Prévia do material em texto
AULA 4 GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Prof. Emerson Klisievisk 02 CONVERSA INICIAL Nesta aula 04, estudaremos o modelo de melhor prática em governança de TI COBIT. Veremos como ele funciona e como podemos implementá-lo, sendo que a versão que estaremos estudando é a de número 5. CONTEXTUALIZANDO Com o passar dos anos, as empresas aumentaram cada vez mais suas aplicações de TI para satisfazerem suas necessidades nos negócios e também atenderem a requisitos regulatórios. Modelos de desenvolvimento contínuo agora são cada vez mais necessários para ajudar as empresas a avaliarem sua gestão de TI. Todo esse trabalho visa ao aprimoramento contínuo e fazer a empresa se tornar cada vez mais eficiente. O framework do COBIT define boas práticas para a execução da governança de TI. Ele baseia-se em processos, atividades e elementos de controle, atividades essas desenvolvidas dentro da TI. Inicia-se com os requisitos do business e é orientado a processos. As atividades realizadas em TI são organizadas por modelo de processos que identifica os principais recursos de TI que devem ser disponibilizados e definem os objetivos de controle que deverão ser gerenciados. As práticas de gestão utilizando o COBIT são recomendadas por analistas em gestão de TI, pois tal(is) prática(s) ajuda(m) a otimizar os investimentos da empresa realizados na TI e fornecem muitas métricas para se avaliar os resultados obtidos com o seu uso na Gestão. TEMA 1 – EVOLUÇÃO O COBIT apareceu em 1996 como um framework utilizado para auditoria e controles para as áreas de TI, tendo foco em objetivos de controle. Já no ano 2000, foi apresentada a sua terceira versão, a qual incluía orientações para a realização da gestão de TI. Em 2005, com a versão 4.0, o COBIT tornou-se um framework para a governança de TI com processos de governança e compliance. Atualmente, na versão 5, o COBIT é um framework que integra a governança com a gestão de TI dentro das empresas. 03 TEMA 2 – PRINCÍPIOS Conforme a Figura 1, o COBIT baseia-se em cinco princípios. Figura 1 – Cinco princípios do COBIT 2.1 Atender às necessidades dos stakeholders As empresas existem para trazer valores para os stakeholders. Mas o que seria trazer esse valor? Significa a obtenção de valores/benefícios otimizando o uso dos recursos disponíveis dentro de um nível de risco aceitável. Para cada um dos stakeholders, a obtenção desse valor pode representar ter diferentes interesses e até interesses que possam ser conflitantes. A governança abrange a negociação e a decisão junto aos diferentes interesses dos stakeholders, sempre considerando a opinião de todos quando serão tomadas as decisões sobre benefícios, recursos e riscos. Para cada decisão as seguintes questões devem ser elaboradas: • Quem receberá os valores? • Quem assumirá os riscos? • Quais recursos serão necessários? As necessidades dos stakeholders devem ser transformadas nas estratégias da empresa. Esse princípio é alinhado com o alinhamento estratégico entre a área de TI e o business. 04 Figura 2 – Stakeholders No COBIT 5 temos um processo denominado COBIT 5 Goals Cascade (cascata de objetivos), cuja finalidade é dividir os direcionadores ou motivadores e as necessidades dos stakeholders em objetivos do business; os objetivos do business em objetivos da área de TI e os objetivos da área de TI em objetivos para os que tornarão os requisitos viáveis. Abaixo a Figura 3 demonstra essa situação. Figura 3 – Esquema representativo do COBIT 5 goals cascade 05 Em uma visão bottom-up, ela auxilia a empresa em como utilizar os viabilizadores para alcançar objetivos do business numa forma mais concreta. Ela permite uma definição das prioridades a serem implementadas, o aprimoramento e a garantia da governança dentro das áreas de TI, com base nos objetivos estratégicos e riscos descritos. 2.2 Cobrir a organização de ponta a ponta O COBIT 5 cuida da governança e gestão da área de TI cobrindo a empresa toda. Isso significa que ele une a governança corporativa da área de TI e a governança da empresa, cuida das funções e processos requeridos pela empresa e não visa apenas às funções da área de TI, mas também trata toda a informação e tecnologia relacionadas como ativos que necessitam de tratamento como qualquer outro ativo por todos dentro da empresa. Neste princípio, os gestores do business terão a responsabilidade de cuidar da TI como um ativo estratégico para a empresa, gerenciando a área de TI do mesmo jeito que gerenciam os outros ativos da empresa. Para cobrir toda a empresa o modelo de governança deverá ter os seguintes componentes. Figura 4 – Componentes do modelo de governança • Governance Enablers: são os recursos da empresa utilizados na governança como princípios, estruturas, processos e práticas. • Governance Scope: é a área em que será aplicada a governança. 06 • Roles, Activities and Relationships: definirá quem estará envolvido com a governança, como será esses envolvidos, o que farão e como vão interagir dentro do escopo da governança. 2.3 Aplicar um framework único e integrado O COBIT 5 foi desenvolvido em uma estrutura única e integrada, pois une os conhecimentos anteriormente difundidos nos diversos frameworks da Isaca, como o COBIT 4.1, Val IT (valor de TI para o negócio), Risk IT (risco relacionado no uso da TI), BMIS (parte de segurança). Isso permite que a empresa o utilize como um unificador dos frameworks para a governança e gestão. A seguir, encontramos os padrões que são envolvidos pelo COBIT 5. Figura 5 – Padrões do COBIT 5 2.4 Ter a possibilidade de ter uma abordagem holística Em apoio à governança e a gestão de TI com um tratamento que englobe toda a empresa, incluindo todas as suas peças e suas relações, o COBIT 5 determina um conjunto de sete viabilizadores. 1. Princípios, políticas e frameworks: eles vão traduzir a conduta desejada em um manual para a gestão do dia a dia. 07 2. Processos: descrevem o conjunto das práticas e também das atividades para se chegar a determinados objetivos produzindo saídas que auxiliam no atingimento de metas que estão vinculadas a TI. 3. Estruturas da empresa: responsáveis pela tomada de decisões dentro da organização. 4. Cultura, ética e comportamento: trata dessas situações tanto dos indivíduos como da empresa. Frequentemente, não se dá o devido valor a ela como sendo o fator do sucesso na governança e gestão. 5. Informação: está espalhada por toda a empresa. Mostra claramente todas as informações gerada e utilizada pela empresa. 6. Serviços, infraestrutura e aplicações: une infraestrutura, tecnologia e aplicações que abastecem à empresa com serviços de TI. 7. Pessoas, habilidades e competências: é relativo às pessoas e são pedidas para que as ações sejam desenvolvidas com sucesso e que decisões e correções sejam feitas corretamente. 2.5 Separar a governança de gestão O COBIT 5 estabelece de forma clara uma diferença entre a governança e a gestão. A governança garante as necessidades, as características e as alternativas para os stakeholders avaliarem e assim fixar os objetivos do business; define a direção por meio de priorização e tomada de decisão. Na maioria das empresas, a governança é dirigida por Conselhos de Administração. Já a gestão é composta por ações de planejamento, construção, execução e monitoramento das ações que devem estar em conformidade com a direção estratégica determinada pela governança para se chegar aos objetivos do business. Em grande parte das empresas, a gestão fica a cargo de uma gerência executiva. TEMA 3 – MODELO DE PROCESSOS O modelo de processos do COBIT 5 está dividido em 37 processos de TI divididos em governança e gestão e com domínios definidos de acordo com a Figura 6. Figura 6 – Processos do COBIT5 08 Figura 7 – 37 processos do COBIT 5 No COBIT 5, cada processo dos 37 existentes é dividido em atividades de governança ou de gestão. Essas atividades de governança e gestão se equivalem às metas de controle no COBIT 4.1, de gestão no Val IT e Risk IT. TEMA 4 – IMPLEMENTAÇÃO DO COBIT 5 A Isaca tem um guia para implementação, que se baseia em um ciclo de vida de melhoria constante. Trata na forma de um guia para se evitar problemas 09 comuns e incentivar o uso de boas práticas ajudando na criação de resultados desejados. Esse manual também fornece uma série de ferramentas de implementação com uma grande variedade de auxílios. Ele inclui: • Modo de autoavaliação, realização de medições e ferramentas para a realização de diagnóstico dos processos. • Possui diversas formas de apresentações destinadas a diversos públicos. É mostrada uma introdução à sua implementação e também sobre o ciclo de vida de melhoria constante, destacando itens importantes como: • Elaborar um business case para a implementação e o melhoramento na governança e gestão da TI. • Identificar pontos fracos. • Elaborar um ambiente apropriado para a implementação. • Identificar lacunas orientando o desenvolvimento dos viabilizadores (políticas, processos, princípios, estruturas organizacionais, responsabilidades). TEMA 5 – COMEÇANDO A IMPLEMENTAÇÃO Cada empresa necessita desenvolver seu próprio plano de implementação, considerando seu próprio ambiente, tais como: • Princípios morais e a cultura organizacional; • Regras, regulamentos e administração aplicáveis; • Incumbência, visão e convicções; • Governança institucional. É importante na empresa haver um ambiente tranquilo para implementar uma governança de TI. Nada se consegue implantar sem que haja o de acordo da alta direção. Uma forma de obter o de acordo e oficializar a implementação, é abastecer os executivos um monitoramento e direcionar a TI implementar um comitê estratégico/executivo. Tal comitê atuará em nome do conselho de administração e será responsável por definir como a TI será utilizada na empresa. Uma das formas para se garantir o sucesso de implementações usando o COBIT é a necessidade de essa ação ser profundamente reconhecida e também informada a todos dentro da empresa. 010 FINALIZANDO A forma como o COBIT está estruturado favorece muito o entendimento dos processos de TI e, consequentemente, fornece um excelente guia para a implementação e melhoria da empresa em sua área de TI. Sua utilização sistemática como um modelo de gestão poderá trazer vários benefícios para uma organização, por exemplo: • Responsabilidades e protocolos de comunicação e informação bem claros. • Uma visão clara da situação em que estão os processos de TI. • Ponto vulneráveis encontrados nos processos de TI. • Diminuição da exposição a riscos. • Maior assertividade no planejamento. • Visibilidade por todos na organização a respeito das melhorias nos processos de TI. • Reduções de custos operacionais. • Melhoria da imagem da TI perante a clientes e usuários. Em suma, utilizando o COBIT uma organização poderá estabelecer bases mais sólidas para um melhor retorno sobre os investimentos em TI. 011 REFERÊNCIAS FERNANDES, A. Implantação a Governança de TI. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport.