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também participar do planejamento e do controle dos processos. Isso exi-
ge uma qualificação maior dos trabalhadores e uma atuação polivalente. Os 
gestores, em vez de adotar posturas rígidas e hierárquicas de comando e de 
controle, como na planta industrial fordista, agora tendem a liderar de modo 
a envolver os membros da equipe de maneira participativa.
Uma aplicação mais ou menos típica desse novo modelo pode ser obser-
vada nas unidades das grandes redes mundiais de restaurante fast-food. 
Nesses estabelecimentos, a produção é orientada à necessidade imediata 
dos clientes, e a divisão do trabalho é flexível o suficiente para que, a cada 
momento, qualquer funcionário (inclusive os líderes) possa exercer a função 
mais necessária (caixa, preparo, serviço, etc.). O estoque de alimento pronto 
(formado com base na demanda prevista) é mínimo: o que domina o fluxo 
de trabalho é a demanda real. Ainda que se trate de um trabalho altamente 
rotinizado, os trabalhadores são intelectualmente demandados, na medida 
em que precisam tomar decisões rápidas com foco no resultado.
Reabertura de lojas de fast food 
após o fechamento total do 
comércio e serviços durante a 
pandemia do novo coronavírus, 
Inglaterra, 2020.
Flexibilização
A adoção de políticas econômicas neoliberais busca reduzir o papel do 
Estado na organização da sociedade, abrindo mais espaço para a iniciativa 
privada. Na esteira desse processo, uma das medidas implementadas, ou 
em implementação, em vários países do mundo foi a desregulamentação, ou 
seja, a flexibilização das leis trabalhistas, que normatizam as relações entre 
empregadores e empregados.
Um dos fatores que levaram a isso, principalmente nos países europeus, 
foi a crise econômica dos anos 1980, decorrente do esgotamento do modelo 
fordista e agravada pela queda dos preços do petróleo. Naquele momento, 
vários governos viram na flexibilização uma solução para a recessão, o de-
semprego e a explosão do trabalho informal.
A principal consequência foi o crescimento do número de contratos alter-
nativos de trabalho: os contratos temporários, em oposição aos empregos 
estáveis e duradouros; os empregos com jornada parcial de trabalho, em vez 
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de jornadas em tempo integral; e os vínculos profissionais sob condições 
negociadas diretamente entre empregador e empregado, sem intermediação 
dos sindicatos.
1. Que mensagem 
é veiculada pela 
charge?
2. Você concorda com 
ela? Justifique sua 
opinião.
Veja as respostas no 
Manual do Professor.
Interpretar
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Vale ressaltar que a adoção de métodos típicos do modelo toyotista impul-
sionou esse processo de desregulamentação. Várias empresas, que passaram 
a atuar sob o princípio da produção just in time, concentrando o foco na efi-
ciência e no atendimento à demanda dos consumidores, flexibilizaram seus 
processos de trabalho e, consequentemente, os contratos dos empregados.
Em alguns setores da economia, essas novas modalidades de vínculo tra-
balhista tornaram-se comuns. Em empresas do setor de serviços, como ho-
téis, restaurantes e companhias aéreas, os contratos temporários passaram 
a ser amplamente utilizados no sentido de atender às demandas sazonais, 
relacionadas ao turismo de férias e aos grandes eventos internacionais. Na 
indústria, empregos com jornada parcial de trabalho passaram a ser utiliza-
dos para suprir incrementos temporários na demanda de determinados itens.
Em razão das mudanças técnicas e tecnológicas, vários setores passa-
ram também a depender de uma força de trabalho mais flexível, qualificada 
e polivalente, apta a atuar em diferentes funções e tarefas. Nesse sentido, 
várias categorias profissionais foram reconfiguradas: algumas foram ex-
tintas, enquanto outras tiveram de se adaptar à nova realidade, exigindo 
uma série de novas qualificações. Além da necessidade de completar o 
Ensino Médio e um curso superior, a formação continuada tornou-se, para 
muitos trabalhadores, um requisito para permanecer no mercado e obter 
melhores salários.
A charge retrata a leitura neoliberal do Estado de bem-estar social, defendendo sua reforma. 
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Outro fenômeno característico dessa mudança de paradigma é a tercei-
rização, ou seja, um contrato por meio do qual a empresa transfere a outra 
uma ou mais de suas atividades-meio. Para as organizações, essa estraté-
gia tem como vantagem reduzir sua estrutura operacional, diminuir custos e 
desburocratizar os processos de gestão.
Atualmente, nas empresas de grande porte, é muito comum que diver-
sas atividades-meio, como as de segurança, limpeza e alimentação, sejam 
terceirizadas. Na indústria, a terceirização também está diretamente ligada 
à horizontalização do processo produtivo. Trata-se de uma das estratégias 
que permitiram às grandes indústrias automobilísticas tornarem-se pratica-
mente só montadoras: terceiriza-se a produção de muitas peças e a empre-
sa responsável pela marca se dedica principalmente a juntá-las para fazer o 
produto final.
Desse modo, pode-se dizer que os métodos produtivos do paradigma pós-
-industrial e a desregulamentação da economia são processos interdepen-
dentes, que produzem o fenômeno da flexibilização em três níveis diferen-
tes: das leis trabalhistas, que se tornam mais maleáveis às necessidades de 
cada empresa; dos métodos de trabalho, que se ajustam às demandas; e dos 
contratos de trabalho, intermitentes, variando de acordo com a demanda do 
mercado, e perfis de profissionais mais qualificados.
Os críticos desse processo afirmam que o termo “flexibilização” é um eu-
femismo para a perda de direitos e da estabilidade do trabalhador e chamam 
a atenção para o fato de que essa flexibilidade é conveniente apenas para um 
lado do sistema produtivo e sempre negativa para quem depende da venda 
da sua força de trabalho.
A flexibilização das leis trabalhistas e a maior competitividade do mercado de 
trabalho geraram um discurso da necessidade da “reciclagem” do trabalhador.
1. Que mensagem 
é veiculada pelo 
cartum?
2. Você concorda com 
ela? Justifique sua 
resposta.
Veja as respostas no 
Manual do Professor.
Interpretar
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Terceirização
Refere-se à transferência 
da atividade-meio de 
uma empresa para 
outra, à subcontratação 
de outra empresa, com 
o objetivo de reduzir 
custos e ganhar eficiência 
e ainda possibilitar 
investimentos financeiros 
e gerenciais na sua 
atividade-fim e assim 
ganhar produtividade e 
competitividade.
Conceitos
O problema do desemprego
Um dos problemas mais graves relacionados ao universo do trabalho nas 
sociedades industriais contemporâneas é o desemprego. Considera-se desem-
pregada a faixa da população economicamente ativa definida como desocupa-
da, ou seja, aqueles que não exercem atividade econômica no momento, mas 
estão dispostos a exercê-la e procuram meios de garantir tal realização. É um 
problema grave e de efeitos potencialmente generalizados – não apenas res-
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tritos aos interesses da classe trabalhadora: a falta 
de ocupação pode desencadear ou fazer piorar os 
quadros de crises econômicas, uma vez que pessoas 
sem remuneração costumam ter reduzidos seus há-
bitos de consumo (às vezes, drasticamente), o que 
acaba prejudicando o funcionamento da economia 
em todos os setores.
No Brasil, a Constituição federal de 1988 e a 
Consolidação das Leis do Trabalho(CLT), de 1943, 
oferecem garantias legais do direito ao trabalho – 
realizado em boas condições e com boa remunera-
ção – e diversos dispositivos acolhem e protegem 
o(a) trabalhador(a) contra diversas formas (criminosas) de exploração. No 
entanto, transformações na legislação trabalhista nos últimos anos acaba-
ram minando muitos desses direitos – não sem forte resistência da clas-
se trabalhadora organizada em movimentos, sindicatos e partidos. Seus 
defensores dizem que essas alterações são necessárias para adequá-las à 
realidade e à competitividade da atual economia e servem para preservar os 
empregos. A recente reforma trabalhista no país (Lei no 13.467, de 2017) ins-
tituiu o trabalho intermitente, por exemplo.
O gráfico representa a evolução do número de pessoas desocupadas e 
subutilizadas (subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas) nos úl-
timos anos no Brasil.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. Segundo os dados do gráfico, a taxa de desemprego e subocupação no Brasil 
vem aumentando ou reduzindo no período destacado?
2. De acordo com o gráfico, qual foi o período em que a taxa de desemprego e 
subocupação no Brasil aumentou de maneira mais acentuada?
3. Pesquise no site do IBGE os dados mais atualizados sobre a taxa de 
desemprego atual e verifique se ela está maior ou menor que a de 2019.
Veja as respostas no Manual do Professor.
Interpretar
1. Que mensagens 
podem ser 
depreendidas da 
ilustração e dos 
textos escritos 
nela?
2. A qual figura 
de linguagem 
da Língua 
Portuguesa 
o desenhista 
recorreu para 
transmitir sua 
ideia?
Veja as respostas no 
Manual do Professor.
Interpretar
Elaborado com base em IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua; Fundação SEADE. In: SEADE. SP 
Trabalho. Trabalho e rendimento Brasil. Disponível em: https://www.seade.gov.br/mercado-trabalho/2020/03/trabalho-
e-rendimento-brasil-medias-anuais-2012-2019/. Acesso em: 7 jul. 2020.
Brasil: ocupação da força de trabalho – 2012-2019 
Taxa desocupação Taxa composta de subutilização de força de trabalho (1)
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2013
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17,3
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23,8 24,3
12,312,711,5
8,5
6,87,17,4
24,2
11,9
2014 2015 2016 2017 2018 2019
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Eu, Daniel Blake. 
Direção: Ken Loach. 
Reino Unido, 2016.
O filme trata, de 
maneira dramática, 
do problema do 
desemprego, do 
subemprego, dos 
direitos sociais e 
da burocracia nas 
sociedades capitalistas 
contemporâneas.
Saber
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