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11 Para muitas pessoas o computador é ainda uma máquina misteriosa e às vezes assustadora. Quando olhamos para um microcomputador e deparamos com sua tela, seu teclado, e sua impressora, temos às vezes a sensação de estarmos diante de uma máquina mágica. Mesmo a grande maioria daqueles que o utilizam para realizar operações complexas muitas vezes não sabe o que ocorre dentro dessas máquinas. A situação é semelhante à de um motorista que dirige um carro sem, entretanto saber os princípios de funcionamento do motor. O princípio de funcionamento dos computadores é relativamente simples, mas foram precisos anos para que se pudesse descobri-lo. Essa descoberta deveu-se a Alan Turing (1912–1954), um matemático inglês que, apesar de ter sido brilhante na sua época, teve uma vida particularmente atribulada: não pertencia à aristocracia da Inglaterra, o que lhe criava dificuldades em certos meios acadêmicos, e., ademais, era homossexual, o que escandalizava a sociedade britânica. Embora tenha morrido prematuramente (ele se suicidou, provavelmente por motivos que tinham a ver com sua homossexualidade), Turing deixou uma vasta produção de trabalhos e invenções matemáticas. Foi na tentativa de resolver um problema matemático muito complexo que estava sendo discutido na década de 30 que ele criou a chamada máquina de Turing. Para termos uma idéia do que seja uma máquina de Turing basta que imaginemos uma longa fita de papel com símbolos e marcas a intervalos regulares, formando pequenos quadrados. Imaginemos agora que podemos estipular uma espécie de marcador ou um ponto fixo em relação ao qual pudéssemos mover a fita de papel para a esquerda ou para a direita. A situação de que falamos pode ser representada assim: S1 E2 s2 D1 s3 R s4 A s5 | fig. 1 marcador Suponhamos agora que o nosso marcador tenha também um dispositivo que permita