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A forma federativa de Estado adotada no Brasil, especialmente a partir da Constituição de 1988, apresenta peculiaridades que a distinguem de outros modelos federais clássicos. A inclusão do Município como ente federativo autônomo, ao lado da União, dos Estados e do Distrito Federal (Arts. 1º e 18 da CF/88), constitui uma inovação significativa, promovendo uma descentralização de poder singular. Contudo, essa arquitetura tripartite não eliminou os debates sobre a efetiva autonomia dos entes, especialmente dos municípios e estados, frente a uma União com vasta competência legislativa e arrecadatória. Doutrinadores apontam que, apesar da proclamação da indissolubilidade do pacto federativo (Art. 60, §4º, I da CF/88) e da busca por um "federalismo de equilíbrio", as relações intergovernamentais são frequentemente marcadas por tensões entre cooperação e competição, e por um federalismo fiscal que desafia a plena capacidade dos entes subnacionais de exercerem suas competências constitucionais e atenderem às demandas locais. Essa complexidade reflete a busca contínua por um arranjo federativo funcional em um país de dimensões continentais e profundas desigualdades regionais. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre Teoria do Estado e a organização federativa brasileira, assinale a alternativa correta. Escolha uma: a. A complexa estrutura federativa brasileira, ao incluir os Municípios como entes com ampla autonomia, se assemelha funcionalmente a uma Confederação, na qual os Estados-membros mantêm o direito de secessão em face de desequilíbrios fiscais. b. O federalismo brasileiro, conforme delineado na Constituição de 1988 e analisado no texto, caracteriza-se pela autonomia dos Municípios como entes federativos, integrando um sistema de soberania una pertencente à República Federativa do Brasil, e pela indissolubilidade do pacto federativo. c. As tensões no federalismo fiscal brasileiro, mencionadas no texto, indicam que a República Federativa do Brasil evoluiu para um modelo de Estado Unitário de fato, onde a autonomia dos entes subnacionais é apenas uma formalidade constitucional sem efetividade prática. d. A soberania no Estado brasileiro é partilhada de forma equitativa entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que permite a cada um desses entes exercer de forma plena e independente a representação externa do país em suas áreas de interesse. e. No sistema federativo do Brasil, a autonomia conferida aos Municípios é essencialmente administrativa, estando suas capacidades legislativas e de auto-organização condicionadas à prévia delegação de competências pelos respectivos Estados-membros.
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Anderson Rossim

há 23 horas

Respostas

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há 23 horas

Vamos analisar cada uma das alternativas para identificar a correta: a) A complexa estrutura federativa brasileira, ao incluir os Municípios como entes com ampla autonomia, se assemelha funcionalmente a uma Confederação, na qual os Estados-membros mantêm o direito de secessão em face de desequilíbrios fiscais. - Esta afirmação é incorreta, pois o Brasil é uma federação e não uma confederação, e não há direito de secessão. b) O federalismo brasileiro, conforme delineado na Constituição de 1988 e analisado no texto, caracteriza-se pela autonomia dos Municípios como entes federativos, integrando um sistema de soberania una pertencente à República Federativa do Brasil, e pela indissolubilidade do pacto federativo. - Esta alternativa está correta, pois reflete a autonomia dos Municípios e a indissolubilidade do pacto federativo. c) As tensões no federalismo fiscal brasileiro, mencionadas no texto, indicam que a República Federativa do Brasil evoluiu para um modelo de Estado Unitário de fato, onde a autonomia dos entes subnacionais é apenas uma formalidade constitucional sem efetividade prática. - Esta afirmação é exagerada e não reflete a realidade do federalismo brasileiro, que ainda mantém a autonomia dos entes. d) A soberania no Estado brasileiro é partilhada de forma equitativa entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que permite a cada um desses entes exercer de forma plena e independente a representação externa do país em suas áreas de interesse. - Esta alternativa é incorreta, pois a representação externa é uma competência exclusiva da União. e) No sistema federativo do Brasil, a autonomia conferida aos Municípios é essencialmente administrativa, estando suas capacidades legislativas e de auto-organização condicionadas à prévia delegação de competências pelos respectivos Estados-membros. - Esta afirmação é imprecisa, pois os Municípios têm autonomia legislativa garantida pela Constituição, não dependendo apenas de delegação. Portanto, a alternativa correta é: b) O federalismo brasileiro, conforme delineado na Constituição de 1988 e analisado no texto, caracteriza-se pela autonomia dos Municípios como entes federativos, integrando um sistema de soberania una pertencente à República Federativa do Brasil, e pela indissolubilidade do pacto federativo.

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