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Stalin conseguiu aprovar suas teses no Congresso do Partido Comunista, em 1925. A Nova Política Eco- nômica (NEP), iniciada por Lênin, continuou até 1928, quando teve início uma nova orientação da política econômica, visando romper com as práticas capitalis- tas da economia e fortalecer a industrialização. Iniciava-se uma escalada autoritária nas trilhas da Revolução de 1917. Em 1927, Trotsky foi expulso do partido e, em 1929, exilado. A imagem de Stalin como grande liderança promotora da paz, da ordem e do socialismo foi construída por meio do realismo so- cialista, um estilo voltado oficialmente para os inte- resses do regime que buscava enaltecer o Estado, em seus feitos e liderança, rompendo o espírito burguês. O exílio e o assassinato de Trotsky marcaram o início de uma política sistemática de eliminação dos opositores. Sob Stalin, o terror foi adotado como po- lítica de Estado, convertendo-se em prática comum; a censura dos meios de comunicação, também. A práti- ca corrente era eliminar os opositores, os “inimigos do povo”, executando-os ou enviando-os para os gulags (campos de trabalho forçado). Uma liderança stali- nista, Sergei Kirov, foi assassinada em 1934 e o crime atribuído aos seguidores de Trotsky. Por sua oposição a Stalin, suspeitou-se que teria sido ele a ordenar o assassinato. Como pretexto e retaliação, Stalin pro- moveu uma onda de expurgos e uma campanha de perseguições e assassinatos que durou até 1938. À esquerda, cartaz soviético que diz “Trabalhadoras, peguem os rifles”, de Lev Brodarty, 1917. Abaixo, comemoração do Dia Internacional da Mulher em São Petersburgo, Rússia, em 1917. 1. Historicamente, as guerras foram sempre represen- tadas pelo protagonismo masculino. Por outro lado, o cartaz e a foto a seguir representam papeis e valo- res femininos no contexto da Revolução Russa. Professor, no Manual você encontra orientações sobre estas atividades.Explorando NÃO ESCREVA NO LIVRO 2. Este trecho de Rosa Luxemburgo, autora cujo perfil vimos no primeiro tema deste capítulo, compara o primeiro período da Revolução Russa com dois outros períodos revolucionários, os da Revolução Inglesa e da Revolução Francesa, conteúdos anali- sados no Capítulo 3. O primeiro período da Revolução Russa, des- de a sua explosão em março até a revolução de outubro, corresponde exatamente, em seu curso geral, ao esquema evolutivo das grandes revolu- ções inglesa e francesa. É o desenvolvimento típi- co de todo primeiro grande conflito generalizado das forças revolucionárias engendradas no seio da sociedade burguesa, contra as amarras da velha sociedade. LUXEMBURGO, Rosa. A Revolução Russa. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2017. • Em que esses períodos se assemelham? De que forma? Discuta a questão com os colegas. 3. Como vimos, o movimento revolucionário envol- veu ideias e propostas de encaminhamento dife- rentes sobre os rumos da Revolução; as principais em torno de Leon Trotsky e Joseph Stalin. Divididos em grandes grupos, pesquisem sobre cada uma das propostas. O resultado da pesquisa pode servir de base para um debate em sala de aula, contrapondo os dois modelos. • Pesquise na internet e faça uma análise compa- rativa de cartazes voltados para o público femi- nino em outros contextos, como o da Primeira Guerra Mundial, tratado no primeiro tópico deste capítulo, e o da Segunda Guerra, que será abordado no próximo Tema. Quais são as dife- renças? O que mais chamou a sua atenção? R e p ro d u ç ã o /C o le ç ã o p a rt ic u la r S o v fo to /U n iv e rs a l Im a g e s G ro u p /G e tt y I m a g e s 123 V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap5_112-135.indd 123V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap5_112-135.indd 123 26/09/2020 12:3226/09/2020 12:32 TEMA 3 Fascismo, nazismo e Segunda Guerra Mundial O período entre 1922 e 1926 marca a ascensão do fascismo na Itália, num con- texto em que os países europeus buscavam sua reorganização no pós-Primeira Guerra Mundial. No âmbito da sociedade italiana, polarizavam as ideias “fascistas” e “antifascistas” como indicadoras de caminhos a serem tomados. Havia certo fas- cínio pelas ideias fascistas – num contexto em que se atribuía o grande número de problemas sociais a uma crise dos princípios liberais democráticos e republicanos. O fascismo aparece como uma doutrina jovem e vigorosa, da qual Benito Mussolini (1883-1945) é o principal representante. Contudo, não surge de uma hora para ou- tra: os valores e ideias que o orientavam já se faziam presentes anteriormente, no universo político-social da Itália. O entendimento da ascensão do fascismo passa pela compreensão do papel da Itália no pós-Grande Guerra. Tendo apoiado os países da Tríplice Entente, a ex- pectativa da Itália era tomar parte na nova ordenação geopolítica do pós-guerra. Contudo, isso não aconteceu. Em 1919, na Conferência de Paz de Paris, a Itália não obteve suas reivindicações territoriais. Com o fim da guerra, o país estava endividado, vivia uma economia inflacionária, com o caos das dívidas públicas, tinha muitas indústrias falidas, uma forte crise agrícola e de produção, e altos índices de desemprego. Esses fatores, aliados ao empobrecimento da população, levaram a muitas pa- ralisações, manifestações e greves. A enorme insatisfação popular foi terreno fértil para o crescimento da extrema direita, de onde iriam emergir movimentos nacio- nalistas de radicalização política, como o “Fasci di Combattimento” – movimento paramilitar criado por Mussolini em março de 1919, que cresceu com o apoio das elites industriais e empresariais em ações de violentas represálias às ocupações de fábricas e manifestações grevistas –, que findariam na criação do Partido Nacional Fascista (PNF), em 1921. Marcha sobre Roma Em 28 de outubro de 1922 ocorreu um movimento que ficou conhecido como Marcha sobre Roma. Mussolini e um grande grupo de correligionários armados (camisas-negras) vindos das mais diferentes localidades da Itália marcharam sobre a capital, num ato que pode ser identificado como o do nascimento do fascis- mo italiano, uma estratégia bem-sucedida de pressionar o governo. Movimentos coordenados por Mussolini já vinham sendo realizados em várias cidades italianas envolvendo a ocupação de prédios públicos, estações de trem, correios, corte de sistemas telefônicos e libertação de fascistas presos das cadeias. Mussolini chegou à capital de trem, em um vagão-leito. Em Roma, declarou obediência a Vitor Emmanuel III e disse que gostaria de evitar uma guerra civil, demonstrando um poder que funcionava como uma espécie de chantagem em relação às lideranças políticas e ao rei, que, após um curto período, recusando-se a decretar Estado de sítio, nomeou Mussolini como primeiro-ministro (e organizador de um governo de coalizão), que ainda no ano de 1922 teria plenos poderes para governar. É nesse contexto que surgiu a figura de Mussolini como redentor aos Os professores de História e de Geogra�a são indicados, prioritariamente, para o trabalho deste segmento. 124 V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap5_112-135.indd 124V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap5_112-135.indd 124 26/09/2020 12:3226/09/2020 12:32