lei estadual, mesmo que de origem parlamentar, que cria Bolsa Aluguel para 
famílias em situação de risco ou atingida por catástrofes, não havendo problema que o salário mínimo seja o parâmetro para a 
concessão do benefício. 
É constitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a instituir, no âmbito do ente federado, programa destinado ao 
pagamento de aluguel de imóvel a famílias que residam em local de situação de risco iminente ou que tenham seu imóvel atingido 
por catástrofes, utilizando o valor do salário mínimo como parâmetro para a concessão do benefício de programa social. 
Vale ressaltar, contudo, que: 
É inconstitucional norma que estabelece prazos ao chefe do Poder Executivo para a apresentação de projetos de lei ou para a 
regulamentação de disposições legais. Obs: no caso concreto, a lei estadual estabelecia que “o Poder Executivo regulamentará 
esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias, estabelecendo normas necessárias para operacionalização do Programa.” 
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “no prazo de 90 (noventa) dias” porque ela afrontava o princípio da 
separação dos Poderes. 
STF. Plenário. ADI 4727/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgado em 23/2/2023 (Info 
1084). 
D – Incorreta. Lei estadual pode reservar assentos especiais para pessoas com obesidade nos espaços culturais e nos meios de 
transporte coletivo. 
É constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados por pessoas obesas, correspondente a 
3% dos lugares em salas de projeções, teatros e espaços culturais localizados em seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada 
veículo do transporte coletivo municipal e intermunicipal. 
STF. Plenário. ADI 2477/PR e ADI 2572/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 21/10/2022 (Info 1073). 
E – Incorreta. Conforme informativo 1069 do STF, é constitucional a referida lei estadual, pois disciplina medida que visa consolidar 
políticas públicas de acesso ao sistema educacional e do maior convívio familiar possível. 
É constitucional lei estadual que determina a reserva de vagas, na mesma escola, para irmãos que frequentem a mesma etapa 
ou o mesmo ciclo escolar 
É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no mesmo estabelecimento de ensino, 
para irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso 
ao sistema educacional e do maior convívio familiar possível. 
STF. Plenário. ADI 7149/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069). 
Gabarito: A 
 
Tema: Controle de constitucionalidade 
39 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre o tema, controle de constitucionalidade, assinale a alternativa incorreta: 
A) A procuradoria jurídica estadual possui legitimidade para interpor recurso em face de acórdão de tribunal de justiça 
proferido em representação de inconstitucionalidade. 
B) A decisão do Relator que admite ou inadmite o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. 
C) A ADPF poderá ser proposta contra Lei municipal que violar, ao mesmo tempo, a Constituição da República de 1988 e a 
Constituição do Estado, em norma de observância obrigatória. 
D) Exige-se quórum de maioria absoluta dos membros do STF para modular os efeitos de decisão proferida em julgamento 
de recurso extraordinário no caso em que não tenha havido declaração de inconstitucionalidade. 
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E) O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade. 
 
COMENTÁRIOS 
A – Correta. Conforme informativo 1072 do STF. 
A procuradoria jurídica estadual ou municipal possui legitimidade para interpor recurso em face de acórdão de tribunal de justiça 
proferido em representação de inconstitucionalidade. 
STF. Plenário. ARE 873804 AgR-segundo-ED-EDv-AgR/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/10/2022 (Info 1072). 
B – Correta. Conforme entendimento firmado pelo plenário do STF. 
É irrecorrível a decisão na qual o relator indefere pedido de ingresso de amicus curiae na ação. 
STF. Plenário. ADO 70 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/07/2022. 
É irrecorrível a decisão que indefere o pedido de ingresso na condição de amicus curiae. 
A diretriz vigora também relativamente a processos de índole subjetiva (RE 1017365 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal 
Pleno, DJe de 24/9/2020). 
STF. Plenário. Inq 4888 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 22/08/2022. 
Cabe recurso contra a decisão do Relator que admite o ingresso do amicus curiae? 
NÃO. O art. 138 do CPC/2015 expressamente prevê que se trata de decisão irrecorrível. Veja: 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão 
social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-
se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade 
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. 
C – Incorreta. A impugnação da norma municipal que desafia tanto o texto federal quanto o estadual, pode ser feita perante o 
Tribunal local por meio do ajuizamento de ação de controle concentrado, logo, ausente o requisito da subsidiariedade apto a ensejar 
o cabimento da ADPF, conforme entendimento do plenário do STF. 
A ADPF não poderá ser proposta contra Lei municipal que violar, ao mesmo tempo, a Constituição da República de 1988 e a 
Constituição do Estado, em norma de observância obrigatória 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal exige a aplicação do princípio da subsidiariedade às ações de descumprimento de 
preceito fundamental (art. 4º, §1º, da Lei 9.882/1999), configurado pela inexistência de meio capaz de sanar a controvérsia de 
forma geral, imediata e eficaz no caso concreto. 
A impugnação da norma municipal que desafia tanto o texto federal quanto o estadual, pode ser feita perante o Tribunal local 
por meio do ajuizamento de ação de controle concentrado. 
Logo, ausente o requisito da subsidiariedade apto a ensejar o cabimento da ADPF. 
STF. Plenário. ADPF 723/DF AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 08/04/2021. 
D – Correta. A alternativa está em conformidade com o informativo 964 do STF. 
Exige-se quórum de MAIORIA ABSOLUTA dos membros do STF para modular os efeitos de decisão proferida em julgamento de 
recurso extraordinário repetitivo, com repercussão geral, no caso em que NÃO tenha havido declaração de inconstitucionalidade 
da lei ou ato normativo. 
Qual é o quórum para que o STF, no julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com repercussão geral reconhecida, faça a 
modulação dos efeitos da decisão? 
• Se o STF declarou a lei ou ato inconstitucional: 2/3 dos membros. 
• Se o STF não declarou a lei ou ato inconstitucional: maioria absoluta. 
STF. Plenário. RE 638115 ED-ED/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/12/2019 (Info 964). 
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E – Correta. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88). 
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador. 
A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88). 
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade. 
STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018. 
Gabarito: C 
 
Tema: 6.1 Direito Constitucional: conceito, objeto,formação, fontes, conteúdo. 
40 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre o objeto e as fontes do direito constitucional, assinale a alternativa incorreta: 
A) nos países de civil law, a fonte originária do direito constitucional é a constituição escrita que, na condição de fonte principal 
e suprema, pode delegar competências a outros poderes ou reconhecer, ainda que implicitamente, normatividade a outras 
fontes. 
B) as fontes derivadas delegadas compreendem as normas jurídicas produzidas antes ou durante a vigência de uma constituição 
e que são por ela acolhidas. 
C) a experiência jurídica revela a existência de três bases constitutivas fundamentais do direito: a legislação, a tradição e a 
jurisdição. Assim, conforme o tipo de sistema (civil law ou common law), via de regra, uma delas se sobressai. 
D) o direito constitucional positivo tem por objeto a interpretação, sistematização e crítica das normas constitucionais vigentes 
em um determinado Estado. 
E) o direito constitucional comparado tem por finalidade o estudo comparativo e crítico das normas constitucionais positivas, 
vigentes ou não, de diversos Estados, com o intuito de destacar singularidades e contrastes entre as diversas ordens jurídico-
constitucionais. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos expostos. 
b) ERRADA. Isso porque as fontes derivadas delegadas são as resultantes de competências atribuídas pela constituição a órgãos 
inferiores para a produção de normas jurídicas regulamentadoras. Já as fontes derivadas reconhecidas compreendem as normas 
jurídicas produzidas antes ou durante a vigência de uma constituição e que são por ela acolhidas – é o caso, por exemplo, das leis 
recepcionadas e dos costumes constitucionais. 
c) CORRETA, nos termos expostos. 
d) CORRETA, nos termos expostos. 
e) CORRETA, nos termos expostos. 
Fonte: Curso de direito constitucional / Marcelo Novelino. – 12 edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2017. Págs. 42/43. 
Gabarito: B 
 
Tema: 6.14. (...). Federação brasileira: componentes e intervenção. Competências e sua repartição. 
41 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Quanto à repartição de competências e os aspectos gerais acerca da federação brasileira, assinale a alternativa incorreta: 
A) em sua essência, a doutrina tradicional aponta três elementos constitutivos do Estado, quais sejam, o povo, o território e o 
governo soberano ou independente. 
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B) o governo, em linhas gerais, representa o conjunto de órgãos estatais realizadores das funções por intermédio das quais o 
Estado objetiva os seus determinados fins. 
C) o federalismo dualista (ou dual) caracteriza-se pela repartição horizontal de competências constitucionais entre a União e 
os Estados, estabelecendo-se uma relação de coordenação. 
D) o federalismo de cooperação (ou cooperativo), adotado pela Constituição brasileira de 1988, estabelece áreas de atuações 
comuns e concorrentes entre as suas entidades, de modo a concretizá-las, ao menos idealmente, de maneira satisfatória. 
E) o federalismo simétrico confere tratamento jurídico diferenciado entre entes federativos de mesmo grau, com o objetivo de 
respeitar ou minimizar diferenças e desigualdades existências nos âmbitos regional ou social. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos expostos. 
b) CORRETA, nos termos expostos. Frise-se que essa corrente é adotada pela doutrina majoritária, como ZIMMERMANN (2005) 
e NOVELINO (2017). 
c) CORRETA, nos termos expostos. 
d) CORRETA, nos termos expostos. 
e) INCORRETA. Isso porque, em verdade, o conceito trazido na alternativa se refere ao federalismo assimétrico, no qual cada 
unidade federada possui características que diferencial seu relacionamento com o sistema federal e os demais entes da federação. 
Por sua vez, o federalismo simétrico caracteriza-se pelo equilíbrio na distribuição constitucional de competências entre os entes 
federativos de mesmo grau, de modo que tal simetria jurídica tende a ser consagrada nos países onde há simetria fática, consistente 
em uma certa homogeneidade na realidade subjacente ao ordenamento jurídico, sobretudo em aspectos culturais, linguísticos e no 
grau de desenvolvimento entre as regiões, como ocorre nos Estados Unidos. 
Fonte: Curso de direito constitucional / Marcelo Novelino. – 12 edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2017. Págs. 545/546; Págs. 
550/553. 
GABARITO: E 
 
 
Tema: Súmulas vinculantes. 
42 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em atenção aos entendimentos sumulados pelas Cortes Superiores, assinale a alternativa INCORRETA: 
A) a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da 
competência concorrente entre União e os Estados. 
B) é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive 
bingos e loterias. 
C) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão 
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da 
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
D) a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 
E) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa. 
 
 
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COMENTÁRIOS 
a) INCORRETA, nos termos da súmula vinculante nº 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das 
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 
b) CORRETA, nos termos da súmula vinculante nº 2. Frise-se, por outro lado, que A competência da União para legislar 
exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias, não obsta a competência material (administrativa) para 
a exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. STF. 
Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 30/9/2020 (Info 993). 
c) CORRETA, nos termos da súmula vinculante nº 3. 
d) CORRETA, nos termos da súmula vinculante nº 5. 
e) CORRETA, nos termos da súmula vinculante nº 14. 
GABARITO: A 
 
Tema: 6.23. Poder Executivo: Presidente da República. 
43 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre as atribuições constitucionais do Poder Executivo, assinale a alternativa incorreta: 
A) o Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso 
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, 
a integridade e a independência do Brasil. 
B) em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente 
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal 
Federal. 
C) o mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 1 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. 
D) compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
E) compete privativamente ao Presidente da República decretar e executar a intervenção federal. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do art. 78 da Constituição Federal de 1988. 
b) CORRETA, nos termos do art. 80 da Constituição Federal de 1988. 
c) ERRADA, nos termos do art. 82 da Constituição Federal de 1988, conformeredação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 
2021, in verbis: o mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua 
eleição. 
d) CORRETA, nos termos do art. 84, VI, ‘‘a’’, da Constituição Federal de 1988. 
e) CORRETA, nos termos do art. 84, inciso X, da Constituição Federal de 1988. 
GABARITO: C 
 
Tema: 6.26 Estado de Defesa. Estado de Sítio. Forças Armadas. Segurança Pública. Polícia Civil. 
44 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em atenção ao que dispõe o texto constitucional acerca da defesa do estado e das instituições democráticas, assinale a alternativa 
incorreta: 
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A) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de 
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social 
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
B) o Congresso Nacional apreciará o decreto de estado de defesa dentro de trinta dias contados de seu recebimento, devendo 
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. 
C) o decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que 
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as 
áreas abrangidas 
D) quando for decretado o estado de sítio por conta de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira, o prazo poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar tais ocorrências. 
E) quando for decretado o estado de sítio por conta de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa, o prazo não poderá ser mais de trinta dias, tampouco 
poderá ser prorrogado, de cada vez, por prazo superior. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do art. 136 da CF/88. 
b) ERRADA, visto que o prazo é de 10 dias, conforme art. 136, §6º da CF/88. Veja-se: § 6º O Congresso Nacional apreciará o 
decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. 
c) CORRETA, nos termos do art. 138 da Constituição Federal. 
d) CORRETA, nos termos do art. 138, §1º (segunda parte), da CF/88. 
e) CORRETA, nos termos do art. 138, §1º (primeira parte), da CF/88. 
GABARITO: B 
 
Tema: 6.22 Poder Legislativo: funções, organização e funciona- mento. Espécies normativas. Processo legislativo. 
Complementar no 95/1998 (Consolidação Legislativa). 
45 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em atenção ao que dispõe o texto constitucional acerca do Poder Legislativo, assinale a alternativa incorreta: 
A) o número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei 
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para 
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. 
B) é da competência exclusiva do Congresso Nacional escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União. 
C) compete privativamente à Câmara dos Deputados dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, 
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva 
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias 
D) as imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto 
de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
E) As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de 
outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, 
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de dois terços de seus membros, para a apuração de fato 
determinado e por prazo incerto, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que 
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
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COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do §1º do art. 45 da CF/88. 
b) CORRETA, nos termos do art. 49, inciso XIII, da CF/88. 
c) CORRETA, nos termos do art. 51, inciso IV, da CF/88. 
d) CORRETA, nos termos do §8º, do art. 53, da CF/88. 
e) ERRADA, visto que a CPI deve ter prazo certo, com quórum de 1/3. Veja-se o que dispõe do §3º do art. 58 da CF/88: § 3º As 
comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros 
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, 
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal 
dos infratores. 
GABARITO: E 
 
Tema: 6.7 Controle de constitucionalidade. Sistemas de controle, critérios e modos de exercer o controle de 
inconstitucionalidade, finalidade, objeto e efeitos. Constitucionalidade. Inconstitucionalidades. Supremacia da Constituição 
Federal. Ação declaratória de Ações Constitucionais. 
46 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
A respeito do controle de constitucionalidade brasileiro, é correto afirmar que: 
A) é possível o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada antes do julgamento, se persistir a 
utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante. 
B) cabe aos tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade de leis e demais atos normativos municipais 
em face de Constituição Federal, independentemente de se tratar de norma (parâmetro) de reprodução obrigatória. 
C) ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional 
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de um terço de seus membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser 
fixado. 
D) O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria relativa de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar 
na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o 
julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
E) na ação direta de inconstitucionalidade e na ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, 
caberá apelação da decisão que indefere a petição inicial. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, conforme entendimento do STF: é possível o conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada 
antes do julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante. STF. Plenário. ADPF 
449/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939). 
b) ERRADA, conforme entendimento do STF: Não cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade 
de leis e demais atos normativos municipais em face de Constituição Federal. Joaquim Barbosa, julgado em 20/09/2006. 
Tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas 
da Constituição Federal, desde que se trata de normasde reprodução obrigatória pelos estados. red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 1º/2/2017 (Repercussão Geral – Tema 484) (Info 852). Também vale para leis estaduais. 
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É constitucional dispositivo de constituição estadual que confere ao tribunal de justiça local a prerrogativa de processar e julgar 
ação direta de constitucionalidade contra leis e atos normativos municipais tendo como parâmetro a Constituição Federal, desde 
que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados. Julgado em 3/11/2021 (Info 1036). 
c) ERRADA, visto que o quórum é de dois terços, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99. Veja-se: Art. 27. Ao declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, 
poderá o Supremo Tribunal Federal, POR MAIORIA DE DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
d) ERRADA, visto que o quórum é de maioria absoluta, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.868/99. Veja-se: O Supremo Tribunal 
Federal, por decisão da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória 
de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que 
envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
e) ERRADA, visto que o recurso correto é o agravo, nos termos do art. 12-C da Lei nº 9.868/99. Veja-se: Art. 12-C A petição inicial 
inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo único. Cabe 
agravo da decisão que indeferir a petição inicial. 
GABARITO: A 
 
Direitos Humanos 
Tema: 7.7 Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948). 
47 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Segundo a Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948), serão punidos os seguintes atos, exceto: 
A) o genocídio; 
B) a associação de pessoas para cometer o genocídio; 
C) a incitação indireta e privada a cometer o genocídio; 
D) a tentativa de genocídio; 
E) a coautoria no genocídio 
 
COMENTÁRIOS 
a) CERTA, conforme explicação a seguir. 
b) CERTA, conforme explicação a seguir. 
c) ERRADA. Isso porque, nos termos do artigo III da aludida convenção, serão punidos os seguintes atos: a) o genocídio; b) a 
associação de pessoas para cometer o genocídio; c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio; d) a tentativa de genocídio; 
e) a coautoria no genocídio. 
d) CERTA, conforme explicação acima. 
e) CERTA, conforme explicação acima. 
Fonte: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/atos/decretos/1952/d30822.html 
GABARITO: C 
 
Tema: 7.11 Convenção Americana de Direitos Humanos - “Pacto de São José da Costa Rica” (1969). 
48 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Segundo a Convenção Americana de Direitos Humanos - “Pacto de São José da Costa Rica” (1969), assinale a alternativa incorreta: 
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A) toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos 
em todos os casos. 
B) em determinados casos, a retificação ou a resposta eximirão das outras responsabilidades legais em que se houver incorrido 
o agente. 
C) toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em sentença transitada em 
julgado, por erro judiciário. 
D) em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência ou segurança do Estado-parte, 
este poderá adotar as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da situação, suspendam 
as obrigações contraídas em virtude da Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com as demais 
obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, 
sexo, idioma, religião ou origem social. 
E) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade 
moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do item 6, do art. 4º. 
b) ERRADA, nos termos do item 2, do art. 14. Veja-se: Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras 
responsabilidades legais em que se houver incorrido. 
c) CORRETA, nos termos do art. 10. 
d) CORRETA, nos termos do item 1, do art. 27. 
e) CORRETA, nos termos do art. 34. 
GABARITO: B 
 
 
Tema: 7.3 Grupos vulneráveis e minorias. Diversidades: história, preconceito, discriminação, racismo, homofobia, 
transfobia, igualdade, ações afirmativas, interseccionalidade. 
49 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em atenção aos direitos da pessoa transgênera e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta: 
A) com a alteração do nome, nas certidões do registro constará a observação sobre a origem do ato, sendo permitida a 
expedição de certidão de inteiro teor, independentemente de requerimento do próprio interessado. 
B) efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interessado 
a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os 
quais deverão observar a publicidade sobre a origem dos atos. 
C) para fins de segurança jurídica, a alteração do nome deve ser averbada à margem do assento de nascimento, com a inclusão 
do termo “transgênero”. 
D) a pessoa transgênera tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no 
registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal 
faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. 
E) a pessoa transgênera, que assim o desejar, desde que após a cirurgia de transgenitalização, possui o direito à alteração do 
prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil. 
 
 
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COMENTÁRIOS 
a) ERRADA, conforme explicação a seguir. 
b) ERRADA, conforme explicação a seguir. 
c) ERRADA, conforme explicação a seguir. 
d) CORRETA. Veja-se o entendimento do STF sobre o tema, em sede de Repercussão Geral: 
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não 
se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via 
judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada 
a inclusão do termo “transgênero”. Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a 
expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o 
procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de 
mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão 
preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão 
geral) (Info 911) 
Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos 
hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil. STF. 
Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 
892). 
O direitodos transexuais à retificação do prenome e do sexo/gênero no registro civil não é condicionado à exigência de realização 
da cirurgia de transgenitalização. STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 
608). 
e) ERRADA, conforme explicação acima. 
GABARITO: D 
 
Tema: 7.31. Lei no 13.874/2019 (Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e garantias de livre mercado). 
50 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Sobre a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e garantias de livre mercado, nos termos da Lei no 13.874/2019, assinale a 
alternativa incorreta: 
A) na aplicação da ordenação pública sobre atividades econômicas privadas, é dever da administração pública e das demais 
entidades que se sujeitam a Lei nº 13.874/2019 proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em 
termos subjetivos ou abstratos independentemente de regulamentação de outros critérios objetivos e previsíveis. 
B) São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, 
desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de propriedade privada própria ou de 
terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade econômica. 
C) São direitos de toda pessoa, natural ou jurídica, essenciais para o desenvolvimento e o crescimento econômicos do País, ter 
a garantia de que, nas solicitações de atos públicos de liberação da atividade econômica que se sujeitam ao disposto na Lei 
nº 13.874/2019, apresentados todos os elementos necessários à instrução do processo, o particular será cientificado expressa 
e imediatamente do prazo máximo estipulado para a análise de seu pedido e de que, transcorrido o prazo fixado, o silêncio 
da autoridade competente importará aprovação tácita para todos os efeitos, ressalvadas as hipóteses expressamente vedadas 
em lei. 
D) é dever da administração pública e das demais entidades que se vinculam a Lei nº 13.874/2019, no exercício de 
regulamentação de norma pública pertencente à legislação sobre a qual a referida Lei versa, exceto se em estrito 
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cumprimento a previsão explícita em lei, evitar o abuso do poder regulatório de maneira a, indevidamente, aumentar os 
custos de transação sem demonstração de benefícios. 
E) São alguns dos princípios que norteiam o disposto na Lei nº 13.874/2019, a liberdade como uma garantia no exercício de 
atividades econômicas e a boa-fé do particular perante o poder público 
 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA, conforme dispõe o art. 4º, inciso II, da Lei nº 13.874/2019, incluído pela Lei nº 14.195, de 2021. Veja-se: 
Art. 4º-A É dever da administração pública e das demais entidades que se sujeitam a esta Lei, na aplicação da ordenação pública 
sobre atividades econômicas privadas: II - proceder à lavratura de autos de infração ou aplicar sanções com base em termos 
subjetivos ou abstratos somente quando estes forem propriamente regulamentados por meio de critérios claros, objetivos e 
previsíveis. (...) 
b) CORRETA, nos termos do art. 3º, inciso I, da Lei nº 13.874/2019. 
c) CORRETA, nos termos do art. 3º, inciso IX, da Lei nº 13.874/2019. 
d) CORRETA, nos termos do art. 4º, inciso V, da Lei nº 13.874/2019. 
e) CORRETA, nos termos do art. 2º, incisos I e II, da Lei nº 13.874/2019. 
GABARITO: A 
 
Tema: 7.24 Convenção sobre o Crime Cibernético (Decreto no 11.491/2023). 
51 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca da Convenção sobre o Crime Cibernético (Decreto no 11.491/2023), assinale a alternativa incorreta: 
A) “sistema de computador” designa qualquer aparelho ou um conjunto de aparelhos interconectados ou relacionados entre si 
que asseguram, isoladamente ou em conjunto, pela execução de um programa, o processamento eletrônico de dados. 
B) provedor de serviços” significa qualquer entidade pública ou privada que permite aos seus usuários se comunicarem por 
meio de um sistema de computador, e qualquer outra entidade que realiza o processamento ou armazenamento de dados de 
computador em nome desses serviços de comunicação ou de seus usuários. 
C) ‘‘pornografia infantil” inclui material pornográfico que, dentre outras situações previstas na Convenção, represente 
visualmente um menor envolvido em conduta sexual explícita. O termo “menor” inclui todas as pessoas com menos de 18 
anos de idade, sendo vedado em qualquer hipótese estabelecer um limite de idade diverso. 
D) “dados de tráfego” designa quaisquer dados de computador referentes a uma comunicação por meio de um sistema 
informatizado, gerados por um computador que seja parte na cadeia de comunicação, e que indicam sua origem, destino, 
caminho, hora, data, extensão, duração ou tipo de serviço subordinado. 
E) Cada Parte adotará medidas legislativas e outras providências necessárias para assegurar que pessoas jurídicas possam ser 
consideradas penalmente responsáveis por crimes tipificados de acordo com a Convenção, quando cometidos em seu 
benefício por qualquer pessoa física em posição de direção, que aja individualmente ou como integrante de um órgão da 
própria pessoa jurídica, com base na autoridade de tomar decisões em nome dela. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA, nos termos do art. 1, alíneas ‘‘a’‘ e ‘‘b’’. 
b) CORRETA, nos termos do art. 1, alínea ‘‘c’’. 
c) INCORRETA, nos termos do art. 9º, parágrafos 2 e 3. Veja-se: 
2. Para os fins do parágrafo 1, “pornografia infantil” inclui material pornográfico que represente visualmente: 
a. um menor envolvido em conduta sexual explícita; 
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b. uma pessoa que pareça menor envolvida em conduta sexual explícita; 
c. imagens realísticas retratando um menor envolvido em conduta sexual explícita. 
3. Para os fins do parágrafo 2, o termo “menor” inclui todas as pessoas com menos de 18 anos de idade. Qualquer Parte pode, 
contudo, estabelecer um limite de idade diverso, que não será inferior a 16 anos. 
d) CORRETA, nos termos do art. 1, alínea ‘‘d’’. 
e) CORRETA, nos termos do art. 12, parágrafo 1, alínea ‘‘b’’. 
GABARITO: C 
 
52 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Tema: 7.1 Direitos Humanos: conceito, surgimento, evolução histórica, classificação e características. Documentos históricos. 
Acerca da teoria das gerações/dimensões dos direitos humanos, é correto dizer que o direito à igualdade já em seu aspecto material 
é um direito de: 
A) 1ª geração. 
B) 2ª geração 
C) 3ª geração. 
D) 4ª geração 
E) 5ª geração 
 
COMENTÁRIOS 
A igualdade em seu aspecto material é alcançada a partir da 2º geração. Frise-se que, na 1º geração, a igualdade ainda era vista em 
seu sentido formal. Veja-se o seguinte resumo: 
1°- Geração/Dimensão: Passagem do Estado absolutista para o Estado liberal. Direitos relacionado à Liberdade. Chamados 
Direitos Civis e Políticos. A Igualdade formal já é alcançada. 
2°- Geração/Dimensão: Início do Século XX. Direitos relacionado à Igualdade (material, substancial ou de fato). Direitos Sociais, 
Econômicos e Culturais. São direitos que necessita de um fazer do Estado, ou seja, ele deve agir para garantir esses direitos. Incluem, 
entre outros, o direito de ser empregado em condições justas e favoráveis, direitos à alimentação, moradia, educação e assistência 
médica, bem como seguridade social e proteção no desemprego 
3ª - Geração/Dimensão: Preocupação é coletiva. Direitos de toda a coletividade. Fraternidade e Solidariedade. Direitos Difusos e 
coletivos. Direito ambiental, direitos do consumidor, da criança, adolescente, idosos e pessoas com deficiência, bem como a proteção 
dos bens que integram o patrimônio artístico, histórico, cultural, paisagístico, estético e turístico. 
4°- Geração/Dimensão: São questões relacionados à tecnologia. Também frear os abusos por parte do Estado e também dos 
indivíduos. 
5ª Geração/Dimensão - ParaPaulo Bonavides, direito à paz mundial; enquanto para Bobbio são os direitos ligados à pesquisa 
biológica e ao patrimônio genético, havendo, ainda, autores que enquadram nessa geração os direitos ligados à internet. 
GABARITO: B 
 
Tema: Classificação dos Direitos Humanos (7.1) 
53 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
André de Carvalho Ramos ensina que todo direito exprime a faculdade de exigir de terceiro, que pode ser o Estado ou um particular, 
determinada obrigação, revestida na forma de um dever, ausência de direito, sujeição ou incompetência. Sobre a citada classificação, 
que apresenta o direito e o seu respectivo significado, assinale a alternativa incorreta: 
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A) Direito-inicial, que representa o direito a ter direitos. 
B) Direito-liberdade, que representa a faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer outra pessoa. 
C) Direito-poder, implica em uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujeição do Estado ou de terceiros. 
D) Direito-imunidade, que consiste na autorização dada por uma norma a determinada pessoa, impedindo que outras interfiram 
de qualquer modo. 
E) Direito-pretensão, que consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de prestar. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Leciona André de Carvalho Ramos que uma sociedade pautada na defesa de direitos tem várias consequências, 
sendo a primeira delas o reconhecimento de que o primeiro direito de todo indivíduo é o direito a ter direitos. Inclusive, o STF 
adotou essa linha ao decidir que “direito a ter direitos: uma prerrogativa básica, que se qualifica como fator de viabilização dos 
demais direitos e liberdades” (ADI 2.903, rel. Min. Celso de Mello, j. 1º-12-2205, Plenário, DJe de 19-9-2008). Contudo, tal 
premissa não se confunde com a classificação tratada na questão, na qual o autor divide os direitos em direito-pretensão, direito-
liberdade, direito-poder e direito-imunidade. 
B – CORRETA: O direito-liberdade representa a faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer outra pessoa. André 
de Carvalho Ramos cita como exemplo a liberdade de credo, prevista no art. 5º, VI, CF, não possuindo o Estado ou terceiros nenhum 
direito (ausência de direito) de exigir que as pessoas sigam determinada religião. 
C – CORRETA: O direito-poder implica em uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujeição do Estado ou de 
terceiros, a exemplo do poder que a pessoa possui de, ao ser presa, requerer a assistência da família e do advogado, sujeitando a 
autoridade pública a providenciar tais contatos. 
D – CORRETA: O direito-imunidade consiste na autorização dada por uma norma a determinada pessoa, impedindo que outras 
interfiram de qualquer modo. Assim, uma pessoa é imune à prisão, exceto em caso de flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar (art. 5º, 
LVI, CF), o que impede que outros agentes públicos efetuem prisões que desrespeitem tais parâmetros. 
E – CORRETA: O direito-pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de prestar, de modo que 
determinada pessoa tem direito a algo se outrem, Estado ou particular, tem o dever de realizar conduta que não viole esse direito. 
André de Carvalho Ramos cita como exemplo o direito à educação. 
GABARITO: A. 
 
Tema: Classificação dos Direitos Humanos (7.1) 
54 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Tendo em vista as diversas classificações doutrinárias dos direitos humanos, assinale a alternativa incorreta: 
A) A teoria do status, desenvolvida por Jellinek no final do século XIX, repudiava o jusnaturalismo e classificava o indivíduo 
perante o Estado nos status passivo, negativo, positivo e ativo. 
B) A teoria das gerações ou dimensões, de Karel Vasak, associa-se aos ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e 
fraternidade”. 
C) Classificando os direitos humanos quanto as funções, tem-se que os direitos as prestações se dividem em direito ao não 
impedimento, direito ao não embaraço e direito a não supressão de determinadas situações jurídicas. 
D) A teoria das gerações ou dimensões recebe críticas doutrinárias, tendo em vista que transmite a ideia de que há um caráter 
de substituição de uma geração pela geração subsequente. 
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E) Há, na classificação dos direitos humanos quanto as funções, os direitos a procedimentos e instituições, que representam a 
exigência de que o Estado estruture órgãos e corpo institucional apto a oferecer bens e serviços indispensáveis à efetivação 
dos direitos humanos. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: A teoria do status, desenvolvida por Jellinek no final do século XIX, repudiava o jusnaturalismo, apresentando a 
ideia de que os direitos humanos devem ser traduzidos em normas jurídicas estatais para que possam ser garantidos e concretizados, 
com garantias a serem invocadas ante o ordenamento estatal, e classificava o indivíduo perante o Estado, pautada no reconhecimento 
do caráter positivo dos direitos e na verticalidade, nos status passivo (posição de subordinação em face do Estado), negativo 
(conjunto de limitação à ação do Estado voltado par o respeito dos direitos do indivíduo), positivo (conjunto de pretensões do 
indivíduo para invocar a atuação do Estado) e, por fim, ativo (prerrogativas e faculdades que o indivíduo possui para participar da 
formação de vontade do Estado), na lição de André de Carvalho Ramos. 
B – CORRETA: A teoria das gerações ou dimensões, de Karel Vasak, associa-se aos ideais da Revolução Francesa, “liberdade, 
igualdade e fraternidade”, que se relacionam, respectivamente, aos direitos de primeira dimensão, direitos civis e políticos; direitos 
de segunda dimensão, direitos econômicos, sociais e culturais; e direitos de terceira dimensão, direitos de solidariedade. Ressalte-
se que a teoria formulada por Vasak se limitava a classificar os direitos humanos em três gerações ou dimensões dos direitos 
humanos, sendo que a doutrina especializada, posteriormente, criou novas gerações ou dimensões. 
C – INCORRETA: Ao revés do apresentado na alternativa, a classificando dos direitos humanos quanto as funções se dá em direitos 
de defesa, que se divide em três subespécies: direito ao não impedimento, direito ao não embaraço e direito a não supressão de 
determinadas situações jurídicas; direitos a prestações, que se divide em prestações jurídicas e prestações positivas e, por fim, 
direitos a procedimentos e instituições. Tal classificação é tratada na obra de André de Carvalho Ramos, doutrinador que é 
notoriamente citado nas provas da Polícia Civil do Estado de São Paulo. 
D – CORRETA: A doutrina especializada, a exemplo do já citado André de Carvalho Ramos, tece diversas críticas a teoria das 
gerações ou dimensões, dentre elas a aparente ideia de que há um caráter de substituição de uma geração pela geração subsequente. 
Além disso, critica-se a enumeração de gerações, que pode dar a ideia de antiguidade ou posterioridade entre elas, a apresentação 
fragmentada de direitos humanos, dentre outras críticas que demonstram a dificuldade em classificar, de forma objetiva, os direitos 
humanos. 
E – CORRETA: Conforme analisado na alternativa C, a classificação quanto as funções englobam os direitos de defesa, direitos a 
prestações e direitos a procedimentos e instituições. Assim, os direitos a procedimentos e instituições representam a exigência de 
que o Estado estruture órgãos e corpo institucional apto, por sua competência e atribuição, a oferecer bens e serviços indispensáveis 
à efetivação dos direitos humanos. 
GABARITO: C. 
 
Tema: Declaração Universal dos Direitos Humanos (7.8) 
55 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a alternativa correta: 
A) Todo ser humanotem direito à propriedade, exceto a propriedade exercida em sociedade com outros. 
B) Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país, desde que o faça por intermédio de representantes 
livremente escolhidos. 
C) No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, não 
se admitindo limitações legais com o fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de 
uma sociedade democrática. 
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D) Excepcionalmente será admitida que determinada disposição da presente Declaração seja interpretada como o 
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato 
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos, em respeito a soberania dos Estados-parte. 
E) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha 
sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias 
à sua defesa. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Nos termos do artigo 17, 1, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo ser humano tem direito à 
propriedade, só ou em sociedade com outros, admitindo-se, portanto, a propriedade em sociedade com outros. 
B – INCORRETA: Determina o artigo 21, 1, da DUDH que todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país 
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. Assim, há duas formas de participação admitidas, de forma 
direta ou por intermédio de representantes. 
C – INCORRETA: Nos termos do artigo 29, 2, da DUDH, no exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito 
apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos 
e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 
D – INCORRETA: Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, 
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos 
e liberdades aqui estabelecidos, conforme determinação do artigo 30 da DUDH. 
E – CORRETA: Nos termos do artigo 11, 1, da DUDH, todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido 
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido 
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
GABARITO: E. 
 
Tema: Princípios de Yogyakarta (7.20) 
56 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
O primeiro princípio que consta dos Princípios de Yogyakarta é o direito ao gozo universal dos direitos humanos, propondo que 
todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e que os seres humanos de todas as orientações sexuais e 
identidades de gênero tem o direito de desfrutar plenamente de todos os direitos humanos. Na sequência, constam diretrizes aos 
Estados, que deverão adotar as seguintes medidas, exceto: 
A) Incorporar os princípios da universalidade, inter-relacionalidade, interdependência e indivisibilidade de todos os direitos 
humanos nas suas constituições nacionais ou em outras legislações apropriadas e assegurar o gozo universal de todos os 
direitos humanos. 
B) Emendar qualquer legislação, inclusive a criminal, para garantir sua coerência com o gozo universal de todos os direitos 
humanos. 
C) Implementar programas de educação e conscientização para promover e aprimorar o gozo pleno de todos os direitos 
humanos por todas as pessoas, não importando sua orientação sexual ou identidade de gênero. 
D) Integrar às políticas de Estado e ao processo decisório uma abordagem pluralista que reconheça e afirme a inter-
relacionalidade e indivisibilidade de todos os aspectos da identidade humana, inclusive aqueles relativos à orientação sexual 
e identidade de gênero. 
E) Garantir a não interferência em aspectos culturais dos Estados, mesmo que digam respeito à orientação sexual e identidade 
de gênero. 
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COMENTÁRIOS 
A, B, C e D – CORRETAS: Nos termos do Princípio 1 dos Princípios de Yogyakarta: Todos os seres humanos nascem livres e 
iguais em dignidade e direitos. Os seres humanos de todas as orientações sexuais e identidades de gênero têm o direito de desfrutar 
plenamente de todos os direitos humanos. 
Os Estados deverão: 
a) Incorporar os princípios da universalidade, inter-relacionalidade, interdependência e indivisibilidade de todos os direitos humanos 
nas suas constituições nacionais ou em outras legislações apropriadas e assegurar o gozo universal de todos os direitos humanos; 
b) Emendar qualquer legislação, inclusive a criminal, para garantir sua coerência com o gozo universal de todos os direitos humanos; 
c) Implementar programas de educação e conscientização para promover e aprimorar o gozo pleno de todos os direitos humanos 
por todas as pessoas, não importando sua orientação sexual ou identidade de gênero; 
d) Integrar às políticas de Estado e ao processo decisório uma abordagem pluralista que reconheça e afirme a inter-relacionalidade 
e indivisibilidade de todos os aspectos da identidade humana, inclusive aqueles relativos à orientação sexual e identidade de gênero. 
E – INCORRETA: A relação entre a proteção dos Direitos Humanos e os aspectos culturais dos Estados é tema que enseja intensa 
discussão doutrinária. Não obstante, não há, nos Princípios de Yogyakarta, qualquer menção a garantia de não interferência em 
aspectos culturais dos Estados, mesmo que digam respeito aos aspectos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. 
GABARITO: E. 
 
Tema: Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional (7.18) 
57 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Nos termos do Estatuto de Roma, considera-se crime de genocídio as seguintes condutas, exceto: 
A) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo. 
B) Agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma 
de violência no campo sexual de gravidade comparável. 
C) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo. 
D) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial. 
E) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Nos termos do art. 6º, D, Estatuto de Roma, considera-se genocídio a imposição de medidas destinadas a impedir 
nascimentos no seio do grupo. 
B – INCORRETA: A prática de agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada 
ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade comparável configura crime contra a humanidade, nos termos 
do art. 7º, G, Estatuto de Roma. Logo, não é conduta prevista como genocídio. Além disso, há também previsões semelhantes que 
configurarão, em tese, crime de guerra, previsto no artigo 8º do citado Estatuto. 
C – CORRETA: Nos termos do art. 6º, E, Estatuto de Roma, considera-se genocídio a transferência, à força, de crianças do grupo 
para outro grupo. 
D – CORRETA: Nos termos do art. 6º, C, Estatuto de Roma, considera-se genocídio a sujeição intencional do grupo a condições de 
vida com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial. 
E – CORRETA: Nos termos do art. 6º, B, Estatuto de Roma, considera-se genocídio as ofensas graves à integridade física ou mental 
de membros do grupo. 
GABARITO: B. 
 
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Tema: Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional (7.18) 
58 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023)O capítulo III do Estatuto de Roma apresenta os princípios gerais de direito penal. Acerca de tais disposições, assinale a alternativa 
incorreta. 
A) De acordo com o princípio nulla poena sine lege, qualquer pessoa condenada pelo Tribunal só poderá ser punida em 
conformidade com as disposições do presente Estatuto. 
B) De acordo com o princípio da não retroatividade ratione personae, nenhuma pessoa será considerada criminalmente 
responsável, de acordo com o presente Estatuto, por uma conduta anterior à entrada em vigor do presente Estatuto. 
C) De acordo com o princípio da exclusão da jurisdição relativamente a menores de dezoito anos, o Tribunal não terá jurisdição 
sobre pessoas que, à data da alegada prática do crime, não tenham ainda completado dezoito anos de idade. 
D) De acordo com o princípio nullum crimen sine leqe, a previsão de um crime será estabelecida de forma precisa e será 
permitido o recurso à analogia em todos os casos. 
E) De acordo com o princípio da irrelevância da qualidade oficial, o presente Estatuto será aplicável de forma igual a todas as 
pessoas sem distinção alguma baseada na qualidade oficial. 
 
COMENTÁRIOS 
A – CORRETA: Nos termos do artigo 23 do Estatuto de Roma, o princípio nulla poena sine lege determina que qualquer pessoa 
condenada pelo Tribunal só poderá ser punida em conformidade com as disposições do citado Estatuto. 
B – CORRETA: Nos termos do artigo 24, 1, do Estatuto de Roma, o princípio da não retroatividade ratione personae aduz que 
nenhuma pessoa será considerada criminalmente responsável, de acordo com o Estatuto, por uma conduta anterior à entrada em 
vigor do presente Estatuto. 
C – CORRETA: Nos termos do artigo 26, do Estatuto de Roma, o princípio da exclusão da jurisdição relativamente a menores de 
18 anos determina que o Tribunal não terá jurisdição sobre pessoas que, à data da alegada prática do crime, não tenham ainda 
completado 18 anos de idade. 
D – INCORRETA: Ao contrário do apresentado na alternativa, nos termos do artigo 22, 2, do Estatuto de Roma, o princípio nullum 
crimen sine leqe determina que a previsão de um crime será estabelecida de forma precisa e não será permitido o recurso à analogia. 
E – CORRETA: Nos termos do artigo 27, 1, do Estatuto de Roma, o princípio da irrelevância da qualidade oficial determina que o 
Estatuto será aplicável de forma igual a todas as pessoas sem distinção alguma baseada na qualidade oficial. Em particular, a 
qualidade oficial de Chefe de Estado ou de Governo, de membro de Governo ou do Parlamento, de representante eleito ou de 
funcionário público, em caso algum eximirá a pessoa em causa de responsabilidade criminal nos termos do Estatuto, nem constituirá 
de per se motivo de redução da pena. 
GABARITO: D. 
 
Direito Administrativo 
 
Tema: Princípios (8.2) 
59 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Analise as alternativas abaixo e assinale a incorreta no que tange ao estudo dos princípios que regem o Direito Administrativo. 
A) Enquanto princípio expresso no ordenamento jurídico brasileiro, a legalidade admite apenas duas exceções, quais sejam, o 
estado de defesa e o estado de sítio. 
B) O princípio da moralidade busca garantir a honestidade no serviço público, pautado na ética e na boa-fé. 
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C) O Supremo Tribunal Federal afasta a aplicação da Súmula Vinculante 13, que trata do nepotismo, as nomeações a cargos 
públicos de natureza política, mas excepciona o entendimento nos casos em que há inequívoca falta de razoabilidade na 
nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado ou de fraude à lei. 
D) Em respeito ao princípio da publicidade, pode configurar ato de improbidade administrativa a negativa de publicidade a 
atos oficiais. 
E) O princípio da impessoalidade pode ser dividido em duas acepções, a isonomia e a proibição de promoção pessoal. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Com base nos ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo, o princípio da legalidade abarca três 
exceções: o estado de defesa, o estado de sítio e a medida provisória. 
B – CORRETA: Conforme ensinamento de Matheus de Carvalho, “trata-se de princípio que exige a honestidade, legalidade, boa-
fé de conduta no exercício da função administrativa, ou seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de 
titularidade do Estado”. 
C – CORRETA: De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, afasta-se a aplicação da Súmula Vinculante 13, que 
trata do nepotismo, as nomeações a cargos públicos de natureza política, mas excepciona o entendimento nos casos em que há 
inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado 
(STF. 1a Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018) ou de fraude à lei. Em razão da sua 
importância e incidência nas provas, vale relembrar o enunciado da citada súmula: 
Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública 
direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
D – CORRETA: Nos termos do art. 11, IV, da Lei 8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, 
caracterizada por, dentre outras condutas, a seguinte: negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade 
para a segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei. Portanto, há improbidade administrativa no ato 
do servidor que nega publicidade aos atos oficiais nos parâmetros apontados pela legislação. 
E – CORRETA: Princípio expresso na Constituição Federal, a impessoalidade garante o tratamento isonômico entre os particulares 
em busca de atender a finalidade pública, enquanto a proibição da promoção pessoal impede que o administrator se beneficie da sua 
atuação, conforme preleciona o art. 37, §1º, CF: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens 
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou serviços públicos”. 
GABARITO: A. 
 
Tema: Entidades em colaboração com o Estado e Terceiro Setor (8.5) 
60 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das entidades do terceiro setor, analise as três afirmativas apresentadas e, a seguir, assinale a alternativa correta: 
I – O Sistema S é formado por particulares, criados por autorização legal para executar atividades de interesse do Estado, na forma 
de fomento, auxílio e capacitação profissional de determinadas categorias. 
II – Organizações Sociais são entidades privadas e sem fins lucrativos que recebem a qualificação após celebrar termo de parceria 
com o Estado para realizar a prestação de serviços públicos não exclusivos de estado. 
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III – OSCIP são entidades privadas sem fins lucrativos, em funcionamento há pelo menos três anos, dotadas de uma qualificação 
especial após celebrar contrato de gestão com o Estado, criadas para a prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado. 
Estão corretas as afirmativas: 
A) I, II e III. 
B) Apenas I. 
C) Apenas III. 
D) Apenas II e III. 
E) Apenas I e III. 
 
COMENTÁRIOS 
I – CORRETA: O Serviço Social Autônomo, também chamado de Sistema S, é formado por particulares,criados por autorização 
legal para executar atividades de interesse do Estado, na forma de fomento, auxílio e capacitação profissional de determinadas 
categorias. Portanto, não atuam na prestação de serviço público exclusivos de Estado, executando atividades de cunho social, de 
modo que não atuam com o objetivo de auferir lucro. 
II – INCORRETA: As Organizações Sociais são, de fato, entidades privadas e sem fins lucrativos que recebem a qualificação após 
celebrar contrato de gestão com o Estado (e não termo de parceria) na forma da Lei 9.637/98. Assim, objetivam o cumprimento de 
metas de desempenho, recebem benefícios públicos para que realizem serviços públicos não exclusivos de estado, tais como ensino, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, dentre outros. 
III – INCORRETA: As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ou OSCIP, reguladas pela Lei 9.790/99, são entidades 
privadas sem fins lucrativos, em funcionamento há pelo menos três anos, dotadas de uma qualificação especial após celebrar termo 
de parceria com o Estado, criadas para a prestação de serviços públicos não exclusivos de Estado, como, por exemplo, promoção 
de assistência social, cultura, educação e saúde. 
GABARITO: B. 
 
Tema: Lei de Improbidade Administrativa (8.22) 
61 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Com base na Lei 8.429/92, que regula os atos que configuram improbidade administrativa, analise as condutas narradas abaixo a 
assinale aquela que não configura ato de improbidade administrativa, nos termos da citada legislação: 
A) Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de procedimento 
licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros. 
B) Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado. 
C) Praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência. 
D) Agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas 
pela administração pública com entidades privadas. 
E) Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou 
declaração a que esteja obrigado. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Trata-se de conduta prevista no art. 11, V, Lei 8.429/92: frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter 
concorrencial de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, 
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direto ou indireto, ou de terceiros, logo, configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública. 
B – INCORRETA: A conduta de permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de 
mercado configura ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário, nos termos do art. 10, V, da Lei 8.429/92. Sobre o 
tema, importante atentar-se para a alteração promovida pela Lei 14.230/21, de modo que não mais se admite a forma culposa dos 
atos de improbidade administrativa que causem lesão ao erário, exigindo, portanto, o dolo do agente público. 
C – CORRETA: A conduta de praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de 
competência, anteriormente prevista no art. 11, I, da Lei 8.429/92, foi revogada com o advento da Lei 14.230/21. Logo, não subsiste 
tal conduta como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, previstos no art. 11 
do citado diploma legal. Há intensa discussão doutrinária acerca da aparente taxatividade que a reforma trouxe ao artigo 11, devendo 
o candidato ficar atento a possíveis mudanças de entendimento, contudo, tal discussão não altera a revogação da conduta apresentada 
na alternativa do rol de condutas previstas no artigo. 
D – INCORRETA: Agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de contas de 
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas configura, nos termos do art. 10, XIX, da Lei 8.429/92, ato 
de improbidade administrativa que causa lesão ao erário. 
E – INCORRETA: Nos termos do art. 9º, X, da Lei 8.429/92, receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado configura ato de improbidade 
administrativa que importa em enriquecimento ilícito. 
GABARITO: C. 
 
Tema: Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo (8.19) 
62 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Nos termos da Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Lei Complementar no 207/1979), assinale a alternativa correta 
com base nas disposições legais trazidas pela legislação em tela: 
A) É competente para dar posse aos Delegados de Polícia e demais carreiras, o Diretor do Departamento de Administração da 
Polícia Civil. 
B) A posse deverá verificar-se no prazo de trinta dias, contados da publicação do ato de provimento, no órgão oficial. 
C) Não se admite, em nenhum caso, a união de cônjuges. 
D) A chamada reversão ex offício é o ato pelo qual o exonerado reingressa no serviço policial quando insubsistentes as razões 
que determinaram a sua exoneração durante o estágio probatório. 
E) O policial civil que ficar inválido ou que vier a falecer em consequência de lesões recebidas ou de doenças contraídas em 
razão do serviço será promovido à classe imediatamente superior. 
 
COMENTÁRIOS 
A – INCORRETA: Nos termos do art. 25, II e III, da Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo, são competentes para 
dar posse: (II) o Delegado Geral de Polícia, aos Delegados de Polícia, e o (III) Diretor do Departamento de Administração da Polícia 
Civil, nos demais casos. Além disso, determina o inciso I do citado artigo que é competente para dar posse ao Delegado Geral de 
Polícia, o Secretário da Segurança Pública. 
B – INCORRETA: Ao revés do apresentado, a posse deverá verificar-se no prazo de quinze dias, contados da publicação do ato de 
provimento, no órgão oficial, nos termos do art. 28 da LOP. Além disso, nos termos do art. 28, §1º, LOP, o prazo fixado poderá ser 
prorrogado por mais quinze dias, a requerimento do interessado. 
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C – INCORRETA: Nos termos do art. 40, LOP, é preferencial, na união de cônjuges, a sede de exercício do policial civil, quando 
este for cabeça do casal. 
D – INCORRETA: A reversão "ex offício" é, nos termos do art. 34, LOP, o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço policial 
quando insubsistentes as razões que determinaram a aposentadoria por invalidez. 
E – CORRETA: Nos exatos termos do art. 50 da LOP, o policial civil que ficar inválido ou que vier a falecer em consequência de 
lesões recebidas ou de doenças contraídas em razão do serviço será promovido à classe imediatamente superior. 
GABARITO: E. 
 
Tema: 8.12 Licitação E Contratos Administrativos. 
63 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com a Lei n° 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos), assinale a alternativa correta acerca do 
julgamento das propostas feitas pelos licitantes. 
Em caso de empate entre duas ou mais propostas, será utilizado como primeiro critério de desempate, o (a): 
A) Disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta em ato contínuo à classificação. 
B) Avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros 
cadastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei. 
C) Desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme 
regulamento. 
D) Desenvolvimento pelo licitantede programa de integridade, conforme orientações dos órgãos de controle. 
E) Sorteio. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que se encontra de acordo com o art. 60 da Lei n. 14.133/2021. Estamos 
iniciando a nossa jornada de questões padrão VUNESP para Delegado de São Paulo. Sabe-se que há uma crescente cobrança da 
nova lei de licitações e, por conseguinte, mapearemos artigos importantes que estão sendo avaliados. 
Vale a pena a fixação do art. 60 da lei objeto de estudo, vejamos abaixo: 
Art. 60. EM CASO DE EMPATE ENTRE DUAS OU MAIS PROPOSTAS, serão utilizados os seguintes critérios de desempate, 
NESTA ORDEM: 
I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar nova proposta em ato contínuo à classificação; 
(NOSSO GABARITO)! 
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros 
cadastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei; 
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme 
regulamento; (Vide Decreto nº 11.430, de 2023) Vigência 
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme orientações dos órgãos de controle. 
§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços 
produzidos ou prestados por: 
I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal do órgão ou entidade da Administração Pública estadual 
ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no território do Estado em que este se 
localize; 
II - empresas brasileiras; 
III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; 
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IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. 
Repare que o art. 60 fixa a necessidade de se respeitar uma ORDEM para fins de desempatar a disputa entre os licitantes. Logo, 
fixa-se a DISPUTA FINAL como o PRIMEIRO CRITÉRIO de DESEMPATE! 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata do primeiro critério fixado pelo legislador, e sim o 
SEGUNDO conforme se vê acima. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata do primeiro critério fixado pelo legislador, e sim o 
TERCEIRO, conforme se vê acima. 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata do primeiro critério fixado pelo legislador, e sim o QUARTO, 
conforme se vê acima. 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a nova lei não prevê o SORTEIO como critério de desempate. 
E aqui nós devemos ter atenção, pois o legislador retirou o SORTEIO como critério. É importante um estudo integrado com a 
“antiga” lei de licitações, a de n. 8.666/93. 
A antiga lei previa: 
Art. 45, §2º. No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a 
classificação se fará, obrigatoriamente, por SORTEIO, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado 
qualquer outro processo. 
Portanto, deve-se memorizar o disposto no art. 60 da Lei n. 14.133 e ter em mente que o legislador não dispõe mais do SORTEIO 
como critério de desempate. 
GABARITO: A 
 
Tema: 8.12 Licitação E Contratos Administrativos. 
64 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
No campo da contratação direta é prevista a inexigibilidade e a dispensa de licitação nos moldes da Lei n. 14.133/2021. 
Acerca do tema, conforme a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos, assinale a alternativa correta. 
A) É dispensável a licitação na hipótese de objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento. 
B) É dispensável a licitação para contratação que tenha por objeto aquisição ou restauração de obras de arte e objetos 
históricos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com elas compatíveis. 
C) É dispensável a licitação para contratação de associação de pessoas com deficiência, com fins lucrativos ou não e de 
comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços, desde que o preço 
contratado seja compatível com o praticado no mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por 
pessoas com deficiência. 
D) É inexigível a licitação para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação realizada há 
menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela licitação não surgiram licitantes interessados. 
E) É dispensável a licitação para contratação que envolva valores inferiores a R$100.000,00 (cem mil reais), no caso de outros 
serviços e compras. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com a nova Lei de Licitações. 
Mais uma vez estamos diante de um tema denso, pois são diversos dispositivos importantes que a lei traz. Porém, devemos mapear 
os principais artigos e dentre eles temos a contratação direta, conforme disposto no enunciado da questão se bifurca, a princípio, 
em inexigibilidade de licitação e dispensa de licitação. É importante a leitura dos artigos 72, 73, 74 e 75 para o integral 
conhecimento de todas as hipóteses legais. 
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A primeira alternativa encontra-se incorreta, pois se trata de HIPÓTESE DE INEXIGIBILIDADE, e não de dispensa de licitação. 
Conforme o art. 74, inciso IV, da Lei, temos: 
Art. 74. É INEXIGÍVEL a licitação quando INVIÁVEL A COMPETIÇÃO, em especial nos casos de: 
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusivos; 
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela 
crítica especializada ou pela opinião pública; 
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou 
empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: a) estudos técnicos, 
planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos; b) pareceres, perícias e avaliações em geral; c) assessorias ou consultorias 
técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; e) patrocínio 
ou defesa de causas judiciais ou administrativas; f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; restauração de obras de arte e de 
bens de valor histórico; h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação 
e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no 
disposto neste inciso; 
IV - OBJETOS QUE DEVAM OU POSSAM SER CONTRATADOS POR MEIO DE CREDENCIAMENTO; 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem necessária sua escolha. 
Em relação ao CREDENCIAMENTO, trata-se de um dos INSTRUMENTOS AUXILIARES das licitações e contratos previsto 
no art. 79 da Lei objeto de estudo. E, conforme visto, objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento é 
previsto no art. 74 (inexigibilidade), e não no rol do art. 75 destinado a dispensa de licitação. 
B) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que está de acordo com o art. 75, IV, “k” da Lei 14.133/2021. 
Prevê o dispositivo legal: 
Art. 75. É DISPENSÁVEL a licitação: 
IV - para CONTRATAÇÃO que tenha por objeto: 
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades 
do órgão ou com elas compatíveis. 
Trata-se do nosso GABARITO! 
AQUI CONVÉM CHAMAR A ATENÇÃO PARA QUE NÃO HAJA CONFUSÃO de vocês alunos paraa nossa prova, 
porquanto há um dispositivo semelhante (art. 74, III, “g”), que prevê: 
Art. 74. É INEXIGÍVEL a licitação QUANDO INVIÁVEL A COMPETIÇÃO, em especial nos casos de: 
III - contratação dos seguintes SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS DE NATUREZA PREDOMINANTEMENTE 
INTELECTUAL com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade 
e divulgação: 
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico. 
É um dispositivo que traz uma hipótese de INEXIGIBILIDADE, pois no caso, HÁ UMA INVIABILIDADE de competição 
somado a necessidade de ser feito por SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS DE NATUREZA 
PREDOMINANTEMENTE INTELECTUAL e, por conseguinte, será resolvido através da inexigibilidade. 
No caso da nossa questão, somado a literalidade da lei, não há menção a essa “inviabilidade” e a necessidade de um “serviço técnico 
especializado de natureza predominantemente intelectual”, logo resolverá no campo da dispensa. Portanto, atenção nessa possível 
pegadinha. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que em desconformidade com o art. 75, XIV da Lei objeto de estudo. 
Conforme o dispositivo legal. 
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Art. 75. É DISPENSÁVEL a licitação: 
XIV. para contratação de associação de pessoas com deficiência, SEM FINS LUCRATIVOS e de comprovada idoneidade, por 
órgão ou entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente por pessoas com deficiência. 
Portanto, exige-se que seja SEM FINS LUCRATIVOS, tornando a opção incorreta pois prevê “sem fins lucrativos ou não”. 
Fins questão de trazer esse dispositivo, porquanto é bastante cobrado em prova. 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo a Lei, pois se trata de hipótese de DISPENSA, e não 
de inexigibilidade. Vejamos: 
Art. 75. É DISPENSÁVEL a licitação: 
III - para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, 
quando se verificar que naquela licitação: 
a) NÃO SURGIRAM LICITANTES INTERESSADOS ou não foram apresentadas propostas válidas. 
Portanto, a hipótese da chamada LICITAÇÃO FRACASSADA não se resolverá através da inexigibilidade, e sim da DISPENSA! 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o artigo 75 da Lei n. 14.133/2021. 
Vejamos: 
Art. 75. É dispensável a licitação: 
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou 
de serviços de manutenção de veículos automotores; 
II - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e compras; 
A questão traz uma inversão, fazendo com que a alternativa encontre-se incorreta! 
Para fins de complementação do nosso estudo, quero chamar a atenção para o art. 75, IV, “c” que prevê: 
É dispensável a licitação: IV) Para contratação que tenha por objeto: produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a 
contratação, no caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$300.000,00. 
Portanto, atenção com a literalidade da Lei. 
Ademais, cabe o conselho, leia os dispositivos em sua íntegra! 
GABARITO: B 
 
 
Tema: 8.9 Poder De Polícia. 
65 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com o tema poder de polícia, assinale a alternativa correta: 
A) O denominado ciclo de polícia se desenvolve em três fases, quais sejam: a ordem de polícia; o consentimento de polícia; e 
a sanção de polícia. 
B) O poder de polícia em sentido estrito compreende não só as atividades, exercidas pela administração pública, de execução 
e de regulamentação das leis em que ele se fundamenta, mas também a própria atividade de edição dessas leis, 
desempenhada pelo Poder Legislativo. 
C) Conforme o Supremo Tribunal Federal, é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas 
de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime concorrencial. 
D) O poder de polícia administrativo pode ser exercido de forma preventiva ou repressiva. 
E) O consentimento de polícia está presente em todo e qualquer ciclo de polícia. 
 
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COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está em desacordo com o que dispõe a doutrina e os Tribunais Superiores, 
Conforme Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2021), temos 
O ciclo de polícia se desenvolve em QUATRO fases, quais sejam: 
(a) A ORDEM DE POLÍCIA: 
a. Corresponde à legislação que estabelece os limites e condicionamentos ao exercício de atividades privadas e ao uso de 
bens. 
(b) O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA: 
a. Se traduz na anuência prévia da administração, quando exigida, para a prática de determinadas atividades privadas ou para 
determinado exercício de poderes concernentes à propriedade privada. 
(c) A FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA: 
a. É a atividade mediante a qual a administração pública verifica se está havendo o adequado cumprimento das ordens de 
polícia pelo particular a elas sujeito ou, se for o caso, verifica se o particular que teve consentida, por meio de uma licença ou de 
uma autorização, a prática de alguma atividade privada está agindo em conformidade com as condições e os requisitos estipulados 
naquela licença ou naquela autorização. 
(d) A SANÇÃO DE POLÍCIA: 
a. É a atuação administrativa coercitiva por meio da qual a administração, constatando que está sendo violada uma ordem de 
polícia, ou que uma atividade privada previamente consentida está sendo executada em desacordo com as condições e os requisitos 
estabelecidos no ato de consentimento, aplica ao particular infrator uma medida repressiva (sanção), dentre as previstas na lei de 
regência. 
Portanto, a alternativa encontra-se incorreta, uma vez que são 4 fases! 
B) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que se trata de uma acepção ampla do Poder de Polícia trazida 
por alguns doutrinadores, conforme Marcelo Alexandrino E Vicente Paulo (2021): 
a. Citando a professora DI PIETRO assinala que há autores que adotam uma ACEPÇÃO (SENTIDO) AMPLA de poder de 
polícia, abrangendo não só as atividades, exercidas pela administração pública, de execução e de regulamentação das leis em que 
ele se fundamenta, mas também a própria atividade de edição dessas leis, desempenhada pelo Poder Legislativo. 
b. Por outro lado, em um SENTIDO RESTRITO (ESTRITO), o poder de polícia não inclui a atividade legislativa, mas, tão 
somente, as atividades administrativas de regulamentação e de execução das leis que estabelecem normas primárias de polícia. 
Assim sendo, baseados na lição de Hely Lopes Meirelles, conceituamos poder de polícia, simplesmente, como o poder de que dispõe 
a administração pública para, na forma da lei, condicionar ou restringir o uso de bens, o exercício de direitos e a prática de atividades 
privadas, visando a proteger os interesses gerais da coletividade 
Portanto, a alternativa encontra-se equivocada por trazer uma definição incorreta. Visto que na acepção restrita, não se adota a 
atividade do Poder Legislativo. 
C) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o entendimento do Supremo Tribunal 
Federal, vejamos: 
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA DE CAPITAL SOCIAL MAJORITARIAMENTE PÚBLICO que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em REGIME NÃO CONCORRENCIAL. 
STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Info 996). 
A alternativa encontra-se em desacordo, uma vez quea tese definida em Repercussão Geral pelo Supremo Tribunal Federal aduz 
que deverá atuar, o ente da administração indireta, em regime NÃO CONCORRENCIAL para fins de delegação do Poder de Polícia. 
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d 
D) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que está de acordo com a doutrina, conforme Vicente Paulo e 
Marcelo Alexandrino (2021), temos: 
O poder de polícia administrativo pode ser exercido de forma preventiva ou repressiva. 
No primeiro caso - EXERCÍCIO PREVENTIVO DO PODER DE POLÍCIA – o poder público estabelece normas que limitam 
ou condicionam a utilização de bens (públicos ou privados) ou o exercício de atividades privadas que possam afetar a coletividade, 
exigindo que o particular obtenha anuência da administração pública previamente à utilização desses bens ou ao exercício dessas 
atividades. Tal anuência é formalizada nos denominados ALVARÁS, expedidos pela administração à vista da demonstração, pelo 
particular requerente, de que estão atendidos os requisitos ou cumpridas as condições para o uso da propriedade ou a prática das 
atividades que devam ser objeto de controle pelos órgãos de polícia administrativa. Os alvarás podem ser de LICENÇA ou de 
AUTORIZAÇÃO. 
A outra possibilidade de exercício do poder de polícia - ATIVIDADE REPRESSIVA DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA - é 
consubstanciada na aplicação de SANÇÕES administrativas como consequência da prática de infrações a normas de polícia pelos 
particulares a elas sujeitos. Verificando a existência de infração, a autoridade administrativa deverá lavrar o auto de infração 
pertinente e cientificar o particular da sanção aplicada. A imposição da sanção de polícia pela administração é ato 
AUTOEXECUTÓRIO, ou seja, para aplicar a sanção, a administração não necessita da interferência prévia do Poder Judiciário. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com a doutrina, dispõe Marcelo 
Alexandrino e Vicente Paulo (2021): 
O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA se traduz na anuência prévia da administração, quando exigida, para a prática de 
determinadas atividades privadas ou para determinado exercício de poderes concernentes à propriedade privada. É importante 
ressaltar que a fase de consentimento não está presente em todo e qualquer ciclo de polícia. O uso e a fruição de bens e a 
prática de atividades privadas que não necessitem de obtenção prévia de licença ou autorização podem perfeitamente estar sujeitos 
a fiscalização de polícia e a sanções de polícia, pelo descumprimento direto de determinada ordem de polícia (lei ou regulamento 
de polícia). 
Por outro lado a ORDEM DE POLÍCIA sempre deve estar presente e é a fase inicial de qualquer ciclo de polícia. 
GABARITO: D 
 
TEMA: 8.12 LICITAÇÃO E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. 
66 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
“São cláusulas exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares, por 
conferirem prerrogativas a uma das partes (a Administração) em relação à outra; elas colocam a Administração em posição de 
supremacia sobre o contratado”. (DI PIETRO, 2020) 
De acordo com as prerrogativas previstas na Lei 14.133/2021, assinale a alternativa incorreta. 
A) É disposto expressamente à Administração a prerrogativa de fiscalizar a execução do objeto contratual. 
B) É prevista a possibilidade de aplicação de sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do objeto disposto no 
contrato. 
C) Confere-se à Administração a prerrogativa de extinção do contrato de forma unilateral nas hipóteses legalmente previstas 
da lei. 
D) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. 
E) É possível a ocupação provisória de bens móveis e imóveis e a utilização de pessoal e serviços vinculados ao objeto do 
contrato pela Administração na hipótese de risco à prestação de serviços essenciais. 
 
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COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está de acordo com a Lei 14.133/2021. A questão exige do aluno que 
assinale a alternativa incorreta. 
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei CONFERE À ADMINISTRAÇÃO, em relação a eles, as 
PRERROGATIVAS de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei; (LETRA C) 
III - fiscalizar sua execução; (LETRA A) 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; (LETRA B) 
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de: 
(LETRA E) 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato. 
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do 
contratado. (LETRA D) 
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas 
para que se mantenha o equilíbrio contratual. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está de acordo com a Lei 14.133/2021. A questão exige do aluno que 
assinale a alternativa incorreta. 
Conforme visto acima, trata-se de uma cláusula exorbitante a possibilidade de aplicação de sanções pela inexecução do objeto 
contratual. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está de acordo com a Lei 14.133/2021. A questão exige do aluno que 
assinale a alternativa incorreta. 
Conforme visto acima, trata-se de uma cláusula exorbitante a possibilidade, em casos expressamente previstos na lei, de extinção 
unilateral do contrato. 
D) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que a questão exige do aluno que se marque a alternativa incorreta. 
Não se trata de uma cláusula exorbitante a alternativa em comento, dispõe a lei: 
Art. 104, §1º. As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos NÃO poderão ser alteradas sem prévia 
concordância do contratado. 
Logo, como a questão exige a marcação da incorreta, estamos diante do nosso GABARITO. 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que está de acordo com a Lei 14.133/2021. A questão exige do aluno que 
assinale a alternativa incorreta. 
O Dispositivo em seu art. 104, V, traz 2 hipóteses de ocupação provisória, vejamos: 
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de: 
a) risco à prestação de serviços essenciais; 
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do 
contrato. 
Estamos diante de mais uma hipótese de cláusula exorbitante num contrato instituído e constituído nos moldes da Lei n. 14.133/2021. 
GABARITO: D 
 
 
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Tema: 8.19 Lei Orgânica Da Polícia Civil Do Estado De São Paulo (Lei Complementar No 207/1979). 
67 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com a Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Lei Complementar no 207/1979), assinale a alternativa 
correta em relação as penalidades dispostas expressamente na Lei. 
A) Será aplicada a pena de suspensão no caso, por exemplo, de ineficiência intencional e reiterada no serviço. 
B) A pena de suspensão, que não excederá de 30 (trinta) dias, será aplicada nos casos de reincidência em falta já punida com 
repreensão. 
C) Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo praticou, quando em 
atividade, falta para a qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do serviço público. 
D) A pena de advertência acarreta perda de vencimentos, vantagem de ordem funcionale contará pontos negativos na avaliação 
de desempenho. 
E) O policial suspenso não perderá, durante o período da suspensão, os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a Lei Orgânica dispõe expressamente como causa de DEMISSÃO, 
vejamos: 
Artigo 74 - Será aplicada a pena de DEMISSÃO nos casos de: 
I - abandono de cargo; 
II - procedimento irregular, de natureza grave; 
III - ineficiência intencional e reiterada no serviço; 
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos; 
V - insubordinação grave. 
VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente, durante um ano. 
Não sendo, portanto, o nosso gabarito. 
B) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o disposto no art. 73 da Lei Orgânica 
objeto de estudo, vejamos: 
Artigo 73 - A pena de suspensão, que NÃO EXCEDERÁ DE 90 (NOVENTA) DIAS, será aplicada nos casos de: 
I - descumprimento dos deveres e transgressão disciplinar, ocorrendo dolo ou má fé; 
II - reincidência em falta já punida com repreensão. 
A questão traz um tempo menor do que o previsto (90 dias) pela lei, sendo, portanto, uma alternativa incorreta! 
C) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que se encontra de acordo com o art. 77 da Lei Orgânica, vejamos: 
Artigo 77 - Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo: 
I - praticou, quando em atividade, falta para a qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do serviço 
público; 
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; 
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem previa autorização do Presidente da República. 
Trata-se, portanto, do NOSSO GABARITO! 
D) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o art. 71, parágrafo único, da Lei 
Orgânica, vejamos: 
Artigo 71 - A pena de advertência será aplicada verbalmente, no caso de falta de cumprimento dos deveres, ao infrator primário. 
Parágrafo único - A pena de advertência NÃO ACARRETA PERDA DE VENCIMENTOS OU DE QUALQUER VANTAGEM 
DE ORDEM FUNCIONAL, mas contará pontos negativos na avaliação de desempenho. 
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Como visto no dispositivo legal, na pena de advertência ocorrerá a contagem de pontos negativos para fins de avaliação de 
desempenho. Por outro lado, não há como descrito na alternativa, a perda de vencimentos ou de qualquer vantagem de ordem 
funcional. 
Portanto, o enunciado está incorreto! 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que está em desacordo com o disposto no art. 73, parágrafo 
primeiro, da Lei Orgânica. Diferentemente da ADVERTÊNCIA, temos: 
Artigo 73 - A pena de SUSPENSÃO, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada nos casos de: 
I - descumprimento dos deveres e transgressão disciplinar, ocorrendo dolo ou má fé; 
II - reincidência em falta já punida com repreensão. 
Parágrafo 1.º - O policial suspenso PERDERÁ, DURANTE O PERÍODO DA SUSPENSÃO, TODOS OS DIREITOS E 
VANTAGENS DECORRENTES DO EXERCÍCIO DO CARGO. 
Parágrafo 2.º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá convertê-la em multa, na base de 50% (cinquenta por cento), 
por dia, do vencimento e demais vantagens, sendo o policial, neste caso, obrigado a permanecer em serviço. 
GABARITO: C 
 
Tema: Consórcios públicos 
68 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com a Lei nº 11.107/05, que trata sobre consórcios públicos, assinale a alternativa INCORRETA: 
A) Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio. 
B) O consórcio público poderá ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, 
dispensada a licitação. 
C) A extinção ou alteração de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia geral, 
ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. 
D) O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação que 
autorizou a gestão associada de serviços públicos. 
E) O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público, observará as normas de direito público no que concerne 
à admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
 
COMENTÁRIOS 
A – Correta. A alternativa está de acordo com o art. 8º da lei supracitada. 
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio. 
B – Correta. A alternativa está conforme art. 2º, §1º, III da lei, in verbis: 
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os 
limites constitucionais. 
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá: 
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas 
de outras entidades e órgãos do governo; 
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de 
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e 
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. 
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C – Incorreta. A alternativa trata de recente alteração legislativa promovida pela Lei nº 14.662/2023, que modificou a forma de 
ratificação da ALTERAÇÃO de contrato de consórcio público, que deverá ser ratificado pela maioria dos entes consorciados, e 
a extinção de contrato de consórcio público permanece a necessidade de ratificação mediante lei por todos os entes consorciados. 
Art. 12. A extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia geral, ratificado 
mediante lei por todos os entes consorciados. (Redação dada pela Lei nº 14.662, de 2023) 
Art. 12-A. A alteração de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia geral, ratificado 
mediante lei pela maioria dos entes consorciados. (Incluído pela Lei nº 14.662, de 2023) 
D – Correta. A alternativa está de acordo com o art. 13, §4º da lei em comento. 
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que um 
ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em 
que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários 
à continuidade dos serviços transferidos. 
(...) 
§ 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação que 
autorizou a gestão associada de serviços públicos. 
E – Correta. A alternativa está de acordo com o art. 6º, §2º da lei supramencionada. 
Art. 6º (...) 
§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de direito público no 
que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido 
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação dada pela 
Lei nº 13.822, de 2019) 
Gabarito: C 
 
Medicina Legal 
 
Tema: 5.3 Traumatologia Médico-Legal. 
69 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca das lesões produzidas por instrumentos perfurocontundentes, assinale a alternativa correta. 
A) Na lesão de entrada em um disparo feito à longa distância é possível a visualização da chamada zona de tatuagem. 
B) O sinal de Hoffmann é representado pelo desenho da boca e da massa de mira do cano, produzido por ação contundente ou 
pelo seu aquecimento.C) Aos disparos à queima roupa é possível verificar a denominada zona de chamuscamento. 
D) O trajeto do projétil em “chuleio” não penetra nas cavidades mais profundas do corpo, apenas contornando-as. 
E) A orla de enxurgo, característica exclusiva dos disparos à curta distância, é representada pela orla de detritos e impurezas 
que ficam retidas na pele quando o projétil passa por ela. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a zona de tatuagem não está presente nos disparos à longa distância. 
A denominada zona de tatuagem (orla de tatuagem) é característica de um disparo feito a curta distância/queima roupa. 
Conforme Wilson Luiz Palermo, Delegado do RJ, trata-se de uma orla que aponta a impregnação na pele-derme por grânulos de 
pólvora ou resíduos sólidos decorrentes da queimadura em disparo à curta distância/queima roupa. 
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A zona de tatuagem e a zona de esfumaçamento são efeitos secundários. 
Lembrando que nos disparos à curta distância há a incidência dos efeitos primários, relativos às ações provocadas pelo P.A.F, como 
as orlas de enxurgo, escoriação e equimose. 
Sistematizando, portanto: 
Efeitos primários: 
a. Orlas de enxurgo; 
b. Orla de escoriação; 
c. Orla de equimose. 
Efeitos Secundários (relativos a curta distância/queima roupa): 
d. Orla de esfumaçamento; 
e. Orla de Tatuagem. 
Somado a essa nossa sistematização, cabe salienta que em disparos à queima roupa, ainda é possível encontrarmos o 
denominado: 
f. Orla de queimadura/chamuscamento. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata do Sinal de Hoffman. 
Conforme Wilson Palermo (2020), o exemplo da questão nos remete ao Sinal de Pupper-Werkgaertner: 
Sinal de Pupper-Werkgaertner: é representado pelo desenho da boca e da massa de mira do cano, produzido por ação contundente 
ou pelo seu aquecimento. 
Sinal de Hoffmann: É aquele compreendido como boca de mina ou câmara de mina. Está localizado entre a pele e o osso. 
C) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que se encontra de acordo com a literatura. 
Como trazido na alternativa A, aos disparos à queima roupa, além das orlas de esfumaçamento e de tatuagem (efeitos secundários) 
pode ser verificada a denominada Orla ou zona de queimadura/chamuscamento. 
Portanto, trata-se do nosso GABARITO! 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que se trata do denominado “sedenho”. 
Em relação ao estudo do trajeto dos projéteis, temos: 
Em chuleio: Ocasião na qual o projétil pode transfixar o braço e entrar no abdômen. A primeira ferida de entrada será chamada de 
“ferida primária” e as demais “feridas secundárias” ou “feridas de reentrada”. 
Em sedenho: O projétil não penetra nas cavidades mais profundas do corpo, apenas contornando-as (em que pese ter trajeto 
subcutâneo). 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a orla de enxurgo não é característica exclusiva dos disparos à curta 
distância. 
Previsto também, por exemplo, nas lesões de entrada em disparos a longa distância, conforme o professor Wilson Palermo (2020), 
é representada pela orla de detritos e impurezas que ficam retidas na pele quando o projétil passa por ela. 
Lembre-se que também é conhecida como ORLA DE CHAVIGNY. 
Trata-se conforme previsto na alternativa A, de efeitos primários, ou seja, efeitos produzidos pelo projétil. 
GABARITO: C. 
 
Tema: 5.3 Traumatologia Médico-Legal. 
70 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com o estudo da traumatologia forense no que concerne às lesões e mortes por ação térmica e elétrica, assinale a 
alternativa correta. 
A) A insolação proveniente de ação térmica constitui atuação do calor de modo direto. 
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B) A marca de Jellinek é um sinal específico de lesão provocada por eletricidade natural. 
C) O sinal de Devergie é representado pela fuligem presente na mucosa da árvore respiratória devido à carbonização. 
D) O sinal de Lichtemberg, quando do estudo de atuação da eletricidade, possui aspecto arboriforme ou de samambaia formada 
sob a pele com intensa vasculite local. 
E) A eletricidade natural gera a síndrome da eletroplessão. No entanto, se tal forma de eletricidade for utilizada em uma 
sentença de morte é chamada de eletrocussão. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a insolação é em decorrência de uma ação térmica difusa, ou seja, 
indireta. 
Vejamos agora uma revisão acerca da atuação de lesões e morte por ação térmica, temos: 
ATUAÇÃO DO CALOR DE FORMA DIFUSA (INDIRETA) 
a. Caimbra; 
b. Miliária; 
c. Síncope Térmica; 
d. Intermação; 
e. Insolação. 
i.De acordo com Genival França: A insolação é proveniente do calor ambiental em locais abertos ou raramente em espaços 
confinados. 
Por outro lado, as queimaduras representam o exemplo mais facilmente encontrado por ocasião da atuação do calor de modo direto. 
Segundo o professor Wilson Palermo (2020) “em que pese poderem ser resultantes dos efeitos térmicos causados por ação elétrica, 
aqui serão tratados aspectos inerentes às queimaduras oriundas da ação térmica de modo direto, exclusivamente. 
ATUAÇÃO DO CALOR DE FORMA DIRETA (QUEIMADURAS) 
Vejamos a classificação em graus: 
f. Primeiro Grau (Eritema/Sinal de Christinson); 
g. Segundo Grau (Flictenas/Sinal de Chambert); 
h. Terceiro Grau (Escaras); 
i. Quarto Grau (Carbonização). 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que a marca de Jellinek (sinal de Jellinek) é decorrente de eletricidade 
industrial. 
Vejamos 2 importantes Sinais quando do estudo de lesões e mortes por ação elétrica de acordo com as explicações doutrinárias 
(Wilson Palermo, 2020, p. 250): 
a. SINAL DE LICHTEMBERG: É um sinal específico de lesão provocada por eletricidade natural. Possui aspecto 
arboriforme ou de samambaia, com intensa vasculite local. Ocorre na pele (seria o órgão), mais precisamente nos vasos sanguíneos. 
b. SINAL DE JELLINEK: É um sinal específico da lesão provocada por eletricidade industrial. Trata-se uma marca elétrica. 
É considerada uma forma especial de queimadura, indolor em razão da destruição dos filetes nervosos locais e pode ter forma 
circular ou estrelada, escavada, em baixo relevo, com bordos elevados, secos, duros e apergaminhados e tonalidade próxima do 
amarelo-acastanhado, podendo ser descrita, também, como branco-amarelada. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata do Sinal de Devergie. 
No estudo das lesões e morte por ação térmica, temos 2 importantes sinais. 
a. SINAL DE DEVERGIE (ou posição de boxeador: É quando há, em razão da queimadura, a retração dos tecidos devido à 
carbonização – post mortem. 
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b. SINAL DE MONTALTI: É representado pela fuligem presente na mucosa da árvore respiratória. É importante ressaltar, 
conforme Wilson Palermo (2020), que pode haver carbonização do cadáver posteriormente, mesmo que se encontre o Sinal de 
Montalti. Mas quando a carbonização se dá, a vítima, já estava morta. 
Logo, a alternativa encontra-se incorreta por ter tido a inversão conceitual. 
D) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que se trata das características do Sinal de Lichtemberg. 
Conforme explica o professor Wilson Palermo (2020), possui como características essa marca proveniente de ação elétrica natural: 
a. Aspecto arboriforme (ou de samambaia); 
b. Ocorre na pele (mais precisamente nos vasos sanguíneos). 
Portanto, trata-se do GABARITO da nossa questão. 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que apesar dos conceitos estarem corretos, advém da eletricidade 
INDUSTRIAL. 
Conforme Genival França “A eletricidade INDUSTRIAL gera a síndrome da ELETROPLESSÃO. No entanto, se tal forma de 
eletricidade for utilizada em uma sentença de morte é chamada de ELETROCUSSÃO”, a exemplo da “cadeira elétrica”. 
GABARITO: D. 
 
Tema: 5.3 Traumatologia Médico-Legal. 
71 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
De acordo com o estudo das lesõesproduzidas por ação contundente (energia mecânica), assinale a opção abaixo que não expresse 
uma espécie de equimose: 
A) Petéquias. 
B) Víbices. 
C) Sugilação. 
D) Bossas. 
E) Manchas subpleurais de Paltauf. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que se trata de uma espécie de equimose. 
PETÉQUEIAS: São pequenas equimoses, quase sempre agrupadas e caracterizadas por um pontilhado hemorrágico. Têm a forma 
de um ponto até o tamanho de uma cabeça de alfinete. Frequentes, por exemplo, em asfixias. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que se trata de uma espécie de equimose. 
VÍBICES: Apresentam a forma de estrias. Algumas delas típicas de estrias de pneus de automóveis, conhecidas como estrias 
pneumáticas de Simonin. Por exemplo, decorrente de golpes de cassetetes. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que se trata de uma espécie de equimose. 
SUGILAÇÃO: É uma equimose em forma de pequenos grãos, resultante da confluência destes numa área bem delineada. Pode ser 
citado como exemplo o “chupão”, oriundo de atos libidinosos. 
D) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que embora seja proveniente de uma ação contundente, a bossa não representa 
espécie de equimose. 
BOSSAS: De acordo com Hygino Hercules, a bossa se forma em decorrência do aumento de volume dos tecidos por coleção de 
líquido que os infiltra intensamente, decorrente de distúrbio circulatório localizado. Além disso, pode ser serosa ou pode estar 
misturada com sangue. 
A bossa é mais comum nos casos de recém-nascidos, tendo em vista que durante o processo de nascimento, quando houver parto 
normal e apresentação encefálica, a PRESSÃO que é exercida sobre o orifício interno do colo uterino faz com que haja compressão 
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do setor occipital do couro cabeludo e tal pressão acaba por extravasar os fluídos naquela região, em decorrência do desequilíbrio 
da microcirculação, ocasionando o “tumor do parto”. 
E) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que se trata de uma espécie de equimose.. 
MANCHAS SUBPLEURAIS DE PALTAUF: São equimoses de ordem físico-química. Sugerem afogamento. 
 Para fins de complementação do nosso primeiro simulado, dando ênfase a um estudo da traumatologia, ficamos com outros 
tipos de equimose expressos na obra do professor Wilson Palermo (2020): 
a. MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN: 
a. Ocorre nos casos de compreensão do tórax (ex: SUFOCAÇÃO INDIRETA). 
b. MANCHAS EQUIMÓTICAS LENTICULARES DE TARDIEU: 
a. Equimoses de ordem físico-química. Sugerem asfixia por SUFOCAÇÃO DIRETA. 
GABARITO: D 
 
Direito Civil 
Tema: Dos Bens 
72 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Acerca dos bens, disciplinados no Livro II do Código Civil, assinale a afirmação incorreta. 
A) Para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta é bem imóvel; 
B) São bens fungíveis os móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância; 
C) Podem as partes convencionar a alteração da natureza de um bem naturalmente divisível em indivisível; 
D) Possuindo valor econômico, as relações jurídicas de uma pessoa constituem-se universalidade de direito; 
E) Em regra, negócios jurídicos que incidem sobre o bem principal não abrangem as pertenças, mas a lei, a manifestação da 
vontade das partes ou as circunstâncias do caso poderão determinar o contrário. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. “Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta”; 
b) INCORRETA. A assertiva utilizou do conceito de bem consumível, ao revés do conceito de bem fungível. Aquele que, usado, 
será destruído de imediato é o consumível. Aquele, por sua vez, que pode ser substituído por outro de mesma espécie, qualidade e 
quantidade, é o fungível. Vejamos: 
“Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados 
tais os destinados à alienação” 
c) CORRETA.Os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis, seja por determinação legal, seja por 
convenção/vontade das partes: 
“Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes”. 
d) CORRETA. O completo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas estas de valor econômico, é considerado universalidade 
de direito: 
“Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico”. 
Não confunda com a universalidade de fato, que consiste na pluralidade de bens singulares que, pertencentes à mesma pessoa, têm 
destinação unitária. 
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“Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação 
unitária”. 
e) CORRETA. Pertenças (ou res anexa) são bens que não constituem partes integrantes de outro bem. Porém, destinam-se, de 
modo duradouro, a seu uso, a seu serviço ou a seu aformoseamento. Conforme dita o art. 94, CC, as pertenças, de fato, via de regra, 
não seguem os negócios jurídicos que envolvem o bem principal, não estando elas ligadas ao princípio da gravitação jurídica, que 
determina que o bem acessório segue o bem principal.. Mas poderá a lei, a manifestação de vontade, ou as circunstâncias do caso, 
determinar o contrário (ou seja, que sigam o bem principal): 
“Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou 
ao aformoseamento de outro. 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, 
da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso”. 
Gabarito: B 
 
Tema: Das pessoas 
73 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Serão registrados em registro público, salvo: 
A) os casamentos; 
B) a emancipação voluntária; 
C) a interdição por incapacidade relativa; 
D) a sentença declaratória de ausência e os óbitos; 
E) os nascimentos e os atos judiciais que declararem a filiação. 
 
COMENTÁRIOS 
Os artigos 9º e 10º do CC estabelecem as situações que serão ou registradas ou averbadas em cartório. Vejamos: 
“Art. 9º Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da 
sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação”. 
Assim, a alternativa incorreta é a “E”, uma vez que, a despeito de acertar em relação aos nascimentos, erra ao incluir os atos que 
declaram a filiação – estes últimos demandam averbação, e não registro em registro público. 
Gabarito: E 
 
Tema: LINDB 
74 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Com base na disciplina estabelecida na Lei de Introdução às normas de Direito Brasileiro (LINDB), assinale a alternativa incorreta. 
A) A decisão, nas esferas judicial, administrativa e controladora, se dada com base em valores jurídicos abstratos, deverá estar 
atrelada à uma análise de suas consequências práticas; 
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B) Somente à autoridade judiciária brasileira competirá conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
C) A omissão da lei permite que o juiz decida de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito; 
D) O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se estefor diverso, 
a do último domicílio conjugal; 
E) Correções a texto de lei que já se encontra em vigor são consideradas lei nova. 
 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA. Conforme prevê o art. 20, “Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão”. 
Esse artigo foi trazido em 2018, e consiste no chamado consequencialismo decisional – dever de motivação concreta e 
responsabilidade decisória. 
b) CORRETA. Conforme art. 12, §1º,: “Só à autoridade brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no 
Brasil”. 
c) CORRETA. De acordo com o art. 4º, “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e 
os princípios gerais de direito”. 
d) INCORRETA. A dicção do art. 7º, §4º é a seguinte: “O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que 
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal” 
O erro está ao afirmar, portanto, que se diversos forem os domicílios dos nubentes, o regime se regulará pelo último domicílio, 
quando, em verdade, a lei estabelece que será o primeiro domicílio conjugal. 
e) CORRETA. É esta a exata disciplina do art. 1º, §4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”. 
Gabarito: D 
 
Noções de Criminologia 
Tema – 3.2 Criminologia Do Consenso E Do Conflito. 
75 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em relação às vertentes sociológicas da criminologia, Durkheim, autor francês, criador de um moderno pensamento sociológico, é 
apontado como representante da: 
A) Escola de Chicago. 
B) Teoria da Anomia. 
C) Teoria da Subcultura. 
D) Teoria da Associação diferencial. 
E) Teoria do Labelling Approach. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não representou a ESCOLA DE CHICAGO. 
Tivemos uma questão “similar” no último certame que exigia do candidato que soubesse acerca dos principais autores de cada 
escola. 
Como forma de sistematizar o nosso conhecimento, temos como principais autores: 
ESCOLA DE CHICAGO: 
A. Robert PARK; 
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B. Ernest BURGESS; 
C. Clifford R. SHAW; 
D. Henry D. McKAY. 
Para fins de conhecimento, a ESCOLA DE CHICAGO encontra-se no bojo das ESCOLAS DO CONSENSO, desenvolve-se a partir 
dos autores teorias como: 
A. Teoria das Zonas Concêntricas (BURGUESS); 
B. Teoria da desorganização social (SHAW E MCKAY). 
Por mais que não seja objeto de cobrança da nossa questão diretamente, fica a dica em relação aos nomes e teorias para que na sua 
prova seja mais fácil correlacionar os nomes, teorias e o que efetivamente se cobra. 
B) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que DURKHEIM foi autor da TEORIA DA ANOMIA. 
Sobre DURKHEIM, assinala o professor Eduardo Viana (2020) em seu excelente livro: 
A Teoria da Anomia se insere em um conjunto de teorias sociológicas estruturais funcionais, que se caracterizam, fundamentalmente, 
por analisar e explicar o crime como fenômeno social, normal e funcional. 
Considerado o criador do pensamento moderno sociológico, entende ele que o crime é um fenômeno normal na sociedade, enquanto 
se apresente constante, e o criminoso um indivíduo biológica e psicologicamente normal. O crime é necessário e útil ao 
desenvolvimento da sociedade, daí porque ele é inevitável. O autor francês salienta que o delito integra toda sociedade sã. 
Cabe ressaltar que também temos a presença de ROBERT K. MERTON que adaptou a teoria da anomia, formulada por Durkheim, 
para o padrão de vida da década de 1930, nos EUA. 
Portanto, mais um vez, para fins de facilitar, temos como principais autores: 
A. DURKHEIM; 
B. MERTON. 
E, lembre-se, estamos diante novamente de UMA ESCOLA DO CONSENSO. 
C) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que não representou a TEORIA DA SUBCULTURA. 
Antes de citar o principal autor da Teoria da Subcultura, o professor Eduardo Viana (2020) faz um importante apontamento “As 
teorias da Subcultura não representa outra coisa senão um aprimoramento das contribuições de Durkheim e Merton”. 
Aqui como importante membro, temos: 
A. Albert K. COHEN. 
Para fins de complementação do nosso estudo, Cohen se propôs a tentar explicar porque os jovens das classes mais baixas e de 
determinados bairros tendem à delinquência. Explica ele, que por causa da estruturação das classes sociais, é muito difícil para os 
membros da classe baixa terem acesso aos valores professados pelas classes dominantes. Disso deriva um estado de frustração que 
culmina com a delinquência. 
Trata-se de mais uma ESCOLA DO CONSENSO. 
D) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que não representou a TEORIA DA ASSOCIAÇÃO 
DIFERENCIAL. 
O autor marcante: 
A. SUTHERLAND. 
Para fins de complementação e mais uma vez com a contribuição do livro do professor Eduardo Viana (2020) “A teoria da associação 
diferencial se assenta na ideia de que o comportamento criminoso deriva de um processo de aprendizagem que se dá com a interação 
com pessoas favorecidas à prática dos crimes. O Mérito desta teoria foi romper o velho paradigma: pobreza/delinquência”. 
E, lembre-se, estamos diante novamente de UMA ESCOLA DO CONSENSO. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que não representou a TEORIA DO LABELLING 
APPROACH. 
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Por fim essa última teoria, podemos citar como autores: 
A. Howard BECKER. 
B. Erving GOFFMAN. 
Estamos diante, agora, da vertente de uma das explicações SOCIOLÓGICAS CONFLITUAIS, 
Bom, espero que essa sistematização breve dos principais autores e as teorias consiga ajudar. 
GABARITO: B 
 
Tema: 3.5 Nova Criminologia. 
76 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Surgida na década de 1970, é uma criminologia que busca desconstruir o androcentrismo do sistema penal, sempre demonstrando 
que o gênero, diferentemente do sexo biológico, é um produto histórico, social, cultural, político, que decorre diretamente das 
relações de poder estabelecidas na sociedade. A ideia central dessa vertente da criminologia crítica, é a desconstrução do pensamento 
patriarcal que chancela posturas misóginas. (Mariana Barros, 2021) 
De acordo com o disposto acima, refere-se a: 
A) Criminologia Queer. 
B) Criminologia Verde. 
C) Criminologia Cultural. 
D) Criminologia Feminista. 
E) Criminologia Clássica. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da Criminologia Queer. 
Aqui estamos diante de uma questão que envolve vertentes de uma nova criminologia, sobretudo teses pertinentes aos debates 
sociais contemporâneos, a exemplo do meio ambiente, violência de gênero, dentre outros. 
O ponto do nosso simulado é ir além da resolução da questão e, conjuntamente, podermos revisar os temas do nosso edital de São 
Paulo. A questão reflete um tema trazido na última prova, portanto, importante o conhecimento das diversas vertentes da nova 
criminologia. Vejamos, com a contribuição do livro da professora Mariana Barros Barreiras (2021). 
CRIMINOLOGIA QUEER: Queer é um termo da língua inglesa que significa estranho, esquisito. O Termo é utilizado para 
designar as pessoas que não correspondem à heteronormatividade, ou seja, que não são heterossexuais, em função da orientação 
sexual ou identidade de gênero. 
A criminologia QUEER, portanto, analisa as questões homofóbicas, tais como as agressões destinadas aos gays, lésbicas, bissexuais, 
transexuais e outros grupos que fujam à heteronormatividade. Além disso, a Criminologia Queer deve levar em consideração não 
somente o momento em que a população LGBTQI+ é vítima de um delito, mas também o tratamento – muitas vezes profundamente 
discriminatório – que essas pessoas recebem no sistema de justiça criminal. 
A ideia central de uma teoria queer é DESCONSTRUIR a hierarquia estabelecida entre hetero e homossexualidade esuperar a lógica 
binária resultante da heteronormatividade compulsória, que separa e rotula as pessoas como hetero ou homossexuais. 
B) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da Criminologia Verde. 
CRIMINOLOGIA VERDE: A preocupação com danos ambientais começa a ganhar importância no final do século XX. 
Segundo Melisa Ailén Jarque explica a essência da Criminologia Verde é identificar quais fatores afetam o meio ambiente, 
abandonando a visão antropocêntrica que sempre caracterizou a Criminologia, para a assunção de uma postura biocêntrica ou 
ecocêntrica, nas quais os ecossistemas e as espécies deixam de ser inviabilizados. 
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Na Criminologia Verde, os Estados e Corporações são vistos como os principais responsáveis ou facilitadores dos atos e omissões 
geradores de danos ecológicos ou desastres ambientais. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da Criminologia Cultural: 
CRIMINOLOGIA CULTURAL: É um desdobramento da Criminologia Crítica que se debruça sobre a CRIMINALIZAÇÃO DA 
CULTURA DIFERENTE na dinâmica da vida cotidiana do século XXI, como a de grafiteiros, punks, neonazistas, roqueiros, 
mendigos. 
A criminologia cultural explora o modo como as forças culturais se entrelaçam com a prática do crime e o controle do crime na 
sociedade contemporânea. 
D) Trata-se de assertiva considerada CORRETA uma vez que se trata da Criminologia Feminista. 
Como trazido pelo trecho da obra da Autora, estamos diante dessa vertente da Criminologia Crítica. 
CRIMINOLOGIA FEMINISTA: Segundo a autora (Mariana Barros Barreiras), na década de 1970, com o advento da segunda 
onda feminista, ganharam força os debates sobre violência sofrida pela mulher e o funcionamento sexista do sistema penal. 
A ideia central de uma Criminologia Feminista é a desconstrução do pensamento patriarcal que chancela posturas misóginas e 
machistas, baseadas na crença de superioridade do homem sobre a mulher. Por isso, é uma Criminologia que busca desconstruir o 
androcentrismo do sistema penal, sempre demonstrando que o gênero, diferentemente do sexo biológico, é um produto histórico, 
social, cultural, político, que decorre diretamente das relações de poder estabelecidas na sociedade. 
Portanto, trata-se do GABARITO da nossa questão. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez não se trata da Criminologia Clássica. 
Diferentemente das vertentes acima, a Criminologia Clássica não está dentro do grupo, por óbvio, das novas criminologia. 
CRIMINOLOGIA CLÁSSICA: originou-se, segundo Eduardo Viana (2020), nas antigas doutrinas filosóficas gregas que 
afirmavam ser o crime uma afirmação da justiça e que se desenvolveu no final do século XVIII como reação ao ancien régime para 
garantir os direitos individuais. A responsabilidade tem por fundamento, nessa criminologia, a moral e o livre arbítrio, ou seja, a 
vontade humana é LIVREMENTE determinada. 
GABARITO: D 
 
Tema: 3.3 Vitimologia, Vitimização E Vitimodogmática. 
77 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) – 
As pesquisas de vitimização têm se revelado imprescindíveis, sobretudo por demonstrar que as taxas de subnotificação criminal – 
ou seja, de delitos que não são reportados às autoridades ou que não são registrados adequadamente pelo Poder Público – são muito 
significativas em uma série de delitos. 
Assinale abaixo a opção que indique a cifra que consiste nos crimes que são de conhecimento das instâncias policiais, mas que não 
chegam a virar um processo penal. 
A) Cifra dourada. 
B) Cifra cinza. 
C) Cifra amarela. 
D) Cifra verde. 
E) Cifra rosa. 
 
COMENTÁRIOS 
A) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da denominada cifra dourada. 
Com mais uma contribuição do livro da professora Mariana Barros Barreira (2021), vejamos as classificações no decorrer dos 
comentários. 
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CIFRA DOURADA: É a criminalidade do colarinho branco que não chega ao conhecimento do sistema de justiça criminal. Os 
crimes do colarinho branco possuem alta taxa de subnotificação, porque são delitos de difícil detecção Tecnicamente, a cifra dourada 
equivale aos delitos cometidos pelos poderosos, no âmbito da profissão, que não chegam ao conhecimento das instâncias de controle 
social formal. 
B) Trata-se de assertiva CORRETA uma vez que está diante da denominada cifra cinza. 
CIFRA CINZA: Consiste nos crimes que são de conhecimento das instâncias policiais, mas que não chegam a virar um processo 
penal. São casos, por exemplo, solucionados pelos próprios policiais em sua atividade rotineira; ou na própria delegacia de polícia; 
ou com a renúncia da vítima ao direito de queixa ou representação. 
C) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da denominada cifra amarela. 
CIFRA AMARELA: Consiste nos casos em que as vítimas sofrem algum tipo de violência praticada por servidor público e deixam, 
por temor, de denunciar o ilícito às unidades competente pela apuração. 
D) Trata-se de assertiva INCORRETA uma vez que não se trata da denominada cifra verde. 
CIFRA VERDE: Trata-se de delitos que têm por objeto o meio ambiente e que não chegam ao conhecimento policial ou não são 
processados porque impossível tentar descobrir a autoria. 
E) Trata-se de assertiva considerada INCORRETA uma vez que não se trata da denominada cifra rosa. 
CIFRA ROSA: São os crimes de caráter homofóbico que não chegam ao conhecimento das autoridades. 
GABARITO: B 
 
Noções de Informática 
78 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Em um documento criado no MS Word 2016 BR, configuração original, foi escrita a frase “Policia Civil - São Paulo são todos” 
com as aplicações fonte tipo arial, tamanho 14, negrito, itálico, sublinhado, tachado e cor do realce do texto amarelo. Diante do 
exposto, ao selecionar a frase e pressionar o botão Limpar Toda a Formatação, será apresentado o resultado: 
A) A frase sem nenhuma das aplicações. 
B) A frase sem nenhuma formatação, exceto tipo da fonte. 
C) A frase sem nenhuma formatação, exceto tachado. 
D) A frase sem nenhuma formatação, exceto a cor do realce do texto. 
E) A frase sem nenhuma formatação, exceto Negrito. 
 
COMENTÁRIOS 
 Limpar Toda Formatação ou apenas Limpar Formatação: remove toda a formatação da seleção, deixando apenas o texto 
normal, não formatado. 
 
O texto normal não formatado padrão do MS Word 2016 é fonte Calibri, tamanho 11. 
 
Exceções: palavras em CAIXA ALTA e cor do realce de texto não são alteradas. 
 
Gabarito: D 
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79 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
No editor de planilha eletrônica MS-Excel 2016 BR, configuração padrão, a seguinte planilha foi elaborada: 
 
Na célula E4 foi inserida a expressão 
=SOMASES(C1:C6;A1:A6;"DELTA";B1:B6;"B") que determina a soma de condições. 
O resultado obtido em E4 foi: 
A) 7 
B) 21 
C) 14 
D) 3 
E) 26 
 
COMENTÁRIOS 
Função SOMASES: permite somar valores em diferentes intervalos que atendem a vários critérios. 
Sintaxe: 
SOMASES(intervalo_soma; intervalo_critérios1; critérios1; [intervalo_critérios2; critérios2];...) 
 
intervalo_soma: local onde a soma vai acontecer após análise dos critérios. 
Intervalo_criterio1: local de análise das células que obedecem ao critério1 
Invervalo_criterio2: local de análise das células que obedecem ao criterio2 
 
A soma só acontecerá se todos os critérios forem aceitos. 
 
Vamos a questão: 
E4 = SOMASES(C1:C6;A1:A6;"DELTA";B1:B6;"B") 
 
Intervalo_soma = C1:C6 
Intervalo_criterio1 = A1:A6 local onde estará o critério DELTA 
Intervalo_criterio2 = B1:B6 local onde estará o critério B 
 
A soma só vai acontecer onde obedecerem aos dois critérios, ou seja, DELTA B. 
 
Sendo assim, DELTA B é obedecido apenas em C2 e C5. 
E4 = C2 + C5 
E4 = 5 + 9 = 14 
Gabarito: C 
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80 - (Questão autoral Projeto em Delta – 2023) 
Um usuário do softwarede correio eletrônico Gmail utilizou o “modo confidencial” para impedir que informações sigilosas sejam 
acessadas sem autorização. Os destinatários da mensagem confidencial não podem, exceto: 
A) encaminhar a mensagem 
B) copiar a mensagem 
C) imprimir a mensagem 
D) fazer download da mensagem 
E) fazer a captura da tela com a mensagem 
 
COMENTÁRIOS 
 O modo confidencial do Gmail para impedir que informações sigilosas sejam acessadas sem autorização. Use esse modo 
confidencial para definir uma data de validade para as mensagens ou revogar o acesso a qualquer momento. Os destinatários da 
mensagem confidencial, por padrão, não podem encaminhar, copiar, imprimir nem fazer o download dela. 
 
Observação: o modo confidencial evita que os destinatários compartilhem seu e-mail acidentalmente, mas não impede que eles 
façam capturas de tela ou tirem fotos das mensagens ou dos anexos. 
Gabarito: E 
 
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