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Os direitos de nacionalidade assim como os direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais são espécies de direitos fundamentais; 1) NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL DE NACIONALIDADE As seguintes definições são fundamentais para entender o direito constitucional de nacionalidade; I) DEFINIÇÃO DE ESTADO: O Estado é formado pelos respetivos elementos, povo, território e soberania que por meio do governo, instituições públicas, administram e organizam internamente o país e seu ordenamento jurídico. O Estado Brasileiro é formado pela República Federativa do Brasil, pessoa jurídica de direito público que se organiza política e administrativamente através dos entes federativos, poderes do Estado e suas instituições públicas. II) DEFINIÇÃO DE PAÍS: É a designação geográfica, estrutura territorial que abarca tudo o que se encontra no território dominado por um Estado, como questões sociais, culturais, econômicas, políticas, jurídicas etc. País está relacionado com o território do Brasil, ou seja, o território brasileiro denominado e organizado pelo Estado, ou seja, pela República Federativa do Brasil. III) DEFINIÇÃO DE POVO: Povo é um dos elementos formadores do Estado (Povo, território e soberania), dessa forma, povo é constituído unicamente por nacionais, aqueles indivíduos que são submetidos a um poder político e jurídico em comum. IV) DEFINIÇÃO DE CIDADÃO: Cidadão é o indivíduo que está em pleno gozo dos seus direitos políticos. A definição de cidadão está atrelada ao fundamento da República da cidadania, sendo aquele individuo que possui direitos e deveres de participar das tomadas de decisões políticas e administrativas do Estado. O conceito de povo é diferente do conceito de cidadão, nem todo Brasileiro, é cidadão. O Brasileiro para ser cidadão tem que estar em condições de exercer os seus direitos políticos. V) DEFINIÇÃO SOCIOLÓGICA DE NAÇÃO: Nação é um grupo de indivíduos unidos por laços culturais, naturais de uma determinada língua, etnia. No caso da República Federativa do Brasil, a nação brasileira são os indivíduos que possuem de certa forma um vínculo cultural, com a cultura brasileira, vinculados pela língua portuguesa, relacionando também com as diversas etnias sendo um país com vasta miscigenação. Todos esses elementos formam a nação Brasileira Pode haver em um Estado, várias nações, ou seja, em um determinado Estado, com um ordenamento jurídico próprio pode haver nações diversas, culturalmente, socialmente, politicamente etc. Exemplo: Na Espanha há no mesmo território a nação espanhola e a nação Catalunha com diferente cultura e organização. VI) DEFINIÇÃO DE POPULAÇÃO: São todos aqueles indivíduos que se encontram em território nacional. Ou seja, a população Brasileira e formada pelos nacionais, brasileiros natos ou naturalizados assim como os estrangeiros e apátridas residentes na República Federativa do Brasil. NACIONALIDADE I) DEFINIÇÃO DE NACIONALIDADE: Nacionalidade é a regra legal que vai estabelecer vínculo de natureza política e jurídica do Estado com o indivíduo. O tópico de nacionalidade pode ser concedido como uma norma materialmente constitucional, ou seja, uma norma fundamental para o funcionamento e organização do Estado por ter a responsabilidade de fazer com que o indivíduo possua vínculo com o Estado e integre o seu conceito de povo. Dessa forma, conclui-se que a nacionalidade estendida pela constituição federal vai estabelecer a forma que o individuo nacional, nato ou naturalizado adquire vínculo jurídico e político com a República Federativa do Brasil. II) ESPÉCIES DE NACIONALIDADE: A nacionalidade é classificada da seguinte forma; · Nacionalidade primaria ou originaria · Nacionalidade secundaria; NACIONALIDADE PRIMARIA (ORIGINARIA) I) DEFINIÇÃO DE NACIONALIDADE PRIMARIA: A nacionalidade primaria é o vínculo político e jurídico entre o indivíduo e o Estado que se forma pelo nascimento ou por herança de sangue, sendo o vínculo unilateral e involuntária. Em condições jurídicas, o indivíduo que recebe a nacionalidade por nascimento ou por sangue é definido como brasileiro nato. II) MÉTODO DE DEFINIÇÃO DE NACIONALIDADE PRIMARIA; A constituição adota os seguintes critérios para a vinculação da nacionalidade primaria; - LUGAR DO NASCIMENTO - ‘’IUS SOLIS’’: O indivíduo detém a nacionalidade primaria pelo lugar de nascimento, ou seja, o lugar de nascimento vai definir a nacionalidade do indivíduo. Modelo adotado pela República Federativa do Brasil como regra principal, dessa forma, o indivíduo que nasceu em território nacional, se torna automaticamente brasileiro nato. - DESCENDÊNCIA - ‘’IUS SANGUINIS’’: A nacionalidade é obtida por meio de descendência familiar ou herança de sangue, ou seja, a nacionalidade será estabelecida através da descendência da nacionalidade dos pais para os filhos independentemente do local em que nascer. A República Federativa do Brasil utiliza como método de reconhecimento de nacionalidade o critério ‘’ius solis’’ não só como também o ‘’ius sanguini’’ porém, o Estado brasileiro utiliza o critério do lugar do nascimento como requisito preferência. III) REGRA CONSTITUCIONAL: A Constituição federal expressa de forma clara as regras e condições para adquirir a nacionalidade primaria. A norma do art. 12 da constituição é uma norma taxativa, ou seja, não pode a lei infraconstitucional legislar para decidir quais são os indivíduos considerados brasileiros natos onde que apenas a constituição possui essa prerrogativa. Art. 12. São brasileiros: I – Natos (Nacionalidade primaria) REGRAS DO LUGAR DE NASCIMENTO a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; O critério mais comum utilizado pela República Federativa do Brasil é o critério do lugar do nascimento, dessa forma, será considerado brasileiro nato: Os nascidos em território nacional adquirem por si só a nacionalidade primaria sendo sujeitos de direitos perante o Estado Brasileiro. O sujeito que nasce no brasil será considerado brasileiro nato mesmo que seus pais sejam estrangeiros; Por outro lado, a própria constituição determinou uma única exceção para o indivíduo que nasceu no brasil de pais estrangeiros e não será considerado brasileiro nato e não terá nacionalidade primaria. O indivíduo que nasceu no Brasil, mas os pais (ou pelo menos um deles) estão a serviço do País de origem, isto é, a serviço do Estado de sua nacionalidade. a) João nasceu em território brasileiro, quando seus pais, visitantes alemães, estavam no Brasil em férias.: João é brasileiro nato (critério territorial) mesmo que seus pais sejam estrangeiros conforme regra constitucional; b) José é filho de pais canadenses e nasceu no Brasil. O pai de José é diplomata, a serviço do Canadá, no Brasil.: José não é brasileiro nato. Nesse caso, é aplicada a exceção (filho de pais estrangeiros e um deles estava a serviço do país de origem de sua nacionalidade). c) Maria nasceu no Brasil. Sua mãe é brasileira. Seu pai é israelense, pesquisador, a serviço de Israel no Brasil: Maria é brasileira nata, por ter nascido no Brasil e seu pai não estava a serviço se deu pais de origem. d) André nasceu no Brasil e é filho de pai argentino e mãe boliviana. O pai de André estava no Brasil a serviço do Chile: André é brasileiro nato por ter nascido no brasil mesmo sendo filho de pais estrangeiros e do mesmo não se aplica a exceção do serviço de origem por conta que o pai de André presta serviço para outro estado que não é o seu de origem. Perceba que para ser aplicada a exceção, não basta estar a serviço de algum país, é preciso estar a serviço do país da nacionalidade originaria; CRITÉRIO ‘’IUS SANGUINIS’’ Pelo critério sanguíneo, estende a nacionalidade brasileira para o indivíduo filho de brasileiros que nasceu e outro estado. A constituição estende a nacionalidade em três situações; 1ª POSSIBILIDADE - QUALQUER DOS PAIS BRASILEIROS A SERVIÇO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL b) os nascidos no estrangeiro,de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; - O indivíduo tem que nascer em território estrangeiro - Um dos pais tem que ser brasileiros (pai ou mãe) - Um dos dois tem que estar em serviço do Brasil: Serviço do Brasil compreende estar a serviço; - Representante da administração pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. - Representantes da administração pública indireta: Autarquias, Sociedades de economia mista, fundações públicas. - Contempla servidores e empregados públicos; pesquisadores e cientistas; agentes políticos; diplomatas; militares - Representante organização internacional que o Brasil faça parte - Qualquer função ou cargo em que se tenha a representação indireta do Estado brasileiro, ainda que serviços gerais como (cozinheiro em embaixada brasileira, jardineiro, motorista). Joao, nasceu no Haiti, seu pai, soldado do exército Brasileiro em missão no país. Sua mãe de nacionalidade espanhola é enfermeira também emissão no Haiti; João é brasileiro nato por ser seu pai Brasileiro a serviço do brasil no Haiti. Para o critério ‘’ius sanguinis’’ adotado pelo Brasil, basta que um dos pais seja brasileiro, dessa forma, despreza a nacionalidade e ocupação da mãe. Joao, nasceu na Polônia, seu pai é brasileiro e trabalha como jardineiro na embaixada Brasileiro na Polônia. Sua mãe é Brasileira e trabalha como cozinheira na mesma embaixada; Considera-se João Brasileiro nato pelo critério ius sanguinis, não se necessita que os pais possuem carreiras diplomáticas pode também ser serviços administrativos, consulares etc. 2ª POSSIBILIDADE - REGISTRO EM REPARTIÇÕES BRASILEIRAS COMPETENTES c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira), desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; Se aplica para o indivíduo que nasceu em território estrangeiro, mas seus pais não estão em serviço representativo do Estado nacional. Dessa forma, a constituição determina as seguintes regras para o indivíduo adquirir a nacionalidade nato; - Ter nascido no estrangeiro - Pai ou mãe brasileiras - Registrados em repartições brasileiras competentes: Pode ser registrado em embaixadas ou consulado brasileiro. Joao, nasceu na Áustria, seu pai Brasileiro empregado do Banco Brasileiro privado e sua mãe Austríaca. João pode vir a ser brasileiro nato desde que devidamente registrado em repartição (embaixada ou consulado) competente. João é filho de brasileiros e nasceu na Lituânia, local em que seus pais estavam residindo há seis meses. Sabendo que na Lituânia não há representação diplomática brasileira, seus pais o registraram na embaixada do Brasil em Copenhague, na Dinamarca. João é brasileiro nato, em razão do critério sanguíneo. 3ª POSSIBILIDADE: VENHA A RESIDIR E OPTE PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira), desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; - Ter nascido no estrangeiro - Pai ou mãe brasileiras - Venha residir em território nacional - Opte, depois da maioridade (18 anos) a qualquer tempo a nacionalidade brasileira. O texto constitucional defere que o individuo devera escolher entre a nacionalidade por ele já obtida ou pela nacionalidade brasileira, deve haver a manifestação de vontade. Nesse caso, não se confunde com a naturalização por conta que o procedimento constitucional se aplica para a nacionalidade primaria. Nesse caso, o meio adequado para adquirir a nacionalidade primaria é por meio de pedido judicial de competência da justiça federal, que tem efeito retroativo até a data de nascimento. Caso uma criança, nasça em território estrangeiro, mas ainda com a menoridade, venha residir no brasil, ainda não terá o direito de optar pela nacionalidade por conta que só pode optar depois da maioridade. Como forma, a fim de resguardar os direitos, será equiparado até a maioria e depois, poderá optar por qual nacionalidade. João nasce nos Estados unidos com os seus pais brasileiros. Joao com 40 anos veio a residir no Brasil escolhendo a nacionalidade brasileira, desse modo, pode considerar Joao como brasileiro nato. Onde que houve a manifestação de vontade perante Joao e o Estado Brasileiro João nascido na Espanha em 2000, filho de brasileiros migrou a sua residência para o Brasil e optou pela nacionalidade brasileira em 2024. Porém, em 2020 João cometeu um crime de homicídio contra a sua namorada e por essa razão, veio para o brasil a fim de se esquivar das investigações e futura condenação. Nesse caso, João pode ser extraditado? Não pode ser extraditado, no qual, como direito e garantia individual expresso na constituição, João ao optar pela nacionalidade brasileira nata os efeitos jurídicos se estendem até a data de seu nascimento. Desse modo, como regra, a constituição determina que brasileiro natos jamais serão extraditados; NACIONALIDADE SECUNDARIA, DERIVADA OU ADQUIRIDA I) DEFINIÇÃO DE NACIONALIDADE SECUNDARIA: A nacionalidade secundaria é o vínculo entre o Estado e o indivíduo em que há a opção, há a escolha perante o indivíduo de se naturalizar com a nacionalidade do Estado escolhido. No caso do Brasil, e a escolha do estrangeiro de possuir a nacionalidade brasileira, ou seja, é o pedido para possuir vínculos jurídicos e políticos com o Estado Brasileiro. Em condições jurídicas, o indivíduo que recebe a nacionalidade brasileira por escolha, volitiva, por manifestação de vontade é chamado de Brasileiro naturalizado. A nacionalidade secundaria é sempre voluntaria, no qual a o pedido por parte do estrangeiro em solicitar o vínculo entre o Estado Brasil devendo ser expresso. A República Federativa do Brasil não concede a naturalização de forma tácita; Dessa forma, diferentemente da norma que define a condição jurídica para os brasileiros natos, a norma da naturalização é uma norma exemplificativa, podendo a lei infraconstitucional regulamentar as condições e requisitos para a expedição da nacionalidade brasileira para os estrangeiros. São brasileiros naturalizados aqueles indivíduos que preenchem os requisitos descritos na constituição e na lei infraconstitucional. Art. 12, II - Naturalizados: II) ESPÉCIES DE NACIONALIDADE DERIVADA OU SECUNDARIA · Naturalização ordinária · Naturalização extraordinária NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA CONSTITUCIONAL A constituição expressa na naturalização ordinária regras e requisitos para os indivíduos originários de língua portuguesa como forma de obter a nacionalidade brasileira. A norma constitucional tem como fundamento a semelhança cultural com os países de língua portuguesa, como os seguintes países originários de língua portuguesa: Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Cabo Verde, Portugal, Timor Leste (...) Por essa semelhança cultural, a constituição emprega requisitos mais flexíveis para os seguintes indivíduos. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Como expresso pela própria constituição, deve o indivíduo preencher os requisitos da própria norma constitucional e na forma da lei infraconstitucional; Os requisitos constitucionais são: · Residência na República Federativa do Brasil pelo mínimo 1 ano interrupto, residência legal -> Saídas esporádicas não interrompem o prazo segundo o STF. · Idoneidade moral: É o atributo da pessoa que, no agir, não ofende os princípios éticos vigentes em dado lugar e época. É a qualidade da pessoa ‘’íntegra, imaculada, sem mancha, incorrupta, pura". II) PROCEDIMENTO: A República Federativa do Brasil não destina tacitamente a nacionalidade, deveo indivíduo manifestar à vontade em possui a nacionalidade Brasileira. O procedimento de solicitação da nacionalidade brasileira pelo indivíduo originário de língua portuguesa é realizado por meio de requerimento administrativo. Esse ato administrativo é discricionário fundamentada no fundamento da soberania em que, mesmo que preencha os requisitos, o Brasil analisara o deferimento ou indeferimento da nacionalidade. Leva-se em consideração pelo administrador que analisara, a oportunidade de juízo e convicção Não há direito subjetivo mesmo que o individuo cumpra os seguintes requisitos; III) EFEITOS: Caso de deferimento, surge os efeitos constitutivos, criando uma nova relação jurídica e o individuo recebe a nacionalidade a partir da publicação da decisão no diário oficial da União. Os efeitos são ‘’ex nunc’’ e não retroagem. NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA OU QUINZENÁRIA A naturalização extraordinária é o único caso que o ato é vinculado e cria uma obrigação para o Estado de deferir o pedido de nacionalidade do estrangeiro caso o individuo cumpra os requisitos; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. II) REQUISITOS: São; · O estrangeiro devera residir no Brasil no mínimo a quinze (15) anos ininterruptos · Sem condenação criminal O estrangeiro de qualquer nacionalidade que preenche os requisitos constitucionais, possui subjetivo, direito líquido e certo, o ato é vinculativo, dessa forma, o Estado tem a obrigação de conceder, deferir a nacionalidade brasileira com fundamento das dignidades da pessoa humana, de poder se estabelecer e ter o direito de vinculação com o Estado Brasileiro. PROCEDIMENTO: Como surge um direito subjetivo para o estrangeiro, esse direito deve ser peticionado por meio de requerimento administrativo e por ser ato vinculado, caso cumpra os requisitos constitucionais, o Estado deve conceder a naturalização da nacionalidade brasileira. EFEITOS: Os efeitos do ato administrativos são declaratórios e com a obtenção de nacionalidade, será publicado no diário oficial da união. Porém, por ser declaratório, os seus efeitos são ex nunc e retroagem até a data do pedido. Ou seja, deve reconhecer o estrangeiro como brasileiro naturalizado desde a data do pedido da naturalização não quando se constitui o ato administrativo segundo o STF. 3) EQUIPARAÇÃO ENTRE PORTUGUESES E BRASILEIROS I) INTRODUÇÃO: A constituição materializou um acordo entre Brasil e Portugal, justificado em um contexto histórico de colonização, dessa forma, a constituição formalizou o tratado internacional, postulado como estatuto da igualdade entre Brasileiros e Portugueses tratando os portugueses como se fossem brasileiros. A equiparação não é uma espécie de naturalização e sim, apenas uma equiparação entre os indivíduos. Dessa forma, a própria constituição expressa essa equiparação de tratamentos; Art. 12, § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição; A doutrina chama de ‘’quase nacionalidade’’, aplicado apenas aos portugueses com os seguintes requisitos; · Os portugueses devem ter residência permanente no Brasil · Deve haver reciprocidade, o Brasil trata dos portugueses como Brasileiros e os Portugueses, tratam os brasileiros como Portugueses. Deve haver um acordo bilateral entre as partes. - Dessa forma, preenchido os requisitos, deve o português solicitar a equiparação por meio de requerimento administrativo. - O Estado brasileiro analisa os requisitos se for compridos de acordo com a regra constitucional - Caso os requisitos sejam cumpridos pelo português o Brasil irá conceder uma documentação que comprova a equiparação de um português como se fosse um brasileiro, passa a ter um registro no Brasil. II) EFEITOS: O português equiparado goza dos mesmos direitos do que os brasileiros naturalizados, dessa forma, o estrangeiro português é equiparado ao Brasileiro podendo prestar concursos, exercer cargos públicos, pode votar e ser votado, ou seja, poderia exercer direitos político. Os únicos cargos, funções e atividades que o português equiparado não pode exercer, são aqueles destinados aos Brasileiros natos. · Português naturalizado: O indivíduo deixa a sua nacionalidade anterior e passa a ter nacionalidade brasileira por sua escolha. Livre convicção · Português equiparado: Essa relação não possui uma instabilidade como a naturalização, onde que para o português ser comparado com o Brasileiro, deve haver a reciprocidade, caso não haja mais, o Estado Brasileiro irá reconhecer o português como estrangeiro 4) DIFERENCIAÇÃO DE TRATAMENTO ENTRE O BRASILEIRO NATO E O NATURALIZADO Em regra, aplica-se o princípio da igualdade ou isonomia expresso como direito fundamental básico do caput do artigo 5º da constituição, desse modo, a constituição veda a criação de direitos apenas para brasileiros natos excluindo os naturalizados como forma de diferenciação; Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Como exceção, a constituição determina a seguinte ordem constitucional; § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Em regra, determina-se a vedação de criação de distinções entre brasileiros natos e naturalizados, bem como é inconstitucional a lei infraconstitucional estabelecer distinção entre o brasileiro nato e o naturalizado. Entretanto o dispositivo constituição deixa claro que apenas a constituição poderá estabelecer tratamento diferente entre os brasileiros. DISTINÇÃO QUANTO O PREENCHIMENTO DE CARGOS OU FUNÇÕES PÚBLICAS Uma das diferenciações que a constituição determina em seu texto é quanto a ocupação de cargos ou funções pública conforme o parágrafo 3º do artigo 12. Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - De Presidente da República; O Presidente da República é o maior cargo público em que um brasileiro possa ocupar, nessa justificativa, apenas o Brasileiro nato pode exercer. Tem como justificar a segurança jurídica para que não haja possibilidade de um estrangeiro se naturalizar para ocupar especialmente o maior cargo publico da República Federativa do Brasil e que haja contra os interesses nacionais. II - Vice- Presidente da República Por ser o sucessor do Presidente da República III - De Presidente da Câmara dos Deputados; O cargo de presidente da câmara dos deputados é o sucessor na ausência do Presidente e Vice-presidente da República para o maior cargo público do Estado. O cargo político de Deputado Federal não necessita ser brasileiro nato, pode ser também brasileiro naturalizado ou português equiparado; IV - Presidente do Senado Federal; Na mesma justificativa, em caso de ausência dos demais presidentes, o presidente do Senado Federal poderá eventualmente ocupar o cargo de presidente da República. V - De Ministro do Supremo Tribunal Federal; Para compor a instituição máxima do judiciário da República Federativa do Brasil, é requisito constitucional ser brasileiro nato para ser um dos ministros do Supremo Tribunal Federal. VI - Da carreira diplomática; Cargo exercido por brasileiro nato por justificativa de segurança jurídica, onde que os diplomatas são os agentes que cuidam de informações e interesses do Estado originário, dessa forma, deve-se preservar o nato como ocupante do respectivo cargo. Ministro das relações exteriores não se enquadra como carreira diplomática VII - de oficial das Forças Armadas. Cargo ocupado exclusivamente por brasileiros natos na justificativa do cargo ser de extrema importância para segurança nacional, do Estado e dasdemais instituições democráticas. Por outro lado, o praça pode ser naturalizado, apenas as carreiras de oficialato que devem ser ocupadas por brasileiros natos VIII - de Ministro de Estado da Defesa: O ministro tem como principal prerrogativa ser auxiliar do Presidente da República. No caso do ministro da defesa, é o segundo maior representante das forças armadas, depois do presidente da República. Desse modo, os interesses militares devem ser representados por brasileiro nato a fim de evitar que um estrangeiro se naturalize e conduza para interesses que não seja do Estado nacional. CIDADÃOS QUE COMPÕE O CONSELHO DA REPÚBLICA Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: I - O Vice-Presidente da República – Brasileiro Nato II - O Presidente da Câmara dos Deputados – Brasileiro Nato III - o Presidente do Senado Federal – Brasileiro Nato IV - Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - O Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. PROPRIEDADE DE EMPRESA JORNALÍSTICA Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País Pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagem o brasileiro; · Nato · Naturalizado há mais de 10 anos EXTRADIÇÃO DE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS A diferenciação entre brasileiros natos para os naturalizados na extradição expresso no art. 5º inciso LI LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado), em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. A constituição trás no início a ferramenta a extradição onde que é um processo oficial por onde que um Estado estrangeiro solicita do outro a entrega de um determinado individuo condenado ou suspeita por uma infração penal. Desse modo, quando se fala em ordenamento jurídico próprio, onde que o Brasil possui a sua soberania interna, cada Estado possui as suas próprias regulamentações quanto a extradição. O inciso LI regulamenta a extradição e traz como regra: Tem como direito fundamental do indivíduo e regra que nenhum brasileiro irá ser extradito, onde que brasileiros se dividem em: · Os Brasileiros natos, não serão extraditados de forma alguma para outros países, devem responder pelos crimes cometidos no exterior em território nacional. Mesmo que o brasileiro nato possua dupla nacionalidade, não será extraditado. · Já os brasileiros naturalizados, não podem ser extraditados como regra já em exceção, podem ser extraditados em duas situações específicas: I) Em caso de prática de crime comum, cujo crimes que autorizam a extradição determinados pelo estatuto do estrangeiro. Para a extradição por crime comum, deve o naturalizado ter cometido o crime antes da naturalização. Esse processo, tem como justificação a segurança jurídica e para que não haja impunidade do naturalizado que cometeu o crime e deseja se naturalizar para que não responder pelos seus crimes. II) A constituição permite a extradição do naturalizado após adquirir os direitos de proteção do Estado Brasileiro apenas do crime de envolvimento na prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Segundo decisão do STF, se trata de tráfico internacional de drogas (Extradição é diferente do instituto da punição) O princípio da dupla punibilidade é o princípio que rege o instituto da extradição. Para o Estado Brasileiro aceitar a extradição de um agente levando em consideração os aspectos constitucionais, deve o Estado que solicitou a extradição, possuir em seu ordenamento jurídico o crime que foi prático pelo indivíduo. A mesma regra se aplica para a prescrição, caso haja prescrição no crime cometido pelo individuo, não há a obrigatoriedade de extradição do Brasil daquele individuo PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA I) INTRODUÇÃO: A constituição determina as formas de se adquirir a nacionalidade brasileira bem como as formas de perder o vínculo jurídico e político com o Estado. As hipóteses de perda da nacionalidade prevista da constituição são taxativas, no qual, apenas a constituição determina as formas e regras da perda da nacionalidade; A perda da nacionalidade tem caráter personalíssimo no qual, afeta apenas o individuo e não terceiros que foi estendido a nacionalidade pelo critério da descendência; II) EFEITOS: Os efeitos da perda da nacionalidade têm efeitos ‘’ex nunc’’ não surgindo efeitos retroativos; III) PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR: Com a emenda constitucional nº 131 foi alterado as formas que perda da nacionalidade, desse modo, o objeto de estudo vai ser estudar as novas formas em comparação com a antiga; ANTES DA REFORMA CONSTITUCIONAL Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: · PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA DOS NATURALIZADOS I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; Só se aplica ao brasileiro naturalizado sendo considerado uma punição para o estrangeiro que comete atos nocivos aos interesses nacionais, como a prática de tráfico de drogas, terrorismo, etc. Nesse caso, por meio de um processo judicial o ministério público pedia o cancelamento da naturalização. O processo tinha natureza civil tendo a justiça federal como competente a julgar o processo. A lei de imigração determinava que com a sentença em trânsito em julgado, era decretado a pena de cancelamento da naturalização, perde a naturalização brasileira. Por outro lado, podia o indivíduo que perdeu a nacionalidade retomar o vínculo político e jurídico com o Estado Brasileiro se dava apenas por nova decisão judicial através de uma ação rescisória. Alexandre de Moraes interpretando a lei de migração, define que pode o individuo retomar a nacionalidade por novo processo de naturalização, porém, é uma doutrina minoritária, sendo a majoritária entedia que só voltara a ter direito de nacionalidade com nova decisão judicial. · PERDA DA NACIONALIDADE POR ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE II - Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Em regra, o brasileiro seja ele o nato ou naturalizado que adquire outra nacionalidade por um ato facultativo, de escolha, perde a nacionalidade brasileira. O Estado Brasileiro não concedia a possibilidade do individuo ter duas nacionalidades concomitante. A constituição determinava as exceções para que o indivíduo pudesse constituir de duas nacionalidades, nas seguintes hipóteses; a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; Preserva-se quando o Estado estrangeiro reconhece a nacionalidade brasileira. b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Permanecerá a nacionalidade brasileira em casos em que a lei estrangeira impõe obrigatoriedade a naturalização para o indivíduo exercer direitos civis PERDA DA NACIONALIDADE APÓS REFORMA CONSTITUCIONAL A nova regra constitucional flexibilizou a possibilidade da perda de nacionalidade brasileira, dessa forma, a perda de nacionalidade se dá em duas hipóteses; § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: · PERDA-PUNIÇÃO I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; É uma forma de punição apenas ao brasileiro naturalizado condenadopor: · Fraude no Processo de Naturalização · Atentado contraordem constitucional e o Estado Democrático PROCEDIMENTO: Nesse caso, por meio de um processo judicial o ministério público pede o cancelamento da naturalização. O processo tem natureza civil tendo a justiça federal como competente a julgar o processo. EFEITOS: A constituição determina que a perda se dá através de decisão judicial porem a lei infraconstitucional que regula determina a perda após o trânsito em julgado RENÚNCIA DA NACIONALIDADE II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira competente, ressalvadas situações que acarretem apátrida. Uma das possibilidades prevista na constituição da perda da nacionalidade é pela própria solicitação expressa do brasileiro, nato ou naturalizado O pedido deve ser feito através da autoridade competente por meio de um processo administrativo. VEDAÇÃO: A constituição veda a renúncia que torne o individuo apátrida, aquele que não possui nenhuma nacionalidade válida. § 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do § 4º deste artigo, não impede o interessado de readquirir sua nacionalidade brasileira originária, nos termos da lei. Por outro lado, pode o indivíduo que perdeu a nacionalidade por renúncia retomar o vínculo político e jurídico com o Estado Brasileiro. O pedido de retorno da nacionalidade retoma a condição originaria do indivíduo, de brasileiro nato ou naturalizado. A constituição determinou a lei infraconstitucional estabelecer a forma de readquirir a nacionalidade. SÍMBOLOS NACIONAIS Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. image1.jpg