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A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, causada pela bactéria 
Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios 
(sífilis primária, secundária, latente e terciária). Notificação obrigatória em sífilis 
adquirida, sífilis em gestante (pré-natal, parto e puerpério) e sífilis congênita. 
 
Abordagem integral na Atenção Primária 
Acelerar e concentrar esforços abrangentes de prevenção por meio da ampliação 
de abordagens comportamentais, biomédicas e estruturais combinadas 
baseadas em evidências; 
Facilitar o acesso das pessoas a informações sobre seu status de infecção 
sexualmente transmissível; 
Melhorar o acesso ao tratamento e cuidados abrangentes de longo prazo quando 
necessário; 
Desafiar a estigmatização e discriminação generalizadas. 
 
Transmissão 
 A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante 
a gestação ou parto. Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. 
Em gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente a taxa de transmissão é de 80% para o feto, nos estágios 
iniciais – primária, secundária e latente recente. 
 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria 
(pênis, vulva, vagina, colo uterino, boca, ou outros locais 
da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. 
 
Essa lesão rica em treponemas é chamada de “cancro 
duro”: indolor, com base endurecida e fundo limpo, que 
normalmente não coça, não arde e não tem pus; 
Geralmente, é acompanhada de linfadenopatia inguinal; 
Esse estágio pode durar entre duas a seis semanas e 
desaparecer de forma espontânea, independentemente 
de tratamento. 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis 
meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial; 
As lesões secundárias são ricas em treponemas, 
podendo ocorrer: erupções cutâneas em forma de 
máculas (roséola) e/ou pápulas, principalmente no 
tronco; lesões eritemato-escamosas palmo-plantares (a 
localização sugere fortemente sífilis secundária); placas 
eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas; lesões 
pápulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas 
(condiloma plano ou condiloma lata); 
Pode ocorrer alopecia em clareira e madarose (perda da 
sobrancelha, em especial do terço distal); 
Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo 
corpo; 
As manchas desaparecem em algumas semanas, 
independentemente de tratamento, trazendo a falsa 
impressão de cura. 
 
SÍFILIS LATENTE – FASE ASSINTOMÁTICA 
Não aparecem sinais ou sintomas; 
É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e 
latente tardia (mais de um ano de infecção). 
A duração dessa fase é variável, podendo ser 
interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da 
forma secundária ou terciária. 
SÍFILIS TERCIÁRIA 
Cerca de 30% dos pacientes que não foram tratados 
após um longo período de latência – podendo surgir 2 a 
40 anos após o início da infecção. 
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente 
lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e 
neurológicas, podendo levar à morte. 
 Abordagem da 
 SÍFILIS na APS 
 Raphaela Faria – Medicina XXIX 
Considerada rara – a maioria da população recebe 
indiretamente, ao longo da vida, antibióticos com ação 
sobre o agente causador da doença 
Formação de gomas sifilíticas – tumorações com 
tendência à liquefação em pele, mucosas, osso ou 
qualquer tecido. 
 
 
 
SÍFILIS ADQUIRIDA 
Indivíduo assintomático com teste não treponêmico reagente com qualquer titulação e teste treponêmico reagente sem 
registro de tratamento prévio; 
Indivíduo sintomático para sífilis com pelo menos um teste reagente – treponêmico ou não treponêmico com qualquer 
titulação. 
SÍFILIS EM GESTANTE 
Mulher assintomática para sífilis, que durante o pré-natal, parto e/ou puerpério apresenta pelo menos um teste reagente 
– treponêmico e/ou não treponêmico com qualquer titulação – e sem registro de tratamento prévio; 
Mulher sintomática para sífilis, que durante o pré-natal, parto e/ou puerpério apresenta pelo menos um teste reagente – 
treponêmico e/ou não treponêmico com qualquer titulação; 
Mulher que durante o pré-natal, parto e/ou puerpério apresenta teste não treponêmico reagente, com qualquer titulação 
mais teste treponêmico reagente, independente de sintomatologia e de tratamento prévio. 
 
Testes imunológicos para o diagnóstico de sífilis 
• Exames diretos: a pesquisa direta de T. pallidum nas sífilis recente primária e secundária pode ser feita pela 
microscopia de campo escuro (sensibilidade de 74% a 86%). Quando isso não é possível, a pesquisa do 
treponema pode ser realizada por imunofluorescência direta e biópsias. 
• Testes imunológicos: são os mais utilizados na prática diária. Dividem-se em treponêmicos e não 
treponêmicos. 
 
TESTES TREPONÊMICOS 
Detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos do T. pallidum. São os primeiros a se tornarem 
reagentes: importantes para diagnóstico. 
Testes rápidos – são práticos e de fácil execução, podendo ser realizados com amostras de sangue total colhidas por 
punção venosa ou por punção digital. 
• Testes de hemaglutinação e aglutinação passiva – TPHA 
• TESTE DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA – FTA – MAIS UTILIZADO 
• Quimioluminescência 
• Ensaio Imunoenzimático indireto ELISA 
Na maioria das vezes, mesmo após o tratamento, permanecem positivos; por isso, não são indicados para o 
monitoramento da resposta ao tratamento. 
 
TESTES NÃO TREPONÊMICOS 
Detectam anticorpos não específicos para os antígenos do T. pallidum. Tornam-se reagentes cerca de uma a três 
semanas após o aparecimento do cancro duro. 
São utilizados para auxiliar no diagnóstico (como primeiro teste ou teste complementar), para o monitoramento da 
resposta ao tratamento e para o controle de cura. 
TESTE NÃO TREPONÊMICO MAIS UTILIZADO É O VDRL 
Se a infecção for detectada nas fases tardias da doença, são esperados títulos baixos < 1:4 – que podem persistir por 
meses ou anos. 
 
 
 
 
Diagnóstico – Teste treponêmico REAGENTE + Teste não treponêmico REAGENTE. 
 
 
 
 
 
 
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com 
leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos. Esta é a principal forma de diagnóstico da sífilis, sendo parte da 
estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica da doença. 
Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de 
um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Deve-se avaliar a história clínico-
epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e 
laboratoriais, para se chegar a um diagnóstico seguro e correto de sífilis congênita. 
 
Tratamento 
Deve ser prescrito adequadamente para o estágio clínico. A Penicilina é administrada na Atenção Básica. 
A possibilidade de reação anafilática NÃO deve impedir a administração de penicilina na prevenção da sífilis 
congênita. 
Caso ocorra alergia á penicilina, o paciente deverá ser referido a atenção especializada – adrenalina é a droga de 
escolha para tratamento. 
 
Estadiamento Esquema terapêutico 
Alternativa (exceto para 
gestantes) 
Seguimento (teste não 
treponêmico) 
Sífilis recente: primária, 
secundária e latente (com até 
um ano de evolução) 
 
Penicilina G benzatina 2,4 
milhões UI, IM, dose única (1,2 
milhão UI em cada glúteo) 
Doxiciclina 100 mg, 12/12 
horas, VO, por 15 dias 
Teste não treponêmico 
trimestral (em gestantes, o 
controle deve ser mensal) 
Sífilis latente tardia (com 
mais de um ano de evolução) 
ou latente com duração 
ignorada e sífilis terciária 
Penicilina G benzatina 2,4 
milhões UI, IM, semanal, por 3 
semanas 
Dose total: 7,2milhões UI, IM 
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, 
por 30 dias 
Teste não treponêmico 
trimestral (em gestantes, o 
controle deve ser mensal) 
Neurossífilis 
 
Penicilina cristalina 18-24 
milhões UI/dia, IV, em doses de 
3-4 milhões UI, a cada 4 horas 
ou por infusão contínua, por 14 
dias. 
Ceftriaxona 2 g, IV, 1xdia, por 
10 a 14 dias 
Exame de LCR de 6/6 meses 
até normalização. 
 
Devido ao cenário epidemiológico, recomenda-se tratamento imediato após somente um teste reagente para sífilis 
(treponêmico ou não treponêmico) nas seguintes situações (independe de sinais e sintomas de sífilis): 
› Gestantes; 
› Vítimas de violência sexual; 
› Pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao serviço) 
› Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primária ou secundária; 
Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo 
(reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. 
Teste 
treponêmico 
REAGENTE: 
- Teste rápido; 
- FTA-Abs 
Teste não 
treponêmico 
REAGENTE: 
- VDRL 
-RPR 
Diagnóstico de 
sífilis 
confirmado* 
Para a investigação de novos casos de sífilis com testes imunológicos, recomenda-se iniciar a testagem com testes do tipo 
treponêmicos, pois estes se tornam positivos antes dos testes não treponêmicos. Porém, caso a pessoa tenha histórico 
de sífilis, recomenda-se iniciar a investigação com testes não treponêmicos. 
devido à alta probabilidade de os testes treponêmicos permanecerem reagentes 
durante toda a vida da pessoa, mesmo na ausência de reinfecção. 
› Pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis 
 
Reação de Jarisch-Herxheimer 
Após a primeira dose de penicilina, o paciente pode apresentar exacerbação das 
lesões cutâneas, com eritema, dor ou prurido, que regridem espontaneamente 
após 12 a 24 horas, sem a necessidade da descontinuar o tratamento. A reação 
não configura alergia à penicilina e ocorre em resposta ao derrame de 
proteínas e outras estruturas dos treponemas mortos na corrente sanguínea. É 
mais comum em pacientes que recebem tratamento na fase secundária. 
Tipicamente, é acompanhada de febre, artralgia e mal-estar. 
Gestantes que apresentam essa reação podem ter risco de trabalho de parto pré-termo, pela liberação de 
prostaglandinas em altas doses. Se houver esse desfecho, devem-se seguir cuidadosamente os protocolos 
recomendados para inibição do trabalho de parto prematuro. 
Seguimento pós tratamento 
Os testes não treponêmicos (VDRL) devem ser realizados mensalmente nas gestantes 
No restante da população deverão ser realizados a cada 3 meses até o 12º mês de acompanhamento (3, 6, 9 e 12 
meses). 
Avaliação de possíveis: reinfecção; falha ao tratamento; e focos não tratados. 
 
Critérios de retratamento da sífil is 
Não redução da titulação em duas diluições – no intervalo de 6 meses (sífilis 1ª, 2ª ou latente) 
ou 12 meses (sífilis tardia) após tratamento adequado; 
ou 
Aumento da titulação em duas diluições – em qualquer momento do seguimento; 
ou 
Persistência ou recorrência de sinais e sintomas de sífilis em qualquer momento do 
seguimento. 
 
Abordagem da parceria sexual 
Esforço para testagem e tratamento das parceiras sexuais; 
Interromper a cadeia de transmissão e reinfecção; 
Busca ativa; 
SIGILO. 
 
SÍFILIS E GESTAÇÃO 
Testagem da gestante 
Pré – Natal Maternidade 
História de exposição 
de risco/ violência 
sexual 1ª consulta do pré natal 
3º trimestre de 
gestação (28ª 
semana) 
Parto Aborto 
O tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponêmico ou não treponêmico, sem aguardar o resultado 
do segundo teste: TESTAGEM E TRATAMENTO NA MESMA CONSULTA. 
Tratamento adequado da gestante: Tratamento completo para estágio clínico da sífilis com penicilina Benzatina, e 
iniciado ATÉ 30 DIAS ANTES DO PARTO. 
Penicilina – Única opção de tratamento da sífilis na gestação. 
Registrar na caderneta de pré-natal da gestante todas as medidas realizadas para prevenir a sífilis congênita, evitando 
que a criança exposta seja submetida a intervenções desnecessárias no pós-parto. 
O intervalo preconizado de administração de Benzilpenicilina benzatina para o tratamento de sífilis é de uma semana entre as 
doses. Em gestantes, o esquema deve ser reiniciado se o intervalo ultrapassar os sete dias entre as doses. Em não gestantes, 
reiniciar o tratamento se transcorrerem mais de 14 dias entre as doses.

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