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	COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA RODRIGUES – Gravataí/2021
Nome:__________________________________________		Turma: _____
Professor(a): LEONARDO BRAGA BOROWSKI		Data: ____/____/____
Componente Curricular: HISTÓRIA				Aula Nº: 3
A MEMÓRIA E SHINGEKI NO KYOJIN
Bom dia, boa tarde e boa noite pessoal. Hoje vamos falar de um conteúdo que eu adoro (apesar de sempre falar isso), mas hoje será mais especial. Desde que comecei a cursar História na faculdade, passei a utilizar uma espécie de “lente” em que tudo que eu assistia e consumia de cultura e entretenimento, sempre pensando em formas de usar em sala de aula. Existe muito material com potencial e nessas férias decidir assistir um anime, que possuía uma sinopse meio estranha, mais ou menos assim: “A história gira em torno do personagem Eren Yeager em um mundo onde a humanidade vive rodeada por enormes muralhas para se proteger de criaturas gigantescas, os Titãs. A história narra a luta da humanidade para recuperar seu território, e esclarecer os mistérios ligados ao aparecimento dos Titãs.” Eu já conhecia o Attack on Titans, ou Ataque dos Titãs em brasileiro, porém, no último verão decidi assistir os primeiros episódios e nunca mais parei. Você pode se perguntar: “mas qual a relação entre esse conteúdo e esse anime estranho?” Espera que eu explico:
Conteúdo 1: O QUE É MEMÓRIA?
Antes de falarmos sobre o anime, precisamos entender o que é a memória e qual a sua importância dentro do nosso conteúdo.
O conjunto dos acontecimentos e das experiências que ocorrem no dia a dia, tanto de uma pessoa como de um grupo, pode ser chamado de história vivida. Essa história pode integrar as lembranças das pessoas e dos grupos que a viveram. Mas existem outras vivências que podem ser esquecidas. A memória constitui, então, um “campo de disputa histórico” entre a lembrança e esquecimento.
Muitas vezes essas disputas são marcadas pelos interesses sociais que estão em jogo em uma época ou sociedade. Dessas disputas, resultam frequentemente a predominância dos marcos históricos ligados à memória dos grupos sociais dominantes. Lutar pela ampliação da memória social, abrangendo eventos relevantes para diversos grupos, é um exercício de cidadania e de consciência histórica.
Essa luta entre o esquecimento e a lembrança é constante em nossa sociedade. Imagine daqui a 60 anos e como veremos a pandemia? no Brasil vamos querer esquecer esse período em que estamos com 3 mil mortes diária ou vamos querer lembrar? É a partir dessa luta entre esquecer e lembra que surge o museu. Um exemplo é o Museu de Auschwitz, que foi construído no antigo campo de concentração nazista. Os motivos são variados para que se queira esquecer ou lembrar de algo. O esquecimento serve para “passarmos pano” e limparmos a nossa barra? Ou ele serve para que as feridas sejam curadas? A lembrança serve para não esquecermos e não repetirmos os erros? Ou ela serve para deixarmos as cicatrizes sempre abertas? Podemos fazer uma lista de argumentos a favor e contra ao esquecimento e a lembrança, mas uma coisa é certa, ela serve para aprendermos. Como?
Nas sociedades sem escrita a atitude de lembrar é constante, e a memória coletiva confunde História e mito. Tais sociedades possuem especialistas em memória que têm o importante papel de manter a coesão do grupo. Um exemplo pode ser visto nos griots da África Ocidental, cidadãos de países como Gâmbia, por exemplo. Os griots são especialistas responsáveis pela memória coletiva de suas tribos e comunidades. Eles conhecem as crônicas de seu passado, sendo capazes de narrar fatos por até três dias sem se repetir. Quando os griots recitam a história ancestral de seu clã, a comunidade escuta com formalidade. Para datar os casamentos, o nascimento de filhos etc., os griots interligam esses fatos a acontecimentos como uma enchente. Tais mestres da narrativa são exemplos de como a tradição oral e a memória podem ser enriquecedoras para a História: ambas são vivas, emotivas e, segundo o africanista Ki-Zerbo, um museu vivo. Em nosso universo familiar, o nosso primeiro contato com o passado é através da memória, através da oralidade de nossos parentes mais velhos, que contam suas lembranças que formaram sua pessoa. Um exemplo meu, em minha família, se eu fosse fazer um catalogo de lembranças, recordaria do meu pai contanto sobre as suas primeiras experiências profissionais, com 12 anos. Me recordaria das memórias afetivas que minha mãe possuía quando jovem ao ler o grande catálogo de HQ da Marvel que ela lia. Ou da minha irmã mais velha, que lembrava com um brilho nos olhos os 5 anos maravilhosos que ela viveu antes do meu nascimento. São recordações que não são minhas, mas que fizeram parte da minha formação, para o bem ou para o mal.
Cada um de nós é um museu vivo, produzindo e consumindo fontes. O ato de esquecer e lembrar é fundamental para o nosso desenvolvimento cultural. Mas e se todo mundo esquecesse, o que aconteceria? 
Conteúdo 2: SHINGEKI NO KYOJIN
O anime chamado de Shingeki no Kyojin ou Ataque dos Titãs conta a história de três amigos, Eren, Mikasa e Armin (como outras tantas histórias, deve ser uma regra de roteiro: “sempre coloque 3 crianças de principal, geralmente dois homens e uma mulher”). Na história de Ataque dos Titãs, a humanidade havia sido atacada por titãs, que são seres semelhantes aos humanos, mas com altura que varia de 3 a 15 metros e que se alimenta de humanos, sendo fortes e resistentes a quaisquer ataques simples, tornando a vida das pessoas um pouco difícil. Para evitar a extinção da humanidade, foram construídas três muralhas de 50 metros de altura, chamadas de Muralha Maria, Muralha Rose e Muralha Sheena, para evitar o perigo dos titãs e viver em “paz” em meio a um isolamento. Mapa da geografia do anime:
Figura 1 - MAPA DAS MURALHAS
A sociedade das muralhas é muito semelhante à nossa, existe uma hierarquia social, mais próximo do centro das muralhas, mais rico e de maior status social que você desfruta. Existe uma polícia e religião atrelada aos interesses dos governantes e existe a grande massa populacional que vive com o mínimo possível. Mas não é só por isso que o anime é importante. No decorrer das dezenas de episódios, descobrimos que o mundo é mais fantasioso que o “normal” (como se titãs fossem algo normal), é descoberto que existem pessoas que possuem a habilidade de se transformar em titã e mantes a sanidade, ou seja, não atacam os humanos como os outros titãs “normais”. Um dos titãs com habilidade é o Titã Fundador, que é pertencente à família real da Muralha e aqui entra um ponto importante. A habilidade do Titã Fundador é de controlar a memória das pessoas, podendo fazer isso em larga escala. Para não estragar a experiência de quem vai um dia assistir ou de quem ainda não terminou o mangá ou o anime, tentarei evitar tantos spoilers. 
Esse poder do Titã Fundador ocorre justamente como forma do rei poder controlar a sua população, visto que ele tinha conhecimento de que o passado e as memórias eram um elo com o mundo exterior, beneficiando, assim, o seu reinado. A memória entra neste contexto como uma ferramenta para reescrever a história, podendo assim controlar a população, mas também para proteger. Quando todo mundo esquece, é possível que o passado seja recontado e ressignificado.
Trazendo para o mundo real, um esquecimento semelhante ao anime é impossível, porém na nossa realidade existem diversos outros fatores que visam “mudar o passado”. Podemos perceber, cada vez mais, na internet, atos de revisionismo, atos esses que negam, por exemplo, a ditadura militar no Brasil, discursos que negam o holocausto, pessoas que influenciam a opinião pública, sendo capaz de fazer com que as pessoas passem a questionar o que é verdade. Esse é o papel da Fake News, que afeta não apenas o presente, mas o passado. 
ATIVIDADE (RESPONDER NO CADERNO):
Com a finalidade de tornar a aula mais dinâmica e o conteúdo mais prático e acessível, não precisa copiar todo o texto, de ponta a ponta, mas é importante que tenha um resumo ou tópicos que auxiliem,em um segundo momento, uma revisão afim de auxiliar no estudo. Quero que vocês tenham liberdade na forma de estudo, porém não pode colocar todas as suas fichas na sua memória, acreditando que basta ter o arquivo no celular para considerar que entendeu o conteúdo. Ok?
Hoje teremos 3 atividades, mas podem escolher duas das três. Quer fazer as três, fica à vontade. 
1) No conteúdo de hoje falamos de memória, de esquecimento, de griots e de titãs. Acerca do conteúdo falado hoje, qual a relação entre a memória e a história, destacando a luta entre o esquecimento e a lembrança.
2) Com base no seu conhecimento prévio e no conteúdo, destaque pontos positivos e negativos em que o esquecimento e a lembrança são importantes para a nossa sociedade.
3) Quando falamos: “recordações que não são minhas, mas que fizeram parte da minha formação, para o bem ou para o mal.” Faça uma leitura crítica de você e tente apontar lembranças que não são suas, mas que influenciaram no seu ser.
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