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Além da sala de aula
Não escreva no livro.
Moedas sociais
Atualmente, além do real, existem outras moedas em circulação no país: as moedas 
sociais. Em diferentes locais do Brasil foram criadas moedas que podem ser utilizadas 
apenas dentro da própria comunidade. Palmas, Cocal, Rios e Semear são os nomes de 
algumas moedas sociais brasileiras.
A Palma foi a primeira moeda social criada no Brasil. Ela foi criada em 1998, em 
Fortaleza (CE), com o objetivo de promover o desenvolvimento local.
A moeda oficial de um país tem três funções na sociedade: ela serve como meio de 
troca de serviços e mercadorias, como unidade de medida (referencial para as trocas) 
e como reserva de valor (maneira de medir a riqueza ao longo do tempo). Já as moe-
das sociais desempenham apenas uma dessas funções, a de ser um meio de troca de 
serviços e mercadorias.
Pessoas que moram em bairros pobres ou em comunidades tradicionais, como ex-
trativistas, quilombolas e indígenas, têm acesso dificultado a bancos tradicionais, tanto 
pela inexistência de agências nessas localidades, como pela dificuldade de acesso a 
crédito no modelo tradicional, devido às altas taxas cobradas e à exigência de garan-
tias (fiadores ou imóveis). Dessa maneira, a economia solid‡ria é uma ferramenta para 
suprir essas necessidades, aquecendo a economia local, e a moeda social é o meio 
que viabiliza essa prática.
Na economia solidária, os trabalhadores são também os donos do negócio, de maneira que os 
lucros de uma empresa são redistribuídos entre os funcionários ou reinvestidos no negócio.
Fique atento
Existem algumas regras para o uso das moedas sociais. Cada unidade da moeda 
deve valer 1 real; por exemplo, 1 palma deve ser equivalente a 1 real para o pagamen-
to de produtos e serviços dentro da comunidade. Além disso, todas as moedas têm 
nas cédulas um aviso de que a moeda social não pode ser trocada pelo dinheiro em 
real, isso porque ela deve ser utilizada apenas dentro da comunidade. Essa prática in-
centiva o comércio local e a valorização da economia da própria comunidade, gerando 
assim mais empregos e mais investimentos.
Professor, as sugestões para o desenvolvimento desta seção encontram-se nas Orientações 
específicas deste Manual.
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Além disso, os bancos de moeda social têm linhas 
de crédito com taxas muito menores que as con-
vencionais, e o crédito é oferecido de acordo com a 
confiança, e não com avaliação do risco do negócio. 
Dessa maneira, pessoas com menores chances de 
conseguir empréstimos nos bancos tradicionais têm a 
oportunidade de conseguir e até mesmo abrir o pró-
prio negócio.
Um caso de sucesso é o do Guará, moeda social 
criada em uma comunidade quilombola em Alcânta-
ra, município do Maranhão, em 2007. Foi criado na cidade um banco que regula-
menta as trocas e a emissão do Guará. O banco teve capital inicial de 50 mil reais 
e empréstimos com taxas de juros de 0,5% a 2% ao mês. O objetivo do Guará é 
estimular a economia local por meio do consumo de bens e serviços da própria 
comunidade.
Em 2019, havia mais 100 moedas sociais em uso no Brasil. Além disso, estima-se 
que entre 2015 e 2018 as transações realizadas com as moedas sociais totalizaram 
cerca de 42 milhões de reais.
Fontes de consulta: MARASCULO, Márcia. Moedas sociais: saiba como funciona a economia alternativa no 
Brasil. Galileu, 8 ago. 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/08/
moedas-sociais-saiba-como-funciona-economia-alternativa-no-brasil.html; CIDADE do MA inaugura 1o 
banco quilombola do país. G1, 20 nov. 2007. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_
Negocios/0,,MUL186243-9356,00-CIDADE+DO+MA+INAUGURA+BANCO+QUILOMBOLA+DO+PAIS.html. 
Acessos em: 21 jul. 2020.
	 1.	Pesquise na internet outras moedas sociais e verifique como e por que elas estimu-
laram a economia das comunidades e de que maneira essa política valoriza a cultu-
ra local. Depois, elabore uma apresentação para os colegas, pode ser em formato 
de vídeo, apresentação, uma página na internet, entre outros.
	 2.	Para cada 1 unidade de uma moeda social é necessário que 1 real seja armazenado 
no banco social. Pesquise por que isso é necessário e como isso impacta a distri-
buição de moedas sociais em uma comunidade.
	 3.	O ambiente bancário pode ser hostil para algumas pessoas, principalmente para 
as que nunca estiveram no interior de uma agência bancária ou, quando estiveram, 
sofreram algum tipo de constrangimento de qualquer natureza. Verifique se há em 
sua turma, escola ou comunidade pessoas que passaram por isso e, com base no 
relato deles, elabore um protocolo de atendimento de uma agência bancária ideal 
em que esse tratamento não ocorra.
	 4.	Verifique se na sua comunidade existe uma moeda social. Caso exista, procure saber 
como ela funciona, para qual objetivo foi criada e em quais estabelecimentos é acei-
ta. Caso não exista, elabore a proposta de uma moeda social, inclua os objetivos 
para a criação dela, como ela seria utilizada e distribuída aos moradores, etc.
Resposta pessoal.
A resposta encontra-se nas Orientações 
específicas deste Manual.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Cédula da moeda 
social Guará.
Para saber mais como funcionam as moedas sociais, como criar uma moeda social e um banco comunitário, sugerimos o 
vídeo e o texto indicado a seguir (acesso em: 5 ago. 2020).
Fórum - Moedas sociais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=haVWyuQqkTk
Como criar uma moeda social e um banco comunitário. Instituto Akatu. Disponível em: https://www.akatu.org.br/noticia/
como-criar-uma-moeda-social-um-banco-comunitario/
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