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EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mercado Financeiro Produtos Financeiros de Renda Fixa Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior São Paulo, Abril 2024 1 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Mini Currículo do Professor Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Forte experiência em Finanças Corporativas, M&A, Valuation, Project Finance e Controladoria adquirida durante a vida acadêmica e profissional em consultorias, boutique de investimento e em grandes multinacionais, tendo participado de diversas transações. Atualmente é Assessor Financeiro e Professor de Finanças Corporativas. Doutor pela Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), com estágio doutoral na Universidade de Columbia em Nova York; Mestre em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV), e Mestre em Finanças pela Universidade de São Paulo (FEA-USP); formado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (FEA-USP). Professor de Finanças no Insper, na UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, na FIA, e na Saint Paul Escola de Negócios. Financial Advisor na Plata Capital Partners e na Pezco Economic & Business Intelligence. Sócio fundador do Finanças 101, canal no YouTube com vídeos e aulas de finanças e economia. Contato: jose.carrera@unifesp.br 2 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Fonte • ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro 14a Edição. Atlas. São Paulo 2018 3 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Empréstimos vs. Financiamento • Empréstimos o Operação pela qual o consumidor obtém recursos para antecipar a realização de seus desejos o Não está vinculado à compra de um produto ou serviço específico o O tomador do empréstimo utiliza o dinheiro para objetivo que lhe convier o Exemplos: Capital de Giro Desconto de duplicatas Cheque especial, Etc. • Financiamentos o É o ato de pagar um produto ou serviço de uma pessoa, ou de outra empresa, através de empréstimo. o O financiamento diferencia-se do empréstimo por estar vinculado à venda de um bem ou serviço específico o Exemplos: Leasing, Crédito Imobiliário Veículos etc. 4 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Cessão de Crédito e Assunção de Dívida • Cessão de Crédito o Operação realizada entre instituições financeiras interessadas em negociar carteiras de crédito/direitos de crédito o Cedente = quem cede o direito de crédito / Cessionário = recebeu o direito de crédito o Os créditos podem ser créditos com transferência total ou parcial de seu risco – spread vai depender disso o Pode ser gratuita ou onerosa o Não pode ter má fé nem oposição à natureza da obrigação (ex. pensão alimentícia) o Não depende da anuência do devedor, mas precisa da notificação do devedor o A cessão estará proibida se houver uma cláusula proibitiva no contrato (ex: o pagamento será feito somente para XPTO) • Assunção de Dívida o Troca de Devedor: Antigo devedor = Devedor Primitivo / Novo Devedor = Assuntor o Credor deve ser consultado. Ele decidirá se permite a troca do devedor / aceite o Operação destinada a empresas com recursos em caixa para quitação de uma dívida futura o O banco negocia a liberação de recursos equivalentes ao valor de liquidação da dívida vincenda, garantindo uma aplicação financeira a taxas superiores às geralmente praticadas, para os fundos a serem utilizados na quitação. Com isso, a empresa consegue baratear o custo de sua dívida 5 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Títulos de Crédito • DUPLICATA o Título de crédito representativo de uma transação de compra e venda mercantil, ou prestação de serviços, a prazo o Derivada de uma fatura/nota fiscal de compra e venda o Quem emite a duplicata é quem vende (sacador) • FATURA (NÃO É TÍTULO DE CRÉDITO) o Documento que comprova a operação comercial realizada, podendo incorporar uma ou mais notas fiscais. Entretanto, não é permitida a emissão de uma duplicata representativa de várias faturas (apenas uma fatura por duplicata) o Discrimina as mercadorias e/ou serviços, e as demais informações das notas fiscais emitidas pelas transações realizadas • LETRA DE CÂMBIO o Ordem de pagamento emitida pelo credor (sacador) contra o devedor (sacado). O favorecido da letra de câmbio pode ser o próprio sacador ou um terceiro o Muito comum serem emitidas por financeiras (SCFI) para captação de recursos (similar a um CDB para bancos) o Tem cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito • NOTA PROMISSÓRIA o Título de crédito que representa uma promessa de pagamento feita/emitida pelo devedor em favor de um credor 6 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Crédito Concedido pelos Bancos 7 CRÉDITO CONCEDIDO PELOS BANCOS • Maior parte das operações dos bancos • Taxas de juros livremente estabelecidas entre tomadores e instituições financeiras • Uma parcela deve necessariamente ser direcionada para operações de crédito específicas, com taxas, volume e prazo preestabelecidos pelo Banco Central • Beneficiários: setor rural, infraestrutura e habitacional Recursos Livres Recursos Direcionados EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Garantias Pessoais e Reais 8 Fiança Aval Garantia em que terceiros assumem com o devedor a obrigação pelo pagamento da dívida (responsabilidade subsidiária para contratos em geral – só será acionada caso o devedor não cumpra a obrigação) Garantia por meio da qual terceiros assumem com o devedor a obrigação pelo pagamento da dívida (responsabilidade solidária para títulos de crédito) Devedor solidário Há solidariedade na mesma obrigação concorre mais de um devedor à dívida total Hipoteca Alienação fiduciária Bem imóvel com garantia da operação de crédito – princípio posse + propriedade O devedor transfere para a instituição financeira a propriedade de um bem, ficando com apenas a posse Penhor Devedor dá à instituição financeira bens móveis ou aplicações como posse e propriedade em garantia da operação de crédito Garantias Pessoais ou Fidejussórias Garantias Reais EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Principais Produtos de Crédito 9 PF – Pessoa Física • Cheque especial • Cartão de crédito • Empréstimos “consignados” • CDC – Crédito direto ao consumidor • Empréstimo pessoal • Crédito Imobiliário • Etc. PJ – Pessoa Jurídica • Capital de Giro • Desconto de Duplicatas • Conta Garantida • Vendor /Compror • Leasing • Financiamento ao Comércio Exterior (ACC e ACE) • Etc. EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Caderneta de Poupança • Modalidade de investimento mais tradicional do Brasil • Conservadora, com baixo risco e menor retorno • Remuneração: o Se a taxa Selic > 8,5%: 0,5% a.m. + TR o Se a taxa Selic < 8,5%: 70% da taxa Selic mensalizada + TR • TR: Taxa Referencial, baseada nas LTNs (Tesouro Pré-Fixado) descontada por um redutor (percentual) definido pelo Banco Central • Rendimentos creditados mensalmente, na data de aniversário (dia da abertura ou data que foi feito o depósito/aplicação) o Caso haja retirada antes dadata de aniversário, a caderneta de poupança não paga nenhum rendimento o A remuneração é calculada sobre o menor saldo no período: Se depositou R$ 100 mil e sacou R$ 80 mil a rentabilidade é sobre os R$ 20 mil o Para os dias 29, 30 e 31 a data de aniversário é o Dia 1 • Possui liquidez imediata e é isenta de imposto de renda para pessoas físicas e tributado na pessoa jurídica • Recursos captados pela instituição financeira são direcionados, em sua maior parte, ao financiamento imobiliário (Sistema Financeiro de Habitação) • Não é um recurso de uso livre: 60% (rural) - 65% (comum) do recurso é destinado para crédito habitacional • Entidades que fazem parte do SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (Caixa Econômica Federal, Sociedades de Crédito Imobiliário, bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliários e as APEs – Associações de Poupança e Empréstimo • Garantidas pelo FGC – Fundo Garantidos de Crédito 1010 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Caderneta de Poupança – Exemplo • Calcular a rentabilidade anual de uma caderneta de poupança admitindo: o Selic = 9,0% a.a. e TR = 1,75% a.a. Taxa de Retorno = 0,5% a.m. + TR Taxa de Retorno = (1+ 0,005)^12 * (1 + 0,0175) - 1 Taxa de Retorno = 1,005^12 * 1,0175 - 1 Taxa de Retorno = 8,0257% a.a. o Selic = 7,0% a.a. e TR = 1,50% a.a. Taxa de Retorno = 70% Selic + TR Taxa de Retorno = (1+ 0,07*70%) * (1 + 0,015) - 1 Taxa de Retorno = 1,049 * 1,015 - 1 Taxa de Retorno = 6,4735% a.a. 1111 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior A Vida Como Ela É!!! • Um investidor aplicou $10.000,00 na poupança exatamente há um mês do dia de hoje. O investidor resgatou essa aplicação hoje. Calcule: o Juros em $ o Juros em % ao ano oValor Resgatado 12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior TR – Taxa Referencial • É utilizada no cálculo do rendimento da Caderneta de Poupança, em empréstimos do SFH – Sistema Financeiro da Habitação, dentre outras operações • Foi criada em 1991, no Plano Collor II, com a intenção de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês • Visando a desindexação da economia e o combate à inflação, o objetivo era evitar que a taxa de juros do mês corrente refletisse a inflação do mês anterior o Sob esta ótica, deveria corrigir todos os instrumentos financeiros de mercado que previssem alguma forma de indexação o As autoridades monetárias esperavam que a TR funcionasse como uma taxa básica referencial da economia • É calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central • Deriva da TBF – Taxa Básica Financeira o Criada em 1995 com o intuito principal de alongar o perfil das aplicações financeiras o A partir de Fevereiro de 2018 a formação da TBF - Taxa Básica Financeira passa a ser com base nas taxas de juros das LTNs (Letras do Tesouro Nacional) ou Tesouro Prefixado, que são registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). o A TBF de um mês será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da aplicação, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93, procedimento necessário para ajustar a diferença entre as taxas das LTNs e as dos CDBs/RDBs de mesmo prazo. 13 𝑻𝑹 = 𝟏 + 𝑻𝑩𝑭 𝑹 − 𝟏 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDB e RDB – Certificado/Recibo de Depósitos Bancários • Tipo de depósito à prazo • Forma mais usual dos Bancos captarem recursos • Obrigação de pagamento futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituição financeira. • Remuneração pré ou pós-fixada • Pode ou não ter liquidez imediata • Há incidência de IR (tabela regressiva) e IOF (tabela regressiva) sobre os rendimentos do CDB. • Principal risco: insolvência da instituição financeira emitente, sendo garantido até o limite assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) • CDB pode ser transferido por meio de endosso, sendo, portanto, negociável no mercado. O RDB é obrigatoriamente nominativo e intransferível • O RDB, diferentemente do CDB, é um título inegociável e intransferível em qualquer data antes de seu vencimento • Os títulos são emitidos de forma escritural e custodiados na CETIP (agora incorporada pela B3 – Bolsa de Valores) 1414 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDB e RDB – Certificado/Recibo de Depósitos Bancários – Exemplo • Qual o montante líquido a ser resgatado de uma aplicação de R$ 6.000.000,00 um CDB cujo rendimento é de 90% do CDI e a alíquota de imposto de renda é de 22,5% considerando os 5 dias a seguir de aplicação? o Taxa DI dia 1 = 4,90% a.a. o Taxa DI dia 2 = 4,90% a.a. o Taxa DI dia 3 = 4,40% a.a. o Taxa DI dia 4 = 4,40% a.a. o Taxa DI dia 5 = 4,15% a.a. 15 A B C = 1 + A*B Montante * Fator Acum. CDI Fórmula CDI Diário % DI Fator Diário Fator Acumulado Valor Bruto Rendimento Bruto IR % IR Rendimento Líquido Valor Líquido 4,90% (1+4,9%)^(1/252)-1 0,0001898 90,00% 1,00017086 1,00017086 R$ 6.001.025,18 R$ 1.025,18 22,50% R$ 230,67 R$ 794,52 R$ 6.000.794,52 4,90% (1+4,9%)^(1/252)-1 0,0001898 90,00% 1,00017086 1,00034176 R$ 6.002.050,54 R$ 2.050,54 22,50% R$ 461,37 R$ 1.589,17 R$ 6.001.589,17 4,40% (1+4,4%)^(1/252)-1 0,0001709 90,00% 1,00015380 1,00049561 R$ 6.002.973,64 R$ 2.973,64 22,50% R$ 669,07 R$ 2.304,57 R$ 6.002.304,57 4,40% (1+4,4%)^(1/252)-1 0,0001709 90,00% 1,00015380 1,00064948 R$ 6.003.896,88 R$ 3.896,88 22,50% R$ 876,80 R$ 3.020,08 R$ 6.003.020,08 4,15% (1+4,15%)^(1/252)-1 0,0001614 90,00% 1,00014523 1,00079481 R$ 6.004.768,84 R$ 4.768,84 22,50% R$ 1.072,99 R$ 3.695,85 R$ 6.003.695,85 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior A Vida Como Ela É!!! • Um investidor aplicou $10.000,00 em um CDB que rende 102% do DI exatamente há um mês do dia de hoje. O investidor resgatou essa aplicação hoje. Considerando uma alíquota de imposto de renda de 22,5% sobre os ganhos calcule: o Valor Bruto Resgatado o Juros Bruto em $ o Juros Bruto em % ao ano o Juros Líquido em $ o Juros Líquido em % ao ano o Valor Líquido Resgatado o Compare com a rentabilidade desse valor aplicado na poupança 16 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro • São títulos que lastreiam as operações realizadas entre os bancos • São títulos emitidos por instituições financeiras e têm por função básica viabilizar a transferência de recursos entre os participantes do interfinanceiro • Os bancos devem encerrar o dia com suas posições de caixa sempre zeradas. Quando apuram excedentes de caixa sem remuneração ao final do dia, procuram aplicar esses recursos em outras instituições que fecharam o dia necessitando de dinheiro. Ao contrário, bancos com falta de fundos para fecharem sua posição financeira de caixa procuram o mercado para tomar recursos junto àqueles que apresentam superávit de dinheiro • São geralmente operações compromissadas, de 1 dia, podendo ocorrer em prazos maiores. o Os CDIs negociados por um dia são conhecidos por Depósitos Interfinanceiros (DI) • As operações com CDIs no mercado interfinanceiro são controladas, registradas e liquidadas pela Cetip (incorporada pela B3) • Esses títulos estão isentos de impostos e os juros são definidos pela denominada taxa over, geralmente EXPRESSA LINEARMENSAL e capitalizada pelos dias úteis da operação (252 dias úteis no ano) o Taxa over mensal por convenção = taxa over dia * 30 17 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Fórmulas Importantes 18 Fórmula de Fischer Spread de Risco Rentabilidade Líquida de Imposto de Renda EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Exemplo • Um banco anuncia pagar 22,6% ao ano para aplicação em CBD prefixado de sua emissão. É projetada uma inflação de 7,2% ao ano, e o mercado trabalha com a taxa básica de juros da economia em 6% ao ano em termos reais (NTN-B ou Tesouro IPCA+). Determine a rentabilidade efetiva líquida de imposto de renda de 20%, a rentabilidade real, e o risco embutido no papel. 19 22,6% 20% 18,08% 10,15% 7,2% 3,92% 6,0% Rentabilidade Bruta Nominal Rentabilidade Líquida Nominal Imposto de Renda Rentabilidade Real Inflação Taxa Livre de Risco Risco 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 ∗ 1 − 𝐼𝑅% 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 22,6% ∗ (1 − 20%) 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙 = (1 + 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙) (1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜) − 1 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑎𝑙 = (1 + 18,08%) (1 + 7,2%) − 1 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 = (1 + 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) (1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐿𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜) − 1 𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 = (1 + 10,15%) (1 + 6,0%) − 1 Taxa livre de Risco Inflação Spread de Risco Rentabilidade Líquida Nominal EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Crédito Consignado • Linha de crédito concedida a funcionários públicos e trabalhadores de empresas privadas regularmente registrados, cuja liquidação é realizada através de desconto das prestações em folha de pagamento • Taxa de juros costumam ser mais baixas do que outras formas convencionais de empréstimos dado o menor risco de crédito • Os prazos, os montantes e juros da operação são negociados entre as partes 20 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Desconto de Duplicata e Título • O desconto de duplicatas visa atender as necessidades de caixa IMEDIATA das empresas, antecipando recursos que iriam ser recebidos no futuro pelo cliente, oriundos de suas vendas a prazo, com o fim de cobertura de despesas inesperadas ou para aumentar a capacidade de CAPITAL DE GIRO da empresa • Antecipa valores a receber (pelo fornecedor ou cedente) de uma operação comercial de venda a prazo (ao cliente ou sacado) • Envolve principalmente Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques • Empréstimo mediante a garantia de um título representando um crédito futuro (ANTECIPAÇÃO DE RECEBÍVEIS) • Cobra-se uma taxa de desconto normalmente LINEAR antecipadamente sobre o valor original do título (valor nominal ou valor de face), calculada pelo prazo da operação em DIAS CORRIDOS • O valor liberado ao tomador é inferior ao valor nominal do título em razão da cobrança antecipada de juros e encargos • Antecipa valores a receber (pelo fornecedor ou cedente) de uma operação comercial de venda a prazo (ao cliente ou sacado) • Pode ser com direito de regresso ou sem direito de regresso (banco assume o risco do cliente) o Em geral, a responsabilidade final da liquidação do título negociado caso o sacado (devedor que neste caso é o cliente) não pague é do sacador • A taxa de juros é cobrada antecipadamente, onde a taxa de desconto normalmente é LINEAR, calculada pelo prazo (dias corridos à vencer) da duplicata ou cheque • Tributação: IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras 21 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Desconto de Duplicata e Título – Exemplo • Uma duplicata de R$ 70.000,00 é descontada junto a um banco 46 dias corridos antes de seu vencimento. A taxa de desconto cobrada é de 2,7% ao mês, sendo 0,0082% ao dia o IOF incidente sobre a operação (valor descontado). É cobrado também um adicional de IOF de 0,38% sobre o da operação (valor descontado). O banco cobra ainda uma TAC – Taxa de Abertura de Crédito de 1,5% sobre o valor nominal do título no ato da liberação dos recursos. • Qual o custo (taxa) efetivo mensal e o valor recebido no ato? Desconto Comercial (juros simples) VP = FV * (1 – i*n) (=) VP = R$ 70.000 * [1 – 0,027 * (46 dias / 30 dias )] = R$ 67.102,00 (-) IOF = 0,0082% * 46 dias * R$ 67.102,00 = R$ 253,10 (-) IOF Adicional = 0,38% * R$ 67.102,00 = R$ 254,98 (-) TAC = 1,5% * R$ 70.000 = R$ 1.050,00 (=) Valor Líquido Liberado = VP – IOF – IOF Adicional – TAC (=) Valor Líquido Liberado = R$ 67.102,00 – R$ 253,10 – R$ 254,98 – R$ 1.050,00 = R$ 65.543,92 Taxa de juros mensal efetiva: (FV/PV)^(1/n) – 1 => BASE JUROS COMPOSTOS Taxa de juros mensal efetiva = (R$ 70.000 / R$ 65.543,92) ^ (30/46) – 1 => na HP12c 70000 [CHS] [FV] 65543,92 [PV] 46 [ENTER] 30 [/] [n] [i] Taxa de juros mensal efetiva: 4,38% ao mês 22 PV = R$ 65.543,92 FV = R$ 70.000,00 n = 46 dias n = 46 dias / 30 dias = 1,533 meses i = 4,38% a.m. EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Factoring (faturização) • Operação voltada sobretudo à prestação de serviços às pequenas e medias empresas, como gestão de caixa, e estoques, controle de contas a pagar e a receber, negociação com fornecedores, etc. • Como consequência desses serviços prestados, a empresa de factoring adquire/compra os direitos creditórios resultantes das vendas a prazo realizadas de forma definitiva, assumindo todo o risco inerente ao crédito concedido pela empresa vendedora (cessão pro soluto) o A empresa de factoring não é classificada como uma instituição financeiras, sendo vedada a realização de operações de concessão de crédito • Uma empresa de factoring, por não ser uma instituição financeira, não capta recursos juntos aos poupadores de mercado, respondendo integralmente pelos resultados de seus negócios • Há casos em que a empresa de factoring passa a controlar os fluxos de caixa da empresa-cliente, exercendo efetivamente a gestão financeira de curto prazo • A operação de factoring também é praticada pela intermediação na compra de matérias-primas para empresas-cliente. Por meio da negociação direta com fornecedores, o factoring pode conseguir melhores condições de compra 23 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Contas Garantidas ou Conta Empréstimo 24 • Conta empréstimo (conta garantida), com um valor-limite de crédito de utilização rotativa, destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro e que normalmente é movimentada diretamente pelos cheques emitidos pelo cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação • Crédito rotativo livre para suprir necessidades imediatas de caixa – CAPITAL DE GIRO • Equivale à abertura de uma conta com um limite de crédito garantido pré-estabelecido pela instituição bancária • Vinculadas a conta corrente PESSOA JURÍDICA • Amortização automática do saldo devedor, quando ocorrem depósitos na conta corrente • Pode ser usado integralmente ou parcialmente • As contas são movimentadas geralmente mediante cheques, podendo ocorrer depósitos para cobrir o saldo devedor. • São cobrados encargos sobre o saldo remanescente a descoberto ao fim do mês • Os contratos de conta garantida normalmente têm um prazo de 180 dias, tendo GARANTIAS adicionais (diferem-se do cheque especial por isso) além de direitos creditórios, notas promissórias,duplicatas, recebíveis, avalista, fiador, penhor, ou outros • Algumas contas garantidas tem caráter apenas de conta devedora, funcionam separadas da conta corrente e, normalmente, exigem do cliente o aviso com antecedência dos valores a serem sacados • Pode ser utilizada taxa pré ou pós-fixada • Tributação: IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Créditos Rotativos e Cheque Especial • Linhas de crédito que visam ao financiamento das necessidades de caixa imediata (CAPITAL DE GIRO) das empresas • É o limite de crédito rotativo, concedido diretamente na conta corrente de forma livre movimento, permitindo o saque até o limite contratado • Semelhante às contas garantidas, diferenciando-se por serem operadas normalmente com garantia de duplicatas (o limite do crédito é calculado como um percentual sobre as duplicatas entregues como garantia) • Uso emergencial e temporário • Limite de 30 dias no rotativo: a partir daí a instituição financeira deve oferecer outra alternativa • Taxa de juros elevada 25 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Hot Money • Empréstimos de curto e curtíssimo prazo (emergencial), normalmente de 1 a 29 dias, direcionadas para suprir necessidades mais imediatas de caixa • As taxas cobradas seguem os juros do mercado interbancário (taxa dia do CDI + spread) • Garantia: normalmente notas promissórias e duplicatas com ou sem aval dos sócios oMáquinas e veículos também podem servir como garantia • Fluxo: Juros pagos antecipados e principal no final ou ambos ao final da operação 26 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Hot Money – Exemplo (1) • Admita uma operação hot money contratada por três dias úteis no valor de R$ 2.500.000,00. As taxas DIs estabelecidas para cada dia são, respectivamente, de 12,00% ao ano, 12,00% ao ano e 11,50% ao ano. • O Banco cota a operação em DI + 8%, incidindo também 0,38% de IOF sobre o valor total da operação e 0,0082% ao dia de IOF, descontado antecipadamente • O IOF é pago diariamente e os juros são acumulados ao montante da dívida e liquidados ao final da operação • Quais os valores e o custo efetivo? 27 Dia CDI (+) Spread (=) Taxa (=) Taxa ao Dia Útil 1 12,00% 8,00% 20,00% (1 + 20,00%)^(1/252) – 1 = 0,0724% 2 12,00% 8,00% 20,00% (1 + 20,00%)^(1/252) – 1 = 0,0724% 3 11,50% 8,00% 19,50% (1 + 19,50%)^(1/252) – 1 = 0,0707% Fórmulas Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 A Saldo Devedor + Juros Inicial 2.500.000,00 2.500.000,00 2.501.604,40 2.503.209,83 B (x) IOF 0,3800% 0,0082% 0,0082% 0,0082% C = A * B (-) IOF Pago -9.500,00 -205,00 -205,13 -205,26 D = A - C (=) Renovação Empréstimo 2.490.500,00 2.499.795,00 2.501.399,27 2.503.004,57 E (x) Juros - 0,0724% 0,0724% 0,0707% F = E * A (+) Juros $ - 1.809,40 1.810,56 1.770,22 G = A - C + F (=) Saldo Devedor + Juros Final - 2.501.604,40 2.503.209,83 2.504.774,78 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Hot Money – Exemplo (3) • Admita uma operação hot money contratada por três dias úteis no valor de R$ 2.500.000,00. As taxas DIs estabelecidas para cada dia são, respectivamente, de 12,00% ao ano, 12,00% ao ano e 11,50% ao ano. • O Banco cota a operação em DI + 8%, incidindo também 0,38% de IOF sobre o valor total da operação e 0,0082% ao dia de IOF, descontado antecipadamente • O IOF é pago diariamente e os juros são acumulados ao montante da dívida e liquidados ao final da operação • Quais os valores e o custo efetivo? 28 Valor Liberado R$ 2.490.500,00 Valor Pago IOF 3 dia + Juros + Principal R$ 2.504.980,05 IOF 1 dia R$ 205,00 IOF 2 dia R$ 205,13 1 dia 2 dia 3 dia Taxa Efetiva = TIR do fluxo Na HP12C 2490500,00 [g] [CHS] [Cfo] 205,00 [g] [Cfj] 205,13 [g] [Cfj] 2504980,05 [g] [Cfj] [f] [IRR] Taxa Efetiva de 0,1989% ao dia útil No Excel Fórmula TIR ou IRR Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Valor Recebido 2.500.000,00 IOF -9.500,00 IOF Diários -205,00 -205,13 -205,26 Juros Acumulados -5.390,18 Principal -2.500.000,00 IOF Diários Pagos 615,39 (=) Fluxo de Caixa 2.490.500,00 -205,00 -205,13 -2.504.980,05 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Empréstimo e Financiamento de Capital de Giro e Pagamento de Tributos • Empréstimo de curto prazo com prazo determinado, com ou sem amortizações parciais, para atender necessidades de caixa das empresas • Formalização contratual que estabelece as condições básicas da operação, como garantias, prazo de resgate, encargos, juros, etc. • É um empréstimo com prazo determinado, para pessoas jurídicas com a finalidade de financiar o capital de giro da empresa • As taxas são geralmente prefixadas, podendo ocorrer amortizações do principal dependendo da negociação • Também poderá ser contratado que o saldo principal seja pago somente no final do contrato e que os encargos sejam pagos mensalmente • Garantias: Notas Promissórias, duplicatas, avais, alienação fiduciária de bens ou imóveis, em valores superiores ao emprestado (120%, 150%, p.ex.) 29 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Vendor 30 1 2 34 5 6 Comprador (Cliente) paga a prazo para o Banco, incorrendo em juros Geralmente uma grande empresa fornecedora ou vendedora Taxas mais competitivas pelo menor risco. Se o comprador não pagar, o vendedor paga Empresa Vendedora Quer Receber á Vista Comprador (Cliente) efetua pedido de compra ao Vendedor (Fornecedor) Empresa Compradora Quer Pagar a PrazoVendedor (Fornecedor) fatura à vista e entrega bem e/ou serviço ao Cliente Banco ou Instituição Financeira Vendedor (Fornecedor) envia planilha de financiamento contratado com o Banco e faz uma cessão de créditos com AVAL Banco libera recursos diretamente ao Vendedor (Fornecedor) via uma operação de desconto cobrando juros e taxas Banco envia boleto de cobrança ao Cliente (Comprador) Uma instituição financeira paga à vista a uma empresa comercial (vendedora ou fornecedora) os direitos relativos às vendas realizadas e recebidos em cessão, em troca de uma taxa de juros de intermediação A empresa Vendedora (Fornecedor) recebe à vista, enquanto que a empresa compradora terá taxas menores cobradas pelo banco do que se tomasse o empréstimo no mercado EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Compror 31 1 2 35 4 Geralmente uma grande empresa compradora Empresa Compradora Quer Pagar a Prazo Comprador (Cliente) efetua pedido de compra ao Vendedor (Fornecedor) Empresa Vendedora Quer Receber a VistaVendedor (Fornecedor) fatura à vista e entrega bem e/ou serviço ao Cliente Banco ou Instituição Financeira Comprador (Cliente) envia planilha de financiamento contratado Banco envia boletos de cobrança para o Comprador (Cliente) Banco libera os recursos a vista diretamente para o Vendedor (Fornecedor) Operação semelhante ao vendor, porém na visão do comprador (financiamento – prazo - a fornecedor) Cliente (Comprador) compra o bem à vista, com financiamento direto do banco, cedendo o direito de crédito do fornecedor ao banco Diferença: o vendedor não concede aval (não assume o risco de crédito do seu cliente) Operação muito utilizada no mercado brasileiro (ex. programas de financiamento a fornecedores de grandes empresas). 6 Comprador (Cliente) paga o banco a prazo incorrendo em juros e taxas EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios– Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Risco Sacado Forfait 32 1 2 3 4 Geralmente uma grande empresa compradora Empresa Compradora (Sacado) Quer Pagar a Prazo Comprador (Cliente) efetua pedido de compra a prazo ao Vendedor (Fornecedor) Empresa Vendedora (Cedente) Quer Receber a Vista Vendedor (Fornecedor) fatura/envia a nota fiscal a prazo e entrega bem e/ou serviço ao Cliente Banco ou Instituição Financeira Envia as notas confirmadas e autorização do uso do crédito (linha previamente aprovada) Solicitação e Antecipação dos Recebíveis Banco antecipa os recursos a diretamente para o Vendedor (Fornecedor). O fornecedor não precisa ser cliente da instituição financeira Operação bastante comum no varejo. Modalidade de financiamento ao fornecedor por meio da antecipação de recebíveis. A empresa compradora, em conjunto com uma instituição financeira, oferece o serviço de antecipação para os seus fornecedores. Não há IOF. 6 Comprador (Cliente) paga o banco a prazo EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Commercial Papers – Nota Promissória 33 • Nota promissória de curto prazo emitida por uma sociedade tomadora de recursos para financiar suas necessidades de curto prazo – CAPITAL DE GIRO o Promessa de pagamento • Emitidos pelas SOCIEDADES ANÔNIMAS – S.A. NÃO FINANCEIRAS • Negociado no mercado com um deságio (desconto) sobre seu valor nominal • A garantia é o próprio desempenho da empresa emissora, e os papéis podem ser mantidos na carteira ou repassado à clientes investidores o Não tem garantia real (bens) nem cobertura do FGC – pode haver fiança bancária • Menor custo financeiro e maior agilidade em tomar recursos no mercado, eliminando a necessidade de intermediação bancária • Despesas de emissão: registro na CVM, publicações, etc. • Prazos: o Mínimo: 30 dias o Máximo: 180 para S.A. de capital fechada ou 360 dias para S.A. de capital aberto EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Commercial Papers – Nota Promissória – Exemplo • Admita uma empresa que tenha decidido captar R$ 9 milhões por meio da emissão e colocação de commercial papers por 90 dias. A empresa oferece aos investidores uma taxa de desconto de 2,4% no trimestre, além de incorrer em despesas de emissão, lançamento, registro, etc., em percentual equivalente a 0,5% do valor de captação. Qual o valor líquido recebido pela empresa e qual o custo efetivo da operação. • Valor Nominal = A = R$ 9.000.000 • Desconto = 2,4% * R$ 9.000.000 = B = R$ 216.000 • Valor Descontado = C = A – B = R$ 8.784.000 • Gastos com Emissão = 0,5% * R$ 9.000.000 = D = R$ 45.000 • Valor Recebido Líquido pela empresa = E = C – D = R$ 8.739.000 34 PV = R$ 8.739.000 FV = R$ 9.000.000 n = 90 dias n = 90 dias / 360 dias = 0,25 anos 12,49% a.a. Na HP12C 8739000 [PV] 9000000 [CHS] [FV] 90 [ENTER] 360 [/] [n] [i] 12,49% ao ano Retorno = (FV/PV)^(1/n) – 1 (R$ 9.000.000 / R$ 8.739.000)^(360/90) – 1 12,49% ao ano (base 360 dias corridos) EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDC – Crédito Direto ao Consumidor 35 • Destinada ao financiamento de bens e serviços por consumidores ou usuários finais – pessoas físicas e jurídicas (p. ex.: automóveis, equipamentos, mercadorias) • Concessão do crédito é efetuada por uma sociedade financeira, e a garantia usual é a alienação fiduciária do bem objeto de financiamento • Cartões de crédito também podem conceder crédito direto ao consumidor para aquisição de bens • A taxa pode ser pré ou pós-fixada • Prestações mensais, iguais e sucessivas (série de pagamentos uniformes) • Garantia: alienação fiduciária do bem e/ou outras, como seguro do bem, ou aval • Prazo máximo de até 60 meses • Incidência de IOF - crédito • CDCI – Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência o Crédito bancário concedido às empresas varejistas para repasse a seus clientes, visando ao financiamento de bens e serviços a serem resgatados em prestações mensais o A empresa comercial assume o risco da operação o Programas de financiamento a vendas (geralmente varejos), que são intervenientes das operações de crédito realizadas pelo banco na venda de seus produtos., assumindo o risco de crédito EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Aquecendo os Motores: Financiamento Cartão 36 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDC – Crédito Direto ao Consumidor – Exemplo (1) 37 • Suponha um financiamento ao consumidor de R$ 12.000,00 pagável em seis meses, através de prestações mensais, iguais e sucessivas. O CDC contratado não prevê carência, e o juro cobrado é de 1,4% ao mês. A alíquota de IOF considerada nesse exemplo é de 0,0082% ao dia corrido. Qual o valor das prestações com e sem o IOF? • PMT = Valor das prestações iguais e sucessivas o Na HP12C: 12000 [CHS] [PV] 6 [n] 1,4 [i] [PMT] = R$ 2.099,14 mensal o No Excel fórmula PMT • O IOF é calculado a partir das amortizações acumuladas. Aqui consideraremos um IOF mensal de 0,246% (0,0082%*30 dias corridos) • Podemos construir agora a tabela Price A B C = Juros% * A D = B - C E = A - D F G = IOF% * F Mês Saldo Devedor Inicial PMT Juros Amortização Saldo Devedor Final Amortização Acumulada IOF sem Financiar 0 R$ 12.000,00 - - - R$ 12.000,00 - - 1 R$ 12.000,00 R$ 2.099,14 R$ 168,00 R$ 1.931,14 R$ 10.068,86 R$ 1.931,14 R$ 4,75 2 R$ 10.068,86 R$ 2.099,14 R$ 140,96 R$ 1.958,17 R$ 8.110,69 R$ 3.889,31 R$ 9,57 3 R$ 8.110,69 R$ 2.099,14 R$ 113,55 R$ 1.985,59 R$ 6.125,11 R$ 5.874,89 R$ 14,45 4 R$ 6.125,11 R$ 2.099,14 R$ 85,75 R$ 2.013,38 R$ 4.111,72 R$ 7.888,28 R$ 19,41 5 R$ 4.111,72 R$ 2.099,14 R$ 57,56 R$ 2.041,57 R$ 2.070,15 R$ 9.929,85 R$ 24,43 6 R$ 2.070,15 R$ 2.099,14 R$ 28,98 R$ 2.070,15 - R$ 12.000,00 R$ 29,52 TOTAL R$ 102,12 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior CDC – Crédito Direto ao Consumidor – Exemplo (2) 38 • Suponha um financiamento ao consumidor de R$ 12.000,00 pagável em seis meses, através de prestações mensais, iguais e sucessivas. O CDC contratado não prevê carência, e o juro cobrado é de 1,4% ao mês. A alíquota de IOF considerada nesse exemplo é de 0,0082% ao dia corrido. Qual o valor das prestações com e sem o IOF? • Ao desejar incluir o IOF nas parcelas (financiar o IOF), o cálculo da prestação seria o 𝑰𝑶𝑭𝑭𝒊𝒏𝒂𝒏𝒄𝒊𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝑷𝑽 𝟏 𝑰𝑶𝑭 𝑷𝑽 − 𝑷𝑽 o 𝐼𝑂𝐹 = $ . $ , $ . − 𝑅$ 12.000 = 𝑹$ 𝟏𝟎𝟑, 𝟎𝟎 o Portanto, o valor da prestação do IOF tem que ser recalculado a partir do montante de: R$ 12.000 + R$ 103,00 = R$ 12.103,00 • PMT = Valor das prestações iguais e sucessivas o Na HP12C: 12103 [CHS] [PV] 6 [n] 1,4 [i] [PMT] = R$ 2.117,15 mensal com IOF A B C = Juros% * A D = B - C E = A - D Mês Saldo Devedor Inicial PMT Juros Amortização Saldo Devedor Final 0 R$ 12.103,00 - - - R$ 12.103,00 1 R$ 12.103,00 R$ 2.117,15 R$ 169,44 R$ 1.947,71 R$ 10.155,29 2 R$ 10.155,29 R$ 2.117,15 R$ 142,17 R$ 1.974,98 R$ 8.180,31 3 R$ 8.180,31 R$ 2.117,15 R$ 114,52 R$ 2.002,63 R$ 6.177,68 4 R$ 6.177,68 R$ 2.117,15 R$ 86,49 R$ 2.030,67 R$ 4.147,02 5 R$ 4.147,02 R$ 2.117,15 R$ 58,06 R$ 2.059,09 R$ 2.087,92 6 R$ 2.087,92 R$ 2.117,15 R$ 29,23 R$ 2.087,92 - EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Repasse de Recursos Externos • Resolução 2.770/00 (antiga resolução 63) do Banco Central • Recursos contratadosno exterior por meio de captações em moeda estrangeira (através de empréstimos e colocação de títulos), efetuadas pelos bancos comerciais e múltiplos e bancos de investimento • São repassados às empresas nacionais visando ao financiamento do capital de giro e capital fixo • As empresas incorrem em taxa de juros Libor (taxa interbancária do mercado de Londres), spread, comissão e variação cambial • Quando a operação é realizada diretamente entre um banco estrangeiro e uma empresa não financeira nacional, é regulamentada pela Lei 4.131. • Indexadores/moedas: USD e cupom interno • IOF Cambio: Alíquota 0% para prazo médio acima de a 360 dias • IOF/Câmbio: Alíquota 6% para prazo médio inferior a 360 dias, assim como em prorrogações de operações já contratadas; • IOF/Crédito: 0,38% + 0,0041% a.d. linear limitado a 360 dias. • Fluxo de Pagamento acordado entre repassador e tomador, dentro da disponibilidade de lastro da operação (captação externa) • Liquidação Antecipada pode ser realizada, normalmente em condições de mercado. 39 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Export Note – Nota de Exportação • É um contrato de cessão de créditos provenientes de contratos de exportação de bens e serviços firmados por empresas brasileiras • Exportador transfere (cede) os direitos da venda a um investidor local e recebe deste reais equivalentes • Remuneração do investidor: desconto sobre o valor de face do título • Tributação: IR sobre o rendimento bruto em reais • Garantia: notas promissórias com as condições da venda • Funciona como um hedge cambial para empresas com passivos, dívidas por exemplo, (visão empresa) em USD uma vez que o papel e seu recebível ser expresso em USD • Os juros nesta operação funcionam no regime de capitalização simples 40 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Export Note – Nota de Exportação – Exemplo • Suponha que uma empresa exportadora tenha emitido export note no valor nominal de US$ 300.000,00. A cotação nacional em relação à moeda estrangeira no momento da operação atingia a R$ 5,08/US$, e no dia do resgate a paridade passou para R$ 5,119/US$. A export note foi emitida pelo prazo de 90 dias, sendo a taxa de desconto definida em 8,5% ao ano em US$. Determinar os valores da operação e o custo efetivo. Calcular também a rentabilidade do investidor que tenha adquirido este título, sabendo que há incidência de IR na fonte pela alíquota de 20%. • Valor Líquido Captado = PV / (1 + i*n) => taxa libor tem capitalização linear para 360 dias corridos o Valor Líquido Captado em US$ = US$ 300.000 / (1 + 8,5%*90/360) = US$ 293.757,65 o Valor Líquido Captado em R$ = US$ 293.757,65 * R$ 5,08 / US$ = R$ 1.492.288.86 • Valor de Resgate em R$ = US$ 300.000 * R$ 5,119 / US$ = R$ 1.535.700,00 • Custo Efetivo = (FV/PV)^(1/n) – 1 o Custo Efetivo = (R$ 1.535.700/R$ 1.492.288,86)^(360/90) – 1 = 12,15% ao ano (base 360 dias corridos – ideal seria fazer por 252 dias úteis) o Essa taxa inclui a rentabilidade real da operação e a variação cambial no período • Retorno Líquido do Investidor o Sabendo que o investidor paga 20% de imposto de renda na fonte sobre seu rendimento bruto temos o Imposto de Renda = 20% * (R$ 1.535.700 – R$ 1.492.288,86) = R$ 8.682,23 o Ganho Líquido = R$ 1.535.700 – R$ 1.492.288,86 - R$ 8.682,23 = R$ 34.728,91 o Retorno Líquido = (1+ R$ 34.728,91 / 1.492.288,86)^(360/90) – 1 = 9,64% ao ano (base 360 dias corridos – ideal seria fazer por 252 dias úteis) 41 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior ACC – Adiantamento de Contrato de Câmbio • Os bancos autorizados a operar com câmbio podem conceder adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC) às empresas exportadoras • Financiar o capital de giro das empresas exportadoras, na forma de antecipação, para que possam produzir e comercializar os produtos objetos de exportação e também com a finalidade de incentivar a exportação e torná- la mais competitiva, uma vez que os juros do financiamento são praticados pelo mercado internacional, com um pequeno acréscimo • É uma antecipação parcial ou total de reais equivalentes à quantia de moeda estrangeira adquirida a termo (pelo banco) dos exportadores • As instituições financeiras autorizadas a operar com câmbio adiantam aos exportadores recursos lastreados nos contratos de câmbio (ACC) firmados com importadores estrangeiros • Pré-Embarque: A empresa exportadora vende ao banco (antes do embarque dos produtos) a moeda estrangeira • Taxas de acordo com mercado internacional - Libor (não o mercado local) • Valor da operação é controlado pelo Bacen contra os registros das exportações • Prazo de até 360 dias • Tributação: Não há 42 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior ACC – Adiantamento de Contrato de Câmbio 43 Importador Banco no Exterior Exportador Banco Local 1 – Negocia Exportação Linha de Crédito em USD 3 – Contrata Cambio 4 – Embarque 5 Paga 2 – ACC Exterior Brasil Via BC Fluxo EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues • Cambiais = o que será comercializado • Consiste na antecipação da entrega de reais, do valor da exportação, ao exportador, APÓS O EMBARQUE da mercadoria • Consiste na concessão do adiantamento em reais do valor total ou parcial de um contrato de exportação, de seu equivalente em moeda estrangeira, adquirida a termo pelo banco e vendido ao exportador ao banco (após o embarque) • Portanto, é uma operação na qual a empresa exportadora vai ao banco antecipar o recebimento dos dólares de sua exportação quando a mercadoria já foi embarcada • A entrega de documentos deve ser pronta, ou seja, na data da celebração do contrato de ACE • Destinado a financiar o capital de giro de empresas exportadoras, para produção, armazenagem e comercialização dos objetos de exportação, quando os bens exportados já foram exportados. • Taxas de acordo com mercado internacional (não o mercado local) • Valor da operação é controlado pelo Bacen contra os registros das exportações • Prazo de até 210 dias • Tributação: Não há 44 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior ACC vs. ACE 45 EmbarqueContratação Liquidação 360 dias 210 dias ACC ACE Antecipar DivisasFinanciar Produção EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Carta de Crédito (Letter of Credit) • Meio mais difundido de pagamento no comércio exterior • Carta emitida pelo banco atestando que aquela entidade que a solicitou tem o valor denominado para empréstimos • Destinado a importadores ou exportadores, dependendo da finalidade • Garantir que o acordo em uma negociação internacional será cumprido pela parte que está do outro lado do negócio • Pode ser Confirmada (banco confirmador se compromete a pagar em nome do Banco Emissor) ou Não Confirmada (compromisso de pagamento ao Exportador é do Banco Emissor) • Representa um adiantamento em Reais do valor total ou parcial de um contrato de exportação ou de seu equivalente em moeda estrangeira, adquirida a termo pelo banco e vendido ao exportador ao banco (após o embarque) • Taxas e moedas: mercado internacional Libor • Valor da operação é controlado pelo Banco Central contra os registros das exportações • Prazo: até 360 dias • Não possui Tributação 46 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios– Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Carta de Crédito (Letter of Credit) • Pode ser a vista (exportador recebe recursos após apresentar documentos em ordem exigidos na carta de crédito) ou a prazo (exportador entrega documentos exigidos na carta de crédito mas recebe os recursos apenas no vencimento do título de crédito). • É uma operação Irrevogável: somente é cancelada ou alterada com anuência prévia das partes, a não ser quando este termo for expressamente declarado nos documentos. • LC pode ser transferível: o Banco Negociador está autorizado a pagar o total ou parte do valor à terceiros exportadores, seguindo instruções do primeiro Exportador. • Documento regulamentado internacionalmente pela UCP 600, da Câmara de Comércio Internacional, Paris (ICC) 47 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Carta de Crédito (LC - Letter of Credit) • Banco Negociador (Negotiating / Paying Bank): Negocia documentos e paga o Exportador na moeda local. • Banco Confirmador (Confirming Bank): Banco “avalista”, assume o compromisso de pagar ao Exportador. 48 3 - Banco Emissor: Emite LC por solicitação do Importador e comunica ao banco do país exportador a existência deste crédito. Banco Assessor (Advising Bank): Anuncia a LC na praça do Exportador. Sem responsabilidade de crédito por sua parte. 2 - Após os contatos preliminares, o importador solicita a um banco de seu país a abertura de um crédito a favor do exportador 4 - O banco do exportador comunica a ele a chegada da carta de crédito e suas condições 6 – Depois do embarque, o exportador entrega os documentos exigidos pelo crédito ao banco de seu país, e este recebe os documentos, examina-os, e se estiverem em ordem, efetua o pagamento ao exportador Importador Exportador 1 – Contrato de Venda 5 – Embarque Banco do Emissor Banco Assessor 2 – So lic ita çã o da L C 3 – Emissão da LC 4 – Co m un ic aç ão d a LC 7 – Remessa dos Documentos 6 – Ap re se nt aç ão d os D oc um en to s 7 – O Banco do exportador remete os documentos ao Banco do importador 9 – En tr eg a do s D oc um en to s 10 – O importador, de posse dos documentos paga os direitos aduaneiros e retira a mercadoria 8 – Controle da documentação e liberação do pagamento EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Carta de Crédito (LC - Letter of Credit) 49 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Leasing – Arrendamento Mercantil • No Brasil, o Leasing é conhecido por Arrendamento Mercantil • Lei 6.099/74 o Negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objetivo o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. • Definição o Uma operação de leasing, consiste em adquirir um bem durável através de um contrato de arrendamento, com a possibilidade de possuir esse bem em definitivo ao final do período contratual. o Para exercer esse direito, o arrendatário deverá pagar o valor residual (VRG) estipulado no contrato, que pode variar entre 1% e 10% do valor do bem a ser adquirido. o Os bancos atuam nesse segmento do mercado financeiro através de empresas próprias de arrendamento mercantil. o A principal vantagem nesse tipo de operação para as empresas é a liberação de recursos para capital de giro, visto que não há necessidade de realizar o desembolso inicial relativo ao bem. 50 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Tipos de Leasing • LEASING FINANCEIRO o Operação de longo prazo, onde a empresa (arrendatário) terá a posse de um ativo fixo (novo ou usado, nacional ou importado, móvel ou imóvel) ao final do arrendamento e mediante o pagamento do valor residual garantido (VRG) o O Banco (arrendador) atua como o comprador desse bem junto ao fornecedor e o arrenda ao seu cliente. • LEASING OPERACIONAL o Modalidade na qual as empresas (arrendatárias) pagam na prestação, além do custo de arrendamento, as despesas relativas aos serviços de manutenção e outros, não há VRG previsto, a opção de adquirir o bem ao final do contrato se dá pelo valor de mercado o Os valores pagos na locação não podem ultrapassar 75% do valor do bem e O bem é geralmente devolvido à arrendadora ao final do período. • LEASE-BACK o Empresa tomadora de recursos, proprietária ou produtora de um bem, vende para a sociedade de leasing o ativo e o arrenda simultaneamente, podendo usufruí-lo como se fosse um leasing financeiro o Operação de arrendamento cujo bem a ser arrendado está no próprio ativo imobilizado da empresa 51 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: BNDES • Operações destinadas às diferentes modalidades de investimento cobertas pelos programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) • Podem ser realizadas diretamente com o banco ou através de bancos repassadores de recursos, públicos ou privados, credenciados pelo BNDES para tal finalidade • Principais Linhas e Programas: o FINAME (financiamento a maquinas e equipamentos, agro) o FINEM (financiamento a empreendimentos) o EXIM (exportação) o FMM (Fundo da Marinha Mercante) o Programas Especiais: Inovação, Economia Verde, Proger (empreendedor), Setoriais (Petroquímico, Energia, Telecom, etc.) o PSI – Programa de Sustentação de Investimentos o Cartão BNDES 52 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: BNDES – FINAME • Fabricantes devem ser nacionais (60% nacionalização) e cadastrados no programa FINAME como fornecedores • Realizado através de um intermediário financeiro • Até 90% do valor do bem + ICMS + IPI • Carência até 12 meses e amortizações até 5 anos • Amortizações constantes (SAC) • Taxa: TLP + Taxa Operacional BNDES + Taxa/Comissão repassador (quando houver) • Incidência de IOF • Inclui diversos programas setoriais ou de propósito específico • Processo de aprovação pode ser “automático” (cartão BNDES) ou convencional 53 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: BNDES – FINAME – Fluxo 54 Financiamento de máquinas e equipamentos Obs.: RAIS – Relação anual de informações sociais www.rais.gov.br Fonte: banco Mercedes Benz EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Debêntures • Títulos de DÍVIDA de longo prazo emitidos por Sociedades Anônimas (S.A.) de capital aberto ou fechado e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento (fixo e giro) ou para alongamento do perfil de endividamento da empresa • Instrumento no qual o tomador de recursos (emitente do título) promete pagar ao aplicador (debenturista) o capital investido, acrescido de juros, em determinada data previamente acertada • Emissão exclusiva de empresas não financeiras S.A. e de Sociedades de Arrendamento Mercantil • Normatizadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários • A emissão de debêntures é acompanhada por um documento conhecido por Escritura da Emissão, o qual contém todas as características e condições da emissão, e direitos e deveres das partesenvolvidas, companhia emissora e debenturista • Negociadas em Bolsa de Valores e no Mercado de Balcão, sendo intermediada por uma instituição do mercado de capitais • Podem ter cláusula de repactuação, que permite, ao final de cada período combinado, uma livre negociação entre o debenturista e a sociedade emitente dos títulos com relação aos rendimentos oferecidos • Covenants: cláusulas contratuais que protegem o interesse do credor estabelecendo condições que não devem ser descumpridas. Em caso de não cumprimento, o credor pode requer o vencimento antecipado da dívida. • Características principais: montante, prazo, remuneração, garantias, forma de resgate • Prazo mínimo: 360 dias 55 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Componentes Tradicionais de um Título de Dívida • Data de Vencimento ou Maturidade o Período até o vencimento do título o Data em que a empresa promete repagar a dívida • Valor Nominal ou Valor de Face – Par Value ou Face Value o Representa o valor que a empresa promete repagar na data do vencimento o Geralmente também representa a quantia que a empresa tomou emprestado o Valor pago no vencimento, geralmente $ 1.000 • Preço Unitário (PU) ou Valor de Mercado (Market Value) o Valor de transação do título no mercado secundário o Preço do título no mercado o Este valor pode variar constantemente e dificilmente se mantém inalterado durante toda vida do título • Taxa Contratual ou Taxa de Cupom o Rentabilidade periódica (semestral ou anual) paga sobre o valor nominal ou de face o Taxa de Cupom % = $ Cupom / $ Valor de Face • Cupons o Montantes pagos periodicamente (semestralmente – mais comum, ou anualmente) a título de remuneração o Pagamento de juros a prazos definidos e pré-estabelecidos fixados no momento da emissão o Normalmente permanece constante por toda vida do título (pré-fixados), porém também existem títulos pós-fixados ou de taxa flutuante (CDI, Libor) • Retorno até o vencimento ou YTM – Yield to Maturity o TIR do título de dívida (RENTABILIDADE) o Taxa de retorno na qual os fluxos de caixa futuros do título trazidos a valor presente se igualam ao preço o Rentabilidade do investidor caso compre o título hoje e fique com ele até o vencimento • Duration o Prazo médio de vencimento dos títulos considerando os cupons o É diferente de maturidade o Duration = maturidade somente para títulos que não pagam cupom • Current Yield o Rentabilidade corrente na forma de cupons = $ Cupom / $ Preço atual. Equivalente na Renda Variável ao Dividend Yield (DY) 56 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Título de Dívida – Estrutura Clássica 57 6 Meses 12 Meses 18 Meses 24 Meses 30 Meses 36 Meses Cupons = Rendimentos periódicos pagos (geralmente semestral) Pode não haver cupons Preço Cotação PU – Preço Unitário Valor ao Par = significa que o PU do título é igual ao seu valor de face (valor contábil inicial) Valor de Face Valor Nominal Geralmente $ 1.000 ou Múltiplos inteiros de $1.000 YTM = Yield to Maturity Rentabilidade = TIR do título Qual será a rentabilidade se o título for mantido até o vencimento EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Debêntures – Garantias • GARANTIAS (mais comuns) – Pode não ter garantias. As garantias são definidas pelo emissor o Garantia Real Ativos reais (imóvel por exemplo) da sociedade são dados como garantia aos debenturistas pelo pagamento de seus direitos creditórios Os ativos da sociedade emissora são dados como garantia. A sociedade não pode negociar os ativos até o vencimento das obrigações o Garantia Flutuante Prioridade geral sobre os ativos da sociedade, sem que haja qualquer impedimento na negociação dos bens Titulares das debêntures possuem prioridade sobre os ativos da sociedade. Garantia real que pode ser alterada o Garantia Quirografária Não tem preferência sobre os ativos, concorrendo em condições idênticas aos demais credores quirografários Não tem garantia real o Garantia Subordinada Em caso de liquidação da sociedade emissora, os debenturistas terão privilégio para reembolso do capital aplicado somente em relação aos acionistas. 58 + Forte EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Debêntures – Remuneração e Resgate • REMUNERAÇÃO o Juros (pagos periodicamente ou no momento do resgate), participação nos lucros e prêmios de reembolso. o Taxa de juros prefixada; o Taxa de juros flutuante, que pode ser repactuada; o Taxa de juros real fixa acrescida de um índice de correção de preços da economia. • RESGATE o Resgate antecipado, realizado antes do vencimento, de forma parcial ou total. o Resgate obrigatório, modalidade de resgate antecipado cujas datas, quantidades e outros procedimentos são estabelecidos na escritura de emissão. o Resgate no vencimento • Pode haver cláusula de conversibilidade (debênture conversível), e o debenturista pode receber no vencimento, ao invés do dinheiro, ações preferenciais da companhia 59 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Visão Geral do Processo de Emissão de Debênture • BOVESPA FIX o Sistema eletrônico lançado pela Bolsa de Valores, que tem por objetivo negociar, liquidar e custodiar títulos de dívida corporativa em Bolsa, com maior liquidez e transparência. Atualmente permite negociações de todos os títulos de renda fixa Assembleia de Acionistas - AGE Registro na CVM e na CETIP/SND Coordenação da emissão Agente Fiduciário Colocação das debêntures no mercado AGE - Assembleia Geral Extraordinária Escritura de Emissão • Emissão privada: quando já há compradores do título • Emissão mediante oferta pública: ofertadas ao público em geral Representante dos Debenturistas 60 Decide sobre todas as condições de emissão, elaborando um documento denominado Escritura da Emissão. Essa escritura define o montante a ser lançado, remuneração, prazos, garantias, etc., devendo ser registrada em cartório Toda emissão deve ser registrada na CVM, equivalendo a uma autorização de lançamento público. Por serem emitidas normalmente sobre forma escritural, as debêntures devem ser registradas na Cetip/SND – Sistema Nacional de Debêntures, em que são realizados os controles de transferência de titularidade e várias liquidações financeiras No caso de uma oferta pública, é necessária a coordenação de uma instituição financeira, ou de um pool de instituições, como Bancos de Investimento e Corretoras EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Visão Geral do Processo de Emissão de Bonds e Debêntures (Debt) Fonte: José Roberto Securato Junior PreparaçãoPreparação Due Diligence Due Diligence Info Memo Info Memo Material Marketing Material Marketing Marketing & Distrib. Marketing & Distrib. ClosingClosing Semana 1 Semana 2 Semana 3 e 4 Semana 5 Semana 6 Semana 7 e 8 Preparação: Empresa se prepara internamente, implementa controles, faz auditoria, formaliza contratos, efetiva contratações Preparação: Empresa se prepara internamente, implementa controles, faz auditoria, formaliza contratos, efetiva contratações Due Diligence: auditoria da transação, envolve avaliação de processos, consistência de informaçõesDue Diligence: auditoria da transação, envolve avaliação de processos, consistência de informações Info Memo: consolidação das informações necessárias e suficientes para o investidor tomar uma decisão de investimentoInfo Memo: consolidação das informações necessárias e suficientes para o investidor tomar uma decisão de investimento Material Marketing: Elaboração de todo material de promoção da transação Material Marketing: Elaboração de todo material de promoção da transação Marketing e Distribuição: Roadshows e negociação com investidores Marketing e Distribuição: Roadshows e negociação com investidores Closing: Preço e Anúncio Closing: Preço e Anúncio 61 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Longo Prazo: Visão Geral do Processo de Emissão de Debênture (mais detalhes) 6262 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior A Escritura da Emissão de Debêntures • Acordo por escrito entre a empresa (o tomador) e seus credores • Às vezes, ela é denominada contrato de emissão da dívida (deed of trust) • Em geral, um agente fiduciário (possivelmente um banco) é indicado pela empresa para representar os credores • Esse agente deve (1) garantir que as condições do contrato sejam obedecidas, (2) gerenciar o fundo de amortização (descrito mais adiante) e (3) representar os credores em caso de inadimplência por parte da empresa • A escritura de emissão de dívida é um documento legal, que pode ter centenas de páginas, tornando a leitura bastante tediosa. Entretanto, é um documento importante, porque inclui as seguintes disposições o Os termos básicos dos títulos da dívida o Uma descrição dos ativos oferecidos como garantia o Preferências o As condições para o pagamento o As cláusulas da opção de resgate antecipado o Os detalhes das cláusulas restritivas 63 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Agente Fiduciário das Debêntures • Fidúcia = confiança • Obrigatório quando objeto de oferta pública • Será o representante dos debenturistas, garantindo eficiência no processo • Cabe ao agente fiduciário: o Proteger os direitos e interesses dos debenturistas o Notificar os debenturistas no prazo máximo de 60 dias de qualquer inadimplemento o Cobrar o emissor o Executar as garantias reais quando necessário o Requerer falência da companhia emissora, se não existirem garantias reais o Pode executar despesas em nome dos debenturistas em suas atividades, podendo ser reembolsado • Pode ser uma instituição financeira ou uma pessoa física naturais (incomum) o Mais comum é que seja uma corretora de valores o Autorizado pelo Banco Central e fiscalizado pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários 64 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Debêntures com Opção de Resgate Antecipado • Uma cláusula de opção de resgate antecipado permite que, durante um determinado período, a empresa tenha a opção de recomprar ou “resgatar” parte ou toda a emissão de títulos de dívida pagando um preço estabelecido • É comum que o preço de resgate antecipado esteja acima do valor de face do título • A diferença entre o preço de resgate antecipado e o valor de face é o prêmio da opção (prêmio pago pelo emissor ao detentor do título) o Esse valor pode se tornar menor com o passar do tempo • Um esquema comum é definir o prêmio da opção igual ao pagamento do cupom anual e, então, reduzi-lo até zero à medida que a data de resgate fique mais próxima do prazo de vencimento • Pode haver um período de carência (vesting), no qual a empresa está proibida de recomprar sua dívida o Durante esse período de proibição, diz-se que o título está protegido contra a opção de resgate antecipado (call protected) • Nos últimos anos, um novo tipo de cláusula de resgate antecipado, chamada make whole, difundiu-se no mercado de títulos de dívida nos Estados Unidos o Com esse recurso, caso haja resgate, os credores recebem aproximadamente o principal e o valor presente dos cupons restantes, segundo fórmula na escritura de emissão. Os credores não sofrem prejuízo em caso de exercício da opção de resgate antecipado com essa cláusula o Para determinar o preço da opção make whole, é preciso calcular o valor presente dos pagamentos de juros e principal restantes, a uma taxa especificada no contrato de emissão 65 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior Debênture/Mútuo Conversível • Contrato de empréstimo conversível em ações/cotas dependendo de alguns gatilhos (trigers) o Ou paga-se o valor mutuado ou essa dívida pode ser paga com a participação (prerrogativa do investidor sobre a conversão) • Modelo simples, flexível e rápido (envolve um contrato de mútuo, á princípio não se altera o quadro societário – cap. table) • Muito comum em investimento anjo (seed money) – liberdade quanto tratativas dos termos • Existe IOF somente se o investidor for PJ • O mútuo conversível traz maior segurança para o investidor, principalmente nas questões do risco do negócio, riscos trabalhistas e tributários, limitando possíveis perdas com o insucesso do empreendimento (o investidor à princípio é credor) • Geralmente rende juros até a possível conversão • Trigers comuns o Prazo/vesting: depois de um determinado tempo (2 anos mais comum, prorrogável ou não) pode-se exercer a conversão o Eventos de liquidez: rounds/rodadas de investimento • Componentes o Valor da operação, forma de pagamento e capitalização (se haverá ou não pagamento de juros) o Prazo/vesting o Obrigações das partes envolvidas antes e depois da conversão (deve ser ratificado no acordo de acionistas) o Previsão de valuation e/ou forma de cálculo do valuation o Previsão de participação quando da conversão o Direito de preferência na liquidez o Cláusulas/condições de vencimento antecipado da dívida – se a empresa não cumprir alguns pré-requisitos, o investidor pode requerer o vencimento antecipado da dívida (ex: fundadores full time na empresa, non-compete/assédio, etc.) 66 Bastante comum na conversão transformar a empresa LTDA. em S.A. por fins tributários antes da conversão – evitar a incidência do ágio neste formato de investimento EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior LC – Letra de Câmbio • Principal funding das Financeiras: Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento o Equivalente a um CDB para este tipo de instituição financeira • Títulos nominativos, com renda fixa e prazo de vencimento • Emitidas (sacadas) pelos financiados dos contratos de crédito, sendo aceitas pelas instituições financeiras participantes da operação e então vendidas a investidores • Taxa pode ser pré ou pós-fixada com rentabilidade diária • Tributação o Tabela regressiva do Imposto de Renda o Tabela regressiva do IOF • Cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito 6767 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior LF – Letra Financeira • Títulos de renda fixa de longo prazo criada em 2010 o Similar a um CDB mas de LONGO PRAZO • Objetivo: alongar o perfil de captação dos bancos, oferecendo maior possibilidade de ampliação do crédito na economia • Contribuem para reduzir o descasamento de prazos entre ativos e passivos dos bancos • Emitidas por bancos comerciais, bancos múltiplos bancos de investimentos, Financeiras (SCFI), caixas econômicas e sociedades imobiliárias • Prazo mínimo de dois anos, não havendo resgate antecipado • Remuneração: taxa de juros prefixada, que pode ou não ser combinada com taxas flutuantes e índices de preços (CDI por exemplo) o O Banco Central permite o pagamento de juros a cada 6 meses, mas o emissor do título podeou não adotar esta forma de remuneração • Tributação: 15% de Imposto de Renda • Investimento mínimo de R$ 150 mil e R$ 300 mil para subordinada • Não possui cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito 6868 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior LH – Letra Hipotecária • Títulos emitidos por instituições financeiras que atuam com crédito imobiliário • SCIs – Sociedades de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteiras de crédito imobiliária podem emitir LHs • Complementar à caderneta de poupança o A caderneta de poupança é o funding principal do crédito imobiliário, somente quando o volume captado por esse instrumento financeiro for inferior ao total do financiamento concedido é que se permite a emissão de Letras Hipotecárias • Recursos obtidos pela sua colocação devem lastrear financiamentos já concedidos – hipotecas • Prazo não pode ser superior ao prazo dos créditos hipotecários que servem como garantia • Remuneração superior à poupança: TR + Taxa de juros • Taxa de juros pré ou pós-fixada • Prazo mínimo de 180 dias • Isenta de imposto de renda • Possui cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito 6969 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior LCI – Letra de Crédito Imobiliário • Títulos emitidos por instituições componentes do SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, como Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário, SCIs – Sociedades de Crédito Imobiliários e Caixa Econômica Federal • Recursos captados destinados ao financiamento de imóveis para construtores e adquirentes • Pode ser garantida pelo Governo Federal, quando emitida pela CEF, ou ter preferência sobre os bens do ativo da sociedade emissora • Nominativo, pode ser transferível • Lastreado com crédito imobiliários com garantias fiduciárias (em última hipótese o imóvel garante a LCI) • A LH – Letra Hipotecária, diferentemente da Imobiliária, tem como garantia o lastro imobiliário hipotecário • Rentabilidade pode ser pré ou pós-fixada. Geralmente a rentabilidade está atrelada a um % do CDI • Isenta de imposto de renda para pessoa física • Possui cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito 7070 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior LCA – Letra de Crédito do Agronegócio • Similar a LCI, porém voltado para o financiamento do agronegócio com lastro em diretos creditórios de operações de empréstimos e financiamentos direcionados ao setor agropecuário • Título emitido por uma instituição financeira, utilizado para captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio (lei nº 11.076/2004) • O risco primário é da instituição financeira e na inadimplência do banco, o lastro (garantia real, como soja e outras mercadorias ou papéis que as representam) está penhorado por lei ao investidor final que pode requisitar sua propriedade ao juiz quando o banco não pagar o ativo os direitos creditórios vinculados a produtores rurais • Rentabilidade pode ser pré ou pós-fixada. Geralmente a rentabilidade está atrelada a um % do CDI • Isenta de imposto de renda para pessoa física • Possui cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito 7171 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior FGC – Fundo Garantidor de Crédito • Associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, composta pelas instituições financeiras e associações de poupança e empréstimos participantes do Sistema Financeiro Nacional. • Objetivo: oferecer maior garantia aos agentes de mercado com recursos depositados/aplicados nas instituições citadas na eventualidade de sofrerem intervenção, ser decretada a liquidação extrajudicial ou sua falência. • Origem dos recursos: contribuições mensais das instituições participantes, calculada como um percentual sobre o montante dos saldos das contas enquadradas na garantia. • O Fundo garante: caderneta de poupança, depósitos a vista, depósitos a prazo, contas de popança, CDBs, RDBs, LCs - Letras de Câmbio, LCIs - Letras Imobiliária, LCAs – Letras de Crédito Agrícolas, e LHs – Letras Hipotecárias, entre outros. • O Fundo NÃO garante: aplicações em fundos de investimento, debêntures, LFs – Letras Financeiras, recursos captados no exterior, depósitos judiciais, entre outros. • Garantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição ou instituições associadas ao mesmo conglomerado financeiro, com o teto de R$ 1 milhão no total no período de 4 anos desde a 1ª intervenção o Um casal com o mesmo CPF terá direito a apenas uma indenização • Principal e rendimentos estão garantidos até a intervenção – de 3 a 6 meses para devolução em média a partir da intervenção 7272 EPPEN – Escola Paulista de Política, Economia e Negócios – Curso de Ciências Contábeis Mercado Financeiro – Prof. Dr. José Marcos Carrera Junior jose.carrera@unifesp.br 73 Obrigado! Dúvidas?