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Unidade 4
Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão
Milena Barbosa de Melo
Direito Constitucional
Unidade 4| Introdução
Esta unidade será dedicada à organização político-administrativa do Brasil. 
Aqui, estudaremos a União, os estados e os munícipios, que são os entes
que constituem a República Federativa do Brasil. Além disso, a Constituição
acolheu a teoria da tripartição dos poderes de Montesquieu, dividindo as 
competências entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Unidade 4| Objetivos
1. Discernir sobre a divisão espacial dos poderes: União, estados e 
municípios.
2. Conceituar e identificar o raio de atuação do Poder Legislativo.
3. Definir o conceito de Poder Executivo, discernindo sobre sua atuação 
e competência.
4. Entender e contextualizar o Poder Judiciário e sua competência no 
ordenamento jurídico.
1. União, estados e municípios 
A Constituição Federal do 
Brasil de 1988 adotou em seu 
texto, como forma de Estado, 
o federalismo, e isso quer 
dizer que existe uma aliança 
entre os estados e que estes 
não possuem soberania, 
sendo preservada, no entanto, 
a sua autonomia política de 
forma limitada.
Fonte: Pixabay
Sobre a forma de Estado, Paulo e Alexandrino (2017, p. 275) elucidam que 
“o conceito de forma de Estado está relacionado com o modo de exercício 
do poder político em função do território de um dado Estado. A existência 
(ou não) da repartição regional de poderes autônomos é, pois, o núcleo 
caracterizador do conceito de forma de Estado.”
Quais são, então, essas entidades federativas?
As entidades federativas que compõem o Brasil são a União, os estados e 
os municípios. Cada um apresenta características únicas, de acordo com 
sua realidade, entretanto Lenza (2020) encontrou pontos que são comuns 
a todas essas entidades. Entre elas, o autor expõe:
Descentralização política – são previstos na Constituição Federal núcleos 
de poder político, sendo concedido autonomia para os entes federativos.
Repartição de competência – há equilíbrio da federação por meio da 
autonomia entre os entes.
Constituição rígida com base jurídica – garantida a distribuição de 
competências entre os entes, havendo, assim, a estabilidade institucional.
Inexistência do direito de secessão – devido ao pacto federativo, é vedada 
a separação ou retirada de um ente.
Soberania do Estado federal – no momento em que os estados 
ingressam na federação, eles perdem a sua soberania, tornando-se 
autônomos. Dessa forma, os entes federativos são autônomos entre si, 
de acordo com as regras estabelecidas na Constituição.
Intervenção – havendo crise, é possível ser instaurado um processo 
interventivo, visando a assegurar o equilíbrio e a manutenção da 
Federação.
Auto-organização dos estados-membros – os entes podem elaborar as 
suas próprias constituições estaduais.
Órgão representativo dos estados-membros – os entes são representados 
pelo Senado Federal, nos termos do art. 46 da Constituição Federal. 
Essas são as características comuns dos entes federativos encontradas e 
elencadas por Lenza (2020). 
União
A União é um dos entes federativos 
do Brasil, correspondendo, de 
acordo com Paulo e Alexandrino 
(2017), a uma entidade federativa 
autônoma em relação aos estados-
membros e municípios, além de ser 
considerada uma pessoa jurídica de 
direito público interno, possuindo 
competências administrativas e 
legislativas elencadas na 
Constituição Federal.
Fonte: Pixabay
A prerrogativa da União nas relações internacionais é exclusiva desse ente, 
uma vez que as demais não possuem a competência para representar o 
Brasil em problemas que envolvam outros Estados soberanos. 
É por meio da União que o Estado federal é representado, no entanto não 
podemos confundir a União com o Estado federal, pois a União corresponde 
a um dos entes que integram esse Estado federal, que é uma pessoa jurídica 
de direito público internacional.
Os meios de formação de um novo Estado se dão por intermédio de 
plebiscito e do Congresso Nacional. Os Estados possuem autonomia, que 
é fundada em uma tríplice capacidade, abarcando auto-organização e 
normatização própria, autogoverno e autoadministração. 
Sobre essa tríplice capacidade, Moraes (2003) retrata que a auto-
organização e a normatização própria determinam que os estados 
possuam um poder constituinte derivado-decorrendo, possibilitando a 
eles a edição de suas próprias constituições estaduais, devendo ser 
respeitados os limites da Constituição Federal.
A auto-organização dos Estados deve obedecer, de forma especial, aos 
princípios constitucionais sensíveis, extensíveis e estabelecidos. Os 
princípios sensíveis são de obediência obrigatória, e a sua inobservância 
resulta em intervenção federal.
É estabelecido pela Constituição Federal de 1988 que os municípios 
constituem entidades federativas que integram a organização político-
administrativa do Brasil. 
Assim como os estados, os municípios possuem auto-organização e 
normatização própria (cabendo a eles a elaboração de leis orgânicas e 
municipais), autogoverno (podendo eleger os seus prefeitos, vice-
prefeitos e vereadores sem que a União ou os estados possam interferir) 
e autoadministração (podendo exercer as competências administrativas, 
tributárias e legislativas).
2. Poder Legislativo
A teoria da tripartição dos poderes 
nasceu com Montesquieu, dividindo as 
funções do estado em administrativa, 
legislativa e judiciária, não podendo 
ser exercidas pelo mesmo órgão. Essa 
divisão dos poderes surgiu em 
contraposição ao absolutismo. Assim, 
hoje, nossa Constituição Federal adota 
essa tripartição dos poderes, trazendo 
a figura dos poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. Fonte: Elaborada pela autora (2020).
PODER 
LEGISLATIVO
CONGRESSO 
NACIONAL
CÂMARA DOS 
DEPUTADOS
SENADO 
FEDERAL
As funções típicas do Poder Legislativo consistem em legislar e fiscalizar, 
tendo, ambas, o mesmo grau de importância. Assim, cabe ao legislativo a 
elaboração das normas jurídicas gerais e abstratas, devendo ser 
obedecidas as regras constitucionais do processo legislativo. Além disso, 
também é de sua responsabilidade a fiscalização financeira, contábil, 
patrimonial e operacional do Poder Executivo, de acordo com o art. 70 da 
Constituição Federal.
No que tange às funções atípicas do Poder Legislativo, elas correspondem 
a administrar e julgar. A função administrativa consiste na sua organização 
interna e no que diz respeito às criações de cargos públicos nas suas 
Casas. No que diz respeito ao julgamento, ele consiste na hipótese de o 
Senado Federal julgar autoridades da República que cometem crimes de 
responsabilidade (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
Considerações sobre deputados estaduais e 
vereadores
O Poder Legislativo no âmbito 
federal é bicameral; já no âmbito 
estadual, distrital e municipal, é 
consagrado o unicameralismo. 
Os deputados estaduais fazem 
parte da Assembleia Legislativa, 
responsáveis por representar o 
povo do estado com mandato de 
quatro anos. Fonte: Pixabay
Os vereadores, por sua vez, têm o seu poder exercido na Câmara Municipal, 
sendo representantes do povo do munícipio, com mandato de quatro anos. 
No que diz respeito à idade para se concorrer a esses cargos, é necessário 
que o cidadão tenha, no mínimo, 18 anos para ser vereador, e 21 anos para 
ser deputado federal.
O poder Legislativo tem como função típica legislar e fiscalizar, e, como 
função atípica, administrar e julgar. O Poder Legislativo é composto pelo 
Congresso Nacional e dividido em duas câmaras: Câmara dos Deputados e 
Senado Federal, possuindo funções conjuntas e funções específicas.
3. Poder Executivo
Assim como o Poder Legislativo, 
o Poder Executivo possui funções 
típicas e atípicas. Trata-se de 
uma função típica administrar, 
abarcando a função de governo e 
de administração; já as funções 
atípicas são legislar, por meio de 
expedição de medidas 
provisórias, e de julgar, por meio 
dos processos administrativos.
Fonte: Elaborada pela autora(2020).
PODER 
EXECUTIVO
FUNÇÃO DE 
GOVERNO
POLÍTICAS
COLEGISLATIVAS
DECISÃO
FUNÇÃO 
ADMINISTRATIVA
INTERVENÇÃO
FOMENTO
PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇO 
PÚBLICO
O Poder Legislativo tem função de governo e de administração, com um 
rol exemplificativo contido no art. 84 da Constituição Federal. 
Sobre o processo eleitoral, o art. 77 da Constituição Federal estabelece 
as regras para a eleição do presidente e vice-presidente. A data da 
eleição corresponde ao primeiro domingo de outubro, e, em caso de 
segundo turno, este ocorrerá no último domingo de outubro do ano 
anterior ao do término do mandato presidencial em exercício.
Poder Judiciário
A tripartição dos poderes adotada 
pela Constituição Federal de 1988 
abarca os poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. Estudamos 
o que vem a ser os dois primeiros, 
restando-nos, então, o Poder 
Judiciário.
Fonte: Pixabay
O Brasil é um Estado de Direito. Desse modo, o Poder Judiciário faz parte 
dele de forma independente, sendo responsável não apenas pela solução de 
conflitos, mas também por garantir a integridade do ordenamento jurídico. 
No Brasil, somente o Poder Judiciário possui jurisdição, mas o que isso quer 
dizer? Quer dizer que é de competência do Poder Judiciário, de caráter 
definitivo, elencar qual é o direito aplicável a cada caso concreto que estiver 
sob a sua apreciação. 
Lenza (2020) ainda conceitua a jurisdição como uma das funções do 
Estado, em que: “este se substitui aos titulares dos interesses que estejam 
em conflito para, de forma imparcial, buscar a pacificação do conflito que 
os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante atuação da 
vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto 
para ser solucionado.” A função do Estado é exercida por meio do 
processo, seja mediante uma sentença de mérito, seja mediante a 
execução forçada.
Assim como o Poder Legislativo e o Executivo, o Poder Judiciário tem 
funções típicas e atípicas. Sua função típica, como pudemos ver, é a 
jurisdicional. No que tange a sua função atípica, ele desempenha uma 
natureza executivo-administrativa e legislativa, organizando as suas 
secretarias, concedendo férias aos seus membros e elaborando o seu 
regimento interno.
4. Órgãos do Poder Judiciário
O Supremo Tribunal Federal 
corresponde ao órgão máximo do 
Poder Judiciário, sendo de sua 
responsabilidade, de forma 
originária e exclusiva, o controle 
abstrato de leis e atos normativos 
em face da Constituição Federal, 
bem como a atuação no controle 
difuso, apreciando, em último 
grau, as controvérsias suscitadas 
nos juízos inferiores (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017).
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL
STJ
TJ
JUÍZES DE 
DIREITO
TRF
JUÍZES 
FEDERAIS
TST
TRT
JUÍZES DO 
TRABALHO
TSE
TRE
JUÍZES 
ELEITORAIS
STM
JUÍZES 
MILITARES
A função do Superior Tribunal de Justiça é assegurar que haja uniformização 
na interpretação da legislação federal. Sua responsabilidade é realizar o 
controle difuso, apreciando as controvérsias concretas a ele submetidas 
originalmente ou em processos resultantes de recursos contra as decisões 
dos Tribunais de Justiça dos estados, do Distrito Federal e dos Tribunais 
Regionais Federais (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
Tanto o Supremo Tribunal Federal quanto o Superior Tribunal de Justiça e 
os Tribunais Superiores são chamados de órgãos de convergência, tendo 
em vista que os processos ocorridos nos juízos inferiores convergem para 
esses tribunais, devendo ser respeitadas as respectivas competências. 
Todos os órgãos que compõem o Poder Judiciário Brasileiro possuem a 
função de proteger a Constituição, devendo cuidar para afastar as normas 
consideradas inconstitucionais.
Conselho Nacional de Justiça
O Conselho Nacional de Justiça possui 
sede em Brasília e tem a incumbência 
de realizar o controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder 
Judiciário e do cumprimento dos 
deveres funcionais dos juízes
(PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
Fonte: Pixabay
O Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário, sendo 
composto de 11 ministros nomeados pelo presidente da República e 
aprovados por maioria absoluta pelo Senado Federal. O Supremo Tribunal 
de Justiça é composto por, no mínimo, 33 Ministros, sendo eles nomeados 
pelo presidente da República (PAULO; ALEXANDRINO, 2017).
	Número do slide 1
	Unidade 4| Introdução
	Unidade 4| Objetivos
	1. União, estados e municípios 
	Número do slide 5
	Número do slide 6
	Número do slide 7
	Número do slide 8
	Número do slide 9
	União
	Número do slide 11
	Número do slide 12
	Número do slide 13
	Número do slide 14
	2. Poder Legislativo
	Número do slide 16
	Número do slide 17
	Considerações sobre deputados estaduais e vereadores
	Número do slide 19
	3. Poder Executivo
	Número do slide 21
	Poder Judiciário
	Número do slide 23
	Número do slide 24
	Número do slide 25
	4. Órgãos do Poder Judiciário
	Número do slide 27
	Número do slide 28
	Conselho Nacional de Justiça
	Número do slide 30

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