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Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=pdf&utm_campaign=attribution Anais do ICRP PUBLICAÇÃO ICRP 121 Proteção Radiológica em Radiologia Diagnóstica e Intervencionista Pediátrica Editor chefe CH CLEMENTE Editor associado M. SASAKI Autores em nome da ICRP P.L. Khong, H. Ringertz, V. Donoghue, D. Frush, M. Rehani, K. Appelgate, R. Sanchez PUBLICADO PARA A Comissão Internacional de Proteção Radiológica por Por favor, cite esta questão como 'ICRP, 2013. Proteção radiológica em radiologia diagnóstica e intervencionista pediátrica. Publicação ICRP 121. Ann. ICRP 42(2).' 1 CONTEÚDO EDITORIAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 ABSTRATO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 PREFÁCIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 SUMÁRIO EXECUTIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2. CONCEITOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. . . . . . . . . . . 17 2.1. Quantidades e unidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2. Resumo das bases biológicas para proteção radiológica. . . . . . . . . . . . 17 19 3. ASPECTOS GERAIS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NO DIAGNÓSTICO PEDIÁTRICO POR IMAGEM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 3.1. Justificativa dos procedimentos radiológicos diagnósticos. . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2. Otimização da proteção radiológica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3. Implementação e auditoria de critérios de qualidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 23 27 4. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM RADIOGRAFIA E FLUOROSCOPIA PEDIÁTRICA CONVENCIONAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 4.1. Posicionamento e imobilização do paciente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2. Tamanho do campo e limitação do feixe de raios X. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3. Blindagem protetora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4. Condições de exposição radiográfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.5. Radiografia móvel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.6. Sistemas radiográficos digitais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.7. Sistemas tela-filme. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.8. Fluoroscopia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 30 30 31 34 35 35 36 5. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM RADIOLOGIA INTERVENCIONAL PEDIÁTRICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 5.1. Reduzindo dose desnecessária ao paciente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.2. Reduzindo doses desnecessárias para a equipe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3. Aquisição de imagens usando angiografia digital ou angiografia por subtração digital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 39 41 3 Publicação ICRP 121 6. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DE PACIENTES EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PEDIÁTRICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 6.1. Medições de dose em tomografia computadorizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.2. Justificativa/indicações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.3. Medidas de redução de dose em equipamentos de tomografia computadorizada. . . . . . . 6.4. Otimização da qualidade da imagem e qualidade do estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . 6.5. Ajuste nos parâmetros de varredura e otimização da redução da dose. . . . . . . 6.6. Blindagem protetora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6.7. Princípios para redução de dose em tomografia computadorizada pediátrica. . . . 43 46 47 47 48 50 51 7. RESUMO E RECOMENDAÇÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 ANEXO A. DIRETRIZES PARA USO ADEQUADO DE PROCEDIMENTOS RADIOLÓGICOS PEDIÁTRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4 Publicação ICRP 121 EDITORIAL MELHORAR A PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM MEDICINA PEDIÁTRICA A radiação ionizante tem sido usada em aplicações médicas há mais de um século. Não há dúvida de que isso resultou em melhorias significativas no atendimento ao paciente devido aos enormes benefícios tanto no diagnóstico quanto na terapia. Nos últimos anos, os avanços neste campo têm sido surpreendentes, com a introdução de tecnologias e métodos de imagem avançados, usos terapêuticos altamente especializados de radiação ionizante e procedimentos guiados por fluoroscopia que permitem intervenções cirúrgicas inimagináveis nas décadas passadas. A Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) continua a acompanhar a rápida evolução do uso da radiação na medicina. O sistema de protecção radiológica abrange todos os aspectos, incluindo a protecção de pacientes, consoladores e prestadores de cuidados, e voluntários em investigação biomédica, todos os quais podem receber exposições médicas. As exposições ocupacionais de médicos e outros funcionários também são consideradas, assim como as exposições públicas resultantes de procedimentos médicos.Publicação 105 (ICRP, 2007b) foi preparado para descrever, de forma geral, como o sistema de proteção nas Recomendações da Comissão de 2007 (ICRP, 2007d) se aplica à proteção radiológica em medicina, enquanto várias publicações subsequentes trataram deste assunto com mais detalhes para aplicações médicas específicas. Tal como observado nas Recomendações de 2007 (ICRP, 2007d), as exposições médicas ocorrem dentro de situações de exposição planeadas. Os limites de dose não se aplicam porque, neste caso, a grande maioria dos riscos e benefícios se aplica a um único indivíduo, o paciente. O caso dos consoladores, cuidadores e voluntários na investigação biomédica é um pouco mais complexo, mas aplica-se o mesmo princípio geral. Contudo, em todas as circunstâncias, incluindo as exposições médicas, a otimização da proteção é um princípio fundamental. Para auxiliar na otimização dos procedimentos diagnósticos, a ICRP recomendou o uso de níveis de referência diagnósticos. Está em debate o alargamento da utilização de níveis de referência a outras exposições médicas. Em todas as circunstâncias, a otimização da proteção não se trata de minimizar a dose, mas sim de equilibrar os malefícios e os benefícios. O mesmo se aplica às exposições médicas, onde a Comissão foi mais explícita ao dizer que a optimização da protecção dos pacientes consiste em gerir a dose do paciente proporcional à 5 Publicação ICRP 121 propósito. Reduzir as doses para reduzir os danos ao paciente é sensato, mas, por exemplo, reduzir as doses de tomografia computadorizada de tal forma que a imagem não forneça mais as informações diagnósticas necessárias, ou as doses terapêuticas de tal forma que o procedimento não seja suficientemente eficaz, é contrário à boa prática médica e não é uma boa proteção radiológica. A justificação também é um princípio fundamental nas exposições médicas.Publicação 105descreve três níveis de justificação, um dos quais é a justificação de exposições individuais. Isto é particularmente importante para exames com altas doses, como procedimentos diagnósticos e intervencionistas complexos. Neste caso, «a justificação individual por parte do profissional é particularmente importante e deve ter em conta toda a informação disponível. Isto inclui os detalhes do procedimento proposto e dos procedimentos alternativos, as características de cada paciente,a dose esperada para o paciente e a disponibilidade de informações sobre exames ou tratamentos anteriores ou esperados” (ICRP, 2007b, Pará. 67). Uma das importantes “características de cada paciente” é a idade. É amplamente reconhecido que os pacientes pediátricos devem ser tratados de forma diferente em comparação com os seus homólogos adultos. Em parte, isto acontece porque os bebés e as crianças têm, em média, um risco mais elevado de desenvolver cancro do que os adultos que recebem a mesma dose. A maior esperança de vida das crianças permite mais tempo para que quaisquer efeitos nocivos da radiação se manifestem, e os órgãos e tecidos em desenvolvimento são mais sensíveis aos efeitos da radiação. A publicação atual abrange alguns dos conceitos básicos de proteção radiológica em medicina e examina especificamente a proteção radiológica para pacientes pediátricos em diagnóstico por imagem, radiografia convencional e fluoroscopia, radiologia intervencionista e tomografia computadorizada. Exemplos específicos e orientações são fornecidos. O Anexo A inclui orientações para o uso apropriado de procedimentos radiológicos pediátricos por sistema orgânico para o sistema nervoso central, pescoço e coluna, sistema músculo- esquelético, sistema cardiotorácico, sistema gastrointestinal e sistema geniturinário. Muitas vezes, os equipamentos e procedimentos médicos são projetados ou configurados tendo em mente o paciente adulto, às vezes explicitamente e às vezes não. Em muitos casos em que é utilizada radiação ionizante, o ajuste do equipamento ou dos procedimentos para pacientes pediátricos pode resultar em melhorias significativas na proteção radiológica, fornecendo doses significativamente mais baixas para o mesmo benefício médico. Embora a publicação atual forneça orientações sobre proteção radiológica específica para pacientes pediátricos, o objetivo final é melhorar a proteção radiológica das crianças, um segmento da população com o qual naturalmente queremos ter especial cuidado. Numa nota completamente diferente, a Comissão deseja dar as boas-vindas a Michiya Sasaki no Secretariado Científico da ICRP em Ottawa, Canadá. Dr. Sasaki ingressou na ICRP em janeiro de 2012 como especialista gratuito. Como Secretário Adjunto da ICRP, ele auxilia o Secretário Científico da ICRP de várias maneiras, incluindo a preparação para as reuniões da Comissão Principal da ICRP, o desenvolvimento do Relatório Anual da ICRP, a manutenção do site da ICRP e, principalmente, a publicação doAnais do ICRP.Ele prestou assistência em publicações anteriores, mas a partir do último relatório, é agora reconhecido como Editor Associado doAnais do ICRP.O Dr. Sasaki gostaria de agradecer o apoio do Sr. Christopher Clement, Secretário Científico, e da Sra. Lynn Lemaire, 6 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista Assistente Executivo, o que lhe permitiu trabalhar com conforto e 'começar com o pé direito' em Ottawa. Ele também gostaria de agradecer aos membros de sua organização japonesa, CRIEPI (Instituto Central de Pesquisa da Indústria de Energia Elétrica), aos membros do ICRP que o acolheram na “família” ICRP, e a muitas outras pessoas que gentilmente ajudaram na adaptação ao trabalho e vida em Ottawa. O Dr. Sasaki espera contribuir para a ICRP e desfrutar da maravilhosa cultura e da bela natureza que o Canadá tem a oferecer. CHRISTOPHERH.C.LEMENTO ICRP SCIENTÍFICOSECRETÁRIO EDITOR-IN-CHIEF MICHIYASASAKI CIRP AASSISTENTESECRETÁRIO AASSOCIAREDITOR 7 Publicação ICRP 121 Proteção Radiológica em Diagnóstico Pediátrico e Radiologia Intervencionista PUBLICAÇÃO ICRP 121 Aprovado pela Comissão em Outubro de 2011 Abstrato-Os pacientes pediátricos apresentam um risco médio mais elevado de desenvolver cancro em comparação com os adultos que recebem a mesma dose. A maior esperança de vida das crianças permite mais tempo para que quaisquer efeitos nocivos da radiação se manifestem, e os órgãos e tecidos em desenvolvimento são mais sensíveis aos efeitos da radiação. Esta publicação tem como objetivo fornecer princípios orientadores de proteção radiológica para médicos solicitantes e equipes clínicas que realizam diagnósticos por imagem e procedimentos intervencionistas em pacientes pediátricos. Começa com uma breve descrição dos conceitos básicos da protecção radiológica, seguida dos aspectos gerais da protecção radiológica, incluindo princípios de justificação e optimização. Diretrizes e sugestões para proteção radiológica em modalidades específicas – radiografia e fluoroscopia, radiologia intervencionista e tomografia computadorizada – são posteriormente abordadas em profundidade. O relatório termina com um resumo e recomendações. A importância da justificação rigorosa dos procedimentos radiológicos é enfatizada para todos os procedimentos que envolvem radiação ionizante, e a utilização de modalidades de imagem que não sejam ionizantes deve ser sempre considerada. O objetivo básico da otimização da proteção radiológica é ajustar os parâmetros de imagem e instituir medidas de proteção de modo que a imagem necessária seja obtida com a menor dose possível de radiação e que o benefício líquido seja maximizado para manter qualidade suficiente para a interpretação diagnóstica. Deve ser dada especial atenção à disponibilidade de medidas de redução da dose na aquisição de novos equipamentos de imagiologia para uso pediátrico. Um dos aspectos únicos da imagem pediátrica diz respeito à ampla variação de tamanho (e peso) do paciente, exigindo, portanto, atenção especial à otimização e modificação de equipamentos, técnicas e parâmetros de imagem. Exemplos de boas técnicas radiográficas e fluoroscópicas incluem atenção ao posicionamento do paciente, tamanho do campo e colimação adequada, uso de blindagem protetora, otimização de fatores de exposição, uso de fluoroscopia pulsada, limitação do tempo de fluoroscopia, etc. 9 Publicação ICRP 121 operadores intervencionistas, e é desejável um segundo nível específico de formação em protecção radiológica (em alguns países, isto é obrigatório). Para tomografia computadorizada, a redução da dose deve ser otimizada pelo ajuste dos parâmetros do exame (como mA, kVp e pitch) de acordo com o peso ou idade do paciente, região escaneada e indicação do estudo (por exemplo, imagens com maior ruído devem ser aceitas se forem de qualidade diagnóstica suficiente). Outras estratégias incluem a restrição de protocolos de exame multifásico, evitando a sobreposição de regiões de varredura e examinando apenas a área em questão. Tecnologias atualizadas de redução de dose, como modulação de corrente de tubo, modulação de dose baseada em órgãos, tecnologia auto kV e reconstrução iterativa, devem ser utilizadas quando apropriado. Prevê-se que esta publicação ajude as instituições a incentivar a padronização de procedimentos e que possa ajudar a aumentar a sensibilização e, em última análise, a melhorar as práticas em benefício dos pacientes. - ICRP 2013. Publicado pela Elsevier Ltd. Palavras-chave:Justificação; Otimização; Paciente pediátrico; Proteção radiológica; Radiologia diagnóstica; Radiologia intervencional P.L. KHONG, HRINGERTZ, VDONOGUE, D. F.CORRER, SENHOREHANI, K.A.PPELGATE, R.S.ANCHEZ 10 PREFÁCIO O Comité 3 da Comissão Internacional de Protecção Radiológica (ICRP) começou o seu trabalho na optimização da protecção radiológica pediátrica em 2001, quando criou o amplamente divulgado slogan 'CHILDSMART' num autocolante e num cartaz. Esta publicação foi conceituada pela primeira vez em 2004, durante a reunião da ICRP em Pequim, onde foi reconhecido que o tema da proteção radiológica pediátrica era fundamental nas boas práticas radiológicas e que tal documento era necessário para promover a importância do assunto. Ele fornece um relatório abrangente sobre proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista, com referências feitas a publicações anterioresda ICRP preparadas pelo Comitê 3 sobre a prática de proteção radiológica em medicina, e tem como objetivo servir como orientação para médicos solicitantes e pessoal clínico que trabalha com crianças em sua prática. Além disso, houve pedidos da comunidade profissional para que a ICRP formulasse recomendações nesta área. O Comitê 3 procedeu à criação de um Grupo de Trabalho sob a presidência de Hans Ringertz, composto por radiologistas e físicos médicos especialistas líderes na área especializada de radiologia pediátrica e proteção radiológica. Posteriormente, em 2009, Pek-Lan Khong juntou-se a Hans Ringertz como Co-Presidente do Grupo de Trabalho na reunião da CIRP no Porto. Os membros do Grupo de Trabalho, que deram contribuições inestimáveis para esta publicação, foram os seguintes: P.L. Khong (copresidente) D.Frush R. Sanches H. Ringertz (copresidente) M. Rehani V. Donoghue K. Apelação O relatório foi discutido e aperfeiçoado durante discussões internas nas reuniões da ICRP em 2010 e 2011, e beneficiou enormemente dos comentários obtidos através do processo de consulta pública. O Comité também deseja agradecer todas as contribuições feitas por organizações governamentais e não-governamentais, e indivíduos que gentilmente forneceram inúmeras sugestões úteis no desenvolvimento global desta publicação. 11 SUMÁRIO EXECUTIVO (a) Esta publicação tem como objetivo fornecer princípios orientadores para proteger pacientes pediátricos da radiação para médicos solicitantes e equipes clínicas que realizam procedimentos de diagnóstico por imagem e intervencionistas, destacando as questões específicas que podem ser exclusivas da imagem de crianças. (b) Começa com uma breve descrição dos conceitos básicos de proteção radiológica, seguida pelos aspectos gerais da proteção radiológica, incluindo princípios de justificação e otimização. Diretrizes e sugestões para proteção radiológica em modalidades específicas – radiografia e fluoroscopia, radiologia intervencionista e tomografia computadorizada (TC) – são posteriormente abordadas em profundidade. O capítulo final termina com um resumo e recomendações. (c) A importância da justificativa rigorosa dos procedimentos radiológicos é enfatizada para todos os procedimentos que envolvem radiação ionizante, especialmente no que diz respeito às modalidades que transmitem uma dose de radiação relativamente alta: TC e procedimentos intervencionistas. A utilização de modalidades de imagem alternativas que não sejam ionizantes deve ser sempre considerada. (d) O objetivo básico da otimização da proteção radiológica para diagnóstico por imagem e procedimentos intervencionistas é ajustar os parâmetros de imagem e instituir medidas de proteção de tal forma que a imagem necessária seja obtida com a dose de radiação mais baixa possível e o benefício líquido seja maximizado. (e) É necessária a otimização do equipamento radiológico para uso pediátrico com a mais ampla gama de configurações para atender à ampla variedade de tamanho (e peso) do paciente. Como a maioria dos equipamentos de imagem e protocolos especificados pelo fornecedor são estruturados para adultos, podem ser necessárias modificações no equipamento e nos parâmetros de exposição para uso pediátrico. O aconselhamento de físicos médicos deve ser procurado, se possível, para auxiliar na instalação, definição de protocolos de imagem e otimização. Deve ser dada especial atenção à disponibilidade de medidas de redução de dose na aquisição de novos equipamentos de imagiologia. (f) É incentivado o desenvolvimento e a atualização regular de níveis de referência de diagnóstico (NDR) locais, regionais ou nacionais para auxiliar no processo de otimização. Além disso, auditorias regulares dos critérios de encaminhamento, qualidade da imagem e técnica de imagem devem ser implementadas como parte da cultura de proteção radiológica. (g) Uma boa técnica radiográfica requer atenção ao posicionamento e imobilização do paciente, tamanho preciso do campo e limitação correta do feixe de raios X, uso de blindagem protetora e otimização dos fatores de exposição radiográfica (por exemplo, tamanho do ponto focal, filtração, características da grade antiespalhamento e uso, distância do foco até o plano da imagem e produto do tempo de exposição atual do tubo). (h) As técnicas de redução de dose em fluoroscopia incluem o uso de fluoroscopia pulsada, mantendo a mesa de fluoroscopia o mais longe possível da fonte de raios X e o intensificador de imagem o mais próximo possível do paciente, limitando o tempo de fluoroscopia e restringindo a fluoroscopia à avaliação apenas de alvos móveis, o uso de 13 Publicação ICRP 121 colimação virtual para posicionamento antes de iniciar a fluoroscopia, colimação precisa para a área anatômica relevante e inclinação do feixe de raios X para longe de áreas radiossensíveis. A ampliação deve ser mantida ao mínimo. Finalmente, a dose de radiação (produto kerma-área no ar) deve ser registrada. (i) Os procedimentos intervencionistas, especialmente em bebés pequenos, devem ser realizados por operadores intervencionistas experientes. Todos os membros da equipa devem receber formação em protecção radiológica, com um segundo nível específico de formação exigido por alguns países, uma vez que este é um procedimento de dose relativamente elevada com potencial para transmitir doses máximas elevadas na pele e doses absorvidas aos órgãos e tecidos expostos. O grande tamanho do intensificador de imagem em relação ao tamanho do neonato, bebê ou criança, e a maior necessidade de ampliação em comparação com os adultos são fatores que podem potencialmente aumentar a dose para o paciente. As execuções de aquisição de imagens só devem ser realizadas se necessário, e deve ser usado o menor número de quadros por segundo necessário para atingir o objetivo clínico. As imagens devem ser obtidas usando colimação estreita e ampliação mais baixa. A redução de doses desnecessárias, não apenas para o paciente, mas também para a equipe, devido à exposição à radiação espalhada, é importante. (j) Para TC, a redução da dose deve ser otimizada pelo ajuste dos parâmetros de varredura (como mAs, kVp e pitch) de acordo com o peso ou idade do paciente, região escaneada e indicação do estudo (por exemplo, imagens com maior ruído devem ser aceitas se eles têm qualidade diagnóstica suficiente). Outras estratégias incluem a restrição de protocolos de exame multifásico, evitando a sobreposição de regiões de varredura e examinando apenas a área em questão. Deve-se também prestar atenção à minimização de artefatos de movimento, ao uso meticuloso de contraste intravenoso e à aplicação de técnicas de pós-processamento, como reconstrução multiplanar e tridimensional, pois isso pode ajudar a melhorar a qualidade do estudo. Os monitores e o ambiente devem ser otimizados para a visualização de imagens. No que diz respeito ao uso de blindagem protetora local, as práticas variam entre as instituições. Os protocolos devem ser testados especificamente para cada scanner, pois uma abordagem não é apropriada para todos os scanners e, se não for usada adequadamente, a blindagem pode até aumentar a dose de radiação. Se utilizada, é importante observar que a proteção de bismuto só deve ser colocada após a realização da visualização scout (ou pré- varredura automática do controle de exposição), para que o sistema não aumente inapropriadamente a corrente do tubo na área da blindagem. Os escudos não devem ser colocados muito próximos da superfície da pele e devem ser posicionados suavemente sobre a superfície para evitar artefatos. Finalmente, tecnologias atualizadas de redução de dose, como modulação de corrente de tubo, modulação de dose baseada em órgãos, tecnologia auto kV e reconstrução iterativa, devem ser usadas quando apropriado. 14 1. INTRODUÇÃO (1) Os exames radiológicos de diagnóstico em bebés e crianças apresentam, em média, um risco mais elevado de desenvolvimentode cancro por unidade de dose de radiação, em comparação com os adultos. (2) O maior risco em crianças é explicado pela sua maior esperança de vida, o que permite mais tempo para que quaisquer efeitos nocivos da radiação se manifestem; e o facto de órgãos e tecidos em desenvolvimento serem mais sensíveis aos efeitos da radiação. Além disso, o risco médio é mais elevado em bebés e crianças pequenas em comparação com crianças mais velhas (Preston et al., 2007). (3) A utilização crescente da tecnologia de raios X resultou numa situação em que as doses anuais colectivas e per capita de radiação ionizante devidas à radiologia diagnóstica excederam as da antiga maior fonte (radiação natural de fundo) em vários países desenvolvidos ( UNSCEAR, 2008). Portanto, é imperativo que todos os exames radiológicos sejam justificados e otimizados no que diz respeito à proteção radiológica em cada paciente, e isto é especialmente importante em pacientes pediátricos. (4) Os exames de tomografia computadorizada (TC) podem envolver doses relativamente altas de radiação, e estima-se que 7 a 10% dos exames de TC sejam realizados em crianças (Brenner e Hall, 2007; Berrington de Gonzalez et al., 2009). As doses absorvidas em órgãos e tecidos da TC pediátrica são relativamente altas e normalmente variam de aproximadamente 2 a 30 mGy para órgãos expostos. (5) O objetivo desta publicação é fornecer princípios orientadores para proteger pacientes pediátricos da radiação para médicos solicitantes e equipes clínicas que realizam diagnósticos por imagem e procedimentos intervencionistas, destacando as questões específicas que podem ser exclusivas da imagem de crianças. 15 2. CONCEITOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 2.1. Quantidades e unidades (6) A grandeza física básica utilizada na protecção radiológica para efeitos estocásticos (danos celulares), tais como cancro e efeitos hereditários, é a dose absorvida calculada em média sobre um órgão ou tecido (isto é, dose média absorvida; a energia depositada no órgão dividida por a massa desse órgão ou tecido). Para efeitos determinísticos (reações teciduais resultantes da morte celular), a média da dose absorvida é calculada sobre a porção altamente irradiada do tecido, como o volume da pele irradiada no campo de radiação direta. Para mais detalhes sobre as definições de efeitos estocásticos e determinísticos, consulte a Seção 2.2. A unidade SI para dose absorvida é joule por quilograma (J kg-1) e seu nome especial é cinza (Gy). (7) Durante procedimentos de imagiologia médica utilizando raios X, as doses médias absorvidas em órgãos ou tecidos do paciente submetido a procedimentos de diagnóstico ou intervencionistas não podem geralmente ser medidas diretamente. Contudo, foram alcançados progressos significativos nos últimos anos no fornecimento de métodos para derivar doses médias absorvidas em órgãos e tecidos a partir de uma série de medições práticas, e está disponível um conjunto considerável de dados (por exemplo, ICRU, 2005; AIEA, 2007). Na prática, grandezas mensuráveis que caracterizam o campo de radiação externo são utilizadas para auxiliar no gerenciamento da dose do paciente. Estes incluem quantidades simples, como dose na superfície de entrada e kerma no ar na superfície de entrada, e uma série de outras quantidades de complexidade variável, dependendo da natureza do equipamento de raios X [por exemplo, para CT, consultePublicações 87 e102 (ICRP, 2000b, 2007a)]. Por muitos anos, as leituras dosimétricas dessas medições foram expressas em termos de dose absorvida no ar, como dose na superfície de entrada e produto dose-área, mas a quantidade que é realmente medida com o equipamento dosimétrico atual é o kerma no ar, em vez da dose absorvida no ar. . ICRU (2005) e AIEA (2007) recomendam, portanto, o uso de grandezas relacionadas ao campo em termos de kerma no ar, como kerma no ar incidente, kerma no ar na superfície de entrada e produto kerma no ar – área para níveis de referência de diagnóstico (DRLs). ; consulte a Seção 3.2.3). Assim, a comunidade médica também deve estar familiarizada com estas quantidades. No entanto, nesta publicação, as quantidades são expressas em dose no ar nas tabelas de dados conforme aparecem na literatura. (8) Alguns tipos de radiação são mais eficazes na indução de danos celulares, levando a efeitos estocásticos. Para permitir isto, foi introduzida uma quantidade de “dose equivalente” (a dose média absorvida num órgão ou tecido multiplicada por um factor de ponderação de radiação adimensional). Este fator é responsável pelo tipo de radiação. Para o principal tipo de radiação utilizado em imagens (fótons), o fator de ponderação da radiação é 1, portanto a dose média absorvida e a dose equivalente são numericamente iguais. A unidade SI para dose equivalente é joule por quilograma (J kg-1) e seu nome especial é sievert (Sv). Uma discussão detalhada sobre os fatores de ponderação da radiação é fornecida emPublicações 92 e103 ( ICRP, 2003, 2007b). (9) O mesmo valor para uma dose equivalente em diferentes órgãos e tecidos do corpo resulta em diferentes probabilidades de danos e diferentes gravidades. A Comissão designa a combinação de probabilidade e gravidade dos danos como «prejuízo», ou seja, 17 Publicação ICRP 121 ÓRGÃOS Significar absorvido FONTE Dentro ou fora da corpo ÓRGÃOS Equivalente doses (Sv) Tecido ponderação fatores e soma TODO CORPO Eficaz dose (Sv) Radiação ponderação fatores Radiação emissão doses (Gi) Figura 2.1. A relação entre dose absorvida, dose equivalente e dose eficaz. prejuízo à saúde. Para reflectir o prejuízo combinado dos efeitos estocásticos devido às doses equivalentes em todos os órgãos e tecidos do corpo, a dose equivalente em cada órgão e tecido é multiplicada por um factor de ponderação do tecido, e os resultados são somados para todo o corpo para dar a dose eficaz. A unidade SI para dose efetiva também é joule por quilograma (J kg-1) com o nome especial sievert (Sv). Os fatores de ponderação tecidual são aqueles recomendados emPublicação 105 (ICRP, 2007b) e apresentados na Tabela 2.1. A relação entre a dose média absorvida, a dose equivalente e a dose eficaz é mostrada na Figura 2.1. (10) A Comissão pretendia que a dose eficaz fosse utilizada como principal quantidade de proteção para o estabelecimento de orientações sobre proteção radiológica. Não deverá ser utilizado para avaliar riscos de efeitos estocásticos em situações retrospectivas para exposições em indivíduos identificados, nem deverá ser utilizado em avaliações epidemiológicas da exposição humana, porque a Comissão fez julgamentos sobre a gravidade relativa de vários componentes dos riscos de radiação no derivação de prejuízo para fins de definição de fatores de ponderação tecidual. Esses riscos de efeitos estocásticos dependem da idade e do sexo, e os riscos de exposição médica dependem de outros fatores, como o estado de saúde. As distribuições de idade e sexo (e estado de saúde) dos trabalhadores e da população em geral (para a qual a dose eficaz é derivada) podem ser bastante diferentes da distribuição geral de idade e sexo (e estado de saúde) para a população submetida a procedimentos médicos que utilizam radiação ionizante , e também diferirá de um tipo de procedimento médico para outro, dependendo da prevalência dos indivíduos para a condição médica que está sendo avaliada. Por estas razões, a avaliação de risco para usos médicos de radiação ionizante é melhor avaliada usando estimativas de risco apropriadas, dependendo da dose média absorvida ou dose equivalente, para os tecidos individuais em risco, e para a distribuição por idade e sexo (e estado de saúde, se conhecido). dos indivíduos submetidos aos procedimentos médicos (ICRP, 2007b). (11) A dose eficaz pode ser de valor prático para comparar as doses relativas relacionadas com os efeitos estocásticos de: - diferentes exames diagnósticos e procedimentos intervencionistas; - a utilizaçãode tecnologias e procedimentos semelhantes em diferentes hospitais e países; e - o uso de diferentes tecnologias para o mesmo exame médico desde que os pacientes representativos ou as populações de pacientes para os quais as doses eficazes são comparadas sejam semelhantes no que diz respeito à idade e ao sexo (e ao estado de saúde). No entanto, as comparações de doses eficazes obtidas conforme indicado na Secção 4.3.5 das Recomendações da Comissão de 2007 (ICRP, 2007b) são inadequadas quando existem diferenças significativas entre as distribuições de idade e sexo (e as distribuições de saúde). 18 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista Tabela 2.1. Fatores de ponderação tecidual recomendados emPublicação 103 (ICRP, 2007b). Fator de ponderação do tecido (cT) 0,12 RcT 0,72Medula óssea (vermelha), cólon, pulmão, estômago, mama, tecidos restantes* Gônadas Bexiga, esôfago, fígado, tireoide Superfície óssea, cérebro, glândulas salivares, pele 0,08 0,04 0,01 0,08 0,16 0,04 Total 1,00 * Tecidos restantes: supra-renais, região extratorácica, vesícula biliar, coração, rins, gânglios linfáticos, músculos, mucosa oral, pâncreas, próstata, intestino delgado, baço, timo e útero/colo do útero. estatuto) dos pacientes representativos ou das populações de pacientes que estão a ser comparados (por exemplo, crianças, todas as mulheres, pacientes idosos, pacientes gravemente doentes) e a distribuição de referência da Comissão de ambos os sexos e de todas as idades. Isto é uma consequência do facto de as magnitudes do risco de efeitos estocásticos dependerem da idade e do sexo (e do estado de saúde). 2.2. Resumo da base biológica para proteção radiológica (12) Os efeitos biológicos da radiação podem ser agrupados em dois tipos: efeitos determinísticos (reações teciduais) e efeitos estocásticos (câncer e efeitos hereditários). Esses efeitos são brevemente mencionados aqui; a base biológica para a proteção radiológica é abordada em profundidade nas Recomendações de 2007 (ICRP, 2007b). 2.2.1. Efeitos determinísticos (13) Se o efeito só ocorrer quando muitas células de um órgão ou tecido forem mortas, o efeito só será clinicamente observável se a dose de radiação estiver acima de um limite. A magnitude deste limiar dependerá da taxa de dose (isto é, dose por unidade de tempo) e da transferência linear de energia da radiação, do órgão ou tecido irradiado, do volume da parte irradiada do órgão ou tecido e do efeito clínico de interesse. . Com o aumento das doses acima do limiar, a probabilidade de ocorrência aumentará acentuadamente para 100% (ou seja, cada pessoa exposta apresentará o efeito), e a gravidade do efeito aumentará com a dose. A Comissão chama estes efeitos de “determinísticos” (reações teciduais), e uma discussão detalhada e informações sobre efeitos determinísticos (reações teciduais) são encontradas em ICRP (2007b). Tais efeitos podem ocorrer na aplicação de radiação ionizante em radioterapia e procedimentos intervencionistas, particularmente quando os procedimentos intervencionistas guiados por fluoroscopia são complexos e requerem tempos de fluoroscopia mais longos ou aquisição de numerosas imagens. 2.2.2. Efeitos estocásticos (14) Existem boas evidências provenientes da biologia celular e molecular de que os danos provocados pela radiação no ADN numa única célula podem levar a uma célula transformada que ainda é capaz de 19 Publicação ICRP 121 de reprodução. Apesar das defesas do organismo, normalmente muito eficazes, existe uma pequena probabilidade de que este tipo de dano, promovido pela influência de outros agentes não necessariamente associados à radiação, possa conduzir a um quadro maligno (efeito somático). Como a probabilidade é baixa em doses baixas, a ocorrência de cancro relacionado com a radiação é consequentemente baixa e pode ocorrer, no máximo, em apenas alguns dos expostos. Se o dano inicial for nas células germinativas das gônadas, podem ocorrer efeitos hereditários. Estes efeitos, tanto somáticos como hereditários, são chamados “estocásticos”. (15) A probabilidade de um efeito estocástico atribuível à radiação aumenta com a dose e é provavelmente proporcional à dose em doses baixas. Em doses e taxas de dose mais elevadas, a probabilidade muitas vezes aumenta com a dose de forma mais acentuada do que com a simples proporção. Em doses ainda mais elevadas, próximas dos limiares dos efeitos determinísticos (reações teciduais), a probabilidade aumenta mais lentamente e pode começar a diminuir, devido ao efeito competitivo da morte celular. A probabilidade de tais efeitos aumenta quando a radiação ionizante é utilizada em procedimentos médicos terapêuticos ou intervencionistas. (16) Embora um único exame radiológico conduza apenas a um pequeno aumento na probabilidade de indução de cancro num paciente, nos países industrializados, cada membro da população é submetido, em média, a um desses exames por ano; portanto, o risco cumulativo aumenta proporcionalmente. Cálculos realizados com base na suposição de um modelo linear sem limite de ação da radiação estimam que a proporção hipotética de mortes por câncer em uma população em geral que pode estar relacionada à exposição a procedimentos radiológicos varia de uma fração de um a alguns por cento dessa mortalidade por câncer (NAS/NRC, 2006). Além disso, o risco não está distribuído uniformemente na população. Alguns grupos de pacientes são examinados com muito mais frequência devido ao seu estado de saúde. Além disso, alguns grupos apresentam sensibilidade superior à média para a indução do cancro (por exemplo, embriões/fetos, bebés, crianças pequenas, pessoas com suscetibilidade genética). Além disso, os cancros que ocorrem precocemente na vida resultam numa perda de vida muito maior do que os cancros que se manifestam tardiamente na vida. Para a exposição de crianças pequenas, o risco médio seria mais elevado, particularmente para cancros da tiróide (Preston et al., 2007). Todas estas circunstâncias indicam que a justificação adequada do uso da radiação e a otimização da proteção radiológica na medicina são princípios indispensáveis da proteção radiológica. (17) Uma discussão detalhada e informações sobre os efeitos estocásticos são encontradas na ICRP (2007b), e a opinião da Comissão sobre o risco de cancro em doses baixas é apresentada emPublicação 99 (ICRP, 2005). Não é viável determinar apenas com base epidemiológica se existe ou não um risco aumentado de cancro após doses absorvidas da ordem de 100 mGy ou menos. O modelo linear sem limiar continua a ser uma base prudente para os fins práticos de proteção radiológica em doses baixas e taxas de dose baixas. 20 3. ASPECTOS GERAIS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM DIAGNÓSTICO PEDIÁTRICO POR IMAGEM 3.1. Justificativa dos procedimentos de radiologia diagnóstica (18)Publicação 103 (ICRP, 2007b) definiu o princípio geral de proteção radiológica de que qualquer exame que exija o uso de radiação ionizante exige que o prestador de cuidados de saúde que o encaminhou, em consulta com o radiologista ou profissional de saúde autorizado por imagiologia, justifique: - que a utilização do exame radiológico em questão fará mais bem do que mal ao paciente; - que o exame radiológico específico, quando solicitado para determinada doença e faixa etária, tem objetivo específico, e isso geralmente melhorará o diagnóstico ou tratamento, ou fornecerá informações necessárias sobre os indivíduos expostos; e - que o exame é necessário para aquele paciente individual. (19) É muito importante para pacientes pediátricos submetidos a exames radiológicos que o exame seja indicado. Uma solicitação documentada de exame, incluindo informações clínicas, assinada ou endossada por um médico solicitante, deve estar disponível antes da realização do exame. Em caso de dúvida, a decisão final deve ser tomada pelo radiologista ou profissional de saúde autorizado em consulta com o médico responsávelpelo encaminhamento, se necessário. (20) O tipo de exame deve ser justificado e cada exame deve resultar num benefício líquido para o indivíduo ou para a saúde pública. O exame deve ser antecipado para influenciar a eficácia das decisões do médico solicitante em relação ao diagnóstico, manejo do paciente, tratamento e resultado final para a criança (Dauer et al., 2008). (21) A justificação implica também que os resultados necessários não podem ser alcançados com outros métodos que estariam associados a um menor risco para o paciente (Comissão Europeia, 1996). (22) A justificativa exige que o procedimento de imagem selecionado seja confiável (ou seja, seus resultados sejam reprodutíveis e tenham sensibilidade, especificidade, precisão e valor preditivo suficientes em relação à questão clínica específica). Assim, o radiologista ou profissional de saúde autorizado responsável pelo exame deve ter conhecimento e experiência suficientes para fazer uma interpretação precisa do exame. Para tornar isso possível, o exame deve ser realizado por um radiologista qualificado ou por um técnico de radiologia/tecnólogo em conjunto com monitoramento adequado de medidas de qualidade e segurança por físicos médicos. A justificação também exige que uma única pessoa assuma a responsabilidade global pelo exame. Esta pessoa, normalmente um radiologista, deve ter formação e experiência em técnicas radiológicas e proteção radiológica reconhecidas por uma autoridade competente. Esta pessoa deve trabalhar em estreita cooperação com o médico responsável pelo encaminhamento, a fim de estabelecer o procedimento mais adequado para o manejo e terapia do paciente. O 21 Publicação ICRP 121 A pessoa responsável pode delegar a tarefa de realizar o exame a um técnico qualificado, que também deve ser devidamente treinado e experiente. (23) A viabilidade de técnicas alternativas que não utilizam radiação ionizante, como ultrassonografia e ressonância magnética (RM), deve ser sempre considerada. Isto é particularmente verdadeiro em pacientes pediátricos com doenças crónicas. Diretrizes de encaminhamento sobre imagens para médicos estão disponíveis, por exemplo, no American College of Radiology (1996) e no Royal College of Radiologists (2007). Estas diretrizes discutem a adequação das modalidades de imagem disponíveis para investigar muitos problemas clínicos comuns. Exemplos ilustrativos de tais diretrizes para pacientes pediátricos do Royal College of Radiologists são fornecidos no Anexo A. (24) Antes de um exame radiográfico, é importante determinar se uma paciente do sexo feminino em idade e potencial para engravidar está ou pode estar grávida. O último período menstrual deve ser documentado. Quando for determinado que uma paciente está possivelmente grávida, dependendo da confiabilidade e do histórico da paciente, o médico pode querer solicitar um teste de gravidez se o feto estiver sob feixe direto e/ou se o procedimento for de dose relativamente alta (ICRP, 2000a). (25) Todas as solicitações de projetos de pesquisa biomédica que envolvam o uso de radiações ionizantes deverão ser analisadas individualmente. As instituições precisam de garantir que existem mecanismos adequados através dos procedimentos de investigação e desenvolvimento (por exemplo, o comité de proteção radiológica em coordenação com o conselho de revisão ética da instituição) para permitir que as exposições de investigação biomédica sejam justificadas individualmente. Deve haver uma alta probabilidade de estabelecer benefícios claros para pacientes pediátricos no resultado final. 3.1.1. Exemplos de exames radiográficos pediátricos injustificados (26) A seguir estão alguns exemplos de exames radiográficos que não são justificados rotineiramente: - radiografia de crânio em bebê ou criança com epilepsia; - radiografia de crânio em bebê ou criança com dores de cabeça; - radiografia sinusal em bebê ou criança menor de 6 anos com suspeita de sinusite; - radiografia da coluna cervical em lactente ou criança com torcicolo sem trauma; - radiografias do lado oposto para comparação em lesão de membro; - radiografias do escafoide em crianças menores de 6 anos; e - radiografias dos ossos nasais em crianças menores de 3 anos de idade. (27) A utilização do exame torácico diário de rotina em unidades de terapia intensiva deve ser desencorajada e realizada apenas para indicações específicas (Valk et al., 2001). Essas diretrizes foram publicadas pelo American College of Radiology (1996). (28) Os exames radiológicos solicitados apenas para fins médico-legais, como o pedido de idade óssea em adolescentes imigrantes, não são clinicamente justificados (ICRP, 2007b). 22 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista 3.2. Otimização da proteção radiológica (29) O objetivo básico da otimização da proteção radiológica durante um exame é ajustar os parâmetros de imagem e instituir medidas de proteção de tal forma que a imagem necessária seja obtida com a dose de radiação mais baixa possível e o benefício líquido seja maximizado [ou seja, o ALARA Princípio (tão baixo quanto razoavelmente possível)1deve ser respeitado em todos os exames]. (30) A otimização da proteção radiológica envolve três aspetos principais: equipamento radiológico, garantindo a adequação do equipamento radiológico e dos parâmetros técnicos, de modo a que sejam adequadamente adaptados aos doentes pediátricos, e NRD aplicáveis aos doentes pediátricos. 3.2.1. Equipamento radiológico (31) Como parte do processo de otimização, é importante garantir que o equipamento funciona corretamente, proporciona as exposições adequadas e cumpre as normas estabelecidas de instalação e desempenho. Isto começa com o processo de aquisição, onde o equipamento deve ser adquirido para que o seu desempenho atinja um nível estabelecido numa especificação escrita que exija a conformidade com as normas internacionais, nacionais ou regionais relevantes, bem como com as normas profissionais. (32) Uma vez instalado, o equipamento deverá ser testado de aceitação e comissionado para que seu desempenho de acordo com esses padrões seja verificado. Em alguns países, isso deve ser feito por um agente (físico ou engenheiro) que não seja o fornecedor que atua para o usuário final/hospital ou a agência reguladora nacional. Quer seja ou não legalmente exigido, deve procurar-se aconselhamento de físicos médicos, se possível, e é importante que seja seguido e documentado adequadamente, mesmo no caso de equipamentos relativamente simples, como sistemas dentários intra-orais. A documentação adequada facilitará a identificação da omissão de componentes do sistema, como filtros ou unidades com fluoroscopia pulsada. (33) Após a introdução no uso rotineiro, é importante garantir que o equipamento continue a funcionar satisfatoriamente. Isto pode ser assegurado por verificações rotineiras de constância, realizadas e documentadas regularmente pela instituição. Estão disponíveis sugestões de testes apropriados e sua frequência (IPEM, 2005). Um exemplo de unidade de radiografia geral é verificar se o feixe de raios X coincide com o sistema de localização do feixe de luz (Horwitz et al., 1993). O próximo passo seria medir a saída do feixe de raios X e verificar a presença de filtros. Outros relativamente 1Por vezes, a abreviatura «ALARA» é utilizada como equivalente ao termo «optimização da protecção» ou em substituição do mesmo. Contudo, deve ter-se em mente que a expressão «tão baixo quanto razoavelmente possível» é apenas uma parte do conceito de optimização. Todo o conceito implica, mais precisamente, manter a exposição do paciente ao mínimo necessário para atingir o objetivo médico pretendido (diagnóstico ou terapêutico). Nos diagnósticos por imagem e nas intervenções guiadas por raios X, significa que o número e a qualidade das imagens são suficientes para obter as informações necessárias ao diagnóstico ou intervenção. Na radioterapia,ALARA aplica- se apenas a tecidos normais, uma vez que não se espera que a dose no alvo seja tão baixa quanto razoavelmente possível, mas sim o oposto. A utilização da abreviatura «ALARA» isoladamente e fora deste contexto pode ser enganosa e suscitar controvérsia desnecessária. 23 Publicação ICRP 121 testes fáceis de controle de qualidade são frequentemente fornecidos pelos fabricantes de equipamentos como tomógrafos. Num nível mais exigente, é importante rever o desempenho de cada máquina de forma abrangente em intervalos apropriados (IPEM, 2005), ou depois de a máquina ser submetida a uma grande reparação ou serviço (por exemplo, uma mudança de tubo). Todos esses procedimentos de controle de qualidade devem ser documentados adequadamente. Por fim, é fundamental que este processo de avaliação do desempenho dos equipamentos esteja integrado na gestão do departamento, para que os resultados dos testes sejam anotados e postos em prática. 3.2.2. Adequação de equipamentos e parâmetros técnicos (34) Como a maioria dos equipamentos de imagem é estruturada para atender pacientes adultos, modificações nos parâmetros mencionados e no hardware podem ser necessárias tanto na instalação quanto posteriormente na utilização do equipamento. O ideal é que sejam instalados equipamentos projetados especificamente para pacientes pediátricos, especialmente em instalações com grande carga de trabalho de pacientes pediátricos. O equipamento de raios X utilizado em procedimentos pediátricos deve ter a mais ampla gama de configurações para otimizar a proteção ao tamanho da criança. Protocolos que abrangem uma seleção de parâmetros técnicos adaptados para tipos comuns de exames de raios X devem ser pré-instalados. (35) Deverá ser dada especial atenção às medidas de redução da dose na aquisição de novos equipamentos radiográficos ou fluoroscópicos para uso pediátrico (por exemplo, colimação virtual, tampos de mesa de baixa atenuação, grelhas removíveis, disponibilidade de fluoroscopia pulsada, retenção e captura da última imagem, espectrometria filtros e tecnologias adaptativas para minimizar a floração, etc.). A adição de um filtro de cobre além da filtragem de alumínio deve ser considerada, caso não seja fornecida. Para tensões de tubo padrão, cada 0,1 mm de cobre equivale a aproximadamente 3 mm de alumínio. 3.2.3. Níveis de referência de diagnóstico em radiologia pediátrica (36) Para auxiliar no processo de otimização da exposição médica dos pacientes, foi introduzido o conceito de NRD. Um valor DRL é consultivo e, na prática, é definido de forma que, se o valor for excedido regularmente, a prática envolvida deve ser investigada. Isto não significa que exista necessariamente uma prática inaceitável; em vez disso, a prática requer explicação, revisão ou possivelmente uma nova abordagem. O princípio da proteção radiológica dos limites de dose utilizados para a exposição dos trabalhadores e do público em geral não se aplica às exposições médicas dos pacientes. (37) Na prática, uma grandeza relacionada com o campo e fácil de medir é utilizada para implementar o conceito de DRL (por exemplo, dose na superfície de entrada e kerma no ar na superfície de entrada, etc.). (38) A ICRP não especifica quantidades, valores numéricos ou detalhes de implementação dos NRD. Esta é a tarefa dos órgãos autorizados regionais, nacionais e locais, cada um dos quais deve atender às necessidades nas suas respectivas áreas. Um exemplo são os NRD da União Europeia para crianças de 5 anos em radiologia pediátrica (Comissão Europeia, 1996, 1999). Esses valores foram estabelecidos através do levantamento de uma quantidade apropriada relacionada ao campo para uma série de projeções comuns em mais de 100 24 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista hospitais pediátricos (Schneider et al., 1992, 1998; Perlmutter et al., 1998). Para radiografia geral, são examinadas várias projeções do tórax, crânio, abdômen, coluna e pelve. O DRL superior é frequentemente considerado como o valor do terceiro quartil (ou seja, o valor abaixo do qual se situam as medições para três quartos das instituições); um DRL mais baixo também pode ser selecionado. Assim, existe uma expectativa razoável de que as medições realizadas em qualquer instituição devam situar-se abaixo do DRL superior e, se estiverem acima, deverá ser possível reduzir as exposições abaixo do DRL sem perda de informação clínica. Por exemplo, o uso excessivo de uma grade antiespalhamento pode resultar em valores de dose na superfície de entrada acima do DRL superior. Com a revisão da técnica, qualidade da imagem, educação adicional e treinamento, os valores resultantes da dose na superfície de entrada estarão potencialmente abaixo do DRL superior. É importante compreender que é possível que os valores de dose na superfície de entrada possam ser demasiado baixos, e uma ação corretiva a este respeito também pode ser justificada quando o valor estiver consistentemente abaixo de um DRL inferior selecionado. (39) Os NRD para alguns exames radiográficos convencionais são apresentados na Tabela 3.1. É importante estar ciente de que são para crianças de 5 anos e que seriam obtidos valores diferentes com outras faixas etárias, como bebês ou crianças de 10 anos. Alguns dados disponíveis para estes grupos etários mais velhos e mais jovens são apresentados na Tabela 3.2, mas até à data não foram adoptados como NRD (Comissão Europeia, 1996). Os DRL formalmente adoptados na União Europeia foram limitados ao grupo de 5 anos de idade, alegando que a avaliação dos resultados, mesmo para um grupo, fornecerá um marcador para o desempenho do departamento. É importante notar que estes DRLs foram obtidos antes da introdução generalizada da radiografia computadorizada (CR) e da radiografia digital (DR) em muitas partes do mundo, e precisam ser ampliados e reavaliados (ICRP, 2004) para levar em conta dos desenvolvimentos recentes. Um estudo avaliando doses na superfície de entrada de pacientes adultos para RC após a transição do convencional Tabela 3.1. Exemplos de níveis de referência de diagnóstico em pediatria para pacientes padrão de 5 anos de idade, expressos em dose na superfície de entrada por imagem para visualizações únicas (Comissão Europeia, 1996). Radiografia pacientes de 5 anos Superfície de entrada dose por visualização única (mGy)* Peito: póstero-anterior Peito: ântero-posterior (para pacientes não cooperativos) Peito: lateral Crânio: póstero-anterior/ântero-posterior Crânio: lateral Pelve: ântero-posterior Abdômen: ântero-posterior/póstero-anterior com feixe vertical/horizontal 0,1 0,1 0,2 1,5 1,0 0,9 1,0 * Nível superior de referência de diagnóstico expresso como dose na superfície de entrada do paciente. A dose na superfície de entrada para pacientes de tamanho padrão é a dose absorvida no ar (ver explicação no Parágrafo 7 sobre o uso do kerma no ar versus dose absorvida no ar) (mGy) no ponto de intersecção do eixo do feixe com a superfície do um paciente pediátrico, incluindo radiação de retroespalhamento. 25 Publicação ICRP 121 26 Ta be la 3 .2 . V ar ia çõ es d a do se n a su pe rf íc ie d e en tr ad a* (c on ve rt id o pa ra m G y, c om a s du as c as as d ec im ai s m ai s pr óx im as ) o bs er va do n os tr ês e ns ai os p ed iá tr ic os d a U ni ão Eu ro pe ia (1 98 9/ 91 , 1 99 2, 1 99 4/ 95 ): m ed ia na , v al or es m ín im o- m áx im o e ra zã o co rr es po nd en te (m ín im o: m áx im o) d e x- e xa m es ra di og rá fic os e m p ac ie nt es p ed iá tr ic os . Ti po d e ex am e In fa nt il M ín im o m áx im o 5 an os M ín im o m áx im o 10 a no s M ín im o m áx im o M ed ia na M ín im o m áx im o M ed ia na M ín im o m áx im o M ed ia na M ín im o m áx im o Pe ito A P (1 00 0 g re cé m - na scid o) P ei to P A/ AP AP d e pe ito (m óv el ) Pe ito la te ra l Ca ve ira P A/ AP La te ra l d o cr ân io Pé lv is A P Co lu na c om pl et a PA /A P Co lu na to rá ci ca A P Co lu na to rá ci ca la te ra l Co lu na lo m ba r A P Co lu na lo m ba r l at er al Ab dô m en A P/ PA 0, 05 0, 08 0, 09 0, 01 –0 ,3 4 0, 02 –1 ,0 0, 03 –0 ,7 2 1: 35 1: 47 1: 21 0, 07 0, 07 0, 14 1, 00 0, 70 0, 49 0, 02 –1 ,3 5 0, 03 –0 ,3 3 0, 04 –0 ,5 5 0, 24 –4 ,6 3 0, 14 –2 ,3 6 0, 09 –2 ,7 9 1: 71 1: 11 1: 15 1: 19 1: 17 1: 32 0, 07 0, 09 0, 15 1. 04 0, 58 0, 81 0, 02 –1 ,1 6 0, 03 –0 ,7 6 0, 04 –1 ,9 8 0, 13 –5 ,2 1 0, 11 –3 ,7 9 0, 09 –4 ,1 7 1: 68 1: 26 1: 51 1: 40 1: 33 1: 47 0, 93 0, 15 –4 ,5 1 13 h3 0 0, 26 0, 87 0, 02 –1 ,3 7 0, 12 –0 ,4 4 1: 76 1: 41 0, 89 1, 63 1, 15 2, 43 0, 73 0, 20 –4 ,3 1 0, 30 –6 ,6 6 0, 13 –5 ,6 9 0, 25 –2 3, 5 0, 15 –3 ,9 8 1: 21 1: 22 1: 43 1: 94 1: 27 0, 44 0, 08 –3 ,2 1 1: 42 0, 59 0, 06 –2 ,9 2 1: 52 AP , â nt er o- po st er io r; PA , p ós te ro -a nt er io r. * Co ns ul te a d ef in iç ão d e do se n a su pe rf íc ie d e en tr ad a na T ab el a 3. 1. Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista Tabela 3.3. Exemplos de doses de referência nacionais do Reino Unido para exames de fluoroscopia em pacientes pediátricos – revisão de 2005 do National Patient Dose Database, Reino Unido. Tipo de exame Idade padrão (anos) Produto dose-área por exame (Gy cm2) Cistouretrograma miccional 0 1 5 10 15 0,3 0,7 (0,8) 0,8 (0,8) 1,5 2,5 Farinha de bário 0 1 5 10 15 0,4 1,1 (1,2) 1,3 (1,2) 2.4 6.4 Deglutição de bário 0 1 5 10 15 0,4 1,2 (1,3) 1,3 (1,3) 2.9 3.5 exames radiográficos constataram que a redução da dose ficou entre 15% e 38% dos DRLs da União Europeia estabelecidos para radiografia de tela-filme, e entre 28% e 41% dos valores de referência recomendados pela Associação Americana de Físicos em Medicina (Vañó et al. , 2007). Alguns dados dos valores do Reino Unido para estudos fluoroscópicos foram determinados (Hart et al., 2007) e comparados com DRLs equivalentes documentados no Great Ormond Street Hospital, Londres (Hiorns et al., 2006). A Tabela 3.3 mostra as doses de referência recomendadas no Reino Unido derivadas do National Patient Dose Database para cistouretrogramas miccionais, refeições com bário e deglutições de bário (Hart et al., 2007). Para radiografias de tórax anteroposteriores neonatais, DRLs para doses na superfície de entrada de 80euGy e 50eu Gy foram propostos pela Comissão Europeia (1996) e pelo Conselho Nacional de Proteção Radiológica (Hart et al., 2000), respectivamente. 3.3. Implementação e auditoria de critérios de qualidade (40) Como parte da cultura de protecção radiológica, há necessidade de acompanhamento e auditorias regulares após a implementação de critérios de qualidade (Schneider et al., 1993; Schneider, 1995). (41) Auditorias de critérios de encaminhamento, qualidade de imagem e técnica de imagem em práticas de radiologia pediátrica descobriram que melhores resultados são obtidos em centros especializados em pediatria em comparação com centros não especializados (Cook et al., 2001; Alt et al., 2006) . Assim, a partilha de boas práticas por centros especializados em pediatria é importante para melhorar as práticas e os resultados dos pacientes. 27 Publicação ICRP 121 (42) A seguir estão alguns exemplos de procedimentos de auditoria implementados para proteção radiológica em consultórios pediátricos e os resultados favoráveis que foram alcançados: - Para traumatismo craniano pediátrico, uma auditoria das diretrizes recomendadas para exames de TC demonstrou que ajustes nas práticas clínicas de encaminhamento resultaram em uma diminuição de oito vezes na utilização de TC (Macgregor e McKie, 2005). Da mesma forma, auditorias repetidas resultaram em redução acentuada nas radiografias de crânio e melhoria significativa no cumprimento das diretrizes para traumatismo cranioencefálico pediátrico (Johnson et al., 2004). - Para o uso da proteção gônada, a auditoria do posicionamento correto após a introdução de medidas de redução da dose melhorou o resultado da proteção. A percentagem de posicionamento correto aumentou de 32% e 22% para 78% e 94% para meninos e meninas, respectivamente (McCarty et al., 2001). 28 4. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM PEDIÁTRICA CONVENCIONAL RADIOGRAFIA E FLUOROSCOPIA (43) Para cada exame radiográfico, há necessidade de especificar critérios para cobertura anatômica e dose de radiação para o paciente, e exemplos de boas técnicas radiográficas pelas quais os requisitos diagnósticos e critérios de dose possam ser alcançados. 4.1. Posicionamento e imobilização do paciente (44) O posicionamento do paciente deve ser exato, mesmo que o paciente não coopere, para que o feixe possa ser centralizado corretamente, a projeção e a colimação adequadas possam ser obtidas e as partes do corpo não examinadas possam ser protegidas. (45) A imobilização é necessária em muitos bebês e crianças pequenas durante a realização de estudos radiográficos. Dispositivos, como dispositivos de espuma de borracha, podem ser usados em bebês muito pequenos. Pode ser útil aproveitar o período em que o bebê está calmo ou dormindo após a mamada para realizar o exame radiológico. Os dispositivos de imobilização devem ser fáceis de usar e a sua aplicação não deve ser traumática para o paciente (ou cuidadores). Seu uso e benefícios devem ser explicados ao cuidador acompanhante. (46) O paciente pediátrico só deve ser segurado pela equipe radiológica2em circunstâncias excepcionais. Quando o pessoal do hospital ajuda a imobilizar uma criança, isto é considerado uma exposição ocupacional e devem ser tomados cuidados para garantir que o pessoal não seja repetidamente exposto à radiação. Quando a contenção física por parte dos pais ou outros acompanhantes for inevitável, estes devem ser informados sobre o procedimento exacto e o que lhes é exigido, em particular o efeito da distância do feixe primário. Eles devem receber um avental protetor e permanecer fora do feixe primário de radiação. As mãos do cuidador que segura a criança não devem ser expostas ao feixe de radiação e podem ser fornecidas luvas de proteção para proteger da exposição à radiação dispersa. (47) O tempo atribuído a um exame deve incluir tempo para explicar o procedimento não só ao cuidador que o acompanha, mas por vezes também à criança. O tempo é bem gasto na obtenção de um exame otimizado que cumpra os critérios de qualidade necessários (Comissão Europeia, 1996). Este procedimento pode ser simplificado fornecendo informações explicando os detalhes do procedimento a ser realizado antes do estudo. O fornecimento de vídeos, material escrito ou websites especificamente concebidos para crianças e pais na sala de espera ou na sala de exames antes dos estudos pode ser útil. 2O termo «trabalhador» é definido pela Comissão noPublicação 103 (ICRP, 2007b) como “qualquer pessoa que esteja empregada, seja a tempo inteiro, a tempo parcial ou temporariamente, por um empregador, e que tenha direitos e deveres reconhecidos em relação à protecção radiológica ocupacional”. Num hospital, essas pessoas fazem parte da equipe. O termo “pessoal” é preferido neste relatório porque o público-alvo está mais familiarizado com este termo. 29 Publicação ICRP 121 4.2. Tamanho do campo e limitação do feixe de raios X (48) Um campo muito grande resultará em dose de radiação desnecessária fora da área de interesse e prejudicará o contraste e a resolução da imagem, aumentando a radiação espalhada. Esta falta de colimação é uma armadilha potencial, especialmente em CR/DR, onde técnicas de pós-processamento podem ser usadas para cortar a imagem após a aquisição da imagem. Embora possa ser necessário umcerto grau de flexibilidade para garantir que todo o campo de interesse seja incluído, o uso repetido de campos desnecessariamente grandes em pacientes pediátricos é inadequado. Por outro lado, um campo demasiado pequeno aumenta o risco de erro de diagnóstico ou pode exigir uma segunda exposição. (49) A limitação correta do feixe requer conhecimento de marcos anatômicos externos. Esses marcos mudam com a idade do paciente devido às diferentes proporções do corpo durante o desenvolvimento. O tamanho do campo de interesse também depende da doença subjacente. Assim, o conhecimento básico da anatomia pediátrica e dos distúrbios específicos da idade é exigido do técnico/radiologista para garantir a limitação adequada do feixe em todas as faixas etárias. É importante usar a colimação para expor apenas a área pretendida para exame, em vez de, por exemplo, fazer “babygramas” (corpo inteiro, tórax, abdômen e pelve em uma imagem) em neonatos. 4.3. Blindagem protetora (50) Uma boa técnica radiográfica inclui o uso padrão de chumbo ou proteção equivalente do corpo da criança nas imediações do campo de diagnóstico. O uso de blindagem adicional também deve ser considerado para determinados exames para proteção contra radiação externa espalhada e extrafocal. (51) Quando as mamas, gônadas e/ou tireoide estão a menos de 5 cm do feixe primário, devem ser protegidas sempre que possível, sem prejudicar as informações diagnósticas necessárias. Para exposições de 60 a 80 kV, uma redução máxima da dose gonadal de aproximadamente 30 a 40% pode ser obtida através da blindagem com 0,25 mm de material equivalente a chumbo imediatamente na borda do campo. Contudo, isto só é verdade quando a proteção é colocada corretamente na borda do campo. Se mal colocada, essa blindagem pode piorar a qualidade da imagem e, em alguns casos, a blindagem pode não ser apropriada (Dauer et al., 2007) (ver Seção 6.6 sobre blindagem protetora para tomografias computadorizadas). As doses nos tecidos fora do feixe de raios X que ocorrem a partir da radiação de dispersão interna não podem ser protegidas. (52) Estão disponíveis dispositivos de proteção sem chumbo que podem ser mais ecológicos e mais duráveis. O equivalente de chumbo das roupas de proteção sem chumbo depende da qualidade da radiação (ou seja, tensão do tubo e filtração). Portanto, a eficácia protetora pode não ser refletida por um único valor, mas em vez disso, a atenuação dependente da energia, que é medida em uma geometria de feixe largo que leva em conta a radiação espalhada, caracteriza a proteção contra radiação com muito mais precisão (Eder et al., 2005). (53) Normalmente não há razão para incluir as gônadas masculinas no campo de radiação primário nas radiografias do abdome. O mesmo geralmente é válido para exames da pelve e cistouretrogramas miccionais. Os testículos devem 30 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista ser protegidos prendendo-os dentro do escroto para evitar o movimento ascendente causado pelo reflexo cremastérico. Os testículos devem ser protegidos com uma cápsula protetora, mas mantidos fora do campo de radiação direta. Protetores de chumbo ou equivalentes para meninas e cápsulas de chumbo ou equivalentes para meninos estão disponíveis comercialmente ou podem ser fabricados internamente. Eles devem estar disponíveis em vários tamanhos. Utilizando cápsulas devidamente ajustadas, a dose absorvida nos testículos pode ser reduzida em até 95%. (54) Nas meninas, as máscaras de sombra dentro do diafragma do colimador são tão eficientes quanto os escudos diretos. Eles podem ser posicionados com mais precisão e não deslizam tão facilmente quanto as proteções de contato. Quando a proteção das gônadas femininas é apropriada, a redução da dose absorvida utilizando uma proteção eficaz para os ovários pode ser de aproximadamente 50% (Fawcett e Barter, 2009). Em exames abdominais ou pélvicos para meninas, a proteção das gônadas pode não ser possível [por exemplo, para indicações de trauma, incontinência e dor abdominal, a proteção mal colocada pode mascarar patologias importantes (Bardo et al., 2009)]. (55) A projeção póstero-anterior na radiografia do crânio, em vez da projeção anteroposterior, pode reduzir a dose absorvida nos olhos. Portanto, a projeção posteroanterior é preferida assim que o paciente tiver idade suficiente para cooperar, de modo que o posicionamento em decúbito ventral ou ereto seja viável. (56) Nas meninas em idade puberal, o tecido mamário em desenvolvimento é particularmente sensível à radiação e, portanto, a exposição deve ser limitada tanto quanto possível (por exemplo, usando projeção póstero-anterior em vez de projeção anteroposterior em radiografias de tórax e coluna vertebral). (57) Foi demonstrado que a proteção do tecido tireoidiano durante exames radiográficos odontológicos tem pouco efeito na redução da dose, desde que a distância até o campo primário seja mantida em mais de 2 cm. 4.4. Condições de exposição radiográfica (58) O conhecimento e o uso correto de fatores de exposição radiográficos apropriados [por exemplo, tamanho do ponto focal, filtração, distância do foco ao plano da imagem e produto do tempo de exposição da corrente do tubo (tensão do tubo, produto mAs)] são necessários porque eles têm um impacto considerável na imagem. qualidade, e isso pode ter implicações na exposição do paciente à radiação. Parâmetros permanentes do equipamento, como filtragem inerente do tubo e características da grade antiespalhamento, também devem ser levados em consideração. 4.4.1. Tamanho nominal do ponto focal (59) Dever-se-á tentar obter bons detalhes de imagem, mantendo um equilíbrio entre a utilização de um tamanho de ponto focal pequeno e um tempo de exposição curto. Geralmente, um valor de ponto focal nominal entre 0,6 e 1,3 é adequado para pacientes pediátricos (por exemplo, a norma IEC62220-1 exige um valor de ponto focal de 1,2). Quando tubos bifocais estão disponíveis, o valor nominal do ponto focal deve ser aquele que permite o ajuste mais apropriado do tempo de exposição e da tensão do tubo em um foco escolhido para a distância do plano da imagem, e esta pode não ser necessariamente a opção menor. 31 Publicação ICRP 121 4.4.2. Filtragem adicional (60) O espectro de raios X inclui fótons de diferentes energias. Os fótons de baixa energia (isto é, a parte suave do espectro) são completamente absorvidos pela pele do paciente e não contribuem para a geração da imagem, aumentando desnecessariamente a dose do paciente. A maioria dos tubos possui uma filtração mínima de 2,5 mm de alumínio, que inclui filtração inerente mais filtros fixos. Filtros adicionais podem reduzir ainda mais a radiação não produtiva e, portanto, a dose do paciente, com exceção do uso em neonatos e bebês muito pequenos, pois os potenciais dos tubos utilizados são relativamente baixos. (61) Os materiais filtrantes de terras raras com bordas de absorção em comprimentos de onda específicos têm pouca ou nenhuma vantagem sobre filtros simples e baratos de alumínio-cobre (ou alumínio-ferro), que podem ser facilmente fabricados internamente, desde que o material apropriado de alta pureza esteja disponível. Todos os tubos utilizados para pacientes pediátricos em equipamentos estacionários, móveis ou fluoroscópicos devem ter a capacidade de adicionar filtração adicional e ser facilmente trocados quando apropriado. Geralmente, até 1 mm de alumínio mais 0,1 (ou 0,2) mm de cobre são adequados como filtração adicional. 4.4.3. Grades antiespalhamento (62) As grades antiespalhamento aumentam o contraste, mas também aumentam a dose de radiação para o paciente. Assim, a dose excessiva do paciente pode ser evitada pela não aplicação de grades. Em bebés e crianças pequenas, a utilização de grelhas anti-dispersão ou outras medidas anti-dispersão é muitas vezes desnecessária devido à radiação de dispersão relativamente baixa produzida no volume (massa) irradiado.Com a otimização, as grelhas só são necessárias para crianças mais velhas, geralmente com menos de 8 anos de idade (Schneider et al., 2000). (63) São preferíveis grelhas que incorporem materiais de baixa atenuação, como fibra de carbono ou outros materiais não metálicos. Grades móveis podem apresentar problemas em tempos de exposição muito curtos (<10 ms). Nestes casos, grades estacionárias com altas densidades de faixas (densidade > 60 cm-1) deve ser usado. O alinhamento preciso da grade, do paciente e do feixe de raios X, bem como a atenção cuidadosa à distância correta do foco à grade, é de particular importância. Todos esses fatores devem ser levados em consideração ao realizar o controle de qualidade dos dispositivos de grade móvel utilizados em pacientes pediátricos. (64) Dependendo das recomendações do fabricante, equipamentos fluoroscópicos com capacidade de remoção rápida e fácil da grade devem ser utilizados em pacientes pediátricos. Grades removíveis são desejáveis não apenas para unidades fluoroscópicas, mas idealmente para todos os equipamentos utilizados em pacientes pediátricos. 4.4.4. Foco até a distância do plano da imagem (65) O ajuste correto do foco à distância do plano da imagem deve ser sempre observado quando se utiliza uma técnica de cassete sem grade. Para tubos overcouch com tabelas de grade, a distância do foco ao plano da imagem é geralmente de aproximadamente 115 cm, e para suportes verticais, de aproximadamente 150 cm. Quando nenhuma grade é usada e o cassete é colocado sobre a mesa, uma distância entre o foco e o plano da imagem de aproximadamente 100 cm deve ser 32 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista ser escolhido, garantindo que a mesma distância do tubo à mesa seja obtida como na grade. Circunstâncias especiais podem exigir um foco mais longo para a distância do plano da imagem. (66) Para todos os exames fluoroscópicos, as distâncias do paciente ao plano da imagem e do paciente ao intensificador de imagem devem ser mantidas tão curtas quanto possível para reduzir a dose do paciente. 4.4.5. Controle automático de exposição (67) A variação no tamanho é grande em pacientes pediátricos em comparação com adultos, pois pode variar desde bebês prematuros, com peso consideravelmente inferior a 1 kg, até adolescentes com peso superior a 70 kg. Os radiologistas/tecnólogos devem estar cientes desta ampla variedade de tamanhos e, portanto, da necessidade de otimizar os dispositivos de controle automático de exposição (AEC) para o manejo adequado de pacientes pediátricos. Preferencialmente, radiologistas/ tecnólogos especialmente treinados em radiografia pediátrica devem operar o equipamento. (68) A adaptação ideal da técnica radiográfica às diversas necessidades clínicas requer o uso de placas digitais ou sistemas tela-filme de diferentes velocidades e diferentes doses de desligamento no receptor de imagem. As telas e as câmaras AEC dependem da energia, especialmente na faixa mais baixa de tensão radiográfica, mas a tensão necessária para as telas e as câmaras AEC pode não ser a mesma, resultando em dispositivos AEC que prolongam os tempos mínimos de exposição. Todos esses fatores devem ser considerados quando dispositivos AEC são usados em pacientes pediátricos. (69) Os dispositivos AEC pediátricos especialmente concebidos possuem um pequeno detector móvel para utilização atrás de uma cassete sem chumbo. Sua posição pode ser selecionada em relação à região de interesse mais importante. Isto deve ser feito com muito cuidado, pois mesmo pequenos movimentos do paciente podem afetar a qualidade da imagem e a dose do paciente. A alta velocidade das placas digitais requer uma dose mínima na frente do cassete. Conseqüentemente, o detector atrás do cassete deve funcionar na faixa de 1–10euGy e isso pode ser difícil de implementar. (70) Com crianças pequenas, os gráficos de exposição correspondentes às técnicas radiográficas que levam em consideração o peso do paciente ao examinar o tronco ou o tamanho do paciente ao examinar as extremidades são muito mais seguros que os dispositivos AEC, fáceis de usar e menos dispendiosos. Estas técnicas radiográficas podem indicar quando os dispositivos AEC podem ser utilizados e qual câmara deve ser selecionada. 4.4.6. Controle automático de brilho em fluoroscopia (71) O controle automático de brilho deve ser desligado durante exames fluoroscópicos onde há áreas relativamente grandes com material de contraste positivo para evitar taxas de dose excessivas (por exemplo, bexigas cheias cheias de contraste). 4.4.7. Período de exposição (72) Na imagiologia pediátrica, os tempos de exposição devem ser curtos porque as crianças geralmente não cooperam e são difíceis de conter. O equipamento deve funcionar e proporcionar reprodutibilidade no menor intervalo de tempo. Estes tempos curtos só são possíveis 33 Publicação ICRP 121 compatível com geradores e válvulas potentes, bem como retificação ideal e interruptores de tempo precisos. Para geradores mais antigos, as configurações de tempo de exposição inferiores a 4 ms, mesmo que desejadas, não devem ser usadas, pois os tempos de pré-pico (>2 ms) interferem nas exposições curtas predefinidas. (73) Nem todos os geradores permitem tempos de exposição curtos (particularmente unidades móveis de radiografia) necessários para técnicas de kVp mais elevados recomendadas para pacientes pediátricos. Conseqüentemente, a baixa voltagem do tubo é frequentemente usada em pacientes pediátricos. Isto resulta em doses mais altas para os pacientes (Fendel et al., 1989). Para superar a capacidade limitada de tais equipamentos para exposições curtas, uma filtragem adicional adequada permitirá o uso de tensões de tubo mais altas com os tempos de exposição mais curtos disponíveis. Esses métodos possibilitam o uso de CR e DR, fotografia com intensificador de imagem e sistemas tela-filme de alta velocidade em pacientes pediátricos. (74) Para estes curtos tempos de exposição, o comprimento do cabo entre o transformador e o tubo é importante. O cabo funciona como um capacitor e pode, dependendo do seu comprimento, produzir um surto significativo de radiação após o desligamento do gerador. Esta radiação pós-pico pode durar 2 ms ou mais (Fendel et al., 1989). (75) Tempos de exposição reproduzíveis com precisão em torno de 1 ms com uma configuração retangular da taxa de dose e comprimento de onda da radiação, praticamente sem pré ou pós- radiação, podem ser alcançados com tubos controlados por grade (Plewes e Vogelstein, 1984). (76) Equipamentos radiográficos que não conseguem atingir tempos de exposição curtos e otimizados não devem ser usados em pacientes pediátricos. Os responsáveis pela segurança radiológica ou os consultores de proteção radiológica devem estar cientes disso e aconselhar as instituições sobre a adequação do equipamento para esse fim. 4.5. Radiografia móvel (77) Sempre que possível, todos os exames radiográficos devem ser realizados no departamento de radiologia devido à maior qualidade de imagem do equipamento estacionário e às considerações sobre a dose do paciente. Assim, o uso de unidades móveis de raios X deve ser limitado aos pacientes que não podem ser transportados para o departamento de radiologia. (78) Além dos princípios descritos acima para radiografia geral, deve-se considerar o uso de blindagem portátil de chumbo para proteger pacientes próximos, a menos que haja distância suficiente entre outros pacientes e a fonte de radiação. A distância mínima recomendada é de 1,5 m. (79) Para bebês prematuros com baixo peso e muito baixo peso ao nascer que não podem ser transportados para o departamento de radiologia, são frequentemente utilizadas unidades móveis que utilizam uma exposição muito baixa e pouca radiação espalhada. (80) Quando os exames móveis são frequentemente realizados numa unidade específica (ou seja, uma unidade de cuidados intensivos para criançasmais velhas), deve ser avaliada a adequação da blindagem nas paredes e no chão circundantes. 34 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista 4.6. Sistemas radiográficos digitais (81) Em geral, a imagem digital permitiu uma redução na dose de radiação e, ao mesmo tempo, melhorou a qualidade da imagem e a precisão do diagnóstico, mas somente após treinamento apropriado e monitoramento cuidadoso dos parâmetros utilizados em cada departamento de radiologia. Os parâmetros de dose do paciente devem ser exibidos no console do operador. (82) É importante que os departamentos de radiologia otimizem os seus parâmetros de exposição quando um novo sistema digital é instalado e mantenham a garantia de qualidade regularmente a partir de então (ICRP, 2004). Deve-se procurar aconselhamento de um especialista em física médica com relação à otimização dos parâmetros do equipamento para radiografia pediátrica. Um dos métodos mais simples é monitorar o índice de exposição do sistema digital, que é um indicador objetivo da exposição à radiação incidente na placa de imagem (Vañó et al., 2008), mas a auditoria periódica de grandezas relacionadas ao campo, como entrada O kerma no ar na superfície ou o produto kerma no ar por área também devem ser realizados como parte do programa de garantia de qualidade. (83) O processamento de imagem adequado é crucial na produção de imagens CR ou DR pediátricas ideais. A maioria dos fabricantes de CR e DR reconhecem agora que os pacientes pediátricos são únicos e desenvolveram, ou estão a desenvolver, disposições especiais para exames pediátricos, incluindo processamento de imagens (Sanchez Jacob et al., 2009). (84) As seguintes recomendações para auxiliar na redução da dose e na otimização da imagem incluem aquelas da segunda conferência ALARA organizada pela Society for Pediatric Radiology, realizada em Houston, TX, EUA, em fevereiro de 2004 (Willis e Slovis, 2004). Orientações aos profissionais: 1. Deve haver uma abordagem de equipe para o gerenciamento de doses em CR e DR. A equipe deve incluir a participação ativa de um radiologista, físico médico, radiografista/ tecnólogo, engenheiro de serviço do fabricante, engenheiro de aplicações do fabricante e cientista de imagem do fabricante. 2. Treinamento de radiologistas/tecnólogos em tecnologia e prática de CR e DR. 3. Obtenha o melhor posicionamento possível do paciente e colime-o adequadamente. 4. Considere a indicação do estudo. No ambiente de cuidados intensivos, por exemplo, linhas e cateteres, etc. são inerentemente de alto contraste e há, portanto, uma margem significativa para redução da dose quando a indicação clínica é apenas para confirmar a sua posição. 4.7. Sistemas tela-filme (85) Entre os parâmetros técnicos, a seleção de classes de velocidade mais elevadas do sistema tela-filme tem o maior impacto na redução da dose. Além disso, permite tempos de exposição mais curtos que minimizam artefatos de movimento, que são a causa mais comum de desfoque em imagens pediátricas. A resolução reduzida de telas de maior velocidade é comparativamente insignificante para a maioria das indicações clínicas. Para fins especiais, como detalhes ósseos do esqueleto periférico, podem ser utilizadas classes de velocidade de 200–400; para todos os outros fins, as classes de velocidade de 400–800 são preferidas. Se diferente 35 Publicação ICRP 121 estão disponíveis conjuntos de cassetes, um para indicações especiais com telas de menor velocidade e maior resolução, e outro para uso geral, devem ser claramente marcados. Deve-se notar também que sistemas tela-filme semelhantes podem variar entre fabricantes, sendo comuns valores intermediários de classes de velocidade. Portanto, as classes de velocidade nominal indicadas neste texto só podem fornecer orientação aproximada. (86) Os utilizadores deverão ser incentivados a medir as velocidades reais dos seus sistemas ecrã- filme em condições normalizadas. A variação na velocidade que pode ocorrer com mudanças na energia do feixe de raios X, especialmente abaixo de 70 kV, deve ser reconhecida para sistemas tela- filme individuais. Os usuários também são incentivados a medir a resolução de seus sistemas tela- filme, pois ela varia de acordo com a classe de velocidade. 4.8. Fluoroscopia (87) A fluoroscopia pulsada foi inicialmente desenvolvida para reduzir a dose de radiação fluoroscópica, limitando o tempo durante o qual o paciente ficava exposto ao feixe de raios X, utilizando a redução do número de exposições por segundo. Hoje, estão disponíveis sistemas de fluoroscopia com gerador pulsado e controlado por grade. As atuais unidades de fluoroscopia pulsada controladas por grade usam uma grade carregada negativamente interposta entre o cátodo e o ânodo do tubo de raios X. A grade pode ser ligada e desligada rapidamente, o que permite que os elétrons de energia apropriados gerados passem intermitentemente através da grade para produzir raios X. A otimização das larguras de pulso de fluoroscopia e a escolha cuidadosa da exposição de entrada por pulso durante a calibração da unidade podem permitir economias adicionais de dose (Ward et al., 2006). (88) Os resultados da redução da dose versus avaliação da qualidade da imagem com fluoroscopia pulsada demonstraram redução de até 10 vezes sem redução significativa de contraste ou resolução espacial em radiologia pediátrica (Lederman et al., 2002). Em um modelo animal simulando os tamanhos de bebês, crianças pequenas e crianças, o uso de fluoroscopia pulsada diminuiu a exposição à radiação por um fator de 4,6 a 7,5 em comparação com uma unidade convencional, e não houve perda significativa de qualidade diagnóstica (Ward et al., 2006). ). (89) A dose de radiação pode ser minimizada mantendo a mesa de fluoroscopia o mais distante possível da fonte de raios X para reduzir a dose de entrada na pele. O intensificador de imagem deve estar o mais próximo possível do paciente para maximizar a captura do número de raios X. (90) A radiação dispersa que emana de baixo da mesa pode ser minimizada instalando-se uma cortina de chumbo suspensa na mesa do paciente para proteger as pernas do operador. Campos estéreis de nova geração impregnados com bismuto ou outros materiais podem ser usados, se disponíveis. Estas cortinas podem reduzir significativamente as doses para o operador e outros membros da equipe. Foi demonstrado que eles reduzem as doses da mão/punho do operador em até 90%, podem ser posicionados para proteger o radiologista da cintura para baixo (King et al., 2002) e também demonstraram reduzir as doses das lentes do operador (Thornton et al., 2002). al., 2010). Se a blindagem for usada para proteção do paciente, ela precisa ser colocada estrategicamente sob o paciente se for usado um tubo sob o sofá, e não deve ser colocada no feixe direto, pois isso tenderá a aumentar as doses de entrada na pele para as unidades que utilizam recursos AEC. 36 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista (91) Para proteção radiológica durante o procedimento, a fluoroscopia deve ser usada apenas para avaliar um alvo ou estrutura móvel, e o tempo de fluoroscopia deve ser limitado. Imagens estáticas adquiridas usando a retenção da última imagem devem ser usadas para revisar os achados e não para fluoroscopia ao vivo. A fluoroscopia pulsada deve ser usada e, em muitos casos, 3–8 pulsos por segundo são adequados para orientação e monitoramento de um procedimento (Connolly et al., 2006). O intensificador de imagem deve ser posicionado adequadamente sobre a área de interesse antes do início da fluoroscopia, em vez de ser posicionado durante a fluoroscopia. Em determinadas circunstâncias, a colimação virtual ajuda a realizar esse posicionamento sem a necessidade do uso de fluoroscopia para esse fim. A colimação precisa da área anatômica relevante é importante. Deve-se prestar atenção para afastar o feixe das áreas radiossensíveis(mama, olhos, tireoide e gônadas) e colimar essas áreas fora do campo, se possível. A ampliação deve ser mantida ao mínimo. Campainhas de alarme para fluoroscopia além de um determinado horário ou leituras ao vivo na sala são lembretes úteis para limitar o tempo de fluoroscopia. O produto kerma-área no ar para o procedimento deve ser registrado e comparado com valores de referência, como aqueles publicados pela Associação Americana de Físicos em Medicina (Associação Americana de Físicos em Medicina, 1998; Amis et al., 2007). 37 5. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM INTERVENCIONAL PEDIÁTRICO RADIOLOGIA (92) O uso da radiologia intervencionista em pacientes pediátricos está aumentando em frequência e também em complexidade e duração dos procedimentos. Como resultado, a dose global de radiação para o paciente pode ser maior. Os principais procedimentos intervencionistas pediátricos, especialmente em bebés pequenos, devem ser realizados por operadores intervencionistas pediátricos experientes, por razões de proteção clínica e radiológica. (93) O procedimento só deve ser realizado quando for absolutamente necessário e, quando realizado, a radiação deve ser minimizada ou evitada sempre que possível, utilizando-se orientação ultrassonográfica em vez de fluoroscopia ou TC. (94) Todos os membros da equipa de intervenção devem estar conscientes da exposição às radiações e todos devem receber formação em física radiológica e proteção radiológica. Além disso, é desejável um segundo nível específico de formação em protecção radiológica para imagiologia pediátrica, adicional ao realizado em radiologia diagnóstica geral; isto é obrigatório em alguns países (por exemplo, países da União Europeia). Além disso, treinamento adicional específico deve ser planejado quando novos sistemas ou técnicas de raios X forem implementados em um centro (ICRP, 2001a; Connolly et al., 2006; Rehani, 2007). (95) Os departamentos devem implementar um programa de garantia de qualidade para todos os equipamentos sob a supervisão de um físico médico (ICRP, 2001a). 5.1. Reduzindo a dose desnecessária para o paciente (96) Uma característica notável na fluoroscopia e intervenção pediátrica é o grande tamanho dos intensificadores de imagem em relação ao tamanho do neonato, bebê ou criança. Em neonatos, bebês e crianças pequenas, o intensificador de imagem cobrirá completamente o paciente e, portanto, tem o potencial de aumentar a exposição à radiação se a colimação não estiver em uso. Além disso, há uma maior necessidade de utilização de ampliação em pacientes pediátricos em comparação com adultos, o que aumenta ainda mais a dose (Connolly et al., 2006). Os métodos de redução da dose ao usar fluoroscopia são discutidos na Seção 4.8. (97) Foi demonstrado que procedimentos intervencionistas complexos proporcionam doses máximas elevadas na pele em adultos e altas doses absorvidas nos órgãos e tecidos expostos em crianças. Os potenciais efeitos clínicos de doses únicas de radiação na pele de adultos foram revistos e devem ser levados ao conhecimento dos membros da equipa de intervenção (Balter et al., 2010). Até o momento, não há dados disponíveis para crianças. 5.2. Reduzindo doses desnecessárias para a equipe (98) Deve ser dada especial atenção à exposição do pessoal resultante da radiação dispersa do paciente. Em comparação com os adultos, os pacientes pediátricos são menores, podem ser encontrados mais movimentos durante o procedimento e os procedimentos podem demorar mais para serem realizados. Consequentemente, isso pode levar a um tempo de fluoroscopia prolongado. Além disso, os membros da equipa de intervenção podem ter doses acumuladas ao longo de muitos procedimentos e anos de prática (Niklason et al., 1993; Tsapaki, 2001). 39 Publicação ICRP 121 (99) A radiologia intervencionista pediátrica possui características únicas que se relacionam com a grande variedade de tamanhos de pacientes. Para ter acesso à criança pequena, é frequentemente necessário que o radiologista intervencionista se aproxime ou, ocasionalmente, entre no feixe. A exposição das mãos ao feixe de radiação primário deve ser evitada, mas as mãos podem entrar inadvertidamente no feixe quando ocorrer um evento emergente inesperado ou complicação. Além disso, as mãos do operador podem estar diretamente ou imediatamente adjacentes ao feixe durante um procedimento como a colocação de um cateter central ou drenagem de abscesso. (100) Deve prestar-se atenção aos seguintes pontos: - Avental protetor de chumbo deve ser usado por todos os membros da equipe na sala, e proteção para os olhos (tela suspensa no teto ou óculos de chumbo) deve ser usada pelos membros da equipe que operam próximos ao tubo de raios X e ao paciente. A proteção adequada do anestesista também deve ser considerada. - Proteções de vidro ou plástico montadas no teto ou óculos de vidro de chumbo com proteções laterais reduzem a exposição à radiação dos olhos do operador em aproximadamente 90% (Thornton et al., 2010). - Os aventais de proteção devem ser bem ajustados, com abas para os braços para proteger a cauda axilar dos seios para as trabalhadoras, e avental completo na frente e atrás para quem circula pela sala. - Luvas radioprotetoras podem reduzir a dose manual da radiação espalhada em aproximadamente 40–50%. Porém, vale ressaltar que o uso dessas luvas pode reduzir a destreza e prolongar o procedimento. Além disso, as luvas de chumbo aumentarão a dose se entrarem no feixe primário, aumentando os parâmetros. Uma ligeira angulação do feixe das mãos, uma colimação rigorosa e uma atenção cuidadosa ao posicionamento dos dedos ajudarão a reduzir a exposição do operador. - As doses nos pés e nas pernas para o operador recebem cada vez mais atenção à medida que os procedimentos se tornam mais complexos e mais longos. Podem ser consideradas abas de mesa de chumbo ou cortinas de materiais compostos mais recentes que reduzam a dose da radiação espalhada nas pernas e tornozelos. - A dose do pessoal deve ser determinada com um dosímetro de crachá sob o avental de chumbo e outro sobre o avental no colar, se estiver sendo usado (ICRP, 2001a). O uso de crachás de anel de radiação também é importante se os procedimentos realizados acarretarem a possibilidade de as mãos caírem no feixe primário ou na borda do feixe primário. - O operador deve ficar ao lado do intensificador de imagem e, sempre que possível, os membros da equipe devem recuar para reduzir a dose de radiação devido à maior distância da fonte (ou seja, a lei do inverso do quadrado). - O uso de um injetor elétrico em vez da injeção manual de material de contraste demonstrou ser a maneira mais eficaz de reduzir a dose do operador durante a angiografia (Hayashi et al., 1998). Deve ser utilizado sempre que possível e o operador deve afastar-se do paciente e/ou atrás de uma tela de eletrodo móvel durante as injeções de contraste. Quando a injeção manual é necessária, é importante maximizar a distância do paciente tanto quanto o comprimento do cateter permitir, para minimizar a dose de radiação. 40 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista 5.3. Aquisição de imagens usando angiografia digital ou angiografia por subtração digital (101) As execuções de aquisição de imagens só devem ser realizadas se necessárias para diagnóstico ou avaliação do resultado após um procedimento. Deve-se usar o menor número de quadros por segundo necessário para atingir o objetivo clínico e as imagens devem ser obtidas usando a ampliação mais baixa (é possível a ampliação pós-processamento). A colimação precisa sempre deve ser usada para incluir apenas a área de interesse. Além disso, a retenção da última imagem, a captura de imagem, a gravação de vídeo e as execuções de fluoroscopia digital podem ser arquivadas no sistema PACS (Picture Archiving and Communication System) e posteriormente revisadas. (102) Quando se utiliza equipamento de arco em C, é importanteestar atento à proximidade da pele à fonte de raios X nas incidências lateral e oblíqua, o que resultará em aumento da dose na pele do paciente. Os braços do paciente devem ser levantados sempre que possível nas posições lateral e oblíqua. Sempre que possível, devem ser usados apoios de braço para evitar que o braço se desloque em direção à viga primária durante procedimentos longos. A sobreposição de campos em diferentes projeções deve ser minimizada. 41 6. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA DE PACIENTES EM PEDIÁTRICA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 6.1. Medidas de dose de tomografia computadorizada (103) O índice de dose CT (CTDI) é a medida primária em CT. Pela razão indicada na Secção 2.1, parágrafo 7, a ICRU (2005) e a AIEA (2007) recomendaram a utilização de kerma no ar em vez da dose absorvida no ar (índice de kerma no ar CT). No entanto, nesta publicação, os valores de CTDI são apresentados nas tabelas de dados conforme aparecem na literatura. CTDI representa a dose média absorvida, ao longo do eixo z, de uma série de exposições contíguas. É medido a partir de uma tomografia computadorizada axial (uma rotação do tubo de raios X) e é calculado dividindo a dose absorvida integrada pela largura total do feixe. O CTDI estima teoricamente a dose média dentro da região central de um volume de varredura equivalente em tamanho e propriedades atenuantes ao simulador usado em sua medição. O CTDI oferece um método conveniente para estimar esse valor e requer apenas uma única aquisição, o que nos primórdios da TC economizou uma quantidade considerável de tempo. O CTDI pode variar em todo o campo de visão. Para imagens corporais, o CTDI é normalmente um fator 2 maior na superfície do que no centro de rotação. O CTDI médio em todo o campo de visão é dado pelo CTDI ponderado (CTDIC) (Leitz et al., 1995; Comissão Europeia, 2000; Comissão Eletrotécnica Internacional, 2002), onde: CTDIC¼1=3 CTDI100;centroº2=3 CTDI100;borda ð1º Os valores de 1/3 e 2/3 aproximam-se dos volumes relativos representados pelos valores do centro e da borda (Leitz et al., 1995). CTDICé um indicador útil da saída de radiação do scanner para um kVp e mAs específicos. (104) O termo utilizado para caracterizar a exposição ao volume é produto dose- comprimento (DLP); um parâmetro derivado diretamente do produto do CTDIC[CTDI (mGy/100 mAs) ponderado para localizações centrais e periféricas, ou seja, o CTDI médio em todo o campo de visão] e a duração do exame. O DLP pode ser medido pelo scanner no final do estudo ou até mais cedo para planejamento prospectivo. (105) CTDIvolumeé o parâmetro que melhor representa a dose média em um ponto dentro do volume de varredura para um protocolo de varredura específico. Na TC helicoidal, a relação entre o deslocamento da mesa por rotação e a largura total do feixe é chamada de 'passo'; daí CTDIvolumeé igual a CTDICdividido pelo campo. Assim, enquanto o CTDICrepresenta a dose média de radiação absorvida nas direções x e y, CTDIvolume representa a dose média de radiação absorvida nas direções x, y e z, onde a direção z é paralela à alimentação da mesa. Enquanto o CTDIvolumeestima a dose média de radiação dentro do volume irradiado de uma aquisição de TC para um objeto de atenuação semelhante ao simulador CTDI, ela não representa a dose média para objetos de tamanho, formato ou atenuação substancialmente diferentes. Além disso, não indica a energia total depositada no volume de varredura porque esta medição é independente da duração da varredura. A unidade SI é miligray (mGy) e o valor deve ser exibido prospectivamente no console dos tomógrafos mais recentes (pela Organização Mundial da Saúde, Comissão Eletrotécnica Internacional, US Food and 43 Publicação ICRP 121 44 Ta be la 6 .1 . P es qu is as n ac io na is s ob re e st im at iv as d e do se p ar a to m og ra fia c om pu ta do riz ad a (T C) p ed iá tr ic a de c ab eç a, tó ra x e ab dô m en /p el ve (m od ifi ca do d e Th om as , 2 01 1) . Ca be ça d e to m og ra fia c om pu ta do riz ad a 1 (o u 0– 1) a no s- CT D Ivo lu m e1 6* 5 (o u 2– 5) a no s CT D Ivo lu m e1 6 10 (o u 6– 10 ) a no s CT D Ivo lu m e1 6 D LP 1 6 D LP 1 6 D LP 1 6 Re in o U ni do 2 00 5 (S hr im pt on e t a l., 2 00 5) Al em an ha 2 00 8 (G al an sk i e t a l., 2 00 7) Su íç a 20 08 (V er du n et a l., 2 00 8) - Fr an ça 2 00 9 (B ris se e A ub er t, 20 09 ) G ré ci a 20 09 (Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9) Bé lg ic a 20 10 (B ul s et a l., 2 01 0) 35 /3 0 33 20 30 - 35 27 0 39 0 27 0 42 0 - 28 0 50 /4 5 40 30 40 - 43 47 0 52 0 42 0 60 0 65 0 47 3 65 /5 0 50 40 50 - 49 62 0 71 0 56 0 90 0 97 5 63 7 TC d e tó ra x 1 (o u 0– 1) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) * 5 (o u 2– 5) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) 10 (o u 6– 10 ) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) D LP 32 (1 6) D LP 32 (1 6) D LP 32 (1 6) Re in o U ni do 2 00 5 (S hr im pt on e t a l., 2 00 5) Al em an ha 2 00 8 (G al an sk i e t a l., 2 00 7) Su íç a 20 08 (V er du n et a l., 2 00 8) - Fr an ça 2 00 9 (B ris se e A ub er t, 20 09 ) G ré ci a 20 09 (Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9) Bé lg ic a 20 10 (B ul s et a l., 2 01 0) EU A 20 08 § 6 (1 2) 1, 7 (3 ,5 ) 2, 5 (5 ) 3 (6 ) - 4, 2 (8 ,4 ) 4, 3 (8 ,5 ) 10 0 (2 00 ) 28 (5 5) 55 (1 10 ) 30 (6 0) - 38 (7 6) - 6, 5 (1 3) 2, 7 (5 ,5 ) 4 (8 ) 3, 5 (7 ) - 4, 7 (9 ,3 ) 4, 8 (9 ,5 ) 11 5 (2 30 ) 55 (1 10 ) 10 0 (2 00 ) 63 (1 26 ) 16 8 (3 36 ) 55 ,5 (1 11 ) - 10 (2 0) 4, 3 (8 ,5 ) 5 (1 0) 5, 5 (1 1) - 4, 5 (9 ) 5, 5 (1 1) 18 5 (3 70 ) 10 5 (2 10 ) 11 0 (2 20 ) 13 7 (2 74 ) 28 9 (5 78 ) 72 (1 44 ) - TC a bd ôm en /p el ve 1 (o u 0– 1) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) * 5 (o u 2– 5) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) 10 (o u 6– 10 ) a no s CT D Ivo lu m e3 2 (1 6) D LP 32 (1 6) D LP 32 (1 6) D LP 32 (1 6) Re in o U ni do 2 00 5 (S hr im pt on e t a l., 2 00 5) Al em an ha 2 00 8 (G al an sk i e t a l., 2 00 7) Su íç a 20 08 (V er du n et a l., 2 00 8) - Fr an ça 2 00 9 (B ris se e A ub er t, 20 09 ) G ré ci a 20 09 (Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9) Bé lg ic a 20 10 (B ul s et a l., 2 01 0) EU A 20 08 § - 2, 5 (5 ) 3, 5 (7 ) 4 (8 ) - 3, 9 (7 ,8 ) 4, 3 (8 ,5 ) - 70 (1 45 ) 65 (1 30 ) 80 (1 60 ) - 50 ,2 (1 01 ) - - 4 (8 ) 4, 5 (9 ) 4, 5 (9 ) - 5, 5 (1 1) 5, 0 (1 0) - 12 5 (2 55 ) 15 0 (3 00 ) 12 1 (2 42 ) 42 0 (8 40 ) 10 4, 5 (2 09 ) - - 6, 5 (1 3) 6, 5 (1 3) 7 (1 4) - 4, 8 (9 ,5 ) 5, 5 (1 1) - 24 0 (4 75 ) 19 0 (3 80 ) 24 5 (4 90 ) 56 0 (1 12 0) 11 9 (2 38 ) - Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista 45 CT D I, ín di ce d e do se C T; D LP , p ro du to d os e- co m pr im en to . Re fe rê nc ia s: S hr im pt on e t a l., 2 00 5; G al an sk i e t a l., 2 00 7; V er du n et a l., 2 00 8; B ris se e A ub er t, 20 09 ; Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9; B ul s et a l., 2 01 0. * Pa ra T C de c râ ni o, o s va lo re s de C TD I e D LP re fe re m -s e ao s im ul ad or d e 16 c m . P ar a TC d e tó ra x e ab do m e/ pe lv e, o s va lo re s re fe re m -s e ao fa nt om a de 3 2 cm , s eg ui do pe lo v al or c or re sp on de nt e do fa nt om a de 1 6 cm e nt re p ar ên te se s. O s da do s fo ra m a da pt ad os d as p ub lic aç õe s orig in ai s, e xp re ss os d e ac or do c om o s im ul ad or d e 16 c m (S hr im pt on e t a l., 2 00 5; V er du n et a l., 2 00 8; Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9) , o s im ul ad or d e 32 c m (B ris se e A ub er t, 20 09 ), ou a m bo s (G al an sk i e t a l., 2 00 7) . - D RL s pr op os to s ex pr es so s pa ra c ria nç as d e 1, 5 e 1 0 an os (S hr im pt on e t a l., 2 00 5; B ris se e A ub er t, 20 09 ; Y ak ou m ak is e t a l., 2 00 9) o u us an do fa ix as e tá ria s (G al an sk i e t a l., 20 07 ; V er du n et a l. , 2 00 8) . A m ai or ia d os in qu ér ito s pe di át ric os N RD n ão in cl ui u m a ca te go ria e sp ec ífi ca d e jo ve ns d e 15 a no s, e m bo ra a lg un s in cl ua m u m g ru po d e 11 a 1 5 an os (G al an sk i e t a l., 2 00 7; V er du n et a l., 2 00 8) ; o N RD p ar a ad ul to s na qu el e pa ís , o u um v al or in te rm ed iá rio e nt re N RD p ar a ad ul to s e cr ia nç as d e 10 a no s, p od e se r co ns id er ad o ad eq ua do p ar a ad ol es ce nt es . - Po st er io rm en te , a S uí ça a do pt ou o s va lo re s do e st ud o al em ão m ai s am pl o (G al an sk i e t a l., 2 00 7) . §V al or es c al cu la do s de a co rd o co m a s re co m en da çõ es d a Al lia nc e fo r R ad ia tio n Sa fe ty in P ed ia tr ic Im ag in g, c om b as e no s fu tu ro s va lo re s D RL fr an ce se s pa ra T C ab do m in al d e ad ul to s re co m en da do s pe lo IR SN , o In st itu to F ra nc ês d e Pr ot eç ão R ad io ló gi ca e S eg ur an ça N uc le ar , e m 2 00 8. Publicação ICRP 121 Administração de Medicamentos e a União Europeia). O problema ao medir o CTDIvolume em TC multidetectores, especialmente larguras efetivas de feixe maiores, é que o comprimento da irradiação (cauda do feixe) ultrapassa o comprimento de 100 mm da câmara de íons do lápis. Existem câmaras propostas projetadas para superar esse problema (Dixon e Ballard, 2007). (106) Alguns exemplos de pesquisas nacionais sobre estimativas de doses de TC são apresentadas na Tabela 6.1 como níveis de referência para TC de cabeça, tórax e abdômen/pelve em crianças. 6.2. Justificativa/indicações (107) A TC cerebral pediátrica não é indicada após pequenos traumas na cabeça, pois a prevalência de lesões que requerem neurocirurgia é baixa, de 0,02% (Teasdale et al., 1990). Além disso, verificou-se que a TC cerebral pode ser omitida em crianças após traumatismo cranioencefálico se elas preencherem os seguintes critérios de ter estado mental normal, agir normalmente de acordo com os pais (para crianças menores de 2 anos), sem perda de consciência ou perda de consciência por menos de 5 s, mecanismo de lesão não grave, sem fratura craniana palpável, sem sinais de fratura da base do crânio, sem hematoma no couro cabeludo, exceto frontal, sem vômitos e sem dor de cabeça intensa (para crianças com 2 anos ou mais) (Kuppermann et al. al., 2009). Além disso, os resultados positivos da TC encontrados em crianças com dor de cabeça ou enxaqueca diária, ou com novo início de convulsões, não influenciaram a terapia ou o resultado do paciente (Lewis e Dorbad, 2000; Maytal et al., 2000). (108) A ultrassonografia geralmente deve ser a investigação de imagem de primeira linha para avaliar o abdome em pacientes pediátricos, pois seu corpo magro permite a visualização de estruturas abdominais profundas. Em mãos experientes, a ultrassonografia pode fornecer muitas informações e evitar a TC; por exemplo, a ultrassonografia deve ser o primeiro exame considerado em crianças com suspeita de apendicite aguda. Quando é pouco provável que a ultrassonografia forneça a resposta, a escolha do exame é muitas vezes entre a TC e a RM, embora a RM possa não estar prontamente disponível em alguns países e para exames fora do horário de expediente em alguns hospitais. (109) Informações detalhadas sobre tecidos moles, sistema nervoso (com exceção da ultrassonografia neonatal de cabeça e coluna) ou medula óssea são frequentemente melhor avaliadas com ressonância magnética devido à resolução superior do contraste. (110) Doenças malignas com maior risco de mortalidade relacionada à doença podem alterar as considerações de risco de exposição à radiação CT. Contudo, com uma probabilidade crescente de tratamento curativo, a dose adicional proveniente de estudos de acompanhamento, bem como de exames de TC para terapia guiada por imagem, deve ser considerada. (111) A tomografia computadorizada de acompanhamento não deve ser realizada muito precocemente quando, de acordo com a biologia conhecida da doença, ainda não se pode esperar qualquer resposta ao tratamento. A justificação deve ser tão rigorosa como para o primeiro exame, e modalidades alternativas podem ser suficientes. Para estudos de TC de acompanhamento, o volume do exame também pode ser restringido dependendo da indicação clínica, a fim de reduzir a dose de radiação. Por exemplo, Jiménez et al. (2006) relataram redução substancial da dose (55%), limitando a cobertura do exame a apenas seis imagens por exame para TC de acompanhamento de pacientes com fibrose cística. 46 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista (112) A repetição de exames de áreas idênticas (ou seja, a utilização de tomografias computadorizadas multifásicas) deve ser limitada e cada fase adicional justificada (Strauss et al., 2010). 6.3. Medidas de redução de dose em equipamentos de tomografia computadorizada (113) Deve ser dada especial atenção às medidas de redução da dose na aquisição de novos tomógrafos como parte do processo de otimização. O aconselhamento de um físico médico deve ser procurado em relação à aquisição, comissionamento, testes de controle de qualidade, etc. Os desenvolvimentos de software e hardware para redução de dose incluem modulação de corrente do tubo, uma forma de AEC onde a corrente do tubo pode ser de “tamanho infantil” de acordo com a geometria do paciente e densidade. Novos tomógrafos com detector amplo permitem varreduras de grandes volumes em tempo mínimo. Com tomógrafos de fonte dupla, velocidades rápidas da mesa e varredura de alta frequência levam a tempos de varredura mais curtos e foram aplicados à tomografia computadorizada torácica e cardíaca pediátrica para reduzir substancialmente a exposição à dose. Além disso, filtros para modificar o feixe de irradiação (por exemplo, filtros de gravata borboleta) melhoraram a eficiência dos detectores de raios X, e métodos para bloquear radiação desnecessária de 'sobredosagem helicoidal' por colimação dinâmica ou adaptativa estão agora disponíveis. A nova modulação de dose baseada em órgãos pode reduzir o mA em um arco de 120- anteriormente quando o paciente está em posição supina para economia de dose na mama, tireoide ou cristalino. O uso da técnica de reconstrução iterativa para reconstrução de imagem é um recurso de redução de dose disponível em scanners multidetectores mais recentes. A nova tecnologia auto kV está sendo disponibilizada, ajustando o kVp à geometria do paciente e à indicação do estudo. Finalmente, um novo software que fornece alertas e notificações nos consoles do scanner pode ajudar a prevenir doses excessivas antes da digitalização e pode ser usado para programas de garantia e melhoria de qualidade (Hampton, 2010). 6.4. Otimização da qualidade da imagem e qualidade do estudo (114) Deve-se prestar atenção tanto à qualidade da imagem quanto à qualidade do estudo. Tal como acontece com outras modalidades de imagem, a preparação do paciente deve ser otimizada. Por exemplo, o uso seletivo de sedação reduz ou elimina o movimentodo paciente e a degradação da qualidade da imagem. As imagens podem ser de excelente qualidade em termos de detalhes, mas não fornecem as informações necessárias para fazer um diagnóstico sem alguma manipulação, como reformas planares. Os atributos objetivos da qualidade incluem ruído e contraste da imagem. Com o objetivo de minimizar a exposição à dose de radiação, devem ser aceitas imagens mais ruidosas, se suficientes para o diagnóstico radiológico. Grande parte do exame de TC pediátrica também depende da administração meticulosa de contraste. Os esforços de redução da dose devem ser combinados com este componente crítico, a fim de maximizar a relação qualidade/dose. Os artefatos também estão relacionados à qualidade do estudo. Fatores ajustáveis, como tempo de varredura e pitch, podem afetar a presença ou ausência de artefatos de movimento. Com o advento da TC com múltiplos detectores, maior velocidade da mesa e rotação do gantry, os artefatos respiratórios em pacientes pediátricos podem ser reduzidos. (115) A qualidade do estudo também depende da estrutura ou da região examinada. Mais ruído de imagem pode ser aceitável em exames do esqueleto ou do parênquima pulmonar do que em exames cerebrais ou abdominais. Isto se deve, em parte, às maiores diferenças de contraste no primeiro. Portanto, um exame de tórax com maior ruído pode ter 47 Publicação ICRP 121 a mesma qualidade de estudo de um estudo abdominal com menor ruído. Órgãos abdominais como fígado, rim e pâncreas podem apresentar apenas diferenças mínimas de densidade entre tecidos normais e lesões patológicas e podem exigir uma dose mais elevada do paciente para obter qualidade diagnóstica. Além disso, a reconstrução tridimensional para determinar contornos ósseos para planejamento cirúrgico também pode ser feita em doses baixas (Vock, 2005). (116) A qualidade aceitável do estudo também pode ser determinada pela indicação clínica do estudo. Lesões de alto contraste, mesmo pequenas, como cálculos renais, são passíveis de técnicas de TC de baixa dose em crianças (Karmazyn et al., 2009). Lesões menores de baixo contraste requerem maior resolução de contraste. Por exemplo, pode ser tolerado mais ruído na imagem num estudo de acompanhamento para avaliar uma fractura do fígado do que num estudo para avaliar a presença de pequenas metástases hepáticas. (117) A percepção da qualidade do estudo (ICRP, 2001b) também está relacionada com a exibição dos dados. Um estudo visualizado no console da tomografia computadorizada pode parecer inferior quando visualizado em um monitor que não está otimizado para a visualização de um exame específico. O ambiente para revisão de imagens também afeta a percepção da qualidade do estudo. 6.5. Ajuste nos parâmetros de varredura e otimização da redução da dose (118) À medida que o ruído da imagem aumenta com a atenuação do feixe de raios X, que por sua vez é afetada pela distância que os raios X percorrem através da região do corpo do paciente que está sendo escaneada, os parâmetros de varredura (mA, kVp) devem ser ajustados para adaptar a dose ao paciente. peso ou idade (Frush et al., 2002; Moss e McLean, 2006). Alternativamente, técnicas/sistemas de AEC (Greess et al., 2002, 2004) podem ser usados para reduzir a dose de radiação CT em pacientes pediátricos. 6.5.1. Produto atual-tempo de exposição do tubo (mAs) (119) O produto corrente do tubo – tempo de exposição, também chamado de “carregamento do tubo” (IAEA, 2007), afeta o ruído da imagem. Tem uma relação linear com a dose de radiação (isto é, duplicar o produto corrente-tempo de exposição do tubo duplica a dose de radiação). No entanto, a relação entre o produto corrente-tempo de exposição do tubo e o ruído é mais complicada (ou seja, aumentar o produto corrente-tempo de exposição do tubo reduz o ruído da imagem proporcional à raiz quadrada do produto corrente-tempo de exposição do tubo). Por exemplo, um aumento de quatro vezes no produto (e dose) corrente-tempo de exposição do tubo resulta em metade do ruído da imagem. Vários autores demonstraram que, para atingir o mesmo fluxo de fótons no detector, o produto corrente-tempo de exposição (mAs) do tubo pode ser reduzido significativamente em pacientes pediátricos em comparação com adultos. A 120 kVp, Huda et al., 2000 reduziram os 1300 mAs para 120 kg de peso corporal para 200 mAs para 70 kg e 17 mAs para 10 kg. Boone et al., 2003 alcançaram uma relação contraste-ruído constante para protocolos abdominais quando a corrente foi reduzida de 100% para 28 cm (em um fantasma adulto) para 56% em 25 cm, 20% em 20 cm e 5% a 15 cm (em diferentes simuladores pediátricos). (120) Correntes de tubo relativamente baixas têm sido recomendadas para TC de tórax. Lucaya et al. (2000) descobriram que a TC de baixa dose e alta resolução forneceu um efeito significativo 48 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista redução na dose de radiação (72% para 50 mA e 80% para 34 mA) e também imagens pulmonares de boa qualidade com 50 mAs em pacientes pediátricos e jovens não cooperativos, e 34 mAs em pacientes pediátricos e jovens cooperativos. Rogalla et al. (1999) recomendaram uma faixa de correntes de tubo de 25 a 75 mA (para um tempo de rotação de 1 s) para TC espiral, dependendo da idade do paciente. É importante perceber que um dos riscos da varredura com baixa dose, além da possibilidade de anormalidades perdidas, é que um achado falso-positivo pode não ter ocorrido com um tempo de exposição de corrente de tubo mais alto e um nível de ruído mais baixo. 6.5.2. Tensão do tubo (kVp) (121) O kVp necessário para penetrar no corpo de um paciente pediátrico é menor que o de um adulto, pois o tamanho físico do paciente pediátrico é menor. Portanto, 120 kVp é usado em estudos de TC em adultos, enquanto 100 kVp, e às vezes 80 kVp, é adequado para pacientes pediátricos. Um kVp mais baixo sem aumento de mAs causa um aumento no ruído. No entanto, com maior contraste, maior ruído pode ser tolerado, resultando assim numa redução da dose. Esse kVp mais baixo também pode melhorar o efeito dos agentes de contraste iodados e, portanto, é sugerido para angiotomografia. A redução excessiva do kVp pode causar artefatos de endurecimento do feixe (Verdun et al., 2004). O uso de 80 kVp é sugerido para bebês com menos de 5 kg por Vock (2005). Usando estudos fantasmas, Yu et al. (2011) sugeriram potenciais de tubo de 80 kVp e 100 kVp para peso <10 kg e 10–20 kg, respectivamente, para TC de tórax e abdominopélvica pediátrica. Nova tecnologia de varredura está sendo disponibilizada com opções de 70 kVp que podem trazer benefícios exclusivos para a população pediátrica. (122) Foi sugerido o uso de protocolos de TC pediátrica adaptados ao peso (Frush et al., 2002; Cody et al., 2004; Verdun et al., 2004; Vock, 2005). Alguns exemplos de protocolos de TC pediátrica sugeridos estão incluídos na Tabela 6.2 (Pages et al., 2003; Verdun et al., 2004; Vock, 2005). 6.5.3. Espessura da fatia (123) Embora o tamanho pequeno de uma criança exija cortes relativamente mais finos em comparação com os adultos, a fim de melhorar a resolução espacial, a utilização de exposição idêntica com cortes mais finos em comparação com cortes mais grossos aumentará automaticamente o ruído. Isso foi avaliado na TC de tórax de crianças com fibrose cística, onde cortes finos de 0,5 mm foram usados em vez de cortes de 1,0 mm, fornecendo aceitabilidade diagnóstica para a representação de estruturas broncovasculares em janelas pulmonares e reduzindo a dose (0,14 mSv ± 0,04 vs 0,19 mSv ± 0,03) (O'Conner et al., 2010). Manter o nível de ruído constante requer um aumento no mAs e, consequentemente, na exposição à radiação, que é inversamente proporcional ao quadrado da espessura do corte. Assim, a redução da espessura para metade requer um aumento em mAs, por um factor de 4. Os scanners com quatro filas de detectores são menos eficientes em termos de dose do queos detectores de fila única e necessitam de níveis de dose relativamente elevados para fatias finas. Com quatro fileiras de detectores ou mais, esse fenômeno é menos importante devido à nova tecnologia de detectores e às mudanças na geometria do scanner (Thomton et al., 2003). 49 Publicação ICRP 121 Tabela 6.2. Exemplos de protocolos sugeridos de tomografia computadorizada (TC) pediátrica (Pages et al., 2003; Verdun et al., 2004; Vock, 2005). Peso (kg) CTDIvolume(mGy) kV mAs Inclinação do abdômen 0,75 2,5–5 5–15 15–30 30–50 7.1 9.4 14,0 18,5 80 100 120 120 72 56 64 96 Anos de idade) Cérebro/tórax <1 5 10 CTDIC(mGy) DLP (mGycm) 25/20 25/25 50/30 180/150 200/200 750/600 Abdome superior/inferior <1 5 10 20/20 25/25 30/30 330/170 360/250 800/500 CTDI, índice de dose CT; DLP, produto dose-comprimento. 6.6. Blindagem protetora (124) A prática de utilização de blindagem protetora local varia entre instituições. Os protocolos devem ser testados especificamente para cada scanner, pois uma abordagem não é apropriada para todos os scanners e, se não for usada adequadamente, a blindagem pode até aumentar a dose de radiação. (125) Dispositivos de proteção superficial local com bismuto podem ser considerados em meninas para proteger o tecido mamário sempre que possível (Coursey et al., 2008). No entanto, é importante observar que a proteção de bismuto só deve ser colocada após a visualização do reconhecimento (ou pré-varredura AEC) ser realizada para que o sistema não aumente inapropriadamente a corrente do tubo na área da blindagem. Outros dispositivos para proteger o cristalino, a tireoide e as gônadas da radiação direta ou dispersa foram sugeridos. Os olhos devem ser protegidos se o exame e o diagnóstico não forem afetados por material de proteção apropriado (por exemplo, escudos de bismuto) ou óculos equivalentes a chumbo para exames de raios X envolvendo altas doses absorvidas nos olhos (por exemplo, para tomografia computadorizada do cérebro e da face). ossos quando a angulação do gantry não é suficiente para manter as órbitas fora do volume de exame). No entanto, óculos equivalentes a chumbo devem ser usados com cautela, pois a classificação de proteção contra radiação dos óculos equivalentes a chumbo não foi padronizada internacionalmente até o momento. Se o paciente cooperar, a dose absorvida pode ser reduzida em 50–70%. (126) Os artefactos de estrias e o aumento do ruído podem resultar de uma proteção mal colocada (por exemplo, demasiado perto da superfície da pele ou não posicionada suavemente sobre a superfície). Recomenda-se que o escudo seja colocado adequadamente com distância suficiente para minimizar o artefato subjacente (Kim et al., 2010). (127) Assim, alguns autores e instituições recomendaram que a blindagem não deveria ser usada em pacientes e, em vez disso, sugeriram que, em muitas situações, o uso de limitação adequada do tamanho do campo e modificação apropriada da corrente do tubo, significaria 50 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista reduções globais na dose não podem ser alcançadas mesmo sem o uso de aparelhos de proteção (Colombo et al., 2004; Geleijns et al., 2006; Kalra et al., 2009). 6.7. Princípios para redução de dose em tomografia computadorizada pediátrica (Vock, 2005) (128) As seguintes estratégias têm sido recomendadas para atingir o objetivo de redução de dose na TC pediátrica, incluindo justificativa rigorosa dos exames de TC, aceitação de imagens com maior ruído se informações diagnósticas puderem ser obtidas, otimização de protocolos de varredura, varredura de comprimento mínimo conforme necessário e redução de varreduras repetidas de uma área idêntica. a. Justificativa rigorosa dos estudos de TC. - Na infância, devem ser consideradas modalidades de imagem alternativas, como ultrassonografia e ressonância magnética. Contudo, os riscos da anestesia por vezes necessária para crianças submetidas a exames de ressonância magnética também devem ser considerados. b. Prepare o paciente. - Em crianças pequenas, em particular, a interação não é apenas com o paciente, mas também com os pais, que, com o fornecimento de aventais de chumbo e instruções para permanecer fora do feixe primário, podem aliviar o desconforto da criança, permanecendo com ela durante todo o procedimento. - Ambientes adequados para crianças também podem reduzir a ansiedade nas crianças. - Pessoal especialmente treinado e experiente em lidar com crianças é muito útil para melhorar a qualidade do estudo e para prevenir a repetição de exames com exposição adicional. - Se for necessária uma linha intravenosa, ela deve ser colocada bem antes do exame. - Colocação da blindagem protetora necessária. c. Aceite o ruído da imagem, desde que a varredura seja diagnóstica. - É tarefa do radiologista ir até o limite (ou seja, aceitar tanto ruído quanto a questão médica permitir) (Donnelly et al., 2001). - O uso do pós-processamento pode ajudar a reduzir a dose, mantendo a relação sinal-ruído (reconstruir cortes mais grossos de 3–5 mm para interpretação). As imagens de fatias mais espessas reduziram o ruído em comparação com imagens de fatias mais finas, enquanto as imagens de fatias mais finas podem ser usadas para observar detalhes críticos e para obter imagens reformatadas bidimensionais e tridimensionais. d. Otimize os parâmetros de varredura. - Diferentes scanners têm geometrias diferentes, tornando problemática a comparação direta de kVp e mA. O tempo de rotação mais curto é geralmente apropriado na TC pediátrica e isso minimizará os artefatos de movimento. - A corrente do tubo e o kVp devem ser ajustados ao tamanho do paciente. 51 Publicação ICRP 121 - Modulação de dose no plano xy (angular): Foi introduzida para superar o fato de que o corpo humano geralmente não é redondo. Para atingir a mesma relação sinal-ruído, geralmente é necessária menos radiação no eixo y (ântero-posterior) do que no eixo x (da esquerda para a direita). a modulação do plano xy reduz o mAs em 20–40% dependendo da área examinada e deve ser usada se disponível e adequada. - Modulação do eixo z (longitudinal): No eixo longitudinal do corpo (eixo z), a radiação necessária para uma relação sinal-ruído adequada variará com a densidade das estruturas em vários locais do paciente. A modulação do eixo z é orientada a partir da visualização do localizador CT ou interativamente e deve ser usada sempre que possível. e. Limite a cobertura da varredura. Isto se aplica tanto à visão scout quanto ao estudo rotacional. f. Evite múltiplas varreduras não justificadas da mesma área. - Se forem necessárias repetições de exames, deve-se considerar limitá-los ao menor volume possível ou realizá-los com uma dose mais baixa que não obscureça as informações adicionais esperadas. Os exames de TC multifásica em crianças devem ser justificados em cada caso. - Uma série de razões médicas podem exigir exames repetidos da mesma área: – Varredura com realce pré e pós-contraste após injeção intravenosa em bolus. – O momento correto dos exames (por exemplo, rastreamento de bolus) usando um bolus de teste ou exames repetitivos de um plano em dose baixa para acionar o bolus do exame de diagnóstico adequado. Neste caso, os exames sequenciais podem ser de dose muito baixa (por exemplo, 5mAs). – Estudos dinâmicos aprimorados, incluindo fases arteriais, venosas e/ou de excreção de órgãos como os rins. – Varreduras em posição supina e prona para demonstrar efeitos gravitacionais posicionais nos pulmões. – Varreduras pulmonares em inspiração e expiração para detectar aprisionamento de ar. – Intervenção guiada por TC com fluoroscopia. – Triagem com fatias grossas e posterior digitalização detalhada com fatias finas. 52 7. RESUMO E RECOMENDAÇÕES - A justificativa de todo exame envolvendo radiação ionizante, seguida da otimização da proteção radiológica, é importante em todos os pacientes, especialmente em pacientes pediátricos,tendo em vista o maior risco de efeitos adversos por unidade de dose de radiação em comparação com adultos. - De acordo com o princípio da justificação, se um exame de diagnóstico por imagem for indicado e justificado, isso implica que o risco para o paciente de não realizar o exame é maior do que o risco de possíveis danos ao paciente induzidos pela radiação. - Técnicas de imagem que não utilizam radiação ionizante devem sempre ser consideradas como uma possível alternativa. - A otimização da proteção radiológica envolve o funcionamento otimizado do equipamento radiológico e o controle de qualidade, garantindo que o equipamento radiológico e os parâmetros técnicos sejam adequadamente adaptados aos pacientes pediátricos, e a implementação de DRLs para auxiliar no processo de otimização. - A implementação de critérios de qualidade e auditorias regulares devem ser instituídas como parte da cultura de proteção radiológica na instituição. - Deve-se prestar atenção à boa técnica radiográfica, incluindo posicionamento e imobilização de pacientes pediátricos, tamanho do campo e blindagem protetora. Os parâmetros de exposição radiográfica devem ser especialmente adaptados ao tamanho e idade do paciente. - Como a maioria dos equipamentos de imagem e protocolos especificados pelo fornecedor são estruturados para adultos, podem ser necessárias modificações no equipamento e nos parâmetros de exposição para uso pediátrico. Deve-se procurar aconselhamento de físicos médicos, se possível, para auxiliar na instalação, definição de protocolos de imagem e otimização. - Os procedimentos intervencionistas devem ser realizados por pessoal intervencionista pediátrico experiente devido ao potencial de exposição a doses elevadas de radiação do paciente, e recomenda-se formação adicional em proteção radiológica para proteger tanto os pacientes como o pessoal. - Para TC, a redução da dose deve ser otimizada pelo ajuste dos parâmetros de varredura (mA, kVp e pitch) de acordo com o peso ou idade do paciente, e protocolos de TC adaptados ao peso foram sugeridos e publicados. Com o objetivo de minimizar a exposição à radiação, devem ser aceitas imagens mais ruidosas, se suficientes para o diagnóstico radiológico. A qualidade otimizada do estudo também depende da região digitalizada e da indicação do estudo. Outras estratégias de redução de dose incluem a restrição de protocolos de exame multifásico, evitando a sobreposição de regiões de varredura e examinando apenas a área em questão. Além disso, a qualidade do estudo pode ser melhorada pelo pós-processamento de imagens para facilitar o diagnóstico e a interpretação radiológica. 53 ANEXO A. DIRETRIZES PARA O USO ADEQUADO DE PROCEDIMENTOS RADIOLÓGICOS PEDIÁTRICOS Os exemplos a seguir foram adaptados das diretrizes para encaminhamento de médicos e radiologistas publicadas pelo Royal College of Radiologists (2007, www.rcr.ac.uk). A.1. Sistema nervoso central - Após traumatismo cranioencefálico em uma criança, a radiografia de crânio não é indicada, exceto em caso de suspeita de lesão não acidental (abuso infantil). Dependendo de uma série de características clínicas do traumatismo cranioencefálico acidental, a TC pode ser indicada. - Para doenças congênitas da cabeça ou da coluna, a ressonância magnética é indicada, a menos que haja necessidade de anestesia geral ou necessidade de delinear detalhes ósseos, o que pode tornar a TC a modalidade preferida. - Em casos de aparência anormal da cabeça (por exemplo, hidrocefalia com fontanela aberta), a ultrassonografia é indicada, com exceção da necessidade de reconstrução tridimensional antes da cirurgia craniana, que exige um exame de tomografia computadorizada. Para possível mau funcionamento do shunt na hidrocefalia operada, está indicada a radiografia de todo o sistema valvar. - Em pacientes com epilepsia, a radiografia de crânio não está indicada. Estas recomendações são as mesmas para surdez, atraso no desenvolvimento ou suspeita de paralisia cerebral. - Cefaleia, mastoidite ou suspeita de sinusite (os seios paranasais estão pouco desenvolvidos ou não se desenvolvem antes dos 5 anos de idade) não são indicações normalmente aceitas para radiografia. A tomografia computadorizada de baixa dose ou, preferencialmente, a ressonância magnética são investigações especializadas. A.2. Pescoço e coluna - Em uma criança com torcicolo sem trauma, a ultrassonografia está indicada, enquanto a ressonância magnética, a radiografia ou a tomografia computadorizada só são indicadas em circunstâncias específicas, quando os achados clínicos são atípicos ou de longa data. - A espinha bífida oculta não é uma indicação para nenhum exame de imagem, pois é uma variação comum. Ultrassonografia ou ressonância magnética são indicadas se houver sintomas ou sinais neurológicos. A.3. Sistema musculo-esquelético - A suspeita de lesão não acidental (abuso infantil) é uma indicação para exame do esqueleto se tiver menos de 2 anos de idade. No entanto, recomenda-se que uma avaliação do esqueleto seja realizada por um técnico de radiologia/técnico treinado em prática pediátrica, e que um radiologista supervisione o exame e forneça conselhos sobre visualizações complementares, conforme necessário. - A radiografia de rotina do lado oposto para comparação após lesão do membro não se justifica. 55 Publicação ICRP 121 - A radiografia do punho/mão esquerda para determinação da idade óssea é indicada para baixa estatura ou falha de crescimento. - Em crianças com quadril irritável ou claudicação, a ultrassonografia é indicada para excluir ou confirmar derrame articular e para orientar o diagnóstico e também o tratamento. Radiografias ou exames de medicina nuclear só são indicados em caso de ultrassonografia negativa. A ressonância magnética é uma investigação especializada em casos de suspeita de uma patologia incomum, como osteomielite, necrose avascular ou tumores. - Para sintomas ou sinais de dor óssea focal, a radiografia é indicada. A ultrassonografia pode ser útil na suspeita de osteomielite e há um uso crescente de ressonância magnética nesses pacientes. - O clique no quadril em bebês entre 2 e 5 meses de idade deve ser avaliado por ultrassom. A radiografia só é útil quando não há conhecimentos especializados em ultrassonografia ou em bebês com mais de 5 meses de idade. - A radiografia não é indicada na doença de Osgood-Schlatter e o inchaço dos tecidos moles deve ser avaliado clinicamente. A.4. Sistema cardiotorácico - As radiografias de tórax não são indicadas inicialmente para infecções torácicas agudas ou tosse produtiva recorrente, mas apenas se os sintomas persistirem apesar do tratamento, em pacientes gravemente enfermos ou em pacientes com febre de origem desconhecida. - A radiografia pode ser indicada em caso de suspeita de inalação de corpo estranho. Há uma grande variação na política local sobre o uso de filmes expiratórios, fluoroscopia e tomografia computadorizada. - As radiografias de tórax não são indicadas rotineiramente para sibilância ou estridor agudo. A epiglotite é um diagnóstico clínico, mas a radiografia lateral do pescoço pode ser útil especificamente em crianças com vias aéreas estáveis nas quais há suspeita de corpo estranho obstrutivo ou abscesso retrofaríngeo. - As radiografias de tórax não são indicadas rotineiramente para sopro cardíaco. Encaminhamento especializado ou ecocardiografia devem ser considerados. A.5. Sistema gastrointestinal - A ultrassonografia tem alta sensibilidade no diagnóstico de intussuscepção, mas depende do operador; deve ser usado tanto quanto possível em caso de suspeita de intussuscepção. - Para corpos estranhos engolidos, deve ser realizada radiografia de tórax, incluindo pescoço. A radiografia abdominal só é indicada para confirmar a suspeita de ingestão de corpos estranhos cortantes ou de substâncias tóxicas ou venenosas (por exemplo, baterias). - Traumas leves no abdômen não são rotineiramenteuma indicação para radiografia abdominal, a menos que haja sinais físicos positivos sugestivos de patologia intra- abdominal ou lesão na coluna ou na pelve óssea. A TC continua sendo o principal 56 Proteção radiológica em diagnóstico pediátrico e radiologia intervencionista investigação por imagem de escolha para trauma abdominal fechado, mas a ultrassonografia pode ser útil no acompanhamento de lesões de órgãos conhecidas. Traumas abdominais graves devem ser tratados de acordo com a mesma política local aplicada aos adultos. - A ultrassonografia é a modalidade de escolha no vômito em projéteis para descartar estenose hipertrófica do piloro. Os exames contrastados do trato gastrointestinal superior normalmente não são indicados para vômitos recorrentes ou refluxo gastroesofágico simples. - A radiografia abdominal na constipação não é indicada rotineiramente; se houver suspeita de doença de Hirschsprung, é preferível encaminhamento a um especialista mais biópsia. - Quando uma massa abdominal pode ser palpada, a ultrassonografia inicial está indicada. Se a presença de uma massa for confirmada, podem ser realizados exames de imagem adicionais, seja por ressonância magnética ou tomografia computadorizada, de preferência em um centro especializado. A.6. Aparelho geniturinário - A umectação contínua deve ser avaliada com ultrassom. A urografia intravenosa (UIV) só deve ser realizada especificamente para confirmação de ureteres infraesfincterianos ectópicos em meninas com sistemas duplex. A urografia por ressonância magnética, se disponível, é uma alternativa à UIV. - A radiografia da coluna lombossacral é indicada em crianças com neurologia ou exame esquelético anormais, além daquelas com espessamento/trabeculação da parede da bexiga demonstrado na ultrassonografia ou disfunção vesicouretral neuropática na videourodinâmica. - A ultrassonografia é indicada em caso de testículo impalpável, mas a ressonância magnética pode ser útil em casos de testículo intra-abdominal. A avaliação laparoscópica é cada vez mais utilizada. - O diagnóstico pré-natal de dilatação do trato urinário deve ser avaliado com ultrassonografia, mas recomenda-se um limiar baixo para encaminhamento a um especialista. 57 REFERÊNCIAS Alt, CD, Engelmann, D., Schenk, JP, et al., 2006. 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