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– 62 –
Com que propósito? Será que alguma coisa, ou alguém, está jogando um jogo com a 
forma? É isso o que os antigos profetas da Índia se perguntavam. Viam o mundo como lila, 
uma espécie de jogo divino jogado por Deus. As formas de vida individuais não são 
obviamente muito importantes nesse jogo. No mar, a maioria das formas de vida não 
sobrevive por mais de alguns minutos depois de ter nascido. A forma humana também vira 
pó bem rapidamente e, quando ela se vai, é como se nunca tivesse acontecido. Isso é 
trágico ou cruel? Só se criarmos uma identidade separada para cada forma e esquecermos 
que a consciência de cada uma é a expressão da essência divina através forma. Mas você 
não sabe de verdade essas coisas até que vivencia a sua própria essência divina como pura 
consciência. 
Se um peixe nasce no seu aquário e você lhe dá o nome de John, escreve uma certidão 
de nascimento, conta-lhe a história da família dele e, dois minutos depois, o vê sendo 
engolido por um outro peixe, isso é trágico. Mas só é trágico porque você projetou um eu 
interior separado onde não havia nenhum. Você se apoderou de uma fração de um 
processo dinâmico, uma dança molecular, e fez dela uma entidade separada. 
A consciência assume formas tão complexas para se disfarçar que acaba se perdendo 
completamente nelas. Nos dias atuais, a consciência está totalmente identificada com seu 
disfarce. Só se conhece como forma e assim vive com medo da destruição da sua forma 
física ou psicológica. Essa é a mente egóica, e é aqui que surge uma grave disfunção. Agora 
parece que alguma coisa deu errado em algum ponto ao longo da linha da evolução. Mas 
mesmo isso é parte da lila, o jogo divino. Por fim, a pressão do sofrimento criada por essa 
aparente disfunção obriga a consciência a se desidentificar da forma e a faz despertar do 
sonho da forma. Ela recobra sua autopercepção, mas num nível muito mais profundo do 
que quando a perdeu. 
Esse processo é explicado por Jesus na parábola do filho pródigo, que deixa a casa 
paterna, esbanja a sua fortuna, vira um mendigo e então é forçado por suas provações a 
voltar para casa. Ao chegar, seu pai o ama mais do que antes. O estado do filho é o mesmo 
que anteriormente, ainda que não o mesmo. Tem agora uma dimensão adicional de 
profundidade. A parábola descreve uma trajetória a partir de uma perfeição inconsciente, 
passa por uma aparente imperfeição e “demonismo”, até chegar a uma perfeição 
consciente. 
Você consegue perceber agora a profundidade e a grandeza de se tornar presente 
como o observador da sua mente? Sempre que observamos a mente, livramos a consciência 
das formas da mente, criando aquilo que chamamos o observador ou a testemunha. 
Conseqüentemente, o observador – que é a pura consciência além da forma – se torna mais 
forte, e as formações mentais se tornam mais fracas. Quando falamos sobre observar a 
mente, estamos personalizando um fato de verdadeiro significado cósmico porque, através 
de você, a consciência está despertando do seu sonho de identificação com a forma e se 
retirando da forma. Isso é o prenúncio – e também parte – de um acontecimento que 
provavelmente ainda está num futuro distante, no que diz respeito ao tempo cronológico. 
Esse acontecimento é conhecido como o fim do mundo.

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