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Prática de virtudes: respeito, empatia, 
solidariedade, coragem e perseverança
A intolerância, o preconceito e a discriminação devem ser combatidos 
com respeito, empatia, solidariedade, coragem e perseverança. 
A palavra respeito vem do latim respectus, particípio passado de respicere, 
que significa “olhar outra vez” (re = “de novo”; specere = “olhar”), valorizar e/ou 
reconhecer algo ou alguém, demonstrando uma atitude positiva por meio de 
falas e condutas que expressem a estima em relação a uma pessoa ou coisa. 
Respeitar uma pessoa não significa concordar com tudo o que ela diz ou faz. 
Significa não a discriminar ou ofendê-la por suas características ou por suas 
escolhas e formas de viver, desde que essas não causem dano aos outros. 
Para respeitar qualquer pessoa, devemos sobretudo ouvi-la sem precon-
ceitos, buscando compreender e lidar com posturas e pensamentos diferen-
tes do nosso, praticando empatia, que é justamente o exercício de se colocar 
no lugar do outro e tentar ver um fato ou uma situação da perspectiva dessa 
pessoa.
Cada um tem suas experiências e trajetórias, e podemos aprender com 
essas diferenças. Para desenvolver uma conversa empática com alguém, é 
preciso ouvir com atenção e interesse, sem fazer julgamentos de acordo com 
nossos valores pessoais. O objetivo é criar sintonia com o outro e manifestar 
vontade genuína de compreendê-lo. 
Recentemente, em especial nas redes sociais, tem se usado muito a ex-
pressão “mimimi” para se referir a pessoas que expõem seus pontos de vista 
sobre determinados assuntos e são acusadas de estarem se vitimizando. Ao 
exercer a empatia, é fundamental não diminuir a dor do outro, pois cada in-
divíduo vivencia experiências de maneiras diferentes, e o que pode parecer 
fácil para alguém pode ser muito difícil para outrem. 
Rigoberta Menchú (1959-) em manifestação na Cidade da Guatemala, em 2013. Essa indígena 
guatemalteca foi laureada com o prêmio Nobel da Paz, em 1992, por seus esforços e práticas de 
virtude na campanha de Direitos Humanos em defesa de povos indígenas.
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A empatia anda de mãos dadas com a solidariedade, que é uma postura 
de identificação com a situação do próximo e compreensão dela. A palavra 
vem do latim solidus, que significa “firme”, “inteiro”, “sólido”. A ideia é que 
esse sentimento de solidez e consistência moral gere uma cooperação mú-
tua e desinteressada entre duas ou mais pessoas.
Podemos ser solidários de diversas formas, seja oferecendo apoio emocional 
e amizade, seja por meio de uma ação direta de auxílio. É fundamental não per-
dermos a capacidade de nos indignar. Quando evitamos uma injustiça ou um ato 
de discriminação contra outra pessoa, estamos sendo solidários, desenvolven-
do um senso de coletividade e atuando para uma convivência melhor.
Isso se relaciona diretamente com a coragem, que vai muito além da 
capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação. A palavra 
vem do latim coraticum, derivada da raiz cor, que significa “coração”. Para 
desenvolver coragem, é preciso identificar nossos medos e nossas insegu-
ranças, reconhecer nossas virtudes e também nossos defeitos. Portanto, 
demonstrar coragem não significa necessariamente se colocar em um con-
fronto – o que, dependendo da situação, pode ser muito perigoso –, mas ter 
a firmeza e a prudência de caráter para agir de acordo com o que é correto 
e, principalmente, saber quando é o momento de agir e onde. Às vezes, a 
atitude mais corajosa que alguém pode ter é pedir ajuda ou ter a pondera-
ção de agir por vias diplomáticas.
No dia a dia, por exemplo, atos de coragem que podem ter repercussões 
positivas consistem em atitudes simples, como não ser conivente com pia-
das machistas ou racistas feitas por colegas ou familiares e avisá-los, sempre 
de maneira respeitosa, que tal atitude não é aceitável; não ser complacente 
com a disseminação de fake news; mudar hábitos para ter um estilo de vida 
mais sustentável, etc. Por mais que sejam atitudes simples, nem sempre é 
fácil colocá-las em prática diariamente, e é aí que entra a perseverança.
Nem sempre vencemos um desafio na primeira tentativa. A perseverança 
é uma qualidade daquele que persiste, que tem constância nas suas ações e 
não desiste diante das dificuldades. Para perseverar, devemos investigar nos-
sas dificuldades, traçando estratégias para lidar com elas. Também devemos 
reconhecer nossas habilidades, aumentando nossa autoestima e autocon-
fiança. Podemos incentivar a perseverança em outra pessoa, ajudá-la a des-
cobrir seus pontos fortes e estimulá-la a acreditar que pode fazer o melhor.
“S” de Solidariedade. Sabrina Fernandes. Tese Onze, 
23 abr. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=mpE83iAFgP8. Acesso em: 19 ago. 2020.
Nesse vídeo do canal Tese Onze, gravado em 2020, a 
socióloga Sabrina Fernandes (1988-), que aparece 
na foto ao lado, explica que, embora relacionadas, a 
empatia não é um pré-requisito para a solidariedade 
e que esta é fundamental para a criação de uma 
sociedade mais justa.
Saber
NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Vamos pensar em uma 
situação em que as 
práticas de virtude 
podem ser usadas 
para combater uma 
discriminação. Se 
um colega confessa 
a você que sofreu 
um ataque racista, 
machista, xenófobo ou 
homofóbico na escola 
e que não sabe como 
reagir, o que você pode 
fazer para ajudá-lo?
Conversa
Veja as respostas no 
Manual do Professor.
Reprodução/www.youtube.com/Canal Tese Onze
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