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Direito das Relações Internacionais O reconhecimento não é condição essencial para que se afirme a existência do Estado; Carta da OEA: Artigo 13 A existência política do Estado é independente do seu reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua integridade e independência, de promover a sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de se organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus interesses, de administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos não tem outros limites senão o do exercício dos direitos de outros Estados, conforme o direito internacional. Artigo 14 O reconhecimento significa que o Estado que o outorga aceita a personalidade do novo Estado com todos os direitos e deveres que, para um e outro, determina o direito internacional. Reconhecimento do Estado Direito das Relações Internacionais Natureza Jurídica: Discricionária: os Estados são absolutamente soberanos para reconhecer ou não outros Estados; Declaratória: o ato de reconhecimento equivale a uma espécie de validação, ratificando uma situação preexistente; Espécies: Tácito: atos que suscitam o reconhecimento; Expresso: formalização documental; Nota importante: em tratados bilaterais, o reconhecimento mútuo se faz essencial; Reconhecimento do Estado Direito das Relações Internacionais Reconhecimento de Governo: Fatores determinantes: a) Sucessão de Estados; b) Superação da condição colonial de um Estado; c) Crises políticas institucionais ou revolucionárias; O não reconhecimento de governo não é cabível quando a mudança de governo decorre de eleições diretas; Doutrina Tobar-Estrada: exigência do sufrágio/rompimento das relações entre Estados até que a situação democrática do Estado volte à normalidade; Reconhecimento de Governo Direito das Relações Internacionais Sucessão de Estados Regra: princípio da continuidade; a) Fusão/Agregação (Incorporação); 1. Fusão: Dois ou mais estados se unem para o surgimento de um novo; 2. Agregação: Um estado deixa de existir e se agrega a outro; b) Desmembramento: Um estado se divide em dois ou mais; c) Transferência territorial: modificação da titularidade sobre o território de um determinado Estado; Sucessão de Estados Direito das Relações Internacionais Sucessão de Estados Efeitos Jurídicos; 1. Nacionalidade; 2. Bens Públicos; 3. Dívidas Públicas; Princípio da repartição ponderada da dívida (desmembramento de estados, transferência territorial); Sucessão de Estados Direito das Relações Internacionais Outros sujeitos de direito internacional – Teoria Clássica: Noção de Direito Internacional de caráter interestatal: Estados e Organizações Internacionais; Pressuposto baseado na soberania, na capacidade de atuação na sociedade internacional, influência nas relações e na constituição do Direito, decorrente da capacidade de elaboração de normas cogentes; Estados: sujeitos originários; Organizações Internacionais: sujeitos derivados; Outros sujeitos de direito internacional Direito das Relações Internacionais Outros sujeitos de direito internacional – Teorias Ecléticas ou heteropersonalistas: Admissibilidade da evolução das definições tradicionais, em virtude das próprias modificações das condições de existência da sociedade internacional; Incluem-se como sujeitos de direito internacional as coletividades não estatais, as empresas, as organizações não governamentais (ONGs) e o indivíduo, que também podem invocar as normas internacionais e têm a obrigação de cumpri-las; Capacidade de exercício de direitos e assunção de obrigações limitada; Incapacidade para celebração de tratados, mas acesso a mecanismos de solução de controvérsias, participação de julgamento; Outros sujeitos de direito internacional Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais Criadas por acordos constitutivos entre Estados – Tratados Internacionais; Personalidade jurídica distinta dos seus membros constitutivos; Finalidade específica; Sujeitos secundários de DIP ; Realidade jurídica; Surgimento: século XX, após a 2ª Guerra Mundial. Variam de acordo com sua finalidade, âmbito de atuação, quanto à natureza dos poderes exercidos – intergorvernamentais ou supranacionais. Coletividades interestatais: Organizações Internacionais Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais Distinção entre organizações internacionais governamentais e não governamentais: ORGS: Representativas de um ato de vontade dos Estados; Originadas a partir de Tratados multilateriais; ONGS: Vontade de particulares; Finalidade necessariamente lícita; Personalidade jurídica de direito internacional alvo de embate doutrinário; Criadas por normas jurídicas internas e regidas por tais normas; Organizações Internacionais Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais ONU Ato constitutivo: Carta da ONU (1945); Sede: Nova York; 51 Estados participantes inicialmente; Supremacia das disposições da Carta da ONU dentre as normas de Direito Internacional Público; Art. 103: No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas, em virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente Carta. Organizações Internacionais: A ONU Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais ONU Estrutura da ONU: a) Assembleia Geral: órgão deliberativo que tem como funções principais tratar questões que atinjam diretamente a paz ao redor do mundo; b) Conselho de Segurança: único órgão da ONU cujas decisões são compulsórias para outros países. Seu principal objetivo é manter a paz, analisar e discutir problemas que ameacem a segurança ao redor do mundo e procurar soluções para conflitos. Apesar da ONU ser composta por 192 Estados membros, apenas cinco países possuem assento permanente no conselho, são eles: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Além de comporem o conselho permanente, esse países possuem direito a veto a questões de segurança. Além dos países com assento permanente, a assembleia geral indica dez membros para comporem os assentos rotativos por um período de dois anos. Organizações Internacionais: A ONU Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais ONU Estrutura da ONU: c) Conselho Econômico e Social (ECOSOC): atua na coordenação dos trabalhos voltados ao desenvolvimento econômico e social das nações. d) Conselho de Tutela: Seu objetivo era ajudar os territórios sob tutela da ONU a se organizarem como Estados independentes. Sua extinção se deu em 1994, três anos após Palau, o último território sob tutela da ONU, tornar-se soberano. e) Corte Internacional de Justiça: também chamado de Tribunal de Haia, trata-se do órgão jurídico da ONU. A corte internacional tem o poder de decisão sobre litígios internacionais, inclusive aqueles que envolvam Estados não membros. f) Secretariado: atua na assessoria dos órgãos da ONU. Organizações Internacionais: A ONU Direito das Relações Internacionais Organizações Internacionais ONU Estrutura da ONU: A ONU possui também organismos intergovernamentais e programas voltados para o desenvolvimento dos direitos humanos, questões ambientais, patrimônio etc.: Organização Internacional do Trabalho (OIT); Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO); Organização Mundial de Saúde (OMS); Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR); Alto comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH); Organizações Internacionais: A ONU