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Laboratório morfofuncional 2.3 Caracterização morfofuncional do baço O baço possui forma oval e está localizado no hipocôndrio esquerdo • Tem uma posição obliqua, posição da linha axilar media em sentido posterior (parte da linha axilar media para trás) • Está protegido pelas costelas 9, 10 e 11 • Eixo maior acompanhado pela costela 10 • Relações: anteriormente com o estomago (FV), posteriormente com o diafragma (FD), inferiormente com a flexura esquerda do colo também chamada de flexura esplênica (FV) e medialmente com o rim esquerdo (FV) • O termo esplênico remete ao baço • Faces: diafragmática (convexa) e visceral (concava). Na face visceral tem o hilo que permite a passagem de estruturas) • A cauda do pâncreas também se aproxima do baço, mas não chega a produzir uma impressão como os outros órgãos • O estomago é o órgão que tem mais contato com o baço, por isso muitas vezes pacientes com esplenomegalia (o baço ultrapassa a linha axilar media e se projeta em direção a posição anatômica do estomago, invadindo o espaço de Traube- o fundo e uma parte do corpo do estomago) Revestimento • Capsula fibrosa: reveste o órgão e envia projeções ao seu interior através do hilo, septando o parênquima do baço • Peritônio: reveste o órgão exceto na região do hilo Ligamentos 1- Esplenorrenal 2- Esplenocolico 3- Gastroesplenico Irrigação: artéria esplênica, ramo do tronco celíaco Drenagem venosa: veia esplênica que realiza anastomose com a veia mesentérica superior, formando a veia porta que entrara no fígado (essa anastomose acontece posterior ao colo do pâncreas) • A veia mesentérica inferior é tributaria da veia esplênica e a veia gástrica esquerda é tributaria da veia porta Drenagem linfática: vasos linfáticos que seguem os vasos esplênicos em direção aos linfonodos pancreáticos/esplênicos e celíacos Inervação: simpática pelos nervos esplênicos do plexo celíaco e parassimpática pelo nervo vago Organização histológica do baço Características 1- Maior acumulo de tecido linfoide do corpo humano 2- Grande quantidade de células do sistema imune: linfócitos, células fagocitarias, além de outros tipos de células constituintes do sangue (como os eritrócitos) 3- Hilo- face medial (região onde se insere a artéria e veia esplênica, vasos linfáticos e nervos) Revestimento: o baço é revestido por uma capsula de tecido conjuntivo denso (assim como os linfonodos e o timo) • Essa capsula se projeta para o interior do órgão em direção ao centro formando trabéculas • Trabéculas que dividem o parênquima em compartimentos incompletos Circulação sanguínea • O baço recebe uma quantidade considerável de sangue • Artéria esplênica leva o sague para o baço Atividades do baço: ativação e proliferação de linfócitos e destruição de eritrócitos (hemácias) • Os eritrócitos possuem uma importância muito grande no transporte de gases no sangue e quando sua vida útil terminas elas são encaminhadas ao baço • Importante: durante o processo de destruição dos eritrócitos serão produzidos subprodutos para formação da bile no fígado • Essa artéria se divide em artérias trabeculares, que iram originar ramos: artérias centrais ou artérias da polpa branca • Cada um desses ramos é envolvido por uma grande quantidade de células do sistema imune que é chamada de bainha linfática periarterial- PALS (isso que parece uma nuvenzinha branca na imagem acima) • Em alguns pontos a bainha linfática periarteial se espessa forma folículos linfáticos com artéria central do folículo (em cada um dos folículos está presente uma artéria central) • Da artéria central do folículo (artéria folicular) vai haver uma ramificação para capilares sinusoides situados entre cordoes esplênicos que juntos com os seios esplênicos formam a polpa vermelha (esses capilares são caracterizados por apresentarem um espaçamento relativamente grande entre as células que formam a sua parede, ou seja, as células endoteliais desses capilares apresentam poros significativos) • Os meios desses poros hão a possibilidade de passar células do sangue do plasma sanguíneo para o tecido • Esses sinusoides estão situados entre os cordões esplênicos, que junto com 6 esplênicos formam a polpa vermelha Polpas • Polpa branca: constituição: tecido linfáticos que constitui as bainhas periarteriais (linfócitos T), essas bainhas se espessam formando um aglomerado de células, os folículos linfáticos (linfócito B)- em cada um desses folículos se encontra a artéria central do folículo ou a artéria folicular • Polpa vermelha: constituição: cordoes celulares ou esplênico (formados por linfócitos T e B, células e fibras reticulares, macrófagos etc.) que são separados entre si por capilares sinusoides Roteiro 2.3 Aprendizagem pré-aula Componentes do baço Ao se observar a olho nu a superfície cortada de um baço a fresco ou fixado percebem-se pontos esbranquiçados que são folículos linfoides pertencentes a polpa branca. Entres os folículos, há um tecido vermelho-escuro, rico em sangue, chamado polpa vermelha. As polpas brancas e vermelha compõe o interior do baço também conhecido como parênquima esplênico. No baço encontram-se células e fibras reticulares, macrófagos, células apresentadoras de antígenos, linfócitos isolados ou agrupados em torno de vasos ou formando folículos e também as células circulantes no sangue (hemácias, leucócitos polimorfonucleares, monócitos, plaquetas, além de linfócitos) O baço é revestido por uma capsula de tecido conjuntivo denso, em torno da qual há um folheto de membrana peritoneal. A capsula emite trabéculas de tecido conjuntivo que dividem o parênquima ou polpa esplênica em compartimentos incompletos e intercomunicantes. Na superfície medial do baço há um hilo, no qual a capsula emite maior número de trabéculas pelos quais penetram os ramos da artéria esplênica e os nervos. Pelo hilo também saem a veia esplênica, formada pela junção das veias do parênquima e os vasos linfáticos originados nas trabéculas (no parênquima esplênico não contem vasos linfáticos). A capsula, as trabéculas e uma rica rede de fibras reticulares constituem o estroma esplênico. O tecido conjuntivo da capsula e das trabéculas apresenta pequena quantidade de fibras musculares lisas. Circulação sanguínea do baço A artéria esplênica divide-se ao penetrar no hilo do baço originando ramos que seguem no interior das trabéculas conjuntivas- as artérias trabeculares. Os ramos dessas artérias deixam as trabéculas e penetram no parênquima, no que são chamados de arteríolas centrais ou arteríolas da polpa branca. Envolvendo essas arteríolas há uma bainha compacta de linfócitos, chamada de bainha linfoide periarteriolar (PALS). Ao longo das bainhas linfoide periarteriolares, encontram-se folículos linfoides. Na região dos folículos, a arteríola se desvia ligeiramente de modo que, em corte transversal observa- se, no interior dos folículos linfoides do baço, uma pequena arteríola, denominada artéria central do folículo (apesar de ser uma arteríola e de que geralmente não se encontra no centro do folículo. Após o trajeto em que estão envolvidas pelas PALS, as arteríolas se dividem formando as arteríolas peniciladas, que são muito delgadas. So ocasionalmente as arteríolas peniciladas contem musculo liso em sua parede. Elas são formadas por endotélio que se apoia em espessa lâmina basal e uma delgada adventícia. As artérias peniciladas se continuam em capilares arteriais, que levam o sangue para os capilares sinusoides ou seios esplênicos. Os sinusoides se situam entre cordoes celulares denominados cordoes esplênicos. Os seios esplênicos e os cordões esplênicos compõem a polpa vermelha do baço. Há duas maneiras pelas quais o sangue trazido pela artéria esplênico percorre o baço para ser coletado em vênulas e sair pela veia esplênica. • Na circulação fechada, o sanguepermanece sempre no interior dos vãos, os capilares artérias abrem-se diretamente no lúmen dos sinusoides, que se continuam com as veias da polpa vermelha. • Na circulação aberta, o sangue arterial contendo células e plasma sai para os cordoes esplênicos para depois voltar aos capilares sinusoides adjacentes aos cordões. O revestimento desses sinusoides é descontinuo, permitindo a passagem fácil de células entre as células endoteliais dos sinusoides. Atualmente, considera-se que a circulação esplênica é aberta Dos sinusoides, o sangue passa para as veias da polpa vermelha, que se fundem e penetram nas trabéculas, formando as veias trabeculares. Estas confluem e originam a veia esplênica, que sai pelo hilo do baço. As veias trabeculares não tem paredes próprias, a não ser uma camada endotelial, suas paredes são formadas pelo tecido conjuntivo das trabéculas. Atividades funcionais do baço As funções mais relevantes do baço: resposta imune dos linfócitos a antígenos e a agentes patogênicos que alcançam ou estão na circulação sanguínea, destruição de eritrócitos envelhecidos e armazenamentos de sangue. Para a destruição de eritrócitos e a defesa contra infecções, contribuem os macrófagos existente em grande quantidade no baço. • Ativação e proliferação de linfócitos: a polpa branca é um local de ativação e de proliferação de linfócitos, que migram para a polpa vermelha e alcançam o lúmen dos sinusoides, incorporando-se ao sangue que percorre esses vasos. • Destruição de eritrócitos: a remoção das hemácias é denominada hemocaretese e ocorre também, embora com intensidade menor, na medula óssea. A redução da flexibilidade das hemácias e modificações de sua membrana constituem as sinalizações para sua destruição. As hemácias fagocitadas dão digeridas pelos lisossomos dos macrófagos e a hemoglobina é metabolizada a diversos produtos. Um deste é um pigmento desprovido de ferro, a bilirrubina, que é devolvida ao sangue, captada pelas células hepáticas e excretada na bile. Outro produto da quebra é a proteína globina, digerida nos macrófagos a aminoácidos que são reaproveitados. O ferro liberado pela quebra é armazenado associados a proteína ferritina, que é fonte primaria de ferro destinado a síntese de hemoglobina. O ferro também se liga a transferritina, proteína plasmática transportadora de ferro (o complexo ferro-transferritina é captado por endocitose pelos eritroblastos e reutilizado para a síntese de hemoglobina) • Defesa contra infecções: podemos considerar o baço como um filtro para o sangue. A resposta imune de ativação e expansão clonal ocorre como descrito nas regiões ricas em linfócitos T e B da polpa branca. Essas regiões são também ricas em APCs e macrófagos. Assim como em outros órgãos linfoides secundários, há uma intensa mobilidade de linfócitos continuamente entrando e saindo do baço pela circulação sanguínea. Linfócitos são ativados continuam o seu trajeto passando a outros órgãos, enquanto linfócitos ativados são atraídos para sítios de inflamação por quimiotaxia e alterações do endotélio Subdivisões do mediastino Localização do timo O timo está situado no tórax, no mediastino superior, em frente a traqueia, anteriormente aos grandes vasos que emergem do coração. O timo é formado por dois lobos envolvidos por uma delicada capsula de tecido conjuntivo denso. A capsula origina delgados septos que penetram no parênquima delimitando os lóbulos. • Ao contrário dos outros linfoides, o timo não tem folículos linfoides. Em cada lóbulo há uma zona cortical, periférica, corada intensamente pela hematoxilina por ter maior número de linfócitos com escasso citoplasma e uma região central mais clara denominada zona medula. Na zona medula, encontram-se estruturas características do timo, os corpúsculos de Hassall. • As células mais abundantes no timo são os linfócitos T em diversos estágios de diferenciação e maturação. Além dos linfócitos T, o timo contem células reticulares epiteliais, CDs, macrófagos e fibroblastos. Suprimento sanguíneo e linfático do timo As artérias penetram o timo pela capsula, ramificam-se em arteríolas que acompanham os septos conjuntivos penetrando no parênquima e seguem pela região limítrofe entre a cortical e a medular. Dessas arteríolas, originam-se capilares que tornam a entrar na zona cortical, na qual se ramificam e se anastomosam, formando arcos e dirigem-se de volta para a zona medular, na qual desembocam em vênulas. A vascularização da região cortical do timo é particular. Os capilares que irrigam a zona cortical têm endotélio sem poros e a lâmina basal muito espessa. CRE envolvem externamente os capilares, contribuindo para a formação da barreira hematolítica, cujos outros componentes são os seguintes: os pericitos dos capilares, a lâmina basal do endotélio, a lâmina basal das células reticulares e as células endoteliais não fenestradas da parede capilar. Essa barreira hematolítica so existe na zona cortical na qual estão se diferenciando os linfócitos T e impede a entrada, nessa zona, de antígenos existentes no sangue. • A irrigação da zona medula é por capilares convencionais que se originam diretamente das arteríolas que estão no limite corticomedular. Não há barreira hematolítica na zona medular. As vênulas das medulas confluem para formar veias que penetram nos septos conjuntivos e saem do timo pela capsula do órgão. O timo não contem vasos linfáticos aferentes e não constitui um filtro para a linfa como ocorre nos linfonodos. Os poucos vasos linfáticos no timo são todos eferentes e localizam-se nas paredes dos vasos sanguíneos e no tecido conjuntivo dos septos e da capsula do órgão. Abertura da sessão Aspectos morfológicos do baço e do timo Aumento de neutrófilos no sangue periférico Redução na contagem de neutrófilos no sangue (pode ser causado por doenças que danificam a medula óssea, infecções e medicamentos) Aumento da contagem sanguínea de linfócitos (comuns em infecções virais) Baixo nível de linfócitos no sangue (comuns em pacientes com AIDS e em COVID-19) Concentração de monócitos encontrada no sangue periférico ascende valores superiores ao normal) É a redução da contagem de monócitos o sangue Eosinopenia: redução do número de eosinófilos no sangue Eosinofilia: aumento da contagem de eosinófilos no sangue As hemácias perdem a coloração (pode estar relacionada com a diminuição da hemoglobina) Hemácias com tamanhos menores que o normal (geralmente associadas a casos de anemia) As plaquetas são de origem mieloide (são fragmentos citoplasmáticos originadas dos megacariócitos). Elas têm a funções associadas ao processo de coagulação sanguínea (participa da hemostasia sanguínea) São hemácias de tamanhos diferentes Hemácias com formais anormais em relação aos eritrócitos normais Na figura B, as setas indicam células reticulares epiteliais Componentes do baço Funções principais do baço: 1- Vigilância e resposta imune 2- Reciclagem de componentes do sangue para posterior reutilização 3- Remoção de patógenos e matéria estranha do sangue que flui através de seus seios 4- Local para crescimento e produção de linfócitos Timo Componentes do timo: O córtex externo da glândula do timo é densamente preenchido com linfócitos de coloração escura. A medula contem menos desses linfócitos, portanto aparece mais clara na cor O que é um timocito? Um timocito é um linfócito T em desenvolvimento. Estas células precisam se desenvolver em células imunocompetentes no timo. Ou seja, elas precisam ser capazes de distinguir o material estranhos dos componentes próprios do corpo. Quais das seguintes células ou estruturas facilitam o desenvolvimento de linfócitos T imunocompetentes? Macrófagos e células reticulares epiteliais • Os timocitos amadurecem em linfócito T imunocompetentes no timo. Ou seja, os linfócitosT precisam ser capazes de distinguir o material estranho dos componentes do próprio corpo. As células reticulares epiteliais secretam hormônios tímicos que promovem a proliferação e maturação dos linfócitos T. Os macrófagos testam dos linfócitos T para garantir que eles sejam capazes de distinguir o material estranho dos componentes do próprio corpo e engolir os linfócitos T que podem ser defeituosos. Anatomia do baço e do timo Timo Ultrassonografia do baço