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Disciplina: USINAGEM INTEGRIDADE SUPERFICIAL Professor: Kléber Mendes de Figueiredo 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação Curso de Engenharia Mecânica Advertência •Os conteúdos apresentados nos slides da disciplina são obtidos na literatura tradicional de Usinagem. •As referências são listadas no Programa da Disciplina como fonte dos diversos conteúdos. •Aos que necessitarem de conteúdos para estudos posteriores ao Curso ou à Graduação, recomendo fortemente que se utilizem diretamente dos textos apresentados nas referências bibliográficas. •O conteúdo deste conjunto de slides está baseado no livro texto: Teoria da Usinagem dos Materiais (Machado, A.R.; Abrão, A.M.; Coelho, R.T.; Silva, M.B.) – 3ª Edição – 2015 (2018). E na apostila elaborada por Machado, A.R. e Silva, M.B. Professor: Kléber Mendes de Figueiredo 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação Curso de Engenharia Mecânica INTRODUÇÃO A condição final de uma superfície usinada é resultado de um processo que envolve deformações plásticas, ruptura, recuperação elástica, geração de calor, vibração, tensões residuais e, às vezes, reações químicas. Todos esses fatores podem ter efeitos diferentes na nova superfície o termo integridade superficial é utilizado para descrever a qualidade de uma superfície engloba um grande número de alterações sofridas por ela. 3 INTRODUÇÃO Em usinagem convencional IS é o resultado da combinação do processo de deformação plástica e propagação de trincas. Em usinagem não-convencional IS depende das reações químicas e da forma de energia empregada para a remoção do cavaco. 4 INTRODUÇÃO 5 INTRODUÇÃO 6 INTRODUÇÃO 7 ACABAMENTO SUPERFICIAL a) Rugosidade Superficial São irregularidades finas resultantes da ação inerente do processo de corte (marcas de avanço). A altura ou profundidade média das irregularidades é medida em um pequeno comprimento chamado de “cut-off” (comprimento de rugosidade da amostra). b) Ondulações Ondulações consistem de todas irregularidades superficiais cujos espaçamentos são maiores que o cut-off (aproximadamente 1mm). Pode ser causado por vibrações e deflexões da ferramenta e/ou peça, devido as forças de corte e temperaturas de corte. 8 ACABAMENTO SUPERFICIAL c) Marcas de Avanço São marcas que denotam as direções predominantes das irregularidades superficiais. Elas dependem da orientação da peça e da ferramenta de corte na máquina e da natureza do movimento relativo entre as duas. d) Falhas São interrupções na topografia típica da superfície de um componente. São não-intencionais, inesperadas e indesejáveis. Podem ser causados por defeitos inerentes, tais como: inclusões, trincas, bolhas, ou podem surgir, também, durante o processo de corte. 9 Classificação das irregularidades da superfície 10 RUGOSIDADE Em geral a rugosidade é menor (ou o acabamento é melhor) quando: Deflexões geradas por esforços de usinagem ou vibrações são pequenas. A ponta da ferramenta não é aguda. Deve ser arredondada. A ferramenta e a peça estão corretamente posicionadas e centradas (evitar desvios). 11 RUGOSIDADE O material da peça é inerentemente puro, livre de defeitos (trincas, bolhas e inclusões). O eixo principal da máquina-ferramenta está corretamente alinhado e as guias sem desgaste. A aresta de corte sem quebras. Corte sem aresta postiça de corte (APC) 12 RUGOSIDADE EFEITO DE ALGUNS PARÂMETROS DE USINAGEM NO ACABAMENTO SUPERFICIAL Geometria da ferramenta Ângulo de saída Ângulo de folga Ângulos de posição principal e lateral Raio de ponta da ferramenta 13 RUGOSIDADE Suporte Geometria da peça Rigidez e precisão da máquina-ferramenta Material da peça Condições de corte Material da ferramenta Fluido de corte 14 RUGOSIDADE Parâmetros para a quantificação da rugosidade Parâmetros de Amplitude: são determinados “apenas” por alturas dos picos, profundidades dos vales ou os dois, sem considerar o espaçamento entre as irregularidades ao longo da superfície. Parâmetros de Espaço: são determinados “apenas” pelo espaçamento do desvio do perfil ao longo da superfície. Parâmetros Híbridos: são determinados pela combinação dos parâmetros de amplitude e espaço. 15 RUGOSIDADE 16 *A norma DIN define o parâmetro Rz como sendo a média das cinco alturas máxima detectadas em cada comprimento da amostragem. 17 RUGOSIDADE 18 Parâmetro Rmax para medir o acabamento superficial 19 Figura ilustrativa de diferentes superfícies com o mesmo valor de Ra 20 21 Valores típicos de Rmax 22 Usinado Retificado RUGOSIDADE VALORES TEÓRICOS DE H E Ra TORNEAMENTO - Ferramenta sem raio de ponta 23 H f s e tan cot Ra f s e 4(tan cot ) RUGOSIDADE TORNEAMENTO - Ferramenta com raio de ponta - f > rn 24 H r f f r fe n e e n e e 1 2 3 2 4 1 2 cos .sen .cos . . .sen .sen / RUGOSIDADE TORNEAMENTO - Ferramenta com raio de ponta - f < rn 25 H f rn 2 8. Ra f r f r n n 2 2 18 3 312. . RUGOSIDADE FRESAMENTO TANGENCIAL 26 R H f z avanço por dente H f R d 2 8. Ra f R d 2 18 3. RUGOSIDADE FRESAMENTO FRONTAL 27 z z H f C D d tan cot Ra r r f n n z 2 2 2 2 RUGOSIDADE Qualidade custa caro 28 C u s to Relação entre rugosidade e custo de produção RUGOSIDADE Medição da Rugosidade 29 (a) Ilustração esquemática do funcionamento de um rugosímetro, (b) Foto de uma ponta de diamante (agulha do rugosímetro) sobre a superfície sendo analisada RUGOSIDADE Medição da Rugosidade 30 RUGOSIDADE Influência da direção das marcas de avanço e o sentido de medição na rugosidade 31 RUGOSIDADE Comprimento de deslocamento do apalpador; Comprimento de medição e comprimento de amostragem 32 RUGOSIDADE Dimensões típicas de superfícies relativas (sem escala) 33 RUGOSIDADE Seleção de filtro Cut-off - comprimento de amostragem da superfície 34 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS Fatores Mecânicos: Deformação Plástica Rebarbas Deformadas Plasticamente Microdureza Trincas Tensões Residuais Fatores Metalúrgicos: Recristalização Transformação de Fases 35 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS Fatores Mecânicos: Deformação Plástica Alteração bastante comum na usinagem “pesada”. Consiste da deformação plástica na superfície do componente e pode ser facilmente identificado pelas estruturas metalúrgicas alongadas na direção do fluxo de deformação. Rebarbas Deformadas Plasticamente Podem ser fragmentos da APC. Na retífica, isto é criado pelo rebolo abrasivo durante a ação de corte dos grãos. Esta alteração, geralmente, influencia o acabamento superficial (rugosidade). 36 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS Microdureza Pode aumentar pela formação de martensita não revenida, ou deformação abaixo da temperatura de recristalização. Pode diminuir pelo super revenimento da martensita. Trincas Micro ou macrotrincas podem ocorrer durante a usinagem convencional ou não convencional. Tendem a aparecer com mais frequência em materiais frágeis. Microtrincas são prejudiciais à fadiga e à corrosão sob tensão, portanto devem ser evitadas. 37 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS Tensões Residuais Pode ser de tração ou compressão, alta ou baixa, rasa ou profunda. A tensão de compressão é benéfica. A tensão residual introduzida por usinagem é fortemente influenciada pelo desgaste da ferramenta. 38 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAISFatores Metalúrgicos: Recristalização Qualquer metal cujas superfícies são deformadas plasticamente durante a operação de usinagem, pode sofrer recristalização quando aquecida a temperaturas superiores à temperaturas de recristalização. Transformação de Fases As altas temperaturas desenvolvidas durante a usinagem podem promover a transformação de fase na superfície dos componentes usinados. Na usinagem dos aços, pode ocorrer a formação de martensita frágil e não revenida. 39 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS Field et. al. Propõem um conjunto mínimo de dados para a avaliação da integridade superficial que define os testes essenciais para obter informações mínimas a respeito da integridade de um componente: • Textura superficial. • Macroestrutura (ampliação de dez vezes ou menor). • Macrotrincas. • Microtrincas. 40 ALTERAÇÕES SUB-SUPERFICIAIS • Microestrutura (ampliação de dez vezes ou menor). • Microtrincas. • Deformação plástica. • Ataque intergranular. • Protrusões e depressões. • Aresta postiça de corte. • Camadas fundidas e redepositadas. • Ataque seletivo. • Microdureza. 41 Influência dos parâmetros e da operação de usinagem sobre a integridade superficial As operações de usinagem induzem na peça tensões de origem mecânica e térmica que normalmente têm efeito adverso sobre a sua integridade. As alterações microestruturais promovidas por operações de usinagem com ferramentas de geometria definida normalmente atingem as camadas mais superficiais e, mesmo sob condições severas de corte, dificilmente ultrapassam 80µm (FIELD et. al., 1972). 42 Influência dos parâmetros e da operação de usinagem sobre a integridade superficial Durante a usinagem de aços (em especial dos aços ligados após o tratamento de têmpera e de revenido), alterações microestruturais termicamente induzidas podem ocorrer em função da temperatura atingida na superfície. Atingindo temperatura de revenido, seguida de resfriamento lento camadas atingidas têm sua dureza e resistência ao desgaste reduzidas produz uma camada chamada “martensita revenida”. 43 Influência dos parâmetros e da operação de usinagem sobre a integridade superficial Atingindo temperatura de austenitização tem formação de austenita resfriamento brusco (por fluido de corte, condução de calor para o restante da peça) formação de martensita não revenida (também chamada “camada branca”) dureza e fragilidade elevadas propicia a nucleação e propagação de trincas confere à peça baixa resistência à fadiga. Torneamento de aços ao carbono sob baixas velocidades de corte resulta na formação de APC com a presença de uma camada de material encruado e fragmentos aderidos à superfície usinada. 44 Influência dos parâmetros e da operação de usinagem sobre a integridade superficial Sob altas velocidades de corte uma camada martensítica extremamente dura pode se formar nas camadas mais superficiais da peça. Recomenda-se uma faixa intermediária para a velocidade de corte capaz de produzir um acabamento aceitável com mínimos danos subsuperficiais. Alterações microestruturais são inevitavelmente acompanhadas de alterações de dureza. 45