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Prática Interdisciplinar: Maquete e Projeto Arquitetônico (151978) Gleison Silveira de Freitas[footnoteRef:1] [1: Acadêmicos de Arquitetura e Urbanismo pela UNIASSELVI. ] Leonardo Augusto Costamilan Pereira1 Claudia Bittencourt[footnoteRef:2] [2: Tutor externo Professora Claudia Bittencourt.] Introdução ao projeto A maquete tem grande valor e importância na arquitetura, pois desempenha um papel indispensável na comunicação, análise espacial, avaliação detalhada e marketing de um projeto habitacional. Ela é uma ferramenta valiosa que permite uma compreensão mais abrangente e aprimorada do projeto, contribuindo para o sucesso e satisfação de todas as partes envolvidas. Segundo Josep Maria Montaner (2000), a maquete arquitetônica tem um valor inestimável no processo de concepção e apresentação de projetos. Ela transcende a simples representação bidimensional, possibilitando uma compreensão espacial mais profunda e imersiva. Ao ser materializada em uma escala reduzida, a maquete oferece a oportunidade de explorar as proporções, os volumes e a relação do edifício com o entorno. Ela se torna uma ferramenta de diálogo entre o arquiteto e o cliente, permitindo que ambos visualizem e discutam as soluções propostas. É através do fazer tangível, do toque e da observação cuidadosa que a maquete proporciona uma experiência sensorial única, enriquecendo a compreensão e a narrativa do projeto arquitetônico. Além disso, a maquete proporciona uma análise espacial mais precisa. Ela permite que o arquiteto observe o impacto visual do projeto em seu contexto, seja urbano ou natural. Isso possibilita ajustes e melhorias necessárias antes que o projeto seja executado, contribuindo para a eficiência e qualidade da obra. Deste modo, o presente projeto foi desenvolvido a partir de aplicações de uma casa modesta, no estilo colonial e de alvenaria, contemplando dois quartos, uma sala, cozinha, um banheiro, e uma pequena área de serviço nos fundos do imóvel. São exibidos os desenhos técnicos das plantas baixa, cortes, fachada e lateral, cobertura, e esgoto, bem como a representação gráfica e em 3D da maquete. Com destaque para a pequena calçada que leva ao acesso à entrada para a praia, uma vez que a respectiva residência se baseia em uma habitação simples, porém à beira-mar. Fundamentação Teórica A importância da maquete em um projeto habitacional e a função fundamental que ela desempenha na arquitetura está na sua representação tridimensional, em escala reduzida, do projeto finalizado. Ela é criada para permitir uma visualização mais concreta e detalhada antes mesmo de sua construção. Uma das principais funções da maquete é facilitar a comunicação entre o arquiteto, o cliente e demais envolvidos no projeto. Ela permite que todas as partes interessadas tenham uma compreensão clara e visual do que será construído. Isso evita mal-entendidos e auxilia na tomada de decisões, pois os detalhes do projeto se tornam mais tangíveis e palpáveis. De acordo com Juliet Cruz e Yolanda Hernández (2006), uma maquete é uma representação tridimensional, em escala reduzida, de um projeto arquitetônico. Ela é construída manualmente ou com o auxílio de tecnologias avançadas, como impressão 3D, e reproduz de forma fiel as características do projeto finalizado. As maquetes desempenham diversas funções na arquitetura, como facilitar a comunicação e visualização do projeto, permitir análises espaciais detalhadas, possibilitar ajustes e refinamentos, além de servir como ferramenta de marketing. Ainda, segundo os estudos das renomadas autoras sobre o tema, a história das maquetes na arquitetura remonta à antiguidade, quando modelos reduzidos eram utilizados para planejar e representar edifícios e cidades. Ao longo dos séculos, essas representações tridimensionais foram evoluindo, com o uso de diferentes materiais e técnicas, e se tornaram cada vez mais precisas e detalhadas. Deste modo, o arquiteto suíço Le Corbusier (2010) discute a importância das maquetes como meio de representação e planejamento arquitetônico. Le Corbusier enfatizou a necessidade de elaborar maquetes precisas e detalhadas para compreender aspectos espaciais, proporções e relações entre os elementos arquitetônicos explorando sua evolução histórica, suas funções e a relação entre a maquete e o processo de projeto arquitetônico. Metodologia Neste artigo científico a respeito da criação e projeto da maquete arquitetônica da casa colonial foi utilizado o método de pesquisa bibliográfico e documental a partir de livros, artigos, e páginas da internet especializadas no tema da disciplina de maquetaria, bem como utilizado o desenho técnico e suas respectivas normas técnicas para o desenvolvimento das plantas, cortes e fachadas – e demais estruturas e objetos que o trabalho contempla. Na figura 1, observa-se a planta baixa da residência desenvolvida no ambiente litorâneo, na escala de 1:50, com 02 dormitórios, uma cozinha, uma sala e um banheiro. Figura 1: Planta baixa em escala 1/50 da casa colonial. A figura 2 é a planta baixa, de forma isolada e mais aproximada, para melhor visualização. A casa é construída em alvenaria e dispõe de 02 quartos com área de 8,69 m2, uma sala com área de 10,06 m2, uma cozinha com área de 3,79 m2, um banheiro com área de 3,0 m2 e uma área de circulação de 1,59 m2 que dá acesso a área externa aos fundos com 4,55 m2. Figura 2: Planta baixa, escala de 1:50, mostrando de forma isolada e aproximada os detalhes do mobiliário, disposição dos cômodos, iluminação, e visualização realista do imóvel. Representação em 3D Figura 3: Planta baixa, escala de 1:50, desenho técnico. PAPEL A3 Por meio da figura 3, observam-se os cortes A e B da maquete que apresentam as aberturas e dimensões das janelas e portas, bem como as medidas de altura e dimensão do telhado, fachada lateral e o pé direito da residência. Somente a porta da frente é de material alumínio, as demais portas internas e a porta do fundo são de madeira assim como as janelas. O piso instalado sobre o contrapiso de concreto é de cerâmica na área interna e na varanda atrás da casa. A área externa (calçada) que circunda a casa é de concreto. No banheiro foram instalados vaso sanitário e pia de cerâmica na cor branca, já na cozinha o material usado na pia é mármore de cor escura. O desenho à direita ilustra o esgoto e a caixa de gordura da residência, sem escala, somente uma orientação de como deve ser construída, seguindo os padrões exigidos nas edificações urbanas e respectiva legislação – figura 4. Figura 3: Cortes A e B, escala 1:50, demonstrando as medidas de altura e dimensão das janelas, portas, telhado, fachada lateral e pé direito. Figura lateral direita é o esquema da caixa de esgoto e gordura do projeto. PAPEL A3 Figura 4: Caixa de esgoto e de gordura da casa colonial segundo padrões técnicos exigidos nas habitações urbanas (sem escala). PAPEL A3 Na figura 5, encontram-se as fachadas frontal, lateral e da parte de trás da casa e suas respectivas medidas de altura para detalhar a instalação dos batentes, portas, esquadrias e janelas. Os cortes A e B do projeto facilitam a projeção do telhado e a visualização do pé direito da casa projetada, sem laje de concreto, somente instalado o forro de PVC na cor branca. A cobertura do telhado é com telhas de cerâmica, tamanho padrão, do tipo esmaltada para fácil limpeza e manutenção. Figura 5: Fachadas e dimensões das portas e janelas, projeção do telhado, seguindo as normas técnicas de cortes (A e B). PAPEL A3 Resultados Os resultados alcançados ao se produzir uma maquete arquitetônica para o projeto de uma casa colonial estão na representação física, em escala do projeto arquitetônico, e que pode ser extremamente útil em várias fases do processo de design e construção. Destaca-se a sua visualização e comunicação que possibilita o “olhar” tangível do projeto, permitindo que os clientes e partes interessadas visualizem melhor a aparência final da casa. Isso ajuda a comunicar ideias de design de maneiramais clara e eficaz, permitindo que todos tenham uma compreensão mais precisa do espaço, das proporções e do estilo arquitetônico da casa colonial. Ainda, auxilia a identificar problemas ou oportunidades de design que podem não ser perceptíveis em desenhos bidimensionais, como a proporção das janelas, a disposição dos telhados ou a distribuição dos volumes. Na maquete, os móveis são simples, sofá e mesa de centro, máquina de lavar, fogão, vaso sanitário e pia do bwc de material em cerâmica na cor branca, e a pia de mármore na cozinha. Na cobertura do telhado são utilizadas telhas de barro do tipo esmaltadas. O intuito do projeto da maquete é proporcionar uma sensação realista de escala e contexto para a casa colonial, conforme ilustra a figura 7. Ao adicionar elementos ao redor da maquete, como árvores, carros, pessoas e mobiliário urbano, é possível compreender como a casa se encaixa em seu entorno e como os espaços internos se relacionam entre si. Essa compreensão contextual é fundamental para criar um projeto harmonioso e integrado ao ambiente. Figura 7: Representação, em 3D, com elementos ao redor da maquete para ilustração realística da maquete da casa colonial. Conclusão A partir da maquete em tela, conclui-se que é uma ferramenta essencial no projeto de construção de uma casa colonial e desempenha várias funções e objetivos na arquitetura moderna. Através dela, permite-se uma visualização clara e precisa do projeto, facilitando a comunicação e a compreensão das ideias de design pelos clientes e partes interessadas. Ela ajuda a avaliar a massa e a forma da casa colonial, identificando problemas ou oportunidades de design que podem passar despercebidos nos desenhos bidimensionais. Além disso, a maquete permite a análise dos efeitos da luz e sombra, contribuindo para o controle de iluminação e conforto ambiental. A sensação de escala e contexto proporcionada pela maquete é fundamental para criar um projeto harmonioso e integrado ao ambiente. Por fim, a maquete também desempenha um papel importante na apresentação e marketing do projeto, transmitindo profissionalismo e qualidade, tornando-se indispensável na arquitetura moderna, auxiliando arquitetos, clientes e estudantes a visualizar, avaliar e promover projetos de casas coloniais com eficiência e sucesso. Imagens adicionais ao projeto MAQUETE 3D Prática Interdisciplinar: Maquete e Projeto Arquitetônico (151978) Referências CRUZ, Juliet; HERNÁNDEZ, Yolanda. Maquetaria: La Maqueta en la Arquitectura Contemporánea. Barcelona: Gustavo Gili, 2006. LE CORBUSIER. Precisões sobre um estado presente da arquitetura e do urbanismo. São Paulo: Cosac Naify, 2010. MONTANER, Josep Maria; MUXÍ, Zaida. Arquitetura e crítica. São Paulo: Gustavo Gili, 2000. image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image1.png image2.png image3.png