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CUMPRIMENTO DE SENTENÇA e EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL Prof. Osmar Luiz Pretto EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL: CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA: Consiste na antecipação da eficácia executiva de uma sentença ou decisão judicial ainda pendente de recurso ou de conclusão do processo de conhecimento. Ex: Decisão inicial liminar de obrigação de pagar alimentos. Ex: Sentença com obrigação de pagar quantia certa recorrida através de recurso de apelação do qual não suspendeu a eficácia imediata. (ou seja, juiz recebeu o recurso somente sob o efeito devolutivo e não suspensivo) O processamento será semelhante ao cumprimento definitivo, contudo, será inicialmente em autos apartados. O exequente deverá providenciar a distribuição de uma nova ação, requerendo o cumprimento provisório, sob sua exclusiva responsabilidade, conforme CPC: Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; Se o recurso anular a sentença IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 . § 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C2%A71 Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. No que se refere aos alimentos, em casos em que um recurso venha alterar ou até exonerar uma sentença que está em cumprimento provisório, os valores não poderão ser devolvidos, ou compensados. Súmula 621-STJ: Os efeitos da sentença que reduz, majora ou exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art520iv Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA: É aquele que somente poderá ser protocolado, após o trânsito em julgado da sentença no processo de conhecimento, ou após os recursos da referida sentença. Caso o recurso recebido pelo juízo de primeiro grau seja sob os efeitos devolutivo e suspensivo, o cumprimento de sentença definitivo será realizado somente após o trânsito em julgado do acórdão recursal, ou seja, quando não caber mais recurso daquela decisão e ela retornar a comarca de origem para cumprimento. Assim, seguirá as normas do CPC: Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319%C2%A71 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319%C2%A71 Em resumo o andamento do cumprimento de sentença deverá se dar na seguinte ordem: 1. Requerimento: O credor, deve apresentar um requerimento específico ao órgão judicial responsável pelo cumprimento da sentença, contendo as informações sobre a decisão judicial e os valores ou obrigações a serem cumpridos. 2. Cálculo do valor: É necessário realizar o cálculo do valor atualizado da dívida ou da obrigação estabelecida na sentença. Isso pode incluir o principal, juros, correção monetária e eventuais multas ou honorários advocatícios. 3. Intimação do devedor: Após o requerimento ser protocolado, o órgão judicial emite uma intimação ao devedor, informando-o sobre a existência do cumprimento de sentença e concedendo-lhe prazo para cumprir voluntariamente a decisão judicial. 4. Penhora de bens: Caso o devedor não cumpra a decisão voluntariamente, o próximo passo é a penhora de bens para garantir o pagamento da dívida. Nesse momento, o juiz pode determinar a constrição de patrimônio do devedor, comoimóveis, veículos ou valores em contas bancárias. 5. Satisfação da dívida: Uma vez efetuada a penhora, os bens podem ser leiloados para obter recursos para satisfazer a dívida. O valor arrecadado é utilizado para quitar o débito e as despesas do processo. Em alguns casos, é possível a negociação de um acordo entre as partes para o pagamento da dívida. PROTESTO DE DECISÃO JUDICIAL: O protesto judicial é um instrumento usado como forma de tentar obrigar o devedor a quitação de um débito já determinado em sentença transitada em julgado, de forma que ao expor o débito para a sociedade, o devedor venha a quitá-lo. CPC - Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. Suas finalidades são cobrar o devedor e garantir a segurança do credor, possuindo embasamento legal através da Lei 9.492/1997. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 O protesto judicial diz respeito à decisão judicial transitada em julgado, que é um título executivo. SE o devedor não pagar no prazo de 15 dias, poderá o credor pressioná-lo com o protesto. O protesto judicial é uma forma de expor o devedor para àquelas empresas que ainda realizam consulta aos cadastros restritivos de crédito, principalmente instituições bancárias. Pois dessa maneira, ele se sente coagido para pagar o referido débito junto ao credor. Afinal, é melhor realizar o pagamento para manter seu prestígio social do que ficar com o nome sujo. Existem três etapas no protesto: apresentação, pagamento e cancelamento. Transcorrido os 15 dias da intimação para o pagamento da dívida sem o pagamento voluntário, o exequente deve fazer a apresentação da decisão em cartório, através de certidão do teor da decisão judicial ao tabelião do Cartório de Protesto em 3 dias dando inicio ao protesto judicial, nessa certidão, deve constar o nome e a qualificação das partes, bem como o valor da dívida, o número do processo e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. Em seguida, o devedor será notificado do protesto da divida (juntamente com os emolumentos) e em tese se sentirá compelido a quitar sua dívida. Realizando o pagamento integral da dívida diretamente no cartório ou ao credor, este ultimo deverá requerer ao juiz o cancelamento do protesto. O magistrado irá determinar a expedição de ofício ao Cartório de Protesto em até 3 dias determinando o cancelamento. HIPOTECA JUDICIÁRIA: Trata-se de uma espécie de garantia real sobre coisa alheia. O registro da hipoteca judiciária grava o imóvel com um ônus real que assegura ao credor o direito de preferência em relação a outros possíveis credores, desde que observadas as prioridades já existentes no registro do título. Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. § 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. Senhoras e Senhores, obrigado, Boa noite e bom descanso. OBRIGADO! Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19