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DEISE CÁRITA VANESSA LEMOS
FLÁVIA NIEL PONCE
ROBERTO CANDIDO DA SILVA
TOMMY LUNA RODRIGUES
AGENTES EMPREGADOS NO CONTROLE DE ECTOPARASITAS 
Trabalho apresentado à disciplina de farmacologia veterinária como requisito de nota parcial, do curso de MEDICINA VETERINÁRIA, ministrado pelo Prof. Guilherme Kanciukaitis Tognoli.
Brasília, DF
Março, 2024 
SUMÁRIO
RESUMO	4
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	FARMACODINÂMICA: MECANISMOS DE AÇÃO	5
2.1	Piretróides	5
2.2	Organofosforados	5
2.3	Avermectinas	5
2.4	Inibidores de crescimento de insetos (IGRs)	6
3.	FARMACOCINÉTICA: CAMINHO DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO	6
3.1	Absorção	6
3.2	Distribuição	6
3.3	Metabolismo	6
3.4	Excreção	7
4.	PERÍODO DE LATÊNCIA	7
5.	BIODISPONIBILIDADE	7
6.	MEIA-VIDA	7
7.	FARMACOTÉCNICA: PREPARO, PURIFICAÇÃO E CONSERVAÇÃO	7
7.1	Preparo	7
7.2	Purificação	8
7.3	Conservação	8
8.	FARMACOGNOSIA: ISOLAMENTO DE PRINCÍPIOS ATIVOS	8
8.1	Fontes Naturais	8
8.2	Isolamento e Identificação	8
8.3	Desenvolvimento de Produtos	8
9.	FARMACOLOGIA CLÍNICA: COMPATIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES LABORATORIAIS	9
9.1	Ensaios Clínicos	9
9.2	Monitoramento Terapêutico	9
9.3	Resistência	9
10.	IMUNOFARMACOLOGIA: TRANSPLANTES E VACINAS	9
10.1	Vacinas Antiparasitárias	9
10.2	Mecanismos de Ação	10
10.3	Desafios e Perspectivas	10
11.	TOXICOLOGIA: AGENTES TÓXICOS	10
11.1	Efeitos Tóxicos	10
11.2	Resíduos em Produtos de Origem Animal	10
12.	POSOLOGIA: ESTUDO DA DOSAGEM	10
12.1	Dose x Dosagem	10
12.2	Reações Adversas	11
12.3	Efeitos Colaterais	11
12.4	Interações Medicamentosas	11
13.	FARMACOTERAPÊUTICA: TRATAMENTO DAS DOENÇAS COM MEDICAMENTOS	11
13.1	Seleção de Medicamentos	11
13.2	Administração e Monitoramento	11
14.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	13
RESUMO
Os ectoparasitas são responsáveis por diversos problemas de saúde em animais domésticos e de produção, causando danos diretos e indiretos que afetam a qualidade de vida dos animais e geram perdas econômicas significativas. Este trabalho tem como objetivo analisar detalhadamente os principais agentes farmacológicos empregados no controle de ectoparasitas, abordando seus aspectos de farmacodinâmica, farmacocinética, farmacotécnica, farmacognosia, farmacologia clínica, imunofarmacologia e toxicologia. Através da revisão da literatura e do estudo de autores brasileiros, são discutidos os mecanismos de ação, a trajetória dos fármacos no organismo, as técnicas de preparo e conservação, o isolamento de princípios ativos, a integração de dados clínicos e laboratoriais, além de novas abordagens imunofarmacológicas e aspectos de toxicidade.
1. INTRODUÇÃO
Os ectoparasitas, incluindo pulgas, carrapatos, piolhos e ácaros, representam um desafio constante na medicina veterinária. Além de causarem irritação e desconforto, esses parasitas podem transmitir doenças graves, tanto para os animais quanto para os seres humanos. 
A crescente resistência dos ectoparasitas aos tratamentos tradicionais aumenta a necessidade de novos agentes farmacológicos. Este trabalho busca fornecer uma visão abrangente sobre os agentes empregados no controle de ectoparasitas, com foco em suas características farmacológicas, visando contribuir para o desenvolvimento de estratégias de controle mais eficazes e seguras.
2. FARMACODINÂMICA: MECANISMOS DE AÇÃO
Os mecanismos de ação dos ectoparasiticidas variam conforme a classe dos compostos. Entre os principais agentes, destacam-se os piretróides, os organofosforados, as avermectinas, e os inibidores de crescimento de insetos.
2.1 Piretróides
Estes compostos, derivados sintéticos das piretrinas naturais, atuam nos canais de sódio das membranas neuronais dos ectoparasitas, prolongando a abertura desses canais e causando hiperexcitação, paralisia e morte. Os piretróides são amplamente utilizados devido à sua eficácia e rápida ação (Borges et al., 2020).
2.2 Organofosforados
Inibem a enzima acetilcolinesterase, resultando na acumulação de acetilcolina nas sinapses e consequente hiperexcitação dos neurônios. Isso leva à paralisia e morte do parasita. Devido à sua alta toxicidade, seu uso é restrito e regulado (Castro, 2019).
2.3 Avermectinas
Estas são macrocíclicas lactonas que se ligam aos canais de cloro ativados pelo glutamato, presentes nas células nervosas e musculares dos parasitas, aumentando a permeabilidade à íons cloro e resultando em paralisia e morte do parasita. As avermectinas são eficazes contra uma ampla gama de ectoparasitas e endoparasitas (Silva & Mendes, 2021).
2.4 Inibidores de crescimento de insetos (IGRs)
Estes agentes interferem no desenvolvimento dos parasitas, impedindo a metamorfose e a ecdise. Exemplos incluem os inibidores da síntese de quitina e os reguladores de hormônios juvenis, que são especialmente eficazes no controle de populações de pulgas e carrapatos (Pereira et al., 2020).
3. FARMACOCINÉTICA: CAMINHO DOS FÁRMACOS NO ORGANISMO
A farmacocinética dos ectoparasiticidas abrange as etapas de absorção, distribuição, metabolismo e excreção (ADME).
3.1 Absorção
A via de administração dos ectoparasiticidas pode ser tópica, oral ou parenteral. Os produtos tópicos, como os spot-ons, são aplicados diretamente na pele do animal, sendo absorvidos através da epiderme e distribuídos pelo tecido adiposo. Produtos orais são absorvidos pelo trato gastrointestinal e distribuídos sistemicamente (Oliveira, 2019).
A série de processos pelos quais uma substância externa a um ser vivo penetra, sem lesão traumática, chegando até o sangue pode ocorrer por difusão passiva, filtração, difusão facilitada ou transporte ativo.
3.2 Distribuição
Após a absorção, os fármacos são distribuídos para os tecidos-alvo. A distribuição pode ser influenciada pela lipossolubilidade do fármaco, ligação às proteínas plasmáticas e perfusão sanguínea dos tecidos. Produtos tópicos frequentemente se acumulam na camada lipídica da pele, proporcionando um efeito residual prolongado (Silva & Mendes, 2021).
3.3 Metabolismo
O metabolismo dos ectoparasiticidas ocorre principalmente no fígado, onde são transformados em metabólitos ativos ou inativos. A biotransformação pode variar significativamente entre espécies, afetando a eficácia e a toxicidade dos fármacos (Pereira et al., 2020).
3.4 Excreção
A excreção dos fármacos e seus metabólitos ocorre principalmente pelos rins (via urinária) e pelo fígado (via biliar). A taxa de excreção pode influenciar a duração da ação do fármaco e o intervalo entre as doses necessárias (Silva & Mendes, 2021).
4. PERÍODO DE LATÊNCIA
O período de latência é o tempo compreendido entre a administração do fármaco e o início do efeito do mesmo. Este período pode variar conforme a via de administração e a farmacocinética do composto.
5. BIODISPONIBILIDADE
A biodisponibilidade é a quantidade de um fármaco que atinge o órgão ou tecido-alvo (biofase). Fatores como absorção, metabolismo de primeira passagem e forma farmacêutica influenciam a biodisponibilidade.
6. MEIA-VIDA
A meia-vida é o tempo necessário para que a concentração de um fármaco se reduza à metade. Este parâmetro é crucial para determinar a frequência de administração dos medicamentos.
7. FARMACOTÉCNICA: PREPARO, PURIFICAÇÃO E CONSERVAÇÃO
A farmacotécnica envolve o desenvolvimento de formulações que garantam a estabilidade, eficácia e segurança dos produtos.
7.1 Preparo 
A preparação de ectoparasiticidas inclui a escolha dos excipientes, veículos e adjuvantes apropriados para melhorar a absorção e estabilidade do produto. A escolha da forma farmacêutica (spot-on, spray, coleira, comprimido) também é crucial para a eficácia do tratamento (Oliveira, 2019).
7.2 Purificação
A purificação dos princípios ativos é essencial para eliminar impurezas e garantir a potência do produto. Técnicas como cromatografia e extração com solventes são comumente usadas (Martins, 2021).
7.3 Conservação
A conservação adequada dos produtos é vital para manter sua eficácia. Os produtos devem ser armazenados em condições que previnam a degradação química e microbiológica.A embalagem também desempenha um papel importante na proteção contra a luz, umidade e oxigênio (Oliveira, 2019).
8. FARMACOGNOSIA: ISOLAMENTO DE PRINCÍPIOS ATIVOS
A farmacognosia estuda os compostos bioativos de origem natural, com potencial aplicação no controle de ectoparasitas.
8.1 Fontes Naturais
Plantas como Azadirachta indica (nim) e Chrysanthemum cinerariifolium (piretro) são conhecidas por seus efeitos antiparasitários. Extratos de nim contêm azadiractina, que tem ação repelente e inibidora de alimentação, enquanto as piretrinas do crisântemo afetam o sistema nervoso dos parasitas (Souza, 2018).
8.2 Isolamento e Identificação 
Técnicas como extração, destilação, cromatografia e espectrometria de massa são usadas para isolar e identificar os princípios ativos de plantas e outros organismos naturais (Souza, 2018).
8.3 Desenvolvimento de Produtos
Após a identificação dos compostos bioativos, eles podem ser formulados em produtos comerciais. A padronização dos extratos é crucial para garantir a concentração uniforme dos princípios ativos e a eficácia do produto (Martins, 2021).
9. FARMACOLOGIA CLÍNICA: COMPATIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES LABORATORIAIS
A farmacologia clínica integra dados laboratoriais e clínicos para desenvolver tratamentos eficazes e seguros.
9.1 Ensaios Clínicos
Testes clínicos são realizados para avaliar a eficácia e a segurança dos novos ectoparasiticidas em condições reais. Esses estudos ajudam a determinar a dose ótima, o intervalo de administração e os possíveis efeitos colaterais (Pereira et al., 2020).
9.2 Monitoramento Terapêutico
A monitoração dos níveis plasmáticos dos fármacos pode ser necessária para garantir a eficácia terapêutica e evitar toxicidade, especialmente em casos de tratamentos prolongados ou em animais com comorbidades (Almeida, 2019).
9.3 Resistência 
A resistência aos ectoparasiticidas é um problema crescente. Testes laboratoriais podem identificar a resistência dos parasitas, permitindo ajustes no protocolo de tratamento (Borges et al., 2020).
10. IMUNOFARMACOLOGIA: TRANSPLANTES E VACINAS
A imunofarmacologia, embora tradicionalmente associada a transplantes e doenças autoimunes, também tem aplicações no controle de ectoparasitas através do desenvolvimento de vacinas.
10.1 Vacinas Antiparasitárias
Vacinas podem ser desenvolvidas para estimular o sistema imunológico dos animais a reconhecer e combater os ectoparasitas. Um exemplo é a vacina contra o carrapato Boophilus microplus, que utiliza antígenos derivados do próprio parasita para induzir uma resposta imune protetora (Moreira, 2020).
10.2 Mecanismos de Ação 
As vacinas antiparasitárias funcionam ao induzir a produção de anticorpos específicos que se ligam aos parasitas, interferindo em suas funções vitais e facilitando sua eliminação pelo sistema imune do hospedeiro (Moreira, 2020).
10.3 Desafios e Perspectivas 
O desenvolvimento de vacinas eficazes contra ectoparasitas enfrenta desafios como a variabilidade antigênica dos parasitas e a necessidade de uma resposta imune robusta e duradoura. Pesquisas contínuas e avanços em biotecnologia são essenciais para superar esses obstáculos (Oliveira, 2020).
11. TOXICOLOGIA: AGENTES TÓXICOS
A toxicologia dos ectoparasiticidas envolve a avaliação dos efeitos adversos desses compostos nos animais tratados e no meio ambiente.
11.1 Efeitos Tóxicos
Muitos ectoparasiticidas possuem uma margem de segurança estreita, o que significa que a dosagem terapêutica está próxima da dosagem tóxica. Efeitos tóxicos podem incluir neurotoxicidade, hepatotoxicidade e toxicidade reprodutiva (Castro, 2019).
11.2 Resíduos em Produtos de Origem Animal
O uso de ectoparasiticidas em animais de produção pode resultar em resíduos nos produtos de origem animal, como leite e carne. A regulamentação e monitoramento desses resíduos são essenciais para garantir a segurança alimentar (Almeida, 2019).
12. POSOLOGIA: ESTUDO DA DOSAGEM
12.1 Dose x Dosagem 
A dose refere-se à quantidade de fármaco administrada de uma vez, enquanto a dosagem refere-se ao regime de administração, incluindo a dose, a frequência e a duração do tratamento. Determinar a dose correta é essencial para maximizar a eficácia e minimizar os efeitos adversos.
12.2 Reações Adversas
Reações adversas são respostas prejudiciais a um medicamento que geralmente desaparecem com o tempo. Elas podem variar de leves a graves e devem ser monitoradas atentamente (Oliveira, 2020).
12.3 Efeitos Colaterais
Efeitos colaterais são efeitos do fármaco diferentes do efeito principal, que podem ser benéficos ou prejudiciais. A identificação e gestão dos efeitos colaterais são parte importante da prática clínica (Almeida, 2019).
12.4 Interações Medicamentosas
As interações medicamentosas podem ocorrer quando um fármaco interage com outro, resultando em sinergismo (aumento do efeito) ou antagonismo (diminuição do efeito). É crucial considerar possíveis interações ao prescrever múltiplos medicamentos (Pereira et al., 2020).
13. FARMACOTERAPÊUTICA: TRATAMENTO DAS DOENÇAS COM MEDICAMENTOS
A farmacoterapêutica envolve a aplicação prática dos conhecimentos farmacológicos para tratar doenças, considerando a escolha dos medicamentos, a dosagem, a frequência e a duração do tratamento.
13.1 Seleção de Medicamentos
A escolha do medicamento adequado para o controle de ectoparasitas baseia-se na eficácia, segurança, facilidade de administração e custo. É fundamental considerar as características específicas do parasita e do hospedeiro (Oliveira, 2019).
13.2 Administração e Monitoramento
A administração correta dos medicamentos, bem como o monitoramento contínuo dos animais tratados, são essenciais para garantir o sucesso do tratamento e a minimização de efeitos adversos (Silva & Mendes, 2021).
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O controle de ectoparasitas na medicina veterinária é um campo complexo e dinâmico, que exige uma compreensão profunda dos aspectos farmacológicos dos agentes utilizados. A integração dos conhecimentos de farmacodinâmica, farmacocinética, farmacotécnica, farmacognosia, farmacologia clínica, imunofarmacologia, toxicologia e farmacoterapêutica é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes e seguras. 
A resistência crescente aos tratamentos tradicionais destaca a necessidade de inovação e de uma abordagem integrada que combine diferentes métodos de controle, incluindo o uso de vacinas. A colaboração entre pesquisadores, clínicos e a indústria farmacêutica é fundamental para enfrentar os desafios presentes e futuros no controle de ectoparasitas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
· Almeida, R. (2019). Farmacologia clínica veterinária. São Paulo: Editora Veterinária.
· Borges, R. S., Almeida, R. J., & Santos, M. A. (2020). Mecanismos de ação dos ectoparasiticidas. Rio de Janeiro: Editora Científica.
· Castro, M. (2019). Mecanismos de ação dos ectoparasiticidas. Rio de Janeiro: Editora Científica.
· Martins, J. (2021). Farmacotécnica aplicada à medicina veterinária. Porto Alegre: Editora Técnica.
· Moreira, F. M. (2020). Imunofarmacologia e novas abordagens terapêuticas. Curitiba: Editora Acadêmica.
· Oliveira, P. R. (2019). Farmacotécnica aplicada à medicina veterinária. Porto Alegre: Editora Técnica.
· Pereira, L. V., Silva, A. P., & Souza, C. R. (2020). Farmacologia clínica veterinária. São Paulo: Editora Veterinária.
· Silva, A. R., & Mendes, F. T. (2021). Farmacocinética dos agentes tópicos em animais. Recife: Editora Universitária.
· Souza, D. F. (2018). Farmacognosia e fitoterapia veterinária. Florianópolis: Editora Natural.

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