Prévia do material em texto
1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS: É fundamental para a compreensão dos direitos fundamentais, expor a distinção com os direitos humanos, dispositivos esses antagônicos e com características e aplicação distintas. DIREITOS HUMANOS I) DEFINIÇÃO: Entendem-se como direitos humanos os direitos das pessoas, dos indivíduos positivados no plano internacional. É inspirada em teses jusnaturalistas, onde que retrata os direitos humanos como condições inerentes do ser humano, aqueles valores essenciais da dignidade humana que o indivíduo já nasce dotado, também denominado como direito natural. II) TITULARES: Os direitos humanos são considerados extensíveis, são vinculados a todos os indivíduos não se sujeitando a ordens internas, na justificativa que tem o homem como principal titular do direito, o homem, de modo abrangente universal, sem limitações geográficas, culturais etc. III) FONTE DOS DIREITOS HUMANOS: Os direitos humanos são extraídos principalmente de tratados e acordos internacionais entre Estados. Exemplo do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 1966 no qual apresenta uma gama de direitos humanos fundamentais. IV) DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Como que os direitos humanos são contemplados por trados e pactos internacionais, a constituição federal expressa em seu artigo 5º, §3º que as normas internacionais de direitos humanos podem ser recepcionadas pelo ordenamento jurídico nacional como força de norma constitucional desde que submetidas a procedimentos específicos. Desse modo, os direitos humanos podem ter aplicabilidade como força de direitos fundamentais no ordenamento jurídico nacional com força de lei constitucional. No art. 4º prescreve que nas relações internacionais em que o Estado Brasileiro figurar em frente a outro independente, deve-se prevalecer como princípio, a condição dos direitos humanos. DIREITOS FUNDAMENTAIS I) CONCEITO: Os direitos fundamentais por sua vez é um termo mais abrangente e mais específico do que direitos humanos onde que contemplam os direitos humanos, os direitos extensíveis das pessoas naturais e jurídicas a um determinado ordenamento jurídico (constituição). O Direito fundamental materializa os direitos humanos que foram consagrados e positivados em um determinado ordenamento jurídico ao decorrer de seu desenvolvimento histórico. II) FONTE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os direitos fundamentais são normas materialmente constitucionais sendo fundamentais para a organização e existência do Estado. Dessa forma, são postos na lei suprema do Estado (Constituição) III) TITULARIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os direitos fundamentais, positivados em um determinado ordenamento jurídico, seja na constituição ou nas leis tem como principal a titularidade dos nacionais, sendo aqueles indivíduos ou entes que possuem vínculo de direitos e obrigações com um determinado Estado. IV) DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Os direitos fundamentais estão contemplados na lei maior por ser norma materialmente constitucional. 2) CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Nota-se que os direitos fundamentais, são aqueles direitos postos para os indivíduos em um determinado regramento normativo. Desse modo, para melhor compreensão dos direitos fundamentais, pode-se classificá-los pelas seguintes classificações. · CLASSIFICAÇÃO DOS QUATRO STATUS DE JULLENK – Leva em consideração a posição do indivíduo em frente o Estado · CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GERAÇÕES OU DIMENSÕES – Leva-se em consideração a análise do direito fundamental de acordo com o seu contexto histórico. CLASSIFICAÇÃO DOS QUATRO STATUS DE JELINEK A classificação foi desenvolvida por Georg Jelinek. Conforme a posição assumida pelo Estado em relação ao indivíduo, os direitos fundamentais podem ser classificados: I) STATUS PASSIVO – ‘’STATUS SUBJECTIONIS’’: O indivíduo é subordinado ao Estado, é apenas relacionado como titular de deveres, como por exemplo o pagamento de tributos, ilustrando a relação de submissão individual dos indivíduos em face do Estado. Encontra-se os deveres individuais como: Pagar impostos, cumprir as leis, zelar pelo patrimônio público etc. II) STATUS NEGATIVO – ‘’STATUS LIBERTATIS’’: Assegura ao indivíduo o direito de resistir as imposições e intervenções do Estado. Como embora o estado possa exigir o pagamento de tributação o indivíduo está amparado pelas limitações do poder do estado de tributar. No status negativo encontra-se as garantias individuais, como: Liberdade de crença, liberdade de locomoção, vedação a pena de morte etc. São direitos fundamentais que protege o indivíduo das arbitrariedades do Estado por estar em uma relação de superioridade. Essa abstenção ou proteção em face do Estado, constitui-se os direitos negativos. III) STATUS POSITIVO – ‘’STATUS CIVITATIS’’: O cidadão tem o direito de exigir do Estado prestações materiais para que possa alcançar os postulados constitucionais. O Indivíduo possui a prerrogativa de proclamar direitos para que o Estado por meio de políticas públicas, integre a igualdade material entre os indivíduos. Como desenvolver planos econômicos para hipossuficientes, desenvolver a educação e a saúde etc. Trata-se do de solicitar um fazer agir por parte do Estado para que garanta sociais, dessa forma, constitui-se o fundamento dos direitos sociais. IV) STATUS ATIVO: É aquele que se dá ao indivíduo a possibilidade de participar das tomadas de decisão políticas do Estado, especialmente por meio do voto. Trata-se do exercício de direitos políticos como direitos fundamentais. II) CLASSIFICAÇÃO EM DIMENSÕES\ GERAÇÕES É a classificação mais utilizada pela doutrina onde que a classificação tem como objeto, a origem histórica dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais foram criados em épocas diferentes conforme a necessidade dos povos e de acordo com as alterações nos ordenamentos jurídicos, dessa forma, novos direitos foram surgindo e com ela novas gerações por isso, entende-se que os direitos fundamentais, são cumulativos. O surgimento de novos direitos fundamentais não se exclui os direitos fundamentais já criados, apenas se acumulam. I) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 1ª GERAÇÃO – DIREITOS NEGATIVOS: São os direitos caracterizados pela defesa da liberdade. Foram os primeiros direitos fundamentais dos indivíduos surgidos no final do século XVIII. Tem como contexto histórico as revoluções liberais, tais como a revolução gloriosa, francesa e americana. Marcaram a transição de um estado completamente autoritário como os Estados Absolutistas para um Estado Liberal de Direito na busca na integração da igualdade formal entre o povo e o Estado. Isso significa que, além dos indivíduos ser submetidos a leis, o Estado também passar a ser subordinado ao seu próprio regimento jurídico. O princípio da legalidade é um dos principais princípios frutos da primeira geração dos direitos fundamentais. É denominado como direitos negativos por serem direitos de abstenção do Estado a fim de resguardar as liberdades individuais e os direitos civis e políticos A constituição que abordava a primeira geração dos direitos fundamentais assegurava a igualdade, liberdade de todos os indivíduos em face da atuação do Estado. Direitos negativos exigem uma abstenção do Estado de não interferir da vida privada do indivíduo, como: · Direito à liberdade, · Direito à propriedade, · Direito à liberdade de expressão, · Direito à participação política e religiosa, · Direito à inviolabilidade de domicílio · Direito à liberdade de reunião. II) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 2ª GERAÇÃO – DIREITOS SOCIAIS: Surgiram no século XIX, porém só forem constitucionalizados no século XX na transição do Estado Liberal, Estado de direito para o Estado Social de direito, também denominado como Estado intervencionista. Tal fato se deu pelo contexto histórico da revolução industrial iniciada no século XIX no qual, o Estado Liberal, detinha como principal finalidade, a penas a busca pela igualdadeforma e Estado mínimo. Porém, após as revoluções industriais, pode-se notar que novos direitos e valores tiverem que ser comtemplado como direitos fundamentais. Dessa forma, os direitos fundamentais de 2ª geração são caracterizados pela Igualdade positivas, direitos positivos e participação onde impõe ao Estado o dever de agir, de realizar obras e programas que viabilizam o acesso a direitos sociais e proteção dos desamparados a partir do intervencionismo do Estado, seja na ordem social, cultural e econômico. Dos principais direitos sociais: · Direito ao trabalho · Direito a educação · Direito a previdência social · Direito aos desiguais. III) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 3ª GERAÇÃO – DIREITOS DIFUSOS: Está associada diretamente ao ideal de fraternidade ou solidariedade entre os povos. Marcada pela pós-segunda guerra mundial, o ideal de fraternidade se desenvolve no papel de valorização das condições humanas. São encontrados na terceira geração os direitos difusos, os direitos de humanidade, aqueles que ultrapassam os interesses individuais se caracterizando como direito da humanidade\coletividade. Direitos voltados para a proteção do ser humano como no geral, passa a proteger a humanidade. Exemplos de direitos de terceira geração: · Meio ambiente · Defesa do consumidor · Patrimônio comum · Direito da paz, pregresso, desenvolvimento · Autodeterminação dos povos. · Dignidade da Pessoa humana como valor normativo IV) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 4ª GERAÇÃO: Os avanços tecnológicos e genéticos são uma revolução para o ideal de direitos fundamentais, sendo esses direitos relacionados com a vida, morte, manipulação genética e biotecnologia a serviço da bioengenharia. Busca-se pela preservação da individualidade humana e da diversidade do genoma. O marco histórico dessa geração está relacionado com a declaração universal sobre o genoma humano e os direitos humanos da UNESCO que reconhece o genoma humano como patrimônio da humanidade. Doutrina diferente da relacionada conceitua outro aspecto nos direitos fundamentais de 4ª geração, como ocorre na doutrina de Paulo Bonavides, onde classifica os direitos fundamentais de 4ª geração aqueles decorrentes de uma globalização política dos direitos fundamentais, como a democracia, informação, pluralismo político etc. V) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 5ª GERAÇÃO: Paulo Bonavides conceitua como direitos fundamentais de 5ª geração o direito a paz surgido da declaração das nações unidas e da declaração de conferência de Teerã sobre direitos humanos. Quanto a composição dos direitos fundamentais de 5ª geração há uma certa diferença doutrinaria, onde que alguns autores conceituam como direitos fundamentais a evolução cibernética da tecnologia sobretudo a realidade virtual e a internet. DIREITOS FUNDAMENTAIS 1ª GERAÇÃO LIBERDADE 2ª GERAÇÃO IGUALDADE 3ª GERAÇÃO FRATERNIDADE 3) CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS I) UNIVERSALIDADE: Os direitos fundamentais são extensíveis aos indivíduos de um modo geral, independente da nacionalidade, sexo, idade, etnia, credo ou convicção política ou filosófica. No Brasil, brasileiros natos ou naturalizados com domicílio ou não no Brasil são titulares de todos os direitos fundamentais, ou seja, os direitos fundamentais brasileiros são universais a todos. Isso significa, que mesmo que alguns direitos fundamentais sejam aplicáveis a certos e determinados agentes, os direitos fundamentais têm como premissa básica, de ser valores essenciais que devem ser outorgados a todos os indivíduos. II) LIMITABILIDADE (RELATIVIDADE ou INCONDICIONALIDADE): Os direitos fundamentais não possuem caráter absoluto, onde em um determinado caso concreto, podem ser relativizados desde que haja razoabilidade e proporcionalidade. Quando o Estado restringe direitos fundamentais, também sofre restrições em sua atuação, dessa parte, surge a teoria do ‘’limite dos limites’’ onde que, as limitações aos direitos fundamentais, para serem legitimas devem atender um conjunto de condições materiais e formais estabelecidas na constituição, denominados limite dos limites dos direitos fundamentais. · REQUISITOS FORMAIS: É o que exige lei para a restrição de um direito. No caso brasileiro e a reserva legal extraída do princípio da legalidade artigo 5º inciso II. Exemplo, inviolabilidade domiciliar, pode o Estado restringir o direito do indivíduo apenas com a clausula de exceção, onde a própria constituição traz em seu corpo normativo. · REQUISITOS MATERIAIS: proporcionalidade e necessidade, como nos casos de ponderação de direitos fundamentais. III) HISTORICIDADE: Os direitos fundamentais, frutos das gerações que constituíram os direitos e premissas básicas, constitui-se como um direito acumulativo, no qual, ao longo da história e por necessidades dos indivíduos, serão estabelecidos novos direitos que não excluem os demais. os direitos fundamentais anteriores vão se flexibilizando com os novos, por exemplo: Direito de propriedade – 1ª geração. O direito de propriedade foi flexibilizado com a 2ª geração, onde que, a propriedade tinha que atender a função social e com a 3ª geração, respeitar o equilíbrio ambiental. IV) INALIENABILIDADE: Os direitos fundamentais não podem ser negociados no qual o Estado protege o bem jurídico. Não se pode quantificar os direitos fundamentais, como o direito à vida etc. V) IMPRESCRITIBILIDADE: Não desaparecem pelo decurso do tempo, não perdem validade, são sempre exigíveis. Não prescreve o exercício do direito fundamental. VI) IRRENUNCIABILIDADE: Ninguém pode renunciar definitivamente os direitos fundamentais apenas temporariamente de forma voluntaria. VII) INVIOLABILIDADE: Leis infraconstitucionais são subordinados aos direitos fundamentais, ou seja, uma constituição que adote a alterabilidade da constituição rígida, caso uma norma infraconstitucional conflite com um direito fundamental, a mesma, será considerada inconstitucional. VIII) EFETIVIDADE: Não dependem de regulamentação de lei infraconstitucional para ser aplicados, aplicabilidade imediata por ser destinado exclusivamente aos indivíduos. Proibição do retrocesso dos direitos fundamentais: Não podem ser enfraquecidos ou suprimidos. As normas que os instituem devem ser preservadas para a prática do máximo exercício do direito fundamental. IX) INTERDEPENDÊNCIA: O direito fundamental para ter a sua finalidade tem pontos de intersecção. As garantias são assecuratórias dos direitos Garantia da liberdade de locomoção -> habeas corpus X) COMPLEMENTARIEDADE: Devem-se interpretar os direitos fundamentais de forma agrupadas, não de formas isoladas. Um direito fundamental completa o outro. Deve haver uma interpretação agrupada dos direitos fundamentais. 4) INCIDÊNCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Os direitos fundamentais não regulam apenas as atividades entre o Estado e o indivíduo, mas também pode referir a relação entre os próprios indivíduos, ou seja, entre os particulares, e entre os indivíduos em uma relação desigual. · Quando os direitos fundamentais norteiam a relação entre Estado e os particulares (Pessoas naturais, jurídicas de direito privado) pode-se conceituar essa relação como eficácia vertical dos direitos fundamentais. Pode-se atribuir a aplicabilidade dos direitos negativos, de abstenção do Estado em face do indivíduo. · A projeção de direitos fundamentais nas relações entre particulares (Pessoas naturais, jurídicas de direito privado) se encontram em uma hipotética situação de igualdade jurídica, sendo denominada como eficácia horizontal dos direitos fundamentais, Pode-se relacionar com o direito fundamental de liberdade de expressa em face a outro indivíduo. · Além das relações verticais, horizontais, a uma doutrina que conceitua uma relação diagonal dos direitos fundamentais quando se percebe na relação contratual entre particulares uma desigualdade fática ou jurídica, como destinado nas relações trabalhistas ou costumeiras. Pode-se atribuir a aplicabilidade dos direitos humanitários como o do direito do consumidor. 4 – CONFLITO E RESTRIÇÃOENTRE DIREITOS FUNDAMENTAIS I) TEORIAS QUANTO A RESTRIÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os direitos fundamentais não são considerados absolutos na ordem jurídica contemporânea, não existindo hierarquia entre eles. Partindo dessa premissa, deve-se trabalhar a possibilidade de limitação/restrições aos Direitos Fundamentais e, para isso, existem duas teorias diferentes: a teoria interna e a teoria externa. · Para a teoria interna, não há possibilidade de restrições aos direitos fundamentais, haja vista que a restrição/limite de um direito é algo já internalizado neste, não admitindo intervenção externa. É dizer: os limites já estão contidos no próprio direito. Em resumo, essa teoria defende que ou se tem determinado direito fundamental ou não se tem, não sendo possível que fatores externos delimitem seus alcances. · A teoria externa, por sua vez, defende a possibilidade de restrições aos direitos fundamentais. Nesta teoria, ao contrário da interna, há dois objetos: O direito em si e suas restrições. Há que se destacar que possíveis restrições não interferem no conteúdo do Direito Fundamental, mas apenas na possibilidade de limitação ou restrição ao exercício desse determinado direito. Essa análise, por óbvio, somente pode ser realizada em uma situação concreta. Dessa forma, para essa teoria, direito é uma coisa e restrição é outra, estando as restrições "fora" do direito. II) FORMAS DE CONFLITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: É possível ocorrer o conflito entre direitos fundamentais, podendo o conflito se darem por: · Concorrência entre direitos fundamentais · Colisão entre direitos fundamentais CONCORRÊNCIA No comportamento de uma pessoa, titular de direito ocorre o conflito de dois direitos fundamentais, como por exemplo: Concorrência entre o direito de liberdade religiosa e a vida. Num contexto em que que uma pessoa, titular de direito, esta adoenta necessitando de uma transfusão de sangue. Nessa situação, a concorrência de direitos fundamentais, onde que de um lado está a crença e de outro a vida. COLISÃO Acontece quando dois ou mais direitos entram em conflito, numa situação concreta onde se dá com dois ou mais titulares de direitos distintos resolvem aplicá-los seus respectivos direitos. Como exemplo, um grupo de pessoas resolve fazer uma manifestação numa rodovia onde pode causar grandes transtornos. Assim, temos dois direitos fundamentais em colisão, o direito de reunião e o de liberdade de locomoção. Os direitos fundamentais não são absolutos e conforme a situação concreta, podem ser relativizados. Não há hierarquia entre os direitos fundamentais. Conclui-se, portanto que, o conflito envolvendo direitos fundamentais devem ser resolvidos sempre pelo meio interpretativo do caso concreto, a partir do juízo de ponderação dos bens jurídicos envolvidos a fim que um seja selecionado e o outro relativizado, porém, não sacrificando totalmente o relativizado. 6) DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS · OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DECLARAM OS BENS EM SI CONSIDERADOS. Os direitos fundamentais expõem os direitos como os valores mais importantes do Estado, do indivíduo no qual merece ser preservado. A melhor doutrina defere como os melhores bens a serem protegidos e tutelados. Os direitos são normas primarias, declaratórias · AS GARANTIAS: entendem-se como instrumento constitucionais que possuem finalidade de proteger os direitos e exercício dos direitos fundamentais As garantias são normas secundarias e assecuratória. DIREITO: LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens HABEAS CORPUS – GARANTIA DA LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA I) INTRODUÇÃO: A assembleia constituinte originária positivou os direitos fundamentais na constituição da República Federativa do Brasil constituindo dos direitos humanos, aqueles conceituados principalmente na carta da declaração universal dos direitos do homem. II) ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO: Posiciona-se que, os direitos fundamentais relacionados no art. 5º da constituição são considerados elementos limitativos e socioideológicos da constituição, aqueles elementos que têm como finalidade obrigar uma abstenção do Estado ao mesmo impondo um agir do Estado bem como vincular os direitos fundamentais a um determinado pretexto histórico e político. III) CLÁUSULAS PÉTREAS: Deve-se relacionar que os direitos fundamentais são cláusulas pétreas materiais explicitas, aqueles elementos que não podem ser abolidos do texto constitucional por meio de uma emenda constitucional, conforme a previsão constitucional do art. 60, §4º, IV. Porém, por outro lado, pode sofrer alteração segundo o posicionamento do Supremo Tribunal Federal desde que não modifique seu núcleo essencial. Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - Os direitos e garantias individuais. Nota-se que o dispositivo constitucional faz apenas referência aos direitos e garantias individuais no qual, faz entender que, dentre os direitos fundamentais, apenas aqueles dispositivos expressos no primeiro capítulo possuem a proteção constitucional. Porém, a interpretação segundo a melhor doutrina majoritária deve ser feita de forma mais abrangente possível, dessa forma, a proteção constitucional se estende IV) ORGANIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO: Na constituição Brasileira, os direitos fundamentais estão expostos no título dos direitos e garantias individuais, onde que, de suma importância, o poder originário classificou os direitos fundamentais por assunto, não por origem histórica. TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS – Art. 5º CAPÍTULO II: DOS DIREITOS SOCIAIS – Art. 6º ao Art. 11. CAPÍTULO III: DA NACIONALIDADE – Art. 12 ao Art. 13. CAPÍTULO IV: DOS DIREITOS POLÍTICOS – Art. 14 ao Art. 16 CAPÍTULO V: DOS PARTIDOS POLÍTICOS – Art. 17 Essa organização dos direitos fundamentais imposto na constituição federal é exemplificativa conforme exposto no próprio parágrafo 2º da constituição. 5 image1.png