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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE A Segurança do Trabalho é o conjunto de técnicas e procedimentos que têm por objetivo eliminar ou diminuir os riscos de acidentes do trabalho. Os atos inseguros são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que residem exclusivamente no fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na execução das tarefas, de forma contrária às normas de segurança. O fenômeno acidente do trabalho possui natureza complexa, apresentando-se como resultado indesejado da interação de múltiplos fatores causais, que ocorrem no exercício das atividades laborais do trabalhador, acarretando em consequências que interferem diretamente na sua saúde, como a lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte e a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Em razão do caráter multifatorial e complexo deste evento, verifica-se a necessidade de buscar todos os fatores que deram causa ao acidente decorrente do trabalho, desde a sua origem. É esperado que nessa unidade o aluno consiga aprender, compreender e desenvolver os conhecimentos sobre as legislações e as normas regulamentadoras da Segurança de Trabalho, para que esta seja elaborada no ambiente industrial. Palavras-chave: Segurança; Trabalho; Engenharia; Legislação; Normas. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 1 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 3 CAPÍTULO 1 - LEGISLAÇÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO ......................... 5 1.1 LEGISLAÇÃO E CAUSA DE ACIDENTES .................................................... 5 1.2 CLASSIFICAÇÃO DE MONTEAU ................................................................ 13 1.3 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ........................ 16 1.4 HIERARQUIA LEGISLATIVA ....................................................................... 19 1.5 LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL ................ 21 1.6 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS ........................................... 23 CAPÍTULO 2 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO ............................................. 26 2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA .................................................. 26 2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO .................................. 28 2.3 NORMAS TÉCNICAS .................................................................................. 29 2.4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALAHO – NR 4 ........................................................................ 32 2.5 TRANSPORTE ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATÉRIAS – NR 11 . 40 2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – NR 6 ................... 43 CAPÍTULO 3 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO 12, 24 E 26 .......................... 48 3.1 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - NR 12 .................................................... 48 3.2 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO – NR 24 ................................................................................................. 50 3.3 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA – NR 26 .................................................. 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 60 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Os atos inseguros são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que residem exclusivamente no fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. Os acidentes do trabalho então podem ser classificados como fenômenos socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos acidentes do trabalho são considerados multicausas. A NR 11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A NR 12 trata da Proteção do Trabalhador no uso de máquinas e equipamentos e de várias características a elas associadas. O empregador deve garantir condições e medidas seguras de trabalho, como: proteção coletiva e individual, administração e organização do trabalho. As máquinas devem atender aos princípios de falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização. Nas especificações da norma regulamentadora 24 estão presentes informações de segurança com relação aos alojamentos, cozinha, instalações sanitárias, refeitórios e vestiários. A NR 26 foi criada com o intuito de alcançar todas as gestões dentro de uma empresa, de modo que fosse possível disponibilizar mais segurança aos seus funcionários. Ela transmite informações que são de fácil compreensão, com a finalidade de promover uma norma direta e objetiva, sem abrir margem para interpretações ou entendimentos diversos. Isso porque, a norma busca que o mercado de trabalho seja uniforme, seguindo exatamente o mesmo conjunto de regras, promovendo uma melhoria dos processos. A norma 14725-3 possui anexos com símbolos, frases e pictogramas já definidos, de acordo com a categoria do produto químico. Essa rotulagem é aplicada no contexto industrial, assim, o produto para o consumo apresentará um rótulo diferenciado. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos devem ser criadas com base no disposto no GHS e obedecer a NBR 14725-4. O fabricante ou importador deve fornecer e tornar disponível a FISPQ para todo produto classificado como perigoso e para produtos que não sejam classificados como perigosos, mas que seus usos previstos ou recomendados originem riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores. É esperado que nessa unidade o aluno consiga aprender, compreender e desenvolver os conhecimentos sobre as legislações e as normas regulamentadoras da Segurança de Trabalho, para que esta seja elaborada no ambiente industrial. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações,ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 - LEGISLAÇÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO 1.1 LEGISLAÇÃO E CAUSA DE ACIDENTES Legalmente, o Plano de Benefícios da Previdência Social, através da Lei 8.213 de 24/07/91 (BRASIL, 1991), em seu art. 19 define acidente do trabalho como aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Os acidentes de trabalho podem ser classificados como típico, doenças e trajeto. Tabela 1: Tipos de acidentes de trabalho Tipos de acidentes de trabalho Típico Ocorre no local de trabalho, também denominado de trauma do trabalho. Doenças Lei 8.213/91, art. 20: Doenças Profissionais → peculiar à atividade Doenças do Trabalho → em função de condições especiais em que o trabalho é realizado Trajeto Lei 8.213/91, art. 21: “É aquele sofrido pelo trabalhador no percurso da residência para o trabalho ou vice-versa e no percurso de ida ou volta para o local da refeição em intervalo do trabalho, quer na área urbana, quer na área rural, qualquer que seja o meio de locomoção.” Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Considera-se acidente do trabalho, aquele que ocorreu pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause morte, perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Existem dois tipos de conceitos relacionados à segurança do trabalho: o conceito prevencionista ou da prevenção e o conceito legal ou previdenciário, que está relacionado à previdência social. Acidente do Trabalho é uma ocorrência não programada, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões no trabalhador e/ou danos materiais. A figura 1 esboça como é constituído o conceito prevencionista e a relação com o incidente e o conceito legal. Figura 1: Acidente de Trabalho Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Com relação aos conceitos de incidente, não se pode limitar o estudo sobre os acidentes somente àqueles que produzem lesões aos trabalhadores. Muitos acidentes passam inadvertidos porque não chegam a produzir lesões, assim, sabe- se que a relação entre um acidente com lesão e um sem pode chegar a se configurar apenas como incidente. A prevenção elimina ou diminui a possibilidade de origem do risco. A proteção minimiza-se as consequências do acidente. O perigo é a fonte ou situação potencial de provocar danos, em se tratando de lesões, doenças, danos à propriedade, dano ao meio ambiente, ou uma combinação destas. O risco é a combinação de probabilidade de ocorrência e da consequência de um determinado evento perigoso. A condição insegura é a aquela que, presente no ambiente de trabalho, coloca em risco a integridade física e mental do trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se. incidente Conceito Prevencionista Conceito Legal Incidente 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O fator pessoal de insegurança é o nome técnico dado as falhas humanas decorrentes de problemas de ordem psicológica, social, congênitos ou de formação cultural que alteram o comportamento do trabalhador. São exemplos de condições inseguras e fatores pessoal de insegurança: • Exposição de parte vida nos quadros elétricos; • Proteção de periferia de laje; • Cabo de fiação elétrica pelo chão; • Operador de grau em posição de risco de queda sem cinto de segurança; • Falta de capacete; • Falta de máscara; • Falta de fardamento e botas; • Falta de cinto de segurança. Para a avaliação e análise de um risco, o processo global busca estimar a magnitude e decidir se ele é considerado tolerável ou inaceitável. Assim, Todas as medidas de segurança aplicadas ao ambiente visam proteger as pessoas por intermédio de uma das seguintes alternativas: • ELIMINAR O RISCO: Torná-lo definitivamente inexistente; • ISOLAR O RISCO: É a alternativa mais utilizada e não deve ser usada como substituta da primeira; e, • SINALIZAR O RISCO: É o recurso utilizado quando não há possibilidade de se aplicar nenhum dos anteriores. Para a identificação das causas dos acidentes de trabalho é utilizada uma abordagem, por meio de modelos, para que através dessa identificação, seja possível adotar a melhor estratégia. Entre os modelos temos: • Acidentes casuais; • Abordagem proativa; • Melhoria contínua; • Árvore de causas. 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Os ATOS INSEGUROS são causas da maioria dos acidentes de trabalho, com origem quase que exclusiva da falha humana, ou seja, são aqueles que ocorrem na execução das tarefas, bem como de forma contrária às normas de segurança. Já as CONDIÇÕES INSEGURAS são as que têm menor índice de causas de acidentes, uma vez que são aquelas decorrentes do ambiente de trabalho e não da ação do homem. Mesmo sendo de origem diversa, as condições inseguras também colocam em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade de ele acidentar-se como deficiência técnica. Existem duas teorias sobre a ocorrência dos acidentes de trabalho. A primeira teoria é chamada de DOMINÓ, na qual os acidentes têm como causa os atos inseguros e as condições inseguras. A segunda teoria é a MODERNA, em que os acidentes têm origem social e multicausal. Figura 2: Causa dos acidentes Fonte: Sindicato dos Químicos SP/Sindicato dos Plásticos SP (1993). Heinrich representa sua concepção da casualidade dos acidentes de trabalho por meio de um arranjo específico de cinco peças de dominó (Ancestralidade, Falha pessoal, Condições inseguras, Acidente e Lesão). Na concepção de Heinrich, os elementos chaves para a prática de prevenção são os atos inseguros e as condições 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. inseguras, sendo que a grande maioria dos acidentes seria causada pelo comportamento inseguro do trabalhador. FIQUE ATENTO Os ATOS INSEGUROS são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que residem exclusivamente no fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. Figura 3: Teoria de Heinrich Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Em 1960, o modelo de Heinrichfoi atualizado por Bird e Lotus, o novo modelo também era composto por 5 peças. A primeira peça seria a falta de controle, que é proveniente de programas e padrões inadequados e do cumprimento indevido destes padrões. A segunda peça seria a de causas básicas, que é composta pelos fatores pessoais e os fatores de trabalho. A terceira peça é a de causas imediatas, H O M E M M E I O A M B I E N T E Fatores pessoais de insegurança Fatores Materiais Atos Inseguros Condições Inseguras A C I D E N T E S e/ou D O E N Ç A S Lesões Físicas Danos Materiais Perda de Tempo Doenças Ocupacionais 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. onde estão incluídos os atos e as condições abaixo dos padrões exigidos. A quarta peça é o incidente que se refere ao contato com a energia ou substâncias durante a operação do trabalho. A quinta e última peça é a das perdas que podem ser de pessoas, propriedades, processos e do meio ambiente. Os acidentes do trabalho, então, podem ser classificados como fenômenos socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos acidentes do trabalho são considerados como multicausas. Ao contrário de se constituir obra do acaso, como sugere a palavra acidente, os acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de os desencadear encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de identificação) muito tempo antes de serem desencadeados. Figura 4: Fatores que intervêm na produção do acidente Ferramentas Substâncias perigosas Iluminação Instalações Objetos Ordem Máquinas Ruído ACIDENTE Conhecimento Sistemas de comunicação Habilidades Formação Atitudes Métodos e procedimentos Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Agentes Materiais Características Pessoais Organização Entorno Ambiental 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Para o acidente de trabalho, de modo geral, o fator humano remete sempre aos erros, às falhas humanas ou mesmo aos erros ocasionados por ações diretas dos operadores no desempenho de suas atividades. Desta forma, o comportamento do obreiro também faz parte do fator humano, sendo aquele que podemos observar, registrar e, em muitos casos, até filmar e quantificar, ou seja, é o conjunto de ações que determinada pessoa executa na interação com o mundo. É no âmbito dessa interação que ocorrem os acidentes e são geradas as condições para a sua ocorrência. Portanto, o comportamento é o fator humano mais visível, imediato e superficial, pois ocorre por diversos fatores, estando, entre eles, a própria visão que o homem tem do ambiente. Os valores das pessoas se desenvolvem como consequência do aprendizado e da experiência que elas encontram no ambiente cultural em que vivem. A liderança exerce forte influência na formação dos valores da organização. O mais forte instrumento para comunicar valores é o exemplo. As atitudes são influenciadas pelos valores. Uma atitude é o resultado de um comportamento pretendido. A crença é algo em que se acredita e não se pergunta o porquê. Algumas crenças exercem comandos negativos que prejudicam a segurança da pessoa: “ninguém morre na véspera; sofrer acidente faz parte do destino das pessoas; acidente faz parte do trabalho; coisa ruim não acontece comigo; sempre trabalhei assim e nunca aconteceu nada; sou esperto e sei como fazer; só acontece com quem não tem experiência”. As pessoas não se sentem motivadas para controlar riscos por não acreditarem na possibilidade de interferir nos acontecimentos. SAIBA MAIS Os acidentes do trabalho, então, podem ser classificados como fenômenos socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos acidentes do trabalho são considerados como multicausas. A cultura de segurança diz respeito ao conjunto de ações e costumes compartilhados por um grupo de pessoas que se sentem responsáveis pela segurança, com a finalidade de evitar ou diminuir os riscos de acidente. Os empregados vão além de suas “obrigações” para identificar comportamentos e 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. condições de risco para, intervindo, corrigi-los. Sendo assim, a segurança não é uma prioridade que pode ser mudada dependendo das exigências da situação; ao contrário, é um valor que está ligado a todas as outras prioridades, porém, isto é mais fácil ser dito do que ser feito. Entre os fatores responsáveis pela segurança e pela saúde, temos a gestão de pessoas, que deve estar voltada à formação de uma consciência prevencionista em todos os níveis da empresa, com o objetivo maior de alcançar uma cultura de segurança na organização e a gestão de ambiente e comportamental. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, no ano de 2009, os riscos decorrentes dos fatores ambientais do trabalho geraram 83 acidentes a cada hora, bem como uma morte a cada 3,5 horas de jornada diária, totalizando 2,5 mil registros apenas naquele ano. Por isso, a necessidade de uma gestão de segurança dentro do ambiente de trabalho. Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que o Brasil é o 4º colocado mundial em acidentes fatais e o 15º em acidentes gerais. O fenômeno acidente do trabalho possui natureza complexa, apresentando-se como resultado indesejado da interação de uma rede múltiplos fatores causais. Dada a origem multifatorial e complexa deste evento, infere-se a necessidade de buscar todos os fatores que participam de sua gênese. A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na prevenção de acidentes. Muitos empresários têm a ideia errônea de que devem diminuir seus investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de pessoal de segurança do trabalho e medidas de segurança. O custo de um acidente pode trazer inúmeros prejuízos à empresa. Equiparam-se aos acidentes de trabalho os acidentes que acontecem quando o trabalhador: • está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho; • estiver em viagem a serviço da empresa; • estiver no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa; • doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho); • doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho). 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.2 CLASSIFICAÇÃO DE MONTEAU Monteau sugere uma classificação dos acidentes do trabalho, que pode auxiliar na escolha de métodos para sua investigação,em condições de segurança do trabalho heterogêneas, como as existentes em nosso país. Ele classifica em três tipos. IMPORTANTE Equiparam-se aos acidentes de trabalho os acidentes que acontecem quando o trabalhador está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho. MONTEAU analisa as principais características do fenômeno acidente (AT) segundo as fases de controle de risco das empresas e as respectivas taxas de frequência de AT, sugerindo uma classificação de acidentes de trabalho (TIPO 1, TIPO 2 e TIPO 3) que pode auxiliar a investigação das condições que possibilitaram a ocorrência destes eventos. • Tipo 1: Estrutura linear; • Tipo 2: Conjunções de poucos fatos variados; • Tipo 3: Conjunções de muitos fatos variados. Na tipo 1, a taxa de frequência é elevada e apresenta uma estrutura de poucos ou um único fator; é capaz de desencadear o acidente de trabalho. Eventos do tipo 1 são frequentes em empresas onde inexiste sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho ou onde essa gestão é ineficaz. A gravidade dos danos pode ser alta, inclusive com a ocorrência de acidentes fatais. Entre as situações acidentogênicas temos: • frequência de aparecimento: alta; • atividades em desenvolvimento: habituais e cotidianas; • natureza dos problemas: desrespeito às medidas de segurança; • diagnóstico a priori: fácil; • como diagnosticar: inspeções de segurança de rotina; • sistema de gestão de SST: inexistente ou ineficaz. 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Podemos tomar como exemplo, o trabalhador sobe em telhado de fibrocimento, sem nenhuma proteção contra quedas, e cai de altura de 20 metros, vindo a falecer. Na tipo 2, a taxa de frequência é moderada e apresenta uma estrutura de acidentes de trabalho com conjunções de alguns fatores para o acontecimento. Eventos do tipo 2 em geral ocorrem em empresas com sistemas de gestão de SST reativo e baseado em controle de comportamentos, que fundamentam a segurança na avaliação policialesca de falhas visíveis e na capacitação, sem abandonar a punição. Assim, no tipo 2, temos as seguintes situações acidentogênicas: • frequência de aparecimento: esporádica; • atividades em desenvolvimento: manutenção, recuperação de incidentes, alterações não programadas ou não esperadas, atividades sequenciais interdependentes etc.; • natureza dos problemas: relacionados a fatores da organização do trabalho/ gerenciamento da empresa • diagnóstico a priori: baseado em bom nível de conhecimento do sistema e das atividades; • como diagnosticar: análises específicas; • sistema de gestão de SST: reativo e baseado em controle de comportamentos. Podemos tomar como exemplo, a furadeira de peças, com sistema de fixação do conjunto peça-gabarito, quebra e é temporariamente substituída por outra furadeira de peças, mas sem fixação. Durante a furação, uma peça sem fixação escapa, atingindo o operador. Na tipo 3, a taxa de frequência é baixa e apresenta uma estrutura de acidentes de trabalho com conjunções de vários fatores para o acontecimento. Entre as situação acidentogênicas do tipo 3, temos: • frequência de aparecimento: excepcional; • atividades em desenvolvimento: não habituais ou inespecíficas; • natureza dos problemas: acúmulo de fatores; • diagnóstico a priori: requer bom conhecimento sobre o sistema; • como diagnosticar: auditorias, AET e outros; 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • sistema de gestão de SST: implantado e em funcionamento. Podemos tomar como exemplo, uma empresa que possui dois pega-toras (equipamentos tipo guindaste, destinados a transportar grandes toras de madeira). Por questões de redução de vendas, tem sido utilizado somente um deles. Cada um dos pega-toras tem sistema de operação diferente. Um dos operadores do turno noturno, sem o que fazer, está deslocado para outras tarefas no turno diurno. FIQUE ATENTO Podemos tomar como exemplo, o trabalhador sobe em telhado de fibrocimento, sem nenhuma proteção contra quedas, e cai de altura de 20 metros, vindo a falecer. O pega-toras, em uso, entra em pane durante o turno noturno e a equipe de manutenção de plantão (reduzida) não consegue consertá-lo. O operador disponível não está habituado a operar o outro equipamento. Um carregamento de toras, aguardado para o dia seguinte, chega à empresa ainda durante a noite e precisa ser descarregado. O supervisor designa o operador do pega-toras em pane para operar o outro raramente utilizado e determina que a descarga das toras seja feita de forma acelerada. Nessa situação, o trabalhador sofre um acidente. No Brasil, as empresas normalmente adotam uma visão monocausal nas análises de acidentes, que consiste na procura por uma causa única e fundamental para a ocorrência do acidente, no indivíduo ou no meio que o cerca, atos e condições inseguras, respectivamente. Na maioria dos acidentes, a falha humana é considerada como causa, o que é uma visão limitada, e que por isso, impede soluções definitivas para o problema. Para compreensão das causas dos acidentes faz-se necessário buscar respostas mais profundas, que só poderão ser obtidas com a migração da Visão Monocausal para uma Visão Multicausal, a qual considera que as causas dos acidentes são decorrentes da interação de diversos fatores humanos e organizacionais. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.3 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL A Revolução Industrial começou na Inglaterra e, posteriormente, espalhou-se pelos Estados Unidos e pela Europa Ocidental. O processo evolutivo nas operações de manufatura ocorreu entre 1760 e 1840. Essa etapa de transformação culminou na utilização de máquinas, na fabricação de produtos químicos, nos processos de produção do ferro, na maior eficiência da utilização da água como recurso de energia a vapor e no aperfeiçoamento de ferramentas, além da substituição da madeira pelo carvão mineral. No Brasil, a evolução da segurança do trabalho aconteceu mais tarde do que na Europa, uma vez que a nossa revolução industrial começou por volta de 1930. O país passava por um momento de desenvolvimento, mudando a economia de agrária para industrial. Nessa época, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, iniciou o processo de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criação da CLT, em 1943. SE LIGA O pega-toras em uso entra em pane, durante o turno noturno, e a equipe de manutenção de plantão (reduzida) não consegue consertá-lo. O operador disponível não está habituado a operar o outro equipamento. A Lei que tratava da proteção ao trabalho dos menores, foi desenvolvida só em 23 de janeiro de 1819, devido à preocupação prevencionista que existia. Esta foi a primeira lei brasileira sobre acidentes de trabalho. A partir daí foi possível, em 21 de abril de 1941, empresários fundarem a Associação Brasileirapara Prevenção de Acidentes (ABPA). A Constituição Federal de 1934 incluiu a Justiça do Trabalho no capítulo "Da Ordem Econômica e Social". A função a ela atribuída era a de resolver os conflitos entre empregadores e empregados, dando origem à CLT e, no ano seguinte, com a reforma da lei de acidentes de trabalho, foi possível surgir a COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, conhecida como CIPA. 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A regulamentação da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) só veio acontecer no ano de 1960. Com isso, em 1966 foi criada, conforme Lei n° 5.161 a Fundação Centro Nacional de Segurança Higiene e Medicina do Trabalho, a atual Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, em homenagem ao seu primeiro presidente, hoje mais conhecida como FUNDACENTRO. A criação da Fundacentro foi sem dúvida um dos grandes feitos na história da segurança do trabalho e, partir de ações da entidade, a segurança do trabalho pode avançar de forma significativa. A Portaria 3.237, do Ministério do Trabalho de 1972, criou os serviços de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho nas empresas. Foi o divisor entre a fase do profissional espontâneo e o legalmente constituído. Esta portaria criou os cursos de preparação dos profissionais da área. Em 1978 foi feita a criação das NR – Normas Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria 3.214 do MTE, aproveitando e ampliando as postarias existentes e Atos Normativos, adotados até na construção da Hidrelétrica e Itaipu. Na ocasião foram criadas 28 NR’s. Essa portaria representou um dos principais impulsos dados à área de Segurança e Medicina do Trabalho nos últimos anos. Devido à escassez de profissionais para compor o SESMT, em 1979 ocorreu uma resolução que regulamentou e realizou a criação de cursos em voltados à necessidade que se tinha para esses profissionais. Em 1983 a Portaria n° 33 alterou a Norma Regulamentadora 5 introduzindo nela os riscos ambientais. Em 1985 foi oficializada a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e criada a categoria profissional de Técnico em Segurança do Trabalho. No ano seguinte, correu a regulamentação para as profissões de Enfermagem, Técnico em Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 5: Interseção do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Em 1990 o quadro do SESMT da Norma regulamentadora 4 foi atualizado. O SESMT a partir de então é formado por: • Engenheira de Segurança do Trabalho; • Medicina do Trabalho; • Enfermagem do Trabalho; • Técnico em Segurança do Trabalho; • Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. A Lei 8.213/91, que foi posteriormente alterada pelo Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992, também estabelece, nos artigos 19 a 21 e no artigo 22, a obrigação da empresa em comunicar os Acidentes do Trabalho às autoridades competentes. Em 1994 a NR 9, que anteriormente era nomeada como “Riscos Ambientais”, teve sua nomenclatura alterada para “Programa de Prevenção de Riscos Ambientais”. As empresas e trabalhadores da área, que trabalhavam sobre essas normas na época, imaginaram que tal mudança na norma resultaria em mudanças permanentes e impactantes nos conceitos da segurança do trabalho. Apesar dos impactos que a NR 9 trouxe terem sido de grande escala, a norma não chegou ao patamar do que se era imaginado. No ano de 2001 entra em vigor a Portaria n° 458, de 4 de outubro de 2001, e fica proibido a partir de então, o trabalho infantil no Brasil. O termo Ato Inseguro é retirado do item 1.7 da Norma Regulamentadora 1 em 2009. E isso é motivo de PPRA Higiene física, química, ocupacional, biológica. Segurança do trabalho PCMSO Admissional, periódico, demissional, mudança de função, retorno ao trabalho. Medicina do Trabalho ASO (ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL) Exames médicos 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. comemoração para muitos prevencionistas, que reclamam que o termo retirava, em muitas vezes, a responsabilidade do empregador. Pois, era fácil rotular os acidentes somente como Ato Inseguro, e isso dificultava encontrar a verdadeira causa. 1.4 HIERARQUIA LEGISLATIVA É importante conhecer e compreender corretamente a relação hierárquica existente entre as diferentes espécies normativas que integram nosso ordenamento jurídico. A repartição de competência legislativa entre os entes da federação pode ser horizontal, na qual se estabelecem campos materiais distintos, em atenção ao princípio da predominância do interesse, pelo qual cabe à União as matérias em que predomine o interesse nacional; aos Estados, as de interesse regional e aos Municípios as de interesse local, o que será sempre averiguado de acordo com a Constituição, em respeito ao denominado princípio da supremacia constitucional. A pirâmide de Kelsen representa um sistema normativo, em que há normas de hierarquia diversas. No topo da pirâmide está a Constituição. Em nível intermediário estão as leis. Em níveis inferiores os decretos editados pelo Poder Executivo. Para Kelsen, o fundamento de validade, não expresso, mas pressuposto, de uma determinada norma, não é o fato de uma pessoa ter posto essa norma num certo tempo e lugar, mas a norma segundo a qual devemos obedecer às ordens ou mandamentos daquela pessoa. A consequência é que normas de hierarquia inferior deverão observar as de hierarquia superior. Se uma norma inferior entra no ordenamento jurídico e viola a superior, aquela não pode ser apta a produzir efeitos jurídicos. Se a norma superior é inaugurada no sistema normativo e viola a inferior, ocorre a ab-rogação (revogação integral) ou derrogação (revogação parcial) desta. “as leis se classificam, hierarquicamente, segundo a maior ou menor extensão de sua eficácia e sua maior ou menor intensidade criadora do direito. Sob o primeiro aspecto, nos regimes políticos baseados na federação, as leis se distinguem em federais, estaduais e municipais. Sob o segundo aspecto, a classificação hierárquica se baseia na conformidade das normas inferiores às de categoria superior e esta conformidade se traduz em dois princípios: o da constitucionalidade e o da legalidade” (RÃO, 1999, p. 23). 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As leis federais têm precedência – ou seja, prioridade – sobre as leis estaduais e municipais, contemplando aspectos importantes da rotinado país. Nesse sentido, a liberdade de legislação dos estados e municípios é relativamente estreita. As leis delegadas são consideradas ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo, nos âmbitos federal, estadual e municipal, com a autorização da sua respectiva casa legislativa, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O chefe do executivo solicita a autorização e o poder legislativo fixa o conteúdo e os termos de seu exercício. Depois de criada a lei pelo chefe do executivo, ela é remetida ao legislativo para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o legislativo a aprova, contudo, essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. Ao contrário do que muitos podem ser levados a acreditar, as leis federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau hierárquico. Assim sendo, um eventual conflito entre leis federais e estaduais ou entre leis estaduais e municipais não será resolvido por um critério hierárquico; a solução dependerá da repartição constitucional de competências. Analisando as normas federais, estaduais, municipais e distritais, convém ressaltar que também não existe hierarquia entre as normas oriundas de diferentes entes da federação brasileira. Portanto, descabe afirmar a superioridade da lei federal diante da lei estadual ou municipal. Afinal, o exercício de suas competências legislativas constitucionais, cada ente federado é dotado de autonomia política, inexistindo subordinação entre estes. As portarias são atos administrativo de qualquer autoridade pública, que contêm instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação da sua competência. No Direito do Trabalho, os princípios constituem o fundamento do ordenamento jurídico. Dentre os principais princípios informadores do Direito do trabalho pode-se elencar o princípio da irrenunciabilidade dos direitos, princípio da continuidade da relação de emprego, princípio da primazia da realidade, princípio da razoabilidade, princípio da boa-fé e princípio protetor. 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.5 LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL O acidente pode decorrer de um acontecimento brusco e repentino (acidente típico), quando a data do acidente coincide com a do evento lesivo. Pode decorrer de doença do trabalho ou profissional, que foram equiparadas legalmente ao acidente típico. Nesses casos, a data do acidente é uma criação jurídica, já que as doenças ocupacionais são de lenta e progressiva evolução, pois, são decorrentes de um ambiente de trabalho agressivo ou de uma atividade laborativa agressiva. A legislação acidentária no Brasil seguiu o modelo germânico, modelo este que, fica para o Estado o monopólio do seguro acidentário. As peculiaridades do modelo germânico são que as empresas ficaram obrigadas a firmarem contrato de seguro de acidentes do trabalho, jurisdição especial para julgar as causas decorrentes de acidente de trabalho, e a fixação das indenizações através de lei, com órgão estatal. Ocorre que, apesar do sistema germânico adotar uma jurisdição especial, para julgar as ações decorrentes de acidente de trabalho, no Brasil, até 2004, competia à justiça comum processar e julgar esse tipo de litígio. Além das Constituições Federais de 1934, 1937 e 1942 trazerem expressamente a competência da justiça Estadual, para dirimir conflitos decorrentes de acidente de trabalho, também a súmula nº. 501, do Supremo Tribunal Federal, editada em 1969, declarava a competência da justiça ordinária estadual para processar e julgar, em ambas as instâncias, causas decorrentes de acidentes de trabalho. (MARTINS, 2010). A segunda (ergopatia ou mesopatia ou doenças atípicas) advêm não da profissão em si, mas das condições do exercício da função e do ambiente do trabalho. A doença do trabalho não depende da existência de qualificação profissional do obreiro, não acompanha o trabalhador no exercício da atividade. Alcança todos que laborem em condições adversas à saúde. É contraída, deflagrada ou agravada em virtude das circunstâncias em que o trabalho é realizado. Os acidentados devem provar que a atividade exercida determinou o surgimento ou o agravamento da doença. Não há presunção de nexo causal entre a doença e o labor, mesmo sendo obrigatório que a doença ou lesão esteja relacionada como tal 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. na lista de que trata o Anexo II do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social do Decreto nº.3.048, de 06 de maio de 1999. A primeira lei brasileira que tratava das questões previdenciárias foi um Decreto de 01/10/1821, de Dom Pedro, concedendo aposentadoria aos mestres e professores que completavam 30 anos de serviço. No entanto, o marco da Previdência Social no Brasil foi a publicação da Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682 de 24/01/1923) que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários, em nível nacional, garantindo aposentadoria por invalidez, doença, velhice e morte. Posteriormente, os benefícios foram estendidos para os trabalhadores dos serviços portuários, marítimos, telegráficos, de luz, bonde e bancários, por meio de legislações próprias. Com o passar do tempo, as caixas de aposentadoria e pensões foram agrupadas em “Institutos de Aposentadoria e Pensões”. Em 1966, todos os institutos foram unificados pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o embrião do atual INSS (MARTINS, 2010). De acordo com a Constituição Federal, a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Isso significa que seu acesso é universal e igualitário, independentemente de contribuição direta pelo segurado. O Estado, no sentido de ente público — o que inclui Estados, Distrito Federal, União e Municípios — deve promover políticas sociais e econômicas com o objetivo de reduzir o risco de doenças, mediante ações e serviços para a proteção, promoção e recuperação da saúde. Isso significa que as ações voltadas à saúde pública devem tanto ser preventivas, quanto recuperativas. O Direito Previdenciário é, portanto, fundamental para a garantia do direito social de previdência social e, consequentemente, da dignidade do ser humano. Os sindicatos são a união dos trabalhadores para defenderem seus interesses, manifestarem seus anseios e conduzirem a luta por suas necessidades. A Contribuição Sindical, até outubro/2017, era devida por todos aqueles que participassem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão (artigo 583, decreto 5.452). A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusivefotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no artigo 591. (NR pelo Decreto-Lei nº 229/1967) A legislação trabalhista em vigor está permitindo que os trabalhadores se tornem menos dependentes dos sindicatos, mas ao mesmo tempo, que fiquem mais expostos aos ditames da empresa em que trabalham, exigindo dos mesmos maior organização coletiva. 1.6 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS As primeiras legislações sobre férias começaram a surgir no fim do século XIX, e eram permitidas, apenas quando o empregador oferecia. Na Dinamarca, por exemplo, havia uma lei que garantia o direito, mas somente para o trabalho doméstico. Posteriormente, começaram surgir leis nesse sentido, exemplo dos ingleses que adotaram lei específica em 1872 para determinadas indústrias. Mas esse direito conquistou um alcance mundial, mesmo com a criação da Organização Internacional do Trabalho. Férias é o período em que o trabalhador tem o direito de gozar de 30 dias de descanso. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, as férias mantêm a saúde e a segurança do trabalhador. Todo o funcionário terá direito às férias, não havendo prejuízos a sua remuneração, além disso, esse período é contabilizado como tempo de serviço. O artigo 129 da lei da CLT diz: “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (Art. 129). A jornada de trabalho é o período estabelecido no contrato da empresa, que deve ser cumprido pelo empregado. A CLT prevê a quantidade máxima de 8 horas diárias, um total de 44 horas semanais, desde que não seja definido outro horário específico. Essas horas devem estar registradas em um documento, que pode ser chamado de folha de ponto para o controle de horas. Ele anotará o seu horário de saída e término, além dos intervalos. Para muitos empregados, a jornada de trabalho serve para mensurar em que momento estes passam a receber horas extras e engordar os seus vencimentos no final do mês. Por outro lado, este não é o objetivo da Lei, a mesma está preocupada 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. em evitar abusos por parte do empregador e exposição do empregado a uma carga horária que possa prejudicar sua saúde e o próprio convívio familiar e social. Segundo o artigo. 7º inciso XIII, da Constituição Federal, a jornada de trabalho terá a duração de no máximo 8 horas diárias, com o limite de 44 horas semanais, esclarecendo que jornadas menores podem ser fixadas pela Lei, convenções coletivas ou regulamento de empresas. Tabela 2: 44 horas semanais com e sem compensação SEM COM Segunda 08:00 08:40 Terça 08:00 08:40 Quarta 08:00 08:40 Quinta 08:00 08:40 Sexta 08:00 08:40 Sábado 08:00 Folga Domingo Folga Folga Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Atividades insalubres são aquelas em que os trabalhadores são expostos a agentes prejudiciais à saúde, em quantidades acima do que são permitidas por lei. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem na Norma Regulamentadora 15. Diante do disposto no artigo 192 da CLT, o trabalho exercido em condições insalubres garante ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário-base do empregado, conforme inteligência da súmula 228 do Tribunal Superior do Trabalho. O percentual pode variar de 10%, 20% ou de 40%. Considerando que a base de cálculo do adicional de insalubridade é o salário- mínimo da região. Periculosidade é a qualidade daquilo que é perigoso ou arriscado à vida. A diferença entre insalubridade e periculosidade causa muitas dúvidas, tanto para os trabalhadores, que recebem o adicional, como às empresas que pagam. É muito comum se deparar com uma pessoa que acredita estar recebendo o adicional de 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. periculosidade, mas na verdade é insalubridade. Também ocorre de uma pessoa não entender o valor adicional do benefício, por acreditar que este está inferior ao de uma determinada pessoa. “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos” (Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 189º). Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos do art. 5º, I da CF/88, porém, sempre que houver uma diferença que os desiguale, a lei deve implementar formas de eliminá-la levando em conta os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, de modo a concretizar a igualdade também em sua acepção material. Com a realização das convenções da OIT, a tutela do trabalho da mulher foi se aprimorando progressivamente e, ainda em 1919, deu-se importante passo em relação à proteção da empregada gestante, com a realização da Convenção OIT nº 3, relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto (proteção à maternidade), assegurando o afastamento da mulher do trabalho sem prejuízo do salário, licença-maternidade de 12 semanas, a qual podia ser inclusive prorrogada por motivo de saúde da gestante, mediante exibição de atestado médico e dois intervalos de meia hora para amamentar o filho. Também em 1919, a Convenção OIT nº 4 estabeleceu a proibição do trabalho da mulher nas indústrias. Proteção do trabalho da mulher: quando não específicas, e por força de igualdade entre homens e mulheres, constitucionalmente assegurada, as normas trabalhistas se aplicam sem distinção; quando necessária proteção especial, assegurada por lei extravagante, esta prevalecerá; se for menor de 18 anos, aplicam-se prioritariamente as leis de proteção aos menores de idade; é vedada a discriminação de salário por motivo de sexo e de trabalho insalubre às mulheres, que gozam ainda, de proteção à maternidade e à aposentadoria. 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO 2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA O sistema de gestão de segurança é uma terminologia usada para se referir a sistemas abrangentes concebidos para gerenciar aspectos de risco de segurança operacional ("safety", sistema de gerenciamento da segurança operacional - SGSO), de segurança contra atos ilícitos ("security", sistema de gerenciamento da segurança contra atos ilícitos), de saúde ("health", sistema de gerenciamento da segurança da saúde), de meio ambiente ("environment", sistema de gerenciamento da segurança do meio ambiente) e em geral da indústria. Certas estruturas regulatórias e de fiscalização são aplicáveis. Um SGS (SMS) é a aplicação da gestão da qualidade de forma específica para a segurança.Os SGS se destinam a apoiar um movimento de afastamento da regulação prescritiva (que especifica os critérios que devem ser respeitados) em direção à regulação baseada em desempenho, que descreve os objetivos e permite que cada entidade regulada desenvolva seu próprio sistema para atingir os objetivos. Em outras palavras, a indústria deve desenvolver suas próprias políticas e sistemas para reduzir o risco, os quais devem incluir a implementação de sistemas para relatar e corrigir as deficiências. O regulador modifica então sua ênfase em verificação da conformidade com os regulamentos, passando a examinar os sistemas organizacionais e sua efetividade. A saúde e a integridade física dos funcionários de uma empresa são os principais suportes do sucesso. Para proteger e promover ainda mais a saúde e o desempenho dos funcionários, um novo padrão de sistema de gerenciamento de ISO 45001 foi desenvolvido. A política de segurança e saúde do trabalho (SST) deve ser apropriada à natureza e à escala dos riscos da SST da organização, tal pressupõe que a organização considera como prioridade a prevenção da sinistralidade laboral e das doenças profissionais. Quando uma organização tem consciência da natureza e gravidade dos seus riscos e dos perigos associados às suas atividades, concretiza 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. uma das etapas mais importantes para a consolidação e suporte dos princípios basilares da prevenção. O responsável da SST da organização apresenta os resultados do diagnóstico inicial, tentando sensibilizar a gestão de topo, para as vantagens de implementar um SGSST. A organização deve começar a ministrar formação apropriada aos seus diretores e quadros superiores e médios. O responsável pela aplicação efetiva do sistema, poderá necessitar ter formação em sistemas de gestão e nos requisitos da norma que a organização decida aplicar. Para além da formação é essencial começar a promover ações de sensibilização para o maior número possível de colaboradores, a fim de conseguir a adesão de todos e a boa colaboração de cada um para a implementação do sistema. Devem ser criados canais de comunicação que permitam informar todos os colaboradores sobre o desenvolvimento do projeto. A norma ABNT NBR 18001/2010 define sistema de gestão como sendo “uma estrutura organizacional com definições de responsabilidades técnicas e administrativas para desenvolver e implementar sua política de SST e para gerenciar seus riscos por meio de técnicas e das melhores práticas disponíveis de SST”. A gestão da segurança e da saúde ocupacional até recentemente estava situada em um modelo que lhe atribuía um caráter marginal dentro da organização, com a finalidade única de atender a legislação pertinente, que tentava mudar o comportamento dos trabalhadores, por serem considerados os únicos culpados pelos acidentes, além de não permitir a participação deste grupo de interessados nas questões relacionadas à SSO (BENITE, 2004). A implantação de uma gestão eficiente de Saúde e Segurança do Trabalho traz benefícios nas mais variadas esferas da empresa. Ela melhora a vida dos empregadores e empregados e aumenta a sensação de segurança dentro do ambiente de trabalho. Ter um sistema integrado, que mostra detalhadamente quais ações foram tomadas e que resultados foram gerados a partir dessas ações, torna o processo de segurança mais eficiente e eficaz. Um dos maiores benefícios para uma empresa que realiza a gestão eficiente e responsável de SST é a redução do absenteísmo durante o ano, pois, ela reduz as chances de acidentes de trabalho e melhora o ambiente em que o profissional atua. 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Todos esses cuidados melhoram a qualidade de vida e saúde física do trabalhador, diminuindo o número de faltas por doença e afastamento temporário por acidentes. Quando as ações estratégicas para solucionar ou minimizar os riscos e acidentes são colocadas em prática, há uma redução no custo dos acidentes de trabalho, gerando economia com processos judiciais, o pagamento de FGTS durante todo o período de afastamento do colaborador da empresa, diminuição no absenteísmo, presenteísmo, aumento do Fator Acidentário Previdenciário (FAP), assim como multas pela falta de segurança dos trabalhadores, entre outros itens. 2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO Fundada em 1919 para promover a justiça social, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a única agência das Nações Unidas, que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização. Em 1926, a Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu uma inovação importante, a comissão de peritos, composta por juristas independentes e que examina os relatórios enviados pelos governos sobre a aplicação de convenções por eles ratificadas (as chamadas “memórias”). Todo ano, esta comissão apresentam seu próprio relatório à conferência. Na década de 30 a OIT é confrontada com o problema do desemprego em massa, produto da grande depressão. Como resultado, as convenções adotadas ofereciam um mínimo de proteção aos desempregados. Valores e princípios básicos da OIT até hoje: • o trabalho deve ser fonte de dignidade; • o trabalho não é uma mercadoria; • a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos; • todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem-estar material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades. 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A OIT realiza anualmente (todo mês de junho) a Conferência Internacional do Trabalho, que funciona como uma Assembleia Geral. Cada Estado-membro tem direito a enviar quatro delegados à Conferência, acompanhados por conselheiros técnicos: dois representantes do governo, um dos trabalhadores e um dos empregadores, todos com direito a voto independente. Nestas conferências internacionais é que se originam as convenções, recomendações e resoluções que tratam das relações do trabalho. As Convenções depois de votadas precisam ser ratificadas dentro do prazo de 12 meses, pois, do contrário, entende-se ter ocorrido a Concordância Tácita. Enquanto que a Recomendação não é ratificada. As normas internacionais de trabalho são apoiadas por um sistema de controle que é único no nível internacional e que ajuda a assegurar que os países implementem as convenções que ratificam. A OIT examina regularmente a aplicação de normas nos Estados-membros e aponta as áreas onde elas poderiam ser melhor aplicadas. Se houver algum problema na aplicação das normas, a OIT procura ajudar os países através do diálogo social e da assistência técnica. Em 4 de maio de 2006, durante a XVI Reunião Regional Americana, em Brasília, oGoverno brasileiro lançou oficialmente a Agenda Nacional de Trabalho Decente (ANTD), elaborada em consulta com organizações de empregadores e de trabalhadores. Desde então, as áreas de atuação da OIT no Brasil têm se articulado. 2.3 NORMAS TÉCNICAS No Brasil, a segurança e a saúde ocupacionais são regulamentadas na forma dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Este serviço está previsto na legislação trabalhista brasileira e regulamentado pela portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, considerando o disposto no art. 200, da CLT, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977 do Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio da Regulamentadora 4,(NR-4) e as normas da ABNT referentes a segurança no trabalho. https://pt.wikipedia.org/wiki/Consolida%C3%A7%C3%A3o_das_Leis_do_Trabalho 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • NR 01 - Disposições Gerais • NR 02 - Inspeção Prévia (Revogada pela Portaria SEPRT 915, de 30 de julho de 2019)SEPRT 915, de 30 de julho de 2019) • NR 03 - Embargo ou Interdição • NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho • NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI • NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional • NR 08 - Edificações • NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais • NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade • NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais • NR 12 - Máquinas e Equipamentos • NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão • NR 14 - Fornos • NR 15 - Atividades e Operações Insalubres • NR 16 - Atividades e Operações Perigosas • NR 17 - Ergonomia • NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção • NR 19 - Explosivos • NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis • NR 21 - Trabalho a Céu Aberto • NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração • NR 23 - Proteção Contra Incêndios • NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho • NR 25 - Resíduos Industriais • NR 26 - Sinalização de Segurança 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho (Revogada pela Portaria 262, de 30/05/2008) • NR 28 - Fiscalização e Penalidades • NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário • NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário • NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura • NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde • NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados • NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval • NR 35 - Trabalho em Altura • NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados • NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo • NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) • NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) • NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) • NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual – EPI (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) • NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) Em março de 2002 encontravam-se atualizados 71 convênios (de 184), 5 protocolos e 73 recomendações (de 1945). Encontra-se em curso de elaboração outra ferramenta, que inclui uma base de dados com análises por país. Esta base de dados disponível no site da OIT contém informações, para cada Estado-membro, acerca dos convênios atualizados que se convida a ratificar, além de dados sobre a legislação e a prática dos Estados em relação às normas. A presente publicação, 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. assim como a base de dados, responde a um pedido do Conselho de Administração que almejava assegurar a divulgação dos resultados de seus trabalhos. • Capítulo 1. Liberdade sindical, negociações coletivas e relações de Trabalho • Capítulo 2. Trabalho forçado • Capítulo 3. Igualdade de oportunidades e de tratamento • Capítulo 4. Eliminação do trabalho infantil e proteção dos menores • Capítulo 5. Administração e inspeção do trabalho • Capítulo 6. Consultas Tripartites • Capítulo 7. Política e promoção do emprego • Capítulo 8. Orientação e formação profissionais • Capítulo 9. Política Social • Capítulo 10. Salários • Capítulo 11. Tempo de trabalho • Capítulo 12. Seguridade e saúde no trabalho • Capítulo 13. Seguridade social • Capítulo 14. Proteção da maternidade • Capítulo 15. Trabalhadores do mar • Capítulo 16. Trabalho portuário • Capítulo 17. Trabalhadores migrantes • Capítulo 18. Povos indígenas e tribais • Capítulo 19. Categorias particulares de trabalhadores 2.4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO – NR 4 Sabemos que grande parte dos acidentes de trabalho ocorre porque os trabalhadores encontram-se despreparados para enfrentar certos riscos. Baseado nesse aumento de acidentes decorrentes das atividades profissionais criou-se em 1976 o SESMT a partir do Decreto-Lei Nº 229, de 28/02/1967. E posteriormente foi regulamentado, mais precisamente em 1972 pela Portaria Nº 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3237. Em 1990 o quadro do SESMT foi alterado, sendo introduzidos todos os profissionais que participam dele atualmente. A Norma Regulamentadora 4 – NR4, cujo título é Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O SESMT é constituído por profissionais da área da saúde, variando somente a quantidade de empregados e o tipo das atividades. Estão entre eles: • Enfermeiros do Trabalho • Técnicos de Enfermagem do Trabalho • Engenheiro de Segurança do Trabalho • Técnico de Segurança do Trabalho • Médico do Trabalho Cada profissional desempenha uma função específica dentro da empresa. Os médicos,por exemplo, são responsáveis pelas questões relacionadas à saúde, como prescrição de medicamentos, primeiros socorros, tratamentos, vacinações e diagnósticos e por tratar dos casos de acidentes que estão sujeitos a acontecer em qualquer empresa. Os engenheiros e técnicos fazem parte da seção operacional, que é responsável por prevenir que aconteçam acidentes de trabalho, mantendo os equipamentos em bom funcionamento. Entre as cláusulas da NR-04 que esclarecem sobre os membros da SESMT, temos: • 4.4.1 Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente. 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • 4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser empregados da empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15, da NR-04. • 4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e medicina do trabalho a seus empregados através de SESMT comuns, organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas interessadas. • 4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos SESMT de instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às empresas o custeio das despesas. • 4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado, segundo os requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta NR. A NR4 estipula uma jornada de trabalho dos profissionais integrantes do SESMT. Segundo esta norma, os Técnico de Segurança do Trabalho, Auxiliares de Enfermagem do Trabalho e Engenheiros de Segurança do Trabalho devem ter uma jornada de trabalho de oito horas. Enquanto os Médicos do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho devem ter uma jornada de no mínimo três horas em período parcial ou seis horas em período integral. De acordo com a NR-04, compete ao SESMT as seguintes funções: a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de Medicina do Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”; d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR-05; f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração permanente; g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando os em favor da prevenção; h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho; j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 (cinco) anos; k) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades”. Figura 6: Quadro III da NR 4 Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 7: Quadro IV da NR 4. Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). Figura 8: Quadro V da NR 4 Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). 38 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 9: Quadro VI da NR 4. Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). É importante destacar, que o item 4.19 da NR-04 estabelece que: A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimentodo referido exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações, se devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR-28. Portanto, as empresas devem cumprir o estabelecido pelas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Evitando assim, possíveis notificações, interdições e/ou embargos pelos órgãos competentes, tal como despesas trabalhistas e previdenciárias. O texto da NR 4 que se refere ao dimensionamento do SESMT está previsto no item 4.2. Vejamos: o dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da, atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II anexos, observadas as exceções previstas nesta NR. 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. De maneira geral, o que tal texto da NR quis dizer é que o dimensionamento do SESMT é feito com base no grau de risco da atividade (que consta no Quadro I) e número total de empregados (Quadro II). Figura 10: Quadro I da NR 4. Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). 40 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 11: Quadro II da NR 4 Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016). 2.5 TRANSPORTE ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATÉRIAS – NR 11 A NR 11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. As operações de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras estão especificadas na cláusula 11.1 onde define que estes equipamentos devem ser construídos de modo a suportar a carga de projeto. Deve ser evitada a operação destas máquinas com emissão gases tóxicas em locais fechados. Os funcionários precisam de treinamento para operar estes equipamentos e os mesmos devem possuir buzina. Os transportes manuais de sacas especificadas na cláusula 11.2. Esta cláusula define que a distância máxima de transporte deve ser de 60 metros. Depois de 60 41 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. metros deve ser feita por carros. Para carga e descarga em caminhão é necessário ter ajudante. O número máximo de fiadas é definido em 30 para mecanizado e 20 para manual. É recomendado para empilhamento de saco o uso esteira ou máquinas de empilhamento (empilhadeiras) e deve ser evitado o transporte manual em pisos molhados. A cláusula 11.3 e 11.4 remetem-se ao armazenamento de matérias. Nelas informam que o peso do material a ser armazenado não deverá exceder a capacidade de carga calculada para o piso. Tabela 3: Anexo I-2 da NR11 ANEXO I – 2 Tipo Definição Fueiros Peça metálica em formato de L com um de seus lados encaixados sobre a base do carro porta-bloco, que garante a estabilidade das chapas durante e após a serrada e enquanto as chapas estiverem sobre o carro. Carro porta blocos e carro transportador O carro porta bloco e o carro transportador devem dispor de proteção das partes que ofereçam risco com atenção especial aos cabos de aço, ganchos, roldanas, rodas do carro, polias, correias, engrenagens, acoplamentos e partes elétricas. Nenhum trabalho pode ser executado com pessoas entre chapa. É proibida a retirada de chapas por um único lado do carro porta bloco. As operações dos carros devem ser realizada por, no mínimo, duas pessoas treinadas e capacitadas. Pátio de estocagem Nos locais do pátio onde for realizada a movimentação e armazenagem de chapas deve ser observado os seguintes critérios: ➢ Piso pavimentado, não escorregadio, sem saliências, nivelado e resistente ás cargas usuais; ➢ Área de armazenagem deve ser protegida contra intempéries. Cavaletes Os cavaletes devem estar instalados sobre bases construídas de material resistente e impermeável, de 42 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. forma a garantir perfeitas condições de estabilidade e de posicionamento, observando os seguintes requisitos: ➢ Garantir apoio adequado e altura mínima de 1,5 m; ➢ Os cavaletes verticais devem ser compostos de seções com largura máxima de 0,25 m; ➢ As distâncias entre cavaletes e paredes do local deve ser de no mínimo 0,50 m; ➢ A área principal de circulação de pessoas deve ser demarcada e possuir no mínimo 1,20 m de largura. Ventosas • Na movimentação de chapas com uso de ventosas, devem ser observados os seguintes requisitos mínimos: a. A válvula direcional das ventosas deve ter acesso e localização facilitada ao operador, respeitando a ergonomia e segurança do operador; b. Ventosas dotadas de dispositivo auxiliar que garanta a contenção da mangueira, evitando ricocheteamento em caso de desprendimento acidental; c. Borrachas das ventosas devem ter manutenção periódica e imediata substituição verificado desgaste, defeito ou deslocamento; d. Procedimentos de segurança em caso de falta de energia elétrica. As ventosas a vácuo gerado por equipamento elétrico devem possuir alarme sonoro e visual quando a pressão estiver fora dos limites de segurança. Cintas e laços sintéticos Movimentação de chapa para cargas com superfície extremamente escorregadias ou sensíveis. Cabos de aço Movimentação de chapa para cargas com superfície lisa, oleosa ou escorregadia. Correntes Movimentação de chapa para materiais em altas temperaturas e cargas que não tenham chapas ou perfis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. 43 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – NR 6 De acordo com a Norma Regulamentadora NR 6, é considerado Equipamento de Proteção Individual todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. É todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente, e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O equipamento de proteçãoindividual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias de sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho, enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e para atender a situações de emergência. Entre as obrigações do empregador, temos a de fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados, a depender da função e do risco de cada atividade, tal como exigir seu uso. Só deve ser fornecido ao trabalhador os EPI’s aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, ainda, o empregador também precisa orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação destes equipamentos. Quando danificado ou extraviado, o EPI deverá ser substituído imediatamente, bem como é necessário fazer a higienização e manutenção periódica, além de comunicar qualquer irregularidade observada no equipamento e registrar o seu fornecimento ao trabalhador, por meio de livros, fichas ou sistema eletrônico. 44 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A NR 6 também estipula responsabilidades para os fabricantes dos EPI e aos importadores dos mesmos, entre essas temos o cadastro realizado no órgão nacional competente, certificado de aprovação do EPI, quando a especificação do EPI mudar, manutenção da qualidade do EPI que originou o CA, comercializar somente o EPI que tenha CA, comunicar o órgão competente caso houver alterações de dados cadastrais, o EPI deve ser vendido com instruções técnicas, orientação de uso, manutenção, restrições e número de lote de fabricação e avaliar conformidades do EPI no âmbito Sinmetro. A NR 6 também lista quais são os equipamentos de proteção individual, como os presente na tabela a seguir: Tabela 4: EPI’s listados na NR 6 EPI para proteção EPI Objetivo CABEÇA Capacete Contra impacto de objetos, choques elétricos e para proteção do crânio e face contra agentes térmicos. Capuz ou balaclava Contra riscos de origem térmica, respingos e produtos químicos, agentes abrasivos e umidade proveniente de operações com uso de água. OHOS e FACE Óculos Proteção contra impacto de partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e respingos de produtos químicos. Protetor facial Proteção contra impactos de partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e respingos de produtos químicos. Máscara de solda Proteção contra impactos de partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta e 45 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. radiação infravermelha. AUDITIVA Circum-auricular Para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR 15. Inserção Semi-auricular RESPIRATÓRIA Respirador purificador de ar Proteção contra poeiras, névoas, fumos, radionuclídeos, vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm gases emanados de produtos químicos, partículas e gases emanados de produtos químicos. Respirador purificador de ar motorizado Proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos. Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido Para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em ambientes confinados. Máscara autônoma de circuito aberto ou fechado Para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em ambientes confinados. Respirador de fuga Contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas imediatamente perigosa à vida e à saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18% em volume. TRONCO Vestimentas Oferecem proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa, meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. MEMBROS Luvas Proteção contra agentes abrasivos e 46 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUPERIORES escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, choques elétricos, agentes térmicos, agentes biológicos, agentes químicos, vibrações e radiações ionizantes. Creme protetor Proteção dos membros superiores contra agentes químicos. Manga Para proteção do braço e antebraço contra choques elétricos, agentes abrasivos e escoriantes, cortantes e perfurantes, umidades provenientes de operações com uso de água, agentes térmicos e químicos. Braçadeira Proteção do antebraço contra agentes cortantes e escoriantes. Dedeira Proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes. MEMBROS INFERIORES Calçado Proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os dedos, agentes provenientes de energia elétrica, agentes térmicos, agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, umidade proveniente de operações com uso de água. Meia Proteção dos pés contra baixas temperaturas. Calça Proteção das pernas contra agentes abrasivos, escoriantes, químicos, térmicos e umidade proveniente de operações com uso de água. CORPO INTEIRO Macacão de segurança Proteção contra chamas, agentes térmicos, respingos de produtos químicos e umidade. Conjunto de segurança Conjunto de calça e blusão ou jaqueta ou paletó. 47 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Vestimenta de corpo inteiro Contra respingos de produtos químicos e umidade. QUEDAS COM DIFENÇA DE NIVEL Cinturão de segurança com dispositivo trava- queda Dispositivo de proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal Cinturão de segurança com talabarte Proteção contra risco de queda no posicionamento em trabalhos em altura. Fonte: Elaborado pelo autor (2019).48 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 3 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO 12, 24 E 26 3.1 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - NR 12 A Norma Regulamentadora 12, cujo título é Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas na instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando a prevenção de acidentes do trabalho. O homem não é apto, por si só, em seu meio de trabalho, a se proteger sem dispositivos de segurança. As máquinas e equipamentos devem se integrar, aos dispositivos de segurança. Dispositivos de segurança normalizados diminuem sensivelmente os riscos existentes, mas não eliminam totalmente. Ações adicionais, tais como capacitação contínua para operadores e pessoal da manutenção são sempre necessárias, bem como manutenções preventivas, conforme manuais são imprescindíveis. Figura 12: Estrutura NR12 Fonte: Elaborada pelo autor, 2019. Estrutura NR 12 18 Tópicos 12 Anexos Outros Anexos 8 áreas técnicas específicas 3 anexos de apoio 1 conteúdo programático 198 itens /subitens Moinhos e Sopradores 100 itens de aplicação imediata 56 itens de prazo de máquinas novas e usadas Distâncias seguras Acesso permanente Glossário técnico 49 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. A norma NR 12 está estruturada de uma forma que possa ser mais fácil compreendida e aplicada. Iremos principalmente estudar os 18 tópicos mais importantes e seus 12 anexos da NR 12. A NR 12 trata da Proteção do Trabalhador no uso de máquinas e equipamentos e de várias características a elas associadas. O empregador deve garantir condições e medidas seguras de trabalho, como: proteção coletiva e individual, administração e organização do trabalho. As máquinas devem atender aos princípios de falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização. Entre os pontos importantes da NR12 estão as cláusulas 12.1.1, 12.1.1.1 e a 12.2, onde temos: 12.1.1 “Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas,[...]” 12.1.1.1 “Entende-se como fase de utilização a construção, transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento.” 12.1.2. “As disposições desta Norma referem-se a máquinas e equipamentos novos e usados,[...]” O arranjo físico das instalações das fábricas é mencionado com o marcador principal 12.2. Estas cláusulas informam que as ferramentas a serem usadas durante a produção devem ser organizadas, armazenadas e dispostas em locais com especificações das mesmas e com suas finalidades. As máquinas estacionárias devem possuir medidas preventivas quanto à sua estabilidade, de modo que permaneçam estáveis e não se desloquem intempestivamente por vibrações, choques, forças externas previsíveis, forças dinâmicas internas ou qualquer outro motivo acidental. Nas máquinas móveis que possuem rodízios, deve se ter pelo menos duas travas. Na cláusula 12.3 da NR 12 estão presentes as informações sobre as instalações de dispositivos elétricos, onde entre as principais informações dessas especificações, temos: 50 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12.3.2 Devem ser aterradas, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as instalações, carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão. 12.3.6 As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e equipamentos devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme as normas técnicas oficiais vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e contato elétrico adequado, com características equivalentes aos condutores 3 elétricos utilizados e proteção contra riscos. 12.3.7 As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que utilizem energia elétrica fornecida por fonte externa devem possuir dispositivo protetor contra sobrecorrente, dimensionado conforme a demanda de consumo do circuito. 12.3.8 São proibidas nas máquinas e equipamentos: a) a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada; b) a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos; c) e a existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam energia elétrica. As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou possam estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes. 3.2 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO – NR 24 Nas especificações da Norma Regulamentadora 24 estão presentes informações de segurança com relação aos alojamentos, cozinha, instalações sanitárias, refeitórios e vestiários. Os alojamentos devem ter uma capacidade máxima de cem trabalhadores. Não sendo permitida a colocação de mais do que duas camas em posição vertical (beliches). As janelas devem ter medições mínima de 60 cm de lado. As cozinhas devem ser elaboradas nas proximidades dos refeitórios e devem ter ao menos uma ligação entre eles, que deverá ser utilizada como passagem para o local de alimentação. A altura mínima do teto deve estar a três metros. É imprescindível a utilização de portas metálicas ou de madeiras com métrica mínima de um metro de largura por dois metros e dez de altura. 51 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As instalações sanitárias devem ser separadas e indicadas pelo o sexo de uso dele. A cada vinte trabalhadores em atividade, é exigido um dimensionamento mínimo das áreas de um metro quadrado para cada cabine sanitária. As instalações sanitárias devem ter mictório de porcelana, ou outra composição semelhante, com acionamento da descarga manual ou automática. Com relação aos lavatórios, seu posicionamento deve ser feito em locais insalubres e devem conter uma torneira para a proporção de 10 trabalhadores em atividade. Em demais localizações é recomendado ouso de uma torneira para cada vinte operadores. Os refeitórios são necessários nas empresas que tenham mais de 300 funcionários. Estes devem ser colocados em regiões luminosas e apropriadas, onde não deverá haver ligação direta entre o refeitório, instalações sanitárias e localidades insalubres ou perigosos. Nos refeitórios a ventilação e a luminosidade devem seguir as normas das legislações municipal, estadual e federal. Os funcionários devem nesse local ter acesso à água potável, que podem ser fornecidas tanto por bebedouros de jato inclinados, como em copos individuais. Os vestiários devem ser instalados em todos os estabelecimentos em que sejam necessárias as trocas de roupa, seja esse em ambiente industrial ou não. No local deve ter armários para uso individual e separados por sexo. Por se tratar de uma Norma Regulamentadora, todas as suas exigências lidam diretamente com a garantia da segurança e da saúde de seus trabalhadores. Além disso, qualquer eventual problema, coloca a empresa diante de questões pagamentos financeiros por doenças, ou até mesmo morte, de funcionários, bem como questões judiciais trabalhistas. 3.3 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA – NR 26 A NR 26 foi criada com o intuito de alcançar todas as gestões dentro de uma empresa, de modo que fosse possível disponibilizar mais segurança aos seus funcionários, com informações de compreensão simples e objetiva, a fim de evitar interpretações desnecessárias à aplicação da norma, fazendo com que o mercado 52 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. de trabalho opere no mesmo sistema de regras, isto é, de forma padronizada promovendo uma melhoria dos processos. O primeiro ponto na NR 26 são as cores, que têm como objetivo indicar e advertir os riscos existentes, através dos reflexos e da visão. Devem ser utilizadas em estabelecimentos ou locais de trabalho, os quais possuam riscos a serem sinalizados. São utilizadas também para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e, por fim, para advertir contra riscos, tudo de acordo com o disposto nas normas técnicas oficiais. Embora a utilização de cores seja essencial, não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. A utilização das cores deve seguir as disposições de normas técnicas oficiais. Não devem ser utilizadas em excesso, já que podem provocar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. A norma brasileira de regulamentação de cores para segurança (NBR 7195) informa qual cor deve ser utilizada para cada tipo de atividade de risco, sejam essas de proibição, perigo, cuidado, segurança, ação obrigatória, radiação etc. Nessas mencionadas as cores para cada uma podem ser encontradas na figura 13. Figura 13: Normas técnicas oficiais Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. NBR 7195 Cores para Segurança NBR 13434 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico NBR 6493 Emprego de cores para identificação de tubulações industriais 53 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Com exceção das cores verde, branca e preta, as demais cores padronizadas nesta Norma não devem ser utilizadas na pintura do corpo de máquinas. Também é dada uma tabela de sugestão de cores de contraste, para destacar a visibilidade do anúncio de segurança. Segundo a norma da ABNT NBR 7195, o vermelho é usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de combate e proteção contra incêndio. A cor amarela, que representa cuidado, é para sinalizar partes baixas de escadas, corrimões, pisos, equipamentos perigosos, etc. Figura 14: Cores de Segurança Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. A cor azul é usada para demonstrar uma ação que implique em segurança, como a utilização de EPIs. O preto é indicado para sinalizar coletores de resíduos que não sejam oriundos da saúde. A cor laranja é usada para sinalizar tanto perigo, como partes móveis de equipamentos. O verde é uma indicação de segurança, é utilizado em equipamentos seguros para uso. O púrpura sinaliza perigo proveniente de radiação. O branco é uso para as mais diversas aplicações, como localização do sanitário, faixa de pedestres etc. Na NBR 13434 estão especificados os empregos de cores para sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Esta norma é dividida em três partes. A primeira BRANCO SEGURANÇA CUIDADO PRETO AÇÃO OBRIGATÓRIA PERIGO PROIBIÇÃO RADIAÇÃO 54 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. refere-se aos princípios de projeto. A segunda aos símbolos e suas forma, cores e dimensões. A terceira parte aos requisitos e métodos de ensaio. O sinal de proibição tem o intuito e proibir ações que possam acarretar o princípio ou agravamento do incêndio. Para tal sinalização é usada uma forma circular, com barra diametral e faixa circular vermelha, usando o branco como cor de fundo e vermelho para o símbolo. O sinalizador de alerta é usado para áreas e materiais com risco potencial. Para tal sinalização é usada uma forma triangular na cor amarela, com moldura e símbolos de alerta na cor preta. O sinalizador de orientação e salvamento serve para sinalizar rotas de saída e qual ação deve ser feita para tal. É utilizada uma forma retangular ou quadrada na cor verde e sua borda e símbolos podem ser apresentados em outras cores, entretanto, devem ser fotoluminescentes. Os sinalizadores básicos para equipamentos servem para localizar a posição de algum equipamento de combate a incêndio. Tal sinalização deve ser feita utilizando uma forma retangular ou quadrada, na cor vermelha, com margem e símbolos em cores fotoluminescentes. Além das formas mencionadas, que são as formas básicas de sinalização, também é possível utilizar símbolos complementares, que utilizam uma combinação de cores de acordo com cada atividade com outros elementos, que podem ser símbolos complementares ou até mesmo mensagens. O mesmo acontece com os sinalizadores de segurança, nos quais mensagens são escritas, com cores e formas que atribuem especificações de segurança e tem contraste com as cores aplicadas. FIQUE LIGADO O sinalizador de alerta é usado para áreas e materiais com risco potencial. Para tal sinalização é usada uma forma triangular na cor amarela, com moldura e símbolos de alerta na cor preta. A ONU criou um sistema harmonizado globalmente para classificação e rotulagem de produtos químicos (GHS). Este sistema é uma abordagem lógica e 55 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. abrangente,que tem o propósito unificar a classificação de perigos nos produtos químicos a nível mundial, realizando através de rótulos a comunicação do perigo, como também por meio das fichas de informação de segurança para produtos químicos (FISPQ). Figura 15: Formas de segurança Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Por meio da NR 26 e da NBR 14725 é que no Brasil a GHS é aplicada. A NBR 14725 trata de produtos químicos, fornecendo informações sobre o meio ambiente, saúde e segurança. A NR 26 cobre todos os elementos da FISPQ seja pela classificação ou rotulagem. A classificação dos perigos deve ser baseada em ensaios predeterminados ou na GHS, que deve seguir os critérios estabelecidos na NBR 14725-2. A NBR 14725-3 trata das informações que devem estar contidas nos rótulos, tais como: • Identificação do produto e telefone de emergência do fornecedor; Circular: Símbolos de proibição e ação de comando Triangular: Símbolos de perigo ou alerta. Quadrada ou Retangular: Símbolos de orientação, socorro e emergência, identificação de equipamentos de combate ao incêndio e alarme 56 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. • Composição química; • Pictogramas de perigo; • Palavras de advertência; • Frases de perigo; • Frases de precaução; • Outras informações. A norma 14725-3 possui anexos com símbolos, frases e pictogramas já definidos, de acordo com a categoria do produto químico. Essa rotulagem é aplicada no contexto industrial, assim, o produto final para o consumo apresentará um rótulo diferenciado. O produto químico não classificado como perigoso deverá ter rotulagem preventiva simplificada que contenha, no mínimo, a indicação do nome, a informação de que se trata de produto não classificado como perigoso e recomendações de precaução. Os produtos notificados ou registrados como saneantes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão dispensados do cumprimento das obrigações de rotulagem preventiva. Figura 16: Rotulação segundo a NBR 14725-3 Fonte: ABNT - NBR 14725-3, 2017. 57 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. As fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos devem ser criadas com base no disposto no GHS e obedecer a NBR 14725-4. O fabricante ou importador deve fornecer e tornar disponível a FISPQ para todo produto classificado como perigoso e para produtos que não sejam classificados como perigosos, mas que seus usos previstos ou recomendados originem riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores. Assim como as outras, a NBR 14725-4 determina o que cada item da FISPQ deverá conter. Para misturas, devem ser explicitados na ficha com dados de segurança, o nome e a concentração, ou faixa de concentração, das substâncias que representam perigo à saúde dos trabalhadores Figura 17 - Símbolos, frases e pictogramas definidos na NBR 14725-3 Fonte: ABNT NBR 14725-3, 2017. 58 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas com dados de segurança dos produtos químicos que utilizam no local de trabalho e os operários devem ser treinados. Muitos produtos químicos que são utilizados no cotidiano laboral podem representar um grande perigo às pessoas, e sua utilização incorreta pode causar diversos tipos de doenças decorrentes do trabalho além de transtornos ao meio ambiente. O local onde esses itens são guardados e a forma como é preservado também são itens fundamentais para garantir a segurança de todos. Figura 18: Modelo Orientativo de FISPQ de produto químico Fonte: ABNT – NBR 14725-4, 2014. A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) é um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 59 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. conforme norma, ABNT-NBR 14725. Este documento, denominado “Ficha com Dados de Segurança” segundo Decreto nº 2.657 de 03/07/1998 (promulga a Convenção nº 170 da Organização Internacional do Trabalho -OIT), deve ser recebido pelos empregadores que utilizem produtos químicos, tornando-se um documento obrigatório para a comercialização destes produtos. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR14725: Ficha de informações de segurança de produtos químicos - FISPQ. Rio de Janeiro, p. 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR13434: Sinalização contra incêndio e pânico Rio de Janeiro, 2004. 60 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise completa deste estudo, verifica-se que a Segurança do Trabalho é uma ciência que tem a finalidade de proteger o trabalhador no seu ambiente de trabalho, através de um conjunto de técnicas e procedimentos estabelecidos na Norma Regulamentadora, eliminando ou diminuindo os riscos de acidentes do trabalho. Sendo assim, entende-se que acidente do Trabalho é uma ocorrência não programada, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões no trabalhador e/ou danos materiais, ou seja, causando redução da capacidade funcional de trabalho, ou de ganho, ou, até de morte do indivíduo. Esperamos que nesta unidade tenhamos conseguido aprender, compreender e desenvolver os conhecimentos sobre algumas das principais legislações e normas regulamentadoras da Segurança aplicada ao Trabalho, desde as necessidades e peculiaridades do ambiente, como também dos procedimentos e equipamentos que devem ser utilizados a depender do tipo de função e de atividade desenvolvida, sempre levando em consideração o risco e a possibilidade de reduzir ou neutralizá- lo. 61 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-1: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 1: Terminologia.Rio de Janeiro. 2009 _____. NBR 14725-2: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 2: Sistema de classificação de perigo. Rio de Janeiro, p. 2009 _____. NBR 14725-3: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro,2017 _____. NBR 14725-4: Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ). Rio de Janeiro, 2014 _____. NBR 13434-1: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 1:Princípios de projetos. Rio de Janeiro, 2004 _____. NBR 13434-2: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 2:Símbolose suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004. _____. NBR 13434-3: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 3:Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2018. _____. NBR 7195: Cores para segurança. Rio de Janeiro, 2018. _____. NBR 6493: Emprego de cores para identificação de tubulações industriais. Rio de Janeiro, 2018. _____. NBR 18801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho – Requisitos – NBR 18801. Rio de Janeiro, 2010. BENITE, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho para Empresas Construtoras. 221p. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004. BRASIL. Decreto-Lei nº 229, de 28 de Fevereiro de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0229.htm#:~:text=DECRETO %2DLEI%20N%C2%BA%20229%2C%20DE,1943%2C%20e%20d%C3%A1%20out ras%20providencias.>. Acesso em 15 de set. 2020. _____. Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de Maio de 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em 15 de set. 2020. _____ Lei nº 5.161, de 21 de Outubro de 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5161.htm>. Acesso em 15 de set. 2020. 62 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. 5. ed. São Paulo: Ltr, 2011. MARTINS, Rodrigo S. Silva G. Segurança no Trabalho no quadro nacional e internacional: casos e estudos. Faculdade de Engenharia do Porto. Mestrado Integrado de Engenharia Civil, 2010. MINISTERIO DA ECONOMIA. Inspeção do Trabalho. Normas Regulamentadoras. Disponível em: < https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/ seguranca-e-saude-no-trabalho/legislacao-sst/normas-regulamentadoras? view=default>. Acesso em 2019 e 2020. MONTEAU, Michel. Árvore de Causas: Método de Investigação de Acidentes de Trabalho. São Paulo: Limiar, 2003. RÁO, Vicente. O Direito e a Vida dos Direitos. 5 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999.