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Disciplina: Projetos/Instalação Redes de Distribuição 1 Transformadores 2 Transformador • A energia elétrica produzida pelas usinas hidrelétricas (ou qualquer outra fonte) é levada, mediante condutores de eletricidade aos locais de consumo da mesma. • Para o transporte da energia até os pontos de utilização não bastam fios e postes. • Toda a rede de transmissão e distribuição dependem dos transformadores que elevam e abaixam as tensões a níveis adequados ao propósito desejado. 3 4 Transformador • Opera segundo o princípio da indução mútua. • Precisa de um bom acoplamento magnético. • Transfere energia de uma bobina para outra. • Tem a função de elevar, reduzir ou manter o nível de tensão elétrica. 5 Transformador • Primário é o terminal que recebe a fonte alternada de energia. • Graças as técnica com que são produzidos conseguem atingir uma eficiência da ordem de 98 %. • As perdas do transformador (efeito joule) são devidas principalmente à histerese, às correntes parasitas e as perdas no cobre. • Relação de transformação: a=N1/N2 6 Transformador - Perdas • As perdas no cobre resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras primárias e secundárias. • Nas perdas por histerese, a energia é transformada em calor na reversão de polaridade magnética do núcleo do transformador. • As perdas por correntes parasitas ocorrem quando uma massa de metal condutor se desloca num campo magnético ou é sujeita a um fluxo magnético variável, daí circulam as correntes induzidas, que produzem calor devido às perdas na resistência do ferro. 7 Transformador 8 Transformador 9 Tipos de Núcleo Núcleo Envolvente Núcleo Envolvido 10 Tipos de Enrolamentos Enrolamentos concêntricos ou tubulares Enrolamento com bobinas alternadas ou de discos 11 Processo de Manufatura de Transformador 12 Processo de Manufatura de Transformador 13 Processo de Manufatura de Transformador 14 Processo de Manufatura de Transformador 15 Processo de Manufatura de Transformador 16 Processo de Manufatura de Transformador 17 Processo de Manufatura de Transformador 18 Dimensionamento • Os transformadores devem ser dimensionados de forma a minimizar os custos de investimentos, substituições e perdas dentro do horizonte do projeto. Devem atender a evolução das cargas previstas, no mínimo, até o quinto ano subsequente. • O carregamento máximo do transformador deverá ser fixado em função de sua impedância interna, do perfil de tensão adotado e dos limites de aquecimento, sem prejuízo a sua vida útil. • É recomendável ter-se um carregamento inicial de 90 % da capacidade nominal do transformador. 19 Localização dos Transformadores • Na localização de um transformador num circuito, para a sua instalação, serão levados em consideração os seguintes aspectos: – O transformador deve ser instalado o mais próximo possível do centro de carga, equilibrando os dois lados do circuito. – O transformador deve ser colocado na frente de cargas consideráveis e dimensionado em função das mesmas. Neste caso se enquadram hospitais, cinemas, indústrias, edifícios de uso coletivo ligados em baixa tensão, clínicas com aparelhos de raio X, etc. Sendo a corrente limitada a 200 A e a potência nominal em 76 kVA, pois acima desse valor o consumidor deve ser ligado em alta tensão. 20 Simbologia e Especificação do Transformador - O símbolo do transformador deve ser tangente ao poste, para o lado da pista de rolamento e perpendicular à linha de propriedade; - A especificação deve ser colocada paralela à linha de propriedade, do lado do transformador e aproximadamente a 7 mm do traçado da rede secundária. 21 Transformadores Usados na Distribuição • Os transformadores de 45 e 75 kVA são utilizados para reforços e ampliações de redes secundárias. • Os transformadores de 112,5 kVA são utilizados para melhoria ou reforma de redes secundárias. • Os transformadores de 150 kVA são usados para edifício de uso coletivo. • Transformadores de 15 e 30 kVA são utilizados para consumidores isolados de rede rural. • Com base na potência nominal do transformador é que determina-se as bitolas do circuito secundário 22 Exemplo 23 Transformador kVA Tronco 1º Ramal 2º Ramal 45 3x20(20) 3x02(02) 3x02(02) 75 e 112,5 3x40(40) 3x20(20) 3x02(02) Dimensionamento do Poste em Função do Transformador • De acordo com a potência do transformador é que se determina o poste a ser utilizado. • A altura para os poste com transformador deverá ser sempre de 12 m. • É comum utilizar o poste B/600 kgf/12 m, pois já está prevendo ampliações. 24 Potência do Transformador Tipo do poste 15, 30 e 45 B/300 kgf/12 m 75, 112,5 e 150 B/600 kgf/12 m Para-raios 25 Para-raios a Resistor não Linear • São representados nos postes inclinados em relação à linha de propriedade, e para o lado da pista de rolamento. • Dependendo da concessionária ao para-raios podem estar fixados no tanque do transformador. 26 Para-raios a Resistor não Linear 27 Para-raios de Franklin • Em 1753 Benjamin Franklin inventou o para-raios que tornou possível a interceptação de descargas atmosféricas nos edifícios. • O modelo de para-raios de Franklin propicia um caminho seguro, para as descargas atmosféricas, até a terra. 28 Estais 29 Estais da Rede de Distribuição • Os estais são utilizados para anular o esforço mecânico provocado pela tração dos cabos da rede de distribuição em estruturas de fim de circuito primário e/ou secundário. • Devem ser colocados no poste sempre no sentido oposto ao da resultante dos esforços mecânicos dos cabos. • Nos estais da rede de distribuição são utilizados os cabos de aço de bitola 6 e 9 mm. 30 Estai de Contraposte de Concreto • É um tipo de estai que utiliza como contraposte um poste duplo T do tipo B/600 kgf/5 metros. • Esse poste é instalado a 8 metros do poste a ser estaiado. • Esse tipo de estai pode segurar individualmente a rede primária ou a rede secundária, assim como ambas a depender do cálculo de esforços mecânicos dos cabos, já que sua resistência está limitada no contraposte (B/600 kgf/5 m). • A resistência do estai de contraposta depende do poste B/600kgf/5m, que fica com a face lisa voltada para o tensionamento do cabo de aço, suportando um esforço de até 840 kgf (600 kgf + 40%) 31 Estai de Contraposte de Concreto 32 Estai de Contraposte de Concreto 33 Estai de Contraposte de Concreto 34 Estai de Poste a Poste • É um cabo de aço de 6 ou 9 mm e que tem a função de transportar o esforço mecânico de um poste para o outro. • Quando utilizado na rede secundária em em abertura de circuito ele economiza um vão de cabos. • Se ambos os circuitos forem de bitola 4/0 AWG (3x40(40)) o cabo de aço do estai deve ser de 9 mm, pois o cabo de aço de 9 mm possui resistência de 1430 kgf e a rede secundária 3x40(40) traciona 901 kgf. • O cabo de aço de 6 mm possui resistência de aproximadamente 715 kgf. 35 Estai de Poste a Poste - Primário 36 Estai de Poste a Poste - Secundário 37 Estai de Poste a Poste - Secundário 38 Estais de Âncora • Utilizados somente em redes de distribuição na região rural. • A sua resistência nominal depende da bitola do cabo de aço (6 ou 9 mm). • Pode ser utilizado para segurar o primário, o secundário ou ambos. 39 Estais de Âncora 40 Estais de Âncora 41 Estai de Beira de Calçada • É um padrão pouco utilizado. • O estai ocupa somente o espaço da calçada para instalação. 42 Estai de Beira de Calçada 43 Iluminação Pública 44 Iluminação Pública As luminárias recebem a energia elétrica da rede secundária de distribuição para iluminação de ruas, praças, avenidas, jardins, vias, estradas e outros logradouros de domínio público de uso comum e livre acesso, de responsabilidade da prefeitura municipal. 45 Iluminação Pública Padronizada • Na iluminação pública padronizada, as instalações observam as normas e padrões da concessionária local, de acordo com osníveis de iluminância e padrões definidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – NBR 5101. • O ponto de entrega será na conexão da rede de distribuição da concessionária com as instalações elétricas de iluminação pública da prefeitura municipal. 46 Iluminação Pública Especial A iluminação pública especial compreende as instalações que não estão compatíveis com os padrões da concessionária de energia elétrica local e/ou que excedam os níveis de iluminância definidos pela mesma. 47 Unidades de Iluminação • As principais unidade utilizadas em iluminação são: fluxo luminoso, intensidade luminosa, iluminância e luminância. • Fluxo luminoso é a quantidade de energia radiante, visível, que atravessa determinada superfície na unidade de tempo. A unidade é o “lúmen” e o símbolo é “lm”. • Intensidade luminosa é o fluxo luminoso emitido por unidade do ângulo sólido numa determinada direção. A unidade é “candela” e o símbolo é “cd”. • Iluminância é o fluxo luminoso incidente por unidade de área. A unidade é o “lux” e o símbolo “lx”. • Luminância é a intensidade luminosa por m2 de área aparente de uma fonte de luz ou área iluminada (luz refletida). A unidade é candela por metro quadrado e o símbolo é “cd/m2”. 48 Representação da Luminária • A representação da luminária no desenho é feita junto aos postes, com a luminária e o relé para o lado da pista de rolamento, e perpendicular ao eixo da rua. • O relé fotoelétrico comando individual é representado junto à luminária e com inclinação aproximada de 45o em relação ao eixo da rua. 49 Representação da Luminária 50 Iluminação de uma Praça • A iluminação de praças poderá ser do tipo 2, 3 ou 4 pétalas, sendo montada em poste de 12 a 20 metros (poste de concreto ou de ferro), e cada pétala poderá ter um ou duas lâmpadas. • A ligação será com cabos de cobre com isolação em XLPE 1000 V através de dutos e caixas de passagem subterrâneos. • A tomada de energia na rede secundária deve ser no poste mais próximo possível do transformador. 51 Iluminação de uma Praça • Tipos de caixa de derivação subterrânea: – Tipo CD-1 (50x50x50 cm): utilizada em travessia de ruas ou na descida lateral subterrânea no poste. – Tipo CD-2 (40x40x40 cm): utilizada em fim de rede subterrânea ou quando houver duas saídas de dutos. 52 Iluminação de uma Praça • Tipos de caixa de derivação subterrânea: 53 Iluminação de uma Praça - Exemplo Condutores Utilizados na Rede Subterrânea de Iluminação Pública • São cabos de cobre com isolação em XLPE (de 0,6 a 1 kV) bitolas de 10 a 35 mm2 e protegidos por eletrodutos de PVC ou duto corrugado flexível. • Alguns tipos de cabos para redes subterrâneas (alimentação das luminárias): – 10 mm2: bitola 10 mm2, cabo de cobre com isolação em XLPE 1000 V; – 16 mm2: bitola 16 mm2, cabo de cobre com isolação em XLPE 1000 V; – 25 mm2: bitola 25 mm2, cabo de cobre com isolação em XLPE 1000 V; – 35 mm2: bitola 35 mm2, cabo de cobre com isolação em XLPE 1000 V; 55 Condutores Utilizados na Rede Subterrânea de Iluminação Pública 56 REDE COMPACTA PROTEGIDA 57 Rede Compacta Protegida • Surgiram na década de 50, nos Estados Unidos, desenvolvidas por Bill Hendrix; • Os primeiros registros da utilização de cabos cobertos no Brasil são do final da década de 80 pelas concessionárias CEMIG, COPEL e Eletropaulo; • No Brasil, as redes compactas protegidas apresentam-se em tensões de 13,8 até 34,5 kV; • É composta por três condutores cobertos que são sustentados por cabos de aço (cabo guarda) por meio de espaçadores 58 Vantagens da Rede Compacta • Aumento da confiabilidade do sistema; • Redução no custo de manutenção (Ex.: poda de árvores); • Menor queda de tensão; • Aumento do número de circuitos na mesma posteação; • Etc. 59 A poda é reduzida, entretanto não é prudente deixar que os cabos cobertos operem em contato com galhos de árvores ou objetos aterrados. Redes Compactas • Camada Externa: por estar em contato com elementos abrasivos, necessita de aditivos a fim de maximizar a resistência à abrasão, aos raios ultravioletas, aos cortes e aos impactos; • Camada Intermediária: tem suas propriedades de isolamento elétrico maximizadas; • Camada Semicondutora: uniformiza o campo elétrico, evitando concentrações de gradiente devido à rebarbas ou mesmo aos tentos do cabo. O Cabo Coberto Compatibilidade Dielétrica Compatibilidade Dielétrica Modelagem de um isolador polimérico com pino polimérico; Gradiente máximo de 1,62kV/mm. Modelagem de um isolador polimérico com pino metálico; Gradiente máximo de 3,44 kV/mm. Modelagem de um isolador de porcelana com pino metálico; Gradiente máximo de 6,85 kV/mm. O Ensaio de Compatibilidade Dielétrica VAR - Variador de tensão - VARIAC TR - Transformador IND - Sistema de indução de corrente CB - Cabos isolados P - Sistema de chuva artificial 1,2 1 1 1 1 TE - Terminações de cabos isolados 1,4 CT - Conexões de alumínio S - Sistema de ancoragem IA - Isoladores de ancoragem A - Espaçadores (Amostras ensaiadas) C - Cabos cobertos (Amostras ensaiadas) 1 1,2 1-6 1-3 1-3 O Ensaio de Compatibilidade Dielétrica O Ensaio de Compatibilidade Dielétrica • De acordo com a NBR-11873, caso um comprador especifique um cabo com blindagem semi-condutora, os diâmetros externos mínimos e máximos devem ser acrescidos de duas vezes os valor da espessura média da blindagem semicondutora. Semicondutora Semicondutora - Modelagens • A semicondutora uniformiza os gradientes de campo elétrico na cobertura do cabo, evitando a concentração de campo elétrico nas superfícies mais externas dos condutores de alumínio; • A retirada da blindagem implica um aumento de aproximadamente 62% no gradientes de campo; • Tal blindagem reduz os problemas produzidos por fagulhas ou rebarbas de alumínio. Semicondutora - Modelagens • É verificado que inserindo a blindagem e aumentado a espessura da cobertura, consegue-se um caso ótimo do ponto de vista dos gradientes; • É obtida a redução do valores de gradiente no interior da cobertura, mantendo o mesmo nível no exterior. EFEITOS DECORRENTES DA PROXIMIDADE DE UM PLANO TERRA Cabo com influência mínima de um plano terra. Cabo com influência de um plano terra a 10 cm de distância Cabo com influência de um plano terra a pouco menos de 1 cm de distância EFEITOS DECORRENTES DA PROXIMIDADE DE UM PLANO TERRA EFEITOS DECORRENTES DA PROXIMIDADE DE UM PLANO TERRA EFEITOS DECORRENTES DA PROXIMIDADE DE UM PLANO TERRA O Problema da Excentricidade • De acordo com a NBR 11873 a espessura mínima da cobertura isolante, em um ponto qualquer de uma seção transversal, não pode diferir do valor nominal em mais do que 0,1 mm + 10% do valor nominal; • No entanto, ensaios de radioscopia digital mostraram cabos com um alto grau de excentricidade. O Problema da Excentricidade • A excentricidade favorece a perfuração, por ruptura da rigidez dielétrica, no lado mais espesso da cobertura e também o trilhamento elétrico sobre a cobertura do cabo. Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura CA: estrutura passante, sem braço antibalanço, quando não ocorre deflexão horizontal na rede. 76 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura C1: estrutura passante, semelhante a do tipo CA, acrescida de braço antibalanço, permitindo deflexão horizontal da rede de 6o. 77 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura C2: estrutura passante, semelhante a do tipo C1, com mensageiro fixado no poste, permitindo deflexão máxima horizontal da rede de 15o. 78 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura C3: estrutura de ancoragem simples, com mensageiro fixado no poste, cabos cobertos em configuração triangular, podendo, no caso de equipamentos conter para-raios. 79 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura C4: estrutura de ancoragem dupla, semelhante à estrutura C3, utilizada em ângulos superiores a15o ou em casos de mudança de bitola. 80 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura CS: estrutura passante, com mensageiro fixado no poste, permitindo deflexão máxima horizontal da rede de 45o. 81 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura D-C3: estrutura com derivação de ancoragem, fazendo um ângulo horizontal de 45 e 90o. 82 Tipos de Estruturas para Rede Compacta • Estrutura CH-AP-PR: estrutura com transformador autoprotegido e para-raios. 83 Acessórios de Redes Compactas 84 Braço Tipo L Braço Tipo C Acessórios de Redes Compactas 85 Suporte Horizontal Estribo para Braço Tipo L Acessórios de Redes Compactas 86 Suporte Z Espaçador Losangular Acessórios de Redes Compactas 87 Braço Anti-balanço Grampo de Ancoragem Polimérico Acessórios de Redes Compactas 88 Separador Vertical Isolador Polimérico Tipo Pino Acessórios de Redes Compactas 89 Laço Preformado para Cabos Cobertos / Isolador Isolador Cerâmico Tipo Pilar Acessórios de Redes Compactas 90 Anel de Amarração - Isolador Polimérico Tipo Pino Isolador de Ancoragem Polimérico Acessórios de Redes Compactas 91 Laço Preformado para Mensageiro Perfil U Acessórios de Redes Compactas 92 Cantoneira Auxiliar Cantoneira Reta Acessórios de Redes Compactas 93 Conector Tipo Cunha Alumínio / Cobertura Para Emenda e Conector Cunha Luva de Emenda com Tensão a Compreensão / Cobertura Para Emenda e Conector Cunha Representação da Rede Compacta no Projeto 94 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES DE BAIXA TENSÃO 95 DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES DE BAIXA TENSÃO • As bitolas dos condutores da rede secundária poderão ser dimensionadas utilizando o cálculo que baseia-se nas demandas diurnas e noturnas dos consumidores endereçados em cada poste, bem como, a potência nominal do transformador de cada circuito; • As demandas dos consumidores residenciais serão tomadas em função da faixa de consumo mensal de cada tipo de consumidor. • As quedas de tensão nos finais de circuito são determinadas pela concessionária e é limitada pela ANEEL. Geralmente adota-se 3,5% para regiões de grande densidade de carga e de 5 a 7 % para regiões de pouca densidade de carga. 96 Determinação da Demanda 97 Para esta tabela considerar 100 % para demanda residencial noturna e 50 % para demanda residencial diurna. Determinação da Demanda 98 Na demanda noturna deve ser acrescentada a demanda de iluminação pública. Exemplo de Determinação da Demanda 99 Num circuito secundário, determinar o valor de sua demanda noturna, diurna e total de acordo com os valores abaixo fornecidos: -14 consumidores tipo M; - 9 consumidores tipo P; - 8 consumidores tipo G; - 2 consumidores tipo GA; - 19 luminárias de vapor de mercúrio de 125 W. Exercício de Determinação da Demanda 100 Num circuito secundário, determinar o valor de sua demanda noturna, diurna e total de acordo com os valores abaixo fornecidos: - 20 consumidores tipo M; - 10 consumidores tipo P; - 9 consumidores tipo G; - 3 consumidores tipo GA; - 22 luminárias de vapor de mercúrio de 125 W. Cálculo de Queda de Tensão • Para o cálculo da queda de tensão adota-se a seguinte sequência: 1. Definir o posicionamento dos postes na planta em função da largura da rua ou avenida. 2. Desenhar os postes na planta observando a distância dos cruzamentos aéreos e dos vãos dos postes. 3. Endereçar as cargas dos consumidores nos postes, observando o limite máximo de ramais de ligação por poste e a distância máxima permitida do ramal de ligação do consumidor. 4. Somar as cargas endereçadas em cada poste, noturna e diurna separadamente, não esquecendo de somar a demanda noturna das luminárias. Depois, somar as cargas noturnas e diurnas de vários postes determinando, pela maior demanda, a potência do transformador que atenderá este circuito. 101 Cálculo de Queda de Tensão 5. Posicionar o transformador, sempre que possível, no centro das cargas do circuito. Desenhar os cabos de BT e determinar as suas bitolas em função da potência do transformador. 6. Antes de fazer o cálculo da queda de tensão do circuito para confirmar ou não as bitolas estimadas no item anterior, faz-se necessário desenhar o esquema unifilar do circuito, representando cada poste por meio de um ponto e colocando em cada um as demandas noturnas (N) e diurnas (D) endereçadas neste poste. Depois, colocar letras nos pontos principais do circuito: Transformador (início do cálculo), cruzamentos aéreos, mudança de bitolas e finais de circuitos. Deve-se apresentar a distância dos vãos, e os postes dos cruzamentos aéreos deverão estar mais próximos entre si no esquema unifilar. 7. Para concluir, faz-se o cálculo da queda de tensão baseado no diagrama unifilar do circuito. 102 Cálculo de Queda de Tensão 103 Cálculo de Queda de Tensão – Como Preencher a Planilha 1. Designação: corresponde ao início e ao fim do trecho do qual será calculada a queda de tensão. Ex.: T-A. 2. hm: corresponde ao comprimento do trecho designado, em hectômetro (m/100). Ex.: 0,35 hm. 3. Distribuída (D): corresponde a carga existente entre os extremos do trecho designado. Ex.: 0 kVA. 4. Concentrada (C): corresponde à carga existente fora do trecho designado, incluindo o ponto. Ex.: 25 kVA. 5. Total: corresponde ao valor total da carga no trecho designado. É determinado pela fórmula: (D/2) + C. Ex.: (0/2) + 25 = 25 kVA. 6. Condutores: corresponde à bitola dos condutores que farão a alimentação do trecho designado. Ex.: 3X20(20). 7. kVA x hm: corresponde à multiplicação do valor da carga total (definido no item 5) com o valor do hm (definido no item 2). Ex.: 25 x 0,35 = 8,75 104 Cálculo de Queda de Tensão – Como Preencher a Planilha 8. Queda unitária: coeficiente determinado em função da bitolado cabo e do fator de potência do circuito. Os fatores de queda de tensão unitária encontram-se nas tabelas de coeficiente de queda de tensão. Ex.: 0,1183 (coeficiente unitário para a bitola 2/0 do trecho T-A). 9. Queda parcial: corresponde à multiplicação do valor do kVA x hm (definido no item 7) com o valor da queda unitária (definido no item 8). Ex.: 8,75 x 0,1183 = 1,035 % (é o valor da queda parcial no ponto A). 10. Total: corresponde à soma das quedas de tensão nos trechos designados. No exemplo, a queda de tensão total é igual a parcial (1,035% para o trecho T-A), pois esse foi o primeiro trecho calculado, sendo necessário continuar o cálculo para determinar as quedas de tensão nos outros trechos (A-C, A-B e A-D), e determinar as quedas de tensão do transformador até os fins de circuito. Se fosse o trecho A-B, o valor da queda de tensão parcial no ponto B somaria com a queda de tensão do ponto A para se ter a queda de tensão total do ponto B. Agora se a queda de tensão no final do circuito for maior que 5 %, ou de um valor predefinido, troca-se a bitola do trecho para uma imediatamente superior e refaz os cálculos. Há casos em que é necessária a troca da posição do transformador para um poste mais próximo do ponto onde ocorreu a queda de tensão. 105 Cálculo de Queda de Tensão – Como Preencher a Planilha 11. Carga diurna: corresponde à soma de todas as demandas diurnas dos consumidores. Ex.: 32,5 kVA. 12. Iluminação pública: corresponde à soma de todas as demandas das lâmpadas de cada poste. Ex.: 0,1 x 8 = 0,8 kVA. 13. Carga noturna: corresponde à soma de todas as demandas noturnas dos consumidores. Ex.: 40 kVA. 14. Aproveitamento diurno: é quanto do transformador está sendo solicitado no período diurno. Ex.: 72,2 %. 15. Aproveitamento noturno: é quanto do transformador está sendo solicitado no período noturno (somatório das cargas noturnas com a iluminação pública). Exemplo: 90,66 %. 106 Cálculo de Queda de Tensão – Como Preencher a Planilha 16. Desenho do esquema unifilar do circuito. 107 Queda de Tensão 108 Exercício 109 CÁLCULOS DOS ESFORÇOS MECÂNICOS NOS POSTES 110 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • Para o correto dimensionamentode um poste é necessário conhecer a sua resistência nominal, sua altura e determinar os esforços externos que atuam nele. • Um poste mal dimensionado poderá sofrer inclinação (sair do prumo) por ultrapassar o limite de resistência do engastamento, e caso o engastamento suporte esse esforço, o poste poderá flambar (entortar) por ter excedido o seu limite de resistência nominal. • Para o correto dimensionamento do poste, será necessário efetuar o cálculo dos esforços mecânicos, sendo necessário conhecer a altura do poste que será aplicado em função da rede aérea de distribuição, o tipo, a bitola e o número de condutores utilizados na rede, além da profundidade do engastamento. 111 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • O poste de seção circular, por ser simétrico, tem sua resistência nominal igual em toda a sua periferia. Já o poste duplo T por ter duas faces (lisa e cavada) requer algumas técnicas quanto ao seu posicionamento. • Quando o poste está fora do prumo e a sua resistência nominal suporta o tracionamento dos cabos, pode ser necessário colocar uma escora (pedaço de 1 m de um outro poste de concreto) na sua base dentro do solo para aumentar sua resistência do engastamento. Outra opção é a de concretar a base do poste. 112 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • Existem duas situações que se deve conhecer quanto aos esforços mecânicos na estrutura do poste: – Momento no poste – é a força de tração (tensionamento) que os cabos exercem no poste multiplicada pela distância do braço (primário e/ou secundário) ao solo. M = F x d. – Tração dos cabos – o tracionamento dado em cada cabo depende de sua bitola, conforme as tabelas a seguir. 113 Poste de Concreto Seção Duplo T • Para este tipo de poste, a 15 cm do topo (início da furação para a fixação das estruturas primárias), o fabricante garante que utilizando a: – Face cavada o poste suporta um esforço mecânico não superior à metade de sua resistência nominal. – Face lisa o poste suporta um esforço mecânico até 40 % maior que a sua resistência nominal. 114 115 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • Rede Primária: na rede primaria o esforço já se encontra ficado a 15 cm do topo, portanto, para saber o tensionamento da rede primária basta multiplicar a quantidade de cabos primários pelo seu tensionamento unitário. Ep = esforço dos cabos da rede primária (kgf). tcp = tensionamento dos cabos da rede primária (kgf). O número 3 representa o número de fases do circuito. 116 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • Rede Secundária: multiplica-se a quantidade de cabos secundários pelo seu tensionamento unitário e esse pela distância do braço secundário, dividindo tudo pela distância do braço primário. Es = esforço dos cabos da rede secundária (kgf). tcs = tensionamento dos cabos da rede secundária (kgf). ds = distância do braço da rede secundária (m). dp = distância do braço da rede primária (m). O fator de multiplicação 4 representa a quantidade de cabos 117 Cálculo dos Esforços Mecânicos nos Postes • O esforço total resultante dos cabos da rede primária e secundária no poste é o somatório dos esforços. Et = esforço total dos cabos no poste (kgf). • A resistência nominal da face utilizada do poste deve ser superior ao esforço total. 118 Exemplo 01 119 Na abertura dos circuitos secundários, com cabos de mesma bitola não há necessidade de efetuar os cálculos, pois a resultante é nula. Se a abertura for com cabos 3x02(02) ou 3x20(20), o cabo de aço do estai de poste a poste deve ser de bitola 6 mm. Se a abertura for com cabos 3x40(40) o cabo de aço do estai de poste a poste deve ser de 9 mm. Exemplo 2 120 Na abertura dos circuitos secundários com bitolas diferentes, deve-se deixar de topo o poste de maior esforço e a resistência desse poste deve anular a diferença dos esforços mecânicos. Exercício 01 121 Determine qual a resistência nominal necessária para o poste da situação abaixo. Cálculo dos Esforços Mecânicos em Postes com Estruturas em Ângulo • Para efetuar o cálculo dos esforços mecânicos de estruturas em ângulo é importante relembrar alguns conceitos: – Adição de vetores de mesma direção. – Adição de vetores de direção diferentes. 122 Cálculo dos Esforços Mecânicos em Postes com Estruturas em Ângulo – Decomposição de forças em componentes ortogonais (90o) – Para ângulos diferentes de 90o. 123 Exemplo 03 124 Cálculo de dimensionamento de estruturas em ângulo num poste de 10,5 m, no qual devemos deixar a face lisa, que é a de maior resistência mecânica, voltada para o lado da resultante dos esforços mecânicos. DESENHOS DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO 125 Desenhos das Redes de Distribuição Nesta unidade é exposto como deve ser representado o desenho do projeto de rede de distribuição aérea, sua simbologia e a localização das especificações do mesmo. 126 Exemplo 127 Exemplo 128 Simbologia – ENERGISA - PB 129 Simbologia – ENERGISA - PB 130 Simbologia – ENERGISA - PB 131 Simbologia – ENERGISA - PB 132 Simbologia – ENERGISA - PB 133 Simbologia – ENERGISA - PB 134 Simbologia – ENERGISA - PB 135 Simbologia – ENERGISA - PB 136 Simbologia – ENERGISA - PB 137 Referências Bibliográficas • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 16094. Acessórios Poliméricos para Redes Aéreas de Distribuição de Energia Elétrica - Especificação. Rio de Janeiro, 2012. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 11873. Cabos Cobertos com Material Polimérico para Redes Aéreas Compactas de Distribuição em Tensões de 13,8 kV a 34,5 kV. Rio de Janeiro, 2003. • Prazeres, Ronildo Alves dos. 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