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Monica Prado 
DOENÇAS DO COLO DO UTERO 
AULA 12- Anatomopatologia – Prof. Larissa Kerr 
EMBRIOGÊNESE: 
 
Durante a embriogênese a partir da 4, 5 e 6 semana de gestação ja começa alguma estrutura 
que tem a função de se diferenciar em estruturas genitais femininas ou masculinas. Entao no inicio 
da formação genital tanto o sexo feminino e masculino, ambos os sexos apresentam as mesmas 
estruturas, entao nos temos três estruturas tubulares. Existem tambem estruturas chamadas de 
ductos metanéfricos, são todas as estruturas que estão no retroperitonio do embrião em 
formação, são todas as estruturas tubulares, e as estrutura metanefrica tem a função de formar as 
estruturas de glomerulo, estrutura de genital do sistema urinario proximal. Estrutura renal simpli-
ficadamente. Entao tanto o sexo feminino quanto o sexo masculino vao apresentar essas estru-
turas da figura: 
  Ductos mesonéfricos em azulzinho, támbem chamados de ductos de Woff. 
  Ductos paramesonefricos em laranjinha, também chamados de ductos de miiler. 
Ausência do cromossomo Y permite com que as estruturas representada nos ductos de Miiler 
evoluam e se diferenciem para a genital interna. Entao na ausência do Y permite com que os duc-
tos de Miiler ou ductos paramesonefrico se diferenciem para a genitália feminina. Então quem é 
XX vai ter o desenvolvimento das estruturas de Muller. As estruturas de Wolf involuem por causa 
da ausência do Y e ficam como remanescentes mesonefricos que vao estar presentes no ligamento 
largo. O que acontece quando existe o Y é que os ductos de Miiler involuem e os ductos de Wolfe 
evoluem pra formar porções da genitália masculina. 
Vamos comparar uma genitália diferenciada, ou seja, a genitália onde a ausência do Y fez com 
que os ductos de Miiler se desenvolvesse e os de Wolff involua e a estrutura gonadal onde a 
presença do Y fez com que os ductos de Wolff se desenvolvesse e ductos de Miller involuir-se. 
Entao nos temos do lado feminino tudo que esta em azulzinho é dos desenvolvimento dos ductos 
de miiler que vai formar trompas uterinas, corpo uterino, colo do útero e 2/3 da vagina, o re-
vestimento epitelial interno é revestimento interno da trompa, corpo uterino e da endocervice 
(porcao interna do útero). Em vermelho são das parte involuida dos ductos de Wolff da genitália 
feminina e no lado oposto voce pode ver que ocorre exatamente o contrario, no sexo masculino 
quem evolui são dos ductos de Wolfe que vao formar as estruturas do epididimo, ducto deferente, 
vesícula seminal, uretra e as estruturas Miliana vao involuir e vao ficar ali apenas remanescentes. 
 
 
Monica Prado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O revestimento interno do colo do útero, ou seja, da endocervice é feito pelo ducto de muller e 
todo revestimento epitelial da vagina e colo uterino a porção externa que é voltada para a vagina 
tem uma outra origem embrionária, na imagem tem uma estrutura alaranjada chamada de seio 
urogenital, essa é uma estrutura ectodérmica, ela tem uma outra origem nas 3 camadas do em-
brião, e essa estrutura vai formar o revestimento externo de toda a vagina e do colo uterino ex-
ternamente, ou seja, ectocervice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA: O colo uterino mede mais ou menos 
2 por 2 cm considerando você visualizando o colo 
do útero de maneira frontal e o comprimento do 
colo uterino até o istmo tem aproximadamente 3 
cm, então o colo do útero é uma estrutura tubu-
lar que tem um canal interno bem fininho, em 
geral ta bem fechado, tem uma estrutura interna 
chamada de ectocervice, além desse revestimen-
to endocervical e ectocervical, ele é composto 
por corio que sustenta esse epitélio e um estro-
ma fibromuscular, semelhante ao estroma que 
tem na próstata. 
Endocervice: tem um epitélio colunar glandular 
com uma única camada, produtor de secreção 
Monica Prado 
que varia de acordo com o ciclo menstrual da mulher, que leva aproximadamente 28 dias para se 
iniciar e terminar, essa secreção produzida pelas células glandulares da endocervice normalmente 
formam um tampão, uma proteção física para que aquilo que tenha comunicação com o externo 
que é a vagina não penetre no corpo uterino. Então o corpo uterino é uma estrutura estéril, já a 
vagina e consequentemente o colo do útero tem um revestimento epitelial que não é estéril, 
está envolvido por bactérias, em geral não patogênica. 
Ectocervice tem origem no seio urogenital e ele é quando diferenciado por um epitélio es-
camoso estratificado e quando ele alcanca diferenciação máxima ele é gligenado e não ceratiniza-
do. Então como que é o nome completo do epitélio que reveste a ectocervice: Epitelio escamoso 
estratificado não ceratinizado e glicogenado (quando a célula alcança a diferenciação máxima 
dela, em todos os ciclos hormonais, com a produção de glicogênio que faz com que esse epitélio 
não seja corado pela HE). 
Porção central caminhando para a es-
querda: tem epitélio monoestratificado 
com células colunares, com o núcleo 
voltado para a base, e esse é o re-
vestimento epitelial da endocervice. 
Porção direita: tem um epitélio escamo-
so estratificado não ceratinizado com 
células com citoplasma bem claro quer 
dizer que é glicogenado. 
Então isso é a transição do epitélio es-
camoso da ectocervice e o epitélio glan-
dular da endocervice. 
Papiloma virus humano: é o HPV, é conhecido como um vírus carcinogênico, ou seja, o HPV tem 
capacidade de formar câncer, não causa só câncer de colo de útero, causa câncer de anus, bo-
ca(palato,língua,tonsila,etc), esses são os principais lugares. O HPV tem uma predileção por essa 
estrutura do colo do útero (area de transição). 
O orifício externo do colo do útero é um estrutura que pode ser arredonda ou fenda, normalmen-
te ela é circunferencial em pacientes que nunca tiveram o parto vaginal, e ela é em fenda em pa-
ciente que tiveram parto vaginal, e ai esse orifício externo está voltado para a vagina. 
O orifício interno é o orifício do colo do útero internamente que separa a endocervice do corpo do 
útero que é revestido pelo endométrio. Idealmente na situação fisiológica esperada, o orifício ex-
terno coincide na transição da endocervice e ectocervice. Num colo do uterino ideal a transição 
entre epitélio escamoso estratificado não ceratinizado e o epitélio glandular coincide com o ori-
fício externo. 
Entretanto em 3 situações especificas da vida da mulher esse orifício externo não coincide com 
essa transição: Durante a vida intra uterina, a bebe mulher esta sendo gerada, na puberdade 
feminina ou no inicio da vida jovem, e na gestação da mulher, esse epitélio glandular endocervical 
faz uma eversão fisiológica, fisiologicamente por questões hormonais esse revestimento da en-
docervice, que é o epitélio glandular, faz o processo de eversão,então esse epitélio glandular seria 
visível na ectocervice, agora esse epitélio glandular simples esta voltado para a vagina, a vagina 
tem um microbioma distinto da endocervice, na endocervice tem uma secreção mucosa que im-
pede com que bactérias da vagina entrem para o corpo uterino, tem que ser estéril para a princi-
pal função, que é a gestação. 
Quando esse epitélio simples, com uma única camada bem delicada, fica voltada para a vagina, na 
vagina ele vai estar em contato com um pH baixo. Porque o habitat natural da vagina é composto 
Monica Prado 
fisiologicamente por bactérias chamadas de lactobacilos, produtoras de ácido láctico que faz com 
que esse ambiente seja mais ácido exatamente como um fator de proteção para a bactérias pato-
gênicas não causem doença na vagina no colo de útero e também não ascenda para o corpo uteri-
no. 
Esse epitélio glandular agora fica em contato com esse ambiente ácido, tanto lá naquelas três 
fases só que o que ela acontece também. Nessa fase da puberdade, inicio da vida jovem coincide 
em muitos casos, com o início da vida sexual e ai esse epitélio glandular simples e endocervical 
que everteu fisiologicamente, além de ter encontrado com um pH ácido,ele começa a ter contado 
com o trauma da relação sexual e pode ter contato com diversas infecções, agentes infecciosos 
bacterianas, virais, dentre eles, o vírus do papiloma humano. Esse epitélio sobre essa agressão faz 
um distúrbio da diferenciação chamado de metaplasia, então esse epitélio glandular de uma única 
camada super delicada, não suportando esse novo ambiente, sofre metaplasia e no caso, meta-
plasia escamosa, deixa de ser um epitélio glandular de uma única camada e tenta se transformar 
em um epitélio escamoso. 
O epitélio metaplásico tem origem distinta, não consegue em geral se transformar totalmente 
num epitélio escamoso estratificado não queratinizado glicogenado. Em geral o que acontece com 
esse epitélio metaplásico é que ele se torna um epitélio escamoso estratificado não queratinizado. 
A glicogenação é como se fosse o máximo da diferenciação, em geral esse epitélio não alcança 
esse máximo de diferenciação porque a origem dele é diferente. 
Nesse processo de metaplasia – que é fisiológico – o HPV, se ele tiver contato com esse epitélio, se 
aproveita desse processo de instabilidade, pois o mecanismo de diferenciação foi modificado na 
célula tronco e programa aquela célula para fazer exatamente o que quer e é por isso que o colo 
de útero é muito mais suscetível ao câncer causado pelo HPV do que o pênis, por exemplo. 
Toda estrutura peniana, seja a parte do prepúcio, da corona, do sulco, da glande, é revestido por 
epitélio escamoso estratificado. O prepúcio, externamente queratinizado e internamente, o sulco 
e a glande, não queratinizado. Ou seja, saem epitélios próprios pro trauma, próprios pro atrito. É 
difícil o HPV conseguir infectar. 
É similar ao que acontece com a região do ânus. Externamente, o ânus tem um epitélio escamoso 
estratificado, no caso, a porção mais externa da borda já é pele, então é queratinizado, mais inter-
namente da borda anal, que é a região da hemorroida é epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado e dai já vem o epitélio glandular em direção ao reto. Então aquela região também, 
no caso de relação sexual anal, é uma região que sofre o trauma. Para se proteger daquele trau-
ma, o epitélio do reto se transforma num epitélio escamoso, ou seja, sofre uma metaplasia e o 
HPV nessa situação, se houver, se aproveita dessa instabilidade e causa o câncer do ânus, que se 
for causado por HPV, tem uma patogênese muito similar ao que acontece no colo do útero. 
O HPV é extremamente estudado, tem especificamente duas proteínas E6 e E7 que atuam em 
estruturas nucelares, em estruturas do DNA, que reprogramam a célula. 
 A proteína E7 do HPV: consegue em algumas situações se ligar a uma proteína chamada RB, 
que é a proteína do retinoblastoma (quando foi descoberta, foi vinculada essa neoplasia, mas 
não é só causador). Na verdade, o gene do retinoblastoma é um gene supressor de tumor. A 
proteína E7 do HPV pode se ligar a esse gene RB e, se ele naturalmente é um gene supressor, 
do tumor, é um gene que inibe a proliferação celular. Se a proteína E7 do HPV consegue se li-
gar à proteína RB, ele consegue inibir a função da proteína RB, ou seja aquela proteína que ti-
nha a função de inibir a proliferação celular fica bloqueada então a proliferação acontece. 
Neoplasia é uma proliferação celular anormal e autônoma. 
 A proteína E6: pode se ligar a outro gene da célula metaplásica que é a célula p53 que tam-
bém é um gene supressor de tumor, se liga a essa proteína mais uma vez, a proliferação celu-
lar fica desinibida e essa célula começa a apresentar proliferação autônoma e anormal. 
Monica Prado 
O que o HPV precisa para infectar as células do colo do útero? Precisa ou de uma célula meta-
plásica imatura (vida intrauterina, puberdade e gestação) e requer um trauma desse epitélio. 
Por que? O HPV pra causar lesão, precisa infectar a célula tronco. Não adianta infectar a célula 
que está lá no topo do epitélio escamoso, que é aquela célula já está descamando. Esse epitélio 
escamoso ele tem um turn over de aproximadamente dez dias. Então ela vai subindo no epitélio, 
adquirindo altura a medida que adquire diferenciação, e ai quando chegar no momento, telomer-
ase vai lá e avisa “chegou sua hora de morrer” então a célula perde a capacidade de conexão entre 
células vizinhas e é descamada, que é aquela secreção da calcinha que fica no fim do dia, aquele 
branquinho sem cheiro característico. Aquilo não é corrimento, é a célula do epitélio escamoso 
que morreu, que é fisiológico, que descamou e junto com a secreção da célula glândula da en-
docervice foi sendo eliminada por gravidade. 
Não adianta o HPV infectar essa célula porque ela está indo morrer mesmo. Em relação ao epitélio 
escamoso, infectar a célula tronco que está lá na camada basal. Mas pra ele chegar lá, tem que ter 
um pequeno trauma, tem que ser rompido, não de maneira agressiva, pode ser apenas um micro-
trauma e o própria relação sexual, próprio transtorno da flora bacteriana vaginal pode fazer isso. 
Ai o HPV se aproveita e infecta a célula tronco do epitélio escamoso ou infecta essa célula meta-
plásica imatura, e ai ele pode de duas maneiras controlar o ciclo celular. Falei usando assim as du-
as proteínas mais conhecidas, mas as duas maneiras do HPV controlar o ciclo celular são: 
 HPV se integra ao DNA, ou seja, fica endossômico. Então o DNA do vírus entra na célula me-
taplásica imatura ou na célula tronco do epitélio escamoso. Penetra do DNA dessas células, se 
integra ao DNA dessas células e maneira se ligar intensamente, avidamente pela proteína p53 
ou RB e ele faz com que a célula faça exatamente o que ele quer, se proliferar de maneira au-
tônoma e anormal, perdendo a sua diferenciação e sua função. Quando ocorre perda ou re-
dução da diferenciação temos a displasia (alterações genéticas anormais). Aí começamos a ter 
o processo de neoplasia com displasia, devido à proliferação autônoma anormal e perda da 
diferenciação. 
 Às vezes o DNA do vírus não se integra ao DNA da célula infectada, ele fica só no citoplasma 
dela, fazendo alguns comandos pro DNA. Mas como ele não se integrou ao DNA, ou seja, ele 
não está endossômico, ele está epissômico, está acima ou por fora desse DNA, ele não teve 
uma ligação muito ávida com a proteína RB ou com a proteína P53 do DNA, ele não consegue 
comandar ao máximo o processo de divisão e proliferação celular. 
Então é mais ou menos o que acontece nos casos em que evoluem pra câncer e nos casos em que 
não evoluem pra câncer. Por que algumas pessoas se infectam com o HPV e evoluem pra câncer e 
outras não? O que se sabe é que, em geral, nas lesões que evoluem pra câncer o HPV se integrou 
ao DNA, Já nas lesões que são precursoras menos graves, ou nas lesões que não evoluem pra 
câncer, acredita-se que esse HPV, quando infectou, não se integrou ao DNA da célula infectada, 
então ficou epissômico (comanda a célula, mas com comando incapaz) ou ele se integrou de 
maneira fraca as proteínas RB e P53, ou nem se integrou. Então o comando de proliferação 
autônoma e anormal às vezes acontece, mas o distúrbio da diferenciação, que é a displasia, às 
vezes não acontece de maneira tão intensa, por isso alguns evoluem pra câncer e outras não. 
Outra coisa que influencia a evolução para o câncer de colo de útero é o sistema imunológico. 
Sabe-se que o sistema imunológico, as células de defesa, principalmente os linfócitos são células 
de defesa contra células tumorais. Então a influência do sistema imunológico é muito importante 
na proteção desse equilíbrio entre genes supressores do tumor (genes normais que inibem a pro-
liferação celular) e genes protoncogenes (genes normais que estimulam a proliferação celular). 
Em geral, na patogênese de quase todas as neoplasias podemos dizer que há um desequilíbrio 
entre protoncogenes e genes supressores do tumor. Ou, por algum motivo, aquele carcinógeno foi 
Monica Prado 
lá e inibiu os genes que são supressores de tumor e/ou estimulou os genes que são estimuladoresda proliferação celular. 
Uma outra coisa que tem relação com casos que evoluem para câncer de colo de útero e lesões de 
HPV que não evoluem pra câncer de colo de útero é o tipo de HPV que infectou aquela célula. Os 
HPVS são separados, em geral, como HPV de baixo risco e de alto risco. 
Os de baixo risco são chamados de HPV de baixo risco de evolução pra câncer de colo do útero 
(nome completo) e HPVs de alto risco para câncer de colo uterino invasor. Mais conhecidos: 6 e 
11 (grupo de baixo risco), 16 e 18 (grupo de alto risco). 
Os HPVs de baixo risco, em geral, são causadores de lesões com displasia discreta ou lesões cham-
adas de neoplasias benignas, que são as verrugas genitais, histopatologicamente conhecidas como 
condiloma culminado. Em geral, os HPVs de baixo risco não evoluem pra câncer, um dos motivos 
é que os HPVs de baixo risco não se integram no DNA, não são endossômicos. Mas a mesma coisa 
similar pode acontecer com os de alto risco, mesmo sendo de alto risco não necessariamente to-
dos os pacientes terão o DNA viral integrado ao DNA da célula infectada. 
3 motivos para a evolução ou não para o cancer de útero: equilíbrio adequado ou não do sistema 
imunológico, integração ou não do DNA viral ao da célula infectada e o tipo de HPV que infectou a 
célula, se é alto ou baixo risco. 
Etiologia (causa da doença): do câncer de colo de útero é pela infecção pelo HPV, mas não somen-
te ela. E tem outra coisa, eu to falando de tipos histológicos mais frequentes, que são carcinoma 
de células escamosas (epitelial) e o adenocarcinoma (glandular), são os tipos histológicos mais 
comuns. Existem outros tipos de câncer do colo do útero que não são causados pela infecção do 
HPV, mas são raros. Então a etiologia pode ser respondida como sendo a infecção do HPV. Só que 
não necessariamente só isso, o paciente precisa ter uma alteração imunológica, o que pode estar 
relacionado a exposição a carcinógenos como o tabagismo, uma infecção com bactérias como a 
Chamydia trachomatis (bactéria que às vezes não causa corrimento, ou outras alterações fisio-
lógicas momentâneas, mas pode estar relacionada a infecções perinatais, ao aborto, é uma doen-
ça sexualmente transmissível assim como o HPV). Mas a coinfecção dessa paciente como por ex-
emplo essa bactéria ou outros vírus como o HIV, podem afetar o sistema imunológico e aí essa 
paciente pode evoluir com o desenvolvimento do câncer de colo do útero. 
Outros fatores de risco: 
HIV: é o vírus da imunodeficiência humana e AIDS é a síndrome da imunodeficiência adquirida 
causada pela infecção do HIV. O paciente pode ser HIV positivo, tem o anticorpo ou a partícula 
viral no HIV, e ele não apresenta síndrome da imunodeficiêcncia adquirida, pra ele apresentá-la, 
tem que preencher critérios. Um dos critérios de um paciente HIV positivo pra dizer que o caso 
dela evolui pra AIDS, é o carcinoma invasor do colo do útero. Então se você é ginecologista de 
uma paciente HIV positivo, você fez uma biópsia do colo do útero dela, que resultou em carcinoma 
do colo do útero invasor, isso define que ela tem síndrome da imunodeficiência adquirida. 
multiparidade/multigestações: porque toda gestação vai acontecer aquele processo de eversão 
da endocérvice pra ecto e aí você expõe aquele epitélio glandular, aquela situação da vagina, 
então é lógico que uma mulher que tiver mais gestações tem maior exposição desse epitélio ao pH 
vaginal e toda a questão da relação sexual e ela tem uma tendência maior. 
Anticoncepcional oral: está vinculado como fator de risco, provavelmente porque quem usa pode 
não ter o costume de usar outros métodos contraceptivos, principalmente o de barreira, como o 
preservativo masculino ou feminino, por isso é colocado como fator de risco. 
Histórico familiar também é fator de risco e baixo nível socioeconômico, principalmente porque 
essas pacientes não tem um cuidado de prevenção de procurar o ginecologista com certa 
Monica Prado 
frerquência e às vezes postergar devido à condição socioeconômica, ou ter dificuldade ao acesso 
médico por questões financeiras e sociais. 
Neoplasia escamosa: 
É o tipo histológico mais comum de câncer do colo do útero; a neoplasia escamosa cervical, ou 
seja, a neoplasia que pode evoluir para câncer, elas em geral, possuem uma fase longa de lesão 
precursora. 
Na década de 50, o câncer que mais matava mulheres no mundo, era o câncer do colo do útero. 
Por volta da década de 10, um médico chamado Papanicolau, já estudava possíveis lesões precur-
soras que evoluíam para câncer de colo do útero e aí isso começou a ser abordado desde lá. 
NIC: Neoplasia intraepitelial cervical; é uma longa fase pré-invasiva da neoplasia escamosa, neo-
plasia: proliferação autônoma e anormal, com perda da diferenciação – Intraepitelial: essa neo-
plasia só está no epitélio – cervical: porque é da cérvice uterina. A principal correlação entre a evo-
lução do câncer do colo do útero propriamente dito, depende, em geral, de uma integração do 
vírus do HPV no DNA da célula, de questões imunológicas e depende de uma infecção de HPV com 
maior risco de desenvolver a lesão invasiva. Essa fase pré-invasiva, de intraepitelial cervical, ela foi 
primeiramente reconhecida por Papanicolau e classificada por ele, mas ao longo do tempo, essas 
lesões foram recebendo nomenclaturas diferentes. 
Papanicolau: um exame preventivo citopatológico que tem como principal função, a detecção de 
lesões do colo do útero, ainda nessa fase pré-invasiva (fase precursora). Diferente do que acon-
tece na próstata, aqui já está bem mais estabelecida e com espectros definidos que levam aquela 
lesão pré invasiva evolua para uma lesão invasora propriamente dita. e um tratamento adequado 
para que elas não evoluíssem para neoplasias invasoras, que saíram do epitelial e romperam a 
lamina própria, a camada basal do epitélio e infiltrar o tecido que está logo embaixo que é o colo 
do útero. Esse exame, é um exame esfoliativo que o ginecologista raspa com uma espátula a ecto-
cele e vai também colher com uma escovinha a endocele. Esses materiais vão para o laboratório 
de anatomia patológica e lá são processados de maneira muito simples, em geral, sofrem um 
método de sedimentação ou direto para a coloração; o médico então analise as células soltas (não 
é um corte histológico) e identificar possíveis células anormais. 
Nesse exame, pode-se também verificar a flora vaginal, se existem protozoários, efeitos citopáti-
cos de outros vírus, como o herpes simplex tipo 2, causador de úlceras vaginais, efeitos citopáticos 
de outras bactérias, como alterações características de gonorreia e clamídia. Ao observar essas 
lesões, o patologista identifica se são lesões possíveis de se desenvolverem e virarem um câncer e 
também consegue classifica-la em: alterações discretas, moderadas e severa/grave. 
Na imagem (7.52), a gente tem duas 
células que estão no protagonismo da 
foto, célula corada de rosinha claro é 
uma célula superficial do epitélio es-
camoso, com núcleo vermelhinho. À 
direita uma célula considerada normal e 
à esquerda uma célula considerada 
anormal; A principal diferença entre as 
duas está no núcleo e no citoplasma. O 
núcleo da célula rosinha a direita está no 
tamanho normal, a gente compara esse 
núcleo ao tamanho de um núcleo de 
uma hemácia. Já na esquerda, a gente 
tem uma célula com um núcleo muito 
aumentado de tamanho, ou seja: cari-
Monica Prado 
omegalia, um núcleo relativamente heterogêneo, você vê umas pintinhas mais claras e outras 
mais escurinhas, isso é sinal de uma cromatina aberta, sinal de um DNA que está sendo replicado; 
e a gente tem um buraco em volta do núcleo, que não foi corado de rosa (está branco), que deve-
ria ser o citoplasma dessa célula, mas é um buraco, o vírus HPV, principalmente na sua forma ati-
va, faz com que o citoesqueleto fique desestruturado e aí, ela fica rechaçada para a periferia, te-
mos a impressão que ao redor desse buraco está vermelhinho, porque todo esse citoesqueletoficou mais para a periferia, nesse halo-perinuclear (buraco que está ao redor do núcleo, espaço 
perinuclear vazio). 
Essa célula aqui, o nome dessa célula é coilócito, é igual a infecção ativa pelo HPV, é igual a repli-
cação viral do HPV na célula. O HPV não infectou essa célula, ele infectou a célula-tronco dessa 
célula lá na camada basal no final da diferenciação ela sofreu lesão causada pelo HPV, o processo 
que houve prejuízo é apenas o final que é a diferenciação celular, etapas mais profundas de con-
trole de tamanho de célula e controle de crescimento celular não foram tão afetadas. Esse tipo 
de lesão aqui é para o patologista é considerada uma displasia leve ou infecção ativa pelo HPV. 
O que se faz em uma paciente dessa? NADA. Uma paciente dessa vai ser apenas observada. 
Talvez esse tipo de lesão daqui 6 meses essa paciente vai ser reexaminada. Novamente o ginecol-
ogista vai esfoliar as células da ectocérvice, escovar a endocérvice, mandar esse material seja sob 
uma lâmina ou seja dentro de um frasco com álcool 95% para o laboratório e lá essas células vão 
ser reexaminadas. 
 60% das pacientes têm lesão que regride totalmente. Então se reexaminar esse colo do útero 
em 60% das pacientes que tem esse tipo de lesão, o colo do útero, ou melhor, as células do 
colo do útero vão estar completamente normais. A paciente não se curou do HPV, ele se inte-
grou lá na célula tronco só que ele provavelmente não se integrou ao DNA e o próprio sistema 
imunológico conseguiu com que aquela alteração viral ficasse sob controle, ele não conseguiu 
lesionar de maneira irreversível aquela célula. 
 Em 10% dessas pacientes, após 6 meses ou após 1 anos ou após 1 ano e meio ou após 2 anos, 
vão evoluir para lesões mais graves que chamamos de displasias moderadas ou acentuadas. 
 30% dessas pacientes vão apresentam manutenção desse quadro. 30% dessas lesões persis-
tem, ou seja, você repete o preventivo dessa paciente e aquela lesão continua aparecendo, 
repete daqui há 1 e continua aparecendo. Repete daqui 2 anos e continua. Essa paciente tem 
uma persistência da infecção pelo HPV e tem indicação de fazer um tratamento não agressivo. 
Alterações visíveis na citopatologia e histopatologia são evidências de que aquela célula está 
infectada pelo HPV: Quando o HPV infecta as células ele vai fazer essa célula se multiplicar, vai 
fazer o DNA dela se multiplicar para fazer uma divisão cellular, logo, você vai ter uma célula 
grande, nem tão grande, mas com 2 ou 3 núcleos, binucleação, trinucleação ou mais. Outra coisa, 
vai ter uma atipia nuclear e isso é sinônimo de Discariose (cario é tudo haver com núcleo, cari-
omegalia – aumento do núcleo). Na discariose esse núcleo fica grande, a cromatina dele fica het-
erogênea, o contorno dele que deveria ser um contorno circunferencial bem feito começa a ficar 
irregular, começa a ficar uma uva-passa, porque fica amassado, pode acontecer aquela coilocitose 
que expliquei na imagem, e outras coisas podem estar associadas à espessura do epitélio, se o 
epitélio é escamoso e tinha uma espessura ele começa a ficar mais espesso porque aumenta o 
número de células (uma proliferação autônoma e anormal). Outra coisa, aquele epitélio que deve-
ria ter nível ele começa a ter um relevo irregular, um sobe e desce que chamamos de papiloma-
tose. 
Para você confirmar que tem o HPV, por exemplo, aí você teria que fazer hibridização in situ, 
pesquisa de DNA viral, aí você pode usar por exemplo técnicas de biologia molecular ou técnicas 
de imunohistoquímica. Agora, coilocitose é patognomônico de infecção ativa pelo HPV, você não 
precisaria fazer nem uma imunohistoquímica e nem uma biologia molecular. 
Monica Prado 
 
Na figura ao lado, a gente tem uma citopatologia 
que foi submetida a um método de estudo em bio-
logia molecular e foi feito hibridização in situ para 
pesquisa de partículas virais do HPV. Todas essas 
pintinhas pretinhas que estão marcadas aí são as 
partículas virais. Então em casos onde uma 
citopatologia um medico tem dificuldade de con-
firmar se aquela infecção é o HPV ou não, ou seja, 
ele não viu evidências morfológicas clássicas de 
infecção pelo HPV, ele pode arcar com outros 
métodos de estudo em patologia, como por exem-
plo a hibridização in situ. 
 
Já nessa imagem não tem necessidade de outros 
métodos de estudo. Essa citopatologia aqui este 
bem características. Tem um monte de coisa esse 
coilócito. Para vocês terem uma idéia, uma célula 
mais ou menos normal é essa célula que está próx-
imo à borda inferior um pouquinho indo para o 
lado direito corada com um azul meio esverdeado. 
 
 
Essa célula é mais ou menos normal, uma célula da camada intermediária. Todas as outras células 
têm um núcleo aumentado de tamanho, algumas têm mais de um núcleo e algumas tem esse halo 
perinuclear com reforço, ou seja, desabamento do citoesqueleto ao redor do núcleo e um reforço 
como se esse citoesqueleto se acumulasse na borda desse halo, tem células com 4 núcleos, células 
com 2 núcleos, tem célula que o núcleo não está redondo, não está na forma perfeita que é esféri-
ca mas sim irregular, a cromatina ela não é homogênea, irregularidades da textura nuclear, cari-
omegalia, multinucleação e coilocitose. Essa imagem está muito característica de uma citopatolo-
gia de um cólo de útero que apresenta características de infecção ativa pelo HPV, apesar de assus-
tadora, ela é considerada como uma lesão precursora displasia leve ou discreta. 
Aqui nessa outra imagem, a gente 
não chamaria de lesão precursora, é 
um condiloma, uma neoplasia be-
nigna causada pelo HPV, são as ver-
rugas genitais que são bastante 
freqüentes tanto na vulva, grandes 
lábios e pequenos lábios, entrada de 
vagina, como também na estrutura 
genital masculina, por exemplo, 
glande do pênis, sulco balanopre-
pucial , prepúcio e corpo do pênis. 
Monica Prado 
evidência morfológica de infecção pelo HPV: Aumenta da espessura do epitélio, então era para 
estar nessa e espessura ele está tipo o dobro, o que chamamos de acantose. Outra coisa, o 
epitélio era para ter um relevo mais linear e o que a gente tem aqui é um relevo que forma 
papilas, então papilomatase. Isso é uma evidência morfológica de infecção pelo HPV. 
CLASSIFICAÇÃO 
Papanicolau: A primeira pessoa que estudou isso de maneira sistemática, que foi o médico Papa 
Nicolau, classificou, foi a primeira classificação dessas lesões, ali por volta de 1917/1920. A classifi-
cação dele ia de 1 a 5. 
Bethesda: assim como existe a classificação de lesões tireoidianas submetidas a punção aspirativa 
por agulha fina chamada de classificação de Bethesda, também existe a classificação de Betesda 
para estudo citopatológico, só que aí não é punção aspirativa e sim esfoliação e a topografia não 
é da tireoide, e sim do colo do útero. Mas é porque foi feito no mesmo lugar, nos Estados Unidos, 
como consenso mundial então por isso que tem a mesma nomenclatura e é chamada de classifi-
cação de Bethesda. Grande parte das lesões precursoras do colo do útero são tratadas de maneira 
de dicotômica: ou você é mais expectante ou você é mais agressivo a depender da lesão que foi 
encontrada no colo do útero. Por isso que a classificação de Bethesda dicotomiza a classificação 
das lesões precursoras, por causa da conduta que geralmente é dicotomizada. 
OMS (WHO): classificação mais didática é a da Organização Mundial de Saúde. Que vai: displasia 
discreta leve, displasia moderada, displasia severa, carcinoma in situ, e carcinoma invasor, aqui 
para diferenciar do carcinoma in situ, que são visíveis tanto na Citopatologia quanto na histopato-
logia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação de NIC: que é a neoplasia intraepitelial cervical, que também tem como comparati-
vo a neoplasia intraepitelial prostática, que é o PIN ou NIP, ela já diminuiu, desses cinco critérios, 
ela passou para quatro: 
 NIC I, NIC II, NIC III e carcinoma invasor 
 Classificação de Bethesda que é a mais nova, pegou e transformoupraticamente em três, a gente 
tem: 
 Low grade: baixo grau 
 High grade: alto grau 
 Carcinoma invasor 
Então de cinco da OMS (Papanicolau também classificava em 5 mas era um pouco diferente) a 
gente tem quatro NIC, a gente tem 3 do Bethesda. Ali vocês tão vendo na 2 linha da classificação 
Monica Prado 
de Bethesda, que é células escamosas atípicas, (a da OMS é a que ela considera melhor, mas na 
prática médica se usa Bethesda). 
Eu vou mostrar para vocês uma imagem sequencial de displasia leve, moderada, acentuada e car-
cinoma in situ. 
 
Primeiro quero que vocês se atentem a imagem do canto esquerdo, onde está o normal, o 
epitélio escamoso ele é classicamente dividido em quatro camadas. 
Aqui a gente tem uma representação es-
quemática, de um corte histológico de epitélio 
escamoso estratificado não queratinizado 
glicogenado, da ectocércive. 
Células basais: Em baixo células pequenas, com 
núcleo preto, algumas em mitose, aqui na 
camada basal, com núcleo bem grande, em 
relação ao citoplasma, essa única camada é a 
camada de células tronco. 
Parabasais: Logo acima a gente tem, mais ou 
menos 3 a 4 camadas de células um pouquinho 
maiores, com núcleo um pouquinho menor e 
mais cinza. 
Camada intermediária: logo acima das células basais (umas 6 camadas) temos 6 camadas de célu-
las grandes, poligonais, parece um hexágono, o núcleo um pouquinho menor, ele vai diminuindo, 
vai ficando mais denso, a cromatina vai ficando um pouquinho mais densa, porque a cromatina 
não tem mais função de divisão, ela não tem mais função de proliferação celular, vai ficando cada 
vez menorzinho, o citoplasma vai aumentando, para que realmente seja uma célula escamosa. 
Camadas superficiais: por fim nós temos mais ou menos cinco camadas de células que tem o 
núcleo extremamente pequeno, elas são um pouquinho mais achatada, e você consegue ver duas 
que estão saindo, duas que já estão se esfoliando naturalmente, porque estão perdendo sua ca-
pacidade de adesão intercelular, e estão se esfoliando para cair ali dentro do ambiente da vagina e 
sair na secreção vaginal. 
Nós temos quatro estratos dentro desse epitélio, que vai de basal  parabsal  intermediária 
 superficial. 
O que que o HPV faz? requer um microtrauma, uma pequena fissura nesse epitélio, ele vai lá na 
célula basal, que é a célula tronco, infecta essa célula basal de maneira endossomica ou epissomi-
ca, seja um HPV de alto risco ou de baixo risco, e aí lá ele começa a controlar proteína RB e p53 e 
acontece uma proliferação autônoma e anormal das células. Primeiro ele começa a apresentar 
Monica Prado 
alterações de diferenciação desse epitélio. E aí isso explica cada uma daquelas displasias: leve, 
moderada, acentuada e carcinoma in situ, que é da classificação da OMS. 
Voltando a primeira imagem: eu gostaria que você estivesse vendo essa imagem, e chamasse de 
displasia leve, moderada e acentuada ao invés de chamar de NIC 1,2 e 3, o significado é o mesmo, 
mas a nomenclatura é distinta. 
Displasia leve ou do NIC 1: essa célula basal foi infectada, o processo de proliferação acontece, só 
que o final de tudo, que é aquisição final de diferenciação, que é que essa célula que nasceu lá na 
célula basal, se transforme em uma superficial, essa etapa final de diferenciação foi compromet-
ida. Então a célula que está lá na superfície do epitélio, ela está um pouquinho anormal. 
Displasia moderada: mais uma vez o HPV infectou a célula lá me baixo, a célula basal, o processo 
de proliferação autônomo é normal e está acontecendo e a diferenciação está ainda mais com-
prometida, então a célula que chega lá em cima está ainda mais diferente da célula que se es-
peraria que chegasse lá em cima em relação aos aspectos de forma. 
Displasia acentuada: o distúrbio de proliferação está extremamente 
acentuado e o processo de diferenciação está praticamente perdido, 
as etapas de aquisição de citoplasma e de diminuição do núcleo estão 
praticamente perdidas, a célula nem está muito mais se parecendo 
como uma célula escamosa. 
Carcinoma in situ: que é uma lesão que está prestes a se tornar uma 
neoplasia maligna propriamente dita, o processo de diferenciação foi 
totalmente comprometido e as alterações nucleares são extrema-
mente graves. A célula que tá lá no topo de epitélio é praticamente 
igual a uma célula basal, praticamente etapa de diferenciação não foi 
adquirida por essas células, porque o HPV causou lesão ainda mais 
precoce no processo do ciclo celular.

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