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Mas uma ajuda oportuna pode mudar essas atitudes e deter a trajetória da criança para a delinqüência: vários programas experimentais têm tido algum sucesso na ajuda a esses garotos agressivos para aprenderem a controlar sua tendência anti-social antes que os leve a problemas mais sérios. Um, na Universidade Duke, trabalhou com irados garotos criadores de caso na escola primária, em sessões de treinamento de quarenta minutos, duas vezes por semana, durante períodos que foram de um mês e meio a três meses. Ensinou-se aos garotos, por exemplo, a ver que alguns dos sinais sociais que eles interpretavam como hostis eram na verdade neutros ou amistosos. Aprenderam a adotar a perspectiva de outras crianças, a ter um senso de como estavam sendo vistos, e do que outras crianças poderiam estar pensando e sentindo nos choques que os deixavam tão irados. Também receberam treinamento direto de controle da ira através da representacão de cenas, como provocacões, que podiam levá-los a perder a calma. Uma das aptidões-chave para o controle da ira era monitorar os próprios sentimentos tomar consciência das sensações do corpo, como o enrubescimento e a tensão nos músculos, quando estavam se zangando, e a encarar esses sentimentos como um sinal para parar e pensar no que fazer em seguida, em vez de atacar impulsivamente. John Lochman, psicólogo da Universidade Duke que foi um dos idealizadoreS do programa, me disse: Eles discutem situações em que estiveram recentemente, como receber no corredor um encontrão que julgam proposital. Os garotos dizem como poderiam ter agido. Um deles disse, por exemplo, que simplesmente encarava o garoto que esbarrara nele e Ihe dizia que não tornasse a fazer aquilo, e se afastaria. Isso O punha em posição de exercer algum controle e manter a auto-estima, sem iciar uma briga. Isso tem seu apelo; muitos desses garotos agressivos são infelizes por perderem tão facilmente a calma e, portanto, se mostram receptivos a aprender a controlá-la No calor do momento, claro, respostas sóbrias como afastar-se ou contar até dez, até passar o impulso de agredir, antes de reagir, não são automáticas; os meninos praticam tais altemativas em cenas onde desempenham papéis como entrar num ônibus onde outros garotos o provocam. Assim, podem experimentar respostas amistosas que preservem sua dignidade e Ihes dêem, ao mesmo tempo, uma alternativa para bater, chorar ou fugir envergonhado. Três anos depois de os garotos passarem pelo treinamento, Lochman comparou-os com outros igualmente agressivos, mas que não contaram com a vantagem das lições de controle da ira. Descobriu que, na adolescência, os garotos que concluíram o programa eram muito menos perturbadores nas salas de aula, tinham sentimentos mais positivos sobre si mesmos, e menos probabilidade de beber ou tomar drogas. E quanto mais tinham estado no programa, menos agressivos eram como adolescentes. PREVENDO A DEPRESSÃO Dana, de dezesseis anos, sempre parecera se dar bem. Mas agora, de repente, simplesmente não conseguia se relacionar com outras garotas, e, o que mais a pcrturbava, não encontrava um meio de segurar os namorados, mesmo dormindo com eles. Mal-humorada e constantemente cansada, perdeu o interesse pela comida e qualquer tipo de diversão; dizia que perdera a esperança e sentia-se incapaz de fazer alguma coisa para fugir a esse estado de espírito, e pensava em suicídio. A queda na depressão fora provocada pelo seu mais recente rompimento. Ela dizia que não sabia sair com um garoto sem se envolver logo sexualmente mesmo que se sentisse