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CIDADANIA
Prof.: Ms. Henrique Dias Sobral Silva
ALGUNS CONCEITOS DE CIDADANIA
Cidadania é um conjunção de três elementos:
“1) a garantia de certos direitos, assim como a obrigação de cumprir
certos deveres para com uma sociedade específica; 2) pertencer a uma
comunidade política determinada (normalmente um Estado); e 3) a
oportunidade de contribuir na vida pública desta comunidade através da
participação.” (GARCIA; LUKES, 1999. p. 01).
ALGUNS CONCEITOS DE CIDADANIA
“Cidadania é o resultado de um longo processo histórico em constante
evolução que, no ocidente, inicia a partir do século XVIII - com a
conquista dos direitos civis expressos na igualdade ante a lei e pela
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão - se afirma no século
XIX - em virtude do sufrágio universal - e se impõe definitivamente no
início do século XX - com a conquista dos direitos econômicos e
sociais.” (GORCZEVSKI, C.; MARTIN, 2011, p. 28).
CIDADANIA EM ROMA
“[...] reconhecia pertencer o indivíduo à comunidade em virtude da uma
relação de direito, entre o cidadão e o Estado, excludente na medida em
que diferenciava legal e politicamente aos cidadãos do não cidadão, mas
inclusiva no sentido de que convivia com o resto de identidades
coletivas participantes da comunidade civil, que não deviam ser
necessariamente identidades universalistas.” (GORCZEVSKI, C.;
MARTIN, 2011, p. 41; MARTÍN, 2002).
CIDADÃO NA GRÉCIA
“Aristóteles definiu o cidadão: para ele, cidadão era todo aquele que
tinha o direito (e, consequentemente, também o dever) de contribuir
para a formação do governo, participando ativamente das
assembleias nas quais se tomavam as decisões que envolviam a
coletividade e exercendo os cargos que executavam essas
decisões.” (COUTINHO, 1999, p.43)
CIDADÃO NA IDADE MÉDIA
“Nesses [...] tempos era a igreja a responsável pelos registros civis, pela
educação, pela orientação cívica e espiritual. O sentido de cidadania -
ainda que não com este nome - volta a existir. Cidadão é o homem
cristão ligado/subordinado a uma diocese.” (GORCZEVSKI, C.; MARTIN,
2011, p. 45; HEATER, 2007).
CIDADÃO NA IDADE MODERNA
Para Bodin “como súdito livre, dependente da soberania de outro... de
sorte que se pode dizer que todo cidadão é súdito ao estar sua liberdade
dependente da majestade a quem deve obediência”. (BODIN, 1576, p.
30).
“É somente por volta do século XVII, na Inglaterra, na França e nas
colônias norte-americanas que as ideias iluministas mais se enraízam e
inicia-se a falar de direitos do cidadão” (GORCZEVSKI, C.; MARTIN,
2011, p. 48).
CIDADÃO PARA OS LIBERAIS
“Invocando o estado de natureza, o primeiro a radicar na liberdade do
homem foi Locke, defendendo que todo homem tem o direito de
proteger sua vida, sua liberdade e seus bens, valores transportados
mais tarde para as primeiras declarações de direitos. Desde então,
vários matizes políticos surgiram para uma nova definição de cidadão.”
(GORCZEVSKI, C.; MARTIN, 2011, p. 48).
CIDADÃO PARA OS LIBERAIS
“[...] para os liberais a ideia de cidadania radica nos valores e direitos
primários, basicamente centrados no exercício da liberdade, para que o
indivíduo tenha a possibilidade de viver dignamente. Defende o cidadão
como o átomo da sociedade e, consequentemente, principal
usufrutuário da liberdade e da democracia.” (GORCZEVSKI, C.; MARTIN,
2011, p. 50).
CIDADÃO PARA MARX
“Ao criticar a dominação dentro do modo de produção capitalista, Marx
criticava todas as construções teóricas e ideológicas, entre elas o
conceito de cidadania. Para ele a ideia de cidadania defendida pelo
liberalismo era um conceito trazido pela burguesia desde a antiguidade
e utilizado para manter o poder usurpado pela classe emergente.”
(GORCZEVSKI, C.; MARTIN, 2011, p. 52; MARX; ENGELS, 2015).
CIDADANIA NO TEMPO PRESENTE
“Cidadania pressupõe democracia, liberdade de manifestação, de
contestação, respeito a todos integrantes da comunidade, aos seus
credos, aos seus valores, às suas culturas.” (GORCZEVSKI, C.; MARTIN,
2011, p. 110).
“De uma maneira geral, as pessoas consideram que a cidadania está
definida exclusivamente em seus direitos individuais e nos deveres do
Estado; esquecem-se de seus próprios deveres e de sua
responsabilidade na participação política, no exercício de sua liberdade
e na obrigação para com os demais cidadãos. (GORCZEVSKI, C.;
MARTIN, 2011, p. 110).
O conceito de cidadania e de cidadão são construções que foram
sendo alteradas desde a Antiguidade até o tempo presente e sua
trajetória deve ser reconhecida e analisada pelo cientista social.
Em um momento de forte disputa dos paradigmas da
modernidade em nossa sociedade - por conta de governos
autoritários, anticientificismo, supressão das liberdades, dentre
outros movimentos - é necessário recompor o conceito como
uma forma de luta em nossa sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BODIN, J. Les six livres de la Repúblique. 1576.
COUTINHO, C. N. Cidadania e modernidade. Perspectivas: Revista de
Ciências Sociais, v. 22, 1999.
GARCIA, S.; LUKES, S. Ciudadania: justicia social, identidad y participación.
Madrid: Signo XXI, 1999. p. 1.
GORCZEVSKI, C.; MARTIN, N. B. A necessária revisão do conceito de
cidadania: movimentos sociais e novos protagonistas na esfera pública
democrática. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HEATER, D. Ciudadanía. Una breve história. Madrid: Alianza Editorial. 2007.
p. 84-85.
MARTÍN, N. B. “Un’ approssimazione alla cittadinanza sociali: alcune
proposte”. In Annali Del Seminario Giurídico del’ Universitá di Catania.
Milano: Giuffré, 2002.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. Boitempo Editorial, 2015.

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