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Direito Civil II 
Teoria Geral
Nulidade do
negócio jurídico.
Módulo V
Material de apoio:
• Leitura obrigatória: Letra “H” do
número 4 do capítulo IV do livro de
DINIZ.
• Leitura complementar: capítulo 30 de
VENOSA.
• Leitura complementar: Livro III,
Capítulo VII do Rodrigues.
Nulidade
• “Sanção, imposta pela norma jurídica,
que determina a privação dos efeitos
jurídicos do negócio praticado em
desobediência ao que prescreve.”
(MHD).
• Espécies:
1. Nulidade absoluta;
2. Nulidade relativa.( anulabilidade)
Nulidade absoluta.
• O negócio não produz efeitos jurídicos
(ex tunc – como se nunca tivesse
existido).
• Ocorre quando o defeito (ou a violação
aos preceitos jurídicos) ofende
príncípios de ordem pública.
Nulidade relativa:
• Anulabilidade. Vícios que podem
determinar a ineficácia do negócio, mas
que permitem que seus efeitos possam
ser produzidos, quando não reconhecidos
judicialmente, ou seja existe a
possibilidade de que o negócio se
convalide, caso transcorra o prazo
decadencial sem nenhuma manifestação
da parte prejudicada.
Distinções (I).
• Tanto a nulidade como a anulabilidade
tornam inoperante o ato jurídico.
• A nulidade é decretada no interesse de
toda sociedade e, por isso, é erga omnes.;
já a relativa é decretada no interesse do
prejudicado, portanto somente este tem
legitimidade para pleitear. Por isso, a
nulidade pode ser arguida por qualquer
interessado, pelo MP, pelo juiz de ofício.
Distinções (II).
• A nulidade não pode ser suprida pelo
juiz, ainda que a pedido dos
interessados, pois é impossivel de
confirmação, “nem convalesce pelo
decurso do tempo” (art. 169).
Distinções (III).
• Ambas possuem efeitos “ex tunc”, pois
uma vez reconhecida tanto a Nulidade
quanto a Anulabilidade, a lei preceitua
que se restabeleça os “ status quo ante”,
relativo ao negócio jurídico, o que na
prática representa o restabelecimento
da situação jurídica que se tinha antes
da realização do negócio.
Nulidade absoluta – artigos.
• Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I -
celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o
seu objeto; III - o motivo determinante,
comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não
revestir a forma prescrita em lei; V - for
preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial para a sua validade; VI -
tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII
- a lei taxativamente o declarar nulo, ou
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
• Os incisos III, VI e VII merecem atenção especial
III – Há o reconhecimento da ilicitude da causa como requisito de validade, 
não é o caso de falso motivo expresso como razão determinante o que 
leva ao erro ( vício de vontade), mas nessa situação é necessário que 
haja uma finalidade ilícita comum a ambas as partes. Ex: Consumidor de 
drogas permuta veículo com fornecedor para que este utilize no aparato 
de distribuição de entorpecentes.
VI – Quanto ao negocio celebrado em fraude à lei, é aquele que foge a 
incidência da norma jurídica ou das obrigações legais, neste caso não 
importa se houve ou não intenção de burlar a lei, causará 
inevitavelmente a nulidade. Ex: doação feita à concubina, cláusula penal 
fixada em valor superior ao valor do negócio ( art 412 cc)
VII É nulo o negócio quando a lei taxativamente o declarar como tal. Ex: 
art 548 CC, art 1475 CC.
Nulidade absoluta – artigos.
• Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
• § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I
- aparentarem conferir ou transmitir direitos a
pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração,
confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III -
os instrumentos particulares forem antedatados, ou
pós-datados.
• § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé
em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Nulidade absoluta – artigos.
• Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes
podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
• Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas
pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo
permitido supri-las, ainda que a requerimento das
partes.
• Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de
confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
• Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver
os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a
que visavam as partes permitir supor que o teriam
querido, se houvessem previsto a nulidade.
Nulidade relativa – artigos.
• Art. 171. Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente; II -
por vício resultante de erro, dolo, coação,
estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.
• Art. 172. O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito de
terceiro.
• Art. 173. O ato de confirmação deve conter a
substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo.
Nulidade relativa – artigos.
• Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o
negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do
vício que o inquinava.
• Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária
de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174,
importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que
contra ele dispusesse o devedor.
• Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta
de autorização de terceiro, será validado se este a der
posteriormente.
• Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada
por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os
interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente
aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou
indivisibilidade.
Nulidade relativa – artigos.
• Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos,
não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a
sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se,
declarou-se maior.
• Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma
obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar
que reverteu em proveito dele a importância paga.
• Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão
as partes ao estado em que antes dele se achavam, e,
não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com
o equivalente.
O Princípio da conservação dos atos e negócios jurídico
• No estudo da invalidade dos negócios jurídicos é necessário 
observarmos a aplicação do principio da conservação, ou seja sempre que 
for possível o negócio deverá ser preservado, através da aplicação dos 
institutos da CONVERSÃO SUBSTANCIAL ( art 170), da 
RATIFICAÇÃO ( ART 172) e da REDUÇÃO ( art 184).
• RATIFICAÇÃO: é também chamado sanação , convalidação ou 
confirmação, que é a possibilidade de as partes, por vontade expressa 
ou tácita, declararem aprovar um determinado negócio ou ato 
ANULÁVEL. Expressa : Quando por meio de outro ato que contenha a 
mesma substância do anterior as partes afirmem a vontade de mantê-lo
Tácita: quando apesar de ciente da anulabilidade a parte cumpre 
regularmente seu conteúdo.
* REDUÇÃO: trata-se às possibilidades de invalidação parcial do negócio, 
onde mesmo diante de alguma espécie de invalidade a vontade ou parte 
dela ainda possa ser mantida. Ex: contrato de compara e venda com 
cláusula de locação, onde haja uma invalidade na locação, sendo possível 
manter intácta a vontade da venda.
• CONVERSÃO SUBSTANCIAL: Consiste a conversão substancial 
na busca do máximo de aproveitamento do negócio jurídico 
concretamente celebrado. Portanto é o meio jurídico através do 
qual, respeitados certos requisitos, transforma-se um negócio 
jurídico nulo EM OUTRO com o intuito de preservar a intenção 
das partes que declararam vontade. ( aproveita-se os elementos 
presentes para admiti-lo como outro negócio)
“Leonardo Andrade: comoinstituto que integra uma ordem jurídica 
em que o valor fundamental é o da dignidade da pessoa humana, é 
funcionalizado a obsequiar as situações subjetivas existenciais 
de que participa a pessoa, realizando uma verdadeira função 
social,com fins que transcendem as meras expectativas das 
partes e importam ao invés, para a própria sociedade”
Ex: adoção à brasileira
nota promissória nula aproveitada como confissão de dívida
compra e venda nula admitida como promessa de compra e venda
Nulidade relativa – artigos.
• Art. 183. A invalidade do instrumento não
induz a do negócio jurídico sempre que este
puder provar-se por outro meio.
• Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a
invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for
separável; a invalidade da obrigação principal
implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.
Perguntas de concursos
• Sobre a teoria das nulidades, é errado
afirmar:
(A) negócio nulo pode ser objeto de conversão,
a fim de que o novo negócio ganhe validade e
eficácia.
(B) são nulos os negócios em que a lei proíbe
sua prática sem cominar sanção.
(C) em regra, é de 4 anos o prazo para
pleitear-se a nulidade absoluta do negócio
jurídico.
(D) negócio anulável admite ratificação tácita.

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