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GEOLOGIA E PEDOLOGIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Profª Maria Carolina Stellfeld 
CONVERSA INICIAL 
Nossa trajetória na geologia começará pelo Big Bang, que foi a explosão 
que deu início ao universo e, consequentemente, ao sistema solar e à Terra, 
nosso planeta. Aliado a isso, conheceremos melhor alguns fenômenos e 
elementos do universo, além das camadas internas do planeta Terra e seus 
limites físicos e químicos. Passaremos pelo tempo geológico, suas 
características e divisões e conheceremos as técnicas para determinar a idade 
das rochas. Vamos ainda falar sobre as forças internas do planeta que são 
responsáveis pela dinâmica que movimenta as placas tectônicas. 
Conheceremos de perto os tipos de placa tectônica e como elas se relacionam, 
além de saber como surgem terremotos, vulcões e as cordilheiras. 
TEMA 1 – FORMAÇÃO DO UNIVERSO E DO SISTEMA SOLAR 
A Geologia é responsável pelo estudo do planeta Terra, sua composição 
e seus processos. Para entender o contexto do nosso planeta atualmente, é 
necessário conhecer a formação do Universo. A explicação mais aceita hoje para 
esse processo chama-se Teoria Cosmológica do Big Bang. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Figura 1 – Modelo de evolução do Universo 
 
Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK. 
 
A ideia central dessa teoria fundamenta-se em que o universo foi formado 
a partir de uma singularidade gravitacional – um ponto onde temperatura e 
densidade tendem ao infinito, segundo os físicos. Essa singularidade não teria 
equilíbrio e com isso toda a energia acumulada desestabilizada, gerando uma 
grande explosão – o Big Bang – e jogando energia e matéria em todas as 
direções, criando o Universo. Esse acontecimento, dizem os cientistas, 
aconteceu a aproximadamente 15 bilhões de anos e marca o início do tempo, 
criando também uma das forças fundamentais da natureza, a gravidade. Cabe 
ressaltar que atualmente existem duas definições importantes sobre a gravidade 
– a clássica de Newton que diz que a força da gravidade é diretamente 
proporcional as massas dos corpos, e a definição de Einstein que postula que a 
gravidade é consequência da curvatura espaço-tempo que regula o movimento 
dos objetos celestes. Ambas definições devem ser consideradas. 
 
 
4 
No início da formação do universo foram criados os primeiros elementos 
químicos primordiais, como o hidrogênio e outros elementos de pequena massa. 
Por conta da força gravitacional esses elementos químicos foram-se aglutinando 
e formando as estrelas, depois de 300 milhões de anos do início do Universo. O 
aumento da massa das estrelas atraiu outras partículas que começaram a orbitar 
em torno destas estrelas primordiais, os planetas, quando o universo tinha 
aproximadamente 1 bilhão de anos. Nesse período começaram a se formar as 
primeiras galáxias, incluindo a nossa, a Via Láctea. Desde o Big Bang o universo 
continua se expandindo e partículas continuam vagando pelo espaço-tempo. 
Existem inúmeras galáxias, com inúmeros sistemas estelares dentro desses 
aglomerados estelares. 
1.1 Formação do sistema solar 
Quando o Universo tinha aproximadamente 10 bilhões de anos, nosso 
sistema solar começou a ser formado. Especula-se que sua formação aconteceu 
em função de um colapso gravitacional de uma nuvem molecular, concentrando 
essa massa e originando nossa estrela: o Sol. A massa do Sol começou a atrair 
gravitacionalmente outras partículas formando discos protoplanetários, que 
originaram os planetas. Os planetas denominados rochosos são mais próximos 
ao Sol e são pequenos e densos; e os planetas gasosos mais distantes do sol, 
tiveram condições de atrair somente gases, então são leves e grandes. 
• Planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. 
• Planetas gasosos: Júpiter, Saturno Urano e Netuno. 
Separando essas duas classes de planetas, existe o Cinturão de 
Asteroides, que provavelmente seria um planeta rochoso, mas que não teve 
força gravitacional suficiente para se aglomerar e formar um planeta. Já o corpo 
celeste que recebeu o nome de Plutão tem características distintas e até hoje 
existem discussões se ele é um planeta ou não. Para ser um planeta do sistema 
solar, um corpo celeste precisa: 1. orbitar ao redor do Sol; 2. ter autogravidade 
suficiente para ter forma arredondada; 3. possuir uma órbita não influenciada 
diretamente por outros corpos celestes. Assim, em função da terceira definição, 
Plutão não pode ser caracterizado como um planeta, pois existem outros corpos 
celestes no Cinturão de Kupier que influenciam na sua órbita. 
 
 
 
5 
 
 
 
Figura 2 – Sistema solar 
Créditos: TRISTAN3D/ SHUTTERSTOCK. 
 
1.2 Outros objetos e fenômenos celestes 
No sistema solar, existem objetos menores que os planetas, mas que 
desenvolvem uma órbita em torno do Sol que é elíptica, grande e sem influência da 
gravidade dos planetas e são conhecidos como cometas. Esses objetos passam 
perto da Terra em períodos definidos por suas órbitas. Entre os mais famosos que 
passaram por aqui nos tempos modernos estão o Halley e o Hale Bopp. 
Os asteroides são objetos celestes que navegam pelo espaço, mas que 
são atraídos pela gravidade dos planetas. Quando um asteroide é capturado pela 
gravidade da Terra, ele colide com o nosso planeta e, ao cair, chamamos esse 
pedaço de rocha vindo do céu de meteorito. O fenômeno luminoso que 
avistamos no céu quando um asteroide atravessa a atmosfera é conhecido como 
meteoro ou, mais popularmente, estrela cadente. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Figura 3 – Chuva de meteoros, asteroides atraídos pela gravidade terrestre, 
tonando-se meteoritos 
Créditos: BELIS/ SHUTTERSTOCK. 
TEMA 2 – FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA TERRA 
Como já compreendemos, os corpos celestes são formados pela 
gravidade, que atrai as partículas que vagam pelo universo, desde a explosão 
do Big Bang; com a Terra não foi diferente. Nosso planeta se formou pela colisão 
de asteroides. Estas batidas geram calor e este é responsável pela segregação 
dos minerais que foram formados, gerando diferenciação magmática que é 
responsável pela distribuição em camadas do interior da Terra. Essas camadas 
podem ser divididas conforme seu comportamento físico ou por sua composição 
química. As camadas do interior da Terra foram identificadas pelo uso de ondas 
que cruzam as camadas e mudam sua velocidade de propagação quando 
passam por diferentes materiais, estudada pela Geofísica. 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Figura 4 – Composição interna da Terra 
 
Fonte: elaborado por Elias Dahlke, com base em Tojal, 2012. 
2.1 Composição química das camadas 
A divisão das camadas internas da Terra em função de sua composição 
química é uma das mais conhecidas e consiste nas camadas principais crosta, 
manto e núcleo. A crosta terrestre é rica em silicatos e pode ser dividida em: 
• Crosta Continental – composição granítica, rica em silício e alumínio 
• Crosta Oceânica – composição basáltica, rica em silício e magnésio. 
É a camada mais fina do globo e apesar de ser composta por rochas, ou 
seja, é solida muito frágil por ser tão fina em comparação das outras camadas. 
Podem atingir até 70 km nas porções continentais e até 12 km nas porções 
oceânicas. Ela também se subdivide nas conhecidas placas tectônicas, que 
serão objeto de estudo desta aula, mais adiante. 
 
 
8 
O manto terrestre também se divide em dois: manto superior e manto 
inferior. A composição química é semelhante, composto principalmente por 
minerais silicáticos ricos em ferro e magnésio, mas apresentam diferença na 
densidade, provocada pela diferença de composição química de outros minerais 
que o formam. 
A camada mais interna do globo terrestre é o núcleo. Acredita-se que a 
sua composição química é basicamente ferro e níquel, principalmente em função 
da densidade elevada destes elementos. Não é possível identificar a composição 
e as característicasdo núcleo, porque não temos como acessá-lo. No entanto, 
pela Geofísica podemos acreditar que o núcleo também pode ser dividido em 
núcleo interno e núcleo externo. 
Quadro 1 – Camadas internas da Terra conforme composição química 
 
2.2 Características físicas das camadas 
Além dessa separação química, as camadas internas da Terra podem ser 
divididas conforme o comportamento dos materiais que as compõe. Essas 
divisões são definidas por técnicas de geofísica, que consistem em ler as ondas 
sísmicas que atravessam o globo. Essas ondas, conhecidas como ondas de 
volume ou de corpo, refratam conforme a diferença do material em que elas se 
propagam. São dois tipos de ondas sísmicas de volume: P e S. 
• Ondas P: chamadas também de primária, porque são as primeiras a 
serem em função da sua maior velocidade. São longitudinais e fazem a 
 
 
9 
rocha vibrar paralelamente à direção de propagação da onda, como um 
elástico. Quando atingem a superfície se propagam em forma de onda 
sonora, mostrando que essas ondas sempre se propagam, independente 
do material que atravessam. 
• Ondas S: chamadas também de secundárias, têm velocidade ligeiramente 
menor que as ondas P. São transversais, fazendo com que com a rocha 
movimente-se de modo perpendicular a direção de propagação desta 
onda. A característica mais importante da onda S é que ela não se 
propaga em meio líquido, nem gasoso. Assim, pelas características do 
comportamento das ondas sísmicas P e S pode-se determinar uma 
divisão em camadas internas, conforme suas características físicas. 
Quadro 2 – Camadas internas da terra conforme comportamento físico 
 
A endosfera corresponde ao núcleo terrestre e se divide em núcleo 
interno – que deve sólido por causa da alta pressão, com temperaturas que 
podem atingir 5.000 ºC; e núcleo externo – que deve ser líquido pois as ondas S 
não se propagam nesta camada e as ondas P têm sua velocidade diminuída. Já 
a mesosfera corresponde aproximadamente ao Manto e possivelmente 
apresenta alta viscosidade – é quase sólida. Separa-se da endosfera pela 
Descontinuidade de Gutemberg, em que as ondas S são refletidas e as ondas P 
refratadas. 
 
 
10 
A astenosfera é uma camada estreita, mas de grande importância para 
a dinâmica terrestre. Ela é levemente fluida, principalmente em função do alívio 
de pressão, e essa característica confere a ela a responsabilidade pelo equilíbrio 
isostático – a capacidade das placas tectônicas afundarem ou subirem, e 
também se deslocar sobre essa camada. Separa-se da crosta por meio da 
descontinuidade de Mohorovicic, em que as ondas P e S refratam e têm suas 
velocidades aumentadas. A litosfera é a camada rochosa da Terra, que 
corresponde à crosta continental e oceânica. É separada por blocos, que são as 
placas tectônicas, que “flutuam” sobre a astenosfera; é bem mais espessa nas 
áreas continentais do que nas áreas oceânicas. 
É importante perceber que as camadas da Terra, mesmo sendo 
subdivididas pela Geofísica e pela Geoquímica, são bastante semelhantes em 
espessuras e comportamento. Assim, as características físicas e químicas dos 
materiais que a compõem são complementares. 
TEMA 3 – ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO 
Os acontecimentos que marcaram a humanidade são narrados pelo 
tempo histórico e os acontecimentos que marcaram o planeta Terra são narrados 
pelo tempo geológico. A escala do tempo geológico divide o intervalo de tempo 
desde a formação do planeta até os dias atuais. Atualmente, utilizamos 
diferentes técnicas para estabelecer limites dos períodos geológicos, 
principalmente datações radiométricas; entretanto, a divisão do tempo geológico 
é campo de estudo há muito tempo, baseada principalmente na observação dos 
fósseis. Nicolas Steno (1638-1686) foi o primeiro cientista que estabeleceu os 
princípios usados pelas datações relativas, pela observação dos estratos 
(camadas) das rochas. Hoje sabemos que os estratos podem ser modificados 
por movimentações tectônicas, mas as observações de Steno formularam a 
base da estratigrafia e consequentemente do entendimento do tempo geológico. 
3.1 Idade das rochas 
As rochas que compõem a crosta terrestre se formaram em diferentes 
períodos do tempo geológico. Para conseguirmos concluir que a Terra tem 
4,5 bilhões de anos e estabelecer a divisão da escala de tempo, foi fundamental 
 
 
11 
a compreensão das idades das rochas. Essa idade é determinada pelas 
datações relativas e absolutas. 
As datações relativas são baseadas na ocorrência de fósseis nas 
camadas (estratos). A ideia principal é comparar um fóssil ou camada com outro 
fóssil ou camada, comparando suas características, mas sem necessariamente 
determinar a idade daquela rocha, somente quem veio antes e quem veio depois. 
As datações absolutas são baseadas no decaimento radioativos dos 
elementos químicos tais como urânio, potássio, tório, rádio, radônio etc. Além 
disso, em material orgânico pode ser utilizada a técnica conhecida como 
carbono 14. Os elementos radioativos têm o núcleo instável e perdem prótons 
com o passar do tempo. A comparação da quantidade de prótons de um átomo 
novo com a quantidade de prótons de um átomo que está a muito tempo 
cristalizado é que traz a informação da idade absoluta das rochas. 
Figura 5 – Fóssil usado para estabelecer uma idade relativa (a); minério com 
urânio usado para estabelecer a idade absoluta (b) 
 (a) 
Créditos: ABRILLA/SHUTTERSTOCK 
 
 
 
12 
 (b) 
Créditos: RHJPHTOTOANDILUSTRATION/SHUTTERSTOCK 
 
3.2 Divisão do tempo geológico 
A identificação das camadas e tipos diferentes de rocha na crosta terrestre 
possibilita dividirmos a história da Terra, nomeando estes momentos importantes 
e os colocando em uma escala do tempo geológico. Ela pode ser dividida em 
unidades cronoestratigráficas éons, eras, períodos, épocas e idades. 
Éon é um intervalo de tempo enorme e indeterminado, e dividimos o 
tempo geológico em quatro éons: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e 
Fanerozoico. O Éon Hadeano é o tempo de formação do planeta, se inicia e, 4,5 
bilhões de anos e vai até 3,85 bilhões de anos. O vulcanismo era muito ativo e 
superfície da Terra estava quente e sem vida. É o único éon que não se subdivide 
em eras. 
O Éon Arqueano inicia em seguida do Hadeano e seu fim se dá a 
2,5 bilhões de anos. A vida surgiu nesse período, mas os serem eram 
procariontes – as mais primitivas formas de vida. A crosta continental começou 
a ser formada nesse período e alguns cientistas acreditam que existiu o primeiro 
continente da Terra – Vaalbara, mas as rochas deste período são muito difíceis 
de serem encontradas, pois a crosta desde então já foi amplamente modificada 
e renovada. O Arqueano pode ser dividido nas eras: 
 
 
13 
• Eoaqueano: quando a Terra era bombardeada por muitos meteoritos. 
• Paleoarqueano: quando surgiu o Vaalbara. 
• Mesoarqueano: intervalo onde os estromatólitos dominaram a crosta 
terrestre e o Vaalbara se partiu. 
• Neoarqueano: havia água líquida, a tectônica de placas começa a se 
estabelecer e as primeiras bacias sedimentares se formaram, assim como 
as formações ferríferas e outras rochas de grande importância econômica 
nos dias de hoje. 
 
Figura 6 – Escala do tempo geológico 
 
 
O Éon Proterozoico se inicia a 2,5 bilhões de anos e termina em 
540 milhões de anos, sendo o mais longo intervalo da história geológica da 
Terra. Divide-se em: Paleoproterozoico (2,5 a 1,6 b.a.), quando surgem os seres 
eucariontes; Mesoproterozoico (1,6 a 1.0 b.a.), marcado pela formação do 
continente Rodínia e a reprodução sexuada dos seres vivos; e o Neoproterozoico 
(1,0 b.a. a 540 m.a.), que abrigou a biota eudiacarana – animais marinhos 
multicelulares descobertos na Austrália e que viveram a 700 milhões de anos. 
Por fim, atualmente estamos vivendo no Éon Fanerozoico, cujo nome 
relaciona-se à vida visível, isto é, ao período em que a vida evoluiu e se espalhou14 
completamente pelo planeta. Em função disso, é o intervalo melhor dividido, 
principalmente pela facilidade em encontrar rochas e registros fósseis. Divide-se 
nas três importantes eras: Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico. 
A Era Paleozoica (540 a 251 m.a.) é marcada pelo desenvolvimento de 
seres mais complexos, como peixes e plantas, porém sem mamíferos nem aves, 
e também é a era da união das terras emersas formando o grande continente 
Pangeia. O Período Cambriano foi de grande diversidade evolutiva, sendo 
seguido pelo Ordoviciano ondem surgem os peixes de água doce. O Período 
Siluriano é marcado pela evolução das plantas terrestre e no Devoniano 
surgem os insetos e os anfíbios. A formação de jazidas de carvão se dá no 
período Carbonífero, com o surgimento de grandes florestas. Ainda conta com 
o período Permiano, em que os seres vivos sofreram a maior extinção em massa 
do planeta, marcando o fim da era Paleozoica. 
É na Era Mesozoica (250 a 65 m.a.) que acontece o desenvolvimento dos 
dinossauros; era também marcada pela separação do continente Pangeia, 
formado no final do Paleozoico. É dividido nos períodos Triássico, Jurássico e 
Cretáceo. O Período Triássico (250 a 200 m.a.) apresenta sobre o Pangeia o 
grande deserto que originou o Arenito Botucatu – atual reservatório de água 
conhecido como Aquífero Guarani; este período também é marcado pelo 
desenvolvimento dos répteis, principalmente os dinossauros. No Período 
Jurássico (200 a 145 m.a.) inicia-se a divisão do Pangeia, originando os 
continentes Laurásia e Gondwana, evento marcado por extenso vulcanismo e 
que separou o Brasil da África. 
O período Cretáceo (145 a 65 m.a.) é quando os continentes tomam 
formas bastante parecidas com o atual e os dinossauros chegam ao seu auge e 
também são extintos, provavelmente por causa do impacto gigantesco de um 
meteorito de 10 km de diâmetro que caiu onde hoje situa-se a península de 
Yucatán, no México. Com a extinção dos grandes répteis foi possível o 
desenvolvimento dos mamíferos, inclusive com placenta, além de plantas com 
flores. 
Finalizando o Éon Fanerozoico, entramos na era Cenozoica, que é 
também onde nos situamos hoje. Ela se inicia a 65 m.a. e é dividida nos períodos 
Paleógeno (65 a 23 m.a.), o Neógeno (23 a 2,6 m.a.) além do Quaternário, que 
se estende desde 2,5 m.a. até os dias de hoje. É neste período que os 
continentes assumem a forma que conhecemos, tendo sido criados neste 
 
 
15 
período as Cordilheiras dos Andes e dos Himalaias e o Oceano Atlântico como 
conhecemos hoje. 
No Quaternário, temos a época do Pleistoceno, marcada pela Era do 
Gelo, uma grande glaciação do Hemisfério Norte, que também atingiu, menos 
intensivamente, o Sul. Também temos a época atual, o Holoceno é conhecido 
como um intervalo interglacial. O mais importante acontecimento do Quaternário 
é o aparecimento dos hominídeos; há cerca de 450 mil anos existem 
controvérsias sobre o aparecimento do homo sapiens, mas ele provavelmente 
surgiu entre o Pleistoceno e o Holoceno. É no Holoceno que temos a expansão 
da civilização humana. 
TEMA 4 – DINÂMICA INTERNA DO PLANETA TERRA 
Compreendemos que a Terra levou bilhões de anos para chegar ao seu 
estado atual, e durante esse tempo sua composição interna foi se moldando, 
conferindo mudanças também na superfície do globo. Como vimos, a crosta 
pode ser dividida em placas tectônicas, que deslizam sobre a astenosfera, numa 
interface entre crosta e manto. Mas para chegarmos a essas conclusões, além 
de observações sísmicas, a observação do formato dos continentes foi 
fundamental. A Teoria da Deriva Continental foi formulada por Alfred Wegener 
em 1913, no tratado A Origem dos Continente e Oceanos. 
Após observar o formato da costa da América do Sul e da África, ele 
percebeu que elas eram muito semelhantes e que podiam se encaixar, assim 
afirmou que antigamente os continentes estavam unidos em um grande 
continente, chamado por ele de Pangeia. Porém, ele não sabia explicar o 
mecanismo que era responsável pela movimentação de grandes massas 
continentais. Após a Segunda Guerra Mundial, sonares submarinos mostraram 
que o fundo marinho era cheio de estruturas, assim como a superfície terrestre. 
E assim, a partir dessas observações em conjunto com dados paleontológicos, 
litológicos e outras observações, foi sendo formulada uma nova teoria que 
explica como os continentes se movimentam: a Teoria da Tectônica de Placas. 
 
 
 
 
 
16 
 
Figura 7 – Placas tectônicas 
 
Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK. 
 
Como vimos, a Terra pode ser dividida em litosfera e astenosfera, sendo 
que a litosfera, rígida e fria, desliza sobre a astenosfera, que é quente e se 
comporta como líquido no tempo geológico. A litosfera é dividida em placas 
tectônicas, algumas grandes com a Sul-Americana e a Placa do Pacífico, e em 
outras menores, como a Placa de Cocos ou a Placa das Filipinas, com porções 
de crosta continental e/ou oceânica. O movimento dessas placas sobre a 
astenosfera configura o posicionamento dos continentes, expande o fundo dos 
oceanos e molda as grandes estruturas de relevo do globo terrestre como as 
cordilheiras e bacias sedimentares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Figura 8 – Processo da tectônica de placas 
 
Crédito: ELIAS DAHLKE. 
O mecanismo que faz com que as placas deslizem é denominado corrente 
de convecção e é provocado pelo calor que ascende do manto. Aparentemente, 
o núcleo, muito quente, emite radiação térmica que movimenta o manto em 
forma de células de convecção – semelhante ao movimento que acontece dentro 
de uma panela com água fervente, onde a água quente sobre e a fria desce. Não 
é consenso, mas o processo de subducção pode também alimentar a 
movimentação das placas como se fosse empurrando uma placa para dentro da 
astenosfera e “girando” o manto, contribuindo para as correntes de convecção. 
Vale frisar que subducção é o nome que se dá ao processo de mergulho de uma 
placa tectônica sob outra, num limite convergente entre placas. 
 4.1 Limites entre placas tectônicas 
Os movimentos entre placas são classificados em divergentes ou 
construtivas, convergentes ou destrutivas, e transformantes ou 
conservativas. A velocidade de deslocamento das placas é variável, mas tem 
média de 3 a 4 cm por ano, sendo que placas com crosta oceânica têm 
velocidades maiores que placas de crosta continental. 
Os limites divergentes são também chamados de construtivos, porque 
eles constroem novos pedaços de crosta, normalmente oceânica. O exemplo 
mais clássico de um limite divergente de placas tectônicas é entre a Placa Sul-
americana e a Placa Africana, e que se situa no meio do Oceano Atlântico e é 
 
 
18 
representado pela Cadeia Meso-Oceância – a maior cadeia de montanhas do 
globo, mas que não vemos porque está submersa. Nesse exemplo, também fica 
fácil compreender porque um limite divergente é construtivo. As partes 
continentais dessas placas estão se afastando divergindo de direção, e está 
sendo expandido o assoalho oceânico, criando crosta oceânica. 
 
 
 
19 
Figura 9 – Limite divergente entre placas tectônicas 
 
 
Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK. 
 
Os limites convergentes ou destrutivos são o posto dos divergentes, isto 
é, as placas estão colidindo. A placa mais densa e fria mergulha sobre outra 
placa, gerando fossas submarinas, cordilheiras e províncias vulcânicas. Essa 
colisão de placas destrói uma das placas pelo processo de subducção, criando 
as fossas submarinas. 
 
Figura 10 – Limite convergente entre placas tectônicas 
 
Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK. 
 
Um limite convergente com subducção mais clássico é o encontro da 
Placa Sul-Americana com a Placa do Pacífico, onde existe a Cordilheira dos 
Andes. Neste limite, a placa do Pacífico, oceânica, mais densa e fria, subducta 
na Placa Sul-Americana em sua porção continental, e com esse processo é20 
criada a Cordilheira dos Andes. A Cordilheira dos Himalaias também é formada 
por esses processos, mas neste caso são duas placas continentais que colidem, 
criando dobramentos de rocha continentais, mas sem a formação de fossa 
submarina. 
Os limites transformantes ou conservativos não produzem nem destroem 
placas tectônicas, mas conserva-as, pois elas deslizam lateralmente uma com 
as outra. Estes limites criam grandes falhas transformantes, como a clássica 
Falha de San Andreas, entre a Placa do Pacífico e a Placa Norte-Americana, 
deixando as cidades de Los Angeles e São Francisco em permanente risco de 
terremotos. 
 
Figura 11 – Limite transformante entre placas tectônicas 
Créditos: DESIGNUA/SHUTTERSTOCK. 
 
TEMA 5 – PROCESSOS ENDÓGENOS 
Agora que já entendemos os principais movimentos das placas tectônicas 
e compreendemos essa dinâmica, podemos entender os produtos gerados pela 
tectônica de placas. 
Terremotos são notícias comuns nos telejornais e eles são produtos da 
acomodação das placas tectônicas. Quando há aumento de tensão nos limites 
das placas, há acumulação de força que é liberada na forma de tremor ou sismo. 
Os terremotos, portanto, estão diretamente relacionados aos limites 
convergentes de placas tectônicas e à liberação dessa tensão de uma placa 
empurrando a outra pode se dar na superfície da crosta ou em camadas mais 
profundas, sendo que quanto mais próximo à superfície mais destrutivo o 
terremoto será. Um terremoto pode ser avaliado por sua intensidade, medido 
 
 
21 
pela Escala de Mercalli, uma maneira de descrever os efeitos do tremor no 
ambiente. Podemos também avaliar um terremoto por sua força, por meio da 
escala de Richter, logarítmica e baseada na amplitude das ondas registradas por 
um sismógrafo. 
Figura 12 – Locais preferenciais de terremotos no mundo 
 
Créditos: BOGADEVA1983/SHUTTERSTOCK. 
 
Os tsunamis são terremotos em placas oceânicas, que ao se 
movimentarem fazem com que o mar se acomode, podendo ocasionar grandes 
ondas que chegam até as costas. Em limites de placas também há formação de 
vulcões. Eles representam a reciclagem das rochas que foram para as fossas no 
processo de subducção, e são responsáveis pelo acréscimo de crosta no 
oceano. Veremos mais alguns detalhes de vulcões quando estudarmos as 
rochas ígneas, produtos do vulcanismo. 
E, como já comentado, os limites convergentes das placas tectônicas 
produzem orogênese, que é a formação de cadeias de montanhas, ou 
cordilheiras. Essas montanhas são formadas pelo dobramento da crosta 
continental juntamente do denominado prisma de acreção, que é produto do 
derretimento de uma placa que está em subducção sobre a placa que está 
 
 
22 
sobreposta (Figura 8), onde são formados vulcões. Os processos endógenos da 
Terra são complexos e vale a pena conhecer mais profundamente sobre 
vulcanismo e a formação de cordilheiras. 
 
 
 
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NA PRÁTICA 
Conhecendo o planeta Terra melhor, você poderá desenvolver atividades 
com o globo terrestre, identificando onde estão as placas tectônicas. Você 
também pode usar bolas de isopor para montar a Terra e suas camadas internas. 
Agora que você conheceu melhor o planeta Terra, procure aprofundar-se 
nos assuntos. Escolha algum tema desta aula e faça uma pesquisa. Você verá 
que ainda existe muito a descobrir sobre o nosso planeta. 
FINALIZANDO 
Do Big Bang até os dias atuais, vimos como nosso planeta se formou. 
Todo o calor da explosão inicial, dos fragmentos de matéria chocando-se e 
tornando-se rochas até a formação da Terra, ainda é presente em nosso planeta. 
Prova disso são células de convecção que conseguem impulsionar a crosta, 
fazendo com que os continentes se movimentem. Essa movimentação dá origem 
a terremotos, vulcões e cadeias de montanhas. Além disso, aprendemos que o 
planeta Terra é dinâmico. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M. de; TAIOLI, F. 2009. 
Decifrando a Terra. 1. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 623 p. 
CPRM. SGB Educa. Serviço Geológico do Brasil. Disponível em: 
<http://sgbeduca.cprm.gov.br/>. Acesso em: 26 ago. 2021. 
http://sgbeduca.cprm.gov.br/

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